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SISTEMA GASTROINTESTINAL Carolina Nóbrega XXVIII 1 - CARACTERIZAR MORFOLOGICAMENTE O SISTEMA GASTROINTESTINAL mucosa- contato direto com o lúmen do TGI , formada pelo epitélio do TGI, lâmina própria de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e linfáticos submucosa- presença de vasos sanguíneos e glândulas submucosas que desembocam no lúmen do TGI camada muscular- duas camadas, uma circular mais interna e uma musculatura longitudinal mais externa, motilidade do TGI camada mais externa - serosa- formada por peritônio TGI é formado por: Cavidade oral; Faringe ; Esôfago; Estômago; Intestinos delgado e grosso; reto e ânus. Os órgão anexos do TGI são: glândulas salivares, pâncreas, vesícula biliar e fígado. 2 - EXPLICAR AS FUNÇÕES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL Os processos funcionais do sistema gastrointestinal são: ● Digestão - hidrólise dos macronutrientes pelas enzimas digestivas luminais e da borda de escova do delgado; ● Secreção - de água, íons e enzimas digestivas pelas glândulas salivares e gástricas, pelo pâncreas e pela vesícula biliar; ● Absorção intestinal - transporte de produtos da hidrólise dos macronutrientes, água, íons e vitaminas do lúmen intestinal para as correntes sanguíneas e linfática, através da mucosa intestinal; ● Excreção - eliminação fecal dos produtos não digeridos e/ou não absorvidos. A função imunológica do sistema gastrointestinal é efetuado por células, nodos e gânglios linfáticos secretores de substância imunológicas, que em conjunto formam o GALT (tecido linfóide associado às mucosas). 3 - RELACIONAR AS FUNÇÕES DOS DIFERENTES SEGMENTOS DO TGI COM OS TIPOS DE MOTILIDADE A contração da musculatura lisa do TGI precedida por um potencial de ação a provoca a contração. -Ondas lentas: oscilações de despolarização e repolarização da célula muscular lisa sem atingir o potencial de ação que gera a contração efetiva, essas células ficam oscilando. Podem ou não atingir o pico do limiar de disparo! A frequência dessas ondas depende da porção do TGI (3-12 ondas p minuto) , acredita-se que essas ondas são disparadas por algumas células que estão no plexo nervoso do mioentérico, células intersticiais de Cajal = também chamadas de células marca passo! Quando tem despolarização da onda lenta temos um pequeno grau de contração muscular ( chamamos de contração tônica) = tônus muscular! Quando atinge o potencial de ação chamamos de contração fásica! BOCA- mastigação e deglutição (3 fases) oral; faríngea e; esofágica oral : parte voluntária, língua empurra o alimento para trás onde tem alta densidade de receptores somatossensoriais, esses receptores chegam ao bulbo no centro da deglutição que vai coordenar a parte involuntária. Faríngea: Elevação do palato mole e movimentação da epiglote, isso gera a abertura do esfíncter esofágico superior q permite que o alimento passe paro o esôfago. esôfago: propelir o bolo alimentar até o estômago. Motilidade gástrica 1. o relaxamento receptivo do estômago, que ocorre durante a deglutição, é mediado por fibras vagais VIPérgicas. Ele permite o armazenamento do alimento na região do fundo, sem elevação da pressão intra gástrica. Como a musculatura do fundo e da porção proximal do corpo é fraca, não há ação de mistura do quimo com as secreções gástricas. 2. A mistura do alimento ocorre nas regiões média e distal do corpo. Movimentos peristálticos iniciam-se na região de marca-passo. 3. A peristalse gástrica aumenta de intensidade e de velocidade da porção média do corpo à região antral do estômago. 4. A trituração do alimento ocorre na sístole antral, por contração do antro, com o piloro fechado, ocorrendo retropropulsão do quimo. 5. O quimo é esguicho em pequenos volumes, através do piloro, sendo a velocidade de esvaziamento gástrico altamente coordenada por mecanismos neuro hormonais duodeno-gástricos. 