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CAPS e Lei de Políticas Públicas sobre Drogas

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CAPS PORTARIA Nº 3088/2011
Centro de Atenção Psicossocial | Reabilitação | Internação
Esse modelo surgiu da necessidade de oferecer um tratamento mais digno e humano, através de oficinas e ações terapêuticas agindo em conjunto com um acompanhamento médico.
O CAPS prioriza esse elo entre paciente, instituição e a família como peça chave para a recuperação do indivíduo, através de parcerias e atividades com a comunidade, podemos ver uma significativa melhora no quadro clínico além de uma inserção social mais rápida.
Três modalidade de tratamento.
Dentro desse novo modelo adotado pelo CAPS temos 3 tipos de tratamentos, que buscam atender as necessidades específicas de cada quadro clínico. São eles:
· Intensivo: Atendimento diário para pacientes com severos transtornos psíquicos, fortes crises e dificuldades de se relacionar. Necessitam uma maior atenção
· Semi-intensivo: Podendo ser atendido por até doze dias no mês, o paciente ja apresenta uma melhora no quadro, porém ainda necessita de um forte acompanhamento até recuperar sua autonomia.
· Não-intensivo: Quadro leve, o paciente não precisa de acompanhamento da equipe para realizar suas atividades diárias, podendo ser atendido até três dias no mês.
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 4o São princípios do Sisnad:
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6o (VETADO)
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.
Art. 8o 9o 10. 11,12. 13,14. (VETADO)
CAPÍTULO IV
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS
Art. 15. (VETADO)
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.
TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituiçõesdo setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
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Lei 15550/14 | Lei nº 15.550, de 31 de julho de 2014 de São Paulo
Autoriza o Poder Executivo a estabelecer convênios com clínicas particulares, associações comunitárias, igrejas, organizações não governamentais e entidades que prestam atendimento e tratamento de dependentes químicos e dá outras providências. 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar convênio com clínicas particulares, associações comunitárias, igrejas, organizações não governamentais e entidades que prestam atendimento e tratamento de dependentes químicos (drogas ilícitas) e álcool. 
Artigo 2º - O Poder Executivo, em regulamentação específica, editará as normas e critérios de atendimento ao disposto no artigo anterior. Ver tópico
Parágrafo único - Terão prioridade no atendimento as entidades e organizações habilitadas para implementação das ações de apoio previstas nesta lei. Ver tópico
Artigo 3º - As despesas decorrentes do cumprimento desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias, ficando o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares e especiais se necessários. Ver tópico
Artigo 4º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Reforma psiquiátrica eliminou 90 mil leitos em hospitais
A decisão do Ministério da Saúde de não relacionar os hospitais psiquiátricos entre as estruturas prioritárias para atendimento aos dependentes químicos, duramente criticada pelos psiquiatras, tem origem na chamada reforma psiquiátrica, iniciada em 2001 (Lei 10.216/01), que concebeu um modelo aberto para tratamento das pessoas com doenças mentais, incluídos os dependentes de drogas e álcool. Nesse modelo, cujo maior objetivo é a reinserção social, os doentes teriam liberdade para escolher entre os diversos centros de atendimento.
Como consequência, uma das principais diretrizes da Política de Saúde Mental, delineada pelo Ministério da Saúde a partir da reforma psiquiátrica, é reduzir o número de leitos oferecidos em hospitais psiquiátricos e transferir a responsabilidade pela assistência a esses pacientes para a rede de atenção extra-hospitalar, da qual fazem parte os Caps, as equipes de Saúde da Família e os consultórios de rua.
No entanto, a resposta do Estado não tem unanimidade no meio médico. José Raimundo da Costa, psicólogo clínico e mestre em Bioética, observa que o tratamento cruel e desumano registrado nos antigos manicômios deu força àqueles “que clamam pela desospitalização e pelo fechamento de todos os hospitais psiquiátricos. É como se todas as instituições psiquiátricas fossem assim, o que não é verdade”, argumenta.
À época em que a lei da reforma psiquiátrica foi aprovada, a imagem dos hospitais psiquiátricos estava muito desgastada, em meio a denúncias, amplamente divulgadas na mídia, de abandono, maus-tratos e crueldade impostos a pacientes nos anos 1990.
Nesse sentido, Emmanuel Fortes, da Associação Brasileira de Psiquiatria, acredita que o debate sobre a reforma psiquiátrica no Congresso Nacional começou de forma preconceituosa com relação aos médicos. “O projeto de lei que deu início à discussão, e que não foi aprovado, do deputado Paulo Delgado (PT-MG), tratava psiquiatras como sequestradores, violadores dos direitos fundamentais do ser humano e cúmplices de crimes que chegariam à tortura. Era um viés ideológico”, afirma.
Por conta das denúnciase desse projeto, Fortes entende que se “criou uma animosidade contra o hospital psiquiátrico, de tal forma que perdemos 90 mil leitos desde que começou essa famigerada ideia de que os hospitais fazem mal. Faz mal um mau hospital. O bom hospital faz bem à saúde da população”, argumenta.
Ele defende o retorno de investimentos públicos em hospitais psiquiátricos especializados para os tratamentos mais complexos, inclusive dos dependentes de drogas, como era antes da reforma psiquiátrica, e contesta a interpretação dada pelo Ministério da Saúde à Lei 10.216/01.
“Essa lei foi feita para disciplinar o hospital psiquiátrico e não para destruí-lo. Foi feita para dizer: funcione com uma equipe competente, multiprofissional. Se não tiver médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo e terapeuta ocupacional, o local será considerado um asilo, impróprio para o tratamento. E hoje nós estamos vendo proliferar os Caps, e até outros estabelecimentos, sem quaisquer condições de obedecerem a esse pressuposto definido na lei para a internação 
de doentes psiquiátricos”, afirma o representante da ABP.
