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Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II FARMACOLOGIA DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA CARDIOPATIA ISQUÊMICA Os episódios isquêmicos ocorrem quando as necessidades de oxigênio do miocárdio (consumo) ultrapassam o suprimento de oxigênio (demanda). A doença isquêmica do miocárdio é caracterizada pelo surgimento de isquemia em uma ou mais das porções do músculo cardíaco. Os fatores que provocam uma oferta oxigênio diminuída incluem a aterosclerose, trombose e espasmo coronariano. Já os fatores que provocam um consumo de oxigênio excessivo incluem a hipertrofia miocárdica e a tireotoxicose. A principal etiologia da cardiopatia isquêmica é a aterosclerose das artérias coronárias, enquanto a angina é o principal sintoma e é causada por episódios transitórios de isquemia miocárdica. A angina tem como sintoma clínico uma dor torácica compressiva ou desconforto subesternal, que usualmente se irradia pelo ombro esquerdo, pescoço, mandíbula e face flexora do braço esquerdo. Os fatores de risco para cardiopatia isquêmica podem ser divididos em não-modificáveis (idade, gênero, histórico familiar) e modificáveis, que incluem tabagismo, diabetes, HAS, dislipidemia, obesidade e sedentarismo. Esses fatores de risco favorecem a deposição de partículas aterogênicas na camada íntima das artérias. FISIOPATOLOGIA DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA A aterosclerose é a principal etiologia da cardiopatia isquêmica e consiste no acúmulo de gorduras ricas em APO-B (LDL) na camada íntima das artérias. Conforme o paciente apresenta fatores de risco, ocorre acúmulo de LDL na camada íntima dos vasos arteriais. Esse acúmulo de gordura promove a ativação de um processo inflamatório local, que resulta no recrutamento de células inflamatórias, como os monócitos. Os monócitos circulantes no sangue chegam até o tecido e se transformam em macrófagos. O LDL acumulado no subendotélio sofre oxidação e se torna um LDL- oxidado. Com isso, o macrófago passa a reconhecer o LDL como uma partícula estranha, fagocitando-o. Quando o LDL é fagocitado formam-se as chamadas células espumosas, que são características do processo aterosclerótico. Se os pacientes não combater os fatores de risco, essa placa de ateroma vai aumentando até o surgimento da placa de ateroma madura. A placa de ateroma madura é caracterizada por um centro necrótico rico em gordura e cheio de células espumosas. Além disso, conforme a progressão da doença, a camada íntima arterial vai se afinando, o que torna a placa mais suscetível à ruptura. Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II Enquanto a placa está estável, obstruindo apenas parte do lúmen arterial (50-70%), tem-se a forma crônica da cardiopatia isquêmica, a chamada angina estável. Quando a placa se rompe, ocorre exposição do conteúdo intraplaca para o sangue, onde as plaquetas e os fatores de coagulação, em contato com esse conteúdo, causam a formação dos trombos. Esses trombos podem obstruir totalmente o lúmen do vaso, condição chamada de síndrome coronariana aguda, a qual pode ser dividida em angina instável e infarto agudo do miocárdio com ou sem elevação do segmento ST. O que diferencia a angina instável do infarto agudo do miocárdio é a elevação das enzimas marcadoras de morte celular, como a troponina. Na angina instável ainda não há morte tecidual, mas, se não tratada de forma imediata, apresenta grande chance de evolução para o infarto agudo do miocárdio. A reserva coronariana é definida como a capacidade das artérias coronárias, em pessoas sem cardiopatia isquêmica, de se relaxarem diante da exposição ao exercício e proporcionarem um aumento de até 6x no fluxo sanguíneo. Nos pacientes anginosos, devido à obstrução causada pela placa de ateroma, essa reserva coronariana não existe, e o fluxo sanguíneo diante de esforço é aumentado de maneira ínfima. CLASSIFICAÇÃO DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA A cardiopatia isquêmica pode ter três apresentações clínicas: 1. Forma assintomática ou isquemia silenciosa: o paciente apresenta risco elevado para síndrome coronariana aguda, mas que ainda não apresenta sintomas. 