6. Contraem o piloro: gastrina, secretina CCK, GIP, acetilcolina (liberada pelas fibras vagais excitatórias) e nor-adrenalina (liberada por fibras simpáticas). 7. Gastrina é liberada tanto do antro gástrico como do duodeno; secretina é liberada do delgado, em resposta ao Ph ácido do quimo gástrico; CCK é liberada do delgado, pelos produtos da hidrólise lipídica e protéica do quimo; o GIP é liberado em resposta a gorduras e carboidratos. 8. Secretina e CCK, além de contraírem o piloro, retardando o esvaziamento gástrico, estimulam a secreção pancreática rica em bicarbonato e em enzimas, respectivamente. A CCK também contrai a vesícula biliar e relaxa o esfíncter de Oddi, permitindo a secreção da bile para o duodeno, o que facilita a digestão das gorduras. 9.O piloro previne o esvaziamento gástrico rápido e o refluxo do conteúdo duodenal para o estômago. A mucosa duodenal é sensível ao ácido gástrico (bile) Motilidade do delgado 1. o principal padrão de motilidade do delgado é a segmentação. São contrações da musculatura circular que dividem o quimo em segmentos ovais. Otimizam a digestão, promovendo a mistura do quimo com as secreções presentes no delgado; adicionalmente, facilitam a absorção dos nutrientes, porque circulam o quimo, promovendo seu contato com a mucosa intestinal. 2.A propulsão céfalo-caudal do quimo é lenta e ocorre por segmentações seqüenciais e peristalses curtas. 3. O REB (ritmo elétrico basal) decresce no sentido céfalo-caudal, gerando um gradiente de pressão que facilita a propulsão do quimo. 4. No delgado não ocorrem contrações em fase com as ondas lentas. Elas ocorrem quando são desencadeados potenciais de ação na crista das ondas lentas. 5. A inervação vagal colinérgica estimula as contrações e a simpática noradrenérgica as inibe. As fibras simpáticas eferentes partem dos plexos celíaco e mesentérico superior. 6. A regulação da motilidade do esfíncter ileocecal é efetuada principalmente pelo SNE. 7. Contração da muscular da mucosa é regulada pelo SNE e a das vilosidades, pela motilina. 8. O aumento da motilidade e secreção gástrica elevam a motilidade do íleo pelo reflexo gastroileal, promovendo o relaxamento do esfíncter ileocecal e a entrada do quimo para o cólon ascendente. 9. O CMM ( complexo motor migratório) tem função de faxina e de prevenção da migração bacteriana para porções proximais do delgado. O CMM propaga-se do estômago ao delgado e depende da integridade dos plexos intramurais e da motilina. 10. Gastrina, CCK e motilina aumentam a motilidade. Secretina inibe-a. Motilidade do cólon e defecação - Haustrações são segmentações do cólon resultantes da contração da musculatura circular mais concentrada nas taeniae coli. - A progressão do quimo do íleo ao ceco ocorre por regulação mioentérica do esfíncter ileocecal. Este se relaxa à frente da contração do íleo e se contrai por aumento da pressão no cólon descendente. - No cólon ascendente ocorrem haustrações com retropropulsão do quimo, misturando-o e expondo-o à mucosa, otimizando a absorção de água e íons que ocorre, principalmente, neste segmento. - Nos cólons transverso, descendente e sigmóide não há retropropulsão, e as haustrações têm função de amassamento e lubrificação das fezes. - Entre as defecações, o reto e o canal anal estão normalmente vazios e relaxados e os esfíncteres anais, contraídos. A atividademotora do reto é maior do que a do sigmóide. - Movimentos de massa ocorrem 3 vezes ao dia, em resposta aos reflexos gastrocólico, gastroileal e orto táxico. São contrações que podem percorrer grandes extensões do cólon, propelindo as fezes para o reto. A distensão do reto desencadeia o reflexo da defeca ção, coordenado na medula sacral, e sinaliza a cons cientização da necessidade de evacuação. Este reflexo consiste em relaxamento do EAI (esfíncter anal interno) e contração do EAE (esfíncter anal externo). Os esfíncteres readquirem seus tônus normais se a defecação não ocorre, e as fezes sofrem retropropul são para o sigmóide. - A defecação ocorre por relaxamento voluntário do EAE em resposta ao reflexo da defecação. Esta fase é coordenada pela medula sacral com eferência de centros nervos superiores. - O EAE tem musculatura estriada e é inervado pelo músculo somático pudendo, que inerva também o músculo puborretal. 