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PROGRAMAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO Ficha técnica: EQUIPE DE PRODUÇÃO COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DO MATERIAL PEDAGÓGICO Avante Brasil Informática e Treinamentos Ltda. DIRETOR DE PLANEJAMENTO Carlos Henrique Ferraz DIRETOR COMERCIAL Rômulo Moura Afonso CONTEÚDO Avante Brasil COORDENADORA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Gislene Alves DESIGN INSTRUCIONAL Cláudia Vasconcelos DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Alissom Lázaro ÍCONES ORGANIZADORES DEFINIÇÃO - É utilizado ao defi nir conceitos e signifi cados. v SAIBA MAIS- Aprofundamento de ideias, curiosidades, links de sites e tex- tos complementares. c REFLEXÃO - Momento para refl etir sobre as questões apresentadas e apro- fundar pontos relevantes. EXEMPLO - Utilizado no momento em que exemplifi ca conteúdo ou ideias. APRESENTAÇÃO Objetivos da disciplina: Proporcionar aos participantes uma visão teórica e prática acerca da elaboração, programação e execução orçamentária e financeira no setor público no intuito de: • Dotar os participantes do conhecimento teórico acerca do sistema e do processo orçamentário e financeiro da administração pública; • Dotar os participantes de conhecimento básico acerca das Leis que compõem o sistema brasileiro de planejamento e orçamento; • Desenvolver avaliação crítica a respeito dos conceitos estudados e evidenciar a aplicabilidade dos mesmos no dia a dia das instituições públicas. Justificativa do curso: O conhecimento de conceitos básicos acerca do funcionamento do sistema brasileiro de planejamento e orçamento, sua aplicabilidade e abordagem sistêmica, que permite uma visão ampla do funcionamento operacional da administração pública nas esferas federal, estadual e municipal. A crescente integração existente entre o planejamento e o orçamento governamental propiciará um maior entendimento acerca do funcionamento da máquina pública. Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Unidade 01: Orçamento Público 1. Introdução:...............................................................................................................................8 1.1 Orçamento Público ................................................................................................................9 1.2 Tipos de Orçamento ............................................................................................................11 Unidade 02: Princípios Orçamentários 2.1 Princípios .............................................................................................................................16 2.2 Sistema Orçamentário Brasileiro .........................................................................................23 2.2.1 O Plano Plurianual – PPA .................................................................................................25 2.2.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.........................................................................25 2.2.3 A Lei Orçamentária Anual - LOA .......................................................................................30 Unidade 03: SIDOR/SIAFI 3.1 – SIDOR/SIOP .....................................................................................................................33 3.2 SIAFI....................................................................................................................................35 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias Unidade 01: Receitas e Despesas Públicas 1. Introdução:.............................................................................................................................43 Classificação da Receita Orçamentária por Natureza:..............................................................45 Categoria Econômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea: ....................................46 Classificação quanto à fonte e a origem dos recursos ..............................................................50 Classificação da Receita por Grupos ........................................................................................51 Classificação da Receita por Identificador de Resultado Primário ............................................53 Classificação das Receitas do Orçamento da Seguridade Social: ...........................................53 Origens e Espécies de Receita Orçamentária ..........................................................................54 Classificação Programática - Subtítulo .....................................................................................67 Sumário Unidade 02: Execução Orçamentária e Financeira Estágios da Receita...................................................................................................................72 Estágios da Despesa Pública ....................................................................................................74 1. Restos A Pagar ......................................................................................................................80 1.1 Conceito ..............................................................................................................................80 1.2 Classificação .......................................................................................................................81 1.3 Pagamento ..........................................................................................................................82 1.4 Cancelamento .....................................................................................................................82 1.5 - Prescrição .........................................................................................................................83 2. Despesas de exercícios anteriores .......................................................................................83 2.1. Despesas de Exercícios Anteriores versus Lei de Responsabilidade Fiscal .....................85 Unidade 03: Alterações Orçamentárias Créditos suplementares.............................................................................................................89 Créditos especiais .....................................................................................................................89 Créditos extraordinários ............................................................................................................90 Vale esclarecer: .........................................................................................................................90 Resumo .....................................................................................................................................92 Bibliografia Referenciada ..........................................................................................................93 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios PROGRAMAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 8 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Unidade 01: Orçamento Público 1. Introdução: Orçamento Público é considerado como um relevante instrumento de gestão da Administração Pública. É um processo dinâmico, contínuo e fl exível. Existem diversos tipos de orçamentos, sendo abordados aqui os seguintes: - Orçamento de base zero; - Orçamento tradicional; - Orçamento de desempenho; - Orçamento-programa; e - Orçamento participativo. Compreende-se por princípios orçamentários o conjunto de proposições orientadas que balizam as práticas e processos orçamentários. Abordaremos neste módulo os princípios que norteiam a execução orçamentária. Vamos tratar sobre o Sistema Orçamentário Brasileiro, explanando sobre sua dimensão, agentes participativos e o modelo orçamentário. Abordaremos também, neste módulo, o Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (SIOP). Objetivos do módulo: Abordar as atribuições econômicasdo governo, conceituando os temas relacionados à Administração Pública, Governo, Funções do Estado, dentre outros. Apresentar também o histórico da intervenção estatal na economia. 