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Teorias da Criminologia Tradicional

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Criminologia
Prof. Paulo Sumariva
Resumo
Aula 02 da parte 01
Teorias Macrossociológicas da Criminalidade
Temos que dividir a criminologia em duas partes: CRIMINOLOGIA TRADICIONAL E CRIMINOLOGIA CRÍTICA.
Porque temos que fazer essa divisão?
Bom, é notório que na Criminologia Tradicional vamos encontrar as teorias do consenso, e na Criminologia Crítica vamos encontrar as teorias do conflito. Isso é uma divisão importantes.
Essas teorias do consenso, são de cunho funcionalista, denominados teorias de integração, defendendo a ideia de que os objetivos da sociedade são atingidos quando há o funcionamento perfeito de suas instituições, com as pessoas convivendo e compartilhando as metas sociais comuns, concordando com as regras da sociedade de convívio. Essas teorias são ligadas pela Escola de Chicago.
 (
A
 observação da acidentada evolução histórica do Direito Penal r
epresenta o indicativo de que à 
evolução das ideias p
enais foi o berço de correntes
 de pensamento que objetivam converter o estudo
 
do fenômeno criminal em ciência. 
Essas correntes sã
o denominadas gene
ricamente, de 
ESCOLAS PENAIS
)As teorias do conflito, são de cunho argumentativo, defendendo a ideia de que a harmonia social decorre da força e da coerção, onde há uma relação entre dominantes e dominados, não existindo voluntariedade entre os personagens para a pacificação social, a qual decorrerá de imposição ou coerção. 
CRIMINOLOGIA TRADICIONAL
Na Criminologia tradicional vamos começar falando da Escola de Chicago.
O que é a Escola de Chicago?
	É o berço da moderna sociologia americana, que teve seu início nas décadas de 20 e 30, à luz do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, quando esta apresentou a “sociologia das grandes cidades”, em razão da constatação do aumento da criminalidade na cidade de Chicago.
Importante: com o estudo da Escola de Chicago surge o é denominado de Antropologia Urbana. O que seria essa ANTROPOLOGIA URBANA?
	Essa atua com influência do meio ambiente na conduta criminosa.
Importante também, que: A Escola de Chicago apresenta para nós um paralelo, entre o crescimento populacional das cidades com o consequente aumento da criminalidade. Essa é a ideia central da Antropologia Urbana!
“a cidade produz a delinquência”
Dentro de uma região urbana encontraremos área bastante definidas onde a criminalidade se concentra, e outras áreas com índices bem reduzidos. 
Que teorias surgem da Escola de Chicago?
	Basicamente trabalhamos com a teoria Ecológica e a teoria Espacial.
TEORIA ECOLÓGICA ou TEORIA DA DESORGANIZAÇÃO SOCIAL: É oriunda da Escola de Chicago e foi criada em 1915 sob o legado de que o progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. A teoria ecológica, a ordem social, a estabilidade e a integração contribuem para o controle social e a conformidade com as leis, enquanto a desordem e a má integração conduzem ao crime e à delinquência. A partir de um momento em que tenho um aumento populacional tem-se a consequente ausência do controle social informal. Quando a cidade cresce esse controle quase que desaparece, que é aquela análise feita pela família, pela igreja, pela comunidade...isso tudo acaba se desaparecendo.
TEORIA ESPACIAL: foi criada em 1940 e trata da reestruturação arquitetônica e urbanística das grandes cidades como medida preventiva da criminalidade.
Olha que interessante a ideia da teoria espacial!!! Para ela é necessária uma reestruturação arquitetônica e urbanística. De que maneira? É ter cidades com ruas iluminadas, é ter praças dentro de áreas urbanas grandes, pois a pessoa onde ela mora tem que ter próxima dela o laser, a escola, a saúde, limpeza nas ruas...enfim! Isso tudo acaba afastando a criminalidade.
MODELOS ADEQUADOS: de construção servem como prevenção situacional do crime. 
Qual é a ideia de um espaço defensável?
	O espaço defensável seria aquele que permite uma maior vigilância pelas pessoas, criando barreira que, podem ser reais ou simbólicas para desestimular a ação criminosa.
Na mesma ideia, temos a teoria das janelas quebradas e a tolerância zero.
Teoria das Janelas Quebradas: está intimamente atrelada a Escola de Chicago. Tem origem no Estados Unidos, onde dois criminólogos da Universidade de Harvard, James Wilson e GEORGE Kelling, apresentaram essa teoria, em março de 1982 após, publicaram na revista Atlantic Monthly um estudo em que, pela primeira vez, estabelecia-se uma relação de causalidade entre desordem e criminalidade, cujo título era The Police and Neiborghood Safety ( a polícia e a segurança da comunidade).
Essa pesquisa teve como base um estudo feito pelo psicólogo PHILIP ZIMBARDO: basicamente fala sobre a omissão do Estado, ou seja, a partir dessa omissão por parte do Estado alguém vai tomar o lugar dele. “à análise foi feita em um bairro da classe média alta em Paloauto, na Califórnia – James Wilson e George Monthly pegou um carro e o deixou estacionado durante uma semana, nessa semana não foi mexido em nada no carro, ninguém tocou no carro. Analisando isso, na segunda semana ele quebrou uma das janelas do veículo e o manteve no mesmo lugar estacionado, após isso, em questão de horas o carro foi completamente destroçado e levado embora por grupo de vândalos. Assim, caso se quebre uma janela de um edifício e, não haja o imediato concerto logo todas estarão quebradas.
