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INAPI - EBOOK PACOTE ANTICRIME pdf pdf

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COMENTÁRIOS À LEI 13/964/2029 (PACOTE ANTICRIME) 
 
LEI ENTRA EM VIGOR EM 23/01/2020 
 
AUTORA: ALYNNE PATRICIO DE ALMEIDA SANTOS 
 
Possui graduação em Bacharelado em Direito pela Universidade Federal do Ceará-UFC 
(2003). Especialista em Ciências Penais pela Universidade do Sul de Santa Catarina-
UNISUL. Desde 2004 é Defensora Pública do Estado do Piauí atualmente titular da 8a 
Defensoria de Familia. Vice-Presidente da OAB PI Gestão triênio 2019/2021. Professora 
da Pós-Graduação em Ciências Criminais da Escola do Legislativo do Piauí e da 
Faculdade CESVALE. Professora de Direito Penal e De Direito Processual Penal do 
Instituto INAPI. Coach de Carreiras Jurídicas formada pelo Instituto Brasileiro de 
Coaching. Já foi Professora da Faculdade Tecnológica do Piauí-FATEPI, da Faculdade 
Maurício de Nassau-FAP Teresina e do CERS Cursos Online. Membro da Comissão 
Nacional de Acesso à Justiça do Conselho Federal da OAB. 
 
 
VIGÊNCIA DA LEI 
 
A LEI 13.954/2019 FOI PROMULGADA E PUBLICADA EM 24 DE DEZEMBRO DE 
2019 COM VACATIO LEGIS DE 30 DIAS. 
 
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua publicação 
oficial. 
 
ASSIM, ELA ESTARÁ EM PLENO VIGOR A PARTIR DE 23/01/2020. (ART. 8º da LC 
95/98). 
 
CAPÍTULO 1: ALTERAÇÕES NO CÓDIGO PENAL 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO: 
 
A LEI PENAL MAIS GRAVOSA É IRRETROATIVA. 
A LEI PENAL MAIS BENÉFICA É EXTRA-ATIVA. TEM RETROATIVIDADE E 
ULTRATIVIDADE. 
VAMOS A UM EXEMPLO PRÁTICO: 
A LEI 13.654/2018 (23/04/2018) REVOGOU A CAUSA DE AUMENTO DE PENA DE 
1/3 ATÉ 1/2 DO ROUBO PRATICADO COM ARMA BRANCA. NOVATIO LEGIS IN 
MELLIUS 
A LEI 13.964/2019 (VIGÊNCIA EM 23/01/2020) TROUXE DE VOLTA A CAUSA DE 
AUMENTO DE 1/3 ATÉ A METADE PARA O ROUBO PRATICADO COM ARMA 
BRANCA. NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
 
LEGITIMA DEFESA 
 
“Art. 25. ................................................................................................... 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, 
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de 
crimes.” (NR) 
 
 
 
 
Buscou-se destacar uma situação, por razões eminentemente políticas, que já estava 
obviamente abrangida pela legítima defesa, que se configura justamente quando há a 
necessidade de se repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito de outrem. 
 
 
CAPUT: Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem. 
 
 EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor , aplicáveis 
as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne 
às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
 ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida 
de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da 
Fazenda Pública , inclusive no que concerne às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição. 
 
ATENÇÃO!! POSIÇÃO DO STF 
 
O STF decidiu, no dia 13 de agosto de 2018, modificando seu próprio 
entendimento, que a legitimidade para cobrança da pena de multa é do Ministério 
Público, sem prejuízo de, subsidiariamente, a Fazenda Pública promover sua 
execução: 
 
 • Prioritariamente : o MP, na vara de execução penal , aplicando-se a LEP. 
• Caso o MP se mantenha inerte por mais de 90 dias após ser devidamente 
intimado: a Fazenda Pública irá executar, na vara de execuções fiscais , aplicando-
se a Lei nº 6.830/80. 
 
 “O Tribunal, por maioria, resolveu a questão de ordem no sentido de assentar a 
legitimidade do Ministério Público para propor a cobrança de multa, com a 
possibilidade subsidiária de cobrança pela Fazenda Pública, nos termos do voto 
do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Edson Fachin. Ausentes, 
justificadamente, os Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes. Presidência do 
Ministro Dias Toffoli. Plenário, 13.12.2018”. 
 