Para ele, a definição de limites de tempo para a internação, feita pelo MS, é mais um equívoco da Política Nacional de Saúde, que define a priori o período de internação sem levar em conta a competência de decidir do médico, estabelecida claramente na reforma psiquiátrica iniciada pela Lei 10.216/01.
Os médicos fazem críticas à política de internação de doentes mentais, entre eles os que possuem dependência química, em leitos dos hospitais gerais.
 Além de onerosa, a internação de pessoas que têm dependência química junto com outros doentes pode colocar a equipe médica e demais pacientes em risco, por conta da natureza dessas doenças.
“Para oferecer seis leitos em ala própria para doentes mentais é preciso ter psiquiatra e equipe de enfermagem, além de plantonistas, psicólogo e assistente social, toda uma equipe, quando sabemos que essa mesma equipe, com um psiquiatra e duas enfermeiras, atenderia quarenta leitos. A gente tem que entender que não podemos jogar dinheiro fora”, argumenta Fortes.
Outra medida do governo que tem recebido críticas dos psiquiatras é o limite do tempo de internação. “O médico é quem tem de dizer o tempo de que a pessoa precisa. O que há hoje é uma ingerência extraordinária na ação do médico. Você tem de fazer todo o trabalho em 15 dias, ainda que esse período seja insuficiente”, critica o representante da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Essas críticas sobre a internação por dependência química também é a posição do CFM, representado pelo vice-¿presidente, Carlos Vital Corrêa Lima, que afirmou ser necessária a internação do dependente de crack por até três meses, dependendo dos danos ao cérebro, do tempo de consumo e da gravidade das doenças associadas.
Em resposta às críticas sobre a internação de pessoas que possuem dependência química, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, garantiu à ABP, em reunião realizada em 2 de junho, que o ministério irá rever a política de saúde mental, avaliar a eficiência dos Caps, analisar a criação de ambulatórios de psiquiatria e a contratação de psiquiatras para as emergências, e definir o que é serviço médico e serviço social dentro das comunidades terapêuticas.
Os representantes da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) ouvidos pela subcomissão do Senado criticaram a implementação da reforma psiquiátrica pelo Ministério da Saúde, a partir da Lei 10.216/01. Para eles, em um primeiro momento, houve o fechamento em massa de leitos para tratamento de saúde mental e, na construção do novo modelo, há sérios desvios na concepção da rede de atendimento que tem o Centro de Atenção Psicossocial como base.
Emmanuel Fortes, da ABP, avalia que há uma distorção do foco do Ministério da Saúde: “O Brasil negligencia a percepção médica para priorizar a percepção social. A dependência de drogas é, antes de tudo, uma doença. E a política do Ministério da Saúde é equivocada porque confunde os Caps com uma panaceia que resolve todos os problemas”, afirma.
Segundo ele, o Conselho Federal de Medicina considera o Centro de Atenção Psicossocial impróprio para o trabalho dos médicos porque não têm estrutura que lhes permitam uma ação imediata, muitas vezes necessária no atendimento aos toxicodependentes, como nos casos de crises convulsivas e overdoses, por exemplo. “Fica somente uma enfermeira, uma psicóloga, uma assistente social. E esses profissionais não têm a formação para executar um procedimento. Têm que chamar o Samu”, argumenta Fortes.
Para a ABP, o Centro de Atenção Psicossocial inverteu a sequência correta do atendimento, que deveria começar pelo diagnóstico clínico e psiquiátrico numa unidade da rede geral de saúde. Essa avaliação, necessária para detectar o uso de outras drogas além do crack e para diagnosticar as doenças físicas e psíquicas associadas, seguida das providências de início de tratamento, estaria relegada a segundo plano na estrutura do Centro de Atenção Psicossocial desenhada pelo Ministério da Saúde.
Para Fortes, “os Caps são uma boa ideia, mas eles não podem ser o controlador da porta de entrada, o prescritor de medicamentos e o aplicador de terapias reabilitadoras porque a dependência está associada a doenças como a esquizofrenia, o transtorno afetivo bipolar, as psicopatias, os transtornos de déficit de atenção e a uma gama imensa de perturbações que vai da doença do pânico até a ansiedade generalizada. É preciso um diagnóstico médico antes de admitir os toxicodependentes no sistema e o centro de atendimento não tem estrutura para cumprir esse papel”.
Mais que isso, afirma o médico, o Centro de Atenção Psicossocial não está devidamente aparelhado para a desintoxicação, emergências e acidentes, que exigem atendimento médico especializado.
Diagnosticar e tratar doenças transmissíveis sérias, comuns em usuários de drogas, entre elas Aids e hepatite, também não seria possível em um Centro de Atenção Psicossocial. “Essa é uma estrutura que prevê apenas dois psiquiatras durante o dia, não tem psiquiatra à noite, nem nos fins de semana, nem nos feriados e dias santos. E é essa estrutura que vai lidar com pessoas que necessitam de cuidados intensivos”, alerta Fortes.
O sistema público de saúde completa a rede de atendimento aos dependentes químicos e deve oferecer serviços de saúde mental e leitos para internação. O Ministério da Saúde estabeleceu que “a internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas ou à presença de algum tipo de comorbidade desenvolvida com o uso”.
De acordo com o MS, os Caps devem “oferecer atendimento individual (medicamentos, psicoterapia, orientação etc.), em grupos (psicoterapia, atividade de suporte social), oficinas terapêuticas, visitas e atendimentos domiciliares, atendimento à família e atividades comunitárias para a integração do dependente químico na comunidade e sua inserção familiar e social”.
