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IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/01_cover-print-1507143030.xhtml 5.1 5.2 5 TÉCNICAS DO TRABALHO PERICIAL JUDICIAL INTRODUÇÃO O ponto de partida do trabalho pericial dá-se, na vertente judicial, como vimos anteriormente, por ocasião do denominado despacho saneador exarado pelo magistrado nos autos do processo admitindo a produção da prova pericial contábil, e, por consequência, nomeando perito.1 Na vertente arbitral, dá-se mediante a expedição de ordem processual ou procedimental emitida pelo respectivo Tribunal Arbitral, deferindo a produção da prova e nomeando perito contador. Pode a nomeação suceder também quando da realização da audiência na qual o magistrado defere a realização da prova pericial em função de requerimento da parte, ou quando decide ser ela necessária. É, portanto, nesse momento, da nomeação, que se inicia o envolvimento do profissional perito com determinado processo judicial. Assim é que, no desenvolvimento da prova pericial, podemos distinguir três ambientes nos quais o trabalho do perito desenvolve-se. AMBIENTES DO TRABALHO PERICIAL O primeiro ambiente é o próprio local onde está instalado determinado ramo do Poder Judiciário, no caso, o Cartório ou Secretaria de determinada Vara Judicial ou de determinada Secretaria de Tribunal Arbitral. Aí, acontece o procedimento inicial de responsabilidade do perito. Intimado,2 por via digital, de sua nomeação. Aceitando, recebe uma senha fornecida pelo respectivo cartório, o que permitirá ter acesso ao processo, agora digital. Alguns mais antigos ainda são autos na forma física. E, no prazo de 5 (cinco) dias, deverá cumprir o disposto no § 2o, art. 465, CPC.3 Não se pode dizer o mesmo da perícia contábil em arbitragem, já que o perito é obrigado a assinar termo de confidencialidade e pode solicitar cópia integral dos autos do processo arbitral. Ao final do trabalho pericial judicial, o perito procederá à transmissão, via digital, do laudo que elaborou. Na vertente arbitral, o perito deve entregar na Secretaria do Tribunal Arbitral sete vias do respectivo laudo, uma delas para seu protocolo de entrega. Poderá, eventualmente, ser intimado a apresentar esclarecimentos, ou ainda ser convocado para apresentar esclarecimentos ao laudo, em audiência. Como se pode perceber, nesse ambiente, acontecem diversos procedimentos formais necessários na relação do perito com o Poder Judiciário ou com os Tribunais Arbitrais. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714331... O segundo ambiente do trabalho é o próprio escritório do perito. Aí, o perito desenvolve a leitura dos autos do processo, identifica e analisa as questões técnicas relacionadas com a lide, para, em seguida, organizar e planejar o trabalho pericial. Após o trabalho de campo, começa a fase de elaboração e acabamento do laudo pericial contábil. O terceiro ambiente de trabalho concretiza-se nos locais onde o perito busca conseguir os elementos necessários à solução das questões técnicas relacionadas com a lide. Trata-se do trabalho de campo concretizado por meio das diligências que o perito realiza nos escritórios das partes, ou em outros locais, repartições públicas, por exemplo, onde possa colher informações ou documentos necessários à realização de seu trabalho. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714331... 5.3 5.3.1 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PERICIAL Inobstante não ser mais obrigatório assumir compromisso, por força do contido do art. 466, CPC,4 deve o perito, antes de assumir efetivamente a função judicial, ter alguns cuidados e atitudes. Procedimentos preliminares Numa leitura rápida dos autos do processo, o perito tem condições de verificar se não há nenhuma incompatibilidade para o exercício da função pericial judicial. Nesse momento, o perito deve considerar, em face do tipo de perícia, se está impedido por lei de realizá-la ou se há elementos que possam configurar suspeição de natureza íntima. Deverá verificar se a matéria técnica a ser enfrentada é de sua especialidade e, ainda, se terá disponibilidade de tempo para realizar o trabalho para o qual foi nomeado. Essas atitudes têm relação íntima com o disposto no art. 467, CPC, cujo teor passamos a reproduzir. “Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição. Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.” Os cuidados ainda há pouco lembrados colocam uma questão ética fundamental quanto ao exercício da função pericial diante do conteúdo do art. 467. O perito, na qualidade de auxiliar da justiça – art. 149, CPC5 –, é nomeado pelo magistrado, ou seja, é depositário de sua confiança para a produção da prova pericial, cujo resultado, expresso num laudo, servirá como uma das bases em que ele se apoiará para exarar sua sentença. Cabe salientar que o magistrado, ao nomear o perito, não sabe se esse profissional tem relação com as partes e respectivos advogados ou, eventualmente, se a matéria técnica pericial a ser tratada não se coaduna com sua especialidade técnica. Tratando-se de função de confiança, será deveras constrangedor ao perito ao ter, eventualmente, escondido do magistrado seu impedimento ou suspeição, ser substituído por outro, na medida em que uma das partes impugne sua nomeação pelos motivos retromencionados e essa impugnação seja julgada procedente pelo magistrado. Propugnamos que o perito aja eticamente, em atendimento, inclusive, ao § 1o do art. 157, CPC,6 declarando-se, de plano, impedido ou suspeito, desde que fiquem caracterizadas tais condições nos autos do processo em que foi nomeado. Só assim o perito continuará a gozar da confiança do magistrado e terá demonstrado sua integridade moral e ética. Todos esses cuidados do perito são plenamente aplicáveis na realização de prova pericial contábil perante qualquer Tribunal Arbitral. O zelo e a ética devem ser os mesmos, independentemente da origem da nomeação do perito. Lamenta-se que o mesmo não possa mais ser dito do perito quando assume a função de assistente técnico, dado que, conforme disposto no § 1o, art. 466, CPC, referido profissional indicado pelas partes não está sujeito a impedimento ou suspeição. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714338... Isso quer dizer que determinado assistente técnico poderá até ser irmão ou pai de uma das partes, ter interesse no próprio desfecho da ação e ainda assim funcionar no processo. No que se refere ao profissional indicado como assistente técnico, entende-se ter havido uma desvalorização técnica fundamental, na medida em que pode ser taxado, até injustamente, de pessoa sem independência técnica suficiente que permita ao magistrado considerar o trabalho técnico que venha a oferecer. Superada essa fase, o perito pode então assumir compromisso, se este for determinado pelo magistrado. O ordenamento vigente dispensa o formalismodo compromisso por escrito, como está disposto no art. 466, CPC.7 O ato de assumir compromisso era um momento solene no qual o perito prometia formalmente ao magistrado que o nomeou, mediante assinatura de IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714338... 5.3.2 termo próprio, cumprir a função para a qual foi designado. Note-se, não era uma promessa qualquer. Era prometido servir à justiça com diligência, sem dolo ou má-fé, sob as penas da lei; consequentemente, temos dois aspectos a considerar. O primeiro trata da promessa de que o perito se incumbirá de produzir as provas relativas ao objeto da lide, ou seja, trará, por meio de seu laudo, as provas deferidas pelo magistrado. O segundo percorre a questão da atitude ética do profissional quanto ao desenvolvimento da prova técnica sem dolo ou má-fé de parte do perito. Para tanto, a promessa feita está relacionada com as qualidades de que esse profissional deve ser possuidor: basicamente, ser imparcial, trazer para os autos os fatos técnicos tais como os viu, não declinar jamais sua posição individual sobre os fatos observados, fazendo-o com todo seu discernimento técnico-profissional, agindo com ética e bom senso. Não pode tergiversar; deve relatar em seu laudo tudo o que observou no trabalho de campo, nas diligências. Assumido ou não o compromisso, passa-se a um momento de espera. As partes, nesse ínterim, estarão oferecendo, se for o caso, seus quesitos e indicando seus assistentes técnicos. No despacho saneador,8 ou em audiência, como vimos, além da nomeação do perito, outras decisões são tomadas pelo magistrado. Nesse despacho ou decisão, o magistrado concede prazo para as partes oferecerem quesitos e indicarem, caso queiram, seus assistentes técnicos, além do que, poderá, ele próprio, formular seus quesitos; determina que o perito apresente proposta de honorários e outras providências, como mencionado em momento anterior.9 Para tais determinações do magistrado, fluem prazos quase simultâneos. É por isso que, se necessário for assumir o compromisso, não é ainda o momento de o perito iniciar seu trabalho. As partes precisam oferecer as perguntas, que no léxico forense são conhecidas por quesitos, que desejam ver respondidas mediante a produção da prova técnica. Os quesitos oferecidos pelas partes serão objeto