POSIÇÃO DO STJ 
 
Entretanto, mesmo após a modificação do entendimento do STF, o STJ tem 
decidido de forma oposta: 
“(…) Conforme o entendimento da Terceira Seção desta Corte, a pena pecuniária 
é considerada dívida de valor e, assim, possui caráter extrapenal, de modo que 
sua execução é de competência exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. 
(…)” (STJ, AgRg no HC 441809/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 
04/06/2019) 
 
DEPOIS DA LEI 13. 964/19 
 
 
 
 
Para tornar o assunto mais complexo, a Lei 13.694/2019 modificou o artigo 51 do 
Código Penal, passando a prever que a execução deve se processar no Juízo da 
Execução Penal, o que parece reforçar a legitimidade do Ministério Público e 
afastar a da Procuradoria da Fazenda, ao menos após o início da sua vigência, 
prevista para 30 dias após a publicação: 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as 
normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
Reação legislativa: é uma forma de "ativismo congressual" com o objetivo de o 
Congresso Nacional reverter situações de autoritarismo judicial ou de comportamento 
antidialógico por parte do STF, estando, portanto, amparado no princípio da separação 
de poderes. O ativismo congressual consiste na participação mais efetiva e intensa do 
Congresso Nacional nos assuntos constitucionais. 
O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar a jurisprudência. 
Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo de 
reversão jurisprudencial. No caso de reversão jurisprudencial proposta por lei ordinária, 
a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência do STF nasce com presunção relativa 
de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de demonstrar, 
argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Para ser 
considerada válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas 
e jurídicas sobre as quais se fundou a decisão do STF no passado não mais subsistem. 
O Poder Legislativo promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via 
legislativa. https://www.dizerodireito.com.br/20 
 
TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 
 Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode 
ser superior a 40 anos . 
 
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma 
seja superior a 40 anos , devem elas ser unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo. 
 
ANTES DA LEI 13. 954/2019 O PRAZO ERA DE 30 ANOS: HOUVE UMA NOVATIO 
LEGIS IN PEJUS, PORTANTO NÃO RETROAGE. 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
ANTES DA LEI 13.964/19 
III - comprovado comportamento SATISFATÓRIO durante a execução da pena, bom 
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria 
subsistência mediante trabalho honesto; 
 
DEPOIS DA LEI 13.964/19 
 
 III - comprovado: 
a) BOM comportamento durante a execução da pena; 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses ; 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; 
 
 
 
 
 
Cumpre mencionar, ainda, que a Lei 13.964/2019, ao modificar o artigo 112, inciso VI, 
alínea a, e inciso VIII, da Lei de Execução Penal, passou a vedar o livramento 
condicional para os condenados por crime hediondo ou equiparado, com 
resultado morte. O artigo 2º, § 9º, da Lei 12.850/2013, introduzido pela Lei 
13.964/2019, passou a vedar o livramento condicional para o condenado 
expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime 
praticado por meio de organização criminosa, se houverelementos probatórios 
que indiquem a manutenção do vínculo associativo. 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
 
 Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena 
máxima superior a 6 anos de reclusão , poderá ser decretada a perda, como 
produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor 
do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento 
lícito. 
 
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio 
do condenado todos os bens : 
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício 
direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e 
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória 
, a partir do início da atividade criminal. 
 
O legislador restringiu a aplicação dos regramentos incluídos pela Lei 13.964/2019 aos 
crimes cuja pena máxima seja superior a 6 anos de reclusão. Portanto, não cabe a 
decretação da perda de bens, com base no artigo 91-A do CP, em todos os delitos. 
A perda é decretada com fundamento na existência de produto ou proveito do crime. A 
ideia é alcançar bens do condenado sem exigência de comprovação de que ele 
decorre diretamente da atividade criminosa (produto) ou deriva dela, por 
conversão dos bens (proveito). 
 
Nesta hipótese, o legislador exige apenas a demonstração de que o condenado 
possui patrimônio incompatível com aquele que poderia ter sido amealhado com seu 
rendimento lícito. Para tal comparação, o Código determina a consideração dos bens 
de titularidade do agente e daqueles sobre os quais ele tenha o domínio e o benefício 
direto ou indireto, tanto na data da infração quanto após o seu cometimento, ou seja, os 
bens recebidos após a data do delito. 
 
