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DIREITO
ADMINISTRATIVO
Profª. Franciele Kühl
 
1 
 
SUMÁRIO 
 
1 ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................. 3 
1.1 Princípio da descentralização: artigo 10, Decreto-Lei 200/67: .............................. 4 
1.2 Desconcentração ............................................................................................ 4 
2. AUTARQUIAS: ................................................................................................. 6 
2.1 Características: ............................................................................................... 6 
2.2 Agência executiva ........................................................................................... 7 
2.3 Agência reguladora ......................................................................................... 9 
3. AUTARQUIAS FUNDACIONAIS OU FUNDAÇÕES AUTARQUICAS OU 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO: ................................................ 12 
3.1 Características .............................................................................................. 12 
4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO: ............................................ 12 
4.1 Características: ............................................................................................. 12 
5. EMPRESA PÚBLICA: ...................................................................................... 13 
5.1 Características .............................................................................................. 13 
6. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: .............................................................. 14 
6.1 Características .............................................................................................. 14 
7. ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS (CONSÓRCIOS DE DIREITO PÚBLICO): AUTARQUIA 
INTERFEDERATIVA: .......................................................................................... 14 
8. CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE DIREITO PRIVADO........................................... 15 
9. PARAESTATAIS ............................................................................................. 15 
9.1 Organizações Sociais (OS): ........................................................................... 16 
9.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP): ........................ 16 
9.3 Entidades de Apoio ou Parcerias Voluntárias: Lei 13.019/2014. ......................... 17 
9.4 Serviços Sociais Autônomos (Sistema S): ....................................................... 18 
10. PRINCÍPIOS ................................................................................................. 18 
10.1 Princípio da Supremacia do Interesse Público: o interesse público é superior ao 
interesse do particular, assim é possível verificar privilégios à Administração Público que 
se justificam na supremacia do interesse público: .................................................. 18 
10.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público ......................................... 19 
10.3 Princípio da Legalidade ................................................................................ 19 
10.4 Princípio da impessoalidade ......................................................................... 19 
10.5 Princípio da Moralidade................................................................................ 20 
10.6 Princípio da publicidade ............................................................................... 20 
10.7 Princípio da Eficiência .................................................................................. 20 
10.8 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade ............................................... 21 
10.9 Princípio da autotutela ................................................................................. 21 
10.10 Princípio da ampla defesa e do contraditório ................................................ 22 
11 AGENTES PÚBLICOS .................................................................................... 23 
11.2 Forma de ingresso em cargo, emprego ou função: ......................................... 23 
11.3 Concurso público ......................................................................................... 25 
11.4 Da estabilidade ........................................................................................... 28 
11.5 Formas de provimento ................................................................................. 29 
11.6 Acumulação de cargos ................................................................................. 31 
11.7 Regime remuneratório dos servidores ........................................................... 32 
11.8 Teto das remunerações ............................................................................... 32 
 
2 
 
11.9 Regime Previdenciário Próprio do Servidor - SPPS ........................................ 34 
11.8 Direito de greve e de associação sindical ...................................................... 35 
12. REGIME DISCIPLINAR ................................................................................. 36 
12.1 Sindicância ................................................................................................. 37 
12.2 Processo administrativo disciplinar ................................................................ 38 
13. RECURSOS: ................................................................................................ 40 
14. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: .................................................... 40 
14.1 Responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva ................................. 41 
14.2 Teoria do risco administrativo ....................................................................... 44 
14.3 Teoria do risco integral ................................................................................. 45 
14.4 Responsabilidade omissiva: subjetiva............................................................ 45 
14.5 Poder Público garantidor da integridade de pessoas e coisas sob sua custódia 46 
14.6 Responsabilização por atos judiciais: ............................................................ 47 
14.7 Responsabilização decorrente de obra: ......................................................... 47 
14.8 Responsabilidade Civil, Penal e Administrativa .............................................. 48 
14.9 Ação de regresso ........................................................................................ 48 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 51 
 
 
 
3 
 
1 ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O ESTADO desenvolve suas atividades por meio de três poderes: 
PODER FUNÇÃO TÍPICA: para o 
Poder foi criado 
FUNÇÃO ATÍPICA: função estranha àquela 
para que foi criado 
Poder 
executivo 
Função administrativa, 
conversão da lei em ato 
individual e concreto. 
Quando o Presidente da República adota 
medidas provisórias ou quando o 
Executivo julga defesas e recursos 
administrativos. 
Poder 
Legislativo 
Elaboração das leis, 
função normativa 
Quando administra seus órgãos, provendo 
cargos, concedendo férias, licenças etc. 
Poder 
Judiciário 
Aplicação da lei, quando 
invocado 
Quando legisla sobre seu regimento 
interno (tribunais), ou administra seus 
servidores, inclusive fazendo concurso 
público para ingresso deles. 
 
O Decreto Lei n. 200/67 é o responsável por fazer a divisão entre a 
administração direta e indireta (art. 4º e 5º), também é possível verificar nos 
artigos 41, do Código Civil e no 37, XIX, da Constituição Federal. 
 
A) Administração Direta: responsável pelos serviços integrados na 
estrutura administrativa da presidência da República e dos Ministérios (Estados 
Municípios e suas secretarias). 
 
B) Administração Indireta: composta pelas Autarquias, Fundações 
Públicas (de direito público ou privado), Sociedade de Economia Mista, 
Empresas Públicas.As funções da Administração Direta, podem ocorrer sob duas formas: 
CENTRALIZADAS, dentro da própria administração Direta, ou 
DESCENTRALIZADA, em que a função é deslocada para outra Pessoas 
Jurídicas (para a Administração Indireta e as delegatárias). 
 
 
4 
 
1.1 Princípio da descentralização: artigo 10, Decreto-Lei 200/67: 
 
DESCENTRALIZAÇÃO: Outorga da prestação do serviço público para 
outras entidades da Administração INDIRETA. Transfere a titularidade e 
execução. Na delegação, só transfere a execução, através da concessão ou da 
permissão. 
Esses entes possuem personalidade jurídica, podem contrair direitos e 
obrigações. Como regra, só tem personalidade processual aqueles que possuem 
personalidade jurídica, órgãos não possuem capacidade processual, apesar de 
terem capacidade jurídica, assim, deverão ser representados. 
 
ATENÇÃO: em regra somente quem detém personalidade jurídica é que 
possuí capacidade processual, exceção: Na defesa de suas 
funções/prerrogativa institucionais, órgãos podem ter capacidade processual 
relativa para atuar no polo ativo: entendimento jurisprudencial. Exemplo: Súmula 
525, STJ. 
 
1.2 Desconcentração 
 
Órgão são criados por LEI, não mediante ato administrativo (art. 84, IV, a, 
CF). Podem ser classificados conforme a esfera de atuação, posição estatal e a 
composição 
 
1) Classificação quanto à esfera de atuação: 
 
a) Centrais: atuação nacional, estadual ou municipal (ex. Ministério da 
Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de 
Saúde); 
 
b) Locais: atuação específica em determinada parte do território (ex. 
Unidade de Saúde de determinado bairro); 
 
2) Classificação quanto à posição estatal: 
 
 
5 
 
a) independentes: são os derivados da Constituição, representam os 
Poderes do Estado. Não são subordinados hierarquicamente e somente são 
controlados uns pelos outros. (ex: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, 
Senado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes e Tribunais de 
Contas). 
 
b) autônomos: São os subordinados diretamente à cúpula da 
Administração. Têm grande autonomia administrativa, financeira e técnica, 
caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, 
supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de 
competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em 
comissão. (ex. Ministérios e Secretarias, bem como a Advocacia-Geral da União, 
Ministério Público, Defensoria Pública e as Procuradorias dos Estados e 
Municípios) 
 
c) superiores: Possuem poder de direção, controle, decisão e comando 
dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras 
divisões dos órgãos independentes e autônomos (ex. Gabinetes, 
Coordenadorias, Departamentos, Divisões etc.) 
 
d) subalternos: são órgãos de execução (ex. seções, unidade, agência 
e os serviços) 
 
3) Classificação quanto à composição: 
 
a) simples: Também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem 
apenas um único centro de competência, sua característica fundamental é a 
ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de 
suas funções. 
 
b) compostos: São aqueles que em sua estrutura possuem outros 
órgãos menores, seja com desempenho de função principal ou de auxílio nas 
 
6 
 
atividades, as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a 
supervisão do órgão de chefia. 
 
c) singulares: São aqueles que decidem e atuam por meio de um único 
agente, o chefe. Possuem agentes auxiliares, mas sua característica de 
singularidade é desenvolvida pela função de um único agente, em geral o titular. 
 
d) colegiados: São aqueles que decidem pela manifestação de muitos 
membros, de forma conjunta e por maioria, sem manifestação de vontade de um 
único chefe. A vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou 
estatutária. 
 
