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CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Valvas Atrioventriculares (A-V) São as valvas tricúspide e mitral (bicúspide). Elas evitam o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole. Se fecham quando o gradiente de pressão retrógrada força o sangue de volta. ● Músculos Papilares: Estão ligados aos folhetos das válvulas A-V pelas cordas tendíneas e contraem-se ao mesmo tempo que as paredes dos ventrículos. Eles NÃO ajudamas válvulas a se fechar e sim evitam que elas sejam muito abauladas para trás, em direção aos átrios durante a sístole ventricular. Valvas Aórtica e Pulmonar As valvas semilunares (pulmonar e aórtica) evitam o refluxo da aorta e das artérias pulmonares para os ventrículos durante a diástole. São constituídas por tecido fibroso especialmente forte pois estão sujeitas a abrasões mecânicas muito maiores que as valvas A-V e são fechadas abruptamente. EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO O coração humano tem um sistema especial para a autoexcitação rítmica e a contração repetitiva. Os átrios se contraem aproximadamente um sexto de segundo antes da contração ventricular, permitindo o enchimento dos ventrículos antes de bombearem sangue para os pulmões e para a circulação periférica. As diferentes porções do ventrículo se contraem quase simultaneamente, o que é essencial para gerar pressão. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A SISTEMA EXCITARÓRIO E CONDUTOR ESPECIALIZADO DO CORAÇÃO Nodo Sinusal/Sinoatrial Situado na parede posterolateral superior do átrio direito, imediatamente abaixo e pouco lateral à abertura da vai acaba superior. As fibras do nodo sinusal se conectam diretamente às fibras musculares atriais, desse modo, qualquer potencial de ação que se inicie no todo sinusial se difunde de imediato para a parede músculo atrial. O nodo sinusal é o marcapasso normal do coração porque sua frequência de descargas rítmicas é mais alta que a de qualquer outra porção do coração.蜉 Ritimicidade elétrica automática das fibras sinusais: Algumas fibras cardíacas, como as do nodo sinusal, têm a capacidade de autoexcitação, processo que causa descarga automática rítmica e consequentes contrações rítmicas. O nodo sinusal controla normalmente a freqüência dos batimentos de todo o coração. Vias internodal e interatrial: Transmitem impulsos cardíacos pelos átrios e são pequenas faixas de tecido atrial com velocidade de condução maior devido à presença de fibras condutoras especializadas. Nodo Atrioventricular Retarda a condução do impulso dos átrios para os ventrículos. Situado na parede posterior do átrio direito, imediatamente atrás da valva tricúspide. A condução lenta é explicada pelo reduzido número de junções comunicantes entre as sucessivas células das vias de condução, existe grande resistência para a passagem de íons excitatórios de uma fibra condutora para a próxima. Sistema de Purkinje Ventricular: As fibras de purkinje especializadas transmitem o impulso do nodo A-V para todo o ventrículo. São fibras muito calorosas e conduzem potenciais de ação com velocidade bastante elevada, garantindo a transmissão quase instantânea do impulso cardíaco pelo restante do músculo ventricular. A velocidade de transmissão se deve à permeabilidade muito alta das junções comunicantes nos discos intercalados. Também contém muito poucas miofibrilas, o que significa que elas se contraem muito pouco ou nada durante a transmissão do impulso. As fibras de Purkinje tem papel importante na sincronia da contração do músculo ventricular. Transmissão do impulso cardíaco pelo músculo ventricular: Uma vez tendo atingida a extremidade final das fibras de Purkinje, o impulso é transmitido para toda a massa muscular ventricular pelas próprias fibras musculares. 蜉 CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A FATORES DE RISCO CORANIANOS Síndrome coronária aguda (SCA) = qualquer condição provocada por redução ou bloqueio súbito do fluxo sanguíneo para o coração. Síndromes coronarianas agudas incluem: ● Angina instável ● Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSESST) ● Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCEST) ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO: Um evento coronariano agudo é a primeira manifestação da doença aterosclerótica em pelo menos metade das pessoas que apresentam essa complicação. Para estimar a gravidade da doença cardiovascular (DVC), foram criados alguns escores de risco e algoritmos: ● Escore de Risco de Framingham (ERF) - estima a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronária no período de 10 anos em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica. ● Escore de Risco de Reynolds (ERR) - inclui a proteína C-reativa (PCR) e o antecedente familiar de doença coronária prematura e estima a probabilidade de infarto do miocárdio, AVC, morte e revascularização em 10 anos. ● Escore de Risco Global (ERG) - estima o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência vascular periférica e insuficiência cardíaca em 10 anos. ● Risco pelo Tempo de Vida (RTV) - avalia a probabilidade de um indivíduo, a partir de 45 anos, apresentar um evento isquêmico. A combinação desses diversos escores permite uma melhor estimativa de risco. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A 1. HIPERTENSÃO ARTERIAL ● Aproximadamente 20% da população adulta tem HAS. ● Aproximadamente 60% das pessoas com mais de 60 anos de idade tem HAS. ● Fatores genéticos, envelhecimento, sal e excesso de peso são os principais determinantes. ● Medicação deve ser usada diariamente. 2. DIABETES MELITUS ● Atinge aproximadamente 7% da população adulta brasileira. ● Está associada a fatores genéticos e a obesidade. ● Pessoas com DM não controlada terão, em 20 anos, doença renal, cardíaca, ocular e cerebral associada ao DM. 3. OBESIDADE ● IMC maior que 30. (peso/alturaˆ2) ● Associado a falta de exercícios e a alta ingesta calórica. 4. SEDENTARISMO 5. DISLIPIDEMIA ● Colesterol e/ou triglicerídeos elevados. ● Idealmente deve-se manter o LDL abaixo de 100mcg. ● Associado a alterações do metabolismo e alta ingesta de gorduras e doces. 6. TABAGISMO FÁRMACOS EM CARDIOLOGIA FÁRMACOS ANTIANGINOSOS São utilizados para melhora na perfusão do miocárdio e/ou na redução da demanda metabólica. São eles: nitratos orgânicos, antagonistas do cálcio, beta-bloqueadores e ativadoresde canais de potássio. NITRATOS ORGÂNICOS Representantes: trinitrato de glicerila (TNG), mononitrato de isossorbida. Funções: redução do trabalho cardíaco, pela redução da pré-carga (venodilatação) e da póscarga (redução da onda reflexa arterial), levando à redução da necessidade de oxigênio pelo miocárdio; redistribuição do fluxo coronariano em direção a áreas isquêmicas através de colaterais; alívio do espasmo coronariano. Mecanismo de ação: Óxido nítrico guanilil ciclase solúvel ↑ GMPc proteína quinase G cascata de efeitos na musculatura lisa desfosforilação das cadeias leves da miosina, sequestro de Ca2+ intracelular e consequente relaxamento. São metabolizados com liberação de NO. Farmacocinética e Aspectos Farmacêuticos: trinitrato de glicerila é rapidamente metabolizado no fígado, é absorvido pela mucosa e pode ser usado como comprimido sublingual ou aerossol. Também é bem absorvido pela pele (adesivo transdérmico). Já o mononitrato de isossorbida tem absorção e metabolização mais lenta, no entanto tem efeitos