Buscar

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa
DEAP-SC
Agente Penitenciário
OT011-N9
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você 
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
www.novaconcursos.com.br
sac@novaconcursos.com.br
OBRA
Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa
Agente Penitenciário
CONCURSO PÚBLICO EDITAL Nº 01/2019 – SAP/SC
AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Raciocínio Lógico - Profº Bruno Chieregatti E Joao De Sá Brasil
Sociologia Aplicada - Profª Silvana Guimarães
Direitos Humanos - Profº Bruna Pinotti
Direito Constitucional - Profº Ricardo Razaboni
Administração Pública - Profº Fernando Zantedeschi
Direito Penal - Profº Rodrigo Gonçalves
Direito Processual Penal - Profº Ricardo Razaboni
Legislação Estadual - Profº Fernando Zantedeschi
Legislação Especial - Profº Rodrigo Gonçalves
Lei De Execução Penal - Profº Rodrigo Gonçalves
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Leandro Filho
Christine Liber
Erica Duarte
DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Renato Vilela
Victor Andrade
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.
A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. 
Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. 
Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria 
é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo, por isso a 
preparação é muito importante. 
Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos 
preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. 
Estar à frente é nosso objetivo, sempre. 
Contamos com índice de aprovação de 87%*. 
O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. 
Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. 
Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online, 
questões comentadas e treinamentos com simulados online. 
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! 
Obrigado e bons estudos!
*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.
CURSO ONLINE
PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte
PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado 
no site.
O código encontra-se no verso da capa da 
apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: JN001-19
PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de texto (s)…………………………………………………………………………………………………………........ 01
Ortografia oficial.……………………………………………………………………………………………………………………………………………............... 19
Acentuação gráfica.…………………………………………………………………………………………………………………………………………………... 27
Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, forma de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos 
verbais. Vozes do verbo.……………………………………………………………………………………………………................................................... 30
Concordância nominal e verbal.………………………………………………………………………………………………………………………………... 69
Emprego da frase.………………………………………………………………………………………................................................................................. 77
Pontuação….......................................................................................................................................................................................................... 80
Classes gramaticais variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo.………………………………………...... 83
Termos integrantes da oração: objeto direto e indireto, agente da passiva e complemento nominal.………………….... 83
Redação Oficial: formas de tratamento, tipos de discursos, correspondência oficial.……………………………………….......... 94
RACIOCÍNIO LÓGICO
Funções Reais: Ideia de função, interpretação de gráficos, domínio e imagem, função do 1º grau, função do 2º 
grau – valor de máximo e mínimo de uma função do 2º grau................................................................................................... 01
Equações de 1º e 2º graus.......................................................................................................................................................................... 11
Sistemas de equações de 1º grau com duas incógnitas................................................................................................................. 14
Trigonometria: Semelhança de triângulos. Teorema de Tales. Relações métricas no triângulo retângulo. Teorema 
de Pitágoras e suas aplicações................................................................................................................................................................ 17
Geometria Plana: ângulos, polígonos, triângulos, quadriláteros, círculo, circunferência, polígonos regulares 
inscritos e circunscritos. Propriedades, perímetro e área.............................................................................................................. 27
Geometria Espacial: poliedros, prismas, pirâmide, cilindro, cone esfera. Elementos, classificação, áreas e 
volume.............................................................................................................................................................................................................. 40
SOCIOLOGIA APLICADA
História da instituição prisional...................................................................................................................................................................... 01
Encarceramento e pobreza.............................................................................................................................................................................. 06
Instituições totalizantes..................................................................................................................................................................................... 09
Ressocialização do apenado. Papel do agente penitenciário na ressocialização do preso. Políticas públicas para 
ressocialização...................................................................................................................................................................................................... 16
DIREITOS HUMANOS
Teoria geral dos direitos humanos. Conceito, terminologia, estrutura normativa, fundamentação..................................... 01
Afirmação histórica dos direitos humanos................................................................................................................................................... 04
Direitos humanos e responsabilidade do Estado............................................................................................................................... 09
Direitos humanos na Constituição Federal. Política Nacional de Direitos Humanos. A Constituição brasileira e os 
tratados internacionais de direitos humanos.............................................................................................................................................. 14
SUMÁRIO
Regras mínimas da ONU para o tratamento de pessoas presas........................................................................................................ 70
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNHD-3), Decretoº 7.037/2009 e alterações........................................................ 82
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos. (Arts. 5 a 11).............. 01
Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança
pública; organização da segurança pública. (Arts. 
136 a 144)............................................................................................................................................................................................................. 05
Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; educação, cultura e desporto; ciência e tecno-
logia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso. (Arts. 193 a 230)................................. 09
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Noções de Administração Pública;.................................................................................................................................................................. 01
Fundamentos conceituais em gestão no setor público; conceito, estrutura, órgãos públicos, centralização, descen-
tralização e desconcentração........................................................................................................................................................................... 04
Modelos de gestão e elementos fundamentais de análise para organizações públicas; Ciclos de transformação na 
administração pública brasileira; Princípios administrativos................................................................................................................ 08
Organização administrativa: administração direta e indireta.................................................................................................................. 17
Poderes e deveres dos administradores públicos..................................................................................................................................... 24
Improbidade Administrativa Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992...................................................................................................... 29
DIREITO PENAL
Infração penal: elementos, espécies. (arts. 13 a 25)................................................................................................................................ 01
Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. (arts. 26 a 31).......................................................................................................... 04
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. (arts. 1 a 12)............................................................................................................ 06
Imputabilidade penal. (arts. 26 a 28).............................................................................................................................................................. 09
Crimes contra a Administração Pública. (arts. 312 a 359- H)................................................................................................................ 09
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ação penal; espécies. (arts. 24 a 62)................................................................................................................................................................... 01
Prova (artigos 155 a 184 do Código de Processo Penal)........................................................................................................................... 05
Prisão em flagrante, Prisão, Medidas Cautelares e Liberdade Provisória (arts. 8, 26 e 282 a 310)........................................... 15
Processos. dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos. (arts. 513 a 518)........................................................... 22
Preservação do Estado das coisas (art. 169).................................................................................................................................................. 32
Nota de culpa (arts 306 a 309)............................................................................................................................................................................ 32
SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei n.º 6.745, de 28 de dezembro de 1985 (Estatuto do Servidor do Estado de Santa Catarina)........................................... 01
Lei Complementar n.º 675 de 03 de junho de 2016 (Plano de cargos e salário)............................................................................. 04
Lei Complementar n.º 529 de 17 de dezembro de 2011 (Regimento Interno dos estabelecimentos penais do Estado 
de Santa Catarina).................................................................................................................................................................................................. 07
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei de Abuso de autoridade (Lei nº 4.898 de 9 de dezembro de 1965, publicada no D.O.U. em 13 de dezembro de 
1965)................................................................................................................................................................................................................................ 01
Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003, publicada no D.O.U. de 23 de dezembro 
de 2003).............................................................................................................................................................................................................................. 06
Crimes de tortura (Lei nº 9.455 de 7 de abril de 1997, publicada no D.O.U. de 8 de abril de 1997).............................. 08
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, publicada no D.O.U. de 24 de agosto de 2006 (SISNAD)........................................... 10
Lei dos Crimes contra Violência Doméstica ou “Lei Maria da Penha” (Lei nº 11.340/2006)........................................... 12
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984, publicada no D.O.U. de 13 de julho de 1984)...................... 01
LÍNGUA PORTUGUESA
ÍNDICE
Compreensão e interpretação de texto (s)……………………………………………………………………………………………………………………… 01
Ortografia oficial.……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 19
Acentuação gráfica.…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 27
Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, forma de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos verbais. 
Vozes do verbo.………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 30
Concordância nominal e verbal.………………………………………………………………………………………………………………………………………… 69
Emprego da crase.…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 77
Pontuação………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 80
Classes gramaticais variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo.…………………………………………………… 83
Termos integrantes da oração: objeto direto e indireto, agente da passiva e complemento nominal.…………………………… 83
Redação Oficial: formas de tratamento, tipos de discursos, correspondência oficial.……………………………………………………… 94
1
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTO (S)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e 
relacionadas entre si, formando um todo significativo 
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade 
de codificar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. 
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com 
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para 
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa 
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento 
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada 
de seu contexto original e analisada separadamente, 
poderá ter um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores através 
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. 
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação 
de um texto é a identificação de sua ideia principal. 
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou 
fundamentações), as argumentações (ou explicações), 
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas 
na prova.
Normalmente, em uma prova, o candidato deve:
- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
gumentação, de um processo, de uma época (nes-
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os 
quais definem o tempo).
- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
ças entre as situações do texto.
- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com 
uma realidade. 
- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. 
- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
vras.
Condições básicas para interpretar
 