Para Doralice Alcântara, secretária de Assistência Social de Ponta Porã (MS), o tratamento ambulatorial nos Caps só funciona se as famílias dos dependentes químicos tiverem condições de recebê-los em casa e administrar a medicação. "Infelizmente, quando a doença da dependência química pelo crack se instala nas famílias, já não é mais suficiente o tratamento ambulatorial porque a pessoa vai para a rua".
Álcool e drogas
A política de saúde mental prevê ainda a criação, nos municípios com mais de 200 mil habitantes, de centros de reabilitação – os chamados Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e Outras Drogas (Shrads) –, que deverão priorizar a redução de danos. 
Ou seja, “o tratamento deve estar pautado na realidade de cada paciente, o que não quer dizer abstinência para todos os casos”, afirma o Ministério da Saúde em seu site.
Aos Shrads caberá o atendimento de emergência relacionado ao uso de álcoole outras drogas (síndrome de abstinência alcoólica, overdose etc) com o objetivo de reduzir as internações de alcoólatras e dependentes químicos em hospitais psiquiátricos.
Esses centros de reabilitação não estão regulamentados e o MS promete pagar valores maiores pelos procedimentos dos Shrads, que deverão ser oferecidos exclusivamente em hospitais gerais e com, no máximo, 14 leitos. Porém, o repasse de recursos para criação dos primeiros centros de reabilitação Shards ainda depende de regras para os convênios com os municípios, ainda não detalhadas pelo Ministério da Saúde.
O governo tenta responder ao aumento do número de dependentes e à complexidade do tratamento que a doença exige por meio da Política Nacional de Saúde Mental, que prevê a formação de uma rede aberta de atendimento para oferecer tanto tratamento quanto apoio à reinserção social. No papel, as intenções das normas são muito claras. Porém, na realidade, o que se verifica é uma rede de atendimento limitada, quando existente.
Responsável atual pela implementação da política de saúde mental, Roberto Kinoshita, coordenador de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde (MS), acredita que o modelo deve garantir tanto o acesso ao tratamento quanto o respeito aos direitos civis dos usuários de drogas.
De acordo com o modelo desenhado pelo MS, as equipes de Saúde da Família devem prestar o primeiro atendimento aos dependentes que buscam tratamento. Já os doentes que não procuram atendimento devem ser abordados por equipes itinerantes, chamadas consultórios de rua e formadas por médicos, psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. Tanto as equipes de Saúde da Família quanto os consultórios de rua devem estar vinculados a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Essas três instâncias são responsáveis pela triagem, pela avaliação clínica das condições de saúde física e mental do dependente e pela definição do tratamento a ser feito, incluindo 
decidir sobre a necessidade ou não de internação. Cabe ainda a 
esses serviços organizar a demanda de saúde mental no município, mapeando vagas e leitos disponíveis na região e encaminhando os pacientes de acordo com suas necessidades.
Apesar de os dados demonstrarem uma carência extrema de leitos na rede de atendimento à saúde mental no Brasil, os mecanismos atuais não conseguem fazer com que a rede de atendimento pública se expanda rapidamente. Pelo modelo construído há mais de nove anos pelo Ministério da Saúde, os municípios têm que arcar com todo o custo do planejamento e cumprir diversos passos burocráticos para conseguir a liberação de recursos, considerados insuficientes, para montar a infraestrutura.
Pelo sistema atual, é dos municípios a responsabilidade de criar e gerir a rede de atendimento aos dependentes químicos.
As prefeituras devem organizar a demanda e mapear os leitos e outros tipos de atendimento disponíveis em sua região para encaminhamento dos dependentes químicos. Como se não bastassem esses esforços, há ainda outras condições que precisam ser cumpridas para os municípios criarem suas redes de saúde mental com ajuda do governo federal.
Para o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL), houve “a municipalização do transtorno mental”. Porém, as prefeituras, por conta de todas as etapas exigidas, não conseguem estruturar rapidamente a rede de atendimento necessária aos dependentes químicos. Consequentemente, o país pode demorar muito e até não conseguir enfrentar o problema. Carimbão criticou a demora, afirmando que “se tenho um montante de 2 milhões para serem atendidos [número estimado de dependentes], e a única ferramenta que o Brasil tem são os Caps AD, há um déficit de 1,99 milhão de vagas”.
Burocracia
Para implantar o Caps, os municípios com mais de 40 mil habitantes (30 mil na Amazônia) devem ter um núcleo de atenção integral à saúde da família, com pelo menos um psicólogo ou psiquiatra, e um terapeuta ocupacional ou assistente social.
Cada núcleo deve dar suporte técnico para nove a 11 equipes de Saúde da Família. Essas equipes devem estar articuladas preferencialmente aos Caps, onde houver, ou ao serviço de saúde mental de referência.
Para obter auxílio financeiro antecipado é preciso enviar ao Ministério da Saúde (MS) dados sobre o projeto terapêutico, os profissionais e os gastos necessários.
A burocracia exige ainda que os municípios elaborem todo o projeto do centro e peça ao MS o cadastramento do serviço, o que só é feito com autorização da Comissão Intergestores Bipartite (órgão do SUS composto por estados e municípios), a pedido do secretário estadual de Saúde. É preciso ainda enviar essa autorização e a papelada do projeto ao MS.
Somente depois dessas etapas, é que o MS repassa R$ 20 mil para a implantação do Capsi, R$ 30 mil para o Caps II ou Caps I e R$ 50 mil para o Caps III ou Caps AD.
Brasil adota redução de danos, mas sem consenso
Ao contrário do tratamento por desintoxicação, as iniciativas de redução de danos não exigem que o dependente deixe de consumir drogas. A ideia é diminuir os prejuízos causados pela dependência, tanto para o usuário quanto para a sociedade. Entre os riscos a serem minorados estão: suicídio, overdose, acidentes, prejuízos cerebrais irreversíveis e doenças transmissíveis, como Aids e hepatite.
