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Pericia Contabil-Desenvolvimento dos Trabalhos-ORNELAS 18-08

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IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia 
autorização do editor. Os violadores serão processados.
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5.1
5.2
5
TÉCNICAS DO TRABALHO
PERICIAL JUDICIAL
INTRODUÇÃO
O ponto de partida do trabalho pericial dá-se, na vertente judicial, como vimos anteriormente, 
por ocasião do denominado despacho saneador exarado pelo magistrado nos autos do processo 
admitindo a produção da prova pericial contábil, e, por consequência, nomeando perito.1 Na vertente 
arbitral, dá-se mediante a expedição de ordem processual ou procedimental emitida pelo respectivo 
Tribunal Arbitral, deferindo a produção da prova e nomeando perito contador. Pode a nomeação 
suceder também quando da realização da audiência na qual o magistrado defere a realização da prova 
pericial em função de requerimento da parte, ou quando decide ser ela necessária.
É, portanto, nesse momento, da nomeação, que se inicia o envolvimento do profissional perito 
com determinado processo judicial.
Assim é que, no desenvolvimento da prova pericial, podemos distinguir três ambientes nos quais 
o trabalho do perito desenvolve-se.
AMBIENTES DO TRABALHO PERICIAL
O primeiro ambiente é o próprio local onde está instalado determinado ramo do Poder Judiciário, 
no caso, o Cartório ou Secretaria de determinada Vara Judicial ou de determinada Secretaria de 
Tribunal Arbitral.
Aí, acontece o procedimento inicial de responsabilidade do perito. Intimado,2 por via digital, de 
sua nomeação. Aceitando, recebe uma senha fornecida pelo respectivo cartório, o que permitirá ter 
acesso ao processo, agora digital. Alguns mais antigos ainda são autos na forma física. E, no prazo de 
5 (cinco) dias, deverá cumprir o disposto no § 2o, art. 465, CPC.3
Não se pode dizer o mesmo da perícia contábil em arbitragem, já que o perito é obrigado a 
assinar termo de confidencialidade e pode solicitar cópia integral dos autos do processo arbitral.
Ao final do trabalho pericial judicial, o perito procederá à transmissão, via digital, do laudo que 
elaborou. Na vertente arbitral, o perito deve entregar na Secretaria do Tribunal Arbitral sete vias do 
respectivo laudo, uma delas para seu protocolo de entrega.
Poderá, eventualmente, ser intimado a apresentar esclarecimentos, ou ainda ser convocado para 
apresentar esclarecimentos ao laudo, em audiência. Como se pode perceber, nesse ambiente, 
acontecem diversos procedimentos formais necessários na relação do perito com o Poder Judiciário 
ou com os Tribunais Arbitrais.
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O segundo ambiente do trabalho é o próprio escritório do perito. Aí, o perito desenvolve a leitura 
dos autos do processo, identifica e analisa as questões técnicas relacionadas com a lide, para, em 
seguida, organizar e planejar o trabalho pericial.
Após o trabalho de campo, começa a fase de elaboração e acabamento do laudo pericial contábil.
O terceiro ambiente de trabalho concretiza-se nos locais onde o perito busca conseguir os 
elementos necessários à solução das questões técnicas relacionadas com a lide. Trata-se do trabalho 
de campo concretizado por meio das diligências que o perito realiza nos escritórios das partes, ou em 
outros locais, repartições públicas, por exemplo, onde possa colher informações ou documentos 
necessários à realização de seu trabalho.
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5.3
5.3.1
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PERICIAL
Inobstante não ser mais obrigatório assumir compromisso, por força do contido do art. 466, 
CPC,4 deve o perito, antes de assumir efetivamente a função judicial, ter alguns cuidados e atitudes.
Procedimentos preliminares
Numa leitura rápida dos autos do processo, o perito tem condições de verificar se não há 
nenhuma incompatibilidade para o exercício da função pericial judicial.
Nesse momento, o perito deve considerar, em face do tipo de perícia, se está impedido por lei de 
realizá-la ou se há elementos que possam configurar suspeição de natureza íntima.
Deverá verificar se a matéria técnica a ser enfrentada é de sua especialidade e, ainda, se terá 
disponibilidade de tempo para realizar o trabalho para o qual foi nomeado.
Essas atitudes têm relação íntima com o disposto no art. 467, CPC, cujo teor passamos a 
reproduzir.
“Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, 
nomeará novo perito.”