de apreciação pela parte contrária e pelo próprio magistrado, que os aceitará ou, eventualmente, poderá indeferir aqueles que entender impertinentes ou não relacionados com a matéria técnica em debate. O indeferimento poderá acontecer de ofício, ou seja, o próprio magistrado decide ou poderá ter origem em impugnação de uma das partes. Ainda, processualmente, poderá uma das partes que tenha quesitos indeferidos recorrer da decisão do magistrado ao Tribunal. Determinada a apresentação de orçamento dos honorários periciais, o perito a cumprirá, oferecendo petição demonstrando e justificando a verba proposta, a qual será apreciada pelas partes e, em momento posterior, o magistrado fixará os honorários do perito, determinando que a parte responsável proceda ao depósito à ordem do juízo da quantia arbitrada. Esse assunto será amplamente abordado no Capítulo 8. Portanto, entre o ato de nomeação, o compromisso, se determinado, e o início efetivo do trabalho pericial, como vimos, diversos momentos processuais poderão acontecer. Superadas todas essas etapas, finalmente o perito inicia, de fato, o trabalho pericial. Organização e planejamento da perícia Organizar e planejar determinado trabalho pericial tem por pressuposto técnico o conhecimento de dois aspectos fundamentais do processo: o que está sendo demandado e a época dos fatos. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714346... O perito inteira-se desses aspectos desenvolvendo leitura atenta dos autos do processo, em especial de duas peças, a inicial e a contestação. Da leitura da inicial, deve restar com muita clareza quais os fatos alegados e constitutivos do direito reclamado pela parte proponente da ação e a pretensão, ou seja, o pedido submetido ao magistrado. Quando da leitura da contestação ou impugnação, deve ser dada atenção ao conteúdo da petição no que se refere à existência ou não de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do proponente da ação. Fundamental, também, identificar a época dos fatos alegados e relatados pelas partes, já que necessário à perícia, o que vai permitir ao perito formular o pedido de quais livros e documentos devam ser exibidos. Será útil também observar eventuais documentos juntados pelas partes. Por fim, a leitura atenta dos quesitos formulados e deferidos pelo magistrado permite à perícia planejar quais levantamentos técnicos serão necessários desenvolver a fim de buscar base técnica para oferecer as respectivas respostas. Num segundo momento, decorrente da própria leitura dos autos, surge a necessidade de a perícia valer-se de eventual consulta bibliográfica em função obviamente das questões técnicas formuladas. Entende-se por consulta bibliográfica, no mais amplo sentido, pesquisa e leitura de livros, artigos técnicos e científicos, inclusive pesquisa sobre leis. Naturalmente, trata-se de pesquisa pontual, voltada exclusivamente para subsidiar IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714346... as questões técnicas contábeis relacionadas com a lide, mesmo porque questões outras estão fora da apreciação pericial. Agora, conhecendo os fatos alegados, sua época e as questões técnicas formuladas à perícia, subsidiadas por pesquisa bibliográfica, se for o caso, é que se pode afirmar haver condições objetivas de iniciar-se o planejamento do trabalho pericial propriamente dito. Planejar o trabalho pericial é, stricto sensu, ordenar os procedimentos técnicos a serem desenvolvidos pelo perito para obter os elementos que permitam oferecer o laudo pericial contábil. Tratando-se de perícia contábil, o perito precisa ter presente quais os meios que tem à sua disposição. Por princípio, os meios disponíveis são todos os componentes do sistema contábil das partes envolvidas nos autos do processo. Nesse sentido, temos os livros contábeis, fiscais, societários, as demonstrações contábeis e todo o arcabouço documental que dá suporte ao sistema contábil. Controles internos e outros tipos de registros auxiliares podem e devem ser também objeto do plano. Obviamente, não é de todos os livros e documentos que o perito requer a exibição. São aqueles relativos à época dos fatos da lide, mesmo porque os exames a serem realizados são sempre específicos, pontuais. Definidos quais livros e documentos serão necessários compulsar, é relevante buscar identificar que tipos de exames serão desenvolvidos pelo perito, quando em campo. Enquanto plano de trabalho, o planejamento é realizado no escritório do perito; portanto, trata-se de desenhar uma situação ideal, não real, de como os trabalhos periciais poderão ser desenvolvidos. O