2. Forma aguda: síndrome coronariana aguda – divide-se em angina instável e infarto agudo do miocárdio. Se não tratada de maneira imediata, aquela pode evoluir para esta. 3. Forma crônica: angina estável – o paciente apresenta placa de ateroma estável, que obstrui até 60% do lúmen arterial coronariano, e que apresenta sintomas diante do aumento da demanda de oxigênio para o músculo cardíaco. Todas as apresentações clínicas da cardiopatia isquêmica apresentam risco de evolução para infarto agudo do miocárdio e morte. Dessa forma, todas devem ser tratadas com a finalidade de reduzir os fatores de risco. ANGINA ESTÁVEL A angina estável é causada pela redução da perfusão coronariana em consequência da obstrução fixa da artéria coronária produzida por aterosclerose. Apresenta sinais e sintomas de isquemia diante do aumento da demanda de oxigênio para o músculo cardíaco. Na angina estável, a placa de ateroma obstrui de 50% a 70% do lúmen arterial. Como a placa não apresenta instabilidade, o repouso e o uso de nitrato sublingual são eficazes para amenizar os sintomas anginosos diante de esforços. Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II SÍNDROME CORONARIANA AGUDA É uma emergência clínica, em que o paciente evolui em um curto espaço de tempo com sinais e sintomas de isquemia progressiva e que se manifesta apesar do repouso. A causa da síndrome coronariana aguda é a instabilidade da placa de ateroma. A ruptura dessa placa e a trombose parcial ou total de uma artéria coronária leva à angina instável ou ao infarto agudo do miocárdio. Qualquer episódio anginoso com duração superior a 15-20 minutos e que não cesse com o repouso ou uso de nitrato sublingual é suspeita de síndrome coronariana aguda. Dependendo da extensão da lesão do infarto agudo do miocárdio, pode haver evolução para complicações elétricas como arritmias e morte súbita, e para complicações mecânicas, como falência ventricular esquerda, ruptura do septo interventricular e aneurisma miocárdico. TRATAMENTO DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA MUDANÇA DOS HÁBITOS DE ESTILO DE VIDA Parar de fumar, fazer dieta, emagrecer, redução da obesidade. Exercício físico regular – aumenta o HDL e a reserva coronariana. Controle da pressão arterial e do diabetes mellitus. Controle dos níveis de LDL (inferior a 70 mg/dl para pacientes de alto risco e inferior a 100 mg/dl para pacientes de risco intermediário) e de HDL (manter acima de 50 mg/dl). MANEJO FARMACOLÓGICO NITRATOS ORGÂNICOS NITROGLICERINA DINITRATO DE ISOSSORBIDA MONONITRATO DE ISOSSORBIDA PROPATILNITRATO ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO DIIDROPIRIDINAS NÃO DIIDROPIRIDINAS NIFEDIPINO ANLODIPINO NICARDIPINO NIMODIPINO FELODIPINO VERAPAMIL DILTIAZEM BETABLOQUEADORES PROPANOLOL ATENOLOL METOPROLOL CARVEDILOL NEBIVOLOL ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS AAS TIENOPIRIDINAS: CLOPIDOGREL PRASUGREL TICAGRELOR ANTICOAGULANTES ORAIS VARFARINA ANTILIPÊMICOS ESTATINAS: ROSUVASTATINA ATORVASTATINA SINVASTATINA OUTROS FÁRMACOS TRIMETAZIDINA IVABRADINA Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II FÁRMACOS ANTIANGINOSOS O processo de formação da placa de ateroma pode ser revertido por meio do combate aos fatores de risco modificáveis, o que reduz as chances de desfechos indesejáveis como a angina instável e o IAM. Existem fármacos que reduzem os fatores de risco para a cardiopatia isquêmica. Entre eles, os betabloqueadores são os fármacos de primeira linha, atuando como protetores primários e secundários. Já os bloqueadores de canais de cálcio são protetores secundários, enquanto os