Os cuidados ainda há pouco lembrados colocam uma questão ética fundamental quanto ao 
exercício da função pericial diante do conteúdo do art. 467.
O perito, na qualidade de auxiliar da justiça – art. 149, CPC5 –, é nomeado pelo magistrado, ou 
seja, é depositário de sua confiança para a produção da prova pericial, cujo resultado, expresso num 
laudo, servirá como uma das bases em que ele se apoiará para exarar sua sentença.
Cabe salientar que o magistrado, ao nomear o perito, não sabe se esse profissional tem relação 
com as partes e respectivos advogados ou, eventualmente, se a matéria técnica pericial a ser tratada 
não se coaduna com sua especialidade técnica.
Tratando-se de função de confiança, será deveras constrangedor ao perito ao ter, eventualmente, 
escondido do magistrado seu impedimento ou suspeição, ser substituído por outro, na medida em que 
uma das partes impugne sua nomeação pelos motivos retromencionados e essa impugnação seja 
julgada procedente pelo magistrado.
Propugnamos que o perito aja eticamente, em atendimento, inclusive, ao § 1o do art. 157, CPC,6
declarando-se, de plano, impedido ou suspeito, desde que fiquem caracterizadas tais condições nos 
autos do processo em que foi nomeado.
Só assim o perito continuará a gozar da confiança do magistrado e terá demonstrado sua 
integridade moral e ética.
Todos esses cuidados do perito são plenamente aplicáveis na realização de prova pericial 
contábil perante qualquer Tribunal Arbitral. O zelo e a ética devem ser os mesmos, 
independentemente da origem da nomeação do perito.
Lamenta-se que o mesmo não possa mais ser dito do perito quando assume a função de assistente 
técnico, dado que, conforme disposto no § 1o, art. 466, CPC, referido profissional indicado pelas 
partes não está sujeito a impedimento ou suspeição.
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Isso quer dizer que determinado assistente técnico poderá até ser irmão ou pai de uma das partes, 
ter interesse no próprio desfecho da ação e ainda assim funcionar no processo.
No que se refere ao profissional indicado como assistente técnico, entende-se ter havido uma 
desvalorização técnica fundamental, na medida em que pode ser taxado, até injustamente, de pessoa 
sem independência técnica suficiente que permita ao magistrado considerar o trabalho técnico que 
venha a oferecer.
Superada essa fase, o perito pode então assumir compromisso, se este for determinado pelo 
magistrado. O ordenamento vigente dispensa o formalismodo compromisso por escrito, como está 
disposto no art. 466, CPC.7
O ato de assumir compromisso era um momento solene no qual o perito prometia formalmente 
ao magistrado que o nomeou, mediante assinatura de 
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5.3.2
termo próprio, cumprir a função para a qual foi designado. Note-se, não era uma promessa 
qualquer.
Era prometido servir à justiça com diligência, sem dolo ou má-fé, sob as penas da lei; 
consequentemente, temos dois aspectos a considerar.
O primeiro trata da promessa de que o perito se incumbirá de produzir as provas relativas ao 
objeto da lide, ou seja, trará, por meio de seu laudo, as provas deferidas pelo magistrado.
O segundo percorre a questão da atitude ética do profissional quanto ao desenvolvimento da 
prova técnica sem dolo ou má-fé de parte do perito.
Para tanto, a promessa feita está relacionada com as qualidades de que esse profissional deve ser 
possuidor: basicamente, ser imparcial, trazer para os autos os fatos técnicos tais como os viu, não 
declinar jamais sua posição individual sobre os fatos observados, fazendo-o com todo seu 
discernimento técnico-profissional, agindo com ética e bom senso. Não pode tergiversar; deve relatar 
em seu laudo tudo o que observou no trabalho de campo, nas diligências.
Assumido ou não o compromisso, passa-se a um momento de espera. As partes, nesse ínterim, 
estarão oferecendo, se for o caso, seus quesitos e indicando seus assistentes técnicos.
No despacho saneador,8 ou em audiência, como vimos, além da nomeação do perito, outras 
decisões são tomadas pelo magistrado. Nesse despacho ou decisão, o magistrado concede prazo para 
as partes oferecerem quesitos e indicarem, caso queiram, seus assistentes técnicos, além do que, 
poderá, ele próprio, formular seus quesitos; determina que o perito apresente proposta de honorários e 
outras providências, como mencionado em momento anterior.9
Para tais determinações do magistrado, fluem prazos quase simultâneos. É por isso que, se 
necessário for assumir o compromisso, não é ainda o momento de o perito iniciar seu trabalho. As 
partes precisam oferecer as perguntas, que no léxico forense são conhecidas por quesitos, que 
desejam ver respondidas mediante a produção da prova técnica.