2. AUTARQUIAS: 
 
A) Comum: ou autarquias administrativas ou de serviço. 
 
B) Especial: agências reguladoras 
 
C) Corporativas: Conselhos Profissionais 
 
D) Fundacionais: Fundações públicas de direito Público, chamadas pela 
jurisprudência de Fundações Autárquicas. 
 
2.1 Características: 
 A) Definição: Pessoa jurídica de direito público que presta serviço típico 
da Administração Pública. 
B) Criação/extinção: Criada por lei específica 
C) Patrimônio: 100% público 
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde 
subsidiariamente/garantidor. 
E) Regime pessoal: estatutário. 
F) Regime de bens: públicos. 
 
7 
 
G) Privilégios: tributários SIM quanto a impostos (art. 150, VI, a, CF) – 
não tem imunidade quando foge da finalidade específica. Também tem 
privilégios processuais (art. 183, CPC), prazo em dobro. 
H) Controle: Tribunal de Contas (não há hierarquia e subordinação), só 
controle de legalidade. 
ATENÇÃO: a OAB não é autarquia, é uma entidade independente, pois: 
 -Não está vinculada a nenhum órgão administrativo 
 - Não está sujeita a controle ministerial 
 - Regime de pessoal: celetista (não exige concurso público) 
 - Não está sujeita ao controle do TC. 
 - Não integra Administração Direta ou Indireta 
 - É uma entidade SUI GENERIS 
 
2.2 Agência executiva 
 
O artigo 37, §8º, da Constituição Federal define que a autonomia 
gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração 
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de 
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
 
I - O prazo de duração do contrato; 
 
II - Os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, 
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
 
III - a remuneração do pessoal. 
 
Agências executivas não são autarquias ou fundações instituídas com tal 
denominação, são entidades preexistentes que recebem a qualificação de 
agência executiva, após a celebração de um contrato de gestão com o órgão da 
Administração Direta em que está vinculada e passam a submeter-se a regime 
jurídico especial. Esse contrato é realizado para obter melhoria na eficiência e 
redução de custos (DI PIETRO, 2017, p. 599). 
 
8 
 
Trata-se apenas de uma qualificação dada a uma autarquia ou fundação 
que tenha um contrato de gestão com seu órgão supervisor, no caso um 
ministério, cumprindo metas de desempenho, redução de custos e eficiência. 
Assim, para ser uma agência executiva basta apenas uma qualificação dada por 
um Ministro de Estado. Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia, 
Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro); Agência Nacional do 
Desenvolvimento do Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento 
do Nordeste (Adene) (ALVES, 2019, p. 57). 
A previsão das agências executivas está na Lei 9.649/98, que dispõe 
sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras 
providências. O artigo 51 estabelece os requisitos necessários para que uma 
autarquia ou fundação seja qualificada como agência executiva: 
 
I - Ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento; 
 
II - Ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério 
supervisor. 
 
A qualificação é realizada por ato específico do Presidente da República, 
segundo o §1º, do artigo 51, da Lei n. 9.649/98. Ao Poder Executivo incumbe o 
dever de editar medidas de organização administrativa específicas para as 
Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como 
a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento 
dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão. 
O artigo 52, da referida lei, por sua vez, determina que os planos 
estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão 
diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do 
quadro de servidores, arevisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento 
dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência 
Executiva. 
Em seus parágrafos, está determinado que os Contratos de Gestão das 
Agências Executivas serão celebrados com periodicidade mínima de um ano e 
estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da 
 
9 
 
entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para 
a avaliação do seu cumprimento. E, o Poder Executivo definirá os critérios e 
procedimentos para a elaboração e o acompanhamento dos Contratos de 
Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional das Agências Executivas. 
Os Decretos 2.487/1998 e o 2.488/1998 disciplinam as agências 
executivas federais, dispõe sobre a qualificação como Agências Executivas, 
estabelece critérios e procedimentos para a elaboração, acompanhamento e 
avaliação dos contratos de gestão e dos planos estratégicos de reestruturação 
e desenvolvimento institucional das entidades qualificadas e definem medidas 
de organização administrativa específicas para as autarquias como Agências 
Executivas. 
A qualificação poderá ser mediante iniciativa do Ministério supervisor, 
desde que tenha anuência do Ministérios da Administração Federal e Reforma 
do Estado, o qual verificará o cumprimento dos seguintes requisitos, pela 
entidade candidata à qualificação (art. 1º, §1º, do Decreto 2.487/1998): 
 
a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério 
supervisor; 
 
b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a 
redução de custos, já concluído ou em andamento. 
 
O ato de qualificação ocorre por meio de Decreto. A manutenção da 
qualificação de agência executiva depende da renovação do contrato de gestão 
e de que o plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional 
tenha prosseguimento ininterrupto, até a sua conclusão. Se houver 
descumprimento do plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento 
institucional, a entidade perde a qualificação de agência executiva. 
 
2.3 Agência reguladora 
 
Regular significa organizar determinado setor, assim como, controlar as 
entidades que atuam nesse setor, “engloba toda forma de organização da 
 
10 
 
atividade econômica através do Estado, seja a intervenção através da 
concessão de serviço público ou o exercício de poder de polícia” (SALOMÃO 
FILHO, 2001, p. 15). 
São autarquias de regime especial, responsáveis pela regulamentação, 
controle e fiscalização de serviços públicos transferidos ao setor privado. 
Exemplos: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica; ANATEL – Agência 
Nacional das Telecomunicações; ANP – Agência Nacional de Petróleo; ANVISA 
– Agência Nacional de Vigilância Sanitária; ANAC – Agência Nacional de 
Aviação Civil e ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. 
 
Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, no direito brasileiro, já existiam 
agências reguladoras, antes mesmo da inovação da nomenclatura, menciona 
que durante o período de 1930-1945, existia o Comissariado de Alimentação 
Pública (1918), o Instituto de Defesa Permanente do Café (1923), o Instituto do 
Açúcar e do Álcool (1933), o Instituto Nacional do Mate (1938), o Instituto 
Nacional Pinho (1941) e o Instituto Nacional do Sal (1940), todos eles autarquias 
com a finalidade de regular a produção e o comércio (1975, p.253-257). 
Segundo Di Pietro, no direito brasileiro existem dois tipos de agência 
reguladoras: 
 
a) As que exercem Poder de Polícia, com a imposição de limitação 
administrativa; 
b) As que regulam e controlam atividades que constituem objeto de 
concessão, permissão ou autorização de serviço público 
(telecomunicações, energia elétrica, transporte etc.) ou para 
exploração de bem público (como o petróleo). 
 
Esse segundo modelo de agência reguladora possuí o poder de 
concessão, permissão e autorização, que antes eram desempenhados somente 
pela Administração Direta, na qualidade de poder concedente. Essas agências 
reguladoras possuem o poder de “fixar e alterar unilateralmente as cláusulas 
regulamentares, os de encampação, intervenção, uso compulsório de recursos 
humanos e materiais da empresa concessionária, poder de direção e controla 
sobre a execução do serviço, poder sancionatório, poder de decretar a 
 
11 
 
caducidade e de fazer a reversão de bens da concessionária ao término da 
concessão” (DI PIETRO, 2017, p. 602). 
Sabe-se que todo contrato de concessão (como os contratos 
administrativos em geral) possui o duplo aspecto: o que diz respeito ao seu 
objeto, referente à execução da atividade delegada ao particular; o que diz 
respeito ao aspecto financeiro, referente aos direitos do contratado, que é, em 
regra, empresa capitalista que objetiva o lucro; disso resulta a presença, na 
concessão, de cláusulas regulamentares, que visam garantir que o serviço seja 
prestado pela forma mais adequada ao interesse público, e de cláusulas 
contratuais, que objetivam garantir o direito da concessionária ao equilíbrio 
econômico-financeiro. 
A lei 9.986/2000 e a lei n. 13.848/2019 vão regular a gestão e organização 
das agências reguladoras, nelas está previsto que os dirigentes serão escolhidos 
pelo Chefe do Executivos, dependendo da aprovação pelo Senado Federal. São 
dirigidas por um colegiado, formado por 4 conselheiros ou diretores e 1 
presidentes, diretor-presidente ou diretor-geral (Art. 4º, da lei 9.986/2000). Os 
requisitos para ser presidente, diretor-presidente ou diretor-geral, estão 
elencados no artigo 5º, da Lei 9.986/2000. Seu mandado será de 5 anos (a partir 
da Lei 13.848/2019). 
Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam 
impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado 
pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração 
ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória. 
Nesse período, que antes era chamado de “quarentena”, pois antes da 
alteração que trouxe a lei 13.848/2019, o prazo era de quatro meses, o ex-
dirigente fica proibido de exercer atividades ou prestar qualquer serviço no setor 
regulado pela respectiva agência, por um período de seis meses (art. 8º, da Lei 
9.986/2000) , contados da exoneração ou do término do mandato. Durante esse 
período o dirigente continua vinculado à Agência, fazendo jus à remuneração 
compensatória equivalente ao cargo de direção que exercia (DI PIETRO, 2017, 
p. 603). 
 