contato com a realidade dos sistemas contábeis e respectivo suporte documental poderá acarretar mudanças de curso, mas, de qualquer forma, o perito não pode olvidar que para o desempenho integralde sua função pode e deve utilizar-se de todos os meios técnicos necessários e disponíveis à solução técnica da matéria para a qual foi nomeado ou indicado. Essa amplitude de meios, para realização do trabalho pericial, está garantida no § 3o, art. 473, CPC; todavia, não poderá ser utilizada de forma abusiva ou truculenta pelo perito. Nesse sentido, é bom trazer à luz o art. 369, CPC,10 que orienta a matéria para todos os meios legais e os moralmente legítimos. As matérias técnicas submetidas à apreciação do perito são as mais variadas. Isso traz, como consequência, a impossibilidade de ter um plano padrão de ação. Para cada caso será necessário planejar ações e procedimentos específicos. Cada trabalho pericial a ser desenvolvido exige do perito um alto poder de conhecimento e criatividade técnica. Com raras exceções, como, por exemplo, nas perícias contábeis desenvolvidas no âmbito da Justiça do Trabalho, de Execução de Sentença, pode-se falar em trabalhos de conteúdos semelhantes. Esses limites, em vez de afligirem o perito, devem ser enfrentados como verdadeiros desafios técnicos perenes. É nesses desafios constantes que o perito se enriquece cultural e tecnicamente e se qualifica cada vez mais. É uma verdadeira educação continuada, de que tanto se fala. Terminado o inventário dos procedimentos técnicos que pretende adotar no caso específico, é chegado o momento de o perito também planejar o trabalho de campo. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714910... 5.3.3 A perícia contábil é sempre realizada sobre fatos passados. Não adianta o perito imaginar que chegando em determinada organização terá tudo o que precisa consultar, prontamente, à sua disposição. Uma forma de o perito não perder seu tempo profissional é contatar, antecipadamente, solicitando, geralmente ao responsável pelo setor contábil, que separe os livros e os documentos que entende necessários, conforme definiu em seu planejamento. Essa poderá ser, também, a oportunidade de o perito cumprir o disposto no art. 474, CPC, de dar ciência às partes, comunicando o local e o dia para início da produção da prova. Ora, como se trata de transações passadas a serem apreciadas, os livros e documentos contábeis estão normalmente no chamado arquivo morto das organizações, nem sempre ordenados. Sua busca e localização é, muitas vezes, demorada. Assim, a transmissão, via fax, via Internet ou pelo correio com AR (aviso de recebimento), de termo de ciência do início do trabalho e de requerimento de exibição de livros e documentos (modelo sugerido no final deste capítulo), dá ciência às partes da data de início e do local trabalho, e, ao mesmo tempo, requer a exibição dos livros e documentos, cumpre o determinado no art. 474 e evita perdas custosas de tempo. Diligências O termo diligências, lato sensu, pode ser entendido como todas as providências levadas a efeito pelo perito para permitir-lhe oferecer o laudo IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714910... pericial contábil; aliás, é o próprio Código de Processo Civil que nos dá esse entendimento.11 Na abordagem stricto sensu, pode-se entender o termo diligências como uma das fases do trabalho pericial, no caso, o trabalho de campo. O trabalho de campo envolve algumas etapas nas quais o perito tem como objetivo central a busca dos elementos fáticos que vão permitir solucionar as questões contábeis submetidas à sua consideração técnica. O primeiro momento do trabalho de campo situa-se na formalização da própria diligência que está sendo realizada, que se materializa e documenta por meio da elaboração de termo de diligência (veja-se, ao final deste capítulo, modelo sugerido), para aceitação e assinatura do representado legal da parte diligenciada. É por esse documento que o perito prova que realizou determinada visita e que requereu os livros e documentos que indicou no próprio documento. O perito também precisa de provas para salvaguardar a integridade de seu mandato judicial. A juntada de uma cópia desses termos ao laudo oferecido descarta, de plano, eventuais insinuações porventura oferecidas pelas partes, no sentido de que, tentando destruir o trabalho oferecido, o perito não teria realizado diligências ou não teria requerido a exibição de livros e documentos e cumprido o disposto no art. 474, CPC. O termo de diligência elaborado pelo perito deve conter os dados que identificam o processo, o local