Consideram-se, ainda, como patrimônio do agente aqueles que forem transferidos a 
terceiros a título gratuito (como uma doação) ou mediante uma contraprestação irrisória 
(como um negócio de compra e venda simulado, em que o preço só serve para ocultar 
a natureza gratuita da alienação), a partir do início da atividade criminal. Entendo que, 
neste ponto, devemos considerar o início dos atos executórios, quando o agente já pode 
ser punido pela prática do delito, a título de tentativa. 
 
O parágrafo segundo do artigo 92-A do CP permite, ao condenado, que demonstre que 
o patrimônio é compatível com sua renda lícita, o que afasta tal efeito da condenação. 
Possibilita, ainda, que o condenado demonstre a procedência lícita do patrimônio, como 
uma doação de um familiar ou o recebimento de uma herança. 
 
A lei exige o pedido expresso do Ministério Público, que deve ser feito por ocasião da 
denúncia, inclusive com a indicação da diferença apurada entre o patrimônio que o 
condenado possui e o que seria compatível com sua atividade profissional e/ou 
econômica lícita. 
 
 
 
 
Na sentença, o juiz deverá declarar a diferença efetivamente apurada, após o 
exercício do contraditório e da ampla defesa, com a especificação dos bens que 
terão a perda decretada. 
Por fim, o parágrafo quinto do artigo 91-A do Código prevê uma regra específica para 
os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e 
milícias. Nestes casos, serão declarados perdidos em favor da União ou do Estado, 
dependendo da Justiça onde tramita a ação penal. Ainda se especifica que deve haver 
a perda ainda que tais instrumentos não ponham em perigo a segurança das pessoas, 
a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o 
cometimento de novos crimes. 
 
Se for caso de competência da Justiça Estadual, a perda dos instrumentos do 
crime será em favor do Estado. Sendo de competência da Justiça Federal, os 
instrumentos do crime devem ser perdidos em favor da União. 
 
Apesar de não haver menção a ser esse efeito automático ou não, a redação indica a 
necessidade de decretação judicial (“deverão ser declarados perdidos”), além de sua 
previsão estar em um artigo que menciona a necessidade de determinação na sentença. 
Deste modo, entendo ser também um caso de efeito não automático, que deve ser 
decretado pelo juiz de forma expressa. 
A lei insere a possibilidade de se decretar o perdimento de bens não relacionados 
ao crime investigado, desde que sua propriedade seja incompat�vel com os 
rendimentos l�citos do acusado. 
O Código Penal passa a permitir a presunção de origem il�cita de todos os bens 
“correspondentes � diferen�� entre o valor do patrim�nio do condenado e aquele que 
seja compat�vel com o seu rendimento l�cito”, o que revela sem dificuldades a natureza 
confiscat�ria da medida. 
Em relação ao tema a Defensoria Pública de Minas Gerais publicou o seguinte 
enunciado: 
Enunciado 1: É inconstitucional o art. 91-A, caput e §2º, do CP, por violar o princípio 
constitucional da presunção de inocência e da vedação ao confisco (art. 5º, LIV e LVII, 
da CRFB/88), assim como por promover indevida inversão do ônus da prova, 
disciplinado no art. 156 do CPP. 
 
CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO 
 
 ANTES DA LEI 13964/19 
 
 I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro 
 
 DEPOIS DA LEI 13964/19 
 
 I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior ; 
 
 
 
 
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais 
Superiores, quando inadmissíveis ; e 
 
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. 
 
Entendo que as modificações só podem ser aplicadas para os crimes cometidos após o 
início da vigência da Lei, já que a prescrição tem natureza penal, por limitar o poder de 
punir. Deste modo, as hipóteses dos incisos III e IV do artigo 116 só podem ser aplicadas 
aos crimes cometidos a partir de 23 da janeiro de 2020. Vale mencionar que o inciso II 
só teve sua redação modificada, sem alteração de conteúdo da norma que dele se 
extrai. 
Em relação ao tema a Defensoria Pública de Minas Gerais publicou o seguinte 
enunciado: 
Enunciado 2: A suspensão da prescrição prevista no artigo 116, III, do Código Penal 
ocorre apenas quando os recursos não forem conhecidos, por não preencherem os 
requisitos de admissibilidade, não se aplicando aos casos em que houver apreciação 
do mérito recursal e quando se tratar de recurso interposto pela acusação. 
 
ROUBO COM EMPREGO DE ARMA 
 
 Art. 157.§ 2º. 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca ; 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de 
uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. 
 