Os quesitos oferecidos pelas partes serão objeto de apreciação pela parte contrária e pelo próprio 
magistrado, que os aceitará ou, eventualmente, poderá indeferir aqueles que entender impertinentes 
ou não relacionados com a matéria técnica em debate. O indeferimento poderá acontecer de ofício, ou 
seja, o próprio magistrado decide ou poderá ter origem em impugnação de uma das partes. Ainda, 
processualmente, poderá uma das partes que tenha quesitos indeferidos recorrer da decisão do 
magistrado ao Tribunal.
Determinada a apresentação de orçamento dos honorários periciais, o perito a cumprirá, 
oferecendo petição demonstrando e justificando a verba proposta, a qual será apreciada pelas partes e, 
em momento posterior, o magistrado fixará os honorários do perito, determinando que a parte 
responsável proceda ao depósito à ordem do juízo da quantia arbitrada. Esse assunto será amplamente 
abordado no Capítulo 8.
Portanto, entre o ato de nomeação, o compromisso, se determinado, e o início efetivo do trabalho 
pericial, como vimos, diversos momentos processuais poderão acontecer.
Superadas todas essas etapas, finalmente o perito inicia, de fato, o trabalho pericial.
Organização e planejamento da perícia
Organizar e planejar determinado trabalho pericial tem por pressuposto técnico o conhecimento 
de dois aspectos fundamentais do processo: o que está sendo demandado e a época dos fatos.
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O perito inteira-se desses aspectos desenvolvendo leitura atenta dos autos do processo, em 
especial de duas peças, a inicial e a contestação.
Da leitura da inicial, deve restar com muita clareza quais os fatos alegados e constitutivos do 
direito reclamado pela parte proponente da ação e a pretensão, ou seja, o pedido submetido ao 
magistrado.
Quando da leitura da contestação ou impugnação, deve ser dada atenção ao conteúdo da petição 
no que se refere à existência ou não de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do 
proponente da ação.
Fundamental, também, identificar a época dos fatos alegados e relatados pelas partes, já que 
necessário à perícia, o que vai permitir ao perito formular o pedido de quais livros e documentos 
devam ser exibidos.
Será útil também observar eventuais documentos juntados pelas partes.
Por fim, a leitura atenta dos quesitos formulados e deferidos pelo magistrado permite à perícia 
planejar quais levantamentos técnicos serão necessários desenvolver a fim de buscar base técnica 
para oferecer as respectivas respostas.
Num segundo momento, decorrente da própria leitura dos autos, surge a necessidade de a perícia 
valer-se de eventual consulta bibliográfica em função obviamente das questões técnicas formuladas.
Entende-se por consulta bibliográfica, no mais amplo sentido, pesquisa e leitura de livros, artigos 
técnicos e científicos, inclusive pesquisa sobre leis. Naturalmente, trata-se de pesquisa pontual, 
voltada exclusivamente para subsidiar 
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as questões técnicas contábeis relacionadas com a lide, mesmo porque questões outras estão fora 
da apreciação pericial.
Agora, conhecendo os fatos alegados, sua época e as questões técnicas formuladas à perícia, 
subsidiadas por pesquisa bibliográfica, se for o caso, é que se pode afirmar haver condições objetivas 
de iniciar-se o planejamento do trabalho pericial propriamente dito.
Planejar o trabalho pericial é, stricto sensu, ordenar os procedimentos técnicos a serem 
desenvolvidos pelo perito para obter os elementos que permitam oferecer o laudo pericial contábil.
Tratando-se de perícia contábil, o perito precisa ter presente quais os meios que tem à sua 
disposição.
Por princípio, os meios disponíveis são todos os componentes do sistema contábil das partes 
envolvidas nos autos do processo.
Nesse sentido, temos os livros contábeis, fiscais, societários, as demonstrações contábeis e todo o 
arcabouço documental que dá suporte ao sistema contábil. Controles internos e outros tipos de 
registros auxiliares podem e devem ser também objeto do plano.
Obviamente, não é de todos os livros e documentos que o perito requer a exibição. São aqueles 
relativos à época dos fatos da lide, mesmo porque os exames a serem realizados são sempre 
específicos, pontuais.