9 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira 1.1 Orçamento Público O Orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e provavelmente o mais antigo da administração pública. É um instrumento que os governos usam para organizar os seus recursos fi nanceiros. Partindo da intenção inicial de controle, o orçamento público tem evoluído e vem incorporando novas instrumentalidades. Trata-se de um processo dinâmico, contínuo e fl exível, que expressa em termos fi nanceiros, os planos e programas de trabalho do governo para um período determinado de tempo (no caso do Brasil, um ano). Convém abordar que, o mesmo, justamente por apresentar fl exibilidade, possui a característica de poder ser alterado, ao longo de sua vigência. O orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo, autorizado mediante uma lei aprovada pelo Poder Legislativo, estima a arrecadação de receitas e fi xa a realização de despesas da máquina pública para um exercício fi nanceiro. Refl exão No Brasil, o orçamento reveste-se de formalidades legais. Existe uma lei constitucionalmente prevista que estima a receita e fi xa despesa para um exercício. Por causa dessa rigidez, as despesas só poderão ser realizadas se forem previstas ou incorporadas ao orçamento. No Brasil, o orçamento trabalha integrado ao planejamento, sendo os dois obrigatórios e previstos na Constituição. Ambos são regulamentados em diversas normas, entre elas, a Lei nº 4.320/64, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, a Lei nº 10.180/2001 e em diversas Portarias do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão – MPOG e da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Abaixo, segue um resumo da Base Legal do Sistema Orçamentário Brasileiro (leis mais importantes): O processo orçamentário brasileiro é extremamente rígido, haja vista que a maior parte das receitas públicas está vinculada a determinados tipos de gastos ou investimentos. Abaixo, colocamos um resumo da integração entre planejamento e orçamento públicos, utilizados para solucionar os problemas da sociedade: 10 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira E S T R A T É G I C O O P E R A C I O N A L T Á T I C O A Lei orçamentária possui as seguintes características: • Formalidade – formalmente o orçamento é uma lei autorizativa, pois não obriga o Poder Público a realizar a despesa, apenas estabelece um texto máximo para sua realização. Mas atenção, muitos tipos de gastos são obrigatórios, a exemplo das despesas mínimas com educação, saúde etc. Portanto, o orçamento é apenas uma lei formal. • Trata-se de lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada a um exercício fi nanceiro, ou seja, umano, pois no Brasil, O EXERCÍCIO FINANCEIRO COINCIDE COM O ANO CIVIL. • É uma lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA)são leis ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias. • Tem tramitação diferenciada – possui processo legislativo diferenciado das leis comuns, tendo em vista tratar-se de matéria específi ca (receitas e despesas), e de cuja aprovação depende o funcionamento da máquina pública. Trata-se de uma lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo que deverá ser enviada ao Poder Legislativo para apreciação, votação e aprovação. Em seguida, deverá retornar ao Presidente da República para sanção. 11 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira 1.2 Tipos de Orçamento Dentre os diversos tipos de orçamentos que o Estado pode realizar, podemos citar: • Orçamento de base-zero; • Orçamento tradicional; • Orçamento de desempenho; • Orçamento-programa; e • Orçamento participativo. a) Orçamento base-zero Trata-se de um tipo de orçamento que parte de uma exigência de que os projetos governamentais devam ser justifi cados detalhadamente a cada exercício fi nanceiro, como se a cada ano, o processo orçamentário começasse “do zero”. Dessa forma, cada item, na modalidade base-zero, passa a ser tratado como uma nova iniciativa do governo. Abaixo, elencamos algumas das características relativas ao modelo orçamentário base- zero: • Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas em cada unidade orçamentária; • Necessidade de justifi cativa detalhada de todas as dotações solicitadas pelo administrador público, sendo necessária uma exposição dos motivos pelos quais deseja gastar os recursos, evidenciando, também uma análise de custo, fi nalidade, alternativas, medidas de desempenho, benefícios e as consequências de não executar as atividades (pacotes de decisão); • Todos os programas de trabalho devem ser justifi cados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário; • Os gastos anteriormente realizados são questionados e as prioridades historicamente determinadas são abandonadas. b) Orçamento clássico ou tradicional: No orçamento tradicional há pouca participação dos técnicos das unidades orçamentárias, pois geralmente não existem metas bem defi nidas e o envolvimento na elaboração do orçamento, restringe-sebasicamente a alta administração. Nesse tipo de orçamento as projeções de gastos são estabelecidas considerando-se os orçamentos dos anos anteriores, ou seja, se baseia em dados históricos. Antes do advento da Lei no 4.320/64, o tipo de orçamento utilizado pelo Governo Federal era o tradicional ou clássico. 12 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Tratava-se apenas de um documento de previsão de receitas e de autorização de despesas, estas, classifi cadas segundo o objeto de gasto e distribuídas pelos diversos órgãos, para o período de um ano, não se levando em conta, na sua elaboração,o atendimento às reais necessidades da coletividade e da administração, nem se consideravam os objetivos econômicos e sociais. A maior defi ciência do orçamento tradicional consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho ou um conjunto de objetivos a atingir. No orçamento clássico ou tradicional planejamento era “coisa” desconhecida. Para melhor assimilação vamos demonstrar um quadro comparativo entre os orçamentos clássico ou tradicional e o orçamento-programa. O objetivo é deixar mais claro acerca dos procedimentos orçamentários utilizados pelo Brasil em anos anteriores e atualmente. É interessante ressaltar que a maioria das questões de concursos testa conhecimentos dos candidatos sobre esses dois tipos de orçamento. Vale salientar o que diz Giacomoni: ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO-PROGRAMA Processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação Orçamento é o elo entre o planejamento e as funções exe- cutivas da organização. Alocação de recursos visa à aquisição de meios (pessoal, material de consumo, etc.) Alocação de recursos visa a consecução de objetivos e me- tas. Decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacio- nais. Decisões orçamentárias são tomadas com base em avalia- ções e análises técnicas das alternativas possíveis. Na elaboração do orçamento são consideradas as necessidades fi nanceiras das unidades organiza- cionais. Na elaboração orçamentária são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exer- cício. A estrutura dá ênfase aos aspectos contábeis. Ênfase nos aspectos administrativos e de planejamento. Principais critérios classifi catórios da despesa: Unidades administrativas e elementos Estrutura programática O controle visa avaliar a honestidade dos agentes e a legalidade no cumprimento do orçamento. Visa avaliar a efi ciência, efi cácia e efetividade das ações de governo. Inexistem sistemas de acompanhamento e medi- ção do trabalho, assimcomo dos resultados. Utilização sistemática de indicadores e de padrões de me- dição do trabalho e dos resultados c) Orçamento de desempenho e realizações: Modelo orçamentário já utilizado pelo Brasil na época da ditadura militar (anos 70). Compreende a o período estabelecido entre o modelo tradicional e a previsão da Lei nº 4.320/64, que previa a adoção do modelo de orçamento-programa. 13 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Apresenta duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Por objeto de gasto, entenda-se O QUANTO FOI GASTO, e EM QUE FOI GASTO o recurso público. Nesse tipo de orçamento (orçamento de desempenho ou de realizações), a ênfase era as coisas que o governo realizava, ou seja, o foco era basicamente nos resultados, não havendo qualquer vinculação entre o orçamento e o planejamento. Refl exão Desvinculação entre planejamento e orçamento. É que para o atual tipo de orçamento utilizado no Brasil (orçamento-programa), existe a previsão. O objetivo do governo, na época, era mostrar apenas suas realizações, esquecendo-se das prioridades e do planejamento para atingi-las. O orçamento de Desempenho ou de Realizações surgiu após o orçamento clássico ou tradicional e é uma evolução deste. A importância do orçamento de desempenho era saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos do governo, ainda não poderia ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava algumas características essenciais, entre elas, a vinculação ao sistema de planejamento a médio prazo, atual PPA. d) Orçamento-programa: Trata-se do modelo utilizado no Brasil nos dias de hoje e representa a concepção gerencial do orçamento público, ou seja, o orçamento sendo utilizado como instrumento do governo para atender às demandas da sociedade, sendo o modelo orçamentário mais cobrado atualmente nos concursos. Por intermédio do orçamento-programa, faz-se o elo entre o planejamento (PPA) e a execução das ações do Estado, que objetiva o atingimento de objetivos e metas, sempre analisando os custos dos programas e seguindo a classifi cação funcional-programática. O termo “funcional-programático” signifi ca dizer que ades pesa se encontra dentro de uma função de governo, ou área de atuação do Estado. Uma função é uma área de atuação do Estado (Educação, Saúde, Previdência, Defesa, Segurança etc.). Para cada despesa existe um programa de trabalho, ou seja, toda despesa pública encontra-se dentro de um programa de trabalho. O Brasil utiliza hoje o modelo de orçamento-programa. 