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), 
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico 
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de 
observação e de síntese; capacidade de raciocínio.
Interpretar/Compreender
Interpretar significa:
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Através do texto, infere-se que...
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...
Erros de interpretação
 
- Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do 
contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer 
pela imaginação.
- Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ção apenas a um aspecto (esquecendo que um 
texto é um conjunto de ideias), o que pode ser 
insuficiente para o entendimento do tema desen-
volvido. 
- Contradição = às vezes o texto apresenta ideias 
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
clusões equivocadas e, consequentemente, errar a 
questão.
Observação: Muitos pensam que existem a ótica do 
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
em uma prova de concurso, o que deve ser levado em 
consideração é o que o autor diz e nada mais.
Coesão e Coerência
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que 
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de 
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um 
pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o 
que se vai dizer e o que já foi dito.
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre 
eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome 
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; 
aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer 
também de que os pronomes relativos têm, cada um, 
valor semântico, por isso a necessidade de adequação 
ao antecedente. 
Os pronomes relativos são muito importantes na 
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros 
de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração 
que existe um pronome relativo adequado a cada 
circunstância, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, 
mas depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois 
o objeto possuído. 
como (modo)
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante) 
Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
2
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O).
Dicas para melhorar a interpretação de textos
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do 
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos 
candidatos na disputa, portanto, quanto mais in-
formação você absorver com a leitura, mais chan-
ces terá de resolver as questões. 
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom-
pa a leitura.
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas 
forem necessárias.
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma 
conclusão).
• Volte ao texto quantas vezes precisar.
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as 
do autor. 
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão.
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de 
cada questão.
• O autor defende ideias e você deve percebê-las.
• Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
fo geralmente mantém com outro uma relação de 
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi-
que muito bem essas relações. 
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, 
a ideia mais importante. 
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou 
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora 
da resposta – o que vale não somente para Inter-
pretação de Texto, mas para todas as demais ques-
tões! 
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin-
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con-
clusão.
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, 
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, 
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme-
tem a outros vocábulos do texto.
 