4 - RELACIONAR OS DIFERENTES SEGMENTOS DO TGI COM FUNÇÕES SECRETORAS E ABSORTIVAS (SUBS SECRETADAS) ABSORÇÃO NO INTESTINO DELGADO Absorção de carboidratos - A grande maioria dos carboidratos nos alimentos são absorvidos sob a forma de monossacarídeos. O mais abundante (80%) dos monossacarídeos absorvidos é a glicose, os outros 20% são galactose e frutose. - A glicose é transportada por um mecanismo de co-transporte com sódio. Primeiro ocorre o transporte de íons sódio através das membranas basolaterais das células epiteliais intestinais para o sangue, que reduz a concentração de sódio nas células epiteliais. - Depois, a diferença de concentração promove o fluxo de sódio do lúmen intestinal para o interior da célula por um processo de difusão facilitada. Isto é, o ion sódio combina-se com uma proteína transportadora, mas o transporte de sódio para o interior da célula só ocorre se a glicose estiver ligada ao transportador. Uma vez nas célula epitelial, outras proteínas facilitam a difusão da glicose através da membrana basolateral para o espaço extracelular e dai para o sangue. - A galactose é transportada por um mecanismo igual o da glicose. E a frutose é transportada por difusão facilitada não acoplada ao sódio através do epitélio intestinal. Absorção de proteínas - Depois da digestão, as proteínas são absorvidas através das membranas luminais das células do epitélio intestinal sob a forma de dipeptídeos, tripeptídeos e alguns aminoácidos livres. - A energia para este transporte é suprida por um mecanismo de co-transporte de sódio. E alguns aminoácidos são transportados por proteínas transportadoras da membrana. Absorção de gorduras - Os produtos finais da digestão de gordura (ácidos graxos e monoglicerídeos) são imediatamente incorporados nas micelas de sais biliares, sendo carregados para a borda em - escova das células intestinais. Os monoglicideos e os ácidos graxos difundem-se - das micelas para as membranas das células epiteliais. Depois da entrar na célula epitelial, os ácidos graxos e monoglicideos são captados pelo reticulo endoplasmático liso da célula. Sendo usados para formar novos triglicerídeos, sobre a forma de quilomícrons, que são transferidos para o sangue. Absorção de água - A água é transportada através da membrana intestinal inteiramente por difusão. Absorção de íons - Sódio por transporte ativo e osmose da água, cloreto por eletrodifusão (diferença de potencial elétrico) e bicarbonato por absorção ativa. - Absorção no Intestino Grosso - Grande parte da absorção no intestino grosso se dá na metade proximal do cólon, chamada de cólon absortivo, enquanto o cólon distal funciona no armazenamento de fezes até a excreção, é chamado de cólon de armazenamento. - Absorção de Eletrólitos No duodeno: - adentramento de fluido hipertônico, seguido do movimento de agua, tornando o fluido isotônico; - início da reabsorção da maioria dos íons divalentes e vitaminas hidrossolúveis; - ferro e cálcio ingeridos tendem a formar sais insolúveis, mas que são redissolvidos no estômago pelo pH acido, facilitando sua posterior absorção no intestino médio; - as células intestinais apresentam ferritina, que facilita a absorção de ferro; No jejuno: - de maneira mais geral há uma rede absortiva de agua e eletrólitos; - esse processo celular é basicamente idêntico aquele encontrado na fisiologia renal para aquelas células que revestem o néfron; No íleo: - a rede reabsortiva continua a reabsorver agua e eletrólitos, porem é nessa porção que inicia-se a secreção de íons bicarbonato; - é apenas no íleo distal que ocorre a reabsorção de sais biliares e absorção de vitamina B12; No cólon: - não há enzimas digestivas, nem