nitratos são fármacos excelentes para profilaxia de crises anginosas, mas considerados fármacos de terceira linha para o tratamento prolongado da cardiopatia isquêmica.Os fármacos antianginosos promovem alívio sintomático e redução do risco de IAM e morte. Independentemente do mecanismo de ação do fármaco antianginoso, o efeito farmacológico final resume-se ao aumento da perfusão coronariana no miocárdio isquêmico (aumento da oferta de oxigênio) ou à redução da necessidade de oxigênio (demanda metabólica miocárdica). O aumento da oferta de oxigênio se dá por meio da vasodilatação coronariana (efeito dos nitratos e bloqueadores de canais de cálcio), que gera o aumento do fluxo sanguíneo coronário. Já a redução da demanda de oxigênio se dá por meio da redução do débito cardíaco, da contratilidade miocárdica e da frequência cardíaca, por exemplo. Esses são efeitos principalmente dos betabloqueadores, e dos bloqueadores dos canais de cálcio da classe das não-diidropiridinas (Verapamil e Diltiazem). NITRATOS ORGÂNICOS São os fármacos de escolha para o tratamento abortivo das crises anginosas e são utilizados como profilaxia contra episódios de angina. Os nitratos orgânicos sublinguais devem ser ingeridos durante o ataque de angina ou antes da prática de exercício ou da ocorrência de estresse. Nitratos de longa duração são fármacos de 3ª linha em pacientes com angina refratária à combinação de betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio. Seus benefícios da doença coronariana são redução da pré-carga, levando à redução da demanda de oxigênio, e vasodilatação coronariana direta, aumentando o aporte sanguíneo para o miocárdio. Atuam sobre os vasos de grande calibre – veias e artérias maiores. Com isso, reduzem a pré-carga, mas como não atuam sobre as arteríolas (vasos de resistência), não afetam a pós-carga – somente em doses elevadas. Devido à capacidade de dilatar as artérias coronárias, mesmo em áreas de estenose aterosclerótica, são úteis no manejo do espasmo coronário. Em baixas doses causam a diminuição da pré-carga devido à venodilatação. Já em doses mais altas ocorre redução da resistência arteriolar, o que leva a uma diminuição também da pós-carga. NITROGLICERINA DINITRATO DE ISOSSORBIDA MONONITRATO DE ISOSSORBIDA PROPATILNITRATO Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II A exposição contínua leva a uma acentuada atenuação na magnitude da maioria dos efeitos farmacológicos (tolerância). Uma abordagem efetiva para restaurar a responsividade consiste em interromper a terapia durante 8 a 12 horas, também chamada de prescrição assimétrica. Devido ao risco de hipotensão postural, o paciente deve tomá- los enquanto estiver sentado. MECANISMOS DE AÇÃO O óxido nítrico é produzido pela enzima óxido nítrico sintase (NOS), que no sistema cardiovascular se distribui entre os miócitos, células musculares lisas vasculares, células endoteliais e células hematopoiéticas e plaquetas. A NOS faz a conversão da L-arginina em L-citrulina + NO, e é dividida em três tipos: NOS neuronal (nNOS ou NOS1), NOS endotelial (eNOS ou NOS3) e NOS induzível (iNOS ou NOS2). As formas nNOS e eNOS são ativadas pelo complexo cálcio-calmodulina, enquanto estímulos inflamatórios ativam a iNOS. O óxido nítrico resultante estimula a forma solúvel da guanilato-ciclase para produzir GMPc, o que ativa a PKG. A ativação da PKG causa vasodilatação por diversos mecanismos: ativação da fosfatase da cadeia leve da miosina; inibição da liberação de cálcio do retículo mediada pelo IP3; fosforilação e abertura dos canais de potássio; modulação das atividades das fosfodiesterases PDE2, PDE3 (degrada AMPc) e PDE5 (degrada (GMPc). Essa via mediada pelo óxido nítrico leva ao relaxamento do músculo liso na vasculatura e à inibição da agregação plaquetária. CONTRAINDICAÇÕES Em pacientes que utilizaram inibidor de PDE5 (Sildenafila - Viagra, Tadalafila, Vardenafila e Avanafila), pode