SITES
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos.
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos>
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-
-provas>
Disponível em: <http://www.portuguesnarede.
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um.
html>
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi-
nho/questoes/questao-117-portugues.htm>
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
O que é linguagem? É o uso da língua como forma de 
expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem 
não é somente um conjunto de palavras faladas ou es-
critas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos 
comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem 
a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem 
utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se 
ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem 
verbal é a que utiliza palavras quando se fala ou quando 
se escreve.
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver-
bal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O 
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que 
se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar 
de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, 
gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, 
uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou tele-
visionado, um bilhete? = Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de 
futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, 
o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi-
ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na 
porta do banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem 
não verbal!
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao 
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e 
anúncios publicitários.
Alguns exemplos: 
Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.
Placas de trânsito.
Imagem indicativa de “silêncio”.
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. 
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda-
cao/linguagem.htm>
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – 
AOCP-2015) 
O verão em que aprendi a boiar
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca-
pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que 
éramos
IVAN MARTINS
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre-
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um 
gosto especial.
Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. 
Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era 
diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com 
as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar 
a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia 
insuspeitada.
Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que, 
mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou in-
teiramente.
Na véspera do Ano Novo,
em Ubatuba, eu fiz outra des-
coberta temporã.
3
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, 
num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da 
flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
segui boiar.
Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito 
anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação 
de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se 
esqueceram de como tudo isso é bom.
Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a 
ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das 
montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao 
ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança 
água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e 
isso, curiosamente, não é fácil.
Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
bre a vida em geral.
Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender 
ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de 
um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo-
rando novidades que nos transformam. Somos geneti-
camente elaborados para lidar com o novo, mas não só. 
Também somos profundamente modificados por ele. 
A cada momento da vida, quando achamos que tudo já 
aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós 
uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz 
de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os re-
lacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já 
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a 
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. 
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, 
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se 
tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça, 
em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em 
conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que 
nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia 
do outro e de si mesmo, no mundo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
sam ser aprendidas.
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar 
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você 
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode 
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem-
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas 
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, 
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada 
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a 
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos 
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada 
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e 
relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for-
ma relaxada e consciente um grande amor.
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra-
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque 
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi-
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações 
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações 
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas 
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se 
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impos-
síveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me-
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra 
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com 
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se 
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-mar-
tins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To-
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar 
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal-
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos 
medo.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam.
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio-
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam 
vividos intensamente.
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in-
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas.
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém 
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode 
acontecer.
Resposta: Letra A. Ao texto: (...) tudo se aprende, 
mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. / 
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de 
melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender).
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com 
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e 
menos medo = correta.
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela-
cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam 
= incorreta – o autor propõe viver intensamente.
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais 
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles 
sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos 
objetivo nos relacionamentos.
Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
rosas = incorreta – ser mais emoção.
Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, 
porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que 
pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, 
não pensando em algo ruim.
4
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
2. (BACEN – TÉCNICO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 
ÁREA 1 e 2 – CESPE-2013) 
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. 
Suas consequências sobre a economia das famílias e das 
empresas são imprevisíveis. Os agentes econômicos rela-
cionam-se em suas operações de compra, venda e troca 
de mercadorias e serviços de modo que cada fato econô-
mico, seja ele de simples circulação, de transformação ou 
de consumo, corresponde à realização de ao menos uma 
operação de natureza monetária junto a um intermediá-
rio financeiro, em regra, um banco comercial que recebe 
um depósito, paga um cheque, desconta um título ou 
antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilida-
de do sistema que intermedeia as operações monetárias, 
portanto, é fundamental para a própria segurança e esta-
bilidade das relações entre os agentes econômicos.
A iminência de uma crise bancária é capaz de afetar e 
contaminar todo o sistema econômico, fazendo que os 
titulares de ativos financeiros fujam do sistema financeiro 
e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio, 
em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em 
estoques crescentes de moeda estrangeira. Para se evitar 
esse tipo de distorção, é fundamental a manutenção da 
credibilidade no sistema financeiro. A experiência bra-
sileira com o Plano Real é singular entre os países que 
adotaram políticas de estabilização monetária, uma vez 
que a reversão das taxas inflacionárias não resultou na 
fuga de capitais líquidos do sistema financeiro para os 
ativos reais.
Pode-se afirmar que a estabilidade do Sistema Financei-
ro Nacional é a garantia de sucesso do Plano Real. Não 
existe moeda forte sem um sistema bancário igualmente 
forte. Não é por outra razão que a Lei n.º 4.595/1964, que 
criou o Banco Central do Brasil (BACEN), atribuiu-lhe si-
multaneamente as funções de zelar pela estabilidade da 
moeda e pela liquidez e solvência do sistema financeiro. 
Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela 
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Internet: < 
www.bcb.gov.br > (com adaptações).
Conclui-se da leitura do texto que a comparação entre 
“crise bancária” e “vendaval” embasa-se na impossibi-
lidade de se preverem as consequências
de ambos os 
fenômenos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. Conclui-se da leitura do texto que 
a comparação entre “crise bancária” e “vendaval” em-
basa-se na impossibilidade de se preverem as conse-
quências de ambos os fenômenos.
Voltemos ao texto: Uma crise bancária pode ser com-
parada a um vendaval. Suas consequências sobre a eco-
nomia das famílias e das empresas são imprevisíveis.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
Lastro e o Sistema Bancário
 [...]
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita-
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade 
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse 
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei-
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros 
se deram conta de que ninguém estava interessado em 
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re-
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do 
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, 
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar 
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, 
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas 
economias seguramente guardadas.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e 
principalmente de valores em contas bancárias, já não 
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria-
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o 
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua 
conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma 
decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa 
explicação permaneceu controversa e escondida por 
muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do 
Bank of England de 2014. 
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é 
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces-
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e 
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma 
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa 
números em uma tabela com meu nome e pede que eu 
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar 
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, 
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o 
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di-
nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a 
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, 
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo 
dinheiro tomei. 
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma 
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante 
porque é gerada pela simples manipulação de bancos de 
dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po-
der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 
80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1% 
mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
 [...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventan-
do-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018
