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DE - =-OLOGIA PREPARATÓRIO PARA PROV TÍTULO E CONCURSOS Anna Carolina Miola • Débora Barcellos Gaspar Luise Ribeiro Daltro • Nayara Tognon ; PREPARATORIO PARA PROVA DE TÍTULO E CONCU RSOS EM DERMATOLOGIA Autores Anna Carolina Miola Débora Barcellos Gaspar Luise Ribeiro Daltro Nayara Tognon 2017 ;.~. editora ~~ SANAR 2017 ©Todos os direitos reservados à Editora Sanar Ltda. ~proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa da Editora. Título I Preparatório para prova de título e concursos em Oennalologia Editor I Leandro Pinto Uma Projeto gráfico e diagramação I Cendl Coelho Capa I Lucas Matos Revisores Ortográficos I Bernardo Machado Conselho Editorial! Caio Vinicius Menezes Nunes Paulo Costa lima Sandra de Quadros Uzéda Sheila de Quadros Uzêda Silvio Jose Albergaria da Silva Dados Internacionais de Catalogaçâo·na·Publicaçáo (CIP) Elabor•çáo: Fábio Andrade Gomes· CRB-5/1513 P926 Preparatório paro prova de tftulo e concursos em DermatoiO<Jia I Anna Carolina Miola - let a L], a utores.- Salvador: SANAR. 2017. 236 p.: iL; 16x23 em. ISBN 978·85·67806-64·8 1. Dermatologia - Concursos. I. M io la , Anna Carolina. Av. Prof. Magalhães Neto, 1856- Pituba, Condomínio Edifício TKTDWER,sl. 1403, CEP 41810-012, Salvador- BA - Brasil Telefone: 713497-7689 www.editorasanar.com.br atendimento@editorasanar.com.br COU:616.5 Autoras Anna Carolina Mio la Médica graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Residência médica em Dermatologia pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Especialização em Cirurgia Dermatoló - gica pela FaculdJde de Medicrna de Botucatu - UNESP. Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasilerra de Dermatologra. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mestrado em andamento pela Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. Aprovada nos concursos do Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru- ·SP e Prefeitura Municrpal de Agudos- SP. Débora Barcellos Gaspar Médica graduada pela Faculdõde de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Residéncia médica em Dermatologia pelo Hospital das Clínrcas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasilerra de Dermatologia. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. luise Ribeiro Daltro Médica graduada pela Universidade Federal da Bahia - UFBA. Especialização em Clínica Médica e Dermatologia pelo Hospital das Clín1cas da Faculdade de Med icina de Ribeirão Preto- USP. Titulo de especialista em Dermato- logia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Aprovada em concurso do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos- UFBA. Nayara Tognon Médica graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Residência médica em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatolog ia. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Aprovada nos concursos da Prefeitura de Sertãozinho-SP, Jardinópolis-SP e Pitangueiras - SP. Apresentação O livro Preparatório para Prova de Título e Concursos em Dermatologia é uma ferramenta indispensável para os médicos que desejam ser aprovados nos exames do TED e dos diversos concur- sos em dermatologia do país. Fruto de um rigoroso trabalho de seleção de questões de concursos e organização de conteúdos, atende às mais diversas áreas de conhecimento dentro da dermatologia. A presente obra foi redigida a partir do uso de 4 premissas didáticas que julgamos ser oe funda- mental importância para todo estudante que deseja ser aprovado nos mais diversos exames: 1. Questões comentadas, alternativa por alternativa (incluindo as falsas). por autores especializa- dos. 2. 1 00% das questões são de concursos passados. 3. Questões organizadas por provas para que o estudante possa calcular seu percentual de acerto. 4. Questões categorizadas por grau de dificuldade e sinalizadas de acordo com o seguinte mo- delo: FÁCIL INTERMEDIÁRIO DÍFICIL O livro Preparatório para Prova de Título e Concursos em Dermatologia será um grande faci- litad o r para seus estudos, sendo uma fe rramenta diferencial para o aprendizado e, p rincipalmente, ajudando você a co nseguir os seus objetivos. Bons Estudos! Leandro Pinto Lima Ed itor Mensagem das autoras Dermatologia é uma especialidade abrangente e encantadora! Ela dialoga com várias áreas da medicina, como oncologia, cirurgia, endocrinolog ia, infectologia, genética ... Seu exercício pleno requer dedicação e treinamento, tornando a prática clínica e cirúrgica insubs- tituíve is. A aprovação ne> Título de E~pecialista em Dermatologia (TED) representa o reconhecimento de uma qualificação profissional diferenciada, visto que a prova demanda um estudo aprofundado de todos os temas. Representa ainda um de5afio ao médico residente, q ue se encontra imerso em rotinas intensas de trabalho. Acreditamos que este livro irá fac ilitar bastante os estudos para o TED e outros concursos. Indiscu- tivelmente, a resolução d e questões é importante no treinamento para provas. Agradecemos aos colegas e aos preceptores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) pelo conhecimento compartilhado e multiplicado. Agradecemos aos nossos familiares e amigos pelo apoio e paciência na execução desta obra. Por fim, dedicamos este livro aos nossos pacientes, fonte de inspiração para aprender Dermato- logia. Sumário 1. Prova 2009............................................................................................ 13 2. Prova 201 0 ............................................................................................ 53 3. Prova 2012............................................................................................ 85 4. Prova 2014 ............................................................................................ 123 S.Prova2015 ............................................................................................ 157 6. Prova 2016............................................................................................ 189 7. Questões Extras ................................................................................... 225 Referências Bibliográficas .................... .................................................... 233 Prova 2009 O I Mulher de 56 anos de idade refere lesões com prurido intenso e que à ma nipula- ção "secretam vermes e parasitas': Traz consigo frascos contendo os vermes que retirara das lesões. O marido que a acompan ha confirma a sua existência.Em relação a esse caso, o d iag- nóstico correto se ria : ~ Folie à deux. ® Escoriação neurótica. © Síndrome de Munchausen. @ Transtorno Dismórfico corporal. Alternativa A: CORRETA. O delírio de para si tose é um transtorno psiquiátrico no qual o paciente acre - d ita estar infestado por parasitas, gera lmente e nxergando-os no corpo. Costuma procu rar ini- cialmente o médico dermatologista, por acredi- tar ter uma manifestação cutânea. Em 12% dos casos, o parente mais próximo (cônjug e, mãe , pa i, irmão, irmã) também está convencido d o quadro clínico do paciente afe- tado. Quando isso ocorre, utiliza-se o termo fo- /ie à deux. Pelo DSM-4, o folie à deux é definido como alucinação desenvolvida em um indiví- d uo no contexto de um relacionamento íntimo co m outra pessoa, que apresenta alucinação já estabelecida anteriormente. Alternativa 8:INCORRETA. A escoriação neurótica é caracterizada por lesões escoriadas múlt iplas, a utoinduzidas e reconhecidas pelo paciente como tal. Ge ralmente está associada a trans- tornos depressivos, transtorno obsessivo-com- pulsivo, estressares psicossociais significativos, e ntre outros. Alternativa C: INCORRETA. A Síndrome de Munchau- sen é caracte rizada por um quadro crônico (cutâneo ou não) simulado pelo paciente para o b ter ganho secundário, caracterizado por pe- regrinações a inúmeros hospitais e quadros clí- nicos incompatíveis com a história contada pelo paciente. Quando há uma segunda pessoa cau- sando lesões ou da nos ao paciente para ganho secundário, a d enom inação correta é Síndrome de Munchausen by proxy (por procuração). Alternativa D: INCORRETA. O transtorno d ismórfico corporal é mais comumente encontrado e m pacientes com queixas voltadas à área da cos- miatria, e caracteriza-se pe la visão alterada do corpo ou d e parte dele, necessitando, muitas vezes, de correção por procedimento cosmiátri- co, porém sem resultados. 02 Entre as seguintes alternat ivas, assinale a manifestação cutânea mais comum rela- cionada ao uso de pesticidas organoclorados. @ Dermatite de contato. ® Necrólise epidérmica tóxica. © Vasculite necrotizante. @ Erupção acne iforme. Alternativa A: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. •• Alternativa D: CORRETA. A erupção acneiforme causada pe los pesticidas o u agrotóxicos, or- ganoclorados, é resultante do contato da pele ou mucosas com tais produtos e é conside rada 14 Questões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia uma forma de doença ocupacio nal. Tais subs- tâncias podem levar à erupção acneiforme, alterações hematológicas, metabólicas, neuro- lógicas, hepáticas e até ao óbito. A Cloracne é a acne induzida pelos compostos clorados em trabalhadores d a indústria química. Na acne dos pesticidas, trabalhado res rurais que mani- pulam agrotóxicos desencadeiam acne induzi- da pela dioxina, substância contida na maioria deles. Outros causadores de acne por contato, são: cosméticos à base de cremes gordurosos, fricção, calor, óleos ou graxas, lavagem excessi- va, entre outros. 