ser necessário esperar um período superior a 24 horas para administração segura de nitratos, uma vez que existe o risco de hipotensão severa e até óbito. Os inibidores da PDE5 devem ser usados com cuidado em pacientes que usam antagonistas alfa ou beta adrenérgicos. EFEITOS ADVERSOS Em altas doses podem reduzir a pressão arterial a ponto de comprometer o fluxo coronariano, causar taquicardia reflexa e aumento adrenérgica da contratilidade, agravando a isquemia. Promovem também o relaxamento do músculo liso brônquico e do trato gastrintestinal, diminuição do espasmo biliar e esofágico e relaxamento do músculo liso uretral e uterino. Podem produzir dilatação arteriolar na face e no pescoço, resultando em rubor e cefaleia. Tontura, fraqueza e outras manifestações associadas à hipotensão postural. Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO São fármacos que bloqueiam os canais de cálcio do tipo L dependentes de voltagem localizados nos cardiomiócitos, nas células do nodo sinoatrial e do nodo atrioventricular, e no músculo liso vascular. Apresentam efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos e de relaxamento vascular nos leitos arteriais. Aumentam a oferta de oxigênio para o músculo cardíaco. As diidropiridinas são chamados de vasosseletivos, pois atuam sobre os canais de cálcio do tipo L dos vasos sanguíneos, especialmente as artérias, causando vasodilatação, redução da resistência vascular periférica e redução da pós-carga. Já as não-diidropiridinas são chamados de cardiosseletivos, atuando nos canais de cálcio cardíacos e provocando efeitos inotrópico e cronotrópico negativos e reduzindo o débito cardíaco. Dessa forma, as diidropiridinas possuem os maiores efeitos sobre a vasodilatação, enquanto as não-diidropiridinas (Verapamil e Diltiazem) possuem os maiores efeitos sobre a supressão da contratilidade cardíaca, da automaticidade do nodo sinoatrial e da condução do nodo atrioventricular. Potência de vasodilatação: diidropiridinas > Verapamil > Diltiazem. Todos os bloqueadores de canais de cálcio relaxam o músculo liso arterial, mas exercem pouco efeito sobre a maioria dos leitos venosos. Com isso, não afetam de forma significativa a pré-carga cardíaca. As diidropiridinas não afetam a taxa de recuperação dos canais de cálcio, enquanto o Verapamil e o Diltiazem diminuem a magnitude da corrente de cálcio e também retardam a recuperação do canal. Diminuem a resistência vascular coronariana e podem levar a um aumento no fluxo sanguíneo coronariano. INDICAÇÕES São usados também como agentes antiarrítmicos e para o tratamento da hipertensão. Podem ser associados a betabloqueadores para um melhor controle anginoso. No entanto, o Diltiazem e o Verapamil, em geral, não devem ser associados aos antagonistas beta adrenérgicos, devido ao maior risco de bradicardia intensa e disfunção sistólica do miocárdio. Não existem evidências que comprovem se os bloqueadores dos canais de cálcio são benéficos no tratamento inicial ou na prevenção secundária do infarto agudo do miocárdio. Nesses casos, os betabloqueadores são os fármacos de primeira escolha. No controle de sintomas anginosos, são tão eficientes quanto os betabloqueadores, mas não reduzem a incidência de infarto ou óbito. Podem ser utilizados para controle de sintomas isquêmicos refratários em pacientes que já recebem betabloqueadores, especialmente o Anlodipino, que tem um tempo de meia vida maior que o Nifedipino. Deve- se ter cuidado ao associar Verapamil ou Diltiazem nesses pacientes. Podem ser indicados para pacientes que não toleram o uso de betabloqueadores. São os fármacos de primeira linha no tratamento da angina vasoespástica de Prinzmetal. O Verapamil também é usado na profilaxia da enxaqueca. Provocam relaxamento do miométrio e podem interromper as contrações uterinas no trabalho de parto. Em pacientes refratários aos bloqueadores de canais de cálcio, pode-se associar-se