Definidos quais livros e documentos serão necessários compulsar, é relevante buscar identificar 
que tipos de exames serão desenvolvidos pelo perito, quando em campo.
Enquanto plano de trabalho, o planejamento é realizado no escritório do perito; portanto, trata-se 
de desenhar uma situação ideal, não real, de como os trabalhos periciais poderão ser desenvolvidos.
O contato com a realidade dos sistemas contábeis e respectivo suporte documental poderá 
acarretar mudanças de curso, mas, de qualquer forma, o perito não pode olvidar que para o 
desempenho integralde sua função pode e deve utilizar-se de todos os meios técnicos necessários e 
disponíveis à solução técnica da matéria para a qual foi nomeado ou indicado.
Essa amplitude de meios, para realização do trabalho pericial, está garantida no § 3o, art. 473, 
CPC; todavia, não poderá ser utilizada de forma abusiva ou truculenta pelo perito. Nesse sentido, é 
bom trazer à luz o art. 369, CPC,10 que orienta a matéria para todos os meios legais e os moralmente 
legítimos.
As matérias técnicas submetidas à apreciação do perito são as mais variadas. Isso traz, como 
consequência, a impossibilidade de ter um plano padrão de ação.
Para cada caso será necessário planejar ações e procedimentos específicos. Cada trabalho pericial 
a ser desenvolvido exige do perito um alto poder de conhecimento e criatividade técnica.
Com raras exceções, como, por exemplo, nas perícias contábeis desenvolvidas no âmbito da 
Justiça do Trabalho, de Execução de Sentença, pode-se falar em trabalhos de conteúdos semelhantes.
Esses limites, em vez de afligirem o perito, devem ser enfrentados como verdadeiros desafios 
técnicos perenes. É nesses desafios constantes que o perito se enriquece cultural e tecnicamente e se 
qualifica cada vez mais. É uma verdadeira educação continuada, de que tanto se fala.
Terminado o inventário dos procedimentos técnicos que pretende adotar no caso específico, é 
chegado o momento de o perito também planejar o trabalho de campo.
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5.3.3
A perícia contábil é sempre realizada sobre fatos passados. Não adianta o perito imaginar que 
chegando em determinada organização terá tudo o que precisa consultar, prontamente, à sua 
disposição.
Uma forma de o perito não perder seu tempo profissional é contatar, antecipadamente, 
solicitando, geralmente ao responsável pelo setor contábil, que separe os livros e os documentos que 
entende necessários, conforme definiu em seu planejamento. Essa poderá ser, também, a 
oportunidade de o perito cumprir o disposto no art. 474, CPC, de dar ciência às partes, comunicando 
o local e o dia para início da produção da prova.
Ora, como se trata de transações passadas a serem apreciadas, os livros e documentos contábeis 
estão normalmente no chamado arquivo morto das organizações, nem sempre ordenados. Sua busca 
e localização é, muitas vezes, demorada. Assim, a transmissão, via fax, via Internet ou pelo correio 
com AR (aviso de recebimento), de termo de ciência do início do trabalho e de requerimento de 
exibição de livros e documentos (modelo sugerido no final deste capítulo), dá ciência às partes da 
data de início e do local trabalho, e, ao mesmo tempo, requer a exibição dos livros e documentos, 
cumpre o determinado no art. 474 e evita perdas custosas de tempo.
Diligências
O termo diligências, lato sensu, pode ser entendido como todas as providências levadas a efeito 
pelo perito para permitir-lhe oferecer o laudo 
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pericial contábil; aliás, é o próprio Código de Processo Civil que nos dá esse entendimento.11
Na abordagem stricto sensu, pode-se entender o termo diligências como uma das fases do 
trabalho pericial, no caso, o trabalho de campo.
O trabalho de campo envolve algumas etapas nas quais o perito tem como objetivo central a 
busca dos elementos fáticos que vão permitir solucionar as questões contábeis submetidas à sua 
consideração técnica.
O primeiro momento do trabalho de campo situa-se na formalização da própria diligência que 
está sendo realizada, que se materializa e documenta por meio da elaboração de termo de diligência 
(veja-se, ao final deste capítulo, modelo sugerido), para aceitação e assinatura do representado legal 
da parte diligenciada.
É por esse documento que o perito prova que realizou determinada visita e que requereu os livros 
e documentos que indicou no próprio documento.