 
12 
 
3. AUTARQUIAS FUNDACIONAIS OU FUNDAÇÕES AUTARQUICAS OU 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO: 
 
3.1 Características 
 
A) Definição: Pessoa jurídica de direito público composta por um 
patrimônio personalizado destinado pelo fundador para uma finalidade 
específica. 
B) Criação/extinção: Criada por lei ordinária 
C) Patrimônio: 100% público 
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde 
subsidiariamente. 
E) Regime pessoal: estatutário. 
F) Regime de bens: públicos. 
G) Privilégios: tributários SIM (art. 150, VI, a, CF) – não tem imunidade 
quando foge da finalidade específica. Ex.: Casa doada e que não está sendo 
usada, dever de pagar IPTU. Processuais (art. 183, CPC), prazo em dobro. 
H) Controle: Tribunal de Contas (não há hierarquia e subordinação), só 
controle de legalidade. 
 
4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO: 
 
4.1 Características: 
 
A) Definição: tem como objetivo atividade de interesse social. É pessoa 
de direito privado. Presta um serviço social para o Estado, vai atuar na área de 
educação, saúde, moradia, previdência etc. 
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, criada por decreto, mas 
tem área de atuação definia por lei complementar (art. 37, XIX, CF). Só cria 
personalidade jurídica a partir do ato constitutivo dela, ou seja, o estatuto socialregistrado no cartório de registro de pessoas jurídicas. 
C) Patrimônio: poderá ser 100% público ou misto. 
 
13 
 
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde 
subsidiariamente. 
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público (apesar de submetido 
à concurso). 
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público. 
G) Privilégios: Foro da Justiça Federal. Não tem prazo em dobro. Não 
tem processuais. Tem imunidade tributária sobre a atividade principal, mas não 
sobre os demais bens. 
H) Controle: Tribunal de Contas. 
 
5. EMPRESA PÚBLICA: 
 
5.1 Características 
 
A) Definição: para prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica, sob qualquer modalidade empresarial. É pessoa de direito privado. 
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, expedição de decreto 
regulamentando, efetivada com registro dos atos consecutivos em cartório e na 
Junta comercial. 
C) Patrimônio: social público. 
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva (se prestadora de serviço 
público, Estado responde subsidiariamente). Direta e subjetiva (se exploradora 
de atividade econômica, Estado não responde). 
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público. 
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público quando 
prestadora de serviço público. 
G) Privilégios: não tem privilégio. 
H) Controle: Tribunal de Contas. 
I) Foro competente: Justiça Federal (se empresa pública federal, art. 
109, I, CF), Justiça Estadual (se empresa estadual ou municipal). 
 
 
14 
 
6. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
6.1 Características 
 
A) Definição: para prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica, sob a forma de Sociedade Anônima. É pessoa de direito privado. 
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, expedição de decreto 
regulamentando, efetivada com registro dos atos consecutivos em cartório e na 
Junta comercial. 
C) Patrimônio: misto, sendo que mais de 50% precisa ser público. 
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva (se prestadora de serviço 
público, Estado respondo subsidiariamente). Direta e subjetiva (se exploradora 
de atividade econômica, Estado não responde). 
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público (apesar de submetido 
à concurso, inclusive das subsidiárias: Liquigás). 
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público quando 
prestadora de serv. público. 
G) Privilégios: Não tem. 
H) Controle: Tribunal de Contas. 
I) Foro competente: Justiça Estadual (súmula 556, STF e 42 do STJ, 
exceção: só tem foro na justiça federal quando a União intervém como assistente 
ou opoente, súmula 517, STF). 
 
7. ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS (CONSÓRCIOS DE DIREITO PÚBLICO): 
AUTARQUIA INTERFEDERATIVA: 
 
É a união de dois ou mais entes para a prestação de um serviço público. 
Aplica-se as regras pertinentes às autarquias. Prefeitos vão assinar o protocolo 
de intenções que será submetido a câmara de vereador que vai ratificar a lei 
municipal que vai confirmar a criação. A partir da ratificação da lei cria-se uma 
entidade. Exemplo: Consórcio intermunicipal de saúde e saneamento básico: De 
 
15 
 
acordo com as alterações que trouxe a lei 13.822/2019, os agentes públicos 
serão celetistas. 
É uma espécie de autarquia, vão adquirir personalidade jurídica a partir 
da criação por lei e vai integrar a administração indireta de todos os entes 
consorciados. 
Somente o consórcio público de direito público pode exercer poder polícia. 
A União não pode participar sozinha junto com municípios, o estado 
também deverá integrar o consórcio, o mesmo se aplica aos consórcios públicos 
de direito privado! 
 
8. CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE DIREITO PRIVADO. 
 
Aplica-se as regras de fundação de direito privado. Consórcio: são 
associações, entidades criadas para a prestação de serviços conjuntos. Vão ser 
registrados em cartório para criar a entidade, então, a partir do registro do ato 
constitutivo no órgão competente, da mesma forma que acontece com a 
empresa pública ou sociedade de economia mista. O regime dos agentes 
públicos será o celetista, de acordo com a lei 13.822/2019. 
 
9. PARAESTATAIS 
 
Paraestatais é o Terceiro Setor ou Entes de Cooperação. São entidades 
particulares que atuam em pareceria com o Estado. Executam atividade de 
interesse público sem finalidade lucrativa. Recebem alguns benefícios e se 
submetem algumas restrições. 
 
 Organizações Sociais (OS) – Lei 9.637/98 
 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) – 
Lei 9.790/99 
 Entidade de Apoio ou Parceiros Voluntários – Lei 13.019/2014 
 Serviços Sociais Autônomos (Sistema S) – criado por lei, julgado 
por J.E 
 
 
16 
 
9.1 Organizações Sociais (OS): 
 
 Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, criadas por particulares 
para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado, previstos 
em lei. A lei 9.637/98 autorizou que fossem repassados serviços de: ensino, 
pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do 
meio ambiente, cultura e saúde. 
 
 Celebram contrato de gestão (artigo 37, §8º); 
 
 Dispensa licitação quando forem oferecer seu serviço contemplado no 
contrato de gestão. 
 
 Podem receber: recursos orçamentários, bens públicos através de uma 
permissão de uso, recebem servidores públicos. 
 
 O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como 
organização social, quando constatado o descumprimento das disposições 
contidas no contrato de gestão. 
 
 OBS 1: A desqualificação será precedida de processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da 
organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos 
decorrentes de sua ação ou omissão. 
 
 OBS 2: A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos 
valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras 
sanções cabíveis. 
 
 São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas. 
 
9.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP): 
 
 OSCIPs são Organizações criadas por iniciativa privada, semelhantes as 
OS, mas com rol maior e diferente vínculo, não por contrato de gestão, mas 
por termo de parceria. 
 
 Recebem menos benefícios. 
 
 Requisitos: 
 Pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos 
 
17 
 
 
 Devem ter sido constituídas e se encontrem em funcionamento 
regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos 
objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos 
instituídos na lei 9790/99. 
 
 Apresentem balanço patrimonial e demonstrativo de resultado do 
exercício 
 
 Declaração de isenção de Imposto de Renda 
 
 Habilitação perante o Ministério da Justiça 
 
 Desempenhar serviço social não exclusivo do Estado 
 
 Não podem ser OSCIP: Artigo 2º da Lei 9.790/1999. 
 
 Podem receber verba pública, mas não podem receber cessão de bens e 
servidores. 
 
 Não estão submetidas a concurso público. 
 
 Controle: pela Administração Pública e Ministério da Justiça. 
 
9.3 Entidades de Apoio ou Parcerias Voluntárias: Lei 13.019/2014. 
 
 Não possuem fins lucrativos. Ex.: entidade de apoio em hospitais públicos e 
universidades públicas, igrejas. 
 
 São instituídas pelo Poder Público, por servidores públicos de certa entidade 
estatal e com seus próprios recursos, sob forma de Fundação, Associação 
ou Cooperativa. 
 
 Não estão submetidas a concurso público. 
 
 Sofrem controle do TCU e da entidade. 
 
 Procedimento licitatório simplificado. 
 
 Não desempenham atividades delegadas pelo Poder Público. 
 
 Forma vínculo por meio de Convênio, através de Termo de Colaboração. 
 