14 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em1964 e está inserido na Lei no 4.320. Por intermédio do Decreto-Lei nº 200/67 fi cou reforçada a necessidade de se elaborar, anualmente, um orçamento-programa anual, como instrumento de planejamento, sendo a despesa pública discriminada por objetivo, ou seja, de acordo com sua fi nalidade. Mas foi com a Portaria STN 42/99 que fi cou atualizada a discriminação das despesas públicas por funções (ou áreas de atuação do Estado). Apesar da concepção de orçamento-programa ser conhecida desde a década de 50, inclusive no Brasil, os avanços ocorridos para sua efetiva implementação em nosso País somente ocorreu com a edição do Decreto Federal nº. 2.829/98 e demais normas que disciplinaram a elaboração do PPA (2000-2003). O orçamento-programa é conceituado como sendo um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identifi cação dos recursos necessários à sua execução. Refl exão Portanto, pelos conceitos e defi nições, podemos observar que o orçamento- programa não é apenas um documento fi nanceiro, mas principalmente, um instrumento de concretização das ações do governo. Ele viabiliza os objetivos governamentais em consonância com os planos e diretrizes estabelecidas. e) Orçamento participativo: O orçamento participativo é um instrumento que busca romper com a visão tradicional, inserindo o cidadão como protagonista ativo da gestão pública. Ele surgiu através da iniciativa de elaborar o orçamento público levando-se em conta a participação real e efetiva da população, principalmente das associações, sindicatos e ONGs. No OP não existe perda da participação do Legislativo. O que ocorre é um aperfeiçoamento, quando a comunidade ingressa como parceira do Executivo no processo de elaboração orçamentária. 15 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira TABELA-RESUMO DE TÉCNICAS E PRÁTICAS ORÇAMENTÁRIAS DENOMINA- ÇÃO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES Orçamento Tradicional - Processo orçamentário em que fi ca deter- minado apenas o objeto degasto. Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem re- lacionar os gastos a nenhuma fi nalidade (programa ou ação). Também é conhecido como Orçamento Clássico. Orçamento de Desempenho - Processo orçamentário que apresenta duas dimensões: • objeto de gasto; • programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. - Enfatiza o desempenho organizacional. Também conhecido como orçamento fun- cional. Orçamento- Programa - Orçamento que expressa, fi nanceira e fi - sicamente, os programas de trabalho de governo, possibilitando: • a integração do planejamento com o or- çamento; • a quantifi cação de objetivos e a fi xação de metas; • as relações insumo-produto; • as alternativas programáticas; • o acompanhamento físico-fi nanceiro; • a avaliação de resultados; • a gerência por objetivos. Originalmente, integrava o Sistema de Planejamento, Programação e Orçamen- tação introduzido nos Estados Unidos, no fi nal da década de 1950, sob a denomina- ção PPBS (Planning ProgrammingBudge- ting System). Orçamento Participativo - Processo orçamentário que contempla a população no processo decisório, por meio de lideranças ou audiências públicas. - Existência de uma co-participação do Exe- cutivo e Legislativo na elaboração dos or- çamentos. - Transparência dos critérios e informações que nortearão a tomada de decisões. Necessidade de uma maior discricionarie- dade do governo naalocação dos gastos, a fi m de que possa atender os anseios da Sociedade. Requer alto grau de mobilização social. Deve haver disposição do poder público em descentralizar erepartir o poder. Orçamento Base-Zero - Processo orçamentário que se apóia na necessidade de justifi cativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. - Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já exis- tente. Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos, pela Texas Instru- ments Inc., durante o ano de 1969. Foi adotada pelo Estado da Geórgia (governo Jimmy Carter),com vistas ao ano fi scal de 1973. 16 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Unidade 02: Princípios Orçamentários 2.1 Princípios Os princípios orçamentários representam o conjunto de proposições orientadoras que balizam as práticas e os processos orçamentários. Alguns princípios são explícitos, por estarem incorporados à legislação, principalmente na Constituição Federal de 1988 e na Lei 4.320/64. Outros são implícitos, porque são defi nidos apenas pela doutrina, mas também possuem a mesma importância na elaboração, execução e controle do orçamento público. Vejamos os principais: I) Princípio da Unidade O orçamento deve ser uno, isto é, cada unidade governamental deve possuir apenas um orçamento. Unidade orçamentária tende a reunir em um único total todas as receitas do Estado, de um lado, e todas as despesas, de outro. Em conformidade com esse princípio não deve haver orçamentos paralelos, ouseja, as propostas orçamentárias de todos os órgãos e Poderes devem estar contidas numa só lei orçamentária, mesmo considerando a independência dos Poderes ou a autonomia administrativa, orçamentária e fi nanceira dos órgãos. 17 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Exemplo: os Poderes Legislativo e Judiciário possuem independência, porém, mesmo assim devem elaborar e encaminhar suas propostas orçamentárias ao Executivo, para que este a consolide e encaminhe ao Legislativo um único projeto de lei de orçamento. Esse princípio evoluiu para o princípio da totalidade, que possibilitava a existência de múltiplos orçamentos que, no entanto, devem sofrer consolidação de forma que permita ao governo uma visão geral do conjunto das fi nanças públicas. No Brasil, o orçamento é composto pela esfera fi scal, da seguridade social, e de investimentos das estatais. Mas essa tripartição é apenas instrumental, não violando o princípio em estudo, pois os três são consolidados em uma só peça orçamentária. A legislação orçamentária brasileira, por meio do art. 2º. da Lei 4.320/64, pede a observância do princípio da unidade. II) Princípio da Universalidade De acordo com este princípio, o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado. Essa regra tradicional é considerada indispensável para o controle parlamentar sobre as fi nanças públicas. Tal princípio é indispensável para o controle parlamentar sobre as fi nanças do Estado. O princípio da universalidade possibilita ao Legislativo: a) conhecer a priori todas as despesas e receitas do governo e d ar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização; b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar; e c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fi m de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. 18 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Na Lei 4.320/64, o cumprimento da regra é exigido nos seguintes dispositivos: Art. 2o A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica fi nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Art. 3o A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. “Não se consideram para os fi ns deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo fi nanceiros.” Art. 4o A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2o. III) Princípio do Orçamento Bruto Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. Isso pretende impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante do confronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público. Vejamos o que diz a Lei 4.320/64 em seu artigo 6º: Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. IV) Princípio da Anualidade ou Periodicidade Segundo este princípio, o orçamento público deve ser elaborado e autorizado para um determinado período, geralmente de um ano. Este período varia entre os países. A maioria, entre eles o Brasil, faz coincidir o ano fi nanceiro com o ano civil. Mas nos EUA, o período vai de 1º de outubro a 30 de setembro; já na Inglaterra e na Alemanha, vai de 1º de abril a 31 de março. 19 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira No Brasil, a anualidade do orçamento sempre foi consagrada. Porém, desde a Lei 4.320/64 passou-se a exigir que os orçamentos anuais fossem complementados com projeções plurianuais no âmbito dos investimentos. A CF 88 manteve a regra da anualidade, mas consagrou a criação do plano plurianual, através do artigo 165: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual II – as diretrizes orçamentárias III – os orçamentos anuais V) Princípio da não-afetação de receitas Segundo Sant’Anna e Silva: “Nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos e determinados gastos.” A CF de 1988 restringe a aplicação do princípio aos impostos, observadas as exceções indicadas na Constituição e somente nesta, não permitindo sua ampliação mediante quaisquer outros instrumentos normativos. Assim sendo, uma lei ordinária ou complementar poderá vincular receitas a determinadas despesas, desde que não seja de impostos. Alguns tipos de receitas públicas são naturalmente vinculados à execução de determinadas despesas. O produto da arrecadação de boa parte das taxas, por exemplo, é vinculado à realização de despesas certas pois custeiam serviços prestados pelo Estado. A CF 88 diz: Art. 167. São vedados: IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem assim o disposto no § 4º deste artigo; Exceções previstas para impostos: As exceções mencionadas dos artigos 158 e 159 são as participações que Estados, Municípios e o Distrito Federal têm no produto da arrecadação de impostos sobre a renda, proventos de qualquer natureza, de produtos industrializados, sobre a propriedade territorial rural. 