ANTES DA LEI 13.964/19 
• Emprego de arma branca não era causa de aumento de pena 
• A pena aumenta-se de 2/3 se a violência ou ameaça é exercida com emprego 
de arma de fogo 
 
 DEPOIS DA LEI 13.964/19 
• A pena aumenta-se de 1/3 até 1/2 se a violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de ARMA BRANCA 
• A pena aumenta-se de 2/3 se a violência ou ameaça é exercida com emprego 
de ARMA DE FOGO 
• Aplica-se a pena em DOBRO se a violência ou grave ameaça é exercida com 
emprego de ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO 
 
Em relação ao tema a Defensoria Pública de Minas Gerais publicou os seguintes 
enunciados: 
Enunciado 3: Para a incidência da qualificadora do art. 157, §2º-B, do CP é 
imprescindível a apreensão e perícia da arma de fogo ou munições utilizadas na prática 
delitiva, visto que a distinção entre tipos de arma de fogo não é aferível sensorialmente, 
não se admitindo, portanto, que a falta de perícia seja suprida pela eventual confissão 
do acusado ou por quaisquer outros meios de prova. 
 
Enunciado 4: Somente se considera arma branca, para fins do artigo 157, §2º, VII, do 
Código Penal, os objetosefetivamente considerados armas (moldados para ofender a 
integridade física), não os demais instrumentos que eventualmente sejam empregados 
para esse fim (arma imprópria). 
 
 
 
 
ESTELIONATO 
 
 Art. 171. § 5º Somente se procede mediante representação , salvo se a vítima for : 
I - a Administração Pública, direta ou indireta ; 
II - criança ou adolescente ; 
III - pessoa com deficiência mental ; ou 
IV - maior de 70 anos de idade ou incapaz . 
 
 ANTES DA LEI 13.964/19 
 Ação penal pública INCONDICIONADA 
 
 DEPOIS DA LEI 13.964/19 
 
REGRA: Ação penal pública CONDICIONADA à representação da vítima 
 
EXCEÇÃO: Ação penal pública INCONDICIONADA quando a vítima 
for: 
I - a Administração Pública, direta ou indireta ; 
II - criança ou adolescente ; 
III - pessoa com deficiência mental ; ou 
IV - maior de 70 anos de idade ou incapaz . 
 
Em relação ao tema a Defensoria Pública de Minas Gerais publicou os seguintes 
enunciados: 
 
Enunciado 5: A condição de procedibilidade inserida no artigo 171, §5º, do CP, deve 
ser aplicada, em decorrência da regra da proporcionalidade, aos artigos 155, caput, 168, 
caput, e 180, caput, e §3º, todos do CP. 
 
Enunciado 6: O artigo 171, §5º, do CP, por possuir reflexos de natureza penal, aplica-
se aos fatos ocorridos anteriormente à sua vigência, operando-se a decadência na 
hipótese de a ação penal ter se iniciado sem a manifestação da vítima e já houver 
transcorrido o prazo de seis meses contados da data em que o ofendido tomou 
conhecimento da autoria. 
 
CAPÍTULO II: ALTERAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
JUIZ DAS GARANTIAS 
 
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz 
na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de 
acusação. (DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
ATENÇÃO!! CONTRADIÇÕES NO CPP QUANTO AO SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
Apesar de instituir formalmente o sistema acusatório o CPP ainda permanece com 
vários dispositivos de cunho inquisisito: 
 
 
 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado 
ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de 
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 
Enunciados da Defensoria Pública de Minas sobre o Juiz de garantias e o sistema 
acusatório: 
 
Enunciado 7: A sistemática legislativa introduzida pelo juiz de garantias (artigo 3º-A, do 
CPP) não incorre em violação de constitucionalidade, formal (art. 22, I, CRFB/88) ou 
material (art. 129, I, CRFB/88). 
 
Enunciado 8: O artigo 3º-A, do CPP, consagra na legislação infraconstitucional o 
sistema acusatório já previsto no modelo constitucional, revogando tacitamente todos 
os dispositivos de matriz inquisitorial ainda existentes no CPP. 
 
Enunciado 9: O artigo 3º-A, do CPP, revogou tacitamente os dispositivos que dispõem 
sobre a possibilidade de produção probatória de ofício pelo juiz, notadamente o artigo 
156, caput, parte final, e incisos I e II, e o artigo 209, todos do CPP. 
 