 
18 
 
9.4 Serviços Sociais Autônomos (Sistema S): 
 
 Possuem personalidade de direito privado, para ministrar assistência e 
ensino a certas categorias sociais ou grupos de profissionais vinculada ao 
sistema sindical, sem fins lucrativos; 
 
 São mantidos por dotações orçamentáriasou por contribuições parafiscais. 
 
 São criados ou autorizadas por lei específica. 
 
 Não são obrigadas a realizar concurso público (decisão do STF). 
 
 Podem receber dinheiro público, como também gozam da 
PARAFISCALIDADE: cobrança de contribuições dos associados – tem 
natureza tributária, por tanto dinheiro público. 
 
 São submetidas a fiscalização do Tribunal de Contas, para controle 
finalístico. 
 
 Ex.: Senai, Senac, Sesi, Sesc... 
 
10. PRINCÍPIOS 
 
10.1 Princípio da Supremacia do Interesse Público: o interesse público é 
superior ao interesse do particular, assim é possível verificar privilégios à 
Administração Público que se justificam na supremacia do interesse público: 
 
A) Diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada, 
como através da: Desapropriação (desde que assegurada justa e prévia 
indenização). Requisição administrativa (uso da propriedade priva sem 
remuneração, havendo indenização ulterior, se houver dano). Tombamento de 
um imóvel histórico. 
 
B) Cláusulas exorbitantes: que possibilitam a ADM PUB modificar ou 
rescindir unilateralmente um contrato. 
 
 
19 
 
10.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público 
 
Limitar o princípio da supremacia do interesse público, pois o interesse 
não será conforme o interesse do administrador, mas sim, na forma da lei. O 
Estado, por exemplo, não pode renunciar recebimento de receitas devidas, salvo 
se expressamente previsto em lei. Não poderá alienar um bem enquanto ele 
estiver afetado a uma destinação pública específica. E mesmo desafetado, 
deverá seguir a regras de licitação prévia. 
 
10.3 Princípio da Legalidade 
 
Todos, sem exceção, estão sujeitos ao império da lei. Quando não houver 
previsão legal, não há possibilidade de atuação da Administração Pública. 
 
10.4 Princípio da impessoalidade 
 
Atuação da Administração Pública com critério objetivos e não pessoais, 
não pode ser relevante para a pessoa, mas para o interesse coletivo. Quando 
um agente pratica um ato, não é a pessoa, mas o Estado praticando-o. Exemplo: 
vedada a propaganda do governo em obras. Art. 2º, III, da Lei 9.784/1999 ou a 
remoção por punição. 
Qualquer ato praticado com o objetivo diverso da satisfação do interesse 
público será considerado nulo por desvio da finalidade. 
Está ligado também com o princípio da isonomia, onde o próprio artigo 37, 
II, da CF, impõe o dever da realização de concurso público como condição para 
ingresso em cargo efetivo ou emprego público. 
O artigo 37, inciso XXI, que exige a licitação para assegurar igualdade 
entre todos os concorrentes. 
Vedação ao nepotismo: Súmula vinculante nº 13. 
 
 
 
20 
 
10.5 Princípio da Moralidade 
 
Honestidade, boa fé e não corrupção. Moralidade administrativa: não se 
trata de um exame de oportunidade e conveniência, mas uma análise de 
legitimidade, ou seja, um ato praticado em desacordo com a moral é nulo e não 
meramente inoportuno ou inconveniente. 
Ligado ao artigo 37, §4º, CF: versa sobre os atos de improbidade 
administrativa. 
 
10.6 Princípio da publicidade 
 
Se admitem atos sigilosos quando: 
 Nos casos de segurança nacional: seja ela de origem militar, 
econômica, cultural etc. Nestas situações, os atos não são 
tornados públicos. Por exemplo, os órgãos de espionagem não 
fazem publicidade de seus atos. 
 
 Nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é 
extremamente sigiloso (só a ação penal que é pública). 
 
 Nos casos dos atos internos da Administração Pública: nestes, por 
não haver interesse da coletividade, não há razão para serem 
públicos. 
 
A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal 
(através do Diário Oficial Federal), estadual (através do Diário Oficial Estadual), 
quanto municipal (através do Diário Oficial do Município). 
Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade 
poderá ser feita através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais 
conhecidos e determinados pela Administração. 
 
10.7 Princípio da Eficiência 
 
Foi inserido pela EC 19/1998. Mesma emenda que alterou o artigo 41 e 
disse que o servidor público só será efetivado após a avaliação de desempenho. 
 
21 
 
Art. 39, §2º. CF: formação constantes. 
Segundo a doutrina, ele pode ser descrito sob duas perspectivas: 
1) Da atuação do servidor público espera-se o melhor desempenho 
possível de suas atribuições, a fim de obter melhores resultados. 
 
2) Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a adm. pub., deve 
ser o mais racional possível, com intuito de alcançar melhores resultados. 
 
10.8 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 
 
Não estão expressos na CF. Ato irrazoável ou desproporcional será 
anulado, não revogado. 
Anulação: vício de legalidade (poderá ser anulado tanto pela 
Administração Pública, quanto pelo Poder Judiciário), seu efeito é ex tunc. 
Revogação: ato lícito, que a Administração Pública pode revogar porque 
não entende mais como conveniente ou oportuno, ou seja, não tem mais 
interesse, trata-se de juízo de mérito. Seu efeito será ex nunc. 
Controle de atos discricionários: toda vez que lei confere margem de 
escolha ele deverá fazer dentro do razoável e proporcional. 
Razoabilidade: Adequação e necessidade. 
A proporcionalidade é a adequação entre fins e meios; 
 
Exemplo: pena mais severa que a gravidade da infração. 
 
10.9 Princípio da autotutela 
Possibilita a Administração Pública controlar seus próprios atos, 
apreciando quanto ao mérito e a legalidade. 
Não exclui a apreciação da legalidade pelo Poder Judiciário: artigo 5º, 
inciso XXXV, da CF. 
 
 
 
22 
 
10.10 Princípio da ampla defesa e do contraditório 
 
Deve ser respeitado em processo judicial e no âmbito administrativo. 
Corresponde ao direito de saber e poder se manifestar sobre as alegações. 
 
Súmula vinculante n. 5: ausência de defesa técnica em processo 
administrativo não gera nulidade. 
 
Súmula vinculante n. 21: é inconstitucional a exigência de depósito prévio 
para interposição de recurso administrativo. 
Art. 5º, XXXV, CF: trata sobre o princípio da inafastabilidade da jurisdição, 
somente o judiciário profere decisões com caráter de definitividade, assim, as 
decisões administrativas não são definitivas e são passíveis de discussão no 
judiciário. Não precisa de esgotamento da via administrativa para ter acesso ao 
judiciário. Exceto na justiça desportiva, que precisa esgotar a via administrativa. 
 
 
23 
 
11 AGENTES PÚBLICOS 
 
Agentes públicos é o conceito amplo para pessoas físicas que prestam 
serviço público, tanto na administração direta, quanto na administração indireta. 
 
• Espécies de agentes públicos1: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os servidores estatais ou chamados administrativos vão se subdividir 
em três espécies: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.2 Forma de ingresso em cargo, emprego ou função: 
 
 
1 Entram na categoria de militares: polícia militar, corpo de bombeiros e membros das 
forças armadas (marinha, exército e aeronáutica). 
 
Agentes políticos: 
• Função política 
(chefes de 
executivo, membros 
do legislativo, 
secretários 
estaduais e 
municipais, 
ministros de estado)
Particulares em 
colaboração com a 
ADM: 
• Jurados, mesários, 
titulares de 
serventia de 
cartório.
Agentes estatais/
administrativos
• Os servidores 
públicos 
estatutários.
•Empregados 
públicos.
•Servidores 
temporários.
Militares
• "Não há distinção 
entre os servidores 
civis e os militares, a 
não ser pelo regime 
jurídico, 
parcialmente 
diverso" (DI PIETRO, 
2017, p. 678).
Temporários: 
• Contratados com base no 
artigo 37, IX, CF – de 
excepcional; interesse; 
Precisa ter lei da carreira 
que diga qual o serviço 
será temporário, quanto 
tempo dura. É contrato 
em regime especial.
Celetista:
• Atividade permanente, 
aprovado mediante 
concurso de prova ou 
prova e títulos. 
• Ocupantes de empregopúblicos.
• Contrados sob regime da 
legislação trabalhista
Estatutários:
• Atividade permanente, 
aprovado mediante 
concurso de prova ou 
prova e títulos.
• Ocupantes de cargos 
públicos. 
• Contratados sob regime 
estatutários.
 
24 
 
Segundo a redação do inciso II, do artigo 37, da CF, com redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 19/98: 
 
a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração 
 
A exigência de concurso público significa dizer que o procedimento é 
aberto a todos que possam se interessar, neste sentido, são importantes duas 
súmulas aprovadas pelo STF, que visam evitar restrições infundadas à 
participação do candidato em concurso público: 
 
Súmula 684, STF: inconstitucional o veto não motivado à participação 
de candidato a concurso público. 
Súmula 686, STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público. 
 