farmacológicos semelhantes. É deglutido e não colocado sob a língua. Efeitos Adversos: tolerância ao efeito antianginoso de fármacos de ação mais prolongada (mononitrato de isossorbida); Hipotensão postural e cefaleia. Usos Clínicos: CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Angina estável: prevenção (mononitrato de isossorbida ou trinitrato de glicerila por via sublingual) e tratamento (trinitrato de glicerila sublingual); ● Angina instável: trinitrato de glicerila intravenoso. ANTAGONISTAS DO CÁLCIO Representantes: Compreendem três classes quimicamente distintas: fenilalquilaminas (verapamil), di-hidropiridinas (nifedipino, anlodipino) e benzotiazepinas (diltiazem). Função: bloqueio da entrada de Ca2+ através dos canais de cálcio, por restrição da abertura dos canais de cálcio tipo L operados por voltagem. Mecanismo de ação: os fármacos das três classes ligam-se à subunidade α1 do canal de cálcio do tipo L, mas em pontos distintos. Reduzem a entrada de Ca2+. Também mostram ações bloqueadoras voltagem-dependentes, bloqueando mais eficientemente quando a membrana está despolarizada, causando abertura e inativação dos canais de cálcio. Farmacocinética e Aspectos Farmacêuticos: ● São bem absorvidos no trato gastrointestinal; ● Administrados por via oral, exceto em algumas indicações especiais, como após hemorragia subaracnoide, para a qual existem preparações intravenosas; ● São extensamente metabolizados; ● O verapamil afeta preferencialmente o coração, enquanto a maioria das di-hidropiridinas (nifedipino) exerce efeito mais pronunciado sobre a musculatura lisa do que sobre o coração. O diltiazem é intermediário em suas ações. Efeitos Adversos: cefaleia, constipação (verapamil) e edema pré-tibial (dihidropiridinas). Há risco de insuficiência cardíaca ou bloqueio cardíaco, especialmente com o verapamil. Usos clínicos: ● Antiarrítmico (principalmente verapamil); ● Angina (diltiazem); ● Hipertensão (principalmente di-hidropiridinas). -BLOQUEADORES Representantes: ● 1ª geração: não seletivos β1 e β2 Propranolol. ● 2ª geração: seletivos β1 Atenolol e Metoprolol. ● 3ª geração: Carvedilol, Nevibolol, Labetalol Mecanismo de ação: ↓FC ↓ renina ↓ demanda metabólica O bloqueio dos receptores β1 adrenérgicos cardíacos causa redução da frequência cardíaca e da contratilidade, com a consequente redução do débito cardíaco enquanto a ação nas células justaglomerulares renais diminui a liberação de renina. Também existem relatos de que os betabloqueadores promovem readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Já os betabloqueadores de geração mais recente como carvedilol e nebivolol, apresentam ação vasodilatadora associada, o que implicaria melhor efeito anti-hipertensivo, embora não existam estudos comparativos entre esses novos fármacos e os betabloqueadores mais antigos. Aplicação terapêutica: ● Profilaxia da angina estável; ● Tratamento de pacientes com angina instável; ● Reduzem o risco de morte após infarto do miocárdio (ação antiarrítmica). CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ATIVADORES DE CANAIS DE POTÁSSIO Representante: nicorandil. Função: dilatação arterial e venosa. Mecanismo de ação: o nicorandil combina ativação do canal de potássio KATP com ações nitrovasodilatadoras (como doador de óxido nítrico). Efeitos Adversos: cefaleia, rubor e tonturas. Uso Clínico: pacientes que continuam sintomáticos apesar de conduta ótima com outros fármacos, muitas vezes enquanto aguardam cirurgia ou angioplastia. ANTI-HIPERTENSIVOS O objetivo do tratamento com anti-hipertensivos é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares através da redução da PA e dos eventos cardiovasculares (fatais e não-fatais). Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão devemos iniciar o tratamento com monoterapia nos pacientes em estágio 1 com risco baixo ou moderado, e com combinações de fármacos nos estágios 2 ou 3, ou estagio 1 com risco alto ou muito alto. Em relação às combinações medicamentosas recomendadas deve-se sempre levar em conta as comorbidades do paciente. As melhores combinações em termos de efetividade são os fármacos que inibem o sistema renina angiotensina aldosterona (IECA ou BRA) com os antagonistas dos canais de cálcio ou diuréticos. As metas pressóricas recomendadas segundo o “2013 ESH/ ESC Guidelines for the management of arterial hypertension” são de < 140/90 mmHg. Com exceção dos pacientes diabéticos que a PAD é de <85 mmHg e os pacientes com nefropatia e proteinúria, que a recomendação é de PAS < 130 mmHg. DIURÉTICOS CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Efeitos diuréticos e natriuréticos, com diminuição do volume extracelular e diminuição da resistência vascular periférica. ● São efetivos em baixar os níveis pressóricos com comprovação na redução da morbimortalidade. ● Os diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida) em baixas doses são os mais indicados. ● Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal e na insuficiência cardíaca com retenção de volume. ● Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial. ● Os diuréticos poupadores de potássio ((amilorida e triantereno) apresentam pequena eficácia diurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis na prevençãoe no tratamento de hipopotassemia. ● A espironolactona tem maior potencia anti-hipertensiva que os demais poupadores de potássio, sendo indicada principalmente na hipertensão resistente. INIBIDORES ADRENÉRGICOS DE AÇÃO CENTRAL ● Atuam estimulando os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático, como fazem a alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo e/ou os inibidores dos receptores imidazolidínicos, como moxonidina e a rilmenidina. ● Seu efeito hipotensor como monoterapia é, em geral, discreto. Entretanto, podem ser úteis em associação com medicamentos de outros grupos, particularmente quando há evidência de hiperatividade simpática. ● Recomenda-se a alfametildopa como agente de escolha para tratamento da hipertensão das grávidas. ● Não interferem com a resistência periférica à insulina ou com o perfil lipídico. ● Principais reações adversas: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual. ● A frequência é um pouco menor com os inibidores de receptores imidazolidínicos. ● A alfametildopa pode provocar: galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática, sendo contraindicada se há insuficiência hepática. ● No caso da clonidina, destaca-se a hipertensão de rebote, quando da suspensão brusca da medicação, e a ocorrência mais acentuada de boca seca. BETABLOQUEADORES ● Provocam a diminuição inicial do DC, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. ● Estudos recentes não têm apontado redução de acidente vascular encefálico em pacientes com idade superior a 55 anos. ● Ensaios clínicos com carvedilol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol têm demonstrado redução expressiva de morbimortalidade cardiovascular em pacientes com insuficiência cardíaca, independentemente da faixa etária. ● Ensaios clínicos com carvedilol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol têm demonstrado redução expressiva de morbimortalidade cardiovascular em pacientes com insuficiência cardíaca, independentemente da faixa etária. ● São bem indicados em situações especiais tais como arritmias, doença coronária e insuficiência cardíaca. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● O propranolol se mostra útil em pacientes com tremor, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO ● Redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. ● São anti-hipertensivos eficazes em reduzir a morbimortalidade. ● Deve-se dar preferência aos bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração de ação intrínseca ou por formulação galênica que permita uma liberação controlada. ● Estudo mostrou eficácia no uso dessa classe de medicamentos no tratamento da hipertensão arterial em pacientes com doença coronariana. ● Os diidropiridínicos são os mais indicados, por exibirem maior potencia anti-hipertensiva. ALFABLOQUEADORES ● Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia, devendo, ser associados com outros anti-hipertensivos. ● Podem induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna. ● Principais reações adversas: Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia. ● No estudo ALLHAT, a comparação entre o alfabloqueador doxazosina e a clortalidona indicou a maior ocorrência de insuficiência cardíaca congestiva no grupo tratado com a doxazosina. A partir dessas conclusões estabeleceu-se a ideia de que o alfabloqueador testado nesse estudo não deve ser medicamento de primeira escolha para o tratamento da hipertensão. VASODILATADORES DIURÉTICOS ● Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. Hidralazina e minoxidil são dois dos principais representantes desse grupo. ● Principais reações adversas: Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA IECA ● Mecanismo de ação: inibem a enzima conversora de angiotensina, inibe a conversão de angiotensina I em angiotensina II. (lembrando que a angiotensina II é um potente vasoconstritor.) Com a inibição da ECA, aumentam os níveis de bradicinina, o que estimula a biossíntese de prostaglandinas. IECA diminuem níveis de aldosterona. ● Indicações terapêuticas: hipertensão; falência cardíaca; disfunção ventricular esquerda; nefropatia diabética. ● Captopril; Enalapril; Fosinopril CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Reações Adversas: hipotensão, hiperpotassemia, tosse, rash cutâneo, alterações de paladar, cefaleia, vertigem, fadiga, náuseas, vômito, diarreia, neutropenia, proteinúria, angioedema. Uso contraindicado na gravidez. ● Interações medicamentosas: antiácidos diminuem biodisponibilidade de IECA; sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio, drospirenona = hipepotassemia; AINES diminuem o efeito anti-hipertensivo de IECA. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 DE ANGIOTENSINA II-BRA ● Losartana, Valsartana, Candesartana, Telmisartana, Irbesartana, Olmesartana ● Mecanismo de ação: bloquem ações da angiotensina II, como: reposta pressora rápida e lenta; efeito estimulante sobre sistema simpático periférico; efeitos no SNC; liberação de catecolaminas; secreção de aldosterona; efeitos renais diretos e indiretos. ● Reações adversas: cefaléia, vertigem, fadiga, hipotensão, hipercalemia, dispepsia, diarreia, dor abdominal, infecção trato respiratório superior, mialgia, faringite e rinite. Uso contra-indicado durante gravidez. ● Interações medicamentosas: o Sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio e drospirenona = hipercalemia; o AINES diminuem ação de anti-hipertensivos, incluindo BRA; o Telmisartano aumenta concentração plasmática da digoxina. INIBIDORES DIRETOS DA RENINA ● Alisquireno, único representante da classe atualmente disponível para uso clínico, promove uma inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. ● Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua capacidade, em monoterapia, de redução da pressão arterial de intensidade semelhante aos demais anti-hipertensivos. Estudos clínicos de curta duração indicam efeitobenéfico na redução de morbidade cardiovascular e renal, hipertrofia de ventrículo esquerdo e proteinúria. ● Apresentam boa tolerabilidade. ● Principais reações adversas: “Rash” cutâneo, diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém em geral com incidência inferior a 1%. ● Seu uso é contraindicado na gravidez. FÁRMACOS UTILIZADOS NA ICC INIBIDORES DA ENXIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA São eles: Captopril e Enalapril Mecanismo de Ação: ● Diminuem a produção de angiotensina II, evitando vasoconstrição e sua ação tóxica e trófica no miocárdio. ● Aumento dos níveis de bradicina. Reações adversas: ● Hipotensão, hipercalemia, tosse, angioedema, dor de cabeça, vertigem, diarreia ● Contraindicado na gravidez CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Interações medicamentosas: Antiácidos e AINES diminuem sua biodisponibilidade, diminuindo efeito anti-hipertensivo. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II São eles: Losartana, Candesartana e Telmisartana Mecanismo de ação: bloqueio das ações de angiotensina II. Reações adversas: Dor de cabeça, vertigem, fadiga, hipotensão, hipercalemia, dispepsia, diarreia. Interações medicamentosas: ● Sais de potássio, diuréticos poupadores de potássio = hipercalemia ● AINES diminuem ação. BETA-BLOQUEADORES São eles: Atenolol, Metropolol, Carvedilol, Bisoprolol Mecanismo de ação: bloqueio dos efeitos dos receptores beta. ● Atividade inotrópica negativa com melhora do funcionamento sistólico. ● Reversão do remodelamento cardíaco ● Redução da FC ● Controle da PA ● Inibe arritmias ● Diminui produção de renina ● Efeito protetor do miocárdio contra os efeitos tóxicos da ativação simpática exacerbada. Efeitos adversos: fadiga, bradicardia, dispneia em exercício, depressão, disfunção sexual, crises de asma e distúrbios de sono. Contraindicação: pcts com asma, bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus, DPOC Interações medicamentosas: uso combinado com hipoglicemiantes, antidepressivos, digoxina, AINES e varfarina devem ser avaliado cuidadosamente. O uso combinado com I-ECA, tiazídicos e betabloqueadores do tipo alfa-1 adrenérgicos podem aumentar o efeito anti-hipertensivo. OBS: A melhora dos sintomas de IC ocorrem apenas algumas semanas ou meses após a introdução do BB. Desta forma, deve-se iniciar o tratamento com doses baixas, com aumento progressivo a cada 2 semanas, mediante monitoração de bradicardia ou piora dos sintomas de IC. Caso haja acentuação dos sintomas, ajuste de diuréticos e vasodilatadores deve ser tentada antes de se considerar a redução da dose ou suspensão do BB ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE MINERALOCORTICÓIDES São eles: espirolactona e epierenona Mecanismo de ação: ● Atuam no local de troca de íons sódio-potássio dependente de aldosterona, localizado no túbulo contornado distal do rim. Causam aumento das quantidades de sódio e água a serem excretados, enquanto o potássio é retido. ● Atuam como diurético e como anti-hipertensivo por este mecanismo. Benefícios: demonstraram ser especialmente eficazes na insuficiência cardíaca avançada Interações: outros diuréticos e anti-hipertensivos, aumenta a meia-vida da digoxina, cloreto de amô nio ou colestiramin, carbenoxolona, ácido acetilsalicílico (AAS) Contraindicações CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● insuficiê ncia renal aguda, diminuiç ão significativa da func ̧ ão renal, anúria; ● doenç a de Addison; ● hipercalemia; ● hipersensibilidade conhecida à espironolactona; Efeitos Adversos ● Leucopenia ● Hiperpotassemia e distúrbios eletrolíticos ● Confusão ● Tontura ● Náuseas ● Função hepática anormal ● Insuficiência renal aguda ● Prurido, rash, necrólise