20 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Outra exceção caracterizada no disposto é a vinculação prevista no artigo 212, em que a União não poderá deixar de aplicar, anualmente, menos de 18% e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, menos de 25% da receita resultante de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental - FUNDEF. Também não obedecem ao princípio: • Recursos destinados às atividades da administração tributária, (art. 37, XXII, da CF – EC 42/03); • Recursos destinados à prestação de garantia às operações de crédito por antecipação da receita – ARO, previsto no parágrafo 8º do art. 165, da CF – art. 167, IV; • Recursos destinados à prestação de contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta - art. 167, § 4º, CF; Exceções previstas para os demais tributos: • Recursos destinados a programa de apoio à inclusão e promoção social, extensivos somente a Estados e ao Distrito Federal – até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida (art. 204, parágrafo único – EC 42/03). • Recursos destinados ao fundo estadual de fomento à cultura, para o fi nanciamento de programas e projetos culturais, extensivos somente a Estados e o Distrito Federal – até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida (art. 216, § 6º, CF – EC 42/03). Refl exão Observe que nas duas situações anteriores pode-se vincular receita de tributos, e não só a de impostos. VI) Princípio da Discriminação, Especialização ou Especifi cação De acordo com este princípio, as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, em detalhes, a origem dos recursos e sua aplicação. VII) Princípio da Quantifi cação dos Créditos Orçamentários Este princípio encontra-se consubstanciado no inciso VII do art. 167, da CF 88, o qual veda a concessão de créditos ilimitados. 21 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e PrincípiosPlanejamento e Execução Financeira A dotação é o montante de recursos fi nanceiros com que conta o crédito orçamentário, O princípio da quantifi cação determina que todo crédito na Lei de Orçamento seja autorizado com uma respectiva dotação, limitada, ou seja, cada crédito deve ser acompanhado de um valor determinado. O art. 59 da Lei 4.320/64 determina: “Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos”. VIII) Princípio do Equilíbrio Surgiu com o objetivo de impedir que a Lei de Orçamento, em função da natural celeridade de sua tramitação no legislativo, fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que nada tinham a ver com o orçamento. A lei orçamentária deverá conter apenas matéria fi nanceira, excluindo-se dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fi xação da despesa para o próximo exercício, ressalvada a autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita. Esse princípio está consagrado no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, da seguinte forma: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fi xação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Descomplicando: Refl exão A CF veda a autorização para a abertura de créditos especiais e extraordinários na LOA, permite somente a autorização para a abertura de crédito adicional suplementar. Essa autorização é dada pelo Legislativo na própria lei orçamentária. A autorização para a abertura de créditos adicionais na LOA é inconstitucional, haja vista que a CF autoriza somente a espécie crédito suplementar, ou seja, apenas a suplementação de recursos em ações que já se encontrem na Lei Orçamentária. A Lei 4.320/64 também consagra esse princípio e estabelece exceções ao prever que: “A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; Realizar em qualquer mês do exercício fi nanceiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insufi ciências de caixa.” O artigo 43 refere-se às fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais. 22 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Matérias que podem ser inseridas na LOA e que não afetam o princípio da exclusividade: • Autorização para a abertura de crédito adicional suplementar; • Contratação de qualquer operação de crédito; • Contratação de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária – ARO. Princípio do Equilíbrio O orçamento deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista contábil, entre os valores de receita e de despesa. Assim sendo, na LOA o total das receitas é igual ao das despesas. Isso não signifi ca que ao fi nal da gestão (exercício fi nanceiro) os valores serão iguais, aliás, essa possibilidade é quase improvável. A LRF consagra esse princípio, incorporando-o às fi nanças públicas, estabelecendo o princípio geral do equilíbrio, onde as despesas deverão acompanhar a evolução das receitas, caso contrário, deverá haver limitação de empenho - gasto (art. 9º). Ainda existe previsão na LRF de que a LDO disporá sobre o equilíbrio entre receita e despesa. (art. 4º, inciso I, alínea a). De acordo com as regras da LRF, atualmente não mais se busca o equilíbrio orçamentário formal, mas sim o equilíbrio das fi nanças públicas. O Estado deverá pautar sua gestão pelo equilíbrio entre receitas e despesas. X) Princípio da Proibição de Estorno Determina que o administrador público não pode transpor, remanejar ou transferir recursos sem autorização. Quando houver insufi ciência ou carência de recursos em determinada ação do orçamento, deve o Poder Executivo recorrer à abertura de crédito adicional ou solicitar a transposição, remanejamento ou transferência, o que deve ser feito com autorização do Poder Legislativo, conforme disposto no inciso VI, do art. 167 da CF/88: “Art. 167. São vedados: (...) VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa.” Por “categoria de programação” entenda-se a função, a subfunção, o programa, a ação orçamentária e as categorias econômicas de despesas. XI) Princípio da Uniformidade O orçamento público deve possuir uma estrutura estável e uniforme ao longo do tempo, de modo a permitir a sua comparação nos sucessivos exercícios fi nanceiros. 23 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira XII) Princípio da Legalidade A arrecadação de receitas e a execução de despesas pelo setor público devem ser precedidas de expressa autorização do Legislativo. XIII) Princípio da Clareza O orçamento deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todos que precisam ou desejem manipulá-lo. XIV) Princípio da Programação O orçamento público deve expressar o programa de trabalho de cada entidade do setor público. O enfoque deve ser nos objetivos e metas. 2.2 Sistema Orçamentário Brasileiro O orçamento público é o instrumento por meio do qual o governo estima as receitas que irá arrecadar e fi xa os gastos que espera realizar durante o ano. Trata-se de uma peça de planejamento, no qual as políticas públicas setoriais são analisadas, ordenadas segundo sua prioridade e selecionadas para integrar o plano de ação do governo, nos limites do montante de recursos passíveis de serem mobilizados para fi nanciar tais gastos. O sistema orçamentário brasileiro está defi nido nos arts. 165 a 169 da Constituição Federal. O sistema orçamentário brasileiro tem três importantes dimensões, todas de interesse direto para a sociedade: A dimensão jurídica: o orçamento público tem caráter e força de lei, e enquanto tal defi ne limites a serem respeitados pelos governantes e agentes públicos – no tocante à realização de despesas e à arrecadação de receitas. A elaboração e a aprovação do orçamento público seguem o processo legislativo de discussão, emenda, votação e sansão presidencial como qualquer outra lei. A dimensão econômica: o orçamento público é basicamente o instrumento por meio do qual o governo extrai recursos da sociedade e os injeta em áreas selecionadas. Esse processo redistributivo não é neutro do ponto de vista da efi ciência econômica e da trajetória de desenvolvimento de longo prazo. Tanto os incentivos microeconômicos e setoriais, quanto as variáveis macroeconômicas relativas ao nível de infl ação, endividamento e emprego na economia são diretamente afetados pela gestão orçamentária. A dimensão política: é uma decorrência da dimensão econômica. Se o orçamento público tem um inequívoco caráter redistributivo, o processo de elaboração, aprovação e gestão do orçamento embute necessariamente perspectivas e interesses confl itantes que se resolvem em última instância no âmbito da ação política dos agentes públicos e dos inúmeros segmentos sociais. 