O perito também precisa de provas para salvaguardar a integridade de seu mandato judicial. A 
juntada de uma cópia desses termos ao laudo oferecido descarta, de plano, eventuais insinuações 
porventura oferecidas pelas partes, no sentido de que, tentando destruir o trabalho oferecido, o perito 
não teria realizado diligências ou não teria requerido a exibição de livros e documentos e cumprido o 
disposto no art. 474, CPC.
O termo de diligência elaborado pelo perito deve conter os dados que identificam o processo, o 
local e a hora da diligência, os livros e documentos que o perito deseja ver exibidos, a identificação 
do perito e do representante legal, a assinatura dos dois, o local e a data.
Assim formalizada a diligência, é chegado o momento de iniciar os exames e as verificações 
contábeis e documentais planejados.
O primeiro exame a ser desenvolvido é o que se refere à certificação de que os livros e 
documentos exibidos merecem fé, se estão formalizados extrínseca e intrinsecamente falando, bem 
assim se os documentos exibidos são hábeis.
Nesse momento, é necessário abrirmos um parêntese para apresentarmos um rol dos livros 
obrigatórios.
Podemos dividir os livros obrigatórios em quatro categorias. Na primeira categoria, temos os 
livros contábeis, compostos do livro Diário, que pode ser substituído por fichas (art. 1.180, Código 
Civil), sendo obrigatória a transcrição nesse livro “do balanço patrimonial e do resultado 
econômico”; se houver, dos livros auxiliares, como, por exemplo, fornecedores, bancos, clientes. 
Inclui-se nessa categoria o Registro de Duplicatas (Lei no 5.474/68, art. 19).
O Código Civil vigente – art. 1.185 – permite a substituição do sistema de fichas de lançamento 
pelo “Livro Balancetes Diários e Balanços”, devidamente formalizado, o qual será escriturado de 
modo que possibilite a apresentação das posições diárias de cada conta contábil, bem como o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico no encerramento de cada exercício social (art. 1.186, Código 
Civil).
Com o Código Civil vigente, surge ampliação significativa do Livro de Inventário; até o 
advento de sua vigência, o citado livro ficava adstrito ao inventário dos estoques de matéria-prima, 
produtos semielaborados, produtos acabados ou mercadorias existentes em determinada data; agora, o 
Inventário é obrigatório ao término de cada exercício social – art. 1.065 – e amplo – art. 1.187 –, 
envolvendo:
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a)
b)
c)
d)
e)
os bens destinados à exploração da atividade;
os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou seja, os 
produtos ou artigos da indústria ou comércio;
os valores das ações e dos títulos de renda fixa;
os créditos a receber; e
os ativos diferidos sujeitos a amortização.
Esse inventário ampliado passa, obrigatoriamente, a fazer parte integrante da prestação de 
contas anual dos administradores, apresentada aos sócios; é o que fixa o art. 1.020, Código Civil.
A permissão de uso de códigos ou abreviaturas quando da escrituração contábil – parágrafo 
único, art. 1.183, Código Civil – está condicionada à existência de livro próprio obrigatório, 
devidamente autenticado, onde os mesmos estejam formalizados. Trata-sede formalizar o sistema e o 
plano de contas contábil adotado pela organização e as respectivas abreviaturas das operações que 
vão facilitar o processamento de registro das operações realizadas.
Muito embora não seja mencionado no Código Civil como obrigatório, é da essência de qualquer 
sistema de contabilidade a geração do Livro Razão, que, para o desenvolvimento de qualquer 
trabalho pericial, é crucial, já que facilita o exame específico das transações objeto da lide.
Resumindo, são livros contábeis fixados no Código Civil: (a) Livro Diário ou fichas; (b) 
alternativamente, à letra anterior, o Livro de Balancetes Diários 
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a)
b)
e Balanços; (c) Livro de Inventário; (d) Livro de Códigos e Abreviaturas; e, embora não 
especificado no diploma legal, o Livro Razão, gerado pela própria operacionalidade de qualquer 
sistema contábil adotado.
Na segunda categoria, temos os livros fiscais exigidos pelas legislações fiscais federal, estadual e 
municipal, tais como: Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Saídas, Livro de Apuração do 
IPI e do ICMS, Livro de Faturas de Serviços, Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.
Na terceira categoria, enquadram-se os chamados livros sociais, aqueles exigidos pela Lei das 
Sociedades por Ações, no seu art. 100, e, agora, também pelo Código Civil.