e a hora da diligência, os livros e documentos que o perito deseja ver exibidos, a identificação do perito e do representante legal, a assinatura dos dois, o local e a data. Assim formalizada a diligência, é chegado o momento de iniciar os exames e as verificações contábeis e documentais planejados. O primeiro exame a ser desenvolvido é o que se refere à certificação de que os livros e documentos exibidos merecem fé, se estão formalizados extrínseca e intrinsecamente falando, bem assim se os documentos exibidos são hábeis. Nesse momento, é necessário abrirmos um parêntese para apresentarmos um rol dos livros obrigatórios. Podemos dividir os livros obrigatórios em quatro categorias. Na primeira categoria, temos os livros contábeis, compostos do livro Diário, que pode ser substituído por fichas (art. 1.180, Código Civil), sendo obrigatória a transcrição nesse livro “do balanço patrimonial e do resultado econômico”; se houver, dos livros auxiliares, como, por exemplo, fornecedores, bancos, clientes. Inclui-se nessa categoria o Registro de Duplicatas (Lei no 5.474/68, art. 19). O Código Civil vigente – art. 1.185 – permite a substituição do sistema de fichas de lançamento pelo “Livro Balancetes Diários e Balanços”, devidamente formalizado, o qual será escriturado de modo que possibilite a apresentação das posições diárias de cada conta contábil, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico no encerramento de cada exercício social (art. 1.186, Código Civil). Com o Código Civil vigente, surge ampliação significativa do Livro de Inventário; até o advento de sua vigência, o citado livro ficava adstrito ao inventário dos estoques de matéria-prima, produtos semielaborados, produtos acabados ou mercadorias existentes em determinada data; agora, o Inventário é obrigatório ao término de cada exercício social – art. 1.065 – e amplo – art. 1.187 –, envolvendo: IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714918... a) b) c) d) e) os bens destinados à exploração da atividade; os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou seja, os produtos ou artigos da indústria ou comércio; os valores das ações e dos títulos de renda fixa; os créditos a receber; e os ativos diferidos sujeitos a amortização. Esse inventário ampliado passa, obrigatoriamente, a fazer parte integrante da prestação de contas anual dos administradores, apresentada aos sócios; é o que fixa o art. 1.020, Código Civil. A permissão de uso de códigos ou abreviaturas quando da escrituração contábil – parágrafo único, art. 1.183, Código Civil – está condicionada à existência de livro próprio obrigatório, devidamente autenticado, onde os mesmos estejam formalizados. Trata-sede formalizar o sistema e o plano de contas contábil adotado pela organização e as respectivas abreviaturas das operações que vão facilitar o processamento de registro das operações realizadas. Muito embora não seja mencionado no Código Civil como obrigatório, é da essência de qualquer sistema de contabilidade a geração do Livro Razão, que, para o desenvolvimento de qualquer trabalho pericial, é crucial, já que facilita o exame específico das transações objeto da lide. Resumindo, são livros contábeis fixados no Código Civil: (a) Livro Diário ou fichas; (b) alternativamente, à letra anterior, o Livro de Balancetes Diários IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714918... a) b) e Balanços; (c) Livro de Inventário; (d) Livro de Códigos e Abreviaturas; e, embora não especificado no diploma legal, o Livro Razão, gerado pela própria operacionalidade de qualquer sistema contábil adotado. Na segunda categoria, temos os livros fiscais exigidos pelas legislações fiscais federal, estadual e municipal, tais como: Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Saídas, Livro de Apuração do IPI e do ICMS, Livro de Faturas de Serviços, Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR. Na terceira categoria, enquadram-se os chamados livros sociais, aqueles exigidos pela Lei das Sociedades por Ações, no seu art. 100, e, agora, também pelo Código Civil. No caso dos livros exigidos pela Lei das Sociedades por Ações, podem-se distinguir duas categorias: livros de registro e controle de titularidade do capital social; nesta categoria, podem- se citar: (1) registro de ações nominativas; (2) transferência de ações nominativas; (3) registro de partes beneficiárias nominativas; (4) transferência de partes beneficiárias; e livros de registro e controle dos atos societários praticados pelos órgãos da sociedade, tais como: (1) registro de atas das assembleias gerais; (2) presença de