canais proteicos carreadores para absorção de carboidratos e proteínas; - devido reabsorção dos sais biliares no íleo distal, muito pouco lipídio é absorvido; - possui rede de reabsorção de sódio e cloreto, com certas limitações; - a maior parte de agua e eletrólitos é reabsorvida no colo ascendente e transverso, posteriormente o cólon tem função de estocagem; - é um alvo da aldosterona, que promove a reabsorção de sódio e água e a secreção de potássio; - por causa da rede de secreção de bicarbonato e potássio, a diarreia tende a provocar uma acidose metabólica e hipocalemia SECREÇÃO Glândulas secretoras servem a duas funções primárias: 1. Enzimas digestivas - são secretadas na maioria das áreas do trato alimentar, desde a boca até a extremidade distal do íleo 2. Glândulas mucosas - desde a boca até o ânus provém muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar A estimulação parassimpática aumenta a taxa de secreção glandular. Já a estimulação simpática tem um efeito duplo: 1. Aumento pouco da secreção 2. Reduz a secreção - se a estimulação parassimpática ou hormonal já estiver causando franca secreção pelas glândulas O Sistema Digestório secreta Íons e Água - Os íons são primeiro secretados para dentro do lúmen do trato e depois são reabsorvidos. A água segue o gradiente osmótico - criado pela transferência de solutos de um lado do epitélio para o outro. A água move-se através de células epiteliais via canais - de membrana ou entre as células (via paracelular). Secreção Ácida - As células parietais, profundas nas glândulas gástricas, secretam acido clorídrico no lúmen do estômago. - O processo inicia quando o H+ proveniente da água de dentro das células parietais é bombeado para o lúmen do estômago por uma H+K+ATPase em troca por K+ que entra na célula. - O Cl- segue o H+ através de um canal de cloreto de vazamento, resultando em secreção de HCl pela célula. - Enquanto está sendo secretado acido dentro do lúmen, o bicarbonato, sintetizado a partir do CO2e da OH- da água, é absorvido para o sangue. - A ação do tamponamento do HCO3-reduz a acidez do sangue que o deixa o estômago, criando a maré alcalina. Secreção de Bicarbonato - Uma pequena quantidade de bicarbonato é secretada por células duodenais; entretanto, a maioria vem do pâncreas, que secreta uma solução aquosa de NaHCO3-. - A porção exócrina do pâncreas consiste em lóbulos denominados ácinos, que se abrem em ductos cujo lúmen é parte do meio externo ao corpo. As células acinares secretam enzimas digestórias e as células ductais secretam a solução de bicarbonatode sódio. - A produção de bicarbonato requer altos níveis da enzima anidrase carbônica. O bicarbonato produzido a partir de CO2 e água é secretado por um trocador Cl-HCO3- apical. O cloreto entra na célula via transportador NKCC (Na+K+2Cl-) basolateral e sai via canal CFTR (canal de cloreto) apical. O Cl- luminal então entra novamente na célula em troca por HCO3- que entra no lúmen. Os íons hidrogênio produzidos junto com o bicarbonato deixam a célula via um trocador Na+H+ basolateral. - O H+ reabsorvido para a circulação intestinal ajuda a equilibrar o HCO3- colocado no sangue quando as células parietais secretam H+ para dentro do estômago. - O movimento de sódio e água nesses tecidos são processos passivos, impulsionados por gradiente eletroquímico e osmótico. - O movimento resultante de íons negativos do LEC para o lúmen atrai Na+ e HCO3- para dentro lúmen cria um gradiente osmótico, e a água segue por osmose. O resultado final é a secreção de uma solução aquosa de bicarbonato de sódio. Secreção de NaCl - As células das criptas no intestino delgado e do colo secretam solução isotônica de NaCl que se mistura com o muco secretado pelas células caliciformes para ajudar a lubrificar o conteúdo intestinal. A etapa ativa é a secreção de Cl-, similar ao recém-descrito sobre as células pancreáticas. O cloreto proveniente do LEC entra na célula via transportador