No caso dos livros exigidos pela Lei das Sociedades por Ações, podem-se distinguir duas 
categorias:
livros de registro e controle de titularidade do capital social; nesta categoria, podem-
se citar: (1) registro de ações nominativas; (2) transferência de ações 
nominativas; (3) registro de partes beneficiárias nominativas; (4) transferência 
de partes beneficiárias; e
livros de registro e controle dos atos societários praticados pelos órgãos da 
sociedade, tais como: (1) registro de atas das assembleias gerais; (2) presença de 
acionistas; (3) atas de reuniões do Conselho de Administração; (4) atas de 
reuniões da Diretoria; e (5) atas e pareceres do Conselho Fiscal.
O Código Civil vigente traz consigo a exigência de determinados livros societários obrigatórios a 
serem adotados pelas sociedades limitadas. São eles: (1) Livro de Atas da Administração – art. 
1.062; (2) Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal – art. 1.067; e (3) Livro de Atas da 
Assembleia – § 1o, art. 1.075.
Na quarta categoria, podem ser lembrados os livros trabalhistas. São exemplos desta categoria o 
Livro Registro de Empregados, que pode ser sob a forma de fichas, e o Livro de Inspeção do 
Trabalho.
Por derradeiro, não se pode olvidar que para algumas atividades empresariais são exigidos livros 
específicos. Nesse sentido, temos, entre outros, Livro de Controle de Explosivos em pedreiras; 
Livro de Movimentação de Combustíveis em postos de combustíveis; Livro de Controle de 
Entorpecentes em indústrias farmacêuticas e hospitais.
Voltando à nossa trilha, temos que nos socorrer dos preceitos do Código Civil vigente e de outros 
dispositivos que tratam da formalização dos livros, para se entender o que sejam os aspectos 
extrínsecos e intrínsecos que os livros devem conter.
São os chamados requisitos exigidos por lei, mencionados no art. 418, CPC.12
São considerados aspectos extrínsecos aqueles relativos à formalização exterior deles.
Devem ser encadernados com folhas numeradas mecânica ou tipograficamente, conter termos de 
abertura e de encerramento, ser autenticados ou registrados no órgão competente e assinados pelo 
representante legal e por profissional contábil.
Essas exigências já eram tratadas pelo Código Comercial de 185013 (dispositivo revogado pelo 
Código Civil vigente) e vêm persistindo ao longo do tempo com pequenas modificações de texto, 
porém, sem alterar de maneira substantiva as formalidades legais extrínsecas.
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O Código Civil vigente, em seu art. 1.181, dispõe para a sociedade empresária: “Salvo 
disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, 
devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis”, e, a teor do art. 1.150, no 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, os livros obrigatórios da sociedade simples e demais 
equiparadas.
São considerados requisitos intrínsecos aqueles relativos ao ordenamento do conteúdo dos livros. 
Referidos aspectos foram também originariamente fixados no Código Comercial de 1850, art. 1214 e 
art. 14;15 esses dispositivos foram revogados pelo novo Código Civil vigente a partir de janeiro de 
2003.
O Código Civil vigente disciplinou os requisitos intrínsecos nos arts. 1.183 e 1.184, verbis:
“Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em 
forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, 
nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
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reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados.
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Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do 
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações 
relativas ao exercício da empresa.”
De qualquer modo, é oportuno observar a autorização contida no § 1º, do artigo retro, de que, no 
Diário, a escrituração poderá ser resumida em totais que não ultrapassem 30 dias, desde que a 
sociedade adote livros auxiliares, devidamente autenticados, nos quais proceda aos registros 
individualizados, conservando os respectivos documentos.
É óbvio que em época de plena informatização eletrônica causa estranheza, como consta do art. 
1.183, disciplinar-se intervalos em branco, entrelinhas, borrões, emendas ou transportes para as 
margens, mesmo porque, nos sistemas de contabilidade informatizados, nada disso acontece; todavia, 
não se pode esquecer de que o Código Civil atinge a todos e podem existir determinadas organizações 
nacionais que ainda realizam sua escrituração contábil na forma manual ou mecanizada; é para essas 
sociedades que se destina tal disciplinamento.
Todos esses cuidados quanto aos livros são extremamente importantes, pois sua regularidade 
formal, extrínseca e intrínseca, é condição essencial para merecerem fé em juízo e, 
consequentemente, passarem a ser fonte fidedigna a ser utilizada pelo perito na solução das questões 
técnicas a ele submetidas.
Todas essas preocupações agora estão voltadas para a certificação digital, que vem caminhando 
celeremente tanto na geração da informação contábil quanto fiscal, o que vem impondo 
determinações específicas dos órgãos governamentais e das entidades profissionais.