acionistas; (3) atas de reuniões do Conselho de Administração; (4) atas de reuniões da Diretoria; e (5) atas e pareceres do Conselho Fiscal. O Código Civil vigente traz consigo a exigência de determinados livros societários obrigatórios a serem adotados pelas sociedades limitadas. São eles: (1) Livro de Atas da Administração – art. 1.062; (2) Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal – art. 1.067; e (3) Livro de Atas da Assembleia – § 1o, art. 1.075. Na quarta categoria, podem ser lembrados os livros trabalhistas. São exemplos desta categoria o Livro Registro de Empregados, que pode ser sob a forma de fichas, e o Livro de Inspeção do Trabalho. Por derradeiro, não se pode olvidar que para algumas atividades empresariais são exigidos livros específicos. Nesse sentido, temos, entre outros, Livro de Controle de Explosivos em pedreiras; Livro de Movimentação de Combustíveis em postos de combustíveis; Livro de Controle de Entorpecentes em indústrias farmacêuticas e hospitais. Voltando à nossa trilha, temos que nos socorrer dos preceitos do Código Civil vigente e de outros dispositivos que tratam da formalização dos livros, para se entender o que sejam os aspectos extrínsecos e intrínsecos que os livros devem conter. São os chamados requisitos exigidos por lei, mencionados no art. 418, CPC.12 São considerados aspectos extrínsecos aqueles relativos à formalização exterior deles. Devem ser encadernados com folhas numeradas mecânica ou tipograficamente, conter termos de abertura e de encerramento, ser autenticados ou registrados no órgão competente e assinados pelo representante legal e por profissional contábil. Essas exigências já eram tratadas pelo Código Comercial de 185013 (dispositivo revogado pelo Código Civil vigente) e vêm persistindo ao longo do tempo com pequenas modificações de texto, porém, sem alterar de maneira substantiva as formalidades legais extrínsecas. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714923... O Código Civil vigente, em seu art. 1.181, dispõe para a sociedade empresária: “Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis”, e, a teor do art. 1.150, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, os livros obrigatórios da sociedade simples e demais equiparadas. São considerados requisitos intrínsecos aqueles relativos ao ordenamento do conteúdo dos livros. Referidos aspectos foram também originariamente fixados no Código Comercial de 1850, art. 1214 e art. 14;15 esses dispositivos foram revogados pelo novo Código Civil vigente a partir de janeiro de 2003. O Código Civil vigente disciplinou os requisitos intrínsecos nos arts. 1.183 e 1.184, verbis: “Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714923... Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.” De qualquer modo, é oportuno observar a autorização contida no § 1º, do artigo retro, de que, no Diário, a escrituração poderá ser resumida em totais que não ultrapassem 30 dias, desde que a sociedade adote livros auxiliares, devidamente autenticados, nos quais proceda aos registros individualizados, conservando os respectivos documentos. É óbvio que em época de plena informatização eletrônica causa estranheza, como consta do art. 1.183, disciplinar-se intervalos em branco, entrelinhas, borrões, emendas ou transportes para as margens, mesmo porque, nos sistemas de contabilidade informatizados, nada disso acontece; todavia, não se pode esquecer de que o Código Civil atinge a todos e podem existir determinadas organizações nacionais que ainda realizam sua escrituração contábil na forma manual ou mecanizada; é para essas sociedades que se destina tal disciplinamento. Todos esses cuidados quanto aos livros são extremamente importantes, pois sua regularidade formal, extrínseca e intrínseca, é condição essencial para merecerem fé em juízo e, consequentemente, passarem a ser fonte fidedigna a ser utilizada pelo perito na solução das questões técnicas a ele submetidas. Todas essas preocupações agora estão voltadas para a certificação digital, que vem caminhando celeremente tanto na geração da informação contábil quanto fiscal, o que vem impondo determinações específicas dos órgãos governamentais e das entidades profissionais. Dos livros examinados, o perito extrai os dados relativos ao número do livro, quantidade de folhas ou páginas, o número do registro e respectiva data no órgão competente e o movimento das operações nele registradas, indicando a que período se referem. Tais apontamentos, formalizados em papel de trabalho específico, servirão de suporte para a elaboração de anexo a ser juntado ao laudo pericial