24 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Essas três dimensões revelam que, em sentido amplo, o sistema orçamentário brasileiro compõe-se não apenas de leis – como aquelas mencionadas acima – mas de todo um arcabouço institucional composto de vários elementos: agentes políticos e entidades dos três Poderes; as relações entre esses agentes e os eleitores e segmentos organizados da sociedade; e as regras formais e informais que disciplinam essas relações e normatizam o processo decisório em torno do orçamento público. Em poucas áreas das políticas públicas a qualidade da democracia revela-se tão claramente quanto na área do orçamento público: a democracia é uma função direta da capacidade de segmentos organizados dasociedade de acompanharem de modo ativo e informado o processo orçamentário, caso desejem fazê-lo. Os agentes, ou seja, aqueles que participam ativamente do processo orçamentário são: a) Unidades Orçamentárias (UO): Segmento da administração direta a que o Orçamento da União consigna dotações específi cas para a realização de seus programas de trabalho. b) Setorial Orçamentária: Órgãos centrais no âmbito de cada ministério, que consolidam as informações e transações realizadas pelas UOs que lhe são subordinadas. c) Secretaria de Orçamento Federal (SOF): Trata de consolidar as informações recebidas pelos Órgãos Setoriais e elaborar a LDO e a LOA. É o órgão responsável pela formulação e gestão global do processo orçamentário, inclusive do PLOA encaminhado ao Congresso Nacional. d) Secretaria de Planejamento e Investimento (SPI): Órgão do Ministério do Planejamento responsável pela elaboração do PPA, bem como pela inclusão ou exclusão de ações, manutenção e consolidação de dados para o PPA. O texto constitucional promulgado em 1988 trouxe inovações signifi cativas na sistemática de elaboração e de apreciação dos instrumentos que compõem o chamado “modelo orçamentário”. O principal arcabouço legal do processo de planejamento e de orçamento está inscrito nos arts. 165 a 169 da Constituição Federal1 e tem como expoente formal três documentos interdependentes, a saber: a Lei do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A preocupação central dos Constituintes de 88, ao aprovar essas normas, foi vincular os processos de planejamento ao de orçamento. Desse modo, foi determinado no art. 165, § 4º, da CF, que “...Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”. Há ainda os arts. 145 a 162, que tratam do Sistema Tributário Nacional, e os arts. 163 e 164, que tratam das fi nanças públicas, e que têm fortes refl exos sobre a elaboração dos orçamentos. 25 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Adicionalmente, o § 1º do art. 167, estabelece que “...Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício fi nanceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade”. 2.2.1 O Plano Plurianual – PPA O Plano Plurianual, que vigora por quatro anos, estabelece diretrizes, objetivos e metas da administração federal para as despesas de capital e os programas de duração continuada, veiculando, portanto, um planejamento de médio prazo. A Lei do Plano Plurianual é uma lei ordinária, editada a cada quatro anos e, segundo dispõe o § 1º do art. 165 do texto constitucional, “...estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”. A elaboração do projeto de lei do PPA inicia-se no Poder Executivo, sendo coordenado pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI/MPO). Esse projeto deve ser enviado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do primeiro ano de cada mandato presidencial e tem validade para um período de quatro exercícios fi nanceiros. A sua execução inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e encerra- se no primeiro ano do mandato presidencial subsequente. O PPA apresenta, além do valor das despesas de capital (construção de edifi cações públicas, estradas etc.), também as metas físicas a serem atingidas por tipo de programa e ação, bem como lista as despesas de duração continuada, condicionando toda a programação do orçamento ao planejamento de longo prazo. 2.2.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO As diretrizes orçamentárias no Sistema de Planejamento e Orçamento Federal são estabelecidas, basicamente pela Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, que é elaborada anualmente e objetiva detalhar as metas e prioridades da administração para o ano subsequente e orientar a elaboração da lei orçamentária anual em consonância com a programação do PPA. A LDO obedece aos preceitos da Constituição Federal de 1988, da Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) e da Lei nº 4.320/64. 26 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)é uma lei ordinária com validade apenas para um exercício. De acordo com o § 2º do art. 165 do texto constitucional, a LDO “compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício fi nanceiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações da legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências fi nanceiras de fomento”. Estabelece, assim, de forma antecipada, as diretrizes, as prioridades de gastos e as normas e parâmetros que devem orientar a elaboração do projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte (e.g., lista de projetos prioritários, normas sobre convênios, fi xação das metas de resultado primário, relação dos riscos fi scais). As prioridades e metas defi nidas pela LDO para os programas e ações são apresentadas em anexo ao texto legal, constituindo-se num detalhamento anual de metas estabelecidas no PPA e que foram selecionadas para constar do projeto de lei orçamentária de cada exercício. Assim, é a Lei de Diretrizes Orçamentárias que estabelece a conexão entre o planejamento (PPA) e o orçamento (LOA) no Brasil, pois ela possui um Anexo de Metas e Prioridades, onde são elencadas as ações, constantes do PPA, que serão prioridade no orçamento (LOA) do próximo exercício, e também diz quanto, de cada ação prioritária, deverá ser realizado no orçamento. Com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a LDO passou também a conter dois Anexos de extrema importância para orientar o governo e a sociedade sobre a condução da política fi scal. Trata-se do Anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidos os resultados primários esperados para os próximos exercícios, e que dão uma dimensão da austeridade dessa política; e o Anexo de Riscos Fiscais, onde são enumerados os chamados passivos contingentes, ou seja, aquelas dívidas que ainda não estão contabilizadas como tal, mas que, por decisão judicial, poderão vir a aumentar a dívida pública. Falaremos com mais detalhes sobre esses dois anexos, posteriormente. A elaboração do projeto da LDO inicia-se no Poder Executivo e o projeto é encaminhado até 15 de abril de cada ano ao Congresso Nacional (oito meses e meio antes do encerramento do exercício), devendo por este ser aprovado até 17 de julho, sob pena de não se interromper o primeiro período da sessão legislativa. No Poder Executivo, o órgão que coordena a elaboração desse projeto da LDO é a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério de Orçamento e Gestão (MPO). A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda (MF) também colabora na feitura desse 27 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira documento, principalmente nas questões relacionadas à dívida mobiliária federal e às normas sobre execução orçamentária. Cabe apontar que as normas de direito fi nanceiro, baixadas pela Lei n.º 4.320/64, são ainda as que estabelecem as regras básicas de elaboração, execução e controle dos planos e orçamentos. Porém, face, principalmente, aos novos comandos orçamentários introduzidos pela Constituição de 88 e, consequentemente, pela Lei Complementar nº 101/2000 (LRF), essa lei fi cou desatualizada em parte. Assim, diante da ausência da lei complementar prevista no § 9.º do art. 165 da CF, que viria a substituir a referida lei, a LDO tem exercido também o papel de suprir as lacunase imperfeições legais sobre a matéria, atuando de forma a compatibilizar as normas infraconstitucionais com as disposições contidas no texto da Lei Maior. III.1 - Efeitos da lei de responsabilidade fi scal no planejamento e no processo orçamentário A LRF instituiu algumas novas atribuições aos instrumentos legais já em vigor, no que diz respeito ao processo orçamentário no Brasil. A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, introduzida na nossa Constituição Federal de 1988 (art. 165, II e § 2º) tem por objetivo preparar as metas e prioridades para a execução no exercício seguinte, incluindo as despesas de capital e dispondo sobre as alterações na legislação tributária, a política de aplicação das agências fi nanceiras ofi ciais de fomento, e ainda: • a autorização para concessão de quaisquer vantagens ou aumento de remuneração aos ser\vidores, bem assim as alterações na estrutura funcional, que impliquem em expansão da despesa prevista no orçamento da administração central (CF, art. 169, par. Único. Inciso II e fi xação dos limites do art.20, § 5º da LRF); • a previsão e os critérios de contingenciamento (LRF, art. 5º III); • a renúncia de receita e sua compensação (LRF, art. 14); • a defi nição do que seja despesa irrelevante (LRF, ART. 16, § 3º); • previsão da variação do índice de preços para efeito da atualização monetária do principal da dívida mobiliária refi nanciada (LRF, art. 5º, § 3º); • fi xação das condições para a contratação de horas extras quando for ultrapassado o limite de 95% de que trata o art. 22, par. Ún., V da LRF); • inclusão de novos projetos e o atendimento aos requisitos do art. 45 da LRF; • autorização para que o municípios contribuam para o custeio de despesas de competência de outros entes da Federação (LRF, art. 62, I). 