Dos livros examinados, o perito extrai os dados relativos ao número do livro, quantidade de 
folhas ou páginas, o número do registro e respectiva data no órgão competente e o movimento das 
operações nele registradas, indicando a que período se referem. Tais apontamentos, formalizados em 
papel de trabalho específico, servirão de suporte para a elaboração de anexo a ser juntado ao laudo 
pericial contábil.
Pode o perito colher cópia reprográfica dos termos de abertura e de encerramento dos livros 
compulsados mantendo-os sobsua guarda. Com a escrituração contábil digital, é importante examinar 
o termo ou recibo de transferência eletrônica de dados.
Tendo em vista que o perito é possuidor de fé pública, entende-se desnecessário juntá-los ao 
laudo, salvo se houver requerimento expresso nesse sentido. A juntada de anexo contendo os dados 
retroespecificados, do ponto de vista técnico, é o suficiente.
Quando se fala em livros regularmente formalizados, é importante ter presente que tal afirmativa 
envolve questão mais ampla. Estamos nos referindo ao suporte documental que embasa e comprova 
as transações neles escrituradas.
Nesse aspecto, não se pode olvidar a obrigação de guardar os documentos, como já era exigido 
pelo Código Comercial de 1850.16
Embora revogado tal dispositivo, o Código Civil vigente manteve essa obrigação. É o que dispõe 
o art. 1.194, verbis:
“O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa 
guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua 
atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos 
neles consignados.”
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Como esse dispositivo está inserido no Título IV – Institutos Complementares, do Livro II – Do 
Direito de Empresa, é razoável aceitar que o dever contido no artigo abrange, também, os demais 
tipos de sociedade previstos no Código Civil vigente.
Costuma-se dizer que o papel, ou seja, os livros, atualmente os meios digitais, sem meios de 
segurança eficazes, aceitam qualquer escrituração. Desse modo, a perícia contábil não se satisfaz com 
o exame dos livros ou dos registros em meios magnéticos; vai adiante, quer a documentação hábil 
que justifica e comprova a própria escrituração.
Os documentos examinados são sempre no original. É imprudente e insegura a realização de 
perícia contábil com a utilização de cópias reprográficas de qualquer espécie. Elas podem não refletir 
fielmente os documentos originais; consequentemente, todos os cuidados nessa questão são deveras 
importantes.
O perito desenvolve um pensar e uma ação sistêmica quando de seus exames. Deve buscar 
conhecer o sistema contábil da entidade periciada em seus aspectos relevantes, compulsando o livro 
de registro de códigos e abreviaturas.
Isso equivale a conhecer a forma como são desenvolvidos os lançamentos contábeis 
compulsando o plano de contas e manuais de procedimentos adotados, 
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controles internos, examinar a legitimidade dos documentos exibidos, enfim, desenvolver uma 
série de cuidadosas e meticulosas ações, tendo sempre como objetivo central buscar segurança 
naquilo que vê e examina.
Como já alertado no Capítulo 1, a escrituração contábil é indivisível; não é permitido considerar 
apenas os fatos favoráveis a seu autor; há que considerar, também, os contrários, em conjunto, como 
disposto no art. 419, CPC.17
O perito não crê, ele vê. Seu olhar será sempre indagativo, buscando mecanismos que lhe tragam 
certeza técnica sobre a matéria pericial sob sua responsabilidade.
Agora, vamos colocar uma situação na qual o perito pode deparar-se, qual seja a ausência de 
livros e respectivo suporte documental, ou, então, a existência destes, porém, sem as formalidades 
legais anteriormente abordadas.
Configuradas essas situações, compete ao perito comunicar ao magistrado ou ao Tribunal 
Arbitral que o nomeou tais constatações por meio de petição, requerendo orientação de como 
prosseguir nos trabalhos periciais, oferecendo, desde logo, eventuais procedimentos técnicos que 
entenda possam suprir as lacunas observadas.
Se assim não o fizer, o laudo pericial contábil que vier a oferecer poderá ser taxado de falso, já 
que não suportado em livros ou reportando-se a livros ou a meios digitais não merecedores de fé.
É oportuno lembrar que livros ou meios digitais não possuidores das formalidades legais 
anteriormente mencionadas são considerados meros apontamentos, sem qualquer força probante.