epidérmica tóxica INIBIDORES DA NEPROLISINA E DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA (INRA) ● O sacubitril/valsartana, nome comercial Entresto representa uma nova classe terapêutica. Esta droga tem o intuito de atuar simultaneamente em dois locais de extrema importância para controle da doença, no sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e na endopeptidase neutra. ● A Valsartana pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como antagonistas do receptor da angiotensina II, que atuam no controle da hipertensão arterial. O sacubitril, é um inibidor da enzima neprilisina, que tem a função de degradar peptídeos natriuréticos . Então o medicamento atua inibindo tanto o receptor de angiotensina quanto a neprilisina. ● Com isso, realiza o relaxamento dos vasos sanguíneos, ao mesmo tempo em que atua reduzindo a retenção de água no corpo, ambos mecanismos favoráveis ao tratamento da insuficiência cardíaca. Desta forma, há um aumento de peptídeos natriuréticos circulantes, além do concomitante bloqueio do SRAA, resultando em potente vasodilatação. ● Efeitos secundários: Os efeitos secundários incluem pressão sanguínea baixa, tonturas e agravamento da função renal. Por isso, é necessário uma monitorização regular. Os pacientes que tomarem um IRNA não devem tomar ao mesmo tempo um inibidor da ECA. IVABRADINA Mecanismo de ação: Inibe seletivamente a corrente If (no tecido do nó SA) e causa a redução da Frequência Cardíaca (FC); Recomendação: pacientes com ritmo sinusal, sintomáticos, com FC ≥ 70 bpm e FEVE ≤ 35% Efeitos adversos: Bradicardia em 5% dos pacientes. DIGITALÍCIOS Digoxina Mecanismo de ação: ● Inibição da enzima sódio-potássio ATPase. Aumenta a contratibilidade miocárdica. ● Regulação neuro-humoral. ● Ação vagal. Indicações: CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Pacientes que apresentem fibrilação atrial com frequência ventricular elevada com ou sem quadro descompensação. ● Disfunções sistólicas sintomáticas – classes II, III e IV da NYHA. Contraindicações: ● Cardiomiopatia Hipertrofica. ● Estenose Aórtica moderada ou Grave sem disfunção ventricular ● Disfunção diastólica isolada ● Cor pulmonale. ● Evitar o uso nas Cardiomiopatia isquêmicas com isquemia em atividade. Interação medicamentosa: Pode se manifestar por meio de efeitos sobre excreção renal, ligação tecidual, proteínas plasmáticas, associação com drogas bloqueadoras de receptores beta-adrenérgicos. DIURÉTICOS DE ALÇA E TIAZÍNICOS Os diuréticos são a classe terapêutica mais largamento utilizada em pacientes com IC para alívio de congestão. Mecanismo de ação: redução da volemia aumenta a eliminação renal de sal e água redução da pressão de enchimento ventricular (pré-carga) Fármacos mais utilizados: ● De alça: furosemida e bumetanida ● Tiazínicos: hidroclorotiazida e clortalidona NITRATO E HIDRALAZINA ● Hidralazina: um vasodilatador direto que promove redução da resistência vascular periférica com consequente aumento do débito cardíaco. Pode causar cefaleia,rubor, edema e discreta elevação da frequência cardíaca. ● Nitratos: promovem relaxamento da musculatura lisa vascular por liberação de óxido nítrico. Em doses mais baixas, promovem apenas venodilatação, porém em doses mais altas são capazes de gerar dilatação arterial. Seus efeitos adversos incluem hipotensão postural, principalmente em pacientes hipovolêmicos, e tolerância, o que pode ser evitado aumentando o período de horas livre do uso do nitrato. ● A associação H-I reduziu mortalidade em pacientes com IC quando comparado ao, porém, em estudo subsequente, o uso de enalapril foi mais eficaz em reduzir mortalidade quando comparado à combinação H-I em brancos, sem diferença em afrodescendentes. ● Hidralazina e nitrato estão indicados em pacientes que apresentam contraindicação para uso de IECA ou BRA (insuficiência renal e hipercalemia) e sua associação aos IECA pode ser avaliada em casos refratários ao tratamento clínico otimizado. ANTIDISLIPIDEMICOS FIBRATOS São eles: Benzofibrato, Erofibrato, Fenofibrato, Ciprofibrato, Genfibrozila e Clofibrato. Indicação: Hipertrigliceremia CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Ação: Aumentam a síntese de LPL e expressão reduzida de APOC-III. Reações adversas: Desconforto gastrointestinal, prurido, rash, queda de cabelo, cefaleia, fadiga, impotência, cálculos biliares e rabdomiólise. Interações medicamentosas: potencializam a ação de anticoagulantes orais (clofibrato, genfibrozila e fenofibrato) e rusco aumentado de rabdomiólise quando associado a estatinas. ESTATINAS São eles: Sinvastatina, Atorvastatina, Fluvastatina, Lovastatina, Pravastatina, Rosuvastatina. Mecanismo de ação: Inibem a HMG CoA redutase, diminuindo os níveis de LDL-C. Reações adversas: mialgia, miosite, rabdomiólise, desconforto gastrintestinal, elevação da concentração de enzimas hepáticas, insônia, rash cutâneo e angioedema Interações medicamentosas: fibratos aumentam o risco de rabdomiólise, são metabolizados pela cyp 3a4 e cyp 2c9. EZETIMIBA ● Inibe de forma seletiva a absorção intestinal de colesterol e fitoesterois relacionados. ● Bloqueio da proteína transportadora NPC1L1. ● Não inibe a síntese hepática de colesterol. ● Em geral, o uso da ezetimiba isolada promove modestos efeitos no LDL plasmático, entretanto, quando combinada às estatinas, importantes mudanças no perfil lipídico podem ser observadas. NIANCINA ● Nome comercial: Metri (ácido nicotínico) ● Indicação: Hiperlipidemia - redução de colesterol total, reduz ldl e aumenta hdl; ● Contraindicação: Este medicamento é contraindicado em pacientes com insuficiência hepática significativa ou não explicada, úlcera péptica ativa ou sangramento arterial. Também é contraindicado em pacientes em idade igual ou menor que 17 anos. ● O mecanismo de ação não está bem definido, mas acredita-se que o mecanismo faça inibição da liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo, ou cause aumento da atividade da lipase lipoproteica ; ● Além disso diminui a síntese hepática das lipoproteínas (vldl e ldl) e não afeta a excreção fecal de gordura. ● Reações adversas: rubor, calor, prurido, náusea e dispepsia (dificuldade de digestão); ● Interação Medicamentosa: uso concomitante com estatinas associadas a raros casos de rabdomiólise; ● potencializar a ação de hipertensivos como bloqueadores ganglionares e vaso ativos, resultando hipotensão arterial; ● evitar ingestão de bebidas alcoólicas para evitar a potencialização das reações adversas. EXAMES EM CARDIOLOGIA CATETERISMO CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A O Cateterismo Cardíaco, também conhecido como Cinecoronariografia ou Angiografia Coronária ou Estudo Hemodinâmico, é um exame invasivo que pode ser realizado de forma eletiva, para confirmar a presença de obstruções das artérias coronárias ou avaliar o funcionamento das valvas e do músculo cardíaco - especialmente quando está sendo programada uma intervenção (angioplastia, por exemplo) - ou em situações de emergência, para determinar a exata localização da obstrução que está causando o infarto agudo do miocárdio e planejar a melhor estratégia de intervenção. Como é realizado o exame? O cateterismo cardíaco é realizado por meio da inserção de cateteres nos vasos sanguíneos das pernas ou dos braços que são guiados até o coração por um equipamento especial de raios-X. Durante o exame são realizadas injeções de contraste iodado pelo cateter, o