O artigo 37, inciso II, dispensa o concurso público para os cargos em 
comissão, todavia o inciso V regula essa livre escolha dos seus ocupantes: 
 
V- As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
 
Além disso a Súmula vinculante n. 13, Supremo Tribunal Federal, regula 
essas nomeações para evitar violações ao princípio da impessoalidade, princípio 
da moralidade e legalidade. Assim, regula pela proibição de nomeações de 
cônjuge, companheiro, parente até 3º grau, em linha reta ou colateral, inclusive 
por afinidade, para cargos em comissão, de confiança ou função gratificada, na 
Administração Direta e Indireta. 
 
ATENÇÃO: a aplicação da Súmula vinculante n. 13 diz respeito aos 
cargos administrativo, o STF ao aprovar a súmula foi omisso quanto aos 
cargos políticos, assim, eles não são afetados por ela. Ressalvadas situações 
de fraude à lei, segundo o entendimento jurisprudencial. 
 
25 
 
 
Observe que o artigo 37, inciso II, da CF, fala somente na exigência de 
concurso público para cargo ou emprego público, sem mencionar as funções, 
segundo José Afonso da Silva (2003, p. 659) “deixa a Constituição, porém, uma 
grave lacuna nessa matéria, ao não exigir nenhuma forma de seleção para 
admissão às funções (autônomas) referidas no artigo 37, I, ao lado dos cargos e 
empregos. Admissões a função autônoma sempre foram fontes de 
apadrinhamentos, de abusos e de injustiças aos concursados”, todavia, Di Pietro 
já discorda, sustentando que a função só existe para prazo determinado, para 
atender necessidades temporárias e excepcionais ao interesse público, nos 
termos do artigo 37, inciso IX, da CF, pois em razão da nova redação do artigo 
V, a função de confiança, de livre provimento e exoneração, só poderá ser 
possível nos limites da direção, chefia e assessoramento, que são preenchidas 
por servidores ocupantes de cargo efetivo, já o cargos em comissão, até sofrem 
menor restrição, porque seu preenchimento por servidor de carreira só é exigido 
nas condições e percentuais mínimos previstos em lei (DI PIETRO, 2017, p. 695-
698). 
Os casos excepcionais de interesse público dos contratos temporários 
estão regulados no artigo 2º, da Lei 8.745/93. O artigo 4º, traz o prazo de 
contratação, sendo possível a prorrogação em casos expressamente previstos 
no parágrafo único do mesmo dispositivo. O artigo 9º, III e o artigo 5º, 
estabelecem que o pessoal contratado temporariamente não poderá ser 
novamente contratado, salvo na hipótese do artigo 2º, inciso I e IX, mediante 
prévia autorização do Ministro do Planejamento de Estado do Planejamento, 
Orçamento e Gestão e do Ministrado de Estado. 
Os municípios que querem contratar temporariamente devem 
estabelecer, por lei própria, as hipóteses de contratação e o regime jurídico 
aplicado aos mesmos. 
 
11.3 Concurso público 
 
 
26 
 
Ainda sobre o ingresso, o artigo 37, inciso III, da CF, fixa o prazo de dois 
anos para a validade de um concurso público, podendo ser prorrogado por igual 
período uma única vez. Essa prorrogação é a critério da Administração Pública, 
não havendo direito subjetivo dos candidatos aprovados de prorrogação. 
Diferente do direito subjetivo do candidato aprovado dentro do número de vagas, 
ele possui o direito de nomeação. 
O artigo 37, inciso IV, da CF, traz em sua redação que “durante o prazo 
improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre 
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira”, significa dizer 
que mesmo que a Administração Pública realize novo concurso, durante a 
vigência do concurso anterior, os candidatos aprovados terão prioridade na 
nomeação. 
As pessoas portadoras de deficiência, o inciso VIII, do art., 37, da CF, 
determina que “a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para 
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”, tal 
dispositivo não é autoaplicável, devendo o interessado adotar medidas judicias 
cabíveis em caso de omissão do Poder Público na promulgação da lei. O 
procedimento para a reserva de vagas aos portadores de deficiência está 
regulado pela Decreto n. 3.298/99, que regulamenta a lei n. 7.853/89. No âmbito 
federal, a lei n. 8.112/90, assegura 20% das vagas oferecidas em concursos para 
portadores de deficiência (art. 5º, §2º). Esse percentual já muda na Resolução 
n. 75/09, do CNJ, determina que no concurso para ingresso na magistratura “as 
pessoas com deficiência que declararem tal condição, no momento da inscrição 
preliminar, terão reservados, no mínimo 5% (cinco por cento) do total de vagas, 
vedado o arredondamento superior”. 
Quanto ao ingresso do servidor público também se aplica o disposto no 
artigo 7º, inciso XXX, da CF, o qual veda diferenças de salário, de exercício de 
função e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
Contudo, essa proibição não é absoluta, não podemos deixar de observar o 
artigo 39, §3º, da CF, principalmente no que estabelece a parte final, a qual 
permite que o legislador, através de lei, estabeleça requisitos diferenciados de 
 
27 
 
admissão quando a natureza do cargo exigir, em razão do princípio da 
razoabilidade. Exemplo: limitação de idade para cargos policiais, neste sentido 
a Súmula 686, do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público 
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. 
 
ATENÇÃO: É possível ação popular, nos termos do artigo 4º, inciso I, 
da Lei n. 4.717/65, quanto ao ingresso de servidor público sem observância 
dos procedimentos legais. 
 
“Provimento é o ato do poder público que designa para ocupar cargo, 
emprego ou função a a pessoa que preencha os requisitos legais. Distingui-se 
da investidura, que é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício 
do cargo, emprego ou função, abrangendo a posse e o exercício” (DI PIETRO, 
2017, p. 768). O provimento é necessário para que possa ocorrer a investidura, 
de acordo com o artigo 6º e 7º, da Lei n. 8.112/90. 
 
A nomeação é ato de provimento, já a investidura se dá através da posse, 
que poderá ser por procuração, segundo o artigo 13, §3º, da Lei n. 8.112/90. A 
regra é que o concurso público seja aplicado para todos os servidores públicos, 
exceto, é claro, para os cargos em comissão, que são de livre nomeação e 
exoneração, pois serve parapreservar o vínculo de confiança. 
Contratados temporariamente (art. 37, IX, da CF) NÃO prestam concurso 
público, todavia PODEM ser submetidos a processo seletivo simplificado. 
 O prazo de validade do concurso público será ATÉ dois anos, 
podendo ser prorrogável por uma vez, em igual período. 
 O STJ e o STF entendem que o candidato aprovado dentro do 
número de vagas previstas pelo edital tem direito subjetivo à 
nomeação (desde que o certame esteja válido). 
 
 
Concurso 
Público Nomeação
30 dias -
Posse
15 dias -
Exercício
Estágio 
probatório
3 anos -
Estabilidade
 
28 
 
 
 
11.4 Da estabilidade 
 
Em regra, após três anos de exercício (art. 41, caput, da CF), assim, 
passando pelo estágio probatório o servidor nomeado por concurso público, 
poderá perder seu cargo através das seguintes hipóteses: 
a) por virtude de sentença judicial transitada em julgado 
b) mediante processo administrativo 
c) em razão da avaliação de desempenho 
d) exoneração por violação ao limite com despesa de pessoal previsto no artigo 
169, §4º, disciplinado pela LC n. 101/01. Neste caso haverá a perda do cargo 
o servidor efetivo após a redução de 20% das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança, exoneração de servidores não estáveis e 
exoneração dos que adquiriram estabilidade sem concurso, de acordo com 
o art. 33, da Emenda n. 19. Após estas medidas é que será possível a 
exoneração de um servidor público concursado estável. A exoneração do 
servidor dependerá de ato normativo motivado. O servidor fará jus a 
indenização correspondente a um mês de remuneração por cada ano de 
serviço. Seu cargo será considerado extinto por quatro anos (art. 169, §6º, 
da CF); 
 
Sempre garantindo ampla defesa e contraditório. De acordo com o artigo 19, 
das ADCT: 
 
O dispositivo excluiu o direito a essa estabilidade os professores 
universitários, os ocupantes de cargos, funções e empregos de 
confiança ou em comissão, além dos que a lei declara de livre 
exoneração; no entanto, o tempo de serviço em cargo ou função de 
confiança poderá ser contado para fins de estabilidade, desde que seu 
ocupante seja servidor (DI PIETRO, 2017, p. 757). 
 