Superada essa fase de exame das formalidades legais dos livros e documentos a serem 
compulsados, é chegado o momento de iniciar os exames técnicos periciais planejados.
As verificações contábeis podem ser realizadas compulsando-se as fichas ou os arquivos 
eletrônicos do razão daquelas contas em que foram registradas as operações objeto da lide, fazendo-
se, em seguida, o confronto com os respectivos lançamentos escriturados no Livro Diário, bem como 
com o suporte documental.
A extensão dos exames envolverá sempre a totalidade das operações relacionadas com a lide. 
Inadmissível a aplicação de exames por amostragem, como são comumente aplicados em outras 
funções contábeis.
Como já exposto no item relativo à organização e planejamento do trabalho pericial, não existe a 
possibilidade técnica de executar-se exame padrão no desenvolvimento do trabalho pericial. Cada 
caso é, normalmente, único. Assim, cada trabalho pericial vai exigir exames específicos para a 
solução das questões técnicas submetidas à perícia.
Abre-se aqui apenas uma exceção, relativa ao desenvolvimento de perícias contábeis na área da 
Justiça do Trabalho, quando da liquidação de sentença, modalidade de trabalho técnico que pode ser 
padronizada, mesmo porque envolve a apuração de haveres, na quase totalidade, a favor de 
empregados. Esses haveres são tratados por igual para todos na legislação trabalhista e fixados de 
forma específica em sentença, diferenciados apenas em decorrência de determinados direitos obtidos 
por acordos coletivos de trabalho de cada categoria sindical.
Os exames periciais devem ser reportados em papéis de trabalho de modo que permitam a 
elaboração de anexos que vão suportar as respostas ou conclusões técnicas.
Nas diligências, o perito faz, também, a colheita de documentos, em cópia reprográfica, daqueles 
originais que examinou e que entende relevantes para fundamentar seu laudo pericial contábil.
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Vale lembrar que é dever do perito comunicar aos assistentes técnicos todas as diligências que 
realizar e colocar à disposição daqueles todos os elementos colhidos nas diligências. É o que dispõe o 
§ 2o, art. 466, CPC.18
Cabe aqui, novamente, advertir ser desnecessário juntar ao laudo pericial contábil todos os 
documentos examinados. Basta escolher, entre aqueles compulsados, exemplares que reflitam, com 
fidedignidade, todo o universo documental relacionado com as questões técnicas em apreço.
Findos os exames e a colheita de documentos, dão-se por encerrados os trabalhos de campo.
Com todos os elementos fáticos disponíveis, parte o perito para uma nova fase do trabalho 
pericial, qual seja a de elaboração do laudo pericial contábil.
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Modelo de Termo de Ciência de Início da Produção da Prova
e de Requerimento deExibição de Livros e Documentos.
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Modelo de Termo de Diligência.
CPC, “Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para 
a entrega do laudo.”
CPC, “Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.”
Art. 465: “§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de especialização;
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações 
pessoais.”
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“Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de 
termo de compromisso. 
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.”
“Art. 149. São auxiliares da justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de 
organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o 
administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o 
contabilista e o regulador de avarias.”
Art. 157: “§1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição 
ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.”
CPC: “Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido independentemente 
de termo de compromisso.”
CPC, art. 357.
CPC, art. 465, § 2o, inciso I.
CPC: “Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente 
legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o 
pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.”
CPC, “Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao 
julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias.”
CPC, “Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu 
autor no litígio entre empresários.”
“Art. 13. Os dois livros sobreditos devem ser encadernados, numerados, selados e rubricados em todas as 
suas folhas por um dos membros do Tribunal do Comércio respectivo, a quem couber por distribuição, 
com termos de abertura e encerramento subscritos pelo secretário do mesmo Tribunal e assinados pelo 
presidente.”
“Art. 12. No diário é o comerciante obrigado a lançar com individuação e clareza todas as suas operações 
de comércio [...].”
“Art. 14. A escrituração dos mesmos livros será feita em forma mercantil, e seguida pela ordem 
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalo em branco, nem entrelinhas, bordaduras, raspaduras ou 
emendas.”
“Art. 10. Todos os comerciantes são obrigados:
[. . .]
3 – A conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondências e mais papéis pertencentes ao giro 
do seu comércio, enquanto não prescreverem as ações que lhes possam ser relativas.”
CPC: “Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns 
são favoráveis ao interesse do autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, 
como unidade.”
CPC. Art. 466: Ҥ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das 
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência 
mínima de 5 (cinco) dias.” 
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