contábil. Pode o perito colher cópia reprográfica dos termos de abertura e de encerramento dos livros compulsados mantendo-os sobsua guarda. Com a escrituração contábil digital, é importante examinar o termo ou recibo de transferência eletrônica de dados. Tendo em vista que o perito é possuidor de fé pública, entende-se desnecessário juntá-los ao laudo, salvo se houver requerimento expresso nesse sentido. A juntada de anexo contendo os dados retroespecificados, do ponto de vista técnico, é o suficiente. Quando se fala em livros regularmente formalizados, é importante ter presente que tal afirmativa envolve questão mais ampla. Estamos nos referindo ao suporte documental que embasa e comprova as transações neles escrituradas. Nesse aspecto, não se pode olvidar a obrigação de guardar os documentos, como já era exigido pelo Código Comercial de 1850.16 Embora revogado tal dispositivo, o Código Civil vigente manteve essa obrigação. É o que dispõe o art. 1.194, verbis: “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.” IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714928... Como esse dispositivo está inserido no Título IV – Institutos Complementares, do Livro II – Do Direito de Empresa, é razoável aceitar que o dever contido no artigo abrange, também, os demais tipos de sociedade previstos no Código Civil vigente. Costuma-se dizer que o papel, ou seja, os livros, atualmente os meios digitais, sem meios de segurança eficazes, aceitam qualquer escrituração. Desse modo, a perícia contábil não se satisfaz com o exame dos livros ou dos registros em meios magnéticos; vai adiante, quer a documentação hábil que justifica e comprova a própria escrituração. Os documentos examinados são sempre no original. É imprudente e insegura a realização de perícia contábil com a utilização de cópias reprográficas de qualquer espécie. Elas podem não refletir fielmente os documentos originais; consequentemente, todos os cuidados nessa questão são deveras importantes. O perito desenvolve um pensar e uma ação sistêmica quando de seus exames. Deve buscar conhecer o sistema contábil da entidade periciada em seus aspectos relevantes, compulsando o livro de registro de códigos e abreviaturas. Isso equivale a conhecer a forma como são desenvolvidos os lançamentos contábeis compulsando o plano de contas e manuais de procedimentos adotados, IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714928... controles internos, examinar a legitimidade dos documentos exibidos, enfim, desenvolver uma série de cuidadosas e meticulosas ações, tendo sempre como objetivo central buscar segurança naquilo que vê e examina. Como já alertado no Capítulo 1, a escrituração contábil é indivisível; não é permitido considerar apenas os fatos favoráveis a seu autor; há que considerar, também, os contrários, em conjunto, como disposto no art. 419, CPC.17 O perito não crê, ele vê. Seu olhar será sempre indagativo, buscando mecanismos que lhe tragam certeza técnica sobre a matéria pericial sob sua responsabilidade. Agora, vamos colocar uma situação na qual o perito pode deparar-se, qual seja a ausência de livros e respectivo suporte documental, ou, então, a existência destes, porém, sem as formalidades legais anteriormente abordadas. Configuradas essas situações, compete ao perito comunicar ao magistrado ou ao Tribunal Arbitral que o nomeou tais constatações por meio de petição, requerendo orientação de como prosseguir nos trabalhos periciais, oferecendo, desde logo, eventuais procedimentos técnicos que entenda possam suprir as lacunas observadas. Se assim não o fizer, o laudo pericial contábil que vier a oferecer poderá ser taxado de falso, já que não suportado em livros ou reportando-se a livros ou a meios digitais não merecedores de fé. É oportuno lembrar que livros ou meios digitais não possuidores das formalidades legais anteriormente mencionadas são considerados meros apontamentos, sem qualquer força probante. Superada essa fase de exame das formalidades legais dos livros e documentos a serem compulsados, é chegado o momento de iniciar os exames técnicos periciais planejados. As verificações contábeis podem ser realizadas compulsando-se as fichas ou os arquivos eletrônicos do razão daquelas contas em que foram registradas as operações objeto da lide, fazendo- se, em seguida, o confronto com os respectivos lançamentos escriturados no Livro Diário, bem como com o suporte documental. A extensão dos exames envolverá sempre a totalidade das operações relacionadas com a lide. Inadmissível a aplicação de exames por amostragem, como são comumente aplicados em outras