Mesmo oficializada, a redução de danos está sem consenso no Brasil. Um dos maiores obstáculos à sua implantação é o entendimento de que ela incentivaria o consumo de drogas, com gastos desnecessários, quando o objetivo deveria ser a desintoxicação total.
Estratégia da política de redução de danos inclui ações polêmicas
• fornecimento de preservativos, seringas, cachimbos descartáveis etc., para evitar a transmissão de doenças e as queimaduras na boca e mãos do dependente
• substituição da cocaína ou crack pela maconha, para evitar danos cerebrais mais graves (essa é uma opção muito criticada pelos médicos, que discordam da substituição de uma droga por outra)
• criação de locais monitorados para o consumo ou o fornecimento da droga pelo Estado, para evitar o contato do dependente com o traficante, reduzir a demanda, garantir que não sejam consumidas substâncias ainda mais tóxicas e retirar o caráter de proibição da droga, que serve como atrativo, especialmente para os mais jovens
Abordagem multidisciplinar para reabilitação de dependentes químicos
Desintoxicar o dependente químico é apenas parte do tratamento. Além de depender da vontade do paciente, o uso de medicamentos, isolado, pouco consegue ajudar uma pessoa completamente desorganizada, desde seus cuidados básicos de higiene até suas relações sociais e laços afetivos.
Daí o consenso de que é necessária uma abordagem multidisciplinar para que o tratamento seja eficaz. Desintoxicação, psicoterapia, terapia ocupacional e assistência social são apenas partes do tratamento. E há ainda quem defenda um componente religioso nessa recuperação do indivíduo. Porém, em regra, essa abordagem multidisciplinar ainda está completamente desarticulada no Brasil.
Além da articulação, há necessidade de grande dedicação por parte de quem aplica o tratamento. O atendimento ao usuário exige habilidade e disponibilidade emocional dos profissionais envolvidos, o que demanda grandes investimentos, inclusive em treinamento.
Essa necessidade é agravada ainda pelas recaídas, muito comuns, por outras doenças associadas, por problemas afetivos e com a lei. E o tratamento dessas questões é tão importante quanto livrar o dependente do abuso das drogas.
Segundo o psiquiatra e consultor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, José Manoel Bertolote, “o sucesso de qualquer tratamento para dependência química passa pela vontade do usuário de se manter afastado da droga”. Ele se aproxima do conceito de abordagem multidisciplinar, ao lembrar que “a desintoxicação tem seu papel, no sentido de reduzir os danos a que está sujeito o usuário, mas é uma contribuição modesta. Um sólido sistema de apoio médico, psiquiátrico, social, familiar e psicológico é essencial”.Os médicos confirmam que não existe medicação para reduzir o desejo por crack ou cocaína. Por isso, dizem que não se pode passar às famílias e dependentes a ideia de que, sozinhos, medicamentos vão resolver o problema. Isso sem contar que, a cada passo da medicina, o mercado de drogas ilícitas diversifica seus produtos, deixando os cientistas para trás.
Os psiquiatras da Unifesp Hamer Alves, Marcelo Ribeiro e Daniel de Castro recomendam ainda que o tratamento com abordagem multidisciplinar leve em conta o uso concomitante de outras drogas, especialmente do álcool, generalizado entre dependentes de crack ou cocaína. A equipe da Unifesp observa que o álcool é um dos maiores obstáculos ao tratamento, por reduzir a capacidade crítica e a motivação e por levar o usuário a estados de impulsividade e euforia, o que aumenta o risco de recaída.
Além disso, qualquer medicamento pode oferecer risco se não for considerada a interação com o álcool, as recaídas, os efeitos colaterais e o uso dos remédios em tentativas de suicídio.
Para tornar o quadro ainda mais complexo, estudos relatam que o uso de cocaína e crack pode desencadear psicose, depressão e esquizofrenia, entre outras doenças psiquiátricas. Para que o tratamento tenha sucesso, o diagnóstico deve ser o mais exato possível para que essas doenças sejam tratadas com remédios específicos, tradicionais e de eficácia comprovada.
Caso a caso
A estratégia de tratamento com abordagem multidisciplinar deve ser definida para cada usuário, de acordo com sua idade, sexo e formação, e sua realidade sócio-econômica. Ainda assim, essa estratégia deve estar sempre sujeita a revisões. Os médicos estimam ser necessários entre seis e 12 meses de tratamento, que pode chegar a mais de três anos. Internações são consideradas imprescindíveis nos casos em que o paciente for um risco para si mesmo e para os outros.
A família e os amigos são fundamentais para que os dependentes se mantenham motivados e compromissados com o tratamento recebido. No entanto, informa a psiquiatra Gilda Pulcherio, “a maioria dos estudos confirma que o universo familiar dessa população é frequentemente disfuncional”. Assim, muitas vezes o tratamento deve incluir também apoio psicológico para a família do dependente.
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Surgimento do CAPS 
 O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) surgiu em São Paulo, no ano de 1987. Com recursos federais e de caráter público, esse novo serviço veio atender a demanda de atendimentos em saúde mental, tendo recebido o nome, a princípio, de Centro de Atenção Psicossocial Luiz da Rocha Cerqueira, com a sigla CAPS, que foi seguida posteriormente em todo o país pelos próprios usuários do serviço. O centro tornou-se um modelo institucional para os demais CAPS brasileiros.
Objetivo 
Trabalhar o usuário como um ser na sua totalidade, levando em consideração a sua história de vida e o ambiente no qual está inserido. A reintegração social, fator fundamental no resgate dos nossos usuários, respeitando sua autonomia e as demandas a ela inerentes.