28 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira É pela LDO que se tem a oportunidade de se resguardar os princípios orientadores do equilíbrio orçamentário e a sua prudente execução, quais sejam, os princípios da exclusividade, do equilíbrio, da programação/planejamento, aliados aos da legalidade, publicidade e do lapso temporal de sua validade (anualidade). A LDO ganhou algumas novas atribuições quando do advento da LRF, a saber(conf. Art. 4º LRF): • equilíbrio entre receitas e despesas; • critérios e forma de limitação de empenho (avaliação bimestral); • normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas fi nanciados com recursos dos orçamentos; • demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades pública e privadas; Além disso, passam a fazer parte da LDO os seguintes Anexos: III.1.1) Anexo de Metas Fiscais, que estabelece: a) metas anuais,em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. b) avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; c) demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifi quem os resultados pretendidos, comparando-as com as fi xadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; d) evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; e) avaliação da situação fi nanceira e atuarial: • dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; • dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial f) demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado A falta deste anexo na LDO, dada a sua importância, implica em punição, segundo a Lei nº 10.028/2000, art. 5º. Inciso II. 29 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira III.1.2) Anexo de Riscos Fiscais (ARF): O Anexo de Riscos Fiscais deve conter uma avaliação dos passivos contingentes, que são obrigações que dependam de acontecimentos que poderão vir a ocorrer, como sentenças judiciais, por exemplo, ou quaisquer outros riscos capazes de afetar as contas públicas, devendo ser informados, também, as providências que serão tomadas caso os passivos se concretizem. RISCOS FISCAIS = RISCOS ORÇAMENTÁRIOS + RISCOS DE DÍVIDA Os riscos orçamentários são aqueles que dizem respeito à possibilidade de as receitas e despesas previstas não se confi rmarem, isto é, de existir desvios entre as receitas ou despesas orçadas e as realizadas. Pode-se apontar como exemplo a frustração de parte da arrecadação de determinado imposto, em decorrência de fatos novos e imprevisíveis à época da programação orçamentária. A segunda categoria compreende os chamados riscos de dívida, que podem gerar ou não despesa primária. Os riscos de dívida são especialmente relevantes porque afetam a relação entre dívida e PIB, que é considerada o indicador mais importante de solvência do setor público. III.1.3) Anexo contendo a Política Econômica A exigência deste anexo dirige-se apenas à União, no qual deverão estar presentes os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de infl ação, para o exercício subsequente (art. 4º. § 4º). Pelo seu caráter orientador – para elaboração do orçamento anual do exercício subsequente, a LDO, em princípio, não obriga a sua adoção integral, podendo o legislador não adotar certas indicações ou fazer outras nela não contempladas. Em alguns casos, porém, ela obriga, por exemplo, quando fi xa critérios e condições para a execução do orçamento ou faz exigências para a transferência voluntária de recursos públicos para outros entes ou para a iniciativa privada. 30 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Alterações ocorridas na LDO em decorrência da LRF 2.2.3 A Lei Orçamentária Anual - LOA A LOA estima as receitas e fi xa as despesas de toda a administração pública federal para o ano subsequente. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é igualmente uma lei ordinária com validade para cada exercício fi scal. De acordo com o § 5.º do art. 165 da Constituição, essa lei deve conter três orçamentos: 1) o orçamento fi scal, 2) o orçamento da seguridade social 3) e o orçamento de investimento das empresas estatais. 31 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Os dois primeiros envolvem toda a programação de gastos dos Poderes da União, seus fundos, autarquias e fundações. Em suma, abrangem toda a administração pública, direta e indireta. • O orçamento fi scal lista todos os gastos da União, como os destinados à manutenção da máquina pública, educação, defesa, estradas, portos, folha de pessoal ativo, juros da dívida etc., bem como todas as receitas que são esperadas para serem arrecadadas. • O orçamento da seguridade social abrange os desembolsos com saúde e benefícios previdenciários. • O orçamento de investimentos das empresas estatais contém a previsão de investimentos das entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Pela análise conjunta desses três instrumentos, depreende-se que a concepção do processo de planejamento e orçamento no Brasil confere ao PPA, à LDO e à LOA uma atuação integrada, que pode ser assim resumida: o PPA estabelece o planejamento de longo prazo, por meio dos programas e ações de governo, enquanto a LOA fi xa o planejamento de curto prazo, ou seja, materializa anualmente as ações e programas a serem executados por meio de projetos, atividades e operações especiais. À LDO, por sua vez, cabe o papel de estabelecer a ligação entre esses dois instrumentos,destacando do PPA os investimentos e gastos prioritários que deverão compor a LOA, e defi nir as regras e normas que orientam a elaboração da lei orçamentária que irá vigorar no exercício seguinte ao da edição da LDO. O diagrama a seguir ilustra o inter- relacionamento entre os diversos instrumentos legais que compõem o ordenamento jurídico dos planos e orçamentos. Como dissemos anteriormente, a Lei Complementar nº 101 (LRF) trouxe mudanças signifi cativas aos instrumentos legais relativos ao planejamento e orçamento no Brasil. Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) (arts. 5 a 7) a LRF estabelece, em seu art. 5º a interligação entre o planejamento e o orçamento, prevendo que o orçamento deverá ser elaborado em consonância com o planejamento (PPA) e as diretrizes estabelecidas pela LDO e pela própria LRF devendo conter, também: • em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais • documento com medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas de caráter continuado; e • indicação deReserva de Contingência, cuja forma de utilização e montante defi nido com base na receita corrente líquida, destinada aoatendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fi scais imprevistos; • todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão; 32 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira • o refi nanciamento da dívida pública como também, se for o caso, nas leis de abertura de crédito adicional; • observar que a atualização monetária do principal da dívida mobiliária refi nanciada não poderá superar a variação do índice de preços na LDO, ou em legislação específi ca. Outras observações importantes da LRF no tocante à LOA: • É vedado consignar na lei orçamentária crédito com fi nalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. • A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício fi nanceiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição. Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos. 33 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Unidade 03: SIDOR/SIAFI 3.1 – SIDOR/SIOP Existiam duas fontes cadastrais para implementação e acompanhamento de programas e ações: O Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento (SIGPLAN) e o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR), cujo acesso ao cadastro era exclusivo dos servidores do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG). O Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR era o meio eletrônico pelo qual eram processados os dados relativos à elaboração do orçamento. Porém SIDOR e SIGPLAN estão chegando ao fi m. Com o objetivo de integrar os atuais sistemas utilizados no processo de elaboração, acompanhamento e monitoramento do plano plurianual e do Orçamento Geral da União, o MPOG desenvolveu um novo sistema que integra esses dois anteriores. Trata-se do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (SIOP). Com o SIOP, os órgãos centrais, setoriais e as unidades orçamentárias do Governo Federal passam a ter um único sistema para alimentar e atualizar o cadastro de programas e ações. Por intermédio do SIOP, são elaborados o cadastramento das ações, as alterações orçamentárias (créditos adicionais), necessárias durante o ano de execução do orçamento, o lançamento da proposta orçamentária para o próximo exercício, a atualização das ações constantes do Plano Plurianual e seu acompanhamento. 