03 Em relação à paracoccidioidomicose na infância, é CORRETO afirmar que o com- prometimento mais frequente, é: ® Linfonodal ].1 Hepatoesplénico © oral @Pulmonar Alternativa A: <ORRETA. A paracoccidioidomicose, forma subaguda (ou forma juvenil}, é a forma classicamente vista em indivíduos jovens, e caracteriza-se por acometimento de gânglios, baço, fígado e medula óssea, devido ao tropis- mo do fungo pelo sistema monofagocitico. Alternat iva 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: INCORRETA. A forma crônica (ou do adulto} representa mais de 90% d os casos de paracoccidioidomicose doença. Ocorre por reativação de foco endógeno latente e apre- senta progressão lenta e muitas vezes silencio- sa. Manifestações pulmonares estão presentes em 90% dos pacientes. Normalmente alO mete mais de um órgão, principalmente pulmões, mucosas e pele. Alternativa O: INCORRETA. Vide a lternativa C. 04 Na esporotricose associada à imunossu-pressão, é CORRETO afirmar que: ® O comprometimento sistêmico é excepcio- nal. ® O tropismo para o sistema ósteoa rticular é inexistente. ©As lesões de padrão úlceronecrótico são pre- dominantes. @ Os fungos estão ausentes ao exame anato- mopatológico. Alternativ~ A: INCORRETA. As formas extra cutâneas e cutâneo disseminadas são formas mais raras de manifestação da doença e, geralmente, aco- metem pacientes imunossuprimidos ou debili- tados. Alternativa 8: INCORRETA. Nas formas extracutâ- neas são acometidos, mais frequentemente, os sistemas ósteoarticula r, respiratório, mucosas, o lhos e ne rvoso. Entretanto qualquer órgão pode estar envolvido, com ou sem acometi- mento do estado geral. Alternativa C: CORRETA. A esporotricose é uma mi- cose profunda causada pelo Sporothrix schenc- kii, que pode ter seu acometimento restrito à pele e subcutâneo ou causar comprometimento sistémico, dependo da imunidade do hospedei- ro. As principais formas de manifestação clínica, são: cutânea localizada; cutânea linfática; cutâ- nea disseminada; extracutânea. As lesões associad as a pacientes imunossuprimi- dos são, em geral, mais d isseminadas, múltiplas, formando nódulos e lesões úlcero-verrucosas. Alternativa 0: INCORRETA. Na maioria dos casos as a lterações anatomopatológicas são inespecí- ficas, principalmente e m pacientes com baixa resposta imunológ ica, nos quais os g ranulomas são ra ros. Nas fo rm as mais delimitadas (cutâ- neo linfática e cutâneo localizada} é raro o en- contro d o agente no a natomopatológico; nos pacientes imunossuprimidos é mais frequente o isolamento na histologia, com figuras em cla- va ou "em charuto~ 05 Em relação à tinea capitis é correto afir-mar que: ® É associada a fômites quando causada pelo T. tonsurans. ® É causada por fungos fluorescentes à luz de Wood. © Há predominância de Trichophyton rubrum como agente ca usal. @' Há múltiplas lesões a lopécicas associadas ao Microsporum canis. Alternativa A: CORRETA. Tinea capitis é infecção causada por fungos dermatófitos dos gêneros Mfcraspc rum e Trichophyton. Costuma ser mais comum na infância e adolescência, e geralmen- te está associada a algum grau de imunossu- pressão quando presente em adultos. O Trichophyton tonsurans é uma espécie an- tropofnica, cuja transmissão se faz de pessoa a pessoa, por meio de objetos de uso pessoal (fômites). Alternativa 8: INCORRETA. A tinea capitis pode ser causada, principalmente, pelo Microsporum canis (ve rde palha à luz de Wood) e Trichophy- ton tonsurans, que não é fluorescente à luz de Wood. Alternativa C: INCORRETA. Nos quadros de tinea ca- pitis. pr~dommam como agentes causadores o Microsporum canis e o Trichophyton tonsurans. O Trichophyron rubrum é o agente causal mais comum de on1comicose. Alternativa 0: INCORRETA. A tinea capitis pode ser dividida de acordo com o grupo de fungos der- matófitos que a causam, sendo dois grupos: a tinha microspórica, causada geralmente por fungo zoofílico ou geofílico, caracterizada por lesão única no couro cabeludo; e a tinea trico- fítica, geralmente causada por fungos antro- pofílicos, caracterizada clinicamente por múl- tiplas lesões pequenas no couro cabeludo. Os gêneros de fungos dermatófitos causadores de tinea copitis são o Microsporum e Trichophyton. Fungos do gênero Microsporum são zoofílicos, causando, portanto, lesões alopécicas únicas, enquanto fungos do gênero Trichophyton são antropofílicos, podendo causar múltiplas le- sões. 06 Em relação à Tinea pedis, é correto afir-mar que: @ As formas crônicas, extensas, tipo •macas- sim~ são causadas prit:Jcipalmente pelo Epider- mophyton floccosum. ®A associação com onicomicose é fortuita. © As formas ag udas se associam principalmen- te à infecção pelo Trichophyton mentagrohytes. @ As espécies antropofílicas e geofílicas inci- dem por igual. Prova 2009 15 Alternativa A: INCORRETA. As formas clínicas da tinea pedis, são: intertriginosa, vésico-bolho- sa (aguda) e escamosa (crônica). Nas formas c rônicas o agente mais frequente é o Tricho- phyton Rubrum, que, por ser um fungo antro- pofílico, causa lesões menos intensas e mais duradouras. O T. Rubrum é o dermatófito mais frequente de tinea pedis, seguido de T. menta- groph:,-tes e, posteriormente, de E. floccosum. Alternativa 8: INCORRETA. Onicomicose frequente- mente é observada em pacientes portadores de tinea pedis escamosa. Alternativa C: CORRETA. As formas agudas, com ve- siculação e prurido, são causadas por fungos menos adaptados, que levam à resposta inten- sa do hospedeiro, principalmenteo T. menta- grophytes. Existem características específicas das espécies, que os tornam mais adaptados a d iversos ambientes. Microsporum acomete, mais frequentemente, pele e pelos, enquanto Epidermophyton é mais encontrado na pele e unhas e o Trichophyton tanto em pele, pelo e unha. O T. mentagrophytes var mentagro- phytes é um fungo zoof1lico, já o T. rubrum, T.. mentagrophytes var interdigitale e E. f/oc- cosum são antropofíl icos. Os fungos zoofíli- cos e geofílicos geralmente causam reações inflamatórias mais intensas, que podem se re· solver sozinhas, já os antropofílicos, por maior adaptação ao organismo humano, tendem a causar infecções mais leves e mais duradouras. Alternativa O: INCORRETA. As infecções por espécies antropofílicas são mais frequentes que as geo- fílicas e zoofílicas, uma vez que T. rubrum e E. floccosum somam a grande maioria dos casos. 07 Em relação à flora cutânea residente, as-sinale a afirmativa CORRETA: ® ~aquela presente exclusivamente no vestí- bulo nasal e na cicatriz umbilical. ® Há variações na composição conforme dife- rentes regiões anatômicas. © ~ composta em igual quantidade por Sto- phylococcus e Streptococcus. @~excepcional a presença do S. aureus noves- tíbulo nasal de adultos. 1 b uuestoes Lomentaoas o e Provas e Loncursos em uermatologta Alternativa A: INCORRETA. A flora cutânea residente é composta por bactérias estáveis que coloni- zam toda a pele humana normal. A flora cutâ- nea pode sofrer alterações pela presença de outras bactérias temporanamente, porém e la costuma retornar ao seu estado de equilíbrio quando não há uma real infecção. Alternativa 8: CORRETA. A colonização varia de acordo com cada área de pele, com predomínio de bactérias e concentrações bacterianas dife- rentes de acordo com umidade da pele, expo- sição, entre outros aspectos. Não encontramos bactérias residentes nos duetos das g lândulas sudoriparas ou sebáceas, sejam elas écrinas ou apócrinas. Alternativa C: INCORRETA. Bactérias do gênero Sta- phylococcus são as mais comuns, seguidas pelo S. hominis e S. epidermidis. Bactérias estrepto- cóccicas são encontradas em menor quantida- de que estafilocócicas. Alternativa O: INCORRETA. O Staphylococcus aureus não costuma fazer parte da flora residente, en- tretanto, pode ser encontrado vestíbulo nasal anterior de pacientes saudáveis. O 8 A eris_ipela. é considerada grave quando assoc1ada a: @Úlcera de estase. ® Localização p élvica. © Linfedema. @ Localização facial. Alternativa A: INCORRETA. úlceras são consideradas fatores pred:sponentes, por serem portas de entrada para bactérias. Alternativa 8: INCORRETA. A localização pélvica é infrequente na erisipela. Alternativa C: INCORRETA. Linfedema também é considerado um fator predisponente para eri- sipela. Alternativa O: CORRETA. A erisipela é uma doença causada por bactérias, principalmente por Es- treptococos beta-hemolítico do grupo A, mas também Estafilococos aureus, Haemophilus in- fluenza t ipo B, entre outras, atingindo derme e plexo linfático, principalmente em membros in- feriores e face. São considerados fatores predis- ponentes: dermatoses preexistentes, traumas, úlceras, alterações vasculares, intertrigo, entre outros. O quadro clínico é muito sugestivo, com placas eritematosas, edematosas, de bordas bem delimitadas, dolorosas, que podem evo- luir para forma bolhosa; em geral. se acompa- nham de febre e mal-estar geral. O tratamento é rea lizado com antibioticoterapia (penicilina, benzatina, cefalexina), repouso e, em casos graves, internação. Crianças e pacientes debili- tados devem ser internados e receberem anti- bioticoterapia endovenosa. O 9 A fasciíte necrosante resulta de infecção por: ~ Associação de Gram-positivos e negativos. ~· Gram-negativos. t Actinomiceto. ~ Clostridium perfringens. Alternativa A: CORRETA. A fasciíte necrotizante é uma infecção de tecidos profundos, atingindo fáscia muscular e tecido cutâneo, potencial- mente grave e com alta mortalidade se não diagnosticada e tratada rapidamente. Ocorre geralmente após traumatismos cutáneos, que facilitam a entrada de bactérias. ~dividida em dois grupos, de aco rdo com sua etiologia: tipo I (polimlcrobiana, com presença de bactérias Gram-positivas e Gram- negativas, geralmente em indivíduos após procedimento cirúrgico e mais comum em diabéticos); e tipo li (mais comum, causado por Streptococcus do grupo A, em pacientes jovens, hígidos e sem porta de entrada evidente). O quadro clínico apre- senta sinais semelhantes à celulite bacteriana, porém de maior intensidade e evolução rápi- da, com dor local intensa e desproporcional ao quadro clínico apresentado. A lesão evolui para tom mais acinzentado e o paciente pas- sa a apresentar sinais d e toxemia, surgimento d e bolhas e trombose local. O tratamento é o desbridamento cirúrgico imediato e anti- bioticoterapia de amplo espectro, reduzin- do morbimortalidade. Após estabilização e identificação do agente por meio de cultura, o tratamento com antibiótico deve ser orien- tado pelo antibiograma. Alternativa B: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa D: INCORRETA. Não se aplica. 