 A estabilidade depende de uma avaliação de desempenho, 
regulada por lei complementar (Art. 41, §1º, inciso III, da CF). A avaliação é 
realizada por uma comissão especial instituída para essa finalidade. O próprio 
artigo 20, da Lei 8.112/90, refere que se o servidor não preencher as condições 
necessárias para o exercício do cargo, referentes a moralidade, assiduidade, 
disciplina, capacidade iniciativa, produtividade e responsabilidade, será 
 
29 
 
exonerado ex officio, desde que assegurado o direito de defesa (Súmula n. 21, 
do STF e art. 5º, LV, da CF). 
 
11.5 Formas de provimento 
 
O provimento pode ser originário ou pode ser derivado. Originário é 
quando o servidor se vincula pela primeira vez com o cargo, emprego ou função. 
Pode ser através da nomeação como, também, da contratação, depende do 
regime jurídico aplicado. Já o provimento derivado é aquele que depende de um 
vínculo anterior (DI PIETRO, 2017, p. 769). 
 
Súmula vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade 
de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia 
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
 
Nas formas de provimento derivado vamos encontrar a promoção, 
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e a recondução (Art. 8º, da 
Lei n. 8.112/90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
A promoção corresponde a passagem do servidor público para um grau 
maior de responsabilidade e maior complexidade de atribuições, permanecendo 
dentro da mesma carreira para a qual foi nomeado. 
A readaptação, de acordo com o artigo 24, da Lei 8.112/90, é a 
investidura do servidor em cargo de atribuições compatíveis com a limitação que 
sofreu em sua capacidade física ou mental, após verificação em inspeção 
médica. Caso fique incapacitado, será aposentado por invalidez. Segundo o §2º, 
do referido artigo, na readaptação é necessário ser respeitada a habilitação 
exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos, se não houver 
cargo compatível vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, 
até que haja uma vaga. 
A reversão, conforme o disposto no artigo 25, da Lei 8.112/90, é o retorno 
do servidor aposentado por invalidez, quando a junta médica oficial declarar que 
não existem mais os motivos que levaram à aposentadoria ou, então, no 
interesse da administração, desde que: 
 
a) tenha solicitado a reversão; 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) estável quando na atividade; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à 
solicitação; 
e) haja cargo vago. 
 
O aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava em 
disponibilidade, esse servidor volta para cargo de atribuições e vencimentos 
compatíveis com o que anteriormente ocupada, consoante artigo 30, da Lei n. 
8.112/90. 
 
Um servidor estará em disponibilidade (e, portanto, em inatividade) ou 
porque 1) houve a extinção de seu cargo ou 2) houve a declaração de 
desnecessidade do cargo. Permanece em disponibilidade até que haja 
seu adequado aproveitamento em outro cargo. Um servidor em 
disponibilidade recebe remuneração, por essa razão a Administração 
Público tem o dever de aproveitá-lo em outro cargo o mais rápido 
possível a fim de evitar a eterna inatividade remunerada (ROSSI, 2018, 
p. 458). 
 
 
31 
 
A reintegração corresponde a volta do servidor público demitido, cuja 
demissão foi invalidada por decisão judicial ou administrativa. Neste caso haverá 
o ressarcimento de todas as vantagens que deixou de receber durante a sua 
vacância, de acordo com o artigo 28, da Lei n. 8.112/90. 
E, por fim, a recondução e a volta do servidor público ao cargo anterior 
em razão da inabilitação em estágio probatório em outro cargo ou, então em 
razão da reintegração de outro servidor ao cargo que está ocupando, conforme 
o artigo 29 da Lei n. 8.112/90. 
 
11.6 Acumulação de cargos 
 
A regra é que o acúmulo de cargo remunerados seja vedado. Essa regra 
é aplicada tanto para os servidores da administração direta, quanto das 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, as 
subsidiárias, ou seja, qualquer empresa que o Estado tenha participação 
acionária. Mas existe uma exceção, havendo compatibilidade de horários e 
sendo: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas. 
Neste caso poderá haver a cumulação de cargos. Esse é o entendimento 
a partir da análise do artigo 37, incisivos XVI e XVII, da Constituição Federal. 
Existem outras normas referentes a cumulação de cargo: 
a) Mandato de vereador e cargo, função ou emprego público (Art. 38, 
III, da CF). 
b) Juiz e o magistério (art. 95, parágrafo único, inciso I, da CF). 
c) Membro do MP e o magistério (art. 128, §5º, II, d, da CF). 
d) Policiais e bombeiros militares dos Estados, DF e Territórios, 
poderão cumular cargo nos termos do artigo 37, XVI, da CF (art. 
42, §3º, CF). 
 
ATENÇÃO: No caso de agentes públicos aposentados, 
é vedada a acumulação de proventos oriundos da 
 
32 
 
aposentadoria com a remuneração de outro cargo efetivo, 
salvo nos casos que a própria Constituição Federal autoriza a 
acumulação de cargo, previsto nos artigos referidos. “Como se 
vê, a proibição somente atinge os ocupantes de cargos 
efetivos, deixando as portas abertas para que os aposentados 
acumulem proventos com os vencimentos de cargo em 
comissão” (DI PIETRO, 2017, p. 725). 
 
11.7 Regime remuneratório dos servidores 
 
A emenda constitucional n. 19/98 modificou o sistema remuneratório dos 
servidores públicos. A Constituiçãofala tanto em remuneração, quanto em 
vencimentos para se referir à contribuição pecuniária que os servidores públicos 
recebem. Cabe a legislação infraconstitucional dar o conceito legal. 
A regra é que o valor recebido pelos servidores é composto por uma parte 
fixa, chamada de remuneração ou vencimentos, e uma parte variável, de 
acordo com o tempo de serviço, função, condições especiais de prestação do 
serviço, que genericamente denominadas de vantagens pecuniárias, 
compreendem entre adicionais, gratificações e verbas indenizatórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.8 Teto das remunerações 
 
Após diversas alterações e emendas constitucionais, a EC 41/03 
estabeleceu uma nova redação ao artigo 37, inciso XI, da CF. Em uma leitura 
REMUNERAÇÃO OU 
VENCIMENTOS
Vencimentos 
básicos
Vantagens 
pecuniárias
Adicionais Grastificações Indenizatórias
 
33 
 
conjunta, entre a Constituição Federal e demais normas relacionadas ao teto das 
remunerações, temos como limites: 
 
a) No âmbito federal o teto corresponde ao subsídio do Ministro do Supremo 
Tribunal Federal; 
b) No âmbito estadual, o teto é diferente para os servidores dos três poderes: 
i. Poder legislativo: deputados 
ii. Poder executivo: governador 
iii. Poder judiciário: desembargadores (aqui também se incluem os 
membros do MP e Defensores Públicos). 
c) No âmbito municipal: teto é o subsídio do prefeito. 
 
O texto abrange tanto regime remuneratório, quanto ao regime de 
subsídios. Aplica-se aos servidores públicos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos. Este teto também atinge os proventos dos aposentados e a 
pensão dos dependentes de falecidos. Significa dizer que alcança os servidores 
da Administração Direta e Indireta, todavia, quanto às empresas públicas, 
sociedade de economia mista e subsidiárias, aplica-se o teto somente se 
receberem recurso da União, do estados, Distrito Federal e dos Municípios para 
o pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (de acordo com o 
art. 37, §9º, da CF) (DI PIETRO, 2017, p. 714-715). 
 
ATENÇÃO: Tema 377 de Repercussão Geral: Incidência do 
teto remuneratório no caso de acumulação de cargos públicos: 
O Plenário aprovou a seguinte tese para efeito de 
repercussão geral, sugerida pelo relator da matéria, ministro Marco 
Aurélio: “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de 
acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 
37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de 
cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto 
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”. 
 
Para a aplicação do teto não serão consideradas as verbas indenizatórias 
previstas lei, segundo o §11, do artigo 37, da Constituição Federal. Todavia, as 
 
34 
 
vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza serão computadas para 
efeitos do limite remuneratório. 
 