De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-
rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
Resposta: Letra D. Ao texto: (...) Com o tempo, os 
banqueiros se deram conta de que ninguém estava 
interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram ma-
nobras, como a reserva fracional, para emprestar mui-
to mais dinheiro do que realmente tinham em ouro 
nos cofres.
5
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = in-
correta
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = in-
correta
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = 
incorreta
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = 
correta
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incor-
reta
4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) 
A leitura do texto permite a compreensão de que 
a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imagi-
nário.
c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Resposta: Letra A.
Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os 
bancos = correta
Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é 
imaginário = nem todo
Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros 
clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
tros clientes
Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
-mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
vidados = desde que não paguem a dívida
5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI-
RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge 
abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati-
vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de 
2018.
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO 
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a 
seguinte informação:
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co-
metidos no Rio;
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-
-feita;
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com 
o interlocutor;
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da char-
ge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre-
sença do Exército.
Resposta: Letra D. 
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se-
guinte informação:
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri-
mes cometidos no Rio = inferência correta
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen-
do bem-feita = inferência correta
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida-
de com o interlocutor = inferência correta
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local 
da charge = incorreta
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam 
a presença do Exército = inferência correta
6. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – 
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014)
As primeiras moedas, peças representando valores, ge-
ralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no 
século VII a.C. As características que se desejava ressaltar 
eram transportadas para as peças por meio da panca-
da de um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o 
surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais 
nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários pas-
saram a ser valorizados também pela nobreza dos metais 
neles empregados.
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substi-
tuição do ouro e da prata por metais menos raros ou 
suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a as-
sociação dos atributos de beleza e expressão cultural ao 
valor monetário das moedas, que quase sempre, na atua-
lidade, apresentam figuras representativas da história, da 
cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança le-
vou ao surgimento dos bancos. Os negociantes de ouro 
e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passa-
ram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de 
seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guar-
dadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir 
como meio de pagamento por seus possuidores, por ser 
mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim 
surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cé-
dulas de banco; concomitantemente ao surgimento das 
cédulas, a guarda dos valores em espécie dava origem a 
instituições bancárias.
Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 
1694/1984.
6
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
Depreende-se do texto que duas características das 
moedas se mantiveram ao longo do tempo: a veiculação 
de formas em sua superfície e a associação de seu valor 
monetário a atributos como beleza.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado. Depreende-se do texto que duas 
características das moedas se mantiveram ao longo do 
tempo: a veiculação de formas em sua superfície e a 
associação de seu valor monetário a atributos como 
beleza = errado (é o inverso).
Texto: (...) a associação dos atributos de beleza e ex-
pressão cultural ao valor monetário das moedas, que 
quase sempre, na atualidade, apresentam figuras re-
presentativas da história, da cultura, das riquezas e do 
poder das sociedades.
7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo 
Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo 
denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar 
ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de 
determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado 
pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A 
manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em 
nenhum tipo de violência citado nesse segmento é: 
a) Presa por mensagem racista na internet; 
b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana; 
c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico; 
d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia; 
e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
Resposta: Letra C. Em “a”: Presa por mensagem ra-
cista na internet = como a repressão política, familiar 
ou de gênero
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene-
zuelana = como a repressão política, familiar ou de gê-
nero 
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô-
nico = não consta na Manchete acima 
Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na 
Rússia = como a repressão política, familiar ou de gê-
nero 
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho 
escravo = o desgaste causado pelas condições de tra-
balho
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – 
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)
Oportunismo à Direita e à Esquerda
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos 
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas 
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime 
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem 
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, 
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami-
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da 
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em 
se beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico 
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei-
ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não 
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para 
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po-
der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o 
que está delimitado pelo estado democrático de direito, 
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de 
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, 
Forças Armadas etc.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de 
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan-
do, do qual depende a sobrevivência física da população. 
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as 
autoridades desenvolvam planos de contingência.
O Globo, 31/05/2018.
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca-
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, 
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados 
em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se-
gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” 
é
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
b) garantir-se o direito de reunião e de greve.
c) lastrear leis e regras na Constituição.
d) punirem-se os responsáveis por excessos.
e) concluírem-se as investigações sobre a greve.
Resposta: Letra D. Em “a”: manter-se o direito de livre 
expressão do pensamento. = incorreto
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = 
incorreto
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incor-
reto
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos.
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. 
= incorreto
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem 
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, 
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa 
acontecer... = precisa acontecer a punição dos exces-
sos.
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CES-
PE-2018) 
Texto CG1A1AAA
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos 
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in-
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença 
religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica-
do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”?
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças 
e os adultos da compreensão de princípios como liber-
dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, 
igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi-
dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na 
sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da 
7
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
paz tem de procurar soluções que advenham de dentro 
da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado 
em sentido negativo, quando se traduz em um estado de 
não guerra, em ausência de conflito, em passividade e 
permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, con-
denada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de 
se concretizar e de se precisar. Em sua concepção positiva, 
a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não 
violência para resolver conflitos, a prática do diálogo na 
relação entre pessoas, a postura democrática frente à vida, 
que pressupõe a dinâmica da cooperação planejada e o 
movimento constante da instalação de justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
samento e a ação das pessoas para que se promova a 
paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa 
de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser 
esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e 
temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a 
ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
vras e conceitos que anunciem os valores humanos que 
decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos 
dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio 
social. É hora de começarmos a convocar a presença da 
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos 
exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão 
estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
lamentos e centros de comunicação e associações.
Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desi-
gualdades, lutando para atingir um desenvolvimento sus-
tentado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as 
instituições democráticas, promovendo a liberdade de ex-
pressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente.
É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — 
direitos humanos — democracia” que podemos vislum-
brar a educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: 
desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. 
Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adap-
tações).
De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão 
de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebi-
dos como
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
d) etapas para a construção da cultura da paz.
e) consequências da construção da cultura da paz.
Resposta: Letra D. Em “a”: obstáculos para a constru-
ção
da cultura da paz. = incorreto
Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da 
paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. 
= incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. 
= incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe-
re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er-
radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas 
para construção da paz.
10. (PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VU-
NESP-2013) Leia o cartum de Jean Galvão
(https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)
Considerando a relação entre a fala do personagem e a 
imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular 
a onda é a necessidade de
a) demonstrar respeito às religiões.
b) realizar um ritual místico.
c) divertir-se com os amigos.
d) preservar uma tradição familiar.
e) esquivar-se da sujeira da água.
Resposta: Letra E. Em “a”: demonstrar respeito às re-
ligiões. = incorreto
Em “b”: realizar um ritual místico. = incorreto
Em “c”: divertir-se com os amigos. = incorreto
Em “d”: preservar uma tradição familiar. = incorreto
Em “e”: esquivar-se da sujeira da água.
O personagem pula a onda para que não seja atingido 
pelo lixo que se encontra no mar.
TEORIA DA COMUNICAÇÃO: EMISSOR, MENSA-
GEM E RECEPTOR
 