34 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Segue a tela de apresentação do SIOP: Abaixo, temos o menu principal do SIOP, onde verifi camos as abas relativas aos módulos da Proposta Orçamentária para o exercício seguinte e para o Plano Plurianual, evidenciando a integração: Módulo relativo ao Plano Pluria- nual - PPA 35 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Módulo relativo ao Plano Pluria- nual - PPA 3.2 SIAFI O SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – é o sistema utilizado pela Secretaria do Tesouro Nacional para realizar o controle e o acompanhamento da execução orçamentária e fi nanceira do Governo Federal. Este sistema foi criado para uniformizar os procedimentos relativos à execução do orçamento e integra as movimentações orçamentárias, contábeis, fi nanceiras e patrimoniais. O sistema é operado por meio de transações realizadas pelas Unidades Gestoras dos órgãos públicos onde são registrados os documentos que, por meio eletrônico, geram lançamentos contábeis que modifi cam as contas do Estado a cada instante. O SIAFI é dividido por exercícios, ou seja, em cada exercício encontramos o movimento contábil, orçamentário e fi nanceiro relativo ao ano em questão. Ademais, diferentes agentes do sistema orçamentário (UG, Órgão Setorial) possuem diferentes condições de acessibilidade, sendo que um órgão setorial tem amplo acesso às informações das UGs que lhe são subordinadas, o que facilita o controle dos lançamentos. É importante ressaltarmos alguns dos documentos principais utilizados no SIAFI, a saber: 1) NC – Nota de Movimentação de Crédito: é o documento utilizado para realizar as transferências de créditos orçamentários entre UGs ou Órgãos. 2) NE – Nota de Empenho: Destinada à emissão de empenho, bem como seu reforço ou anulação. 36 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira 3) NL – Nota de Lançamento: Destinada à liquidação ou apropriação de despesas e receitas. 4) OB – Ordem Bancária: É o instrumento utilizado para realizar os pagamentos. Objetivos do SIAFI a) prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, fi nanceira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública; b) fornecer meios para agilizar a programação fi nanceira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unifi cação dos recursos de caixa do Governo Federal; c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal; d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora; e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas; f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas; g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal; h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal. ESTRUTURA DO SIAFI O SIAFI é um sistema de informações centralizado em Brasília, ligado por teleprocessamento aos Órgãos do Governo Federal distribuídos no País e no exterior. Essa ligação, que é feita pela rede de telecomunicações do SERPRO e também pela conexão a outras inúmeras redes externas, é que garante o acesso ao sistema às quase 17.874 Unidades Gestoras ativas no SIAFI. Para facilitar o trabalho de todas essas Unidades Gestoras, o SIAFI foi concebido para se estruturar por exercícios: cada ano equivale a um sistema diferente, ou seja, a regra de formação do nome do sistema é a sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano do sistema que se deseja acessar: SIAFI2000, SIAFI2001, SIAFI2002 etc. 37 Módulo 01:Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Por sua vez, cada sistema está organizado por subsistemas - atualmente são 21 - e estes, por módulos. Dentro de cada módulo estão agregadas inúmeras transações, que guardam entre si características em comum. Nesse nível de transação é que são efetivamente executadas as diversas operações do SIAFI, desde entrada de dados até consultas. Cada subsistema tem uma função própria e bem delimitada no SIAFI. Podemos organizá- los informalmente em cinco grupos principais: 1) Controle de Haveres e Obrigações: • Dívida Pública – DIVIDA • Haveres – HAVERES • Controle de Obrigações – OBRIGACAO • Operações Ofi ciais de Crédito - O2C 2) Administração do Sistema : • Administração do Sistema - ADMINISTRA • Auditoria – AUDITORIA • Centro de Informação – CI • Conformidade – CONFORM • Manual – MANUALMF 3) Execução Orçamentária e Financeira : • Contábil – CONTABIL • Documentos do SIAFI – DOCUMENTO • Orçamentário e Financeiro – ORCFIN 38 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira 4) Organização de Tabelas: • Tabelas administrativas – TABADM • Tabelas de apoio – TABAPOIO • Tabelas do cadastro de obrigações – TABOBRIG • Tabelas orçamentárias –TABORC • Tabelas de receitas orçamentárias – TABRECEITA 5) Recursos Complementares com Aplicação Específi ca: • Programação orçamentária – PROGORCAM • Convênios – CONVENIOS • Contas a pagar e a receber – CPR 6) Estados e Municípios - ESTMUN. Fundamentos lógicos do SIAFI O SIAFI baseia-se no EVENTO. O Evento possibilita que os servidores executem a contabilidade pública de forma padronizada em todo território nacional, evitando disfunções, disparidades, erros ou enganos. Por meio de uma tabela de eventos todos os atos e fatos econômicos, fi nanceiros e administrativos são padronizados. De posse da tabela de eventos, basta o servidor consultá-la e encontrar o evento apropriado para realizar o registro contábil. Refl exão O SIAFI é um sistema destinado à execução orçamentária e fi nanceira.A elaboração do orçamento era executada no SIDOR, mas agora passou ao novo sistema utilizado pelo MPOG, que é o SIOP – Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento. CAIU EM PROVA! (CESPE – MJ/Agente de Polícia Federal/2004) A elaboração e a execução orçamentárias são processadas em um mesmo sistema informatizado, o que garante celeridade e uniformidade. ERRADA. No Siafi realiza-se a execução do orçamento através dos registros contábeis de cada ato ou fato praticado pelo Gestor. A elaboração do orçamento era executada no Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR, mas atualmente é feita no SIOP. 39 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Segurança do SIAFI O SIAFI apresenta uma série de métodos e procedimentos para disciplinar o acesso e assegurar a manutenção da integridade dos dados e do próprio sistema. Esta proteção se dá tanto contra utilizações indevidas ou desautorizadas como eventuais danos que pudessem ser causados aos dados. Assegura-se, portanto, a confi abilidade dos dados no sistema, sua responsável utilização e a responsabilização dos gestores e usuários que delas dispõe. A segurança do Sistema tem por base os seguintes princípios e instrumentos: • SENHA • Conformidade Contábil • Conformidade de Operadores • Conformidade de Registro de Gestão • Identifi cação das Operações do Usuário • Integridade e Fidedignidade dos Dados • Inalterabilidade dos Documentos Senha Para utilizar o SIAFI, os usuários são habilitados formalmente por meio do cadastramento de uma senha, quando são especifi cados os perfi s e níveis de acesso de cada usuário. Perfi l é o conjunto de determinadas transações atribuídos a cada Operador, para atender às necessidades de execução e consulta ao Sistema. Enquanto o nível de acesso determina o grau de inclusão de dados e a abrangência das consultas feitas pelo usuário no sistema SIAFI. Cabe sempre lembrar que o usuário responde integralmente pelo uso do sistema sob a sua senha e obriga-se a cumprir os requisitos de segurança instituídos pela STN, sujeitando-se às consequências das sanções penais ou administrativas cabíveis em decorrência do mau uso. Estas Habilitações são regidas pelos seguintes instrumentos legais: • NORMA DE EXECUÇÃO Nº 01 DE 13 DE JUNHO DE 2001, • INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03 DE 23 DE MAIO DE 2001 • INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 06 DE 31 DE OUTUBRO DE 2007 Confor midade Contábil A Conformidade Contábil é a conferência efetuada pelas Unidades Setoriais Contábeis de UG e de Órgão tendo como objetivo assegurar o fi el e tempestivo registro dos dados contábeis registrados pelas UG no SIAFI, relativos aos atos e fatos de sua gestão fi nanceira, orçamentária e patrimonial, de acordo com a documentação. 