 
 
11.9 Regime Previdenciário Próprio do Servidor - SPPS 
 
Tanto a aposentadoria, quanto a pensão, possuem natureza de benefício 
previdenciário e contributivo, de acordo com a Constituição Federal, em seu 
artigo 40. Servidores ativos, inativos e pensionistas devem contribuir para o 
SPPS. 
Existem dois tipos de regime previdenciário: alguns servidores estão 
sujeitos ao regime geral de previdência social (art. 201 e seguintes, da CF) 
disciplinada pela Lei n. 8.212/91, outros estão sujeitos ao regimento 
previdenciário próprio do servidor (Art. 40, da CF), disciplinada pela Lei n. 
9.717/98. Esta última lei estabelece normas gerais, sem afetar a competência 
dos estados (art. 24, XII, CF) e dos municípios (art. 30, II, CF), competência 
suplementar, de estipular suas regras específicas. No âmbito federal, a matéria 
está disciplina na Lei n. 10.887/04. 
Independente do regime aplicado ser o RGPS ou RPPS, todos possuem 
direito a aposentadoria por invalidez, compulsória e voluntária. O que varia é o 
valor do provento e os requisitos exigidos para o recebimento do benefício. Para 
os servidores vinculados ao RGPS aplica-se as normas relativas aos 
empregados do setor privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regime 
Previdenciário
RGPS Art. 201 e ss, da CF
Cargo em comissão 
(ocupante exclusivo)
Cargo temporário
Emprego público
Cargo efetivo não 
amparado pelo RPPS*
RPPS Art. 40, CF
Servidores 
titulares de 
cargos 
efetivos da:
União
Estados
DF
Municípios
Autarquias
Fundações
 
35 
 
 
 
 
 
 
*A regra é que os detentos de cargo efetivo se enquadram no SPPS, mas 
isso depende se o ente federado tenha criado um regime próprio para seus 
servidores. Caso não tenha feito, seguirá o regime geral. 
 
11.8 Direito de greve e de associação sindical 
 
O artigo 37, inciso VI e VII, da CF, traz que: 
 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação 
sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos 
em lei específica; 
[...] 
 
O primeiro inciso é autoaplicável, todavia o segundo pede expressamente 
a definição em lei específica, lei para regulamentar o direito de greve, “como a 
matéria de servidor público não é privativa da União, entende-se que cada esfera 
de Governo deverá disciplinar o direito de greve por lei própria” (DI PIETRO, 
2017, p. 718). 
 
ATENÇÃO: O artigo 142, §3º, inciso IV, da Constituição 
Federal veda a sindicalização e o direito a greve para os militares, 
compreendido como aqueles que são membros das Forças Armadas. 
 
Aos demais agentes públicos, cujo quais possuem o direito de greve, 
existe uma lacuna na legislativa, isto porque a lei de greve 7.783/1989, lei geral 
de greve do trabalhador, em tese não é aplicada aos servidores, uma vez que 
ela traz expressamente no artigo 16 que, “para os fins previstos no artigo 37, VII, 
da Constituição, lei complementar definirá os termos e os limites em que o direito 
 
36 
 
de greve poderá ser exercido”, isto é, quis o legislador esclarecer que esta não 
é a lei específica que vai regular o direito de greve do servidor público. 
Entretanto, temos que ter o cuidado de analisar o artigo 173, §1º. Inciso 
II, pois o mesmo se refere que às empresas públicas, sociedade de economia 
mista e subsidiárias, será aplicada o regime jurídico igual às empresas privadas, 
assim, significa dizer que as regras trabalhistas é que se aplicaram a estas 
empresas. 
Quanto aos demais servidores, que não possuem a lei específica, 
inicialmente o Supremo Tribunal Federal entendeu que a norma constitucional 
se trata de norma de eficácia limitada, não podendo ser aplicada enquanto não 
for disciplinada em lei específica. Contudo, ao julgar os mandados de injunção 
n. 670-ES, 708-DF e 712-PA, o STF decidiu em aplicar a lei geral de greve, até 
que seja suprida a omissão legislativa. Mas esta autorização é restringida para 
algumas categorias que estejam relacionadas a manutenção da ordem pública, 
assim, não se aplicando para os policiais civis (DI PIETRO, 2017, p. 719). 
 
ATENÇÃO: Haverá corte de ponto para os 
servidores que estiverem em greve, sendo assim, 
haverá desconto dos dias não trabalhados, todavia, o 
STF admitiu a possibilidade de compensação dos dias 
parados mediante acordo. O supremo também 
entendeu que não haverá desconto se o motivo da 
greve se deu em razão de uma conduta ilícita da 
Administração Pública! (RE 456.530 e RE 693.456). 
 
12. REGIME DISCIPLINAR 
 
Segundo o artigo 143, da Lei 8.112/1990, a autoridade que tiver ciência 
de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração 
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, 
 
37 
 
assegurada ao acusado ampla defesa. As Sanções administrativas estão 
previstas no artigo 127 da Lei 8.112/1990: 
 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - Advertência; 
II - Suspensão; 
III - demissão; 
IV - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - Destituição de cargo em comissão; 
VI - Destituiçãode função comissionada. 
 
 Penalidade mais grave: DEMISSÃO! 
 
 Exoneração não é pena! 
 
Para a aplicação das penalidades deve haver prévio Processo 
Administrativo Disciplinar ou Sindicância. A Ação prescreverá na goram do artigo 
142, da Lei 8.112/1990: 
 
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
 
I - Em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo 
em comissão; 
 
II - Em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
 
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
 
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se 
tornou conhecido. 
 
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às 
infrações disciplinares capituladas também como crime. 
 
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente. 
 
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a 
partir do dia em que cessar a interrupção. 
 
12.1 Sindicância 
 
Trata-se de processo administrativo disciplinar simplificado. Deve 
respeitar o princípio do contraditório e da ampla defesa. Serve para apuração de 
 
38 
 
infrações leves. Após a apuração dos fatos, que não excederá 30 dias (podendo 
ser prorrogado por igual período, art. 145), a sindicância resultará em: 
 
 Arquivamento. 
 Aplicação da pena de advertência ou, então, de suspensão até 30 dias. 
 Bem como, pode resultar na instauração do processo administrativo 
disciplinar. 
 
No caso de advertência ou suspensão até 30 dias, essas penalidades 
poderão ser aplicadas pelo próprio chefe do departamento (art. 141, inciso III, 
Lei 8.112/1990). Agora, se o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição 
de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação 
de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será 
obrigatória a instauração de processo disciplinar. 
 
12.2 Processo administrativo disciplinar 
 
Sua interposição interrompe o prazo prescricional da aplicação da 
penalidade. É instaurado por meio de uma portaria designa a comissão 
processante. Comissão será composta por 3 servidores estáveis, designados 
pela autoridade competentes, não poderá participar de comissão de sindicância 
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. 
 
 Um dos 3 servidores será o presidente. Esse presidente deve ter 
cargo de nível igual ou superior do acusado. 
 
O processo disciplinar se desenvolve através de 3 fases: 
 
1) Instauração, com publicação do ato que constituir a comissão; 
2) Inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório. 
3) Julgamento. 
 
 
Inquérito administrativo: se subdivide em 3 subfases 
 
39 
 
 
1) Instrução probatória: todos os meios de prova, inclusive prova 
emprestada (S. 591, STJ) 
2) Apresentação de defesa: 10 dias, podendo ser prorrogado pelo dobro 
(se citado por edital, prazo de 15 dias, contados da última publicação 
em edital; se houver mais de um acusado no processo, prazo comum 
de 20 dias). Se não apresentar defesa, será declarada à revelia. Se 
acontecer isso, será nomeado a ele um defensor dativo (que não 
precisa ser advogado, S.V 5, desde que ele tenha nível igual ou 
superior do acusado, de cargo ou escolaridade). 
3) Relatório: conclusivo (natureza de parecer pois a comissão vai apenas 
opinar), não é vinculante! O relatório deverá indicar o dispositivo legal 
e regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes 
ou atenuantes. O relatório é remetido a autoridade que determinou a 
sua instauração para julgamento. O julgamento acatará o relatório da 
comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. 
 
O trabalho da comissão até o envio para a autoridade deve durar no 
máximo 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias (art. 152), e ainda 
poderá haver mais 20 dias para julgamento = 140 dias (prazo impróprio, seu 
desrespeito não gera nulidade do processo – Súmula 592 do STJ). 
 
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de 
depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, 
objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a 
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. 
 
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o 
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e 
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular 
quesitos, quando se tratar de prova pericial. 
 
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados 
impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para 
o esclarecimento dos fatos. 
 
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação 
do fato independer de conhecimento especial de perito. 
 
Súmula vinculante n. 05: A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
 
Art. 141 – diz quem é autoridade competente: 
 
I - Pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do 
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da 
República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria 
 
40 
 
ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou 
entidade; 
 
II - Pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente 
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de 
suspensão superior a 30 (trinta) dias; 
 
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos 
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou 
de suspensão de até 30 (trinta) dias; 
 
IV - Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de 
destituição de cargo em comissão. 
13. RECURSOS: 
 
A interposição de recurso não depende de caução, nem prévia garantia – 
S.V n. 21! É possível questionamentos do julgamento por 3 formas: 
Recurso: através da via hierárquica, tem prazo de interposição de 10 
dias. Endereçado para autoridade superior. 
Pedido de reconsideração: direcionado à autoridade que decidiu ou 
praticou o ato. Tem prazo de 30 dias para interposição. Só poderá ser utilizado 
quando houver novos argumentos ou provas suscetíveis de alterar a decisão. 
Não cabe pedido de reconsideração do pedido de reconsideração, portanto, só 
pode ser utilizado uma única vez. 
Revisão: não tem prazo para sua interposição, pode ser requerida a 
qualquer tempo, desde que tenha novos fatos. Apresentada a própria autoridade 
julgadora. PROIBIDO o reformatio in pejus na revisão. 
 
