Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Auxiliar Veterinário Avaliação Verbal sobre Raças e Profissão & Aula 2: Comportamento Animal – Cap. 3 da Apostila Material de apoio enviado por e-mail Professor: Fabiano Martins, Médico Veterinário, Pós-graduado em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Mestrando em Biotecnologia. Diálogo sobre a profissão Auxiliar Veterinário Diálogo Sobre Raças Pra começar, que raça é essa? Apenas uma opinião por pessoa!!! Aula 2: Comportamento Animal – Cap. 3 da Apostila Material de apoio enviado por e-mail Professor: Fabiano Martins, Médico Veterinário, Pós-graduado em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Mestrando em Biotecnologia. Comportamento dos Cães Sua origem: Os lobos - Canis lupus • 15.000 anos, os mais mansos permaneciam próximos aos humanos. • Eram domesticados para: proteção da família, ajuda na caça e alimento. • Os mais mansos: proteção da família e alimento. • Os mais bravos: caça e alimento. • A seleção artificial, feita pelo homem, separou as características mais desejadas e criou as primeiras raças. • Raças mais próximas dos lobos na atualidade: Shar Pei Husky Siberiano Bom Comportamento vs Mal Comportamento • Todo comportamento natural do animal vem de um instinto, as vezes interpretamos este instinto/comportamento como mal ou bom. • Muitos comportamentos indesejáveis refletem reais necessidades da espécie e devem ser respeitados. No entanto, outros problemas precisam ser eliminados, independente de serem naturais ou não. • A compra por impulso, ou adotar sem conhecer os pais, e na impossibilidade de prever o comportamento geram o maior número de abandonos e maltratos. Bom Comportamento vs Mal Comportamento • As maiores causas de mal comportamento adquirido são causadas por: Humanização dos animais: animais excessivamente humanizados apresentam uma falta de percepção de quem é. Falta de socialização desde filhote: animais não socializados apresentam agressividade ou medo excessivos. Maltrato e abandono: quando deixados de lado apresentam medo, agressividade e problemas psicológicos. Na grande maioria das vezes portanto a culpa é humana! Filhotes • Desde antes de nascer os filhotes já são influenciados quanto ao seu comportamento. • O sexo predominante na ninhada influencia também no comportamento: Fêmeas de uma ninhada predominante masculina apresentam características masculinas: levantam a pata para urinar, maior agressividade por dominância... Machos de uma ninhada predominantemente feminina da mesma forma: mais mansos, menor agressividade. Filhotes: Fases do desenvolvimento • 1- Neonatal – Mantém comportamentos restritos, sensibilidade tátil maior. • 2- Período de transição – Abrem olhos e ouvidos, explora o ambiente. • 3- Socialização primária – Procuram interação social não materna. • 4- Período juvenil – Comportamentos sociais adquiridos devem ser expandidos e reforçados. Filhotes Socialização • Socialização primária 3ª a 12ª Semana de vida. • É nessa fase em que o filhote aprende a manter relações sociais: fase importante para criação de bons hábitos e manutenção do animal com o dono após 1 ano. • A estabilização da sociabilização se dá por volta da 8ª semana, podendo ser perdida em casos de situações traumáticas. • Filhotes devem ter contato, serem tocados e manuseados por humanos diferentes desde o nascimento! Filhotes Principais Reclamações • Choro nas primeiras noites: Motivo: Separação da mãe e dos irmãos e ainda por estar em ambiente diferente do de costume. Soluções: • Trazer uma pelúcia ou pano com o cheiro da mãe para o filhote dormir. • Não deixar o filhote dormir sozinho nos primeiros dias e separá-los aos poucos. Esta fase pode ser causadora de grandes traumas! Filhotes Principais Reclamações • Mordidas e destruições: • Motivos: Nascimento e troca de dentes. • Soluções: • Brinquedos de várias texturas, tamanhos e formas. • Estimular o uso desses brinquedos. Filhotes Principais Reclamações • Cocô e xixi fora do lugar: • Motivo: O filhote ainda não tem controle do esfíncter corretamente e não consegue segurar por muito tempo. • Soluções: • Levar o cãozinho várias vezes ao banheiro. • Quando estiver sem supervisão deixar confinado no local do banheiro, ou criar vários banheiros. • Padronizar tipos e locais para o banheiro • Não deixar o banheiro em locais de passagem de pessoas, perto da comida e água, ou perto da caminha. • Não deixar