Funções do CAPS 
 Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; Acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; Promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; Dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; Organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; Articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território; Promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Atuação do Profissional de Serviço Social 
O profissional de Serviço Social, tanto atende de forma individual, através: do acolhimento; visita domiciliar; acompanhamento social como atendimentos de forma coletiva: através dos grupos de família, grupos operativos, grupos de espera atividades comunitárias e visitas domiciliares com a família de forma grupal. É definido dependendo do objetivo da abordagem.
Segundo CFESS (2009), o assistente social atua no atendimento aos trabalhadores, seja individual ou em grupo, na pesquisa, no assessoramento na mobilização dos trabalhadores, compondo muitas vezes, equipe multiprofissional. Esses atendimentos são realizados da forma em que o profissional recebe a solicitação, ou seja, de acordo com o que foi relatado pelo usuário. Se a demanda está direciona a um atendimento em grupo será então elaborada uma estratégia para a realização desse atendimento em grupo.
Nas equipes de saúde mental o assistente social deve contribuir para que a reforma psiquiátrica alcance seu projeto ético-político. Nessa direção, os profissionais de serviço social vão enfatizar as determinações sociais e culturais, preservando sua identidade profissional. Portanto, é importante que o profissional possa sempre atuar de maneira responsável e coerente conforme as diretrizes. A necessidade de dinamicidade nas atividades do assistente social é algo indispensável para que ocorra uma boa interatividade com a equipe e os pacientes.
Principais atribuições e responsabilidades 
 Promover a reinserção social dos usuários através de diversas ações, articulando saúde, educação, trabalho, cultura, lazer, esporte, esclarecimentos e educação da população, ou seja, utilizando recursos intersetoriais e criando estratégias conjuntas; Proceder à entrevista para investigação, diagnósticos e intervenção psicossocial dos casos encaminhados por qualquer elemento da equipe multiprofissional ou de usuários que compareçam ao CAPS encaminhados ao serviço social; Relatar através de impresso próprio, as entrevistas realizadas; Elaborar boletim estatístico do movimento diário de entrevistas realizadas; Levar ao conhecimento da equipe multiprofissional os problemas sociais que surgirem como prioridade na população atendida, apresentando sugestões para intervenção; Elaborar estudos socioeconômicos dos usuários e suas famílias, com vistas a subsidiar a construção de laudos e pareceres sociais a perspectiva de garantia de direitos e de acesso aos serviços sociais e de saúde; Facilitar e possibilitar o acesso dos usuários aos serviços, bem como a garantia de direitos na esfera da seguridade social por meio da criação 
de mecanismos e rotinas de ação; Organizar, normatizar e sistematizar o cotidiano do trabalho do trabalho profissional por meio da criação e implementação de protocolos e rotinas de ação; Realizar estudos e investigações com relação aos determinantes sociais da saúde; Desempenhar outras atribuições que lhe forem delegadas pelo seu superior imediato, desde que estejam situadas nas atribuições e competências da categoria profissional do Serviço Social.
Grupos e Serviço Social 
 Uma das contribuições que o serviço social pode dar como coordenador de grupos é fazer a analise das determinações econômicas, políticas e ideológicas, isto é, dos interesses materiais dos grupos, articuladas com as suas relações de poder e as representações da realidade social presentes no grupo e em seus integrantes.
Família e Serviço Social 
 As famílias também são instituídas socialmente e tem objetos, produtos institucionais. Nelas também se dão conflitos materiais, de poder e de ideias que atravessam o comportamento dos usuários em tratamento no estabelecimento de Saúde Mental. Uma boa reabilitação em termos familiares é possível se o portador de transtorno mental, os parentes e os profissionais mantiverem entre se práticas não opressivas.
Usuários que podem ser atendidos pelo CAPS 
Todo cidadão pode ser atendido no CAPS. Não existe de fato na Saúde Mental caso mais grave ou menos grave. Existem pessoas que estão em maior ou menor surto ou que estão melhor ou de modo pior em relação ao sucesso de tratamentona área de Saúde Mental. O Atendimento do CAPS é municipal e interligado ao SUS. Um modo de evitar internamentos hoje desnecessários na saúde mental. Para ser atendido basta procurar diretamente este serviço ou ser encaminhado pelo PSF (Posto de Saúde da Família) ou outros serviços de saúde.
lNSTRUMENTOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS I
RESUMO 
Neste artigo serão abordados os instrumentos e processos de trabalho do assistente social na Saúde Mental como mediador de dir eitos para os usuários do serviço do Centro de Ate nção Psicossocial (CAPS). A prática do a ssistente social dentro dessa instituição configura-se pela orientação, esclarecimento e intervenção diante das demandas do serviço social, visando desenvolver ativid ades que de fato garantam aten ção e acesso aos devidos d ireitos dos usuários não somente m édica, mas também social e econômica. O desempenho deste profissional que vai ao encontro da reforma psiquiátrica no quesito de reinserção dos usuários na sociedade seja através de trabalho, lazer, exercícios dos direitos civis e fortalecimento de vínculos comunitários e familiares. Nessa perspectiva a refe rida pesquisa tem co mo objetivo apresentar os instrumentos técn icos de trabalho do assistente social e como estes instrumentos contribui na garantia dos direitos e transforma a vida dos usuários do serviço do CAPS tendo como suporte o código de ética da profissão consolidando em um t rabalho ético , o rganizado e que luta pela equidade e justiça social. 
