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José Rocha Filho rocha
Vamos analisar os argumentos fundamentais de três teorias criminológicas que contribuíram significativamente para a desconstrução da perspectiva etiológica do positivismo criminológico:
1. **Teoria do Labelling Approach (Abordagem do Etiquetamento)**:
- Fundamento: Esta teoria argumenta que a criminalidade não é inerente a certos indivíduos, mas é construída socialmente por meio de processos de rotulagem. Em vez de focar nas características biológicas ou psicológicas dos indivíduos, o Labelling Approach enfatiza como as instituições sociais, como o sistema de justiça criminal, atribuem rótulos de "criminoso" a certos comportamentos e grupos sociais. Essa rotulagem pode resultar na auto-realização do rótulo, levando os indivíduos a adotarem comportamentos criminosos que, de outra forma, não teriam adotado. Assim, essa teoria destaca a importância dos processos sociais e das interações na construção da criminalidade, em vez de atribuí-la a fatores individuais.
2. **Teoria Crítica**:
- Fundamento: A perspectiva crítica da criminologia critica as estruturas de poder que estão por trás da criminalização seletiva de certos comportamentos e grupos sociais. Em vez de buscar explicações biológicas ou psicológicas para o crime, essa teoria questiona como as instituições sociais, como o sistema de justiça criminal, são moldadas por relações de poder que privilegiam certos grupos em detrimento de outros. Ela destaca como o sistema de justiça criminal pode ser usado para controlar e manter o status quo, marginalizando grupos sociais vulneráveis e perpetuando desigualdades sociais e econômicas. Portanto, a teoria crítica enfatiza a importância de analisar as estruturas sociais e institucionais na compreensão do crime, em vez de simplesmente atribuí-lo a características individuais.
3. **Teoria do Conflito**:
- Fundamento: A teoria do conflito na criminologia enfatiza como o crime surge devido a conflitos entre diferentes grupos na sociedade. Em vez de focar em características individuais, essa teoria destaca como as desigualdades de poder e recursos podem levar à criminalidade. Ela argumenta que grupos marginalizados ou oprimidos podem recorrer ao crime como uma forma de resistência ou adaptação a essas desigualdades. Além disso, a teoria do conflito também examina como o sistema de justiça criminal pode ser usado para proteger os interesses dos poderosos e reprimir dissidências políticas, ampliando ainda mais as disparidades sociais. Portanto, essa teoria destaca a importância de considerar os conflitos de interesse na análise do crime, em vez de atribuí-lo a fatores individuais.
Essas três teorias criminológicas oferecem perspectivas alternativas à abordagem etiológica do positivismo criminológico, destacando a importância dos processos sociais, das estruturas de poder e dos conflitos na compreensão do crime e da criminalização. Ao desafiar as noções de determinismo biológico ou psicológico, essas teorias contribuíram significativamente para uma compreensão mais complexa e contextualizada do fenômeno criminal.
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