vasodilatadores. NÃO DIIDROPIRIDINAS: VERAPAMIL DILTIAZEM DIIDROPIRIDINAS: NIFEDIPINO ANLODIPINO NICARDIPINONIMODIPINO FELODIPINO Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II CONTRAINDICAÇÕES Deve-se ter cuidado no uso de bloqueadores de canais de cálcio em pacientes com insuficiência cardíaca, pois não são vantajosos e podem piorar os desfechos clínicos. Cuidado principalmente com o uso de Verapamil e Diltiazem em pacientes com comprometimento significativo da função ventricular esquerda ou com alterações da condução atrioventricular. Em portadores de disfunção ventricular esquerda deve ser evitada sua associação a um agente betabloqueador, por sua ação comum e sinérgica na redução da contratilidade miocárdica. EFEITOS ADVERSOS Cefaleia, rubor facial, tontura e edema de membros inferiores (característico das diidropiridinas). Podem provocar ou agravar a doença do refluxo gastresofágico, pois inibem a contração do esfíncter esofágico inferior. Constipação, principalmente o Verapamil, e retenção urinária, devido ao relaxamento da musculatura lisa. Quando em monoterapia, as diidropiridinas podem estar relacionadas ao agravamento da isquemia do miocárdio – a hipotensão causada pode gerar taquicardia reflexa e aumento da demanda de oxigênio. ANTAGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS Agem bloqueando os receptores β1 do miocárdio e do nodo sinusal. Reduzem a contratilidade miocárdica (inotropismo negativo), a frequência cardíaca (cronotropismo negativo), a velocidade de condução dos impulsos elétricos (dromotropismo negativo) e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. São fármacos de primeira escolha no tratamento da cardiopatia isquêmica, pois apresentam efeito cardioprotetor primário e secundário ao infarto agudo do miocárdio. INDICAÇÕES São eficientes na redução dos episódios recorrentes de isquemia e na redução do risco de progressão para infarto do miocárdio. Melhoram o controle da mortalidade no IAM. Deve-se atentar para a retirada gradual do fármaco a fim de evitar angina de rebote, devido à suprarregulação dos receptores beta. CONTRAINDICAÇÕES São expressamente contraindicados na angina vasoespástica de Prinzmetal. São contraindicados em pacientes com insuficiência cardíaca, bradicardia significativa e/ou em uso de Verapamil ou Diltiazem. O betabloqueador Pindolol é contraindicado no tratamento da cardiopatia isquêmica devido a sua ação simpatomimética intrínseca. EFEITOS ADVERSOS Fadiga, letargia, intolerância ao exercício, alteração do sono, impotência sexual e broncoespasmo. Maior risco de reações hipoglicêmicas em pacientes diabéticos que usam insulina. Também podem mascarar as reações hipoglicêmicas (taquicardia, palidez, sudorese, tremores). PROPANOLOL ATENOLOL METOPROLOL CARVEDILOL NEBIVOLOL Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II MANEJO DA ANGINA ESTÁVEL MUDANÇA DE HÁBITOS DE VIDA Parar de fumar: programas especializados e uso de fármacos como nicotina e Bupropiona. Fazer dieta. Exercício físico regular (aumentar HDL e a reserva coronariana), mesmo que seja necessário o uso de Nitrato sublingual de 15 a 30 minutos antes do esforço. Controle da pressão arterial. Controle dos níveis de LDL e HDL. Controle do diabetes melito. Redução da obesidade. Vacinação contra Influenza (precipitante para crises de angina). ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS AAS Doses subanalgésicas são capazes de inibir a agregação plaquetário por meio da inibição da COX-1 e diminuição na formação do tramboxano-A2. 