que possibilita a visualização das artérias coronárias, das câmaras e valvas cardíacas. Todo o exame envolve a aquisição e geração de imagens que são posteriormente disponibilizadas, em filme e fotos, para o paciente. Quando se indica o cateterismo cardíaco? Na necessidade de avaliar ou confirmar a presença de doença arterial coronária (DAC), doenças das valvas cardíacas, do músculo cardíaco, dos vasos pulmonares ou da artéria aorta. Para determinar a necessidade de tratamento cirúrgico (angioplastia coronária, cirurgia cardíaca ou correção de cardiopatias congênitas). CINTILOGRAFIA A cintilografia do miocárdio é um exame que avalia o fluxo sanguíneo pelas artérias que nutrem o coração (coronárias) e sua distribuição no músculo cardíaco. O procedimento é capaz de identificar eventos cardíacos graves, como o infarto, e é dividido em duas etapas: uma em repouso e a outra de esforço, físico ou farmacológico, a critério do médico. Na cintilografia, uma pequena quantidade de uma substância radioativa (radionuclídeo), denominada marcador, é injetada em uma veia. A quantidade de radiação que a pessoa recebe é pequena – inferior à produzida pela maior parte dos equipamentos radiográficos. O marcador emite raios gama, que são detectados por uma câmera de raios gama. Um computador analisa essa informação e constrói uma imagem para mostrar as diferentes quantidades de traçador absorvida pelos tecidos. A cintilografia cardíaca é particularmente útil no diagnóstico de dor torácica quando a causa é desconhecida. Se as artérias coronárias estiverem estreitadas, a cintilografia é utilizada revelar em que medida o estreitamento está afetando o fornecimento de sangue para o coração e a função cardíaca. A cintilografia também é utilizada para avaliar a melhora no fornecimento de sangue ao músculo cardíaco após cirurgia de revascularização ou processos análogos e pode ser usada para ajudar a determinar o prognóstico de uma pessoa após um ataque cardíaco. TESTE ERGOMÉTRICO O teste ergométrico serve para a avaliação ampla do funcionamento cardiovascular,quando submetido a esforço físico gradualmente crescente, em esteira rolante. São observados os sintomas, os comportamentos da frequência cardíaca, da pressão arterial e do eletrocardiograma antes, durante e após o esforço. Os principais objetivos do teste são diagnosticar e avaliar a doença arterial coronária. Avalia também a capacidade funcional cardiorrespiratória; detecção de arritmias, de CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A anormalidades da pressão arterial e de isquemia miocárdica; avaliar surgimento de sopros, sinais de falência ventricular esquerda e dos eventuais sintomas que podem acompanhar essas disfunções; avaliação funcional de doença cardíaca já conhecida; prescrição de exercícios físicos. É contraindicado em portadores de doença arterial coronária que estão instáveis (sintomas progressivos ou que ocorrem em repouso, angina instável, infarto em evolução) ou que apresentam obstrução no tronco da artéria coronária esquerda ou equivalente. HOLTER O holter utiliza um pequeno aparelho gravador portátil que registra continuamente a atividade elétrica do coração, por meio do registro do eletrocardiograma. Nele são analisados apenas três canais do eletrocardiograma, continuamente sem que a pessoa precise alterar sua rotina. Para a monitorização dos três canais são necessários quatro eletrodos posicionados no tórax. Seu período estendido de gravação é muitas vezes útil para observar arritmias ocasionais que com o curto tempo de registro do eletrocardiograma não são observadas. As indicações para o exame são diversas e incluem: desmaios, palpitações, tonturas, suspeita de fibrilação atrial, controle após uso de medicações que afetem o sistema elétrico cardíaco etc. Não há contraindicação para o exame, porém lesões na pele do tórax ou alergias podem dificultar o procedimento devido à necessidade de permanecer 24 horas com os eletrodos na região torácica. MAPA (Monitorização ambulatorial da pressão arterial) A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (M.A.P.A.) é o exame que mede a pressão arterial a cada 20 minutos, durante 24 horas, para a obtenção do registro da pressão arterial durante a vigília e o sono. Tem como objetivo analisar o comportamento da pressão arterial não somente durante a vigília e o sono, como também durante eventuais sintomas como tontura, dor no peito e desmaio. Além disso, possibilita a avaliação da eficácia do tratamento anti-hipertensivo. CARDIOPATIA ISQUÊMICA Cardiopatia isquêmica (CI) = distúrbio no qual existe um suprimento inadequado de sangue e oxigênio para o miocárdio por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. ● A causa mais comum da isquemia miocárdica é a doença aterosclerótica das artérias coronárias epicárdicas. ● Fatores genéticos, alimentação rica em energia e gordura, tabagismo e estilo de vida sedentário estão associados ao surgimento da CI. ● É provável que a CI se torne a causa mais comum de morte no mundo todo em 2020. FISIOPATOLOGIA: ● Oferta e demanda miocárdica. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Em condições normais o miocárdio controla o suprimento de sangue rico em oxigênio para evitar a perfusão inadequada dos miócitos e subsequente desenvolvimento de isquemia e infarto. ● Os principais determinantes da demanda miocárdica de O2 (MVO2) são: frequência cardíaca, contratilidade miocárdica e tensão da parede miocárdica. ● Um suprimento adequado de O2 para o miocárdio requer um nível satisfatório de capacidade carreadora de oxigênio do sangue e um nível adequado de fluxo sanguíneo coronariano. ● A maior parte do fluxo coronariano ocorre durante a diástole. ● Ao reduzir o diâmetro interno das coronarianas, a aterosclerose limita o aumento necessário da perfusão quando a demanda de sangue for aumentada, quando essa redução é intensa, a perfusão miocárdica no estado basal se reduz. ● A localização da obstrução influencia a extensão do miocárdio em risco de isquemia e determina a gravidade das manifestações clínicas. (tronco da coronária esquerda e descendente anterior esquerda mais perigoso) ● O estreitamento coronariano crônico grave e a isquemia miocárdica podem ser acompanhados pelo desenvolvimento de vasos colaterais, principalmente quando a estenose evolui de forma gradual. Esses vasos podem fornecer sangue suficiente para manter a viabilidade do miocárdio em repouso, mas são insuficientes em episódios de demanda exacerbada. Com a piora da estenose em uma artéria epicárdica proximal, os vasos de resistência distais irão dilatar-se para reduzir a resistência vascular e manter a irrigação sanguínea coronariana (sangue vai da maior pressão para a menor). Quando os vasos de resistência estiverem dilatados ao máximo, o fluxo sanguíneo miocárdico irá se tronar dependente da pressão na artéria coronária distal á obstrução. Nessas circunstâncias a isquemia é evidenciada clinicamente por angina ou desvio do segmento ST no eletrocardiograma podendo ser desencadeada por aumentos da demanda miocárdica produzidos por atividade física, estresse emocional e/ou taquicardia. ● Quando a isquemia é transitória, pode estar associada à angina de peito. Se for prolongada, poderá causar necrose e fibrose miocárdica, com ou sem quadro clínico de infarto agudo do miocárdio. ● Inversão da onda T - isquêmica não transmural, intramiocárdica. ● Infradesnivelamento transitório de ST - isquemia subendocárdica localizada. ● Elevação ST - isquemia transmural mais grave. 