NKCC e sai para o lúmen via canal CFTR apical. Na+ e água seguem pela via paracelular, sendo o resultado final a secreção de solução salina isotônica. Células especializadas secretam muco - O muco é uma secreção viscosa composta principalmente por glicoproteínas chamadas mucinas. As principais funções do muco são formar uma cobertura protetora sobre a mucosa GI e lubrificar o conteúdo do intestino. O muco é produzido por células exócrinas especializadas chamadas de células mucosas no estômago e células caliciformes no intestino. - Os sinais para liberação de muco incluem inervação parassimpática, vários neuropeptídios encontrado no sistema nervoso entérico e citocinas provenientes dos imunócitos. Secreção da Bile pelo Fígado - A bile é uma solução não enzimática secretada pelos hepatócitos, ou células do fígado. Os componentes principais da bile são: - 1. Sais biliares, que facilitam a digestão enzimática de gordura - 2. Os pigmentos biliares como a bilirrubina, que são subprodutos de degradação da - hemoglobina - 3. Colesterol, o qual é excretado nas fezes. - A bile é secretada dentro dos ductos hepáticos que a levam para a vesícula biliar, a qual armazena e concentra a solução até enviar a bile para o duodeno a partir do ducto colédoco. 5 - IDENTIFICAR FATORES QUE ALTERAM A VELOCIDADE TRÂNSITO INTESTINAL E SEUS MECANISMOS Ocorre a diminuição da motilidade por dobramento intestinal, grande osmolaridade, infecção, enterite por virus e bacterias Diminui: - norepinefrina (SNS - quando nervoso diminui a motilidade) - secretina - glucagon Aumenta: - acetilcolina (SNPS - quando relaxado) - gastrina - CCK - insulina 6 - DESCREVER O PAPEL FISIOLÓGICO DO TGI NO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE E HIDROELETROLÍTICO (VÔMITO E DIARREIA) Na diarreia, devido ao grande número de defecações não irá ocorrer uma reabsorção de água adequada nem de bicarbonato vindo da neutralização do intestino delgado, então ocorrerá uma acidose metabólica. já no vômito, irá liberar muito H+ vindo do HCl contido no estômago, ocorrendo assim uma alcalose metabólica. essas duas alterações serão compensadas pela respiração ou pelo própria regulação renal. Vômito - pelo qual o trato gastrointestinal superior se livra do contudo, quando qualquer parte do trato superior é excessivamente irritada, hiperdistendida ou hiperexcitada. A distensão excessiva ou a irritação do duodeno é estímulo especialmente forte para o vômito. Impulsos nervosos ➜ são transmitidos por fibras nervosas aferentes vagais e simpáticas ➜ núcleos distribuídos no tronco cerebral ➜ "centro do vômito" (área postrema) ➜ impulsos motores pelos ➜ são transmitidos quinto, sexto, séptimo, nono, décimo e décimo segundo nervos cranianos ➜ trato gastrointestinal superior 7 - EXPLICAR A INTEGRAÇÃO DA FUNÇÃO DIGESTÓRIA COM SINTOMAS ESPECIAIS (GUSTAÇÃO, OLFATO..) Fases da secreção Gástrica: 1. Fase Cefálica - até mesmo antes de o alimento entra no estômago, enquanto está sendo ingerido. Resulta da visão, odor, lembrança ou do sabor do alimento e, quanto maior o apetite, mais intensa é a estimulação. Sinais neurológicos que causam essa fase, se origina no córtex cerebral e nos centros de apetite na amígdala e no hipotálamo. São transmitidos pelos núcleos motores dorsais dos vagos e pelos nervos vago até o estômago. Essa fase contribui com cerca de 30% da secreção gástrica, associada a ingestão 2. Fase Gástrica - O alimento entra no estômago excita (1) os reflexos longos vasovagais do estômago para o cérebro e de volta ao estômago; (2) os reflexos entéricos locais; e (3) o mecanismo da gastrina; todos levando a secreção de suco gástrico durante várias horas, enquanto o alimento permanece no estômago. Essa fase contribui com cerca de 60% da secreção gástrica - maior parte da secreção gástrica diária 3. Fase Intestinal - A presença de alimento na porção superior do intestino delgado (duodeno) continuará a causar a secreção gástrica de pequena