Nas situações de comunicação, alguns elementos são 
sempre identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que 
não há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação. 
Os elementos da comunicação são:
A) Emissor ou destinador: alguém que emite a 
mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma 
empresa, uma instituição.
B) Receptor ou destinatário: a quem se destina a 
mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou 
mesmo um animal, como um cão, por exemplo.
C) Código: a maneira pela qual a mensagem se 
organiza. O código é formado por um conjunto de 
sinais, organizados de acordo com determinadas 
regras, em que cada um dos elementos tem 
significado em relação com os demais. Pode ser a 
língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons 
etc. O código deve ser de conhecimento de ambos 
os envolvidos: emissor e destinatário.
8
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
D) Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que 
assegura a circulação da mensagem, por exemplo: 
ondas sonoras, no caso da voz. O canal deve 
garantir o contato entre emissor e receptor.
E) Mensagem: é o objeto da comunicação, é 
constituída pelo conteúdo das informações 
transmitidas.
F) Referente: o contexto, a situação à qual a 
mensagem se refere. O contexto pode se constituir 
na situação, nas circunstâncias de espaço e tempo 
em que se encontra o remetente da mensagem. 
Pode também dizer respeito aos aspectos do 
mundo textual da mensagem.
Todo sistema de comunicação é constituído por esse 
conjunto de elementos, que entra em jogo em cada ato 
de comunicação para assegurar a troca de informações. 
Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. 
Denomina-se ruído os elementos que perturbam, 
dificultam a compreensão pelo destinador, como por 
exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O 
ruído pode ser também de ordem visual, como borrões, 
rabiscos etc.
SITE
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/discipli-
nas/portugues/teoria-da-comunicacao-emissor-mensa-
gem-e-receptor.htm>
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Função referencial ou denotativa: transmite uma 
informação objetiva, expõe dados da realidade de 
modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. 
Geralmente, o texto se apresenta na terceira pessoa 
do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A 
linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades 
de outra interpretação além da que está exposta. Em 
alguns textos é mais predominante essa função, como 
nos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em 
correspondências comerciais.
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do 
emissor é transmitir suas emoções e anseios. A 
realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, 
a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, 
portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação 
(ponto de exclamação, interrogação e reticências) é 
uma característica da função emotiva, pois transmite 
a subjetividade da mensagem e reforça a entonação 
emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas 
de teor dramático ou romântico.
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de 
influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por 
meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite 
ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam 
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 
2.ª ou 3.ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar 
seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum 
em textos publicitários, em discursos políticos ou de 
autoridade.
Função metalinguística: Essa função se refere à 
metalinguagem, que é quando o emissor explica um 
código usando o próprio código. Quando um poema fala 
da própria ação de se fazer um poema, por exemplo:
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você 
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema 
dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio 
ato de fazer um poema.
Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer 
uma relação com o emissor, um contato para verificar 
se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a 
conversa. Quando estamos em um diálogo, por exemplo, 
e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos 
utilizando este tipo de função; ou quando atendemos o 
celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
Função poética: O objetivo do emissor é expressar 
seus sentimentos através de textos que podem 
ser enfatizados por meio das formas das palavras, 
da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas 
possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É 
presente em textos literários, publicitários e em letras de 
música.
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José 
de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que 
passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo 
com o poeta.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A língua é um código de que se serve o homem 
para elaborar mensagens, para se comunicar. Existem 
basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas 
línguas funcionais:
A) a língua funcional de modalidade culta, língua 
culta ou língua-padrão, que compreende a 
língua literária, tem por base a norma culta, forma 
linguística utilizada pelo segmento mais culto e 
influente de uma sociedade. Constitui, em suma, 
a língua utilizada pelos veículos de comunicação 
de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, 
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a 
de serem aliados da escola, prestando serviço à 
sociedade, colaborando na educação;
B) a língua funcional de modalidade popular; 
língua popular ou língua cotidiana, que 
apresenta gradações as mais diversas, tem o seu 
limite na gíria e no calão.
Norma culta
A norma culta, forma linguística que todo povo 
civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua 
nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão 
importante do ponto de vista político--cultural, que é 
ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Sendo 
9
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
mais espontânea e criativa, a língua popular afigura-se 
mais expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de 
exemplificação:
Estou preocupado. (norma culta)
Tô preocupado. (língua popular)
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
Não basta conhecer apenas uma modalidade de 
língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a 
espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, 
para viver; urge conhecer a língua culta para conviver.
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das 
normas da língua culta.
O conceito de erro em língua
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto 
nos casos de ortografia. O que normalmente se comete 
são transgressões da norma
culta. De fato, aquele que, 
num momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou 
ele falar”, não comete propriamente erro; na verdade, 
transgride a norma culta.
Um repórter, ao cometer uma transgressão em 
sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo que 
comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um 
banhista, numa praia, vestido de fraque e cartola.
Releva considerar, assim, o momento do discurso, 
que pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento 
íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na 
fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, 
são consideradas perfeitamente normais construções do 
tipo:
Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
 