Essa teoria defende que a repressão dos menores delitos serve para inibir os mais graves.
TEORIA DA TOLERÂNCIA ZERO – na verdade é uma política de tolerância zero, pois se trata de uma estratégia indireta de combate ao crime, baseada na teoria das janelas quebradas. É uma estratégia de manutenção da ordem pública, da segurança dos espaços de convivência social e da adequada prevenção de fatores criminógenos.
TEORIA DOS TESTICULOS DESPEDAÇADOS OU QUEBRADOS – possui relação direta com a teoria das janelas quebradas, ou seja, pauta-se na ideia de combate às pequenas infrações. Tem origem nos Estados Unidos. Essa teoria se funda na experiência policial e defendi que os delinquentes de crimes de pouca gravidade ou de menor potencial ofensivo, quando perseguidos com eficácia pela polícia, via de regra são derrotados e fogem para outras localidades mais distantes, na tentativa de continuar violando a lei penal sem a reprimenda dos agentes do Estado.
Aula 2 parte 2
Teoria da Associação Diferencial
A teoria da Associação Diferencial, também conhecida por teoria da aprendizagem social ou social learning. Surgiu no final de 1924 e foi difundida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland, com base no pensamento do jurista e sociólogo francês Gabriel Tarde.
É o processo de aprender alguns tipos de comportamento desviante, que requer conhecimento especializado e habilidade, bem como a inclinação de tirar proveito de oportunidade para usá-lo de maneira desviante. (crimes do colarinho branco) 
Quando se fala nessa teoria, deve-se lembrar que o crime não pode ser definido simplesmente como uma disfunção de pessoas de classes menos favorecidas, não dá para vincular o crime à pobreza. O crime não é exclusividade dessas classes.
Ninguém nasce criminoso; a delinquência é na verdade o resultado de uma socialização inadequada.
Teoria da Subcultura Delinquente
Essa teoria foi desenvolvida por ALBERT K. COHEN, que teve como marco o lançamento de seu livro Delinquent boys, em 1955, onde ele explica que, todo agrupamento humano possui subculturas, oriundas de seu gueto, filosofia de vida, onde cada um se comporta de acordo com as regras do grupo, as quais não correspondem com a regra da cultura geral. 
Teoria da anomia
Apresenta explicações de cunho sociológico acerca da criminalidade. O comportamento desviado pode ser considerado como um sintoma de dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar tais aspirações. Foi desenvolvida por ROBERT KING MERTON, EM 1938. Ela diz basicamente que a motivação para a delinquência decorre da impossibilidade de o indivíduo atingir suas metas desejadas. Que metas seriam essas? 
	R: busca frenética por status econômicos, statussocial, porém não é alcançado, e isso o impulsiona para a delinquência. 
Essa teoria explica o surgimento do alcoólatra, o surgimento do drogado, o surgimento do morador de rua, dos mendigos.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA – Teorias do Conflito
- Teoria do Etiquetamento – Rotulação – Labeling Approach – Interacionismo Simbólico – Reação Social
Esta teoria surgiu no ano de 1960, nos Estados Unidos. Tem raízes na obra de Emile Durkhein, que se referiu aos processos de construção da delinquência e a normalidade dela. Os principais precursores da teoria da rotulação foram ERVING GOFFMAN, EDWIM LEMERT e HOWARD BECKER, considerados como autores da nova Escola de Chicago. Estes autores adotam a metodologia da observação direta e o trabalho de campo. 
O que os defensores dessa teoria firmavam?
	R: para os defensores desta teoria, um fato só é considerado criminoso a partir do momento em que adquire esse status por meio de uma norma criada de forma a selecionar certos comportamentos como desviantes no interesse de um sistema social.
Na verdade, a sociedade que acaba rotulando aquela pessoa como criminosa, deixando-a engessada naquele senário.
 (
CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA: 
diz respeito ao ato de criar lei penal e introduzi-la no ordenamento jurídico a tipificação criminal de determinada conduta.
)Aqui temos que falar sobre a criminalização primária, secundária, pois está intimamente ligado. Criminalização Primaria é a correspondente à primeira ação delitiva de um sujeito, onde produz a etiqueta ou rótulo que por sua vez gera a criminalização secundária, que se refere à repetição dos atos delituosos, isto é, a reincidência. A etiqueta ou rótulo (por meio do atestado de antecedentes e a divulgação nos meios de comunicação) acaba por afetar o indivíduo, gerando a expectativa social de que a conduta venha a ser praticada, perpetuando o comportamento delinquente e aproximando os indivíduos rotulados uns dos outros.
 (
CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA: 
por sua vez, atrela-se ao poder estatal para aplicar a lei penal introduzida no ordenamento com a finalidade de coibir determinados comportamentos antissociais.
)
 