locais que podem confundir com banheiro como tapetes. • Não brigar quando fizer no lugar errado: o animal entende que o dono não pode ver e aprende outros hábitos. Problemas Alimentares Obesidade • O animal está sempre com fome, devo alimentá-lo a todo o tempo? NÃO! • Problemas de saúde em cães obesos: Cardiopatias (doenças no coração); osteopatias (problemas nos ossos) como hérnia de disco, displasia coxofemoral, diabetes, hepatites, etc. • Obesidade leva à morte! • Mais uma vez a culpa é humana! Problemas Alimentares Obesidade Problemas Alimentares Obesidade • O que fazer? • Segurar a vontade de dar petiscos: um único biscoito em formato de osso possui 1/3 de todas as necessidades diárias de um poodle médio! • Alimentar somente com ração, segundo a orientação do fabricante. • Fazer exercícios regularmente. (ir na rua pra fazer pipi não conta!) • Levar ao veterinário para indicação de ração ideal e tratamento em casos de obesidade instaurada. Problemas Alimentares Coprofagia (Hábito de comer cocô) • Causas: Subalimentação, dieta restrita, afecções gastrointestinais (as fezes ficam mais palatáveis). • Fora a mãe comer as fezes do filhote, todo tipo de coprofagia é errada! • Podem comer seletivamente as próprias fezes, ou de outro animal seletivamente! • Após resolvido a causa da coprofagia, ela pode permanecer por hábito. Problemas Alimentares Coprofagia (Hábito de comer cocô) • O que fazer? • Alimentação balanceada e na quantidade certa. • Impedir o acesso às fezes. • Condicionar o animal a não comer as fezes. • Produtos que tornam as fezes amargas. • Levar ao veterinário para descobrir a causa! Problemas Alimentares PICA (hábito de comer coisas estranhas) • É normal o animal destruir brinquedos e outras coisas sem no entanto engolir, no entanto cuidado com coisas muito pequenas que podem ser engolidas sem querer, e isto não é PICA! • Motivo: genética, desmame precoce, estresse, problemas neurológicos, ansiedade por separação, compulsão. Problemas Alimentares PICA (hábito de comer coisas estranhas) • Como solucionar? • Manter objetos longe dos animais. • Alimentação correta com ração de qualidade e volumosa. • Colocar sabor estranho (babosa) nos objetos. • Corrigir estresse, ansiedade dentre outros. • Levar ao veterinário para identificação do problema. Problemas Alimentares Animal Exigente • Motivos: Experiências alimentares anteriores. Saber que se esperar o dono vai dar o que quer. • Para animais dentro do peso pular refeições pode ser normal. • Para animais abaixo do peso: Pancreatite, odontopatias, gastrenteropatias, nefropatias e hepatopatias. Problemas Alimentares Animal Exigente • Soluções: • Em casos de animais diagnosticados por veterinário como saudáveis: • Deixar o animal “com fome” com a ração de qualidade disponível até dar fome. • Não oferecer petiscos até o cachorro comer a ração. • Não oferecer de jeito nenhum alimento humano. • Em casos de animais doentes: Levar ao veterinário para identificação e solução do problema. Agressividade • É importante diagnosticar a causa da agressividade, a quem é dirigida e o momento em que se manifesta. • Existem graus de agressividade que vão desde posturais, até ataques explosivos. • A maior parte das reações agressivas estão relacionadas à socialização enquanto filhote ou experiências traumáticas. E possuem causas múltiplas na maioria das vezes. Agressividade por dominância • Causas: • Hierarquia: por tamanho, peso, sexo, momento hormonal,experiências anteriores • Cães não socializados e retirados da mãe muito cedo. • Genética. • Ocorre em sua maioria em cães de 1 a 3 anos, momento em que pode ser revertida. Agressividade por dominância • Sinais: • »» Temperamento agressivo; • »» Sinalização dominante; • »» Resistência a sinalização e a comportamentos dominantes por • membros da família; • »» Agressão usada para controlar situações sociais com membros da • família; • »» Agressão usada para competir por recursos com membros da família; Agressividade por dominância • Solução: • Manutenção da dominância do proprietário (pulso firme sem violência) • Adestramento. • Aconselhamento veterinário. Agressividade por posse • Agressividade demonstrada quando algum animal ou pessoa se aproxima de alguém ou alguma coisa que ele julga como seu, não é dominância! • Pode ser esporádico, ou contínua. • Motivo: Proprietário humaniza o animal, falta de liderança do proprietário. • Solução: Treinamento