蜉 CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ANGINA ESTÁVEL (Apresentação principal de pacientes com doença arterial coronariana crônica) ● Síndrome clínica episódica decorrente de isquemia miocárdica transitória. ANAMNESE: ● Homem > 50 anos, mulher > 60 anos com episódios de desconforto torácico (sensação de peso, pressão, constrição, sufocação, asfixia). ● Sinal de Levine - quando perguntamos para o paciente localizar a sensação, ele geralmente coloca a mão sobre o esterno, algumas vezes com o punho cerrado para indicar o desconforto central subesternal constritivo. ● Dura de 2-5 minutos e pode irradiar para um dos ombros, ou para os dois braços (também para dorso, região interescapular, base do pescoço, mandíbula, arcada dentária e epigástrio) (não se irradia para o trapézio, aí a suspeita é pericardite). ● Os episódios de angina são caracteristicamente desencadeados pelo esforço ou por emoções e atenuadospelo repouso. (mas podem ocorrer em repouso e quando deitado) ● O limiar para o desenvolvimento da angina pode variar de acordo com o momento do dia e o estado emocional. EXAME FÍSICO: ● Muitas vezes é normal nos pacientes com angina estável, quando assintomáticos. ● O exame realizado em um episódio de angina pode apresentar insuficiência ventricular esquerda transitória com o aparecimento da terceira e/ou quarta bulha. EXAMES NÃO INVASIVOS: Avaliação laboratorial: ● Exames bioquímicos: Colesterol total, HDL, triglicerídeos, creatinina, glicemia de jejum, proteína C reativa US. Eletrocardiograma repouso: pode ser normal em pacientes com angina típica ou então demonstrar sinais de um infarto do miocárdio antigo. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Onda Q patológica refletem IAM prévio e possível disfunção de VE, HVE (hipertrofia ventricular esquerda). ● Pode detectar isquemia silenciosa/infartos silenciosos. Testes de estresse não invasivos: ● Teste ergométrico: utilizado para diagnóstico em pacientes com probabilidade moderada e ECG de repouso normal. Também pode informar o grau de limitação funcional em pacientes com alta probabilidade de DAC e avaliar o controle terapêutico da terapia medicamentosa. Medicina nuclear: ● Cintilografia de perfusão miocárdica com esforço: é superior ao teste ergométrico isolado na detecção de DAC (doença arterial coronariana). Permite a identificação de DAC multiarterial e detecta qual vaso está afetado e a magnitude da área isquêmica. Particularmente útil quando o TE é duvidoso. ● Cintilografia de perfusão miocárdica com estresse farmacológico: útil para aqueles que não conseguem realizar o teste ergométrico, pode-se usar dipiridamol e dobutamina. Ecocardiografia: Permite avaliar a função do ventrículo esquerdo sob o ponto de vista global e segmentar, assim como detectar HVE e doença valvar associada. Ecocardiografia de estresse: Pode detectar e quantificar isquemia miocárdica regional, com precisão semelhante a cintilografia. Radiografia de tórax: geralmente é normal, principalmente nos pacientes que não tiveram IM ou que tem ECG normal. Tomografia Computadorizada Coronariana: A Tc fornece o escore de cálcio, um marcador de carga aterosclerótica coronariana. Também fornece uma boa noção anatômica da árvore coronariana. Não deve ser usado como screening ou para controle evolutivo pela alta exposição a radiação ionizante. Ressonância magnética: Oferece avaliação precisa da função ventricular e é útil para avaliação da viabilidade miocárdica pré-revascularização. Não expõem o paciente a radiação ionizante. EXAMES INVASIVOS: Cineangiocoronariografia, IVUS, FFR PROGNÓSTICO: ● Principais indicadores do prognóstico dos pacientes com CI são: idade, estado funcional do ventrículo esquerdo, localização e gravidade do estreitamento das artérias coronarianas e gravidade/atividade da isquemia miocárdica. ● Risco de eventos coronarianos: incapacidade de realizar exercício por 6 minutos (estágio II na prova de esforço), prova de esforço fortemente positiva demonstrando início da isquemia miocárdica com cargas baixas de trabalho, desenvolvimento de falhas de perfusão volumosas ou múltiplas, redução da fração de ejeção ventricular esquerda sob esforço. ● Quanto maior o número e gravidade dos fatores de risco para aterosclerose coronariana, pior o prognóstico de um paciente com angina. TRATAMENTO: ● Redução dos fatores de risco coronarianos. ● Tratar a dislipidemia para alívio em longo prazo da angina. Pode-se fazer uso de estatinas. ● Farmacoterapia para CI é para reduzir a frequência dos episódios de angina, o infarto do miocárdio e a morte coronariana. ● Utilização de nitratos, bloqueadores beta-adrenérgicos, bloqueadores do canal de cálcio, agentes antiplaquetários. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Nitroglicerina sublingual - alivio imediato da angina. ● AAS - a administração de AAS é recomendável a todos os pacientes com DAC estável. 81-162 mg/dia. ● Clopodogrel (75mg/d)/ Prasugrel (10mg/d)/ Ticagrelor (90mg 12/12h) - pode substituir o AAS nos pacientes com hipersensibilidade. Deve ser associado ao AAS em pacientes após colocação de stents por 30 dias em BMS e 6 meses em DES, ou mantido por 1 ano após evento isquêmico agudo. ● Betabloqueadores - muito úteis se houver concomitância entre DAC e HAS. Para cardiopatia isquêmica o Succinato de metoprolol é a primeira escolha. ● IECA: utilizados em todos os pacientes com DAC e disfunção do VE, além daqueles com DM e IRC. ● Estatinas: diminuem o LDL e PCR US, diminuem eventos relacionados a DAC. ● Nitratos: diminuem sintomatologia isquêmica mas não diminuem mortalidade a longo prazo. ● Trimetazidina: indicado para pacientes com terapia clínica otimizada e sintomáticos. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA (SCA) CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Quando os pacientes com desconforto isquêmico prolongado em repouso são atendidos pela primeira vez, a hipótese diagnóstica é que tenham uma síndrome coronariana aguda. SEM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST (SCA-SEST) - IMSEST e ANGINA INSTÁVEL ● Causada por um desequilíbrio entre oferta e demanda de O2 resultante de uma oclusão parcial do trombo que se forma em uma placa coronariana aterotrombótica rompida ou de uma erosão do endotélio da artéria coronariana. ● A isquemia grave ou necrose do miocárdio (infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST) pode ocorrer como consequência à redução do fluxo sanguíneo coronário e embolização distal de agregados plaquetários e/ou resíduos ateroscleróticos. ● Pacientes com SCA-SEST frequentemente apresentam várias placas vulneráveis que correm risco de ruptura. Angina = desconforto torácico profundo, difícil de localizar, irradiado para o braço e/ou pescoço, reproduzido ou precipitado pelo esforço físico, com duração de 5/10min, aliviado pelo repouso ou uso de nitrato sublingual. Angina instável = angina, conforme descrito acima, com pelo menos uma dessas 3 características: ocorre em repouso e usualmente > 20 min; severa, descrita como dor e de aparecimento recente < 1 mês; padrão crescente. Apresentação clínica: ● Diagnóstico baseado em maioria na apresentação clínica. ● Desconforto torácico grave com pelo menos 1 desses aspectos: o Ocorre em repouso/esforço mínimo, durando mais de 10 minutos. o De início relativamente recente (+/- 2 semanas) o Ocorre com padrão crescente (distintamente mais grave/prolongado/frequente que episódios anteriores). CARDIOLOGIATalita B. Valente ATM 2023A IMSEST (Infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST) é diagnosticado se o paciente com esses aspectos clínicos desenvolver evidência de necrose do miocárdio (biomarcadores de necrose cardíaca). ● Desconforto torácico é muitas vezes grave o suficiente para ser descrito como dor forte, localizado na região do subesterno, algumas vezes do epigástrio, e se irradia para o braço esquerdo/ombro esquerdo/pescoço. ● Exame físico pode ser normal. Se grande IMSEST pode haver diaforese, pele pálida e fria, traquicardia sinusal, terceira e/ou quarta bulha, estertores basais e hipotensão ● Eletrocardiografia: depressão do segmento ST em 20-25% dos pacientes. ● Biomarcadores cardíacos: Pacientes com IMSEST apresentam biomarcadores elevados de necrose, como troponina cardíaca I ou T, a CK-MB é uma alternativa menos sensível. Os níveis elevados desses marcadores diferenciam os pacientes com IMSEST dos portadores de AI. Avaliação do nível de risco: ● Fatores de risco: 1. História familiar (principal) 2. Tabagismo 3. Hipertensão arterial 4. Diabetes mellitus 5. Dislipidemia 6. Sedentarismo 7. Stress emocional 8. Obesidade central 9. Idade, mulher menopausada CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A Avaliação diagnóstica: ● Além do exame clínico, pode-se usar essas 3 principais ferramentas não invasivas: ECG, biomarcadores cardíacos e teste de esforço. (antioTCC é tma’bem opção) ● Obejtiva-se: comprovar ou excluir infarto do miocárdio (usar preferivelmente troponina), avaliar isquemia em repouso, detectar obstrução coronária significativa em repouso e isquemia miocárdica. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Pacientes com baixa probabilidade de isquemia geralmente são tratados com abordagem crítica implementada na sala de emergência e monitoração clínica para a recidiva do desconforto e monitoramento contónuo do ECG e marcadores cardíacos (na internação, 4-6h. depois e 12h. depois). Estratificação de risco: ● Pacientes com SCA-SEST documentada exibem amplo aspecto de risco imediato de morte. ● Pacientes com SCA sem níveis elevados de troponina são considerados como tendo AI e apresentam um prognóstico mais favorável do que aqueles com elevações na troponina (IMSEST). ● Avaliação de risco pelo Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) (CAI NA PROVA) (M=morte, IM=infarto do miocárdio, RU=revascularização urgente). ● A avaliação precoce do risco é útil na previsão do risco de recidiva de eventos cardíacos e na identificação de pacientes que poderiam obter o maior benefício de uma estratégia inicial invasiva. 蜉 Tratamento: ● Tratamento clínico: pacientes devem ser colocados em repouso no leito com monitoração ECG contínua para detecção de alterações no segmento ST e arritmias cardíacas. ● Tratamento anti-isquêmico e antitrombótico simultâneos + consideração de revascularização coronariana. ● Tratamento anti-isquêmico: o Nitratos - administrar por via sublingual e, se os sintomas persistirem, por via intravenosa. o Beta-bloqueadores - para angina instável o Bloqueadores dos canais de cálcio - pacientes cujos sintomas não sejam aliviados por doses adequadas de nitratos e beta-bloqueadores, ou então intolerantes a esses agentes. o Sulfato de morfina - pacientes cujos sintomas não são aliviados após três comprimidos sublinguais em série de nitroglicerina ou cujos sintomas retornem mesmo com terapia adequada. ● Terapia antitrombótica: o Agentes antiplaquetários - ácido acetilsalicílico + clopidogrel o Anticoagulantes - heparina não fracionada. ● Manejo em longo prazo: CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o A modificação dos fatores de risco é fundamental. o Tratamento em longo prazo com 5 classes farmacológicas voltadas para os diferentes componentes do processo aterotrombótico: Beta-bloqueadores, Estatinas (em dose alta), inibidores da ECA ou bloqueador do receptor de angiotensina servem para estabilização das placas em longo prazo. Combinação de ácido acetilsalicílico de baixa dose e inibidor P2Y12 (clopidogrel) previne ou reduz a gravidade de trombose no caso de uma placa romper. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST (IMCEST) ● O IMCEST ocorre quando o fluxo sanguíneo coronariano diminui abruptamente depois de obstrução trombótica de artéria coronária previamente afetada por aterosclerose. Fisiopatogenia: ● Ocorre quando um trombo da artéria coronária se desenvolve rapidamente em um local de lesão vascular, essa lesão é facilitada por fatores como tabagismo, hipertensão e acúmulo de lipídeos. Na maioria dos casos ocorre quando a superfície de uma placa aterosclerótica sofre ruptura e as condições favorecem a trombogênese. Um trombo mural forma-se na área de ruptura da placa e a artéria coronária envolvida fica ocluída. ● A extensão do miocárdio lesado pela oclusão coronariana depende do território suprido pelo vaso acometido, do grau de oclusão vascular (total ou parcial), da duração da oclusão coronariana, da quantidade de sangue suprida pelos vasos colaterais, da demanda de O2 do miocárdio, dos fatores endógenos que podem produzir a dissolução espontânea e imediata do trombo oclusivo e da adequação da perfusão miocárdica na zona de infarto quando o fluxo pela artéria coronária epicárdica ocluída for recuperado. ● Os pacientes com o risco mais alto de desenvolver IMCEST incluem aqueles com múltiplos fatores de risco coronarianos e aqueles com AI. Apresentação clínica: ● Em metade dos casos parece haver um fator desencadeante antes o IMCEST, como exercício físico intenso, estresse emocional e doença clínica/cirúrgica. ● Quando o início da dor se dá durante um período de esforço, em geral não regride com a cessação da atividade. ● Dor profunda e visceral (peso/aperto/pressão/lancinante/queimação), costuma acontecer em repouso, é mais grave que a angina do peito e mais duradoura, parte central do tórax e/ou epigástrio, podendo irradiar para os braços, abdome, dorso, mandíbula inferior e pescoço. ● Com frequência a dor é acompanhada de fraqueza, sudorese, náuseas, vômitos, ansiedade e sensação de morte iminente. ● Diagnóstico diferencial: pericardite aguda, embolia pulmonar, dissecção aórtica aguda, costocondrite e distúrbios grastrintestinais. (Irradiação para o trapézio não ocorre em pacientes com IMCEST) ● Achados físicos: o Pacientes ansiosos einquietos, tentando aliviar a dor movimentando-se no leito. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o Palidez + sudorese + extremidades frias o Dor torácica retroesternal por mais de 30 minutos + sudorese Achado laboratoriais: 1. Fase aguda (primeiras horas até 7 dias) 2. Período de cicatrização (7-28 dias) 3. Cicatrizado (>29 dias) ● ECG o No estágio inicial a oclusão total de uma artéria coronária epicárdica causa elevação do segmento ST. ● Biomarcadores cardíacos séricos o Os níveis de liberação das diferentes proteínas variam segundo sua localização intracelular, seu peso molecular, além dos fluxos sanguíneos e linfáticos normais. O padrão temporal de liberação das proteínas tem importância diagnóstica. o Os critérios para IAM requerem uma elevação e/ou queda nos valores dos biomarcadores cardíacos com pelo menos um valor acima 99% do limite de referência superior para indivíduos normais. o A triponina T específica do coração (cTnT) e troponina I específica do coração (cTnI) normalmente não são detectadas no sangue dos indivíduos sadios, mas podem aumentar após o IMCEST para níveis muitas vezes maiores, por isso a mensuração delas tem considerável utilidade diagnóstica. Os níveis de cTnT e cTnI podem continuar elevados por 7-10 dias após um IMCEST. o A CK eleva-se durante o período de 4-8 horas e geralmente retorna ao normal de 48-72h. A isoenzima MB da CK é mais vantajosa que a CK total pois não é encontrada em concentrações significativas em tecidos não cardíacos. o Reação inespecífica à lesão miocárdica = leucocitose polimorfonuclear que aparece algumas horas após início da dor e persiste por 3-7 dias. 