quantidade de suco gástrico, provavelmente devido às pequenas quantidades de gastrina liberadas pela mucosa duodenal. Essa secreção representa cerca de 10% da resposta de ácido a refeição 8 - CARACTERIZAR MORFOLÓGICA E FUNCIONALMENTE O SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO E SUA INTEGRAÇÃO COM SNC SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO Localizado na parede intestinal, comecando nó esofago e se estendendo até o anus. É importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal Composto por dois plexos: 1. Plexo externo (plexo mioentérico ou plexo Auerbach) - disposto entre as camadas musculares longitudinal e circular Controla quase todos os movimentos gastrointestinais 2. Plexo interno (plexo submucoso) - localizado na submucosa Controla basicamente a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local A estimulação pelos sistema parassimpático e simpático pode intensificar muito ou inibir as funções gastrointestinais Plexo mioentérico – consiste na cadeia linear de muitos neurônios interconectados que se estende por todo o comprimento do trato gastrointestinal. Quando é estimulado seus principais efeitos são: 1. aumento da contração tônica, ou tônus, da parede intestinal; 2. aumento da intensidade das contrações rítmicas; 3. aumento no ritmo das contrações; 4. aumento na velocidade de condução das ondas excitatórias ao longo da parede do intestino, causando um movimento mais rápido das ondas peristálticas. Não deve ser considerada totalmente excitatório, pois alguns de seus neurônios são inibitório. Os terminais destes últimos secretam transmissores inibitórios, principalmente o polipeptídeo intestinal vasoativo. Esses sinais inibitórios são especialmente úteis para a inibição dos músculos de alguns esfíncteres intestinais, que impedem a movimentação do alimento pelos segmentos sucessivos do TGI, como o esfíncter pilórico, que controla o esvaziamento do estômago parao duodeno. Plexo submucoso – está basicamente envolvido com a função de controle na parede interna de cada diminuto segmento do intestino. Por exemplo: muitos sinais sensoriais se originam do epitélio gastrointestinal e são integrados no plexo submucoso, para ajudar a controlar a secreção intestinal local, a absorção local e a contração local do músculo submucoso. Estimulação parassimpática no TGI – as fibras nervosas parassimpáticas cranianas estão quase todas nos nervos vagos. Elas formam uma extensa inervação do esôfago, estômago e pâncreas. Já o parassimpático sacral passa pelos nervos pélvicos até o intestino grosso e o ânus, estando relacionados com os reflexos de defecação. Os neurônios pós-ganglionares do sistema parassimpático gastrointestinal estão localizado nos plexos mioentéricos e submucoso. A estimulação desses nervos parassimpáticos causa o aumento geral da atividade de todo o sistema nervoso entérico, o que intensifica a atividade da maioria das funções gastrointestinais. Estimulação simpática – grande parte das fibras pré-ganglionares que inervam o intestina, depois de sair da medula, entra na cadeia simpática, disposta lateralmente à coluna vertebral. Elas então passam pelos gânglios mais distante, principalmente o celíaco e os mesentéricos. Dai as fibras pós-ganglionares se distribuem para todas as partes do intestino. Os terminais nervosos simpáticos secretam principalmente norepinefrina. A estimulação do sistema simpático inibe a atividade do TGI. Ele exerce seus efeitos de dois modos: 1. em pequeno grau, por efeito direto da norepinefrina, inibindo a musculatura lisa do TGI; 2. em grau maior, por efeito inibidor da norepinefrina sobre os neurônios do sistema nervoso entérico. Portanto, a intensa estimulação do SN simpático pode inibir os movimentos motores do intestino delgado de tal forma que pode até bloquear a movimentação do alimento pelo TGI. Fibras nervosas sensoriais aferentes do intestino – muitas fibras sensoriais aferentes se originam no intestino. Elas são estimuladas por: 1. irritação da mucosa intestinal; 2. distensão excessiva do intestino; 3. presença de substâncias químicas específicas no intestino. Os sinais transmitidos por essas fibras podem causar excitação ou inibição dos movimentos ou secreção intestinal. Reflexos gastrointestinais – existem 3 tipos de reflexos essenciais para o controle gastrointestinal: 1 – reflexos integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico. Controlam grande parte da secreção, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibidores. 