do proprietário. Agressividade territorial • Direcionado a algum animal ou pessoa que não pertencem à “matilha” e se aproximam de seu território ou matilha. • Causa: socialização errada aprimorada pela genética. • Solução: o proprietário deve passar a ter controle do cão, chamar atenção do animal quando late pra alguém passando (inibir reforço positivo). Agressividade por medo. • Causas: comportamento herdado, experiências comportamentais traumáticas, socialização inadequada ou precoce, patologias clínicas, ou uma mistura desses. • Luta, paralização ou fuga. • Reforço pela solução da causa do medo pela agressividade. • Solução: identificar e solucionar a causa do medo, depois disso fazer a modificação da atitude. Ansiedade de Separação • Causas: separação de membro da família, seja porque o dono não está ou não pode dar atenção. Mudança de local. • Vocalizam, tentam mover barreiras escavando ou destruindo, aumenta atividade pra chamar atenção. • Esses comportamentos não são vingança! • Solução: desenvolver a independência do cão, em casos de animais que ficam muito tempo sozinhos, arrumar companhia, treinar independência. Compulsão • Dois tipos: Fisiopatológicas e Experimentais • Causas: socialização inadequada, reação a fatores do ambiente ou manejo, ou condicionadas por reforço. • Muitas vezes o animal “perde” uma mania ruim e ganha outra, por exemplo o animal para de cavar parede e passa a se lamber. • Solução: Se não causar problemas ao animal ou não for extremamente desconfortável para o dono, não há necessidade de tratamento. Um comportamento indefeso é melhor que um que comprometa a integridade física do animal. Comportamento e Manejo de Gatos Origem • Há 5000 mil anos os primeiros gatos começaram a ser domesticados no Egito. • A grande quantidade de caça (redores em geral) estimulou a aproximação, as habilidades de caça fez que o homem permitisse sua permanência A espécie que originou o gato é a Felix libyca, ou Gato Selvagem Africano. Comportamento e Manejo de Gatos Origem • Os gatos mantiveram seus instintos e habilidades de caça pouco ou nada alterados, e ainda assim, diferentemente dos cães que são apenas uma sub- espécie dos lobos – Canis lupus lupus e Canis lúpus familiaris – O gato se transformou em uma nova espécie: Felis catus Escolha e Adaptação • Os gatos são ideais para pessoas que não passam muito tempo em casa: são muito independentes. • Ainda assim, ao adotar filhotes, estes necessitam de mais atenção que um adulto, e mesmo adultos, se passarão muito tempo sozinhos, o ideal é adotar um casal castrado. • Pedigree pra que? Somente em casos de pessoas alérgicas (Sphynx) ou para quem quer comercializar. Escolha e Adaptação O preparo • Antes da chegada do gatinho, devem ser providenciados alguns utensílios indispensáveis: • bandeja sanitária, cama, recipientes para água e comida, escovas e pentes para toalete, caixa para transporte e coleira elástica com identificação (que não estrangule o gato se ficar presa). • Além disso, deve-se providenciar também um poste onde possa arranhar e afiar as unhas caso não possa sair (evitando que utilize os móveis para esse fim) e brinquedos (devem ser evitados os de borracha macia e lã, que podem causar problemas se engolidos). • Objetos que representam perigo devem ser retirados do seu alcance. Escolha e Adaptação A chegada • Um filhote terá melhor adaptação que um adulto, em caso de outros animais o ideal é deixar o recém-chegado olhar toda a casa sem os outros estarem por perto, só depois a aproximação deve ser feita sob observação. • Um gato adulto deverá ficar peso dentro da residência sem acesso a qualquer rota de fuga pois tenderá a querer retornar para sua antiga casa. Alimentação • O desmame não traumático pode ocorrer após 3 semanas, neste caso produtos preparados que imitam o leite materno chamados sucedâneos devem ser oferecidos. • Na quarta semana, cereal infantil sem açúcar poderá ser oferecido junto ao sucedâneo para estimular a mastigação. Mas é melhor oferecer o patê em cubos. • Obs: Isto é momentâneo e nunca o cereal poderá ser servido por toda a vida do animal! Alimentação • Com cinco semanas, uma das refeições pode ser substituída por ração moída para gatos filhotes; • De seis a oito semanas, a quantidade de alimentos sólidos deve ser aumentada e as outras mamadas devem ser substituídas aos poucos por ração moída; • A partir de oito semanas, os filhotes já estão completamente desmamados, ingerindo ração seca em grãos, tendo água fresca sempre à sua disposição. Alimentação Trago verdades: • Os gatos são carnívoros estritos, seu sistema digestivo não está adaptado para alimentos de origem vegetal, portanto, somente ração para gatos deve ser oferecida após o desmame. • Leite da vaca puro dá diarreia e não alimenta o filhote!