funções contábeis. Como já exposto no item relativo à organização e planejamento do trabalho pericial, não existe a possibilidade técnica de executar-se exame padrão no desenvolvimento do trabalho pericial. Cada caso é, normalmente, único. Assim, cada trabalho pericial vai exigir exames específicos para a solução das questões técnicas submetidas à perícia. Abre-se aqui apenas uma exceção, relativa ao desenvolvimento de perícias contábeis na área da Justiça do Trabalho, quando da liquidação de sentença, modalidade de trabalho técnico que pode ser padronizada, mesmo porque envolve a apuração de haveres, na quase totalidade, a favor de empregados. Esses haveres são tratados por igual para todos na legislação trabalhista e fixados de forma específica em sentença, diferenciados apenas em decorrência de determinados direitos obtidos por acordos coletivos de trabalho de cada categoria sindical. Os exames periciais devem ser reportados em papéis de trabalho de modo que permitam a elaboração de anexos que vão suportar as respostas ou conclusões técnicas. Nas diligências, o perito faz, também, a colheita de documentos, em cópia reprográfica, daqueles originais que examinou e que entende relevantes para fundamentar seu laudo pericial contábil. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714933... Vale lembrar que é dever do perito comunicar aos assistentes técnicos todas as diligências que realizar e colocar à disposição daqueles todos os elementos colhidos nas diligências. É o que dispõe o § 2o, art. 466, CPC.18 Cabe aqui, novamente, advertir ser desnecessário juntar ao laudo pericial contábil todos os documentos examinados. Basta escolher, entre aqueles compulsados, exemplares que reflitam, com fidedignidade, todo o universo documental relacionado com as questões técnicas em apreço. Findos os exames e a colheita de documentos, dão-se por encerrados os trabalhos de campo. Com todos os elementos fáticos disponíveis, parte o perito para uma nova fase do trabalho pericial, qual seja a de elaboração do laudo pericial contábil. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714933... Modelo de Termo de Ciência de Início da Produção da Prova e de Requerimento deExibição de Livros e Documentos. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714938... 1 2 3 Modelo de Termo de Diligência. CPC, “Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.” CPC, “Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.” Art. 465: “§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I – proposta de honorários; II – currículo, com comprovação de especialização; III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.” IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714938... 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 “Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.” “Art. 149. São auxiliares da justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.” Art. 157: “§1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.” CPC: “Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido independentemente de termo de compromisso.” CPC, art. 357. CPC, art. 465, § 2o, inciso I. CPC: “Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.” CPC, “Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.” CPC, “Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.” “Art. 13. Os dois livros sobreditos devem ser encadernados, numerados, selados e rubricados em todas as suas folhas por um dos membros do Tribunal do Comércio respectivo, a quem couber por distribuição, com termos de abertura e encerramento subscritos pelo secretário do mesmo Tribunal e assinados pelo presidente.” “Art. 12. No diário é o comerciante obrigado a lançar com individuação e clareza todas as suas operações de comércio [...].” “Art. 14. A escrituração dos mesmos livros será feita em forma mercantil, e seguida pela ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalo em branco, nem entrelinhas, bordaduras, raspaduras ou emendas.” “Art. 10. Todos os comerciantes são obrigados: [. . .] 3 – A conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondências e mais papéis pertencentes ao giro do seu comércio, enquanto não prescreverem as ações que lhes possam ser relativas.” CPC: “Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse do autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade.” CPC. Art. 466: “§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.” IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/qj66ma9ek2o82et46n0z.vbk/OEBPS/Text/20_chapter05-print-150714938...
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