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a 
norma culta, deixando mais livres os interlocutores. 
O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que 
é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se 
por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou 
seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções 
se alteram:
Eu não a vi hoje.
Ninguém o deixou falar.
Deixe-me ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuses!
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
Considera-se momento neutro o utilizado nos 
veículos de comunicação de massa (rádio, televisão, 
jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem 
deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na 
boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que 
deve refletir serviço à causa do ensino.
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte 
poética, caracterizado por construções de rara beleza.
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. 
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa 
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta 
o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico 
registro de linguagem definitivamente consagrado pelo 
uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir)
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos 
dispersar e Não vamos dispersar-nos)
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho 
de sair daqui bem depressa)
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no 
seu posto)
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos 
impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são 
exemplos também de transgressões ou “erros” que se 
tornaram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque 
a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que 
tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou 
para se arcaizarem as formas então legítimas impido, 
despido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-
escolarizada tem coragem de usar.
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário 
escolar palavras como corrigir e correto, quando nos 
referimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão 
que deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas 
frases da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a 
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada 
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a 
norma culta.
Língua escrita e língua falada - Nível de linguagem
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos 
econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua 
falada.
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação 
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos 
no decorrer do discurso), além da possibilidade de 
gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada 
a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais 
espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais 
sujeita a transformações e a evoluções.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em 
importância. Nas escolas, principalmente, costuma 
se ensinar a língua falada com base na língua escrita, 
considerada superior. Decorrem daí as correções, as 
retificações, as emendas, a que os professores sempre 
estão atentos.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, 
mostrando as características e as vantagens de uma 
e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de 
superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste.
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na 
língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação 
de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de 
dialetos, consequência natural do enorme distanciamento 
entre uma modalidade e outra.
10
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada 
que a língua falada, porque é a modalidade que mantém 
a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz 
o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma 
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem 
a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, 
processam-se lentamente e em número consideravelmente 
menor, quando cotejada com a modalidade falada.
Importante é fazer o educando perceber que o nível 
da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo 
com a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da 
linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a 
pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. 
Um padre não fala com uma criança como se estivesse 
em uma missa, assim como uma criança não fala como 
um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo 
discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e 
para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o 
mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre 
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o 
cotidiano, a que já fizemos referência.
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
A todo o momento nos deparamos com vários textos, 
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença 
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo 
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes 
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou 
em um texto escrito.
É de fundamental importância sabermos classificar 
os textos com os quais travamos convivência no nosso 
dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos 
textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um 
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa 
opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum 
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre 
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente 
nessas situações corriqueiras que classificamos os 
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, 
Descrição e Dissertação.
As tipologias textuais se caracterizam pelos 
aspectos de ordem linguística
Os tipos textuais designam uma sequência definida 
pela natureza linguística de sua composição. São obser-
vados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, rela-
ções logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, 
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de 
ação demarcados no tempo do universo narrado, 
como também de advérbios, como é o caso de an-
tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu 
carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
sa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, 
descrevem características tanto físicas quanto psi-
cológicas acerca de um determinado indivíduo ou 
objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados 
no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os 
cabelos mais negros como a asa da graúna...”
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar 
um assunto ou uma determinada situação que se 
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
zões de ela acontecer, como em: O cadastramento 
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o 
benefício.
D) Textos injuntivos
(instrucional) – Trata-se de 
uma modalidade na qual as ações são prescritas de 
forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: 
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador 
até criar uma massa homogênea. 
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
cam-se pelo predomínio de operadores argumen-
tativos, revelados por uma carga ideológica cons-
tituída de argumentos e contra-argumentos que 
justificam a posição assumida acerca de um deter-
minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço 
no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
neros estão em complementação, não em disputa.
Gêneros Textuais
São os textos materializados que encontramos em 
nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-
comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, 
conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, 