2 – reflexos do intestino para os gânglios simpáticos e que volta para o trato. Transmitem sinais por longa distância, tais como sinais do estômago que causam evacuação do cólon ou sinais do cólon que e do intestino delgado para inibir a motilidade e secreção do estômago. 3 – reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal. Incluem: (1) reflexos do estômago e duodeno, para controlar a atividade motora e secretora gástrica; (2) reflexos de dor que causam inibição geral de todo o TGI; e (3) reflexos de defecação. Resumo: SNA parassimpático: Fibras pré-ganglionares eferentes: longas, emergem da medula cefalocaudal via nervos vago e pélvico, respec tivamente. Sinapses: nos gânglios intramurais. Fibras pós-sinápticas eferentes: curtas, dos gânglios intramurais para musculatura, glândulas e ductos do SGI. Neurônios: colinérgicos e peptidérgicos. Neuro transmissores: acetilcolina (excitatória), substância P, VIP e NO (inibitórios) Fibras pré-ganglionares eferentes: curtas, emergem da medula tóraco-Iombar. Sinapses: nos plexos intratorácicos (celíacos) e intra-abdominais (mesentéricos e hipogástricos). Fibras pós-sinápticas (ou pós-ganglionares) eferentes noradrenérgicas: a maioria termina nos plexos intramurais, algumas nos vasos, outras na muscular da mucosa. Inervação simpática noradrenérgico inibitória, diminui a motilidade, causa vasoconstrição e diminui as secreções, secundariamente à vasoconstrição no SGI. Neurotransmissor: noradrenalina. Reflexo longo vagovagal :vias aferentes e eferentes vagais. Corpo celular no SNC. SNA simpático Fibras pré-ganglionares eferentes: curtas, emergem da medula tóraco-Iombar. Sinapses: nos plexos intratorá cicos (celíacos) e intra-abdominais (mesentéricos e hipo gástricos). Fibras pós-sinápticas (ou pós-ganglionares) eferentes noradrenérgicas : a maioria termina nos plexos intramurais, algumas nos vasos, outras na muscular da mucosa. Inervação simpática nor-adrenérgica : inibitória, diminui a motilidade, causa vasoconstrição e diminui as secreções, secundariamente à vasoconstrição no SGI. Neurotransmissor: noradrenalina. (Norepinefrina) Reflexo longo vago-vagal: vias aferentes e eferentes vagais. Corpo celular no SNC. Reflexo curto intramural: Corpo celular nos plexos intramurais. 9 - DEFINIR DIARREIA Movimento rápido de material fecal pelo intestino grosso. Enterite (inflamação) ocasionada por vírus ou por bactérias do trato intestinal. Na diarreia infecciosa comum, a infecção é mais extensa, no intestino grosso e na parte distal do íleo. Em todos lugares em que a infecção esteja presente, ocorre irritação da mucosa, cuja secreção aumenta muito. Como resultado existe no lúmen grande quantidade de líquido para remoção do agente infeccioso e, ao mesmo tempo, fortes movimentos propulsores impele esse líquido na direção do ânus. Esse mecanismo é importante para livrar o trato intestinal de infecção debilitante. A principal causa de diarréia são as infecções do trato gastrintestinal, denominadas enterites. Evidentemente, este é um mecanismo importante para livrar o tubo intestinal da infecção debilitante. De particular interesse a diarréia e causada pelo cólera. A toxina do cólera estimula diretamente a secreção excessiva de eletrólitos e líquido pelas criptas de Lieberkuhn no trecho distal do íleo e no cólon. O elemento mais importante do tratamento é simplesmente a reposição de líquido e eletrólitos na mesma velocidade com que são perdidos. 