1 O Em relação ao furúnculo, assinale a alter-nativa INCORRETA: ® O Stophylococus oureus é o agente causal. ® A ocorrência independe de fatores predispo- nentes. © O tratamento sistêmico deve ser realizado quando o halo de induração e inflamação for > ou = a 2cm. •]) O pico de incidência segue curso paralelo da acne vulgar. Alternativa A: CORRETA. O furúnculo é uma infec- ção bacteriana, principalmente por Staphylo- cocus aureus, que acomete o folículo piloso e se estende a lém de le, para a pele adjacente. Quando acomete vários folículos é chamado de carbúnculo. Alternativa 8: INCORRETA. Na maioria dos indiví- d uos adultos que apresentam a doença não se encontram fatores predisponentes, mas são relatados desnutrição, diabetes, infecção HIV, pacientes com alterações da imunidade, como predisponentes em alguns casos. Alternativa C: CORRETA. O quadro clínico se inicia com lesão nodular, e ritematosa, com dor e aumento de temperatura, com consequente flutuação, fistulização e drenagem de materia l purulento, evoluindo para crosta e resolução. Ocorre, mais frequentemente, em á reas p ilosas submetidas à trauma. O tratamento é realizado com medidas locais (evitar atrito, sabonetes an- tissépticos, compressas quentes), antibióticos tópicos (ácido fusídico, mupirocína) e, em ca- sos mais graves (região nasal e ouvidos, lesões grandes ou recorrentes, associados à celulite, não responsivas a tratamento local), antibióti- cos sistêmicos (oxacilina, cefalexina). Alternativa 0: CORRETA. O furúnculo é uma pato- logia mais prevalente a partir da puberdade, podendo ocorrer, mais raramente, na infância. 11 Prova 2009 17 Em relação à síndrome da pele escaldada estafilocócica, é correto afirmar que: ® A clivagem ocorre na porção média da ca- mada espinhosa. ® O impetigo bolhoso apresenta mecanismo patogênico distinto. © A pesquisa de S. oureus no fluido da bolha é negativa. @ A SPEE é varian\ e da Necrólise Epidérmica Tóxica. Alternativa A: INCORRETA. A síndrome d a pele es- caldada estafilocócica (5555), é causada pelas toxinas esfoliativas (A e B) produzidas pe lo 5. aureus. Essas toxinas agem contra a proteína desmogleína 1, presente nos desmossomos, pnncipa lmente entre a camada granulosa e espinhosa, onde, consequentemente, ocorre a clivagem. Alternativa 8: INCORRETA. O impetigo bolhoso é um subtipo do lmpetigo, infecção cutânea cau- sada por Stophylococcus aureus, cuja diferença pa ra o impetigo si mples está no fato de ocorrer clivagem na camad a granulosa, causada pe las toxinas esfoliativas A e B. O impetigobolhoso pode ser considerado uma forma localizada de SSSS, já que seu mecanismo patogênico é o mesmo. Alternativa C: CORRETA. Como o mecanismo de formação das bolhas é desencadeado pelas toxinas esfoliativas, a pesquisa de bactérias no fluido da bolha costuma ser negativa, a não ser que haja contaminação secundária. Alternativa 0: INCORRETA. A SSSS apresenta meca- nismo patogênico e efeito epidérmico com- pletamente d istinto da Necrólise Epidérmica Tóxica (NET). A NET geralmente é causada por medicações, sem envolver toxinas bacterianas, e apresenta necrose dos queratinócitos, cau- sando clivagem subepidérmíca, diferentemen- te da SSSS, cuja clivagem é na camada g ranu- losa. 12 Homem de 38 anos de idade apresenta pústulas foliculares e cicatrizes exuberan- tes associadas a áreas de alopécia e politriquia na região occipital posterior. O diagnóstico CORRETO seria foliculite: 18 Questões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia ® Dissecante. ® Decalvante. © Queloidiana. @ Em tufos. Alternativa A: INCORRETA. As foliculites são decor· rentes de inflamação da parede e óstio folicu la- res, com formação de pústula, por diversas etio- logias, podendo ser superficiais ou profundas. A foliculite dissecante é uma forma infrequente de foliculite, que acomete p rincipalmente ho- mens negros, adultos, de curso crônico e reci- divante. Está associada à patologias de oclu- são folicular e , juntamente com hidradenite supurativa, acne conglobata e cisto pilonidal, constituem a tétrade da oclusão folicular. O quadro clínico se inicia com foliculite, evoluin- do para nódulos confluentes, abscessos, fístu- las e, posteriormente, alopecia cicatricial. mais localizado em região occipital. O tratamento é difícil e pode ser tentado com isotre tinoina via ora l, antibióticos orais, prednisona, corticoide intralesional, entre outros. Alternativa 8: INCORRETA. A foliculite decalvante é uma forma de foliculite bacteriana, principal- mente por 5. aureus, que acomete homens e mulheres, levando a quadro crônico e recidi- vante de pústulas, placas eritematosas com ativação na periferia e cicatriz central, podendo gerar áreas cicatriciais com tufos. Pode acome- ter couro cabeludo, mas também membros inferiores {foliculite decalvante de Arnozan-Du- breuilh). barba (sicose lupoide) e região pubia- na. O tratamento também é difícil e se baseia em antibióticos sistêmicos, corticoide, isotreti- noina oral, dapsona, zinco, drenagem de lesões, radioterapia, laser CO, e transplante capilar. Alternativa C: CORRETA. A fol iculite queloidiana acomete, preferencialmente, região occipital e nuca, de pacientes negros, mais comum em homens. É uma doença crônica em que fatores locais, como atrito e traumatismo, predispõem o surgimento das lesões. Se manifesta tipica- mente por politriquia, com fusão de folículos, cercados de áreas de alopecia e cicatrizes hi- pertróficas, após lesões iniciais d e foliculite. Assim como as demais, também é de difícil tratamento, sendo opções: controle de fatores predisponentes, retirada de pelos encravados, cortlcoide tópico, antibioticoterapia sistêmica, assim como cirurgias e radiotera pia, em casos graves. Alternativa O: INCORRETA. A foliculite em tufos é considerada, por alguns autores, uma forma de folicu lite decalvante ou até queloidiana, na qual se encontram tufos de até 15 fios em meio à área de alopecia cicatricial. - - . --·------ ------ 1 13 Em relação ao salt split, é incorreto afir-mar que: (~'i No penfigoide bolhoso, anticorpos da classe lgG se depositam no teto epidérmico. '!i;) Na epide rmólise bolhosa adquirida, anticor- pos d a classe lgG são visua lizados no teto epi- dérmico. f No penfigoide gestacional. a deposição de anticorpos é visualizada ao longo do fragmento epidérmico. :l No penfigoide cicatricial, anticorpos lgG e/ ou lgA são detectados no teto epidérmico. • Alternativa A: CORRETA. O salt split skin é uma técni- ca de imunofluorescência indireta, cuja função é aumentar a detecção dos anticorpos anti-ZMB, presentes nas dermatoses bolhosas subepi- dérmicas. Para isso, utiliza-se pele de prepúcio humano normal, incubada em uma solução de NaCI a 1M a 4°C por 72h. Com a incubação, ocor- re separação da lâmina lúcida e, dependendo da dermatose bolhosa, os anticorpos podem estar situados no teto e/ou no assoalho da bolha. Os anticorpos do PB geralmente se localizam no teto epidérmico. Isto ocorre devido à localização dos antfgenos do PB, que estão presentes no he- midesmossomo (BP 230), o u na região da lâmina lúcida (BP 180 ou colágeno XVIIa). Alternativa 8: INCORRETA. Os autoanticorpos pre- sentes na epidermólise bolhosa adquirida {EBA) localizam-se no assoalho da clivagem, já que os autoanticorpos são dirigidos contra o colágeno VIl, presente na sublâmina densa. Alternativa C: CORRETA. O penfigoide gestacional apresenta anticorpos do tipo lgG ligados no teto da bolha (ou seja, no fragmento epidé rmi- co) no salt split skin. Já na imunofluorescência convencional, o anticorpo tipo lgG é visto em somente 25% dos casos, associado a C3 na zona da membrana basal. Alternativa O: CORRETA. No penfigoide cicatricial, o salt split pode demonstrar anticorpos lgG e/ou lgA, no lado epidérmico, que a imunofluores- cência comum pode não demonstrar. Entretan- to, o uso do salt split no penfigoide cicatricial não é o usual e não costuma aumentar a sensi- bilidade do diagnóstico. ---- -·--------- 14 Em relação aos pênfigos, assinale a res-posta INCORRETA: ® A taxa de mortalidade do pênfigo vulgar si- tua-se e ntre 5 a 10%. ® No pênfigo vulgar, os anticorpos se dirigem contra a desmog leína 3 e, e m 50% dos pacien- tes, também contra a desmogleína-1. ~ Nos pênfigos, a titulação dos autoanticorpos séricos é inversa mente proporcional à ativida- de da doença. @ No pênfigo foliáceo, os anticorpos se diri- gem contra a desmog leína-1. Alternativa A: CORRETA. Os pênfigos são doen- ças vésico-bolhosas crônicas, de etiologia au- toimune, com produção de anticorpos contra componentes da pele e mucosas (desmogleí- nas), levando à acantólise celular e formação de vesículas e bolhas. O tratamento, em geral, é realizado com corticoides sistêmicos, imu- nossupressores - ciclofosfamida, micofenola- to mofetil, azatioprina, imunoglobulina e bio- lógicos (Rituximab). A mortalidade por pênfigo vulgar era cerca de 60% a 90% no passado, quando ainda não se usava tratamento com corticoídes sístêmicos. Atualmente a taxa de mortalidade está por volta de 5%. Já o pênfigo foliáceo, apresentava taxas de mortalidade de cerca 60% a 70% e, atualmente, não ultrapassa 6%a 10%. Alternativa 8: CORRETA. No pênfigo vulgar o prin- cipal anticorpo lgG é d irecionado contra a des- mogleína 3, constituinte dos desmossomos, responsáveis pela adesão celular epidérmica, levando caracteristicamente à doença mucosa. Em muitos pacientes podem ser detectados an- ticorpos lgG anti-desmogleina 1, associados à doença cutâneo-mucosa. Alternativa C: INCORRETA. Nos pênfigos, a titulação de autoanticorpos (JgG) séricos é diretamente Prova 2009 19 proporcional à atividade da doença, sendo que pacientes com doença clinicamente ativa cos- tumam apresentar altos níveis de anticorpos. Em casos de remissão da doença clínica os ní- veis de anticorpos podem ser negativos. Alternativa 0: CORRETA. No pênfigo foliáceo os an- ticorpos lgG são direcionados à desmogleina 1, sendo responsáveis por acantólise com forma- ção de bolha superficial apenas na pele, sem acometer mucosa. 15 Um homem de 30 anos apresenta quadro clínico de faringite e recebe tratamento com ampicilina. Após 3 dias, surge erupção eri- tematosa com pequenas pústulas superpostas, inicialmente na face e regiões intertriginosas e, em seguida,disseminando-se para o dorso e membros inferiores. Sua temperatura é de 39°( e sua contagem de neutrófilos é de 7xl 03/ml. O exame anatomopatológico de uma das lesões revela pústulas intraepidérmicas com edema na derme superficial e um infiltrado perivascu- lar de eosinófilos. Em relação ao quad ro descri- to, o diagnóstico CORRETO seria: ® Pustulose exantemática aguda generalizada. @ Dermatose neutrofílica febril aguda não su- purativa. © Psoríase pustulosa. @ Foliculite eosinofílica. Alternativa k CORRETA. A pustulose exantemáti- ca aguda generalizada é uma dermatose rara, aguda e causada em 90% dos casos por reação às drogas, principalmente antibióticos (beta lactâmicos e macrolídeos). Sua instalação é rá- pida e geralmente associada à febre e história de uso de medicamentos, geralmente iniciados dentro de 48 horas antes do início. O quadro clínico caracteriza-se por surgimento abrupto de eritema, de desenvolvimento crânio caudal, com evolução para pústulas sobre o eritema, pequenas e não foliculares. Pode ocorrer poli- morfismo de lesões. Seu exame anátomo-pa- tológico é definido por pústulas subcórneas ou intradérmicas, edema da papila dérmica, infil- trado perivascular de neutrófilos, eosinófilos e pode ocorrer vasculite leucocitoclástica. Necro- se focal de queratinócitos pode ser visualizada, 20 Questões lamentadas de Provas e loncursos em Uermatologia o que sugere farmacodermia. O tratamento consiste em suspensão do medicamento sus- peito, sintomáticos e corticoides quando n e- cessário. O prognóstico é bom, com resolução em cerca de duas semanas. Alternativa B: INCORRETA. A dermatose neutrofílica febril aguda, ou Síndrome de Sweet, é uma der- matose neutrofílica incomum, mais presente em mulheres na faixa dos 50 anos, geralmen- te após IV AS. Pode estar também associada às malignidades hematológicas, tumores sólidos de mama e gastrointestinais, HIV, doença infla- matória intestinal, entre outros. Caracteriza-se por placas eritêmato-violáceas, infiltradas prin- cipalmente nas extremidades dos membros superiores, face e pescoço, associadas à febre, cefaleia, mialgia e artralgias. O tratamento é fei· to com corticoides, com melhora sign ificativa e rápida após a introdução. Alternativa C: INCORRETA. A psoríase pustulosa ge- neralizada ou pustulose de Von Zumbusch é uma forma de psoríase de aparecimento súbito e generalizado, e relacionada geralmente à in· terrupção de corticoide sistémico em paciente com psoríase, hipocalcemia e infecção. A hís- topatología pode apresentar espongio se leve, paraceratose e a presença de pústulas espon- gíformes de Kogoj, que são cavidades intraepi- dérmicas com acúmulo de neutrófilos. Alternativa D: INCORRETA. A foliculite eosinoftlica é caracterizada por lesões pustulosas foliculares, pruriginosas e recorrentes, presentes na face, couro cabeludo, pescoço e tórax. Apresenta a forma clássica, chamada Doença de Ofuji, a for- ma relacionada ao HIV, e a forma infantiL 16 Em relação à tuberculose cutânea, assina-le a afirmativa INCORRETA: ® O lúpus vulgar é produto da disseminação linfática do bacilo no hospedeiro com baixa res- posta imune. @ A inoculação exógena do bacilo causa o cancro tuberculoso e a tuberculose verrucosa cutânea. © As formas mais frequentes são o lúpus vul- gar e o escrofuloderma causadas por dissemi- nação endógena. @ O lúpus vulgar é raro nos trópicos; nestes predominam o escrofuloderma e lesões verru- cosas. _, ____ ,., f) Alternativa A: INCORRETA. O lúpus vulgar é uma forma de tuberculose que acomete áreas ex- postas, principalmente face, de curso crônico, em indivíduos previamente sensibilizados à tuberculose e com alta resposta imune {PPD positivo). Em geral, os pacientes possuem tu- berculose extracutânea e há uma disseminação hematogénica, linfática ou por contiguidade, atingindo a pele e dando origem a tais lesões. Alternativa B: CORRETA. São causados por inocula- ção exógena do agente o cancro tuberculoso, a forma verrucosa cutânea e a tuberculose in- duzida pela BCG. No cancro tuberculoso o pa- ciente nunca havia sido infectado pelo bacilo {PPD negativo), já na forma verrucosa os paci- entes já haviam tido contato prévio e sensibili- zação (PPD positivo). Alternativa C: CORRETA. O escrofuloderma se apre- senta como nódulos e fístulas que drenam ma- terial caseoso e purulento pela pele, principal- mente na região cervical. Os pacientes, em geral, apresentam positividade no PPD. O escrofulo- derma é a forma de tuberculose cutânea mais frequente em nosso meio (países em desenvol- vimento). Juntamente com o lúpus vulgar, inco- mum, são as duas formas mais encontradas en- tre as endógenas (periorificial. gomosa e miliar). Alternativa D: CORRETA. A tuberculose vulgar é rara nos trópicos, mas é a forma mais comum de tu- berculose na Europa. A tuberculose verrucosa é a forma mais comum de tuberculose exógena, já o escrofuloderma ainda é a forma de tubercu- lose cutânea mais frequente em países como o Brasil e fndia. 17 Em ~ela7ão às tubercúlides, assinale a afir-mativa Incorreta: ® A infecção por M. tubercu/osis pode ser res- ponsável d ireta ou indiretamente, sendo a PCR positiva ou negativa, respectivamente, em amostras cutâneas. ® As drogas empregadas para o tto d e tuber- culose são ineficazes nas tubercúlides e a invo- lução espontânea é a regra. © O emprego da PCR tem permitido revelar DNA de M. tuberculosis em amostras de lesões de Eritema lndurado de Bazin/vasculite nodular e em tubercúlide pápulo-necrótica. @ A sarcoidose embora não seja considerada tubercúlide, pode resulta r de reação imunoló- gica a antígenos micobacterianos. Alternativa A: CORRETA. A definição de tubercúli- des, proposta por Darier em 1846, consiste em reações de hípersensibilidade ao M. tuberculo- sis ou a algum fragmento específico da mico- bactéria, sem a sua presença na lesão cutânea. Nesses casos, o bacilo íntegro não é visualizado na biópsia e a cultura geralmente é negativa; entretanto análises de PCR encontraram o DNA do M. tuberculosis em tubercúlides papulo-ne- cróticas e eritema indurado de Bazin (77% dos casos). mas ainda não foi identificada na forma de líquen escrofulosorum. Alternativa 8: INCORRETA. As tubercúlides, por se tratarem de reações de hipersensibilidade ao M. tuberculosís em pacientes com imunidade presente (ou seja, houve contato do paciente com o bacilo), devem ser tratadas. O tratamen- to recomendado pelo Ministério da Saúde é o esquema tríplice (rifampicina, isoniazida, pirazi- namida), o mesmo utilizado para o tratamento de outras formas de tuberculose. Alternativa C: CORRETA. Vide alternativa A. Alternativa 0: CORRETA. A sa rcoidose é uma doen- ça granulomatosa, de etiologia desconhecida, com intensa proliferação de células T helper (Thl). com consequente desenvolvimento de uma resposta granulomatosa não caseo- sa. Por conta dessa proliferação local de Thl, consequentemente a resposta celular fica re- duzida, como pode-se notar com a falha na sensibilização ao DCNB. Acredita-se q ue essa reação de células Thl ocorra em ind ivíduos geneticamente predispostos em contato com antígenos sensibilizantes, entre eles o M. tu- berculosis, Propionilbacterium acnes, Borre/ia burgdorferi, Corynebacterium, Mycoplasma spp., espiroquetas, vírus, entre outros. 18 Em relação à urticária, assinale a alterna-tiva INCORRETA: ® A urticária pode estar associada à mono- nucleo~e infecciosa (Epstein Barr vírus), assim como ser pródromo da hepatite B. Prova 2009 21 ®Infecções virais e estreptocócicas são causas comuns da urticária crônica no adulto. © A associação entre doença tireoidiana e ur- ticária crônica é amplamente relatada, embora os mecanismos envolvidos a inda não sejam claros. @ A associação da urticária aolúpus eritema- toso pode ser indicativa da disfunção imune da doença de base. Alternativa A: CORRETA. A urticária se caracteriza pela ocorrência de lesões eritematoedemato- sas, súbitas, que podem ser primárias ou as- sociadas a doenças. Podem apresentar diver- sos mecanismos etiopatogênicos, entre eles, dependentes de lgE, por hipersensibilidade tipo 11, 11 1 o u IV e não imunes. Dentre as urticá- rias agudas (período menor que 6 semanas), as principais causas são: idiopáticas, infecções virais (vias aéreas superiores), drogas (antibió- ticos, laxativos, AAS, A INEs, morfina), alimentos (frutos do mar, castanhas, frutas, condimentos, entre outros), hemoderivados, contrastes, para- si toses e picadas de abelha e vespas. A hepatite B pode ser uma causa de urticária aguda e crô- nica. Na urticária vasculite é citada associação, numa p arcela pequena dos pacientes, com LES, Sindrome de Sjogren, hepatite B ou C, doença de Lyme ou mononucleose infecciosa. Alternativa B: INCORRETA. As urticárias crônicas (período maior que 6 semanas) podem ser de- sencadeadas pelos mesmos fatores das agudas, mas, em sua maioria, são de causa autoimune, ídiopática e física. Outras causas implicadas são pseudoalergênica, infecção e vasculite. Devem ser pesquisa das doenças sistêmicas associadas: doenças genéticas, doenças autoimunes (cola- genoses, crioglobulinemia), vasculites (Wege- ner, Churg-Strauss, Takayasu), doenças hemato- lógicas (policitemia vera), entre outras causas. Alternativa C: CORRETA. Estudos demonstram uma associação entre urticária crônica e antico rpos antiperoxidase e antitireoglobulina, nos quais até 20% dos pacientes com urticária crônica re- fratária tinham tais anticorpos aumentados. Tal correlação sugere alterações no sistema imune, no qual autoanticorpos antireoidianos estariam associados à etiopatogenia da urticária crônica. Alternativa 0: CORRETA. Nos pacientes com u r- ticária vasculite são observados anticorpos 22 Q\lestões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia (anticolágeno C1 q) formadores de imunocom- plexos circulantes; tais anticorpos também fo- ram descritos em pacientes com lúpus eritema- toso sistêmico. A detecção dos mesmos autoanticorpos em ambas, assim como os casos de associação das duas doenças no mesmo paciente, podem ser indicativos da disfunção imune na urticária. 19 Em relação aos efeitos dérmicos da cor-ticoterapia tópica prolongada, é correto afirmar que há: ®Aumento da substância fundamental. ® Aumento da síntese de e lastina. ©Diminuição da síntese do colágeno. @ Diminuição da melanogênese. Alternativa A: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: CORRETA. Os corticoides tópicos re- duzem o me tabolismo e atividade celular da epiderme, causando atrofia epidérmica. Cau- sam também redução da síntese de grânulos de querato-hialina, colágeno, entre outras mo- léculas essenciais. Na derme, há reabsorção de mucopolissacarídeos, que promove a atrofia dérmica. Consequentemente, o tecido de sus- tentação vascular fica comprometido, C!Jusan- do ruptura vascular a mínimos traumas, como equimoses e púrpuras. Alternativa D: INCORRETA. O uso de corticoides pode causar inibição da função de melanóci- tos, o que leva à hipopigmentaçáo localizada; entretanto esse efeito é observado em pacien- tes que fazem uso de corticoides oclusivos ou injetáveis crônicamente. 20 Em relação ao tratamento da rosácea te-langiectásica, é CORRETO afirmar que o aparelho que apresenta maior eficácia é o laser de: ® Dióxido de carbono. ® Nd: Yag Q-switched. © Rubi Q-switched. @ Corante pulsado. Alternativa A: INCORRETA. O laser de C0 2 é um laser frac ionado ablativo, com alta eficácia no trata- mento do rejuvenescimento, cicatrizes, estrias, e uma cicatrização mais rápida, devido à tecno- logia fracionada. , Alternativa B: INCORRETA. 6s aparelhos com a tec- nologia Q-switched, Rubi Q-switched e NO: YAG Q-switched são muito utilizados atualmente em lesões com pigmento e melanina, sendo as melhores opções para remoção de tatuagens, com baixo risco de efeitos colaterais. Alternativa C: INCORRETA. Vide alternativa B. Alternativa 0: CORRETA. O tratamento das lesões vasculares com lasers são d irecionados à oxi- ·hemcglobina, que se encontra dentro dos va- sos a suem tratados. O lasc:::r de cc rante luz pulsada é a p rime ira op- ção para o tratamento das lesões vasculares por terem ótimos resultados e serem seguros. Também são opções para tais lesões: NO: YAG de 532 e 1 064nm, laser de titanyl fosfato de po- tássio (KTP) e luz intensa pulsada (LIP). O KTP tem vantagem em relação ao corante pulsado, para lesões telangiectásicas na face, pois causa menos e ritema e púrpura após a aplicação, mas necessita de mais sessões para o resultado. LIP também apresenta bons resultados em telan- giectasias na face. 21 O uso ~e acitretin~ .e~tá contrai~dicado em pac1entes psonatlcos com nsco au- mentado de: ® Hiperlipidemia. ® Osteo-artrose. © Urolitíase. @ Arritmias. Alternativa A: CORRETA. A acitretina é um medica- mento da classe dos retinoides, cuja ação é in- tranuclear. Após a entrada na célula, há ligação com as enzimas CRABP-1 e CRABP-11 e conversão para ácido retinoico, que se liga aos receptores nucleares RXR e RAR, agindo na diferenciação celular, oncogênese, apoptose e diferenciação de citoqueratinas. A acitretina é utilizada na psoríase, pitiríase rubra p ilar, doença de Darier, ceratodermias e ictioses. t teratogênica, sendo contraindicada em gestantes. Contraindica- çôes absolutas: gravidez, lactação, inadaptação a métodos contraceptivos, hipe rsensibilidade a parabenos. Relativas: leucopenia, hipotireoidis- mo, disfunção renal, hipertrigliceridemia e /ou hipercolesterolemia, bem como hepatopatias. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. 22 Numere a COLUNA 11 de acordo com a COLUNA I, associando as drogas usadas no tratamento sistêmico da acne com seus efei· tos colaterais mais frequentes: COLUNA I 1. MmocKiina 2. Clindamicina 3. Estrad1ol 4. Dapsona COlUNA li () Anem1a hemolítica. () Tromboembolismo. () Colite pseudomembranosa. () Pigmentação de mucosas. () Pigmentação ungueal. @ (1)(2)(3)(4)(1) ® (4) (3) (2) (1) (1) © {1) {3) {2) {4) (4) © (4) (2) (3) {1) (2) Prova 2009 23 FAN); queixas gastrointestinais; hepatotoxicida- de; exantema, Síndrome de Stevens-Johnson, entre outras. {2). A clindamicina é um antibiótico utilizado na dermatologia, tanto na acne, como em infec- ções cutâneas (pele e subcutâneo). infecções do folículo piloso, hidradenite supurativa, in- fecções de tecidos profundos (fasci íte necroti· zante). A colite pseudomembranas é um efeito colateral muito temido e pode acometer até 1 0% dos pacientes; outros efeitos descritos são: queixas gastrointestinais, alterações hepáticas, rash cutâneo, anafilaxia, eritema polimorfo e até Síndrome de Stevens-Johnson. (3). Hormônios masculinos convertidos pela 5alfa redutase, aparentemente, agem na pele estimulando a secreção sebácea, com aumento da acne. O uso de anticoncepcionais hormo- nais com estradiol, associado a progestagenios de efe ito antiandrogênico, têm efeito de me- lhora da acne. O uso de estradiol está associa- do à trombose, aumento do risco de câncer de mama e ovário, entre outros. (4). A dapsona apresenta-se como opção no tra· tamento de diversas doenças dermatológicas, entre elas na hanseníase, malária e doenças inflamatórias (dermatite herpetiforme, eritema elevatum diutinum, pustulose subcórnea, Sín- drome de Sweet, psoríase pustulosa, doenças bolhosas, entre outras). Entre os efeitos colate - rais da dapsona, a hemólise é um dosmais te- midos, podendo ocasionar metemoglobinemia e necrose tubular aguda. Outros também cita- dos, são: síndrome sulfônica, eritema pigmen- tar fixo, eritema polimorfo, eritema nodoso, fotossensibilidade, eritrodermia, colestase he- pática, queixas neurológicas, gastrointestinais e hematológicas. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. 0 e Alternativa D: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa A: INCORRETA.Não se aplica. Alternativa 8: CORRETA. (1). As tetraciclinas, entre elas a minociclina, são drogas muito utilizadas na acne, pois além do efeito antibiótico, tam- bém apresentam efeito anti-inflamatório, útil nas lesões inflamadas. São efeitos cola terais da minociclina: pigmentação negro-azulada em unhas, mucosas {esclera) e cicatrizes; pigmen- tação definitiva em dentes e ossos, se usadas em crianças pequenas, grávidas ou lactantes; indução de doença autoimune (produção de 22 A pitiríase rubra pilar afeta ambos os se-xos e todas as raças. Em relação às suas características, assinale a afirmativa incorreta: ®O prurido de moderado a grave ou sensação de queimação são comumente observados. ® A sua etiologia permanece desconhecida, embora d isfunção da vitamina A tenha sido sugerida. 24 Uuestões lamentadas de Provas e loncursos em Dermatologia © O tipo I (adulto clássico) de Griffiths e Gon- záles-Lopez corresponde a mais de 50% dos casos. @ Tipo 111 (juvenil clássico) frequentemente se inicia no primeiro ou segundo anos de vida, as- semelhando-se ao tipo r. Alternativa A: INCORRETA. Clinicamente, a pitiríase rubra pilar inicia-se com pápulas eritematosas folicula res, que coalescem e formam placas eri- témato-descamativas, eritematosas de colora- ção salmão e com ilhotas de pele sã. O prurido geralmente é intermitente e discreto. Além das lesões cutâneas, há associação de queratoder- mia palmo-plantar, de coloração amarelada, e pápulas foliculares com espículas córneas no dorso da l'e 2• falanges dos dedos. Alternativa 8: CORRETA. A pitiríase rubra pilar apre- senta duas formas, familiar e esporádica. A forma familiar apresenta-se relacionada a dis- túrbio de queratinização e é herança de trans- missão autossõmica dominante, enquanto a etiologia da forma esporádica é desconhecida, podendo estar relacionada a trauma e infecção grave. Ainda sem estudos confirmatórios, há estudos relacionando melhora da PRP com a suplementação de vitamina A. Alternativa C: CORRETA. A PRP é dividida em 5 subtipos: tipo I ou clássica do adulto (55% dos casos, com resolução espontânea em 60 a 80% dos casos em 3 anos), tipo 11 ou atípica do adulto (5% dos casos, com áreas eczematosas, com queratodermia palmoplantar, descama- ção ictiosiforme e alopecia, com curso crônico e duração de até 20 anos), tipo 111 ou forma clás- sica da infância (1 0% dos casos, de início nos primeiros anos de vida, com remissão após um ou dois anos e de quadro clínico semelhante à clássica do adulto), tipo IV ou atípica da infância (25% dos casos, surge no período pré-puberal, com placas bem delimitadas, plugs foliculares e queratodermia palmoplantar), e tipo V (5% dos casos, in f cio na infância, forma atípica, com tendência à cronificação). Além dos 5 subtipos, existe uma forma de PRP re lacionada ao HIV, cujo quadro clínico é semelhante ao tipo I, po- rém mais exuberante. Alternativa D: CORRETA. Vide alternativa C. 23 Analise as seguintes afirmativas sobre reações adversas a drogas e assinale a alternativa correta: ® As erupções morbiliformes geralmente não se repetem com a reexposição. ® As erupções exantemáticas constituem o tipo clínico mais comum. © O tronco e as extremidades são poupados com freqüência relativamente alta. @ O comprometimento inicial da face, com posterior migração para o tronco, é a regra. Alternativa A: INCORRETA. Apesar de não ocorrer na totalidade dos casos, pacientes podem apresentar novamente erupções exanremá- ticas quando reexpostos à mesma droga. As principais drogas relacionadas às reações exan- temáticas medicamentosas, são: penicilinas, fenilbutazona, sulfonamidas, fenitoína, car- bamazepina, gentamicina, entre outras. Alternativa 8: CORRETA. As erupções exantemáti- cas maculopapulares são o tipo clínico mais co- mum de reações cutâneas a drogas, surgindo por volta da segunda semana após a exposição, secundária a qualquer droga utilizada. Alternativa C: INCORRETA. O quadro clínico se mani- festa por rash maculopapuloso, morbiriforme, escarlatiforme ou rubeoliforme, que acomete, principalmente, tronco e membros, mas tam- bém áreas inte rtriginosas e palmoplantares, podendo generalizar. As lesões podem evoluir para eritrodermia es- foliativa, caso a droga seja mantida, ou se resol- verem com descamação fina. O quadro cutâneo pode ser associado a febre, prurido, queimação e eosinofilia. Alternativa D: INCORRETA. O acometimento da face não é frequente, e é umas das características que auxilia na diferenciação no rash medica- mentoso e do rash viral. Esse último, em geral, se inicia na face e, poste- riormente, generaliza, podendo estar associado a sintomas sistémicos como febre, adenomega- lia e conjuntivite. 24 Um paciente com diagnóstico de esclero-se tuberosa e arritmia cardíaca fez uso de fenobarbital e amlodarona há cinco semanas. Foi internado com eritrodermia esfoliativa, acompa- nhada de febre, edema facial com pápulas, lin- fonodomegalia, hepatomegalia com alterações das provas de funçâo hepática e hemograma com eosinotilia e linfócitos atípicos. Em relação ao caso descrito, o diagnóstico correto seria: ® Psoríase eritrodérmica. @ Mononucleose infecciosa. © Lu pus eritematoso sistêmico. @ Síndrome DRESS. Alternativa A: INCORRETA. As principais causas de eritrodermia em adultos, são: psoríase, derma- tite atópica, reação a drogas, id iopática, linfa- ma cutâneo de células T (Síndrome de Sézary), pitiríase rubra pilar, paraneoplasia, dermatite actínica crônica, entre outras causas. A eritro- d ermia da psoríase fornece como pistas, comu- mente, o acometimento ungueal, lesões pso- riasiformes em placas, pústulas subcórneas e a face pode ser poupada, além de, na anamnese, a possibilidade de retirada de drogas como me- totrexato e corticoides orais. Alternativa B: INCORRETA. A mononucleose infec- ciosa é uma infecção vira! causada pelo vírus Epstein-Ba rr, mais comuns em adolescentes e adultos jovens, caracterizada por febre, farin- gite e linfadenopatia, podendo ocorrer esple- nomegalia. Há anorexia, náuseas, vômitos e artralgias. O exantema pode ser morbiliforme, urticariforme, escarlatiniforme e podem ocor- rer vesículas. O curso da doença é autolimitado. Alternativa C: INCORRETA. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune de comprometimento sistêmico. Pode apresentar acometimento cutâneo em alguns casos, com lesões bolhosas principalmente em á reas fo- toexpostas (LE bolhoso, relacio nado Drug Reac- tion with Eosínofilia and Sistemic Simptomsa LE sistêmico), assim como lesões circinadas, pso- riasiformes (LE subagudo, risco de LES de 50%) e lesões em placas cicatriciais eritematosas em áreas fotoexpostas (LE crônico, 5% de risco de LES). Além disso, o LES apresenta, em seus critérios d iagnósticos, sinais cutâneos: úlceras orais, fotossensibilidade, lesão discoide típica e e ritema ma!ar persistente. Eritrodermia esfo- liativa não é semiologia cutânea classicamente associada com LES. rrova LUU~ L) Alternativa D: CORRETA. A Síndrome DRESS (Drug Reaction with Eosinofilia and Sistemic Simptoms) é uma reação de hipe rsensibilidade a medi- camentos, provavelmente por alterações no metabolismo de a lgu ns medicamentos, como sulfonamidas e anticonvulsivantes (como o fenobarbital). Rara, ocorre geralmente entre a segunda e a sexta semana de início, comfeb re e erupção cutânea, geralmente morbiliforme, edematosa, de desenvolvimento :Crânio-cau- dal. Há linfonodomegalia, eosinotilia e pode ocorrer e levação das enzimas hepáticas. O AP evidencia um infiltrado linfocítico na derme superficial, com a presença de eosinófilos e edema na derme. O tratamento e primeira li- nha envolve a suspensão da droga e uso de corticoides sistêmicos, com melhora progres- siva dentro de duas a quatro semanas. Causas medicamentosas mais comuns: fenobarbital, carbamazepina, lamotrigina, fenitoína, alopuri- nol, sais de ouro, entre outros. Critérios diagnósticos DRESS: erupção cutânea relacionada à introdução de medicamento; anormalidades hematológicas (eosinofilia > 1500/mm1 ou linfocitose atípica); envolvimen- to sistêmico (adenopatia > 2cm de d iâmetro, hepatite, nefrite interst1cial. pneumonia inters- t icial ou cardite). 25 Um homem de 38 anos com SIDA apre-senta vários nódulos eritematosos pedi- culados com escamas aderentes na superfície e com aspecto semelhante ao de granulomas piogênicos. O tratamento mais adequado para esse caso seria: ® Eritromicina o ral. @ Crioterapia com nitrogênio líquido. © Excisão com eletrodessecação. @ Cefalospori:1a oral. Alternativa A: CORRETA. A angiomatose bacilar é uma doença bacteriana causada pela Barto- ne{/a hensP.Iae ou B. quintana, que acomete, em geral, pacientes HIV positivos com CD4 menor que 200 células/mm ou pacientes imunossu- p rimidos, após contato com gatos contamina- dos ou condições de baixa higien~ (piolhos). As manifestações podem ser cutâneas, mais 26 Questões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia frequentemente, ou podem acometer qualquer outro órgão, entre eles ossos, fígado e baço. Na pele, as lesões mais típicas se apresentam como pápulas, eritematosas, vascularizadas, friáveis, únicas ou múltiplas, q ue fazem diagnóstico di- ferencial com granulo ma piogênico, associados ou não a queixas sistêm icas. Também pode se manifestar como nódulos dolorosos no sub- cutâneo. O tratamento deve ser realizado com eritromicina oral, como primeira escolha; mas em casos com resposta inadequada, pode-se associar criote rapia, eletrodissecção ou cureta- gem. Alternativa B: INCORRETA. Vide alternativa A. Alternat iva C: INCORRETA. Vide alternativa A. Alternativa 0: INCORRETA. A cefalosporina não tem eficácia no tratamento. Outros antibióticos que podem ser usados, como segunda escolha, são tetraciclinas, Bactrim, claritromicina, ciprofloxa- cino, entre outros. 26 Grávida com 20 anos de idade desenvol-ve um quadro clínico de tenossinovite no punho esquerdo, mia lgia, febre intermitente e lesões dolorosas pouco numerosas nas mãos e pés. São pápulas e pústulas, uma delas é bolha hemorrágica. A cultura do líquido sinovial foi negativa. Diante desse quadro, pode-se afi rmar que o agente etiológico envolvido, é: ® Neisseria gonorreheae. ® Treponema pallidum. © Staphylococcus aureus. @Salmonela typhi. 6!lAU -oE: tiJ1'!COt.:DA"t:>€ Alternativa A: CORRETA. O Neisseria gonorreheae pode causar infecção gonocóccica dissemina- da. É re lativamente ra ra e mais comum na mu- lher durante pe ríod o m enstrual o u gestação. Há febre súbita aco mpanhada de artra lgia de mãos e pés, além d e lesões nas extremidades, que podem ser manchas eritematosas, purpú- ricas e evoluírem para pústulas e necrose local. Pode evoluir com artrite séptica. O gonococo é isolado no líquido sinovial em apenas 50% dos casos, bem como a hemocultura. Se não trata- da, pode evoluir com artrite incapacitante. Alternativa B: INCORRETA. O secunda rismo d a sífilis, causado pelo Treponema pallidum, é caracterizado por sinais cutâneos como a ro- séola sifilítica, o colarete de Biet, alopecia em clareira. Sistemicamente, pode haver espleno- megalia, cefaleia e vômitos intermitentes. A febre costuma surgir somente associada a qua- dros de meningite. Alternativa C: INCORRETA. A síndrome da pele es- caldada estafilocôcica (5555) l>ode ocorrer em pacientes adultos jovens, geralmente se há insuficiência renal ou uso de medicações que alterem a função renal, como os AINES. Entre- tanto, o quadro clínico é semelhante à SSSS da infância, com febre e eritema com evolução para erupção bolhosa tensa, associado a pró- dramas como febre baix<~ e faringite. A ltem~tiva 0: INCORRETA. 5. tiphy pode causa r e rupções exantemáticas em 30% dos casos de infecção pela bactéria. com pá pulas rosadas de até Smm de diâmetro dispersas no tronco, que surgem em surtos, com evolução para cicatri- zação em 3 a 5 dias, associados aos sintomas gastrointestinais. 27 Um homem de 25 anos relata ter iniciado com múltipla~ lesões ulceradas e dolo- rosas no pênis, com fundo purulento e bordas sem infiltração, oito dias após contato sexual desprogetido. Considerando a conduta mais adequada ao caso descrito, assinale a alterna- t iva CORRETA. ®Ad otar conduta expectante. ®Pesquisar treponemas em campo escuro. © Instituir tratamento com vancomicina. @ Pesquisar corpúsculos de Donovan. • Alternativa A: INCORRETA. Diante de um quadro de úlcera genital, o paciente deve ser invest igado e tratado prontamente. Cond uta expectante não deve ser adotada. No caso d o can cro duro (sífilis), por exemplo, a lesão cutânea não t ra- tad a involui, mas a doença evolui pa ra formas secundârias/terciárias (graves). Alternativa B: CORRETA. Segundo o Manual de DST do Ministério da Saúde (MS), pacientes com úlceras genitais há menos de 4 semanas, sem lesões vesiculosas, devem ser tratados junta- mente para sífilis e cancro mole, recebendo penicilina G benzatina (2, 4 milhões UI, dose unica, IM) e Azitromicina (1 g, dose unica, VO) I Ciprofloxacino (500 mg 12112h por 3 dias, VO) I Eritromicina {00 mg 616hs por 7 dias, VO) I Ceftriaxona (250 mg, dose unica, IM). O exame de pesquis<! de trepone:na em campo escuro, caso positivo, possibilitaria o diagnóstico da sí- filis, mas não evolui cancro mole concomitante, sendo por isso a recomendação do MS de tratar as duas doenças. O cancro mole é uma doença bacteriana agu- da, causada pelo Haemophilus ducreyi, levando a diversas ulceras autoinoculáveis, dolorosas, moles, de fundo sujo, 4 a 7 dias após contato desprotegido. O cancro duro, lesão carecterísti- ca da sífilis primária, é causada pelo Treponema polfidum, surgindo, geralmente, três semanas após o contato desprotegido. A úlcera, em ge- ral, é única, 1ndolor, consistência endurecida, acompanhada de adenomegalia assintomática, que remire espontaneamente após quatro se- manas do surgimento. Em casos não tratados a doença evolue sistemicamente para estágios mais avançados. O cancro misto de Rollet é re- sultante da coinfecção de cancro duro e cancro mole, apresentando características comuns a ambos. Alternativa (: INCORRETA. A Vancomicina não é uma medicação utllízada no tratamento de úl- ceras genitais. Alternativa D: INCORRETA. A Donovanose, ou gra- nuloma inguinal, é uma doença crônica, se- xualmente transmissível, causada pe la Calyma- tobacterium granulomatis, que leva à formação de úlceras grandes e indolores. O diag nóstico se dá pelo encontro d e corpúsculos de Dono- van dentro de hlstiócltos, no exame anatomo- patológico de biópsia da lesão; esse ultimo é indicado em úlceras genitais acima de quatro semanas de evolução. Atualmente a doxiciclina é considerada a droga de escolha pelo MS. 28 Triquilemomás estão associados a uma genodermatose que apresenta a seguin- te característica: @ Alta incidência de câncer de mama em mu- lheres. ® Herança autossômlca recessiva. © Recessiva ligada ao X. @ Alta incidência de poli pose intestinal benig- na. Prova 1009 27 Alternativa A: CORRETA. Triquilemomas são tu- mores benignos de células da bainha externa do fo lículo piloso.Clinicamente, são pápulas ú nicas ou múltiplas, normocrômicas, even- tualmente hiperpigmentadas. Sua superficie pode ser queratósica. Localizam-se preferen- cialmente na face (região centrofacial). Sua his- topatologia apre.senta proliferação de células basaloides, epiderme com hiperplasia verruco- sa e hipergranulose. O t ratamento é corrPção cirúrgica com fins estéticos. Os triquilemomas múltiplos podem ser encontrados em pacien- tes com a doença de Cowden, de transmissão autossómica dominante, devido a uma muta- ção no gene PTEN 1. Pacientes com doença de Cowden apresentam maior predisposição à ocorrência de tumores malignos, principalmen- te de mama. As lesões cutâneas mais comuns são os triquilemomas múltiplos faciais, papila- mas orais e queratose acral. Há risco aumenta- do de ad enomas de tireoide. Poli pose intestinal é um achado relatado nesses pacientes, porém menos frequente. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa D: INCORRETA. Não se aplica. 29 "Uma garra segurando uma bola~ des-creve os achados histopatológicos vistos no líq uen: ® Plano. @ Estriado. © Aureus. @ Nítido. Alternativa A: INCORRETA. São achados encontra- dos no líquen plano: hiperqueratose compacta, hipergranulose em cunha, acantose irregular com cristas em "dente de serra~ liquefação da camada basal. infiltrado linfocitário em faixa na derme {liquenoide), incontinência da melanina, corpúsculos coloides. No exame de imunofluo- rescência direta, na maioria dos pacientes, são en contrados lgG na junção dermoepidérmica. O exame anatomopatológico do líquen plano é b em característico. 28 Qu~tões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia Alternativa 8: INCORRETA. O líquen estriado, geral- mente, apresenta no exame histopatológico: paraqueratose focal, acantose, espong iose, linfócitos perivasculares, liquenoides ou p eri- foliculares. Alternativa C: INCORRETA. Exame histopatológico semelhante ao da púrpura pigmentosa crônica, com tnOamação mais liquenoide; em geral, com epi~erme normal, extravasamento de hemá- cia$, edema vascular e linfócitos perivasculares. Alternativa D: CORRETA. O líquen nítido apresenta atrofia epidérmica, com ou sem paraqueratose, corr. linfócitos aglomerados na derme papilar, de fo rma anular, cercados pelos cones epidér- micos (colarete). Esse aspecto da bola de linfó- citos rodeados pelos cones ep id érmicos dá um aspecto conhecido como "uma garra seguran- do uma bola: Também podem estar presentes células gigantes multinucleadas e liquefação focal da camada basal. -------· ------- 30 A administração da toxina botulínica deve ser evitada nos pacientes que esti- verem fazendo uso de: @ Aminas vasoativas. ® Antidrepressivos tricíclicos. © Diuréticos tiazídicos. @ Aminoglicosfdeos. Alternativa A: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa D: CORRETA. Algumas contraindicaçôes ao uso da toxina botulínica: doenças psiquiá- tricas, hipersensibilidade, infecção no local da aplicação, doenças neuromusculares, imunes- supressão, colagenoses, tratamento concomi- tante com: aminoglicosídeos (pode potenciali- zar os efeitos da toxina botulínica), polimixinas, tetraciclinas, lincosaminas, penicilaminas, ci- closporinas, antagonistas do canal de cálcio, anestésicos locais ou anticolinérgicos. 31 Analise as seguintes afirmativas relacio-nadas a um quadro de pelagra em início de tratamento. Assinale a alternativa CORRETA: @ Melhora clínica é observada após duas se- manas. ® Di arreia e alterações mucosas são os últimos sinais a regredir. © Sintom as neurológicos p ode m não regredir totalmente. @ Niacina deve ser empregada por via paren- teral em todos os casos. Grau de d ificuldade: intemediário Alternativa A: INCORRETA. A melhora cl ínica se in i- cia rap id amente após o inicio da administração oral de acido nicotinico. As queixas mentais se resolvem nas primeiras 24 a 48 horas, já as quei- xas cutâneas podem demorar até q uatro sema- nas para desaparecerem. Alternativa B: INCORRETA. Nos principais livros e ar- tigos de referênoa não é citado sobre a regres- são de sintomas Intestinais e mucosas. Alternativa C: CORRETA. A pelagra é uma dermatose nutricional causadil pela deficiência de vitami- na B3, niacina; pede ser secundária à ba ixa in- gestão de proteínas animais, vegetais verdes e frutas, assim como pacientes alcoólatras, usuá- rios de drogas, doenças com baixa absorção intestinal. O quadro clínico se caracteriza pela ocorrência de lesões cutâneas eritematopruri- ginosas, que evoluem pa ra lesões edematosas, podendo formar bolhas e crostas, posterior- mente descamativas, hiperpigmentadas e com fissuras. Acometem, tipicamente, áreas fotoe- xpostas, sendo bem del im itadas. Também po- dem se associar a lesões labiais, genitais e em língua. Alterações gastrointestinais, como glos- sodínea, inapetência e diarre ia, são associadas às lesões cutâneas, assim como as alterações neuropsiquiátricas, como d epressão, irritabili- dade, perda de memória, polineuropatia, atro- fia de nervo óptico e até mielinólise pontina. O tratamento é realizado com reposição d e ácido nicotfnico via oral. Alternativa D: INCORRETA. O tratamento na maioria dos casos é rea lizado por via oral. A via parente- ralé reservada apenas para casos graves. 32 Criança de dezoito meses apresenta pele seca e e ritema, púrpura e hipe:rpig- mentaçâo nas áreas de fraldas e de saliências ósseas além de cabelos com "sinal da b andei- ra~ Essa criança provavelmente também apre- senta: ® Facies simiesca. @ Edema. © Fotofobia. @ Hiperplasia gengiva!. Alternativa A: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa 8: CORRETA. O kwashiorkoré um quadro d e desnutrição proteica, que pode vir ou não acompanhado de desnutrição calórica. Surge geralmente em crianças a partir dos seis me- ses, quando a amamentação por leite materno geralmente é reduzida e, consequentemente, a oferta proteica é menor. Quadro mais comum em países com baixo nível de desenvolvimento. O quadro clínico varia de descamação e xerose cutânea a quadros mais graves, de aspecto pe- lagroide, com eritema, púrpura, pigmentação, comuns nas áreas de fraldas e saliências ósseas. Devido à hipoalbuminemia, pode haver edema nas extremidades. Outro achado comum é o "sinal da bandeira~ representado por alterações na coloração dos cabelos em faixas, sendo as áreas mais claras correspondentes aos perío- dos de desnutrição, e as áreas mais escuras relacionadas aos períodos de melhor nutrição d o paciente. Associado ao quadro cutâneo, ob- serva-se apatia, anorexia, irritabilidade, retardo de crescimento, alterações psicomotoras, infec- ções frequentes, hipoalburninemia, edema ge- neralizado, diarreia e hepatomegalia. Alternativa C: INCORRETA. Não se aplica. Alternativa D: INCORRETA. Não se aplica. 33 Criança de dois anos de idade, com pele e cabelos claros e olhos azuis, apresenta retardo mental e alterações neurológicas com hiperreflexia e convulsões. O quadro dermato- lógico é de e rupção eczematosa tipo eczema atópico. O d iagnóstico será confirmado pela pesquisa d e: ® Ácido homogentísico na urina. ® Aminoácidos do grupo monoaminoca rboxil na urina. © Tirosina, metionina ou succinilacetona no sangue. @ Fenilalanina no sangue ou urina. - •• rru•a LvvJ 1.:1 Alternativa A: INCORRETA. A positividade de ácido homogentísico na urina é o achado laboratorial d iagnóstico da afcaptonúria. Também chama- da de ocronose endógena, é uma doença se- cundária ao acúmulo do ácid o homogentísico no organismo. A suspeita cllnica decorre da presença de escurecimento da urina e do suor, em crianças, assim como o steoartrite e acome- timentode outros órgãos, em adultos. Tai~ al- terações decorrem da deposição da substância nos órgãos (olhos, ouvidos, pele cor azul acin- zentada, sistemas geniturinário, cardiovascular e musculoesq uelético). Alternativa 8: INCORRETA. A detecção de aminoáci- dos do grupo monoaminocarboxil na urina leva ao diagnóstico da doença de Hartnup. ~ uma desordem autossómica reces~IVa, que leva à deficiência na produção de niacina - vitamina 83, com quadro clínico cutâneo semelhante à pe lagra e a a lterações neurológicas. Alternativa C: INCORRETA. O acúmulo de tirosina, metionina ou succinilacetona no sangue, pode ser detectado no screening neonatal deTirosine- mia 1, doença do metabo lismo da tirosina, que leva a problemas hepáticos, re:nais e alteração do desenvolvimento, nas crianças acometidas. Alternativa 0: CORRETA. A fenilcetonúria é uma doença autossõmica recessiva, que decorre do acúmulo de fenilalan ina não convertida a tirosina, por deficiência da enzima fenilalani- na hidroxilase. A doença se desenvolve aind a nos primeiros meses de vida, e o diagnóstico se dá pela detecção de fenilalanina no sangue e urina. Entre as ca racterísticas clínicas estão o clareamento de cabelos e pelos (devido a uma redução da produção da melanina), retardo do desenvolvimento neuropsicomotor (efeito tóxi- co da fenilalanina no SNC), pele seca com ecze- ma e distúrbios neuropsiquiátricos. O tratamento consiste em dieta sem fenilalani- na e reposição de tirosina. 34 Das a lternativas abaixo, indique a situa-ção em que a estomatite angular NÃO é característica clínica: ® Escorbuto. ®8eriberi. © Deficiência de 86. @ Pelagra . 30 Questões Comentadas de Provas e Concursos em Dermatologia , " Alternativa A: CORRETA. O escorbuto é causado pela deficiência de vitamina C. cujas alterações clíni- cas são: e ri tema, edema e pontos hemorrágicos na mucosa oral, além de hipertrofia gengiva!. Na pele há petéquias foliculares, equimoses, edema nos membros inferiores, hiperquerato- se follcular. Podem ocorrer equimoses, febre, anemia, letargia, dificuldade de cicatrização de feridas. Sistemicamente pode ocorrer fraqueza muscular, dores nos membros inferiores, pseu- doparalisia e fraturas. Alternativa 8: INCORRETA. O beriberi é causado pela deficiência de vitamina Bl (tiamina), cujos sin- tomas são astenia, apatia, anorexia, constipa- ção intestinal, sinais de insuficiência cardíaca e polineuroparia sensitiva periférica progressiva. As alterações cutâneas comumente encontra- das são dermatite seborreica, queratodermia palmoplantar com fissuras, onicosquizia, glos- site, glossodínea e estomatite angular. Alternativa C: INCORRETA. A deficiência de vitamina 86 (pi ridoxina) causa anemia, llnfopenia e eo- sinofilia; anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza muscular; neuropatia periférica, tonturas, con- vulsões; quadro de dermatite seborreica-símile na face, glossite, estomatite angular e queilose; conjuntivite e intertrigo. Alternativa D: INCORRETA. A pelag ra é a desordem nutricional causada pela deficiência de vitamina 83 ou niacina. A clínica caracteriza-se por erup- ção cutânea com fotossensibilldade, eritema vivo nas áreas fotoexpostas, evoluindo com cor violácea, bolhas, hiperpigmentação e atrofia da pele. Nas mucosas, ocorre estomatite angular, edema doloroso da mucosa bucal, lesões peri- neais, com fissuras dolorosas. Surgem alterações nas mucosas gástricas e intestinal, levando à diarreia e, consequentemente, à instalação de má absorção. Doença conhecida como a tríade dos 3D: dermatite, diarreia e demência. 35 O desencadeamento da partiria cutânea tardia pode ser devido às condições rela- cionadas abaixo, EXCETO: @Anticoncepcionais orais ou reposição de es- trógenos. ® Hiperandrogenismo ou te rapêutica andro- gênica. © Hemocromatose e alcoolismo. © Hepatite C e infecção pelo HIV. Alternativa A: CORRETA. A partiria cutâr· ea tardia é uma doença, hereditária ou adqufrida, cau- sada por deficiência da uroporfobilinogênio decarboxilase, constituinte de todos os tecidos, principalmente hemácias e fibroblastos. Clini- camente o paciente se man1festa com lesões eritematosas, podendo evoluir com bolhas, principalmente em face, pescoço, dorso de mãos (areas fotoexpostas). Podem t voluir com lesões cicatriciais, miliuns, hiperpigmentação e hipopigmentação mosqueteada, associado à fragilidade cutânea. Tambtm são descritas hipertricose facial característica, assim como lesões cutâneas escleroderm1fo rmes. O d iag- nóstico se dá pelo aumento de uroporfirinas e cropoportirinas urinárias. 1socoproporfirinas fecais, assim como anatomopatolôgico e imu- nofluorescência direta compativei ~ . São drogas descritas como desencadeantes da doença: contraceptivos hormonais orais (principalmen- te estrogênios), barbitúricos, hexaclorobenze- no, derivados fenólicos, feno l hidrazina, andré- genes, metotrexate, griseofulvina, quinidina, colchicina e ferro. O tratamento consiste em suspender ingestão de álcool e drogas relacio- nadas, fotoproteção, hidroxicloroquina em bai- xas doses e, em alguns casos, sangrias. Alternativa 8: INCORRETA. Apesar da associação mais frequente e típica ser com estrógenos, autores citam andrógenos em raríssimos casos. Alternativa D: CORRETA. O álcool é um dos princi- pais desencadeantes, já a hemocromatose tem sido relatada em associação com a doença. Diá- lise em pacientes com insuficiência renal crôni- ca também é citada como desencadeante. Alternativa D: CORRETA. Infecção pelos vírus da he- patite C e HIV podem ser desencadeantes da doença. 36 Nos diagnósticos diferenciais das ma-nifestações dermatológicas da gota, podem ser consideradas as condições abaixo, EXCETO: ® Calcinose. ® Nódulo reumático. © Disidrose. ~Xantoma. Alternativa A: CORRETA. Os quadros de calcinose cutânea ocorrem devido à deposição de com- ponentes insolúveis de cálcio na pele, devido a condições sistémicas ou locais. Forma-se, en- tão, nódulos subcutâneos endurecidos sem al- terações da pele suprajacente, podendo ou não ocorrer ulceração. Causas: colagenoses, panicu- lites, doenças genéticas, tumores benignos ou malignos, processos infecciosos (como parasi- tas), entre outros. Diagnóstico diferencia l: tofo gotoso, granuloma anular profundo. xantomas profundos. Alternativa 8: CORRETA. O nódulo reumatoide é a manifestação extra-articular mais comum da artrite reumatoide, geralmente nos pacientes com artrite soropositiva severa. São mais co- muns na superfície extensora dos antebraços, cotovelos, joelhos e dedos das mãos. Carac- terizado po r nódulo profundo endurecido, cujo AP apresenta reação histiocitária em pa- liçada em torno de material fibrinoide amor- fo. Diagnóstico diferencial: granuloma anular profundo, tofo gotoso, calcinose, xantomas profundos. Alternativa C: INCORRETA. A disidrose é um tipo de eczema vesicular palmoplantar, caracterizado por surtos de vesfculas palmoplantares, sem fa- tores etiológicos bem estabelecidos, mas rela- cionadas a estresse. Pode ocorrer descamação das mãos nas áreas acometidas. O diagnósti- co diferencial é fe ito com eczema de contato, eczema atópico das mãos, infecções fúngicas, psoríase palmoplantar, entre outros. Alternativa D: CORRETA. Os xantomas tendinosos apresentam-se como nódulos subcutâneos, de pele normal su.prajacente, firmes, princi- palmente nas áreas extensoras de articula- ções. Causados pela deposição de ésteres de colesterol na superfície dos tendões, podem ser encontrados em p-acientes com desordens metabólicas. Diagnóstico diferencial: nódulo reumatoide, tofo gotoso, granuloma anular profundo, tendinite e bursite. Prova 2009 31 37 Na dermatopatia diabética, as lesões: ® Ocorrem mais comumente em mulheres. ®Predominam em áreas de dobras. <S' Evoluem com
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