INTRODUÇÃO 
O se rviço so cial surgiu no Brasil a partir da década de 30 em meio a um processo de grandes modificações no setor da indústria e um a vanço expressivo na área econômica, social, político e cu ltural. Retornado com maior veemência as relações sociais relacionadas ao sistema capitalista. Surge dentro dessa prerrogativa da questão social o trabalho e o cap ital e seus conflitos frente à decorrência da exploração do trabalho pelo capital e o impacto na vida d o trabalhador. Para ameniza o s confrontos entre a burguesia e proletariado f azem necessária a existência dos profissionais do serviço social, deixando p ara trás um serviço de assistencialismo e clientelismo, p assando a se r reconhecida como mediador da s questões sociais, concedendo possibilidades relacionadas a seus direitos sociais básicos como alimentação, saúde, saneamento, educação, habitação etc. Nessa direção, na instrumentalização de sua intervenção os profissionais assistentes sociais recém f ormados desempenhavam seu pa pel na demanda d as necessidades sociais que são colocadas frente às relações de trabalho que se configura na sociedade no que diz respeito às questões sociais . O se rviço so cial lutou para ser uma profissão reco nhecida legalmente ao longo d os anos e rompeu com seu caráter de favo r, benevolência e assistencialista. Durante sua trajetó ria pautada em algumas correntes como bases sendo que estratégias e instrumentos exercidos na sua pratica difere a cada abordagem e conjuntura histórica. Sendo assim se faz necessário saber identificar os frutos das questões sociais e seu contexto para em seguida traçar quais os instrumentos e ferramentas serão empregados na hora da sua atuação. Dentro da saúde mental, o serviço social procede levando em conta o preconceito e vulnerabilidades d os usuários vivenciam dentre as varias expressões da questão social. Diante disso o assistente social passou a se parte integrante da equipe multiprof issional dos CAP S respaldados pelo código da profissão e dos Parâmetros de A tuação na po lítica de Saúde. Partindo desse p ressuposto faz necessário analisar e discutir a atuação desses referido profissional nesse ambiente de saúde mental com foco no processo e instrumentos utilizados na sua pratica profissional e tamb ém avaliar sua contribuição no processo de ressocialização do s usuários junto à sociedade. 
DESENVOLVIMENTO
O surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) foi como um instrumento na luta antimanicomial, ou seja, uma ma neia de lidar com os trans torno s mais graves com b ase na Reforma Psiquiátrica, tendo em vista a prestação do sujeito com sofrimento psíquico, minimizando e impedindo as internações psiquiátricas e trabalhando com parcerias em rede de serviços a f im de contribui com sua reinserção n a sociedade. No Brasil o primeiro CAPS foi o Cento de Atenção Psicossocial Professor Lu iz da Rocha Cerqueira conhecido como CAPS Itapeva sendo sua inauguração em m arço de 1986 e um ano depois ocorreram os primeiros atendimentos em saúde mental co ntando com o ap oio de recursos f ederias e público. Existem diferentes mod alidades de CAPS conforme as necessidades de cada território, sendo o CAPS I - para municípios com p opulações entre 20.000 e 70.000 habitantes, CAPS II - para populações e ntre 70.000 e 200.000 habitantes, CAPS III - acima de 200.000 habitantes (este é o único que funciona 24 horas, incluindo feriados e f ins de semana), CAPSi - aten de crianças e adolescentes (até 17 anos de idade), e CAPSad - atende usuários de álcool e o utras drogas cujo uso é secundário ao transtorno mental clínico. O CAPS é um órgão gesto r da política publica de saúde mental que utiliza serviços diferenciados de tratamento e atenção do sujeito com transtorno mental do modelo ho spitalocêntico, sendo agregado atualmente ao Sistema Único d e S aúde (SUS) e normatizado pela Portaria nº336/GM de 19 de fevereiro de 2001. No Brasil po r volta de 1990 come ça o andamento da reorganização da assistência psiquiátrica com a concepção de novos serviços que beneficiem a camada de ind ivíduos com tormentos mentais. Conforme a lei nº10. 216 de 06 d e abril de 2001 que delibera sobre a proteção e direitos que os possuidores de transtornos menta is, direcionando o padrão em saúde mental que abrange novidades e progresso no que tange a saúde men tal. Com o surgimento da Reforma Psiquiátrica e o enfraquecimento do padrão de atenção e tratamento aos ind ivíduos com transtorno menta l co ncentrado no hospital pa ssando é ter destaque os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) com o objetivo de estruturar a rede de assistê ncia e organizar as disposi ções para que as pessoas com transtornos severos e persistentes sejam reinseridas na sociedade. Em 2002 o Ministério da Saúde apresenta a Portaria nº336 que normatiza as atividades do CAPS e determina suas modalidades com o parte essencial dessa reforma, sendo um essencial equipamento sucessor dos hospitais psiquiátricos. Assim esses Cento de Atenção Psicossocial são e stabelecidos como um serviço acessível e público do Sistema Único d e Sa úde. O CAPS é um ambiente de recomendação para quem necessita de tratamento com transtorno s m entais, neuroses graves, psicose e outras patologias, das quais perseverantes e graves comprove a sua continuidade n esse equipamento que dispõe de cuidados intensos, coletivo, diferenciado e que favoreça a vida. Entre os citados serviços tendo como finalidade o acolhimento à população de acordo ao território, disponibilizando cuidados clínicos, reabilitação sócio -familiar e psicossocial, impulsionando a alcançar autonomia, estimulando a pratica da cidadania e a inserção so cial dos pacientes e seus f amiliares. Possibilita ainda um suporte terapêutico de forma intensiva com o intuito d e ajudar pessoas com transtorno grave au xiliando em se rviços diários e continuo; Semi -intensivo oco rre quando reduz o desequilíbrio psíquico e este decide um atendimento mediador sendo ainda acompanhado e cuidado s direto; E o não intensivo é u m se rviço prestado em domicilio devido o usuário não necessitar de atenção constante desse serviço. Os instrumentos de operações usados pelo assistente social no CAPS são enriquecidos de conhecimento teóricos e metodológicos, possibilitando uma compreensão minuciosa da realidade social na qual esta inserido. Conforme apresenta o Ministério da Previdência e Assistência Social 
O procedim ento m etodológico supõe o uso de instrum entos e técnicas 
vinculados a uma concepção teórica que lhes da direção,intencionalidade 
(contrario à neutral idade), constituindo- se c omo fundamentais a viabil ização 
das estratégias propostas. Assim s endo, as ent revistas, as v isitas 
domiciliares, a a bordagem junto às populações, as dinâmicas de grupo, 
palestras, seminários bem como o parecer social, pesquisas e recurs os 
materiais estão direcionados neste documento p elo método histórico -
dialético (MPAS, 1995, p.17)
Dentre e sses inst rumentos aplicados no CAPS por esses profissionais a visita domiciliar é f eita a com o propósito de investigar a saída de u suários a o Serviço, busca ativa, visita de refe renciamento nas atividades por ordem judicial ou a pedido dos paci entes e familiares, entrevista ind ividual ou em companhia dos familiares, considerando a situa ção demográfica, familiar, so cial, cultural com a intenção de que com essas informações se tenha uma melhor com preensão da realidade da s pessoas envolvidas, estudo s sociais, observação, parece r social, reuniões matriciais que possibilita a percepção do serviço psicosso cial aos funcionários da rede de saúde do município. 