(excesso de gordura e pouca proteína) • Rações ou preparados “veganos” é causador de desnutrição e não é aconselhado a cães e a gatos, filhotes e adultos: São carnívoros! • Cuidado com o “patê”, o gato pode ficar seletivo, use com moderação! • Observe a quantidade de alimento, a obesidade também mata os gatos! • 24 horas sem se alimentar? Levar ao veterinário! A Saúde do Gato • A gata deve ser vermifugada antes da cobertura e os filhotes aos 20 dias de idade, com vermífugos receitados por um médico veterinário. • A vacinação tem início aos dois meses de idade, com reforços aos três e quatro meses: doenças virais como a panleucopenia felina, rinotraqueíte e calicivirose, • Aos quatro meses, o filhote também é vacinado contra a raiva, • Uma vez por ano, todos os gatos devem ser revacinados com uma dose de vacina quádrupla e uma dose de antirrábica para manter a proteção. • Estes são alguns cuidados, outros cuidados básicos se encontram no capítulo 5 da apostila de gatos que disponibilizarei por e-mail. Cuidados Gerais • Por mais limpa que seja a natureza do gato, alguns cuidados devem ser tomados: • A limpeza ao redor dos olhos com algodão macio embebido em soro fisiológico dever ser feita sempre que necessário. • Gatos de pelos longos devem ser escovados duas vezes ao dia por 15 a 30 minutos, requerem tempo do dono! • Banhos apenas quando muito sujos. • Deve-se proporcionar atividades físicas e mentais aos gatos través de brincadeiras e brinquedos. • Os filhotes também requerem socialização. Comportamento • Gatos são solitários, não apresentam instinto de matilha. • Gatos têm hábitos noturnos e são ótimos caçadores. • Dormem até 16 horas por dia. • Aprendem com facilidade a abrir portas e “roubar” comida sem serem percebidos. • Têm ótima memória. Comportamento • No cio a gata vocaliza e se torna muito mais carinhosa que de costume, quando afagada, empina a pelve e lateraliza a cauda. • A agressividade geralmente está associada ao medo. • As brigas são parte do instinto e não são desvios de comportamento apesar de deverem ser impedidas. • A gestação dura de56 a 67 dias (cães: 58 a 68) • A gata faz ninho para parir, é importante proporcionar esse local pra ela. • Nascimento com intervalo superior a 2 horas deve ser considerada perigosa. Comportamento • A gata só entra no cio quando ouve os gatos vocalizando, e só ovulam quando são penetradas. Isso coincide quase sempre com a primavera e o verão, mas no Brasil... • Gatos machos que não são os pais da ninhada podem comer os filhotes de outros gatos. • Em cães e gatos, numa única ninhada pode haver mais de um pai. Comportamento • Gatos bem cuidados e domiciliados sem dar voltinhas vivem até 20 anos. Gatos de rua ou semi-domiciliados quando chegam à idade adulta (acima de um ano) têm a média de vida de 6 meses. • Um gato idoso, ainda que sem forças, não perdem a vontade de brincar, adapte as brincadeiras às necessidades dele e principalmente, não o abandone, nem na rua nem em casa. Conselhos • A “vacina” anti-filhote nada mais é que um anticoncepcional, possui dose desbalanceada. E causa câncer de mama altamente maligno, piometra e não impede as fugidinhas e brigas. • A castração resolve o problema de prenhes indesejada e quase zera a probabilidade do animal apresentar essas doenças. Conselhos • Muitas vezes os animais podem aparecer envenenados, tenham sempre em casa carvão ativado, administre logo que vir o animal com sintoma de envenenamento e leve ao veterinário, não tente tratar em casa, muitos são os venenos e o mesmo veneno pode ter tratamento diferente de acordo com a quantidade que foi absorvida. • Se for possível encontrar o produto que envenenou o animal, leve também ao veterinário para ter uma identificação melhor. • Muitos venenos são lipofílicos, dar óleo, leite, manteiga só aumenta a absorção. Dê somente carvão ativado se possível durante todo o trajeto ao veterinário. • Não dê nada oral se o animal estiver desacordado, em caso de vômito deite o animal de lado para ele não se afogar no vômito. Obrigado!
Compartilhar