e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, 
debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo 
depende, em grande parte, da situação de produção, 
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são 
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para 
veicular o texto, etc. 
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a 
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por 
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, 
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação 
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário 
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, 
conferência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. 
– São Paulo: Saraiva, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. 
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – 
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda-
cao/tipologia-textual.htm>
ESTRUTURA TEXTUAL
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a 
capacidade que temos de pensar. Por meio do pensa-
mento, elaboramos todas as informações que recebemos 
e orientamos as ações que interferem na realidade e or-
ganização de nossos escritos. O que lemos é produto de 
um pensamento transformado em texto.
11
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, 
quando escrevemos sempre procuramos uma maneira 
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A 
finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você 
quer dizer, por meio da comunicação.
Para isso, os elementos que compõem o texto 
se subdividem em: introdução, desenvolvimento e 
conclusão. Todos eles devem ser organizados de maneira 
equilibrada.
Introdução
Caracterizada pela entrada no assunto e a 
argumentação inicial. A ideia central do texto é 
apresentada nessa etapa. Essa apresentação deve ser 
direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente excede a 
1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa 
proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode 
ser o próprio título. Já nos textos mais longos, em que 
o assunto é exposto em várias páginas, ela pode ter o 
tamanho de um capítulo ou de uma parte precedida por 
subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. Em 
redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 
linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
Desenvolvimento
A maior parte do texto está inserida no 
desenvolvimento, que é responsável por estabelecer uma 
ligação entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa 
que são elaboradas as ideias, os dados e os argumentos 
que sustentam e dão base às explicações e posições do 
autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela 
organização das ideias em uma sequência que permite 
formar uma relação equilibrada entre os dois lados.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir 
um determinado tema no desenvolvimento, e é através 
desse que o autor mostra sua capacidade de defender 
seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor 
para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a 
partir daqui.
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, 
o escritor já deve ter uma ideia clara de como será a 
conclusão. Daí a importância em planejar o texto.
Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no 
mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido 
em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. 
Apresentar-se-á no formato de parágrafos medianos e 
curtos. 
Os principais erros cometidos no desenvolvimento 
são o desvio e a desconexão da argumentação. O 
primeiro está relacionado ao autor tomar um argumento 
secundário que se distancia da discussão inicial, ou 
quando se concentra em apenas um aspecto do tema e 
esquece o seu todo. O segundo caso acontece quando 
quem redige tem muitas ideias ou informações sobre o 
que está sendo discutido, não conseguindo estruturá-
las. Surge também a dificuldade de organizar seus 
pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio.
Conclusão
Considerada como a parte mais importante do texto, 
é o ponto de chegada de todas as argumentações 
elaboradas. As ideias e os dados utilizados convergem 
para essa parte, em que a exposição ou discussão se 
fecha.
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma 
brecha para uma possível continuidade do assunto; 
ou seja, possui atributos de síntese. A discussão não 
deve ser encerrada com argumentos repetitivos, como 
por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, 
“Concluindo...”, “Em conclusão...”.
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve 
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das 
características de textos bem redigidos.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões 
ficam muito longas: 
• O problema aparece quando não ocorre uma 
exploração devida do desenvolvimento, o que 
gera uma invasão das ideias de desenvolvimento 
na conclusão.
• Outro fator consequente da insuficiência de 
fundamentação do desenvolvimento está na 
conclusão precisar de maiores explicações, ficando 
bastante vazia.
• Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no 
texto em que o autor fica girando em torno de 
ideias redundantes ou paralelas.
• Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente 
dispensáveis.
• Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, 
o autor acaba se perdendo na argumentação final.
Em relação à abertura para novas discussões, a 
conclusão não pode ter esse formato, exceto pelos 
seguintes fatores:
• Para não influenciar a conclusão do leitor sobre 
temas polêmicos, o autor deixa a conclusão em 
aberto.
• Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade 
do texto, o autor não fecha a discussão de 
propósito. 
• Por apenas apresentar dados e informações sobre 
o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja 
concluir o assunto.
	 • Para que o leitor tire suas próprias conclusões, 
o autor enumera algumas perguntas no final do texto.
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o 
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica 
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. 
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências 
a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto 
possível.
SITE
Disponível em: 
<http://producao-de-textos . info/mos/view/
Caracter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/>
12
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE ESTRU-
TURAS
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase 
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um 
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmente 
devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e, 
posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, 
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem 
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e 
a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
Obtido um razoável
conhecimento sobre o que 
iremos escrever, feito o esquema de exposição da 
matéria, é necessário saber ordenar as ideias em frases 
bem estruturadas. Logo, não basta conhecer bem um 
determinado assunto, temos que o transmitir de maneira 
clara aos leitores. 
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso 
aliado para organizarmos as ideias de maneira clara 
em frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção 
de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a 
“parte da gramática que estuda a disposição das palavras 
na frase e a das frases no discurso, bem como a relação 
lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe 
quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras 
de maneira a produzirem um sentido evidente para os 
receptores das nossas mensagens. Observe:
1. A desemprego globalização no Brasil e no na está 
Latina América causando. 
2. A globalização está causando desemprego no Brasil 
e na América Latina.
 