TEORIA DA CRIMINOLOGIA MARXISTA
Esta teoria surgiu na década de 70, nos Estados Unidos e na Ingraterra, posteriormente irradiando para os países europeus, notadamente na Alemanha, Itália, Holanda e França. Tem sua origem mediata no livro “Punição e estrutura social” de GEORG RUSCHE E OTTO KIRCHHEIMER. Baseia-se na análise marxista da ordem social.
Essa teoria considera o problema criminal insolúvel em uma sociedade capitalista, sendo necessária a transformação da própria sociedade para extinguir a criminalidade.
			
TEORIA DA CRIMINOLOGIA ABOLICIONISTA
A criminologia abolicionista apresentava a proposta de acabar com as prisões e abolir o próprio direito penal.
Os abolicionistas afirmam que o sistema penal não cumpre a sua função, isto é, não protege a vida, a propriedade, a liberdade social, dentre outros direitos fundamentais. Pelo contrário, só tem servido para legitimar e reproduzir as desigualdades e injustiças sociais.
Essa teoria da criminologia abolicionista, que tem origem lá na Escandinavia, na década de 90, ela defende a conciliação, na verdade ela fala na privatização dos conflitos, transformando um Juiz penal em um Juiz cível, trazendo propostas de acabar com prisões, e com o direito Penal. Substituindo à aplicação de leis ao diálogo, com base na solidariedade dos grupos sociais.
TEORIA DA CRIMINOLOGIA MINIMALISTA
Transformação radical da sociedade como a melhor estratégia de combate ao crime. Uma política criminal voltada a radicais transformações sociais e institucionais para o desenvolvimento da igualdade e democracia.
Basicamente, essa teoria dosa a Teoria Abolicionista, ou seja, ela aduz que, o Direito Penal deve ser aplicado somente em casos em que necessariamente é preciso aplica-lo.

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