Atenção: Processo administrativo pode tramitar por no máximo 3 
instâncias (a julgadora e mais duas) (art. 57, da Lei 9.784/99). 
 
A Lei 9.784/99 dispõe sobre o processo administrativo no âmbito federal 
e ela é subsidiária, isto é, deve ser utilizada depois da lei específica. Está lei 
aplica-se a qualquer administrado! 
 
14. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: 
 
 
41 
 
Trata-se da obrigação do Poder Público de reparar os danos causados 
pelos seus agentes, no exercício de suas atribuições, conforme o artigo 37, §6º, 
da Constituição Federal: 
 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
Note que neste momento não estamos tratando sobre responsabilidade 
criminal ou administrativa do agente, mas sim, da responsabilização do Poder 
Público perante a terceiros, em razão de um dano causado pelo seu agente 
público (terminologia genérica para agentes políticos, servidores públicos, 
empregados públicos e particulares em colaboração com a administração 
pública). 
 
ATENÇÃO: agente de fato (decorredo princípio da segurança jurídica), se o 
agente está aparentemente investido da função/cargo, seus atos praticados 
geram dever de indenização, ainda que haja vícios na sua investidura. 
Terá que demonstrar que mesmo o agente estando de folga identificou-
se como policial em investigação, portanto, agiu na condição de agente público, 
assim, ensejando responsabilidade direta do Estado, no mínimo pela má escolha 
do agente público, chamada culpa in vigilando 
 
14.1 Responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva 
 
Quando se fala em responsabilização do Poder Público é importante 
destacar que está culpa também poderá recair sobre o serviço, não propriamente 
somente quanto ao agente público. 
Quando se trata de responsabilidade subjetiva (veremos as hipóteses 
logo mais), temos o dever do lesado com o dano de comprovar o dolo ou culpa 
da Administração para ter o ressarcimento, isto é, para que obtenha indenização 
por danos causados em razão de um omissão da administração pública, deverá 
demostrar quatro elementos: 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferente da responsabilidade objetiva, onde o quarto elemento (dolo ou 
culpa) é excluído, sendo que o Poder Público já responde pelo dano causado 
quando demostrado a ação, o dano e a relação entre estes dois, chamado de 
nexo causal, o elemento subjetivo não precisa ser demonstrado para que a o 
lesado consiga a reparação dos danos que sofreu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsabilidade 
SUBJETIVA
Ação
Dano
Nexo causal
Dolo ou culpa
A culpa se caracteriza 
pela imprudência, 
imperícia ou negligência.
Responsabilidade OBJETIVA
Ação
Dano
Nexo causal
 
43 
 
 
A responsabilidade civil pode em razão de: 
 Atos unilaterais 
 Comissivos 
 Omissivos: subjetiva – regra 
 Lícitos 
 Ilícitos 
Condutas lícitas: princípio da isonomia/igualdade – eu não vou prejudicar um 
para beneficiar outros. Assim, o estado (representando todos) deve arcar com 
esse prejuízo. 
 
Condutas ilícita: princípio da legalidade. Exemplo: interdição da fábrica por 
poluentes, mais tarde se verifica que não era poluente, o Estado cometeu ilícito. 
 
Quem pode configurar no polo passivo e ativo de uma demanda que 
busca reparação de danos por danos causados pelo Poder Público ou 
diretamente pelos seus agentes (nesta qualidade)? 
 
1) POLO PASSIVO: Alcança todas pessoas de direito público: 
 Administração direta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
 Autarquias 
 Fundações de direito público 
 
Bem como, as pessoas de direito privado: 
 Sociedade de Economia Mista: prestadora de serviço público* 
 Empresa pública: prestadora de serviço público* 
 Fundação Pública de direito privado: prestadora de serviço público 
 Pessoas privadas: concessionária, permissionária 
 
*Não se incluem estatais que exploram atividade econômica: 
Responsabilidade regida pelo direito privado. 
 
 
44 
 
CUIDADO: não é admissível o ajuizamento da ação contra a 
administração pública e contra o agente em litisconsorte, de acordo com a tese 
de repercussão geral, tema 940/2019: A teor do disposto no art. 37, § 6º, da 
Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve ser 
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de 
serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
2) POLO ATIVO: 
 
VÍTIMA: pode ser usuário ou não usuário do serviço público (conforme 
posicionamento do STF). Atenção: nada impede que possa ser uma 
agente pública o lesado. O valor da indenização deve abranger: 
 O que vítima perdeu e gastou (danos emergentes) 
 Deixou de ganhar (lucros cessantes) 
 Danos morais 
 Danos estéticos 
 Correção monetária 
 Juros de mora 
 
Tese de repercussão geral, tema 130/2009: A responsabilidade civil das 
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva 
relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço, segundo decorre 
do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. 
 
14.2 Teoria do risco administrativo 
 
A Teoria do Risco Administrativo é a teoria adotada no Brasil como regra, 
nela o Estado responde poderá responder sempre que houver a comprovação 
dos elementos da responsabilidade objetiva, contudo, existe a possibilidade da 
implicação de algumas excludentes da responsabilidade do Estado: 
 
EXCLUDENTES que rompem o nexo de causalidade: 
 
45 
 
 
1) CASO FORTUITO (imprevisível) ou FORÇA MAIOR (natureza): 
Art. 393, CC 
 
2) CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA 
 
Contudo, se a vítima concorre com o dano o ônus é repartido entre o 
Poder Público e a vítima, de acordo com a sua parcela de culpa no dano. 
 
14.3 Teoria do risco integral 
 
Confronta com a teoria do risco administrativo, pois não comporta 
excludentes. Também é aplicada no Brasil, mas em alguns casos será possível 
a aplicação da teoria do risco integral: 
 
1) Dano ambiental: art. 14, §1º, da Lei 6938/81 + STJ, todos os 
poluidores responderão objetivamente. 
2) Atividade nuclear: Lei 6.453/77 e art. 21, XXIII, c, CF 
Neste caso, se ocorrer um dano provocado por atividades que exploram 
serviços e instalações nucleares de qualquer natureza, a industrialização e o 
comércio de minérios nucleares e seus derivados, a responsabilidade será 
objetiva, sem a possibilidade de nenhuma das excludentes vistas anteriormente. 
3) Queda de aeronaves: ataque terrorista ou por guerra – Lei 
10.744/03 e D. 5.035/2004, nestes casos a União assume a responsabilidade, 
de atos terroristas ou de guerra, ocorridos em aeronaves de tenham matrícula 
brasileiras e operada por empresa brasileiras. O ato pode ocorrer no Brasil ou 
no Exterior. Excluída as empresas de taxi área. 
 
14.4 Responsabilidade omissiva: subjetiva 
 
Quando se tratar de responsabilidade por omissão da Administração 
Pública, a regra é da aplicação da modalidade subjetiva, ou seja, deverá 
 
46 
 
comprovar a existência da deficiência ou falta do serviço público, que existe uma 
má prestação do serviço público (demonstrar que se o serviço tivesse sido 
prestado de forma regular, o dano não teria ocorrido). 
 
 Não precisa provar a existência de um agente causador. 
 
 OMISSÃO CULPOSA: o Estado deveria agir e não age para evitar 
o dano: 
 
14.5 Poder Público garantidor da integridade de pessoas e coisas sob sua 
custódia 
 
Aqui encontramos uma exceção da responsabilidade subjetiva no caso de 
omissão da Administração Pública, pois quando for o caso de estado estar na 
posição de garantidor da integridade física de pessoas ou coisas sob sua 
custódia, neste caso a responsabilidade aplicada é a objetiva, assim, ele 
responderá por uma omissão específica. 
Responde objetivamente por ação ou omissão, por exemplo, nos casos 
de: 
 Suicídio de preso – Art. 5, XLIX, CF, art. 948, CC. 
 Aluno esfaqueia ou baleado dentro da escola. 
 Paciente é agredido por um terceiro. 
 
Neste tópico, importante ressaltar duas teses de repercussão geral 
relacionadas ao tema de agentes penitenciários e estabelecimentos prisionais: 
 
Tema 365/2017: Considerando que é dever do Estado, imposto pelo 
sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de 
humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos 
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, 
inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da 
falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. 
 
47 
 
 
Tema: 592/2016: Em caso de inobservância do seu dever específico de 
proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é 
responsável pela morte de detento. 
 
14.6 Responsabilização por atos judiciais: 
 
Existem divergência quanto ao tema, a regra é que não acarreta 
responsabilidade civil atividades

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