75 mg/dia a 325 mg em dias alternados. Uso na angina estável: reduz o risco de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e morte cardíaca. Prevenção primária (indivíduos sem doença conhecida), idade entre 50 e 69 anos, alto risco cardiovascular (superior a 10% em 10 anos), sem fatores de alto risco para sangramento. Efeitos adversos: doença péptica gastroduodenal (devido à inibição das prostaglandinas), hemorragia digestiva e outros sangramentos, alergia. O uso concomitante a um inibidor da bomba de prótons reduz o risco de sangramentos digestivos nos pacientes em uso contínuo de AAS. TIENOPIRIDINAS Atuam no bloqueio dos receptores P2Y12 para o ADP nas plaquetas. Clopidogrel: 40-100 vezes mais potente que a Ticlopidina (primeiro inibidor P2Y12). Prasugrel e Ticagrelor: importantes nas síndromes coronarianas agudas. São indicados para pacientes com contraindicação ou intolerância ao AAS. Dose terapêutica: 75 mg 1x dia. Pacientes que realizaram angioplastia geralmente requerem dupla antiagregação, com o uso de AAS + Clopidogrel. Em pacientes que não realizaram o procedimento, a combinação entre os dois antiagregantes parece ser prejudicial por aumentar muito as chances de sangramento. ANTICOAGULANTES ORAIS VARFARINA Pode ser associada a antiagregantes plaquetários em pacientes com alto risco para fibrilação atrial de risco elevado e pós-IAM. Deve-se ter cuidado com a incidência de AVC hemorrágico. Pode substituir os antiagregantes plaquetários em pacientes que não os toleram. CLOPIDOGREL PRASUGREL TICAGRELOR Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II FÁRMACOS ANTILIPÊMICOS ESTATINAS São os fármacos antilipêmicos mais importantes na redução de risco cardiovascular. Promovem redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular primária e secundária. Reduzem os riscos cardiovasculares mesmo em indivíduos não dislipidêmicos Ordem de potência: Rosuvastatina > Atorvastatina > Sinvastatina. Principais efeitos adversos: disfunção hepática e miopatia (dor e fraqueza muscular). FÁRMACOS ANTIANGINOSOS NITRATOS Ação rápida: Dinitrato de Isossorbida e Propatilnitrato. São fármacos SOS para crises anginosas. Podem ser usados como profilaxia antes de eventos sabidamente estressantes. Ação longa: Mononitrato de Isossorbida e Dinitrato de Isossorbida de liberação lenta. Não são mais recomendados como primeira linha na angina estável, pois aumentam a morbimortalidade. São fármacos de terceira linha em pacientes com angina refratária à combinação de betabloqueadores + diidropiridinas (bloqueadores dos canais de cálcio). ANTAGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS São os fármacos de escolha para prevenção da angina por esforço. Apresentam propriedades cardioprotetoras: prevenção de IAM, evento isquêmico agudo e morte cardíaca. São contraindicados na angina vasoespástica. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO São antianginosos de segunda escolha. As diidropiridinas podem ser associadas aos betabloqueadores. A associação de não-diidropiridinas e betabloqueadores leva a um maior risco de bradicardia e disfunção sistólica. INIBIDORES DA ECA E BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 (BRA) Indicados para pacientes de alto risco – diabéticos, nefropatas, hipertensos, com histórico prévio de IAM, disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, com idade superior a 54 anos. Os BRA são uma alternativa para os indivíduos que não toleram os inibidores da ECA. ROSUVASTATINA ATORVASTATINA SINVASTATINA DINITRATO DE ISOSSORBIDA MONONITRATO DE ISOSSORBIDA PROPATILNITRATO NIFEDIPINO DE LIBERAÇÃO PROLONGADA ANLODIPINO VERAPAMIL DILTIAZEM Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II OUTROS FÁRMACOS TRIMETAZIDINA Parece proteger a célula miocárdica da isquemia, evitando a depleção de ATP. Pode ser utilizada na terapia antianginosa padrão, em monoterapia ou em associação a um betabloqueador com ou sem um bloqueador de canais de cálcio. IVABRADINA Inibe o automatismo do nó sinusal. Tem efeito cronotrópicos negativo sem induzir efeito inotrópico negativo. Pode ser associada a outros fármacos antianginosos, incluindo os betabloqueadores. MANEJO DA ANGINA INSTÁVEL E DO IAM SEM SUPRA DE ST MANEJO DO IAM COM SUPRA DE ST
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