10 - DESCREVER O MECANISMO DA DEFECAÇÃO Cerca de 1.500 milímetros de quimo passam normalmente pela válvula ileocecal para o intestino grosso a cada dia. Grande parte da água e dos eletrólitos nesse quimo é absorvida no cólon. Praticamente todos os íons são absorvidos e apenas 1 a 5 mEq de íons sódia e de cloreto são eliminados nas fezes - Cólon absortivo = metade proximal do cólon - grande parte da absorção no intestino grosso - Cólon de armazenamento = cólon distal - armazenamento das fezes até o momento propício para a sua excreção REVISANDO ➔ A mucosa do intestino grosso + intestino delgado = alta capacidade de absorver ativamente o sódio ➔ Diferença de potencial elétrico gerada pela absorção de sódio = promove absorção de cloreto. ➔ Os complexos juncionais entre as células epiteliais do intestino grosso são muito menos permeáveis que os do intestino delgado. Isso evita a retrodifusão significativa de íons através dessas junções, permitindo assim que a mucosa do intestino grosso absorve íons sódio (contra gradiente de concentração), diferentemente do intestino delgado. Isso ocorre na presença de aldosterona, porque o hormônio intensifica bastante a capacidade de transporte de sódio. Porção distal do intestino delgado, a mucosa do intestino secreta íons de bicarbonato enquanto absorve simultaneamente número igual de íons cloreto. O bicarbonato ajuda a neutralizar os produtos finais ácidos da ação bacterianano intestino grosso. A absorção de sódio e cloreto cria um gradiente osmótico, através da mucosa do intestino grosso, levando a absorção de água 🔺O intestino grosso consegue absorver o máximo de 5 a 8 litros de líquidos e eletrólitos por dia. Quando a quantidade total entra no intestino grosso através da válvula ileocecal ou pela secreção pelo próprio intestino grosso ultrapassa essa quantidade, o excesso aparece nas fezes como diarreia Composição da fezes: ● ¾ de água ● ¼ matéria sólida ○ 30% de bactérias mortas ○ 10% - 20% de gordura ○ 10% - 20% de matéria inorgânica ○ 2% - 3% de proteínas ○ 30% de resto ingeridos dos alimentos constituintes secos dos sucos digestivos, tais como pigmento da bile e células epiteliais degradadas A cor marrom = estercobilina e urobilina derivadas da bilirrubina Odor = produtos da ação bacteriana, dependem da flora bacteriana colônica de cada pessoa e do tipo de alimento ingerido. Os verdadeiros produtos odoríferos inclem indol, ascatol, mercaptanas e sulfeto de hidrogenio Quando o movimento de massa força as fezes para o reto surge a vontade de defecar, com a contração reflexa e o relaxamento do esfíncter anais. A passagem de material fecal pelo ânus é evitada pelo 1. Esfíncter anal interno - espesso músculo liso com vários centímetros de comprimento 2. Esfíncter anal externo - músculo estriado voluntário que circunda o esfíncter interno. É controlado por fibras nervosas do nervo pudendo, que faz parte do sistema nervoso somático e, assim, está sob controle voluntário Reflexos: Iniciada por reflexos de defecação - Reflexo intrínseco - mediado pelo sistema nervoso entérico local na parede do reto. Fezes ➜ entram no reto ➜ sinais aferentes ➜ propagam pelo plexo mioentérico ➜ ondas peristálticas ➜ empurrando fezes ➜ reto A medida que a onda peristáltica se aproxima do ânus, o esfíncter anal interno se relaxa, por sinais inibidores do plexo mioentérico; se o esfíncter anal externo estiver relaxado consciente e voluntariamente ocorre a defecação - Reflexo de defecação parassimpático - (segmentos sacrais da medula espinal) - ocorre quando o reflexo intrínseco está fraco Terminações nervosas do reto são estimuladas ➜ sinais ➜ medula espinal ➜ de volta cólon descendente ➜ sigmóide ➜ reto ➜ ânus (por fibras nervosas parassimpáticas nos nervos pélvicos Esses sinais intensificam bastante as ondas peristálticas e relaxam o esfíncter anal interno, convertendo o reflexo intrínseco fraco a processo intenso de defecação