蜉 ● Exames de imagem cardíacos CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A o Anormalidades da motilidade da parede na ecocardiografia bidimensional estão presentes em quase todos os casos. o RM cardíaca de alta resolução usando técnica de realce tardio pode detectar de maneira precisa. ● Índices específicos de necrose e inflamação teciduais ● A classificação ou índice de gravidade de insuficiência cardíaca em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) foi proposta por Killip e Kimball com o objetivo de avaliar o risco de mortalidade hospitalar e o potencial benefício do tratamento especializado em unidades coronárias. MANEJO INICIAL Assistência pré-hospitalar: ● Dois tipos principais de complicações: elétricas (arritmias) e mecânicas (“insuficiência da bomba”). Fibrinólise pré-hospitalar?? 蜉 MANEJO NO PRONTO-SOCORRO ● Objetivo: controlar o desconforto cardíaco, identificar imediatamente os candidatos à terapia de reperfusão urgente, fazer a triagem dos pacientes de menor risco e evitar a alta inadequada de pacientes com IMCEST. ● O ácido acetilsalicílico é essencial para o tratamento dos pacientes com suspeita de IMCEST e é eficaz em todas as síndromes coronarianas agudas. Absorção oral de comprimido mastigável na emergência e subsequente administração diária via oral. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Em pacientes com saturação arterial de O2 normal a administração de O2 suplementar não traz benefício clínico. Utilizar somente em casos de hipoxemia. CONTROLE DO DESCONFORTO ● Nitroglicerina sublingual pode ser administrada em até 3 doses de 0,4 mg em intervalos de cerca de 5 minutos. Suprime o desconforto torácico, reduz a demanda miocárdica de O2 e aumenta a oferta de O2 ao miocárdio. ● Morfina é um analgésico eficaz no tratamento da dor. ● Beta-bloquedroes também são úteis no controle da dor do IMCEST. ● Os do cálcio têm pouca utilidade nos casos agudos. ESTRATÉGIAS DE MANEJO ● Quando não há elevação do segmento ST, a fibrinólise não é útil. ● Embora a zona central do infarto contenha tecidos necróticos irremediavelmente perdidos, o miocárdio isquêmico circundante (penumbra isquêmica) pode ser melhorar pelo tempo de restauração da perfusão coronariana, redução das demandas miocárdicas de O2, prevenção do acúmulo de metabólitos tóxicos e atenuação do impacto dos mediadores da lesão associada à reperfusão. ● A reperfusão farmacológica (fibrinólise) ou por ICP acelera a recanalização das artérias obstruídas. COMPLICAÇÕES E MANEJO Disfunção ventricular ● Remodelamento ventricular - o ventrículo esquerdo passa por uma série de modificações em sua forma, tamanho e espessura nos segmentos infartados e não infartados, esse processo costuma preceder o início de manifestações clinicas de ICC em meses/anos após o infarto. ● Ocorre o aumento global das câmaras cardíacas. ● A dilatação progressiva e consequências podem ser atenuadas pelo tratamento com inibidores da ECA e outros vasodilatadores. ELETROCARDIOGRAMA Onda P - contração dos átrios Complexo QRS - contração dos ventrículos Onda T - coração se preparando para o próximo ciclo, repolarização ventrículos. ● O eletrocardiograma tem várias derivações (12 derivações), cada derivação tem relação de onde está colocado o eletrodo. o D1, D2, D3, AVR, AVL, AVF, V1, V2, V3, V4, V5, V6 Infarto em _________ aparece nas seguintes derivações: Parede anterior - V2-V6 Septo - V3-V4 Paredes laterais - D1, V5, V6 Parede inferior - D2, D3, AVF ● Conforme a posição do eletrodo o eletrocardiograma vai positivando. ● Observar a frequência cardíaca: Nódulo SA (300 150 100 75 60 50) escolher uma onda R que coincida com uma linha vertical, a partir da próxima contar as linhas verticais até a próxima onda R que coincida, atribuindo os números em parênteses. ● Observar o ritmo cardíaco pela distância entre ondas (pode ser qualquer uma), se houver sempre a mesma distância, o ritmo está normal. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Bloqueio de ramo - atraso no impulso/contração do ventrículo, se um ramo estiver bloqueado haverá a formação dupla de onda. ● Fibrilação - várias ondas P, serrilhamento. FIBRILAÇÃO ATRIAL ● Arritmia extremamente frequente. ● Quando o átrio aumenta de tamanho, ele sofre uma reestruturação elétrica, ● Frequência atrial >300bpm e desorganizada, a condução elétrica para os ventrículos é irregular, provocando aumento da média da FC. ● O sangue nos átrios não é devidamente ejetado para os ventrículos favorecendo a formação de coágulos. ● Fatores predisponentes: insuficiência cardíaca, envelhecimento, obesidade, hipertireoidismo descompensado, doença coronariana, hipertensão arterial e síndrome metabólica. ● Muitas vezes os pacientes vêm com queixa de cansaço pela perda de performance cardíaca. ● Fazer anticoagulaçãoe controle da FC. ● Complicações podem ser AVC (importância da anticoagulação) e ICC. ● 蜉Todo paciente que pontuar mais que 2 pontos no CHA2DS2-VASc (tabela ao lado) deve ser anticoagulado. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR (BAV) 1º grau: ● Atraso entre o estímulo do átrio e do ventrículo. ● A onda P está prolongada, maior do que no quadradinho. ● É benigno. ● Sempre há a onda P e o QRS, com atraso. 2º grau ● Bloqueio da onda até um momento que não vai haver QRS após P. ● Presença de P sem um QRS. - Mobitz 1: ● O eletro vai alargando até perder um batimento. - Mobitz 2: ● O eletro mantém a distância e “do nada” há perda do batimento BAV total / 3º grau: ● Não existe nenhuma comunicação elétrica entre ondas P e complexos QRS. ● A função cardíaca é mantida por escape juncional ou marca-passo ventricular. ● A maioria dos pacientes necessita de marca-passo. MARCA-PASSO: ● Coloca-se, através da subclávia, um cabo no átrio e um no ventrículo, o gerador fica abaixo da pele. CARDIOLOGIA Talita B. Valente ATM 2023A ● Atualmente o marca-passo entra em ação quando há uma determinada FC. ● Troca de bateria de 10/10 anos. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR: ● Não é possível definir as ondas no eletrocardiograma. SÍNCOPE ● Sempre avaliar cuidadosamente, principalmente em idosos. Causas mais comuns: ● Cardiovascular: o Vasovagal é a causa mais comum (demaio comum) ▪ Perda de consciência rápida, sem deixar sequelas. ▪ Fatores precipitantes: dor, trauma, ficar muito tempo em pé. ▪ A estimulação vagal ocasiona hipotensão e bradicardia ▪ As vezes há aparecimento de sintomas como tontura, náusea, zumbido, palidez... ▪ Ocorre em pé/se alimentando. o Bradirritmias o Taquirritmias ● Psicogênica ● Neurológica Tilt test: ● Medida da PA e FC de minuto em minuto. ● Paciente deitado por 10 min. ● Mesa inclinada a 80 graus por 60 min. ● O teste pode ser potencializado por nitroglicerina ou isoproterenol.
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