40 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira Conform idade de Operadores A Conformidade de Operadores ou Circularização de Senhas tem por objetivo automatizar a rotina periódica de confi rmação ou desativação de usuário pela própria Unidade Gestora (UG), por meio de seu operador habilitado a proceder a confi rmação. A não execução da Conformidade de Operadores no mês implica na suspensão dos usuários da UG. Conform idade de Registro de Gestão A Conformidade dos Registros de Gestão consiste na certifi cação dos registros dos atos e fatos de execução orçamentária, fi nanceira e patrimonial incluídos no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI e da existência de documentos hábeis que comprovem as operações. Identifi cação das Operações do Usuário Quando o usuário entra no sistema, automaticamente são registrados o seu CPF, a hora e de qual terminal foi feito o acesso. Esta medida tem o objetivo de monitorar as ações danosas ou fraudulentas executadas utilizando-se o sistema. Da mesma forma, a inclusão ou modifi cação de dados no sistema também é registrada com a identifi cação do CPF, a hora e o nome do autor da operação. Integri dade e Fidedignidade dos Dados Uma vez registrado um documento no sistema, não é permitida a sua alteração. A imutabilidade dos documentos permite que sejam acompanhadas todas as modifi cações nos dados do sistema. Para a correção ou anulação de um documento já registrado é necessário que seja incluído um novo documento de forma a retifi car o anterior. Inalter abilidade dos Documentos Uma vez incluídos os dados de um documento no SIAFI e após sua contabilização, qualquer irregularidade for constatada nesses dados, somente será possível corrigi-la por meio da emissão de um novo documento que efetue o acerto do irregular. Atribuições do SIAFI O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, fi nanceira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União. 41 Módulo 01: Orçamento Público: Conceitos e Princípios Planejamento e Execução Financeira O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públicas Federais, Estaduais e Municipais apenas para receberem, pela Conta Única do Governo Federal, suas receitas (taxas de água, energia elétrica, telefone etc.) dos Órgãos que utilizam o sistema. Entidades de caráter privado também podem utilizar o SIAFI, desde que autorizadas pela STN. No entanto, essa utilização depende da celebração de convênio ou assinatura de termo de cooperação técnica entre os interessados e a STN, que é o órgão gestor do SIAFI. Muitos são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração Pública que dele faz uso, mas podemos dizer, a título de simplifi cação, que essas facilidades foram desenvolvidas para registrar as informações pertinentes àstrês tarefas básicas da gestão pública federal dos recursos arrecadados legalmente da sociedade: • Execução Orçamentária; • Execução Financeira; e • Elaboração das Demonstrações Contábeis, consolidadas no Balanço Geral da União. TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias PROGRAMAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Planejamento e Execução Financeira 43 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias Unidade 01: Receitas e Despesas Públicas 1. Introdução: Neste módulo abordaremos as Receitas e Despesas Públicas, Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias. Conceituam-se como receita pública orçamentária todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. A receita orçamentária constitui-se de quatro fases, denominadas estágios: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Já as alterações orçamentárias também podem ser chamadas de créditos adicionais. São as autorizações de despesa não computadas ou insufi cientemente dotadas na Lei do Orçamento.. Objetivos do módulo: Apresentar os conceitos relacionados às Receitas e Despesas Públicas, Execução Orçamentárias e Financeira, bem como as alterações orçamentárias. Planejamento e Execução Financeira 44 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias O Manual de Procedimentos de Receitas Públicas aprovado pela Portaria STN N.º 219, de 29 de abril de 2004 conceitua como Receita Pública orçamentária todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como fi nalidade atender às despesas públicas. Alguns conceitos pertinentes devem ser ressaltados: Tributo: Receita instituída pela União, estados, DF e municípios compreendendo os impostos, as taxas e contribuições de melhoria, nos termos da Constituição e das leis vigentes em matéria fi nanceira. • Imposto: Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específi ca em relação ao contribuinte. • Fatos geradores: • Patrimônio: Tributado por impostos diretos, como IPTU, IPVA, ITR. • Renda: Tributada por impostos diretos cuja base de cálculo é constituída pelos fl uxos anuais de rendimento. • Consumo: A compra e venda de mercadorias e serviços constitui o fato dominante, variando apenas o momento em que o imposto é cobrado (se a nível de produtor, IPI. Ou do consumidor, ICMS) e a base de cálculo de operação (se o valor adicionado ou o total de transação). Atualmente todos os impostos sobre o consumo são IVA (Imposto sobre Valor Agregado). • Contribuição de melhoria: É o tributo pago pelo contribuinte que obtiver uma vantagem econômica particular, em virtude da atividade administrativa do poder público, maior do que a que advém ao restante dos cidadãos. Ex: Valorização de propriedade de imóvel decorrente de obra pública. • Taxa: Espécie de tributo que os indivíduos pagam ao Estado, em razão do exercício do Poder de Polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específi cos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Planejamento e Execução Financeira 45 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias Refl exão Há, no entanto, de se distinguir duas modalidades de recebimentos: receitas efetivas e receitas não efetivas. A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial, como a receita proveniente de impostos ou a receita decorrente de uma prestação de serviços. A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e por isto não alteram a situação líquida, como a receita proveniente da venda de bens permanentes ou resultantes de operações de crédito. As receitas podem ser divididas quanto à regularidade, em: • Ordinárias: Tributos regulares, contribuições etc. • Extraordinárias: empréstimos, venda de ativos etc. Podem também ser divididas quanto à origem, sendo: • Originárias: são as que resultam das atividades do Estado. Ex.: patrimonial, de serviços etc. • Derivadas: Derivam de atividades do setor privado embasadas pela soberania do Estado. Ex.: Impostos, taxas, contribuições etc. As Receitas Orçamentárias são classifi cadas segundo os seguintes critérios: 1. Natureza; 2. Fontes de Recursos; 3. Grupos; 4. Indicador de Resultado Primário; e 5. Receitas do Orçamento da Seguridade Social. Classifi cação da Receita Orçamentária por Natureza: A classifi cação da receita por natureza visa a identifi car a origem do recurso segundo o fato gerador. A fi m de possibilitar identifi cação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, esta classifi cação é formada por um código numérico de 8 dígitos que a subdivide em seis níveis: Planejamento e Execução Financeira 46 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias Categoria Econômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea: C O E R AA SS Categoria Econômica Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea a) Classifi cação quanto à Categoria Econômica Evidencia os recursos que se destinam ao atendimento das Despesas Correntes e os que viabilizam a realização das Despesas de Capital. A Lei no 4.320/64 classifi cou a receita orçamentária em duas categorias econômicas: 1) Receitas Correntes: a. Receitas orçamentárias correntes são arrecadadas dentro do exercício fi nanceiro, aumentam as disponibilidades fi nanceiras do Estado com efeitos positivos sobre o patrimônio líquido e constituem instrumento para fi nanciar os objetivos defi nidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer fi nalidades públicas. São compostas por receitas derivadas e originárias, e classifi cam-se nas seguintes subcategorias econômicas: tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes; Planejamento e Execução Financeira 47 Módulo 02: Receitas e Despesas Públicas/Execução Orçamentária e Financeira e Alterações Orçamentárias 2) Receitas de Capital: a. Receitas Orçamentárias de Capital também aumentam as disponibilidades fi nanceiras do Estado e são instrumentos de fi nanciamento dos programas e ações orçamentários, a fi m de se atingirem as fi nalidades públicas. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o patrimônio líquido. Também conhecidas como secundárias, resultam da efetivação das operações de crédito, alienação de bens, recebimento de dívidas e auxílios recebidos pelo órgão ou entidade. O superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes é receita de capital, mas não constituirá item de receita orçamentária. Receitas de Operações Intra-orçamentárias Operações intra-orçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fi scal e do orçamento da seguridade social do mesmo ente federativo; por isso, não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos, mas apenas remanejamento de receitas entre eles. As receitas intra-orçamentárias são contrapartida de despesas catalogadas na Modalidade de Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação
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