A visita dom iciliar com o um instrumento que pote ncializa as possib ilidades 
da realidade (conhec endo com o usuário as suas dificuldades e, não o que 
já sabe que são pobres, que brigam que bebem etc.) e, que tem como ponto 
de referência a garantia de seus direitos (através dos serviços que lhe são 
levados) onde se ex erce um papel educativo (colocando o saber técnico a 
disposição) de reflexão sobre a qualidade de vida. ( SARMENTO, 1994, 
p.304) 
Diante disso, a visita dom iciliar compreende o contexto da realidade social no qual o individuo esta inserido e suas formas de subsistência, proporcionando informações concretas para uma melhor intervenção profissional, guiando para garantia e proteção dos direitos e no desempenh o da cidadania com transparência e concretude a o projeto ético -politico da profissão. Sobre visita d omiciliar, Samaro (2014, p.19) conceitua que: 
“é um a técnica social, de nature za qualitat iva, por m eio da qu al o 
profissional s e debruça sobre a realidade social com a intenção de conhec ê -
la, descrevê-la, compreendê -la ou explicá- la. O seu diferencial em relação a 
outras t écnicas é que tem por lócus o meio soc ial, especialm ente o lugar 
social mais privativo e que diz respeito ao territór io social do sujeito: a sua 
casa ou local de dom icílio”. 
A visita domiciliar não é privativa do serviço social, porém esse instrumental é usado pelo assistente social com o objetivo investigar as situa ções de vida e realidade de uma determinada família e usuário. Levando em conta sua particularidade e f ormação, os a ssistentes sociais atuam na intervenção na rotina desses usuários. Compreendendo de fato a ve rdadeira realidade do próprio usuário concebendo conhecimento daquela realidade de f orma que esses conhecimentos sirvam de base aos profissionais de outras área s. Entretanto as informações adquiridas através das visitas do miciliares têm como propósito um signif icado ideológico desde preparação até a execução da visita.Os mecanismos utilizados no trabalho do assistente social abrangem a soma de conhecimento e habilidades aprendida pe lo desenvolvimento de su a fo rmação. Porém para um fazer profissional com a ptidão é n ecessário instrumentalidade e clareza quanto à finalidade do s objetivos a fim de obte r resultados que contemplem todas as expressões da questão social como afirma Guerra: 
A instrum entalidade é um a propriedade e/ou capacidade que a profissão vai 
adquirindo na medida em que concret iza objeti vos. Ela pos sibilita que os 
profissionais objetivem sua intenci onalidade em respostas profissionais. É 
por m eio desta c apacidade, adquirida no exercício profissional, qu e os 
assistentes s ociais modificam, transform am, alteram as condições objetivas 
e subjetivas e as r elações interpessoa is e sociais ex istentes num 
determinado nível da r ealidade social: no nível do c otidiano. (2007, p. 02)
Outro instrumento técnico operativo do assistente social é o procedimento de trabalhos em grupos que visa à constituição de vínculos de socialização entre a instituição, equipe técnica e usuários do serviço com o propósito restaura r as relações sociais, familiares e comunitários conforme vontade do grupo seja por carência, importância e e xpectativas. Com base no conju nto de princípios que norteia o serviço social no campo da saúde m ental, af irmando e constituindo uma nova compreensão de saúde em um ambiente de bem esta r não só f ísico, mas também mental e social. A dinâmica em grupo é f ruto da p sicologia social iniciada com o uma ferramenta de pesquisa do comportamento humano. Logo depois teve destaque no campo social com destaque na saúde m ental. Esse instrumento de trabalho esta sendo bastante utilizado pelos assistentes sociais com o uma maneia d e assegurar domínio coletivo, falsear comportamentos, sugerir um debate, acolher maior quantidade de pe ssoas com situações semelhantes. E sempre levando em conta que esse instrumental tem que se moldar aos objetivos do assistente social e com o 
propósito determinado pelo mesmo profissional. As atividades em grupo é um método que d ispõe de jogos,brincadeiras, recreação, entretenimentos, ap resentar determinada encenação com a f inalidade de conceder que os componentes do grupo elaborem u ma refle xão a respeito de um ponto estabelecido. Nesta conjuntura o objeto de intervenção do serviço social é as expressões da questão social e nas atividades em grupo faz necessário que tragam a tona de socialização, convívio e recon stituição nas relações. S endo que neste espaço o usuário se sente livre para se expressar com aptidão para enf rentar se us temores e anseios e também fazer trocas de conhecimento. Segundo Schmitt et al. (1999, p. 29-30): 
Um dos m elhores meios para uma pessoa se desenvolver, aprender coisas 
novas e perder a vergo nha de f alar, é participar de um grupo e de suas 
atividades. Nestes grupos, um a das formas de ajudar as pessoas a expor 
suas idéias é usando d inâmicas, que são instrumentos para f acilitar a 
comunicação e a int eração do grupo. 
[...] 
A dinâm ica provoca abert ura no re lacionamento e ntre o EU e o OUT RO, 
isto é, f acilita a vivência n o grupo, no sentido de percebermos as diferenç as 
de cad a um. É necessário perceberm os que c ada p essoa pens a, sente e 
age de diferentes maneiras e de formas diversas, em relação a uma mesma 
situação. Perceb er essas diferenças facilita a superação de al guns 
problemas que existem na vida com unitária.
Sendo assim a pratica do assistente social tem como ob jetivo orientações de grupos e u suários naobtenção e d efesa de direitos seja m políticos, sociais e civis por meio de uma ação profissional centrada na interdisciplinaridade como condição de afirmar seu compromisso ético - po lítico com os cidadãos no objetivo de concretizar uma atuação em beneficio aos usuários do serviço. Os centros de saúde recebem diariamente muitos pacientes sofrendo de diferentes sintomas e trau mas. Diante dessa situação, o p rofissional de assistente social nece ssita compreender e descobri o máximo de informações sobre o s sintomas sentido pe lo paciente e determinar o procedimento de tratamento, para isso usa-se a entrevista de triagem. A e ntrevista de triagem tem por finalidade auxiliar, com preender e encontrar saídas para livrar o paciente da situação que o abate. O profissional necessita ter a sensibilidade pa ra ver e compreender a mensa gem ap resentada pelo enfermo ao olhar e responder as perguntas a ele dirigidas, o momento da triagem é fundamenta l na vida de quem busca ajuda emocional visto que ela dispõe de alguém que está disposta a ouvi-lo e traçar um plano para ajudá-la. Como discorre Chammas (2009,p. 16): 
(...) foi assimilada (...) pa ra desi gnar a prát ica de aten dimento que s e 
destina a sel ecionar a parte da população que pode ser atendida no ser viço, 
considerando a especificidade da dem anda do cliente e atendimentos 
disponíveis.Não se trata de inscrição (embora a inscrição possa fazer parte 
da triagem ), mas de um serviço de atendimento psico lógico com 
características específ icas. 
O profissional de saúde deve ter clareza na entrevista e saber exatament e o que quer descobrir usando o jogo das perguntas para obter com exatidão as verdadeiras causas que traumatizaram o entrevistado, esse tipo de aborda gem é vastamente utilizada por setores diversos da saúde por aumentar a confiab ilidade dos dados obtidos, dando maior clareza nos métodos a serem adotado s para maior rapidez no tratamento e recuperação do traumatizado. O entrevistador deve guiar a triagem de forma amigável e nunca perder o fo co que é diagnosticar e encaminhar para o tratamento mais adequado. Segundo Chammas (2009, p. 17), 
...são estimados, desta m aneira, dois m omentos centrais, o enco ntro com o 
cliente, no qua l são coletados dados e a partir dos quais se realiza a 
primeira avaliação e o mom ento do encam inhamento, seja interno ou 
externo à i nstituição. Desta conceituação depreen de-s e que, um a triagem é 
bem sucedida qu ando, considerand o a função para a qual se destina, 
exerce boa c ompreensão do c liente e resulta em um encaminham ento 
adequado. 
Cabe tam bém ao entrevistador, zelar pelo sigilo da e ntrevista garantindo que a mesma não seja interrompida e que o loca l se ja a conchegante levando o entrevistado a se sentir à vontade para conta r o s problemas e dif iculdades enfrentados. O entrevistado deve se sentir valorizado e aceito pelo en trevistador que por sua vez deve transmitir um clima de confiabilidade nos mínimos detalhes. Buscando maior entendimento e visando m elhoramento no relat o o entrevistador pode intervir na narrativa do entrevisto com perguntas, confrontações, comentários, interpretações, es clarecimentos e explicações no int uito extrair o m aior numero de informações ne cessária não apenas para diagnosticar e determinar o melhor tratamento, mais também para mostrar ao en trevistado sua real situ ação e facilitar na aceitação do quadro clínico e tratamento. 
CONCLUSÃO 
Essas ferramenta s de trabalho dos profissionais do serviço social não são estagnadas e sim um dispositivo que tend e a fluir correspondendo às exigências profissionais diante das diversas conjun turas e rea lidades sociais . Com base nisso faz necessário que os referidos profissionais dispõem de competências pa ra compreender essas variedade s de procedimentos que compõem o fazer profissiona l, com base na utilização e e struturação das ações desenvolvidas p elo assistente social. Pois é p or meio dessa avaliação que os assistentes sociais serão capazes de recon struir a trajetória h istórica e ap rimorar sua s técnicas de int ervenção, apresentando nesse sentido habilidade e aptidão no desempenho de sua função. O instrumental utilizado na p ratica do assistente social é resposta da habilidade criativa e do entendimento do contexto social de modo que a intervenção seja feita com o maior comprometimento possível, eficiência e capacidade profissional. É relevante de stacar que seja qual fo r à escolha do instrumento técnico -operativo é ind ispensável à importância da reflexão e analise do projeto ético-politico. No que se refere atuação do assistente social no ambiente do CAPS I nota que esse profissional possibilita aos usurá rios d o serviço a garantia e efetivação dos seus direitos expressos na lei frente a uma sociedade controvérsia e discriminatória. Nessa instituição o assistente social lida diretamente com as expressões da questão social, buscando nas ações de sua pratica a menizar o sofrimento mental e social desses pacientes alicerçado no SUS, Política de Saúde Mental e no Código de Ética.

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