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma 
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização 
de “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem 
relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe 
ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para 
receptores de língua portuguesa inteirados da situação 
econômica e cultural do mundo atual.
 
A Ordem dos Termos na Frase
Leia novamente a frase contida no item 2. Note 
que ela é organizada de maneira clara para produzir 
sentido. Todavia, há diferentes maneiras de se organizar 
gramaticalmente tal frase, tudo depende da necessidade 
ou da vontade do redator em manter o sentido, ou 
mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus 
termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer 
uma série de inversões e intercalações em nossas frases, 
conforme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da 
maneira como queremos transmitir uma ideia, do nosso 
estilo. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da 
frase 2 da seguinte maneira:
No Brasil e na América Latina, a globalização está 
causando desemprego. 
 
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, 
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase 
a alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare 
que, para obter a clareza tivemos que fazer o uso de 
vírgulas.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado 
e o que mais nos auxilia na organização de um período, 
pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, 
a vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando 
produzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” 
frases bem organizadas aos nossos leitores. 
O básico para a organização sintática das frases é 
a ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos 
estruturam tal ordem da seguinte maneira:
SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ 
CIRCUNSTÂNCIAS
A globalização + está causando+ desemprego + no 
Brasil nos dias de hoje.
 
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem 
todas contêm todos estes elementos, portanto cabem 
algumas observações:
A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) 
normalmente são representadas por adjuntos 
adverbiais de tempo, lugar, etc. Note que, no mais 
das vezes, quando queremos recordar algo ou 
narrar uma história, existe a tendência a colocar os 
adjuntos nos começos das frases:
“No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas 
minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos 
e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil 
existe…”
 
Observações:
Tais construções não estão erradas, mas rompem com 
a ordem direta;
É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas 
frases que não têm sujeito, somente predicado. Por 
exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em 
Friburgo. São quatro horas agora;
Outras frases são construídas com verbos intransitivos, 
que não têm complemento:
O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ 
adjunto adverbial)
A globalização nasceu no século XX. (idem)
Há ainda frases nominais que não possuem verbos: 
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a 
ordem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os 
termos existentes nelas.
 
Levando em consideração a ordem direta, podemos 
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
Se os termos estão colocados na ordem direta não 
haverá a necessidade de vírgulas. 
A frase 2 é um exemplo disto:
A globalização está causando desemprego no Brasil e 
na América Latina.
 
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração 
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, 
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a 
regra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
13
LÍ
N
G
UA
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” 
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito)
 
A globalização causa desemprego no Brasil, na América 
Latina e na África.
(três adjuntos adverbiais)
 
A globalização está causando desemprego, insatisfação 
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. 
(três complementos verbais)
 
B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, 
separar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o 
verbo e o seu complemento, nem o complemento 
e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar 
com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de 
tal incorreção:
O Brasil, será feliz. 
A globalização causa, o desemprego.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre 
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, 
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é 
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em 
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases 
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos 
com vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de 
século XX, causa desemprego no Brasil.
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o 
sujeito e o verbo.
 
Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e 
cultural, está causando desemprego no Brasil e na América 
Latina. 
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
As orações adjetivas explicativas desempenham 
frequentemente um papel semelhante ao do aposto 
explicativo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização causa, caro leitor, desemprego no 
Brasil…
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o 
seu complemento.
 
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, 
no Brasil…
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não 
pertence ao assunto: globalização, da frase principal, 
tal oração é apenas um comentário à parte entre o 
complemento verbal e os adjuntos).
Observação:
A simples negação em uma frase não exige vírgula: 
A globalização não causou desemprego no Brasil e na 
América Latina.
 
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, 
tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra 
n.º 3 da colocação da vírgula.
No Brasil e na América Latina, a globalização está 
causando desemprego…
No fim do século XX, a globalização causou desemprego 
no Brasil…
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente 
se dá com a colocação das circunstâncias antes do 
sujeito. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, 
em gramática, são representadas pelos adjuntos 
adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações 
chamadas adverbiais que têm uma função semelhante a 
dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, 
etc. Exemplos:
Quando o século XX estava terminando, a globalização 
começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia 
desenvolvem-se, a globalização causa desemprego nos 
países pobres.
Durante o século XX, a Globalização causou 
desemprego no Brasil.
 
Observação: 
Quanto à equivalência e transformação de estruturas, 
um exemplo muito comum cobrado em provas é 
o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a 
passagem para o plural, mantendo o sentido. Outro 
exemplo é a mudança de tempos verbais.
SITE
Disponível em: <http://ricardovigna.wordpress.
com/2009/02/02/estudos-de-linguagem-1-estrutura-

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando