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TJPR - prova cometanda MEGE

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2 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
O presente material foi preparado pela Equipe Mege imediatamente após a 
divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-PR. O intuito é auxiliar nossos 
alunos e seguidores na elaboração de recursos e possibilitar também a revisão de temas 
cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de versão preliminar elaborada 
com as finalidades informadas e concluída por nosso time específico para 1ª fase de 
magistratura estadual, sem maiores pretensões de aprofundamento e trabalho editorial 
neste momento de apoio. 
Nas questões que identificamos como antecipadas consideramos apenas o 
conteúdo da turma de reta final TJ-PR, não sendo listadas nesta abordagem, diante do 
curto tempo (com foco maior em ajudar na via recursal e análise de maior ou menor 
chance de aprovação), as produções das Turmas Regulares e Extensivas de Magistratura 
Estadual (que visam um edital completo de magistratura) e Mege Informativos. 
Agradecemos os comentários de reconhecimento pelo trabalho elaborado 
recebidos de nossos alunos em redes sociais, e-mails e mensagens na área do aluno. De 
fato, novamente, foi cumprido o compromisso de revisão e treinamento no formato 
apresentado pela prova oficial. Temos certeza que será, como sempre, uma invasão de 
megeanos na segunda fase (com corte estimado em 78 pontos, sem as anulações). 
Guardem esta informação! 
Identificamos nas fundamentações as questões que entendemos passíveis de 
anulação (destaque para 9 situações: 34, 37, 40, 43, 44, 45, 47, 49, 61 e 91). Com isso, o 
candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um aumento em sua nota final. Em 
nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) questões 
anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir 
como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. 
Aos alunos do TJ-PR (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os 
conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será 
importante nos próximos desafios. Como perceberam, o estudo em sprint final foi 
revertido em pontos decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é 
possível evoluir mesmo em menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de 
conferência de pontuação com os devidos apontamentos! O respeito ao concurseiro 
demanda transparência de informações - um de nossos valores em cada atuação. 
Nenhuma efetividade seria possível sem o apoio irrestrito de nosso corpo 
docente, que no TJ-PR, entre materiais, simulados, videoaulas e aulão de véspera, foi 
representado, com a devida especialização de atividades, pelos queridos mestres: 
Rafael Maia, Arnaldo Bruno Oliveira, Flávia Martins, Guilherme Andrade, Beatriz 
Fonteles, Edison Burlamaqui, Vanessa Pereira, Rafhael Nepomuceno, Raul Cabús, Jean 
Vilbert, Bruno Pinto, Edison Burlamaqui, Bárbara Saraiva, Vinícius Reis, Ronald 
Medeiros, Michael, Augusto Cezar, Domingos, Silvério Mota, Clarissa e Juliana. 
 
 
3 
Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª 
fase TJ-PR, onde contaremos com videoaulas, provas autorais e focadas no estilo 
esperado para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, 
preparação verticalizada em Humanística com o professor Rosângelo Miranda e 
coordenação geral do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de 
certames para magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora 
Juspodivm), que será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos nas 
nossas correções de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na 
manutenção da liderança de aprovações também na 2ª fase. Turma com vagas 
limitadas! 
Inscrições, com preço promocional de lançamento, em: 
 www.mege.com.br/cursomege. 
 
Bons estudos! 
Atenciosamente, 
Equipe Mege. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
SUMÁRIO 
 
BLOCO I ............................................................................................................................. 5 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 5 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 14 
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 25 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 31 
BLOCO II .......................................................................................................................... 35 
DIREITO PENAL ............................................................................................................ 35 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 42 
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 50 
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 56 
JUIZADOS ESPECIAIS ................................................................................................... 60 
CÓDIGO DE NORMAS DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA DO PARANÁ E CÓDIGO 
DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ ........................ 63 
BLOCO III ......................................................................................................................... 68 
DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................... 68 
DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 73 
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 78 
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
BLOCO I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1. Para ajudar a custear o tratamento médico de seu filho, José resolveu vender seu 
próprio automóvel. Em razão da necessidade e da urgência, José estipulou, para a venda, 
o montante de 35 mil reais, embora o valor real de mercado do veículo fosse de 65 mil 
reais. Ao ver o anúncio, Fernando ofereceu 32 mil reais pelo automóvel, José aceitou o 
valor oferecido por Fernando e formalizou o negócio jurídico de venda. Conforme o 
Código Civil, essa situação configura hipótese de: 
 
(A) dolo, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos; 
(B) lesão, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos. 
(C) dolo, sendo o negócio jurídico anulável; 
(D) lesão, sendo o negócio jurídico anulável. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Como visto, não se trata de dolo e sim de lesão; 
 
(B) Incorreta. Como vimos, nos termos do art. 171, II, CC, trata-se de negócio jurídico 
anulável 
 
(C) Incorreta, pois o dolo o dolo é o artifício malicioso de que é vítima uma das partes, 
fazendo com que celebre negócio prejudicial: a vítima do dolo incorre em um erro 
provocado pela outra parte ou por terceiro. Enquanto o erro é fortuito, o dolo é 
provocado, pois há intenção manifesta de prejudicar. Por outro lado, na lesão, temos a 
manifesta desproporção entre as prestações do negócio, impondo a uma das partes 
prestação excessiva, em virtude da sua necessidade ou sua inexperiência, justamente 
como é o caso da questão; 
 
(D) Correta. Pela previsão do art. 157, c/c art. 171, II, ambos do Código Civil, estamos 
diante de vício no negócio jurídico decorrente da lesão, tendo em vista que, no caso, 
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obrigou a prestaçãomanifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, tornando, assim, 
anulável o negócio jurídico. 
 
 
 
6 
2. De acordo com o Código Civil, nas consignações em pagamento, o ato de depósito 
efetuado pelo devedor faz cessar: 
 
(A) os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito 
não mais pode ser levantado pelo devedor; 
(B) os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a declaração de aceitação do 
credor 
(C) os riscos e os juros da dívida podendo o devedor requerer o levantamento do 
depósito mesmo após a aceitação do credor; 
(D) os juros da dívida e impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até 
que seja aceito ou impugnado pelo credor. 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada na rodada 04 (Direito Civil) da turma de reta final TJ-PR. 
 
Por se tratar de quatro assertivas que tratam, apenas, de trocar algumas palavras e 
expressões trazidas pelo Código Civil, importante fazer a leitura dos dispositivos legais 
que tratam desta questão, podendo-se extrair a resposta a partir da leitura dos arts. 337 
e 338, ambos do Código Civil e este último através de uma leitura a contrario sensu, 
como vemos: 
 
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se 
efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado 
improcedente. 
 
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, 
poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e 
subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito. 
 
3. Eduardo, na qualidade de pai registral, ajuizou ação de anulação de registro de 
nascimento, tendo como fundamento um exame de DNA comprobatório de ausência de 
vínculo genético entre ele e o filho registrado. Nessa situação hipotética, à luz do 
entendimento jurisprudencial do STJ, o magistrado deverá: 
 
(A) considerar irrelevante o resultado do exame de DNA, uma vez que o registro de 
nascimento, após formalizado, não é passível de anulação; 
(B) reconhecer como nulo de pleno direito o registro de nascimento; 
(C) exigir, além do exame de DNA, prova robusta de que Eduardo fora induzido a erro 
ou coagido a registrar o filho de outrem como seu; 
 
 
7 
(D) considerar suficiente a comprovação da ausência de vinculo genético entre Eduardo 
e o filho registrado e declarar a anulação do registro de nascimento. 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi expressamente abordada no aulão de véspera em Curitiba/PR. 
 
Nos termos do Informativo 604 do STJ, não basta a prova da ausência de vínculo 
biológico para fins de processamento da ação negatória de paternidade, devendo estar 
demonstrada a ocorrência, também, de vício no consentimento do pai registral: 
 
A relativização da coisa julgada estabelecida em ação de investigação de paternidade 
– em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir 
as partes – não se aplica às hipóteses em que o reconhecimento do vínculo se deu, 
exclusivamente, pela recusa do investigado ou seus herdeiros em comparecer ao 
laboratório para a coleta do material biológico. Na origem, trata-se de demanda 
negatória de paternidade por meio da qual as autoras pretendem valer-se da 
relativização da coisa julgada material formada em anterior ação investigativa, na qual, 
com base em provas testemunhais, reconheceu-se o vínculo familiar entre a recorrida e 
o pai das autoras (recorrentes no especial). No que diz respeito à pretensa relativização 
da coisa julgada, cabe destacar que esta Corte Superior de Justiça, em sintonia com a 
orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal no RE n. 363.889-DF, Rel. Min. Dias 
Toffolli, julgado em 2/6/2011, tem admitido a tese nas ações investigatórias ou 
contestatórias de paternidade julgadas sem amparo em prova genética. No entanto, o 
cabimento dessa excepcional orientação, no sentido da relativização da coisa julgada 
estabelecida em ações de investigação de paternidade em que não foi possível 
determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência 
da não realização do exame de DNA, estava inscrito em um peculiar contexto em que a 
impossibilidade de realização do exame decorria da ausência de condições da parte de 
adimpli-lo e, ainda, da negativa de o Estado fazê-lo, ou seja, por circunstâncias 
notadamente alheais à vontade das partes. A orientação, assim, não pode ter aplicação 
quando a não realização da prova pericial na demanda investigatória anterior deveu-se, 
exclusivamente, à recusa de uma das partes em comparecer ao laboratório para a coleta 
de material biológico – no caso, a recusa dos herdeiros, entre eles as recorrentes 
(herdeiras do de cujus que teve a paternidade reconhecida). Nesse cenário, não só é 
viável como é plenamente escorreito o julgamento da ação investigatória com base nas 
provas testemunhais colhidas, aplicada, em conjunto, à presunção juris tantum de 
paternidade, nos termos do enunciado da Súmula n. 301/STJ, bem como em observância 
ao art. 2º-A, parágrafo único, da Lei n. 8.560/92, não havendo como superar-se ou 
relativizar-se a coisa julgada material que qualificara a sentença de procedência da 
 
 
8 
referida demanda de investigação de paternidade ajuizada pela recorrida contra o pai 
das recorrentes. Ora, negando-se, a recorrente, a produzir a prova que traria certeza à 
controvérsia estabelecida nos autos da anterior ação de investigação de paternidade, 
não pode, agora, utilizar-se, maliciosamente, da ausência da referida prova como 
fundamento para a propositura de ação negatória de paternidade e, com isso, buscar 
ver alterada a decisão que lhe fora desfavorável, sob pena de incorrer em violação da 
boa-fé objetiva. Diante da inaplicabilidade da conclusão a que o STF chegara quando do 
julgamento, com repercussão geral reconhecida, do RE 363.889-DF à presente 
controvérsia, deve-se manter a extinção da demanda negatória de paternidade com 
fundamento na coisa julgada formada na anterior ação investigatória. 
REsp 1.562.239-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 
9/5/2017, DJe 16/5/2017. 
4. Fábio e Eliana foram casados e tiveram um filho chamado Enzo. Após terem se 
divorciado, foi determinado judicialmente que ambos teriam a guarda do menino. 
Alguns meses após a separação, durante uma discussão por questões financeiras, Fábio 
chamou Eliana de prostituta, por ela estar em um novo relacionamento, e a agrediu, 
causando-lhe lesão corporal de natureza grave. À luz do Código Civil, é correto afirmar 
que Fábio: 
 
(A) poderá perder o poder familiar de Enzo somente se comprovado que ele agrediu 
também o menino 
(B) não poderá perder o poder familiar de Enzo, somente a sua guarda 
(C) não poderá perder nem o poder familiar de Enzo, nem a sua guarda 
(D) poderá perder o poder familiar de Enzo por decisão judicial. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi expressamente abordada no aulão de véspera em Curitiba/PR. 
 
Mais uma vez, estamos diante de uma questão que traz uma grande similitude entre 
todas as assertivas, que limitam-se a trocar algumas palavras ou expressões por outras, 
mas sempre mantendo a análise do mesmo dispositivo legal para a sua fundamentação 
e para encontrarmos a resposta correta. No presente caso, estamos diante da previsão 
do art. 1.635, V, c/c art. 1.638, parágrafo único, I, “a”, ambos do Código Civil, alterado 
recentemente pela Lei 13.715, de 2018. Pela redação dos dispositivos citados, é causa 
de perda do poder familiar a agressão (lesão corporal de natureza grave) contra outra 
pessoa igualmente titular do poder familiar. Vamos à leitura dos dispositivos legais: 
 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
 
 
9 
I - pela morte dos pais ou do filho; 
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; 
III - pela maioridade;IV - pela adoção; 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. 
 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
I - castigar imoderadamente o filho; 
II - deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. 
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei 
nº 13.509, de 2017) 
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: (Incluído 
pela Lei nº 13.715, de 2018) 
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (Incluído pela 
Lei nº 13.715, de 2018) 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, 
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 
2018) 
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; (Incluído 
pela Lei nº 13.715, de 2018) 
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 
2018) 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, 
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 
2018) 
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à 
pena de reclusão. (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) 
 
5. Júlia e Leandro casaram-se no regime obrigatório de separação de bens. Enquanto 
estavam casados, Leandro recebeu um terreno a título de doação, e, alguns meses 
depois, ele faleceu. Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que, à 
luz do entendimento jurisprudencial, para fins de partilha, os bens adquiridos na 
constância do casamento: 
 
(A) comunicam-se entre Júlia e Leandro, desde que comprovado o esforço comum para 
a sua aquisição 
(B) não se comunicam entre Júlia e Leandro, exceto o terreno doado 
 
 
10 
(C) não se comunicam entre Júlia e Leandro, ainda que seja comprovado o esforço 
comum para sua aquisição 
(A) comunicam-se entre Júlia e Leandro, inclusive o terreno doado. 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
O assunto foi abordado na rodada 10 (Direito Civil) da turma de reta final TJ-PR e no 
aulão de véspera em Curitiba/PR. 
 
Trata-se de mudança na posição do STJ, que passou a entender, até mesmo de forma 
mais esmiuçada à Súmula 377 do STF, que somente os bens onerosamente adquiridos 
na constância do casamento por ambas as partes é que se comunicam, quando casados 
pelo regime da separação obrigatória ou legal de bens, sob pena de desvirtuamento 
deste regime de bens. 
 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do 
casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. No entanto, a 
adoção da compreensão de que o esforço comum deve ser presumido (por ser a regra) 
conduz à ineficácia do regime da separação obrigatória (ou legal) de bens, pois, para 
afastar a presunção, deverá o interessado fazer prova negativa, comprovar que o ex-
cônjuge ou ex-companheiro em nada contribuiu para a aquisição onerosa de 
determinado bem, conquanto tenha sido a coisa adquirida na constância da união. Por 
sua vez, o entendimento de que a comunhão dos bens adquiridos pode ocorrer, desde 
que comprovado o esforço comum, parece mais consentânea com o sistema legal de 
regime de bens do casamento, recentemente adotado no Código Civil de 2002, pois 
prestigia a eficácia do regime de separação legal de bens. Caberá ao interessado 
comprovar que teve efetiva e relevante (ainda que não financeira) participação no 
esforço para aquisição onerosa de determinado bem a ser partilhado com a dissolução 
da união (prova positiva). EREsp 1.623.858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), por unanimidade, julgado em 
23/05/2018, DJe 30/05/2018. 
 
6. Com relação aos efeitos da posse: 
 
(A) o possuidor de boa-fé responde, em regra, pela perda ou deterioração da coisa, 
independentemente de lhe ter ou não dado causa; 
(B) o possuidor de má-fé responde pela perda e deterioração da coisa, ainda que 
acidentais, salvo se comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no 
exercício da posse 
 
 
11 
(C) o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa somente se 
comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse 
(A) o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, salvo se 
acidentais. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada na rodada 07 (Direito Civil) da turma de reta final TJ-PR. 
 
A resposta para esta questão pode ser extraída, diretamente, da leitura do art. 1.218 do 
Código Civil, que refere, expressamente, que o possuidor de má-fé responde pela perda, 
ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. No caso da presente questão, 
devemos observar que a assertiva de que “salvo se comprovar que elas ocorreriam 
mesmo que ele não estivesse no exercício da posse” equivale ao texto legal, ou seja, tem 
correspondência à exceção de que ele não responde se provar que, de igual modo, 
teriam ocorrido a perda ou deterioração da coisa, se estivessem na posse do 
reivindicante (ou seja, que não estariam na posse do possuidor de má-fé). 
 
7. Uma empresa contratou uma transportadora para a prestação de serviço de 
transporte de carga altamente valiosa. A transportadora, por sua vez, não contratou 
seguro contra perdas e danos que poderiam ser causados à carga transportada, embora 
o contrato firmado pela transportadora tivesse estipulado a obrigatoriedade de seguro 
com tal cobertura. A carga era transportada em trajeto conhecido e em horário com 
intenso tráfego, quando o veículo que a transportada foi interceptado por assaltantes à 
mão armada, que roubaram toda a carga. Em decorrência desse fato, a empresa 
contratante ajuizou ação de reparação de danos em desfavor da transportadora. À luz 
do entendimento jurisprudencial, nessa situação hipotética: 
 
(A) há responsabilidade civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela 
não adotou medidas razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro; 
(B) não há responsabilidade civil da transportadora, pois, ao ter realizado o transporte 
em trajeto conhecido e em horário com intenso tráfego, adotou medidas razoáveis de 
cautela; 
(C) há responsabilidade civil da transportadora, sendo suficiente para sua configuração 
a previsibilidade abstrata de risco de roubo da carga transportada; 
(D) não há responsabilidade civil da transportadora, pois o roubo à mão armada 
constitui motivo de força maior. 
RESPOSTA: A 
 
 
12 
COMENTÁRIOS 
 
Nos termos da recente jurisprudência do STJ, a depender do contrato de transporte, 
especialmente em decorrência do alto valor da carga, seria imposto à empresa 
contratada a obrigação de adotar outras cautelas além de realizar o transporte por uma 
rota em horário movimentado – providência que, em circunstâncias diversas, poderia 
ser suficiente para afastar a responsabilidade da transportadora diante do roubo. 
Dentre essas cautelas, destacou o Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, relator do 
Recurso Especial, que referiu que havia evidente previsibilidade do risco de roubo de 
mercadorias na realização do contrato de transporte de carga, tanto é assim que havia 
a obrigatoriedade na realização do contrato de seguro. E havia, também, evitabilidade, 
se não do roubo em si, mas de seus efeitos, especialmente a atenuação dos prejuízos 
causados, caso o seguro tivesse sido contratado. 
 
Segundo o Ministro, as cautelas que razoavelmente se poderiam esperarno caso, mas 
que não foram tomadas pela transportadora, incluíam a realização de seguro pelo valor 
total da carga (ou parcelamento da carga até o limite da apólice durante a rota) e a 
comunicação à cliente e à seguradora sobre a subcontratação, a fim de que fosse 
avaliado eventual agravamento do risco, além da comunicação da rota à seguradora 
para eventual utilização do rastreamento do veículo. 
 
Sendo assim, nos termos do julgamento do REsp 1.676.764 – RS, há responsabilidade 
civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela não adotou medidas 
razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro, o que torna certa a 
assertiva “A”. 
 
8. Na venda de coisa móvel com reserva de domínio, a transferência da propriedade ao 
comprador ocorre: 
 
(A) a qualquer tempo, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de 
quando esta lhe for entregue; 
(B) a qualquer tempo, não respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de 
quando esta lhe for entregue; 
(C) com o pagamento integral do preço, não respondendo o comprador pelos riscos da 
coisa a partir de quando esta lhe for entregue; 
(D) com o pagamento integral do preço, respondendo o comprador pelos riscos da coisa 
a partir de quando esta lhe for entregue. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
 
13 
Temos, novamente, uma questão em que todas as assertivas tratam do mesmo assunto, 
praticamente trazendo as mesmas assertivas, com pequenas alterações no seu texto, o 
que é bastante comum em provas do CESPE/CEBRASPE. A resposta a essa assertiva é 
extraída da leitura do art. 524 do CC: 
 
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o 
preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, 
a partir de quando lhe foi entregue. 
 
9. Conforme os direitos da personalidade, a disposição do próprio corpo é: 
 
(A) proibida, para fins de transplante, ainda que a disposição seja parcial; 
(B) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita 
(C) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos; 
(D) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda que implique em 
diminuição da integridade física. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A resposta a esta questão, apontando a assertiva “D” como a correta, é trazida pela 
leitura expressa do art. 14 do Código Civil, tratando-se de mera cópia do dispositivo 
legal. 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio 
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
10. Após o falecimento dos pais, uma criança de dez anos de idade foi colocada sob 
tutela de sua avó, de sessenta e cinco anos de idade, já que constitui parente de grau 
mais próximo. Em relação à tutela dessa criança, considerando-se as disposições legais, 
é correto afirmar que a avó: 
 
(A) poderá se escusar da tutela, sob o fundamento de ser maior de sessenta anos 
(B) não poderá se escusar da tutela, já que é o parente de grau mais próximo da criança; 
(C) não poderá se escusar da tutela, uma vez que tal ato é vedado pela legislação 
vigente; 
(D) poderá se escusar da tutela, sob a alegação de ser aposentada. 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
 
14 
A resposta é simples a esta questão e pode ser extraída da leitura do art. 1.736, II, Código 
Civil, que trata justamente de causa de escusa da tutela como sendo a pessoa ser maior 
de sessenta anos. Não há referência ao fato de ser aposentada, o que, diante da 
ausência de previsão legal, não corresponde à indicação da assertiva “C”. 
 
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: 
I - mulheres casadas; 
II - maiores de sessenta anos; 
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; 
IV - os impossibilitados por enfermidade; 
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; 
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
VII - militares em serviço.
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11. À luz do entendimento jurisprudencial do STJ a respeito de aplicação da lei 
processual, de atos processuais e de execução fiscal, julgue os itens a seguir. 
I - Nos processos judiciais, a fixação de honorários advocatícios sucumbenciais é regida 
pela lei vigente na data de prolação da sentença. 
II - O prazo recursal da parte que for intimada, por oficial de justiça, a respeito de decisão 
judicial se inicia na data de cumprimento do mandado, e não com a juntada do mandado 
ao processo. 
III - Na execução fiscal, o prazo de um ano de suspensão do processo, previsto na Lei de 
Execução Fiscal, e da respectiva prescrição intercorrente se inicia automaticamente na 
data de ciência da fazenda pública a respeito da não localização do devedor ou da 
inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido. 
 
Assinale a opção correta. 
(A) Apenas os itens I e II estão certos. 
(B) Apenas os itens I e III estão certos. 
(C) Apenas os itens II e III estão certos. 
(D) Todos os itens estão certos. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
O item II foi abordado na rodada 07 (Direito Processual Civil) da turma de reta final TJ-
PR 
 
 
 
15 
(I) CORRETA. “O marco temporal para a aplicação das normas do CPC/2015 a respeito 
da fixação e distribuição dos ônus sucumbenciais é a data da prolação da sentença ou, 
no caso dos feitos de competência originária dos tribunais, do ato jurisdicional 
equivalente à sentença (AgInt no REsp 1509088 / RJ; Relator(a) Ministro BENEDITO 
GONÇALVES (1142); PRIMEIRA TURMA; DJe 28/02/2019)”. 
 
(II) INCORRETA. “Nos casos de intimação/citação realizadas por Correio, Oficial de 
Justiça, ou por Carta de Ordem, Precatória ou Rogatória, o prazo recursal inicia-se com 
a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da 
carta (REsp 1632777/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL, 
julgado em 17/05/2017, DJe 26/05/2017 – Informativo 604)”. 
 
(III) CORRETA. “O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo 
prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/1980 - LEF tem início 
automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização 
do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, 
sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido 
a suspensão da execução (RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. REsp 1340553/RS, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 
16/10/2018 – Informativo 635)”. 
12. Paulo requereu o cumprimento provisório da sentença que condenou Fernando a 
lhe pagar a quantia de cinquenta mil reais em uma demanda que tramitou pelo 
procedimento comum. À petição em que requereu o início do cumprimento de 
sentença, Paulo juntou cópia da decisão exequenda, certidão de interposição do recurso 
de Fernando não dotado de efeito suspensivo e outros documentos necessários ao 
cumprimento. Ele, ainda, requereu ao juízo no qual o título foi formado que: 
 
- cumprimento de sentença fosse remetido ao juízo da localidade onde Fernando possui 
bens; 
- fossem fixados honorários para a fase de cumprimento de sentença; 
- fosse imposta multa por eventual inadimplemento de Fernando; 
- dispensassem-no do pagamento de caução, em razão da sua situação de necessidade, 
que foi demonstrada. 
 
Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que 
 
(A) Paulo poderá ser dispensado do pagamento de caução apenas se tiver firmado com 
Fernando negócio processual com essa finalidade e devidamente homologado pelo juízo 
competente. 
 
 
16 
(B) pedido de remessa à localidade onde Fernando possui bens deve ser rejeitado, 
porque o cumprimento de sentença é de competência exclusiva do juízo que profere a 
sentença. 
(C) não cabe o arbitramento de honorários na fasede cumprimento provisório da 
sentença, porque essa fase processual é um ato facultativo de Paulo. 
(D) Fernando poderá depositar o referido valor com o único intuito de evitar a incidência 
da multa, ato que não será tido como incompatível com o recurso interposto por ele. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “arbitramento de honorários na fase de cumprimento provisório de sentença” 
foi abordado na questão 19 do 204º Simulado Mege (TJ-PR), atividade da turma de reta 
final TJ-PR. 
 
(A) Incorreta. Art. 520, IV, e 521, ambos do NCPC – “Art. 520. O cumprimento provisório 
da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da 
mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: IV - o 
levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência 
de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa 
resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada 
de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. / Art. 521. A caução prevista no inciso 
IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza 
alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de 
necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente 
cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido 
no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será 
mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou 
incerta reparação”. 
 
(B) Incorreta. Art. 522 c/c art. 516, caput, e Parágrafo, todos do NCPC – “Art. 522. O 
cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo 
competente. / Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os 
tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no 
primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença 
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão 
proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o 
exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local 
onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser 
 
 
17 
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do 
processo será solicitada ao juízo de origem”. 
 
(C) Incorreta. Art. 520, §2º, do NCPC – “Art. 520, § 2o A multa E OS HONORÁRIOS a que 
se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença 
condenatória ao pagamento de quantia certa”. 
 
(D) Correta. Art. 520, §3º, do NCPC – “Art. 520, § 3o Se o executado comparecer 
tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não 
será havido como incompatível com o recurso por ele interposto”. 
 
13. Renato, recém-nascido, e Antônia, sua mãe, são autores de ação ajuizada em 
desfavor de Luiz, suposto pai de Renato. Na ação, são pleiteados a declaração de 
paternidade de Luiz em favor de Renato e o ressarcimento de despesas decorrentes do 
parto em favor de Antônia. 
 
Essa situação configura hipótese de litisconsórcio facultativo e 
 
(A) eventual. 
(B) sucessivo. 
(C) alternativo. 
(D) unitário. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Fredie Didier Jr., ao tratar do Litisconsórcio eventual, ensina que, “Há a 
possibilidade de cumulação eventual de pedidos, de modo que o segundo pedido 
somente possa ser examinado se o primeiro não for acolhido (art. 326, caput, CPC) - 
trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser examinado no 
capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação eventual de pedidos pode 
surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma cumulação 
de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas o segundo pedido 
somente possa ser examinado se o primeiro não puder ser atendido (DIDIER JR., Fredie. 
Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, 
p. 547)”. 
 
(B) Correta. Fredie Didier Jr., ao tratar do litisconsórcio sucessivo, ensina que, “Há a 
possibilidade de cumulação sucessiva de pedidos, de modo que o segundo pedido 
somente possa ser acolhido se o primeiro também o for - trata-se de um dos casos de 
 
 
18 
cumulação própria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a petição inicial. A 
cumulação sucessiva de pedidos pode dar origem a um litisconsórcio em que cada 
litisconsorte formule um pedido, mas o pedido de um somente possa ser acolhido se o 
pedido do outro o for. Este é um exemplo de litisconsórcio facultativo surgido em razão 
de uma cumulação de pedidos formulados por partes distintas, em que o pedido de 
uma delas depende do acolhimento do pedido da outra. É o caso, por exemplo, do 
litisconsórcio entre mãe e filho, no qual o segundo pleiteia a investigação de 
paternidade e a primeira, o ressarcimento pelas despesas do parto. Ambos os pedidos 
podem ser acolhidos - por isso o caso é de cumulação própria de pedidos. Mas o pedido 
da mãe somente pode ser acolhido se o pedido do filho o for (DIDIER JR., Fredie. Curso 
de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo 
de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, p. 546)”. 
 
(C) Incorreta. Fredie Didier Jr., ao tratar do Litisconsórcio alternativo, explica que “Há a 
possibilidade de cumulação alternativa de pedidos, de modo que se formulem vários 
pedidos para que apenas um deles, qualquer deles, seja acolhido (art. 326, par. ún., 
CPC). O autor não expressa qualquer preferência entre os pedidos formulados - trata-se 
de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre 
a petição inicial e o pedido. Da cumulação alternativa de pedidos pode surgir um 
litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma cumulação de pedidos, 
em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas somente um deles possa ser 
atendido. (...) Um bom exemplo costuma acontecer na consignação em pagamento: na 
dúvida, pode o autor dirigir-se a duas pessoas, por não saber a qual das duas se acha 
juridicamente ligado (art. 547, CPC), requerendo o devedor o depósito e a citação dos 
que disputam o crédito. Ao julgar a controvérsia entre os dois réus, decidirá o juiz qual 
deles era o legitimado perante o autor. O litisconsórcio alternativo é facultativo simples 
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual 
civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. 
Jus Podivm, 2018, p. 548)”. 
 
(D) Incorreta. Segundo Fredie Didier Jr., “Há litisconsórcio unitário quando o provimento 
jurisdicional de mérito tem de regular de modo uniforme a situação jurídica dos 
litisconsortes, não se admitindo, para eles, julgamentos diversos. O julgamento terá de 
ser o mesmo para todos os litisconsortes. Esta é, aliás, a definição legal, prevista no art. 
116 do CPC: "O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o 
juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. (...) Para 
que se caracterize como unitário, o litisconsórcio dependerá da natureza da relação 
jurídica controvertida: haverá unitariedade quando o mérito envolver uma relação 
jurídica indivisível. É imprescindível perceber que são dois os pressupostos para a 
caracterização da unitariedade, que deve m ser investigados nesta ordem: a) os 
litisconsortes discutem uma única relaçãojurídica; b) essa relação jurídica é indivisível 
 
 
19 
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual 
civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. 
Jus Podivm, 2018, p. 526 e 527)”. 
14. Um indivíduo impetrou mandado de segurança junto ao STJ para questionar ato 
coator que, conforme afirmava na petição inicial, teria sido praticado por um ministro 
de Estado. Após a autoridade supostamente coatora apresentar informações sobre o 
mérito da questão, o relator verificou que o ato, na realidade, havia sido praticado 
exclusivamente por um servidor subordinado ao ministro e ocupante do cargo de chefe 
de divisão na pasta ministerial. 
 
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ, a denominada teoria 
da encampação 
 
(A) deve ser aplicada, porque há hierarquia entre a autoridade que prestou as 
informações e a que determinou a prática do ato. 
(B) deve ser aplicada, porque, ao apresentar informações sobre o mérito, a autoridade 
indicada como coatora tacitamente concordou com a prática do ato. 
(C) não deve ser aplicada, porque a utilização desta teoria na via mandamental implica 
sempre em violação do devido processo legal. 
(D) não deve ser aplicada, porque nesse caso o vício de legitimidade implica a 
modificação de competência constitucionalmente prevista. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “Teoria da Encampação” foi abordado na rodada 09 (Direito Constitucional) e 
na questão 90 do 204º Simulado (TJ-PR), atividade da turma de reta final TJ-PR. 
 
Sabe-se bem que, segundo a Súmula 628 do STJ, “A teoria da encampação é aplicada no 
mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) 
existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que 
ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas 
informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na 
Constituição Federal”. No caso de um suposto ato praticado por Ministro de Estado de 
Estado, a competência para o julgamento do Mandado de Segurança seria do Superior 
Tribunal de Justiça, conforme dispõe o artigo 105, I, “b”, da Constituição. No entanto, 
como constatou-se, posteriormente, que o ato ilegal teria sido praticado por um 
servidor subordinado ao Ministro, não poderia ser aplicada a teoria da encampação, isso 
porque, em que pese o Ministro tenha defendido o mérito do ato e exista vínculo 
hierárquico entre ambos, ocorreria violação à competência prevista na Constituição, já 
 
 
20 
que o STJ somente tem competência para analisar, originariamente, Mandado de 
Segurança contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército 
e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal, prerrogativa esta não extensiva ao referido 
servidor. 
15. André interpôs recurso extraordinário contra acórdão proferido por tribunal de 
justiça. Em sequência, ao realizar o juízo de admissibilidade do recurso, o presidente do 
tribunal de justiça prolatou decisão inadmitindo o recurso, por entender que não havia 
sido cumprido o requisito do prequestionamento de matéria constitucional. Dois dias 
após ter sido intimado da decisão de inadmissão, André opôs embargos de declaração, 
alegando haver obscuridade na decisão monocrática proferida na origem. 
 
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STF, os embargos de 
declaração 
 
(A) interrompem o prazo recursal para a interposição de agravo em recurso 
extraordinário, ainda que não venham a ser conhecidos. 
(B) devem ser recebidos como agravo em recurso extraordinário, em decorrência do 
princípio da fungibilidade recursal. 
(C) devem ser julgados pelo prolator da decisão de origem, mas, somente se forem 
providos, será possível a interposição de novo recurso ao STF. 
(D) não são cabíveis e, por isso, não haverá interrupção do prazo recursal para a 
interposição de agravo em recurso extraordinário. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
O tema “Embargos de Declaração” foi abordado na rodada 07 (Direito Processual Civil) 
da turma de reta final TJ-PR. 
 
“Os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não 
admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para 
interposição de agravo, por serem incabíveis. Esse é o entendimento da Primeira Turma 
que, por maioria e em conclusão, converteu embargos declaratórios em agravos 
regimentais e a eles negou provimento (vide Informativo 700). Vencidos os ministros 
Marco Aurélio e Luiz Fux, que deram provimento aos agravos, por entenderem que todo 
pronunciamento com carga decisória desafia embargos declaratórios. (ARE 688776 
ED/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 28.11.2017. (ARE-688776) ARE 685997 
ED/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 28.11.2017. (ARE-685997)) – Informativo 
886)”. 
 
 
21 
16. De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne ao julgamento de ação 
reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território nacional, a 
competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro do 
local do imóvel são consideradas, respectivamente, como 
(A) concorrente e absoluta. 
(B) concorrente e relativa. 
(C) exclusiva e absoluta. 
(D) exclusiva e relativa. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
A resposta da questão foi abordada em nosso aulão de revisão em Curitiba/PR, bem 
como na rodada 01 (Direito Processual Civil) da turma de reta final TJ-PR. 
 
Art. 23 e art 47, caput e §1º, todos do NCPC – “Art. 23. Compete à autoridade judiciária 
brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; / Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é 
competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio 
do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, 
vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova”. 
17. De acordo com as normas previstas no Código de Processo Civil para os 
procedimentos especiais, assinale a opção correta. 
 
(A) Em ação monitória, o magistrado deverá determinar, em regra, a citação do réu por 
meio de oficial de justiça, porque naquele procedimento é vedada a citação pelo correio. 
(B) Em procedimento de inventário e partilha, o magistrado está proibido de deferir 
antecipadamente a um herdeiro o direito de uso e fruição de bem do espólio. 
(C) O magistrado que, em ação de consignação em pagamento, concluir pela 
insuficiência do depósito, somente poderá condenar, em sentença, o autor ao 
pagamento da diferença percebida caso tenha sido apresentada reconvenção pelo réu. 
(D) O magistrado que verificar a existência de terceiro titular de interesse em embargar 
ato tratado em juízo deverá ordenar a sua intimação pessoal. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Não há esta vedação, conforme se observa pela leitura do artigo 247 do 
NCPC – “Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, 
 
 
22 
exceto: I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o; II - quando o 
citando for incapaz; III - quando o citando for pessoa de direito público; IV - quando o 
citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; V - 
quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma”. 
 
(B) Incorreta. Art. 647, Parágrafo único, do NCPC – “Art. 647. Cumprido o disposto no 
art. 642, § 3o, o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, 
formulem o pedido de quinhão e, em seguida, proferirá a decisão de deliberação da 
partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir 
quinhão de cada herdeiro e legatário. Parágrafo único. O juiz poderá, em decisão 
fundamentada, deferir antecipadamentea qualquer dos herdeiros o exercício dos 
direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do 
inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, 
todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos”. 
 
(C) Incorreta. Art. 545, §§1º e 2º, do NCPC – “Art. 545. Alegada a insuficiência do 
depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a 
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. § 1o No caso do caput, 
poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente 
liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. § 
2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que 
possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor 
promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. 
 
(D) Correta. Art. 675, Parágrafo único do NCPC – “Art. 675. Os embargos podem ser 
opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em 
julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. 
Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz 
mandará intimá-lo pessoalmente”. 
18. De acordo com o Código de Processo Civil, a produção antecipada da prova requerida 
antes do ajuizamento da demanda principal 
 
(A) acarreta a prevenção do juízo para a ação que venha a ser proposta com base na 
prova produzida. 
(B) segue procedimento no qual é admitida a interposição de apelação contra a decisão 
que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada. 
(C) pode ser utilizada somente na hipótese de o autor provar que o prévio conhecimento 
dos fatos é imprescindível para o ajuizamento de ação. 
 
 
23 
(D) é da competência exclusiva do foro onde a prova deva ser produzida. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Art. 381, §3º, do NCPC – “Art. 381, § 3o A produção antecipada da prova 
não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta”. 
 
(B) Correta. Art. 382, §4º, do NCPC – “Art. 382, § 4o Neste procedimento, não se admitirá 
defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova 
pleiteada pelo requerente originário”. 
 
(C) Incorreta. Art. 381, caput, do NCPC – “Art. 381. A produção antecipada da prova será 
admitida nos casos em que: I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível 
ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II - a prova a ser 
produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de 
solução de conflito; III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o 
ajuizamento de ação”. 
 
(D) Incorreta. Art. 381, §2º, do NCPC – “Art. 381, § 2o A produção antecipada da prova 
é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio 
do réu”.
 
19. No que concerne às regras estabelecidas para a tutela provisória, o Código de 
Processo Civil determina que a concessão, pelo magistrado, da tutela de evidência 
 
(A) será realizada na forma de decisão interlocutória de mérito e produzirá coisa julgada 
material caso não seja impugnada pelo réu. 
(B) será cabível somente na hipótese de verificação de abuso do direito de defesa da 
parte ré, haja vista a natureza punitiva dessa modalidade de tutela provisória. 
(C) dependerá da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo e ocorrerá nas situações em que os efeitos da decisão sejam reversíveis. 
(D) poderá ser deferida liminarmente caso os fatos sejam comprovados apenas pela via 
documental e exista tese firmada em julgamento de casos repetitivo
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
A resposta foi abordada em nosso aulão de véspera TJ-PR e nas questões 13 e 15 do 
204º Simulado Mege e do 209º Simulado Mege, atividades da turma de reta final TJ-PR. 
 
 
 
24 
(A) Incorreta. Em que pesem algumas críticas doutrinárias, não se aplica a estabilização 
da tutela antecipada prevista no artigo 304 à tutela de evidência. De qualquer maneira, 
nem na tutela antecipada nem na tutela de evidência ocorre a coisa julgada material. 
 
(B) Incorreta. Vide artigo 311, do NCPC. 
 
(C) Incorreta. Não há necessidade da demonstração de perigo de dano ou de risco ao 
resultado útil do processo. Da mesma forma, é irrelevante o fato de os efeitos da decisão 
serem reversíveis. Neste sentido, vide o teor do artigo 311 do NCPC: “Art. 311. A tutela 
da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do 
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de 
fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido 
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso 
em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida 
razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente”. 
 
(D) Correta. Art. 311, II, e Parágrafo único do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência 
será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao 
resultado útil do processo, quando: II - as alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em súmula vinculante; Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá 
decidir liminarmente”.
20. De acordo com o STF, a legitimidade ativa para execução de condenação patrimonial 
imposta por tribunal de contas estadual é do 
 
(A) Ministério Público do respectivo estado. 
(B) Ministério Público junto ao tribunal de contas estadual. 
(C) tribunal de contas prolator da decisão. 
(D) ente público beneficiado com a condenação. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
“A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a ação de execução de penalidade 
imposta por Tribunal de Contas somente pode ser ajuizada pelo ente público 
 
 
25 
beneficiário da condenação (ARE 791577 AgR, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 12/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
161 DIVULG 20-08-2014 PUBLIC 21-08-2014)”. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21. À luz do Código de Defesa do Consumidor, julgue os seguintes itens, acerca de 
proteção contratual: 
I. A proteção contratual prevê a nulidade de cláusulas que estejam em desacordo com 
as normas consumerista, o que, em regra, configura a invalidade ou a inexistência do 
negócio jurídico. 
II. Em contratos de adesão, é permitida a existência de cláusulas que acarretem 
limitações de direitos consumeristas. 
III. Na resolução dos contratos de consórcio de veículos automotores, eventuais 
prejuízos causados por inadimplente ao grupo serão descontados da compensação ou 
da restituição das parcelas pagas. 
 
Assinale a opção correta: 
 
(A) Apenas o item I está certo; 
(B) Apenas o item II está certo; 
(C) Apenas os itens I e III estão certos; 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada na rodada 07 (Direito do Consumidor) e na questão 25 do 204º 
Simulado (TJ-PR), atividade da turma de reta final TJ-PR. 
 
Assertiva I. Incorreta, pois, nos termos do art. 51, XV, CDC, a previsão de cláusulas que 
estejam em desacordocom o sistema de proteção ao consumidor acarretam a sua 
nulidade de pleno direito, e não a invalidade ou a inexistência do negócio. 
 
Assertiva II. Correta, já que retrata a previsão do art. 54, §4º, CDC, que prevê, 
justamente, a possibilidade da existência de cláusulas que acarretem a limitação de 
direito dos consumidores, mesmo em contratos de adesão. 
 
Assertiva III. Correta, eis que retrata, exatamente, a previsão do art. 53, §2º, CDC: Nos 
contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição 
das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem 
 
 
26 
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar 
ao grupo. 
 
22. Com base na jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, a respeito de relações 
consumeristas: 
 
I. A recusa de cobertura securitária sob a alegação de doença preexistente é considerada 
lícita se exigidos exames médicos previamente à contratação do seguro. 
II. Nos contratos de assistência à saúde, é abusiva cláusula contratual que estipule 
qualquer prazo de carência para cobertura de casos de urgência e emergência. 
III. As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos de 
empreendimentos habitacionais celebrados por sociedades cooperativas. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
(A) Apenas o item I está certo; 
(B) Apenas o item II está certo; 
(C) Apenas os itens I e III estão certos; 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada no aulão de véspera em Curitiba/PR, na rodada 7 da turma de 
reta final TJ-PR (Direito do Consumidor) e na questão 24 do 204º Simulado Mege (TJ-
PR). 
 
Assertiva I. Correta. Reflete o texto da Súmula 609 do STJ: A recusa de cobertura 
securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de 
exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado. 
 
Assertiva II. Incorreta, estando incorreta a expressão “qualquer prazo”, já que o prazo 
de 24 horas deve ser observado para fins de exigência da cobertura de assistência à 
saúde nos casos de urgência e emergência. Este é o teor da Súmula 597 do STJ: A cláusula 
contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos serviços de 
assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva 
se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação. 
 
Assertiva III. Correta. Reflexo exato da Súmula 602 do STJ: O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas 
sociedades cooperativas. 
 
 
27 
 
 
23. A respeito da cobrança de dívidas e cadastros de inadimplentes, de prescrição, de 
práticas comerciais abusivas e de oferta e publicidade, assinale a opção correta, de 
acordo com a jurisprudência do STJ: 
 
(A) A ação de indenização por danos morais decorrentes da inscrição indevida de 
consumidor em cadastro de inadimplentes promovida por instituição financeira aplica-
se o prazo prescricional de três anos, previsto no Código Civil; 
(B) Em salas de cinema, a prática de compelir consumidor espectador a comprar todo e 
qualquer produto dentro da própria sala de exibição de filmes não é abusiva, por ser 
uma atividade de caráter complementar à principal; 
(C) A responsabilidade do comerciante é subsidiária à do fabricante no caso de o 
vendedor se aproveitar de publicidade enganosa do fabricante para a comercialização 
do produto; 
(D) A cobrança indevida de pagamento por serviços de telefonia enseja a condenação 
da empresa prestadora do serviço por danos morais presumidos, independentemente 
de efetivada a inscrição do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes. 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
As assertivas “A” e “B” foram abordadas nas rodadas 1 e 7 da turma de reta final TJ-PR, 
respectivamente. 
 
(A) Correta. Veja o julgado abaixo: 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
DANOS MORAIS. CADASTRO DE INADIMPLENTES. INSCRIÇÃO INDEVIDA. PRESCRIÇÃO 
TRIENAL. 
1. O prazo prescricional da ação de indenização por danos morais decorrente da 
inscrição indevida em cadastro de inadimplentes é de 3 (três) anos, conforme previsto 
no art. 206, § 3º, V, do CC/2002. 
2. Agravo interno não provido. 
(AgInt no AREsp 663.730/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 26/05/2017) 
 
(B) Incorreta. Trata-se do REsp 1.331.948: 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. ART. 39, I, DO CDC. 
VENDA CASADA. VENDA DE ALIMENTOS. ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRÁFICOS. 
LIBERDADE DE ESCOLHA. ART. 6º, II, DO CDC. VIOLAÇÃO. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS EM 
OUTRO LOCAL. VEDAÇÃO. TUTELA COLETIVA. ART. 16 DA LEI Nº 7.347/1985. SENTENÇA 
 
 
28 
CIVIL. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. EFICÁCIA ERGA OMNES. LIMITE 
TERRITORIAL. APLICABILIDADE. 
1. A venda casada ocorre em virtude do condicionamento a uma única escolha, a apenas 
uma alternativa, já que não é conferido ao consumidor usufruir de outro produto senão 
aquele alienado pelo fornecedor. 
2. Ao compelir o consumidor a comprar dentro do próprio cinema todo e qualquer 
produto alimentício, o estabelecimento dissimula uma venda casada (art. 39, I, do CDC), 
limitando a liberdade de escolha do consumidor (art. 6º, II, do CDC), o que revela prática 
abusiva. 
3. A restrição do alcance subjetivo da eficácia erga omnes da sentença proferida em 
ação civil pública envolvendo direitos individuais homogêneos aos limites da 
competência territorial do órgão prolator, constante do art. 16 da Lei nº 7.347/1985, 
está plenamente em vigor. 
4. É possível conceber, pelo caráter divisível dos direitos individuais homogêneos, 
decisões distintas, tendo em vista a autonomia de seus titulares. 
5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. 
(REsp 1331948/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 14/06/2016, DJe 05/09/2016). 
 
(C) Incorreta. Trata-se de entendimento já consagrado na Corte Especial, podendo-se 
ser identificado desde o ano de 2004 e mantido até os dias de hoje. Para o STJ, “é 
solidária a responsabilidade entre aqueles que veiculam publicidade enganosa e os que 
dela se aproveitam, na comercialização de seu produto” (REsp 327.257/SP, Rel. Ministra 
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/2004, DJ 16/11/2004, p. 272). 
 
(D) Incorreta. É entendimento já pacífico no STJ de que “a simples cobrança indevida de 
serviço de telefonia, sem inscrição em cadastros de devedores, não gera presunção de 
dano moral”. Vide, por exemplo, o AgRg no AREsp 448.372/RS, Rel. Ministra MARIA 
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 06/11/2018, DJe 13/11/2018. 
 
24. À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, a respeito de práticas e 
cláusulas abusivas elencadas no Código de Defesa do Consumidor: 
 
(A) Em contrato de prestação de serviços de telefonia fixa, cláusula que preveja a 
cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços é considerada abusiva; 
(B) A exigência de indicação da classificação internacional de doenças (CID) para 
cobertura de exames e pagamentos de honorários médicos pelas operadoras de planos 
de saúde é lícita 
(C) A mera negativa de sociedade empresária do ramo securitário a consumidor que 
deseje contratar seguro de vida é lícita, se o fundamento da recusa for a complexidade 
técnica da atividade do contratado; 
 
 
29 
(D) Nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção 
decorrente de incorporação imobiliária, é abusiva cláusula que estipule cobrança de 
juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega das chaves. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada no aulão de véspera em Curitiba/PR e nas rodadas 1 e 7 da turma 
de reta final TJ-PR (assertivas “A” e “B”). 
 
(A) Incorreta. Nostermos da Súmula 356 do STJ, “é legítima a cobrança da tarifa básica 
pelo uso dos serviços de telefonia fixa”. Trata-se, como visto, de entendimento 
sumulado já bastante antigo, que conta com mais de dez anos da sua publicação. 
 
(B) Correta. Veja o excerto do informativo abaixo: 
Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), 
como condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas 
prestadoras de plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos. 
REsp 1.509.055-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 
22/8/2017, DJe 25/8/2017 
 
(C) Incorreta. Trata-se do REsp 1.300.116-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
23/10/2012: 
DIREITO CIVIL E CONSUMIDOR. ILICITUDE NA NEGATIVA DE CONTRATAR SEGURO DE 
VIDA. A negativa pura e simples de contratar seguro de vida é ilícita, violando a regra 
do art. 39, IX, do CDC. Diversas opções poderiam substituir a simples negativa de 
contratar, como a formulação de prêmio mais alto ou ainda a redução de cobertura 
securitária, excluindo-se os sinistros relacionados à doença preexistente, mas não 
poderia negar ao consumidor a prestação de serviços. As normas expedidas pela Susep 
para regulação de seguros devem ser interpretadas em consonância com o mencionado 
dispositivo. Ainda que o ramo securitário consubstancie atividade de alta 
complexidade técnica, regulada por órgão específico, a contratação de seguros está 
inserida no âmbito das relações de consumo, portanto tem necessariamente de 
respeitar as disposições do CDC. A recusa da contratação é possível, como previsto na 
Circular Susep n. 251/2004, mas apenas em hipóteses realmente excepcionais. REsp 
1.300.116-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/10/2012. 
 
(D) Incorreta. O STJ tem entendimento pacífico de que “não é abusiva a cláusula de 
cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega das chaves 
nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o 
 
 
30 
regime de incorporação imobiliária” (EREsp 670.117-PB, Rel. originário Min. Sidnei 
Beneti, Rel. para acórdão Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 13/6/2012). 
 
25. Se determinada mercadoria apresentar vício do produto poucos dias após a sua 
aquisição, o consumidor terá direito à reparação do vício: 
(A) diretamente pelo comerciante, por ser subsidiária a responsabilidade do fabricante; 
(B) pelo fabricante em até sete dias, caso a mercadoria seja essencial; 
(C) no prazo prescricional de noventa dias, caso seja produto durável; 
(D) pelo comerciante, pela assistência técnica ou pelo fabricante, no prazo de trinta dias. 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada no aulão de véspera, na rodada 1 (Direito do Consumidor) da 
turma de reta final TJ-PR e no item II da questão 23 do 204º Simulado (TJ-PR). 
 
Em mais esta questão que foi abordada expressamente no aulão de revisão de véspera, 
advertimos a respeito da mudança sensível no entendimento do STJ, ocorrida no mês 
de março de 2018, a partir de julgado em que a Corte passou a entender que é direito 
subjetivo do consumidor levar o produto viciado diretamente ao comerciante, à 
assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais conveniente. Com relação ao 
prazo de trinta dias, como a questão não fez menção ao fato do produto ser ou não 
durável, esta informação acaba sendo irrelevante para responder a acertar a questão. O 
julgado a que se refere é o REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, 
julgado em 12/09/2017, DJe 15/02/2018, com previsão no Informativo 0619: 
 
Cabe ao consumidor a escolha para exercer seu direito de ter sanado o vício do produto 
em 30 dias – levar o produto ao comerciante, à assistência técnica ou diretamente ao 
fabricante. A questão jurídica discutida consiste, dentre outros pontos, em definir a 
responsabilidade do comerciante no que tange à disponibilização e prestação de serviço 
de assistência técnica (art. 18, caput e § 1º, do CDC). Em princípio, verifica-se que a 
interpretação puramente topográfica do § 1º do art. 18 do CDC leva a crer que a 
responsabilidade solidária imputada no caput aos fornecedores, inclusive aos próprios 
comerciantes, compreende o dever de reparar o vício no prazo de trinta dias, sob pena 
de o consumidor poder exigir a substituição do produto, a restituição da quantia paga 
ou o abatimento proporcional do preço. A Terceira Turma do STJ, no entanto, ao analisar 
situação análoga se manifestou no sentido de que, "disponibilizado serviço de 
assistência técnica, de forma eficaz, efetiva e eficiente, na mesma localidade [município] 
do estabelecimento do comerciante, a intermediação do serviço apenas acarretaria 
delongas e acréscimo de custos, não justificando a imposição pretendida na ação 
coletiva" (REsp 1.411.136-RS, DJe 10/03/2015). No entanto, esse tema merece nova 
 
 
31 
reflexão. Isso porque o dia a dia revela que o consumidor, não raramente, trava 
verdadeira batalha para, após bastante tempo, atender a sua legítima expectativa de 
obter o produto adequado ao uso, em sua quantidade e qualidade. Aliás, há doutrina a 
defender, nessas hipóteses, a responsabilidade civil pela perda injusta e intolerável do 
tempo útil. Assim, não é razoável que, à frustração do consumidor de adquirir o bem 
com vício, se acrescente o desgaste para tentar resolver o problema ao qual ele não deu 
causa, o que, por certo, pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado – se o próprio 
comerciante participar ativamente do processo de reparo, intermediando a relação 
entre consumidor e fabricante, inclusive porque, juntamente com este, tem o dever 
legal de garantir a adequação do produto oferecido ao consumo. Vale ressaltar que o 
comerciante, em regra, desenvolve uma relação direta com o fabricante ou com o 
representante deste; o consumidor, não. Por isso também, o dispêndio gerado para o 
comerciante tende a ser menor que para o consumidor, sendo ainda possível àquele 
exigir do fabricante o ressarcimento das respectivas despesas. Logo, à luz do princípio 
da boa-fé objetiva, se a inserção no mercado do produto com vício traz em si, 
inevitavelmente, um gasto adicional para a cadeia de consumo, esse gasto deve ser tido 
como ínsito ao risco da atividade, e não pode, em nenhuma hipótese, ser suportado pelo 
consumidor, sob pena de ofensa aos princípios que regem a política nacional das 
relações de consumo, em especial o da vulnerabilidade e o da garantia de adequação, a 
cargo do fornecedor, além de configurar violação do direito do consumidor de receber 
a efetiva reparação de danos patrimoniais sofridos por ele.
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
26. A atual doutrina da proteção integral, que rege o direito da criança e do adolescente, 
reconhece crianças e adolescentes como 
(A) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, mas que devem ser 
responsabilizados pela própria situação de irregularidade. 
(B) sujeitos de direito, devendo o Estado, a família e a sociedade lhes assegurar direitos 
fundamentais. 
(C) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, sendo o Estado o principal 
responsável por lhes assegurar direitos. 
(D) sujeitos de direito que devem ser responsabilizados pela própria situação de 
irregularidade.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi tratada na rodada 1 (Direito da Criança e do Adolescente) e no aulão de 
véspera em Curitiba/PR. 
 
 
32 
 
Doutrina da Proteção Integral - Esta doutrina parte da concepção de que as normas que 
tratam de crianças e de adolescentes, além de concebê-los como cidadãos plenos, 
devem reconhecer que estão sujeitos à proteção prioritária, uma vez que estão em 
desenvolvimento biológico, social, físico, psicológico e moral. Dessa forma, determina 
que deve-se garantir a toda criança e adolescente todos os direitos fundamentais 
garantidos pela ConstituiçãoFederal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
A adoção da doutrina da proteção integral é fruto da Convenção Internacional dos 
Direitos da Criança. Apesar de a denominação da convenção não incluir adolescente, ela 
tem como padrão internacional que todo menor de 18 anos é considerado criança, 
portanto, sendo possível a compatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro. 
27. Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente prevista 
no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados 
ou violados. 
 
(A) obrigação de reparar o dano 
(B) internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional 
(C) colocação da criança ou do adolescente em família substituta 
(D) intervenção mínima
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
 
(...) IX - colocação em família substituta.
28. Gabriel, brasileiro, com onze anos de idade e residente no Brasil, foi autorizado por 
seus pais a viajar desacompanhado para a Argentina, a fim de visitar familiares. Tal 
autorização foi formulada por escrito na presença de autoridade consular brasileira, que 
também assinou o documento. 
Conforme a Resolução n.º 131/2011 do Conselho Nacional de Justiça, que dispõe sobre 
a concessão de autorização de viagem para o exterior de crianças e adolescentes 
brasileiros, Gabriel 
 
(A) não poderá realizar a viagem, porque a autorização assinada por seus pais não teve 
firma reconhecida. 
 
 
33 
(B) poderá realizar a viagem, desde que a autorização dos seus pais seja homologada 
por juiz competente. 
(C) poderá realizar a viagem, pois a assinatura da autoridade consular valida a 
autorização de seus pais. 
(D) não poderá realizar a viagem, porque, nessas condições, é obrigatória autorização 
judicial, em razão de sua idade.
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 8, § 2º da RES CNJ 131/2011 - Ainda que não haja reconhecimento de firma, serão 
válidas as autorizações de pais ou responsáveis que forem exaradas na presença de 
autoridade consular brasileira, devendo, nesta hipótese, constar a assinatura da 
autoridade consular no documento de autorização.
29. De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou 
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para 
determinar a 
 
(A) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente. 
(B) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e 
promoção da família, da criança e do adolescente. 
(C) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente. 
(D) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 136 do ECA - São atribuições do Conselho Tutelar: I - atender as crianças e 
adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas 
no art. 101, I a VII (medidas de proteção, com exceção da inclusão em programa de 
acolhimento familiar e colocação em família substituta); 
 
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) IV - inclusão 
em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da 
família, da criança e do adolescente;
30. De acordo com a Lei n.º 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de 
Atendimento Socioeducativo (SINASE), compete à União 
 
 
 
34 
(A) garantir a defesa técnica do adolescente a quem se atribua a prática de ato 
infracional. 
(B) instituir e manter processo de avaliação dos sistemas de atendimento 
socioeducativo. 
(C) desenvolver e oferecer programas próprios de atendimento a adolescentes 
infratores. 
(D) criar, desenvolver e manter programas para a execução de medida socioeducativa 
de internação.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 3º da Lei do SINASE - Compete à União: (...) VII - instituir e manter processo de 
avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos, entidades e 
programas;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
BLOCO II 
 
DIREITO PENAL 
 
31. Com relação às escolas e tendências penais, julgue os itens seguintes. 
 
I. De acordo com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na 
imputabilidade moral e no livre-arbítrio humano. 
II. A escola técnico-jurídica, que utiliza o método indutivo ou experimental, apresenta as 
fases antropológica, sociológica e jurídica. 
III. A escola correcionalista fundamenta-se na proposta de imposição de pena, com 
caráter intimidativo, para os delinquentes normais, e de medida de segurança para os 
perigosos. Para essa escola, o direito penal é a insuperável barreira da política criminal. 
IV. O movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a sua 
neutralização. Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um instrumento 
preventivo. 
 
Estão certos apenas os itens 
 
(A) I e III. 
(B) I e IV. 
(C) II e III. 
(D) II e IV. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
(I) Correta. A Escola Clássica teve como seus principais adeptos Paul Feuerbach e 
Francesco Carrara. Tinha o livre arbítrio como seu fundamento indeclinável, sendo o 
homem moralmente imputável em razão dos seus atos externos, que podem ser 
praticados por ação ou omissão. 
 
(II) Incorreta. A Escola Técnico-Jurídica teve Arturo Rocco como seu nome principal, 
pregando que nenhuma ciência jurídica deveria intervir no Direito Penal, que deve 
resumir-se ao que positivado. O Direito Penal não sofre intervenção da Antropologia e 
da sociologia. Tais intervenções são vistas na Escola Positiva (Lombroso, Ferri e 
Garofalo), que possui as fases atropológica, sociológica e jurídica. 
 
 
 
36 
(III) Incorreta. A Escola Correlacionista almeja a correção ou emenda do delinquente, 
buscando a sua compreensão e proteção, buscando-se a recuperação para o convívio 
em sociedade, em vez de intimidação. 
 
(IV) Correta. O movimento surge após a Segunda Guerra Mundial, liderado por Fillipo 
Gramatica e Marc Ancel. O Direito Penal deve ser um instrumento preventivo, tendo 
como foco evitar que o criminoso volte a delinquir, rejetando-se o viés meramente 
retributivo 
32. Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais 
previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação é um 
exemplo de lei penal 
 
(A) excepcional. 
(B) temporária. 
(C) corretiva. 
(D) intermediária. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada na rodada 2 (Direito Penal) da turma de reta final TJ-PR. 
 
A Lei Geral da Copa insere-se perfeitamente no conceito de lei temporária, que, segundo 
a doutrina, possui cláusula de autorrevogação, com data específica e determinada para 
o término da vigência da lei. Difere da lei excepcional, que prevê para o término de 
vigência um evento future, porém sem data definida, como o término de uma Guerra, 
por exemplo. 
33. De acordo com o STJ, a prática de falta grave pelo condenado durante o 
cumprimento da pena 
 
(A) não interrompe a contagem do prazo para obtenção de livramento condicional. 
(B) não interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento 
de pena. 
(C) interrompe a contagem do prazo para obtenção de comutação de pena. 
(D) interrompe a contagem do prazo para obtenção de indulto e saída temporária. 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
 
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O tema foi revisado na assertiva “D” da questão 48 do 209º Simulado Mege (TJ-PR II), 
atividade da turma de reta final TJ-PR. 
 
(A) Correta. Súmula 441 do STJ: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de 
livramento condicional. 
 
(B) Incorreta. Súmula

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