Enunciado 10: O artigo 212, parágrafo único, do CPP, deve ser interpretado no sentido 
de admitir que o juiz complemente perguntas das partes para esclarecer ponto já 
informado pela testemunha. Qualquer ampliação do espectro probatório é substituição 
da atividade probatória da acusação, postura vedada pelo artigo 3º-A do CPP. 
 
Enunciado 11: Não pode o juiz condenar, integral ou parcialmente, sem pedido do 
Ministério Público, tendo o artigo 3º-A do CPP revogado tacitamente o artigo 385 do 
CPP. 
 
 
COMPETÊNCIAS DO JUIZ DAS GARANTIAS 
 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da 
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia 
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente: DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII 
do caput do art. 5º da Constituição Federal; 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, 
observado o disposto no art. 310 deste Código; 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este 
seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; 
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, 
observado o disposto no § 1º deste artigo; 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-
las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em 
audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação 
especial pertinente; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm
 
 
 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla 
defesa em audiência pública e oral; 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em 
vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no 
§ 2º deste artigo; 
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver 
fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; 
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o 
andamento da investigação; 
XI - decidir sobre os requerimentos de: 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática 
e telemática ou de outras formas de comunicação; 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
c) busca e apreensão domiciliar; 
d) acesso a informações sigilosas; 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do 
investigado; 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 
deste Código; 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao 
investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e 
provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, 
estritamente, às diligências em andamento; 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a 
produção da perícia; 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de 
colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
 
ATENÇÃO!! 
2º Se o investigado estiver preso , o juiz das garantias poderá , mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma 
única vez, a duração do inquérito por até 15 dias , após o que, se ainda assim a 
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 
Enunciado da Defensoria Pública de Minas Gerais sobre esse dispositivo: 
 
Enunciado 12: A prorrogação máxima, por até 15 dias, do artigo 3º-B, §2º, do CPP, se 
aplica a todos os procedimentos, inclusive os previstos em leis extravagantes, na forma 
do artigo do artigo 3º-C, do CPP. 
 
Enunciado 13: Em todos os procedimentos, o juízo de admissibilidade da peça 
acusatória deve ser realizado após a apresentação da defesa escrita, pelo juiz de 
garantias, pelas seguintes razões: a) menção expressa ao art. 399 do CPP (artigos 3º-
B,inc. XIV, e 3º-C, caput); b) evitar a análise ampla do procedimento inquisitorial pelo 
juiz da instrução e julgamento, especialmente quando da apreciação dos pedidos de 
rejeição da peça acusatória e/ou absolvição sumária; c) evitar o impedimento do juiz da 
instrução e julgamento que reconhecer nulidade na fase inquisitorial arguida na resposta 
inicial. 
 
 
 
 
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais 
, EXCETO AS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO , e CESSA COM O 
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA na forma do art. 399 deste Código. 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo 
juiz da instrução e julgamento. DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO VINCULAM o juiz da 
instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá 
reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 
10 dias . 
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias 
ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público 
e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da 
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas 
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas , que 
deverão ser remetidos para apensamento em apartado. 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na 
secretaria do juízo das garantias. 
 
Enunciados da Defensoria Pública de Minas Gerais sobre esse tema: 
 
Enunciado 14: Por força do artigo 3º-C, §3º, do CPP, os autos do inquérito policial ou 
de qualquer outro procedimento investigatório não serão encaminhados ao juiz da 
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, 
medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas. 
 
Enunciado 15: É vedada, por parte da acusação, a juntada aos autos encaminhados 
ao juiz da instrução e julgamento de cópias dos elementos de informação existentes nos 
autos acautelados na secretaria do juízo das garantias, ressalvados apenas os 
documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de 
antecipação de provas (artigo 3º-C, §3º, do CPP). 
 
 
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas 
competências dos arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no 
processo. DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais 
criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições 
deste Capítulo. 
 
 Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de 
organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando 
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. 
DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
 
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o 
tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com 
órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob 
pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. DISPOSITIVO COM 
EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
 
 
 
 
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 
180 dias , o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a 
identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação 
normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a 
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa 
submetida à prisão. 
 
DICA DA MEGA!! 
 
RESUMINDO, O JUIZ DE GARANTIAS: 
• É responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela 
salvaguarda dos direitos individuais; 
• A competência abrange todas as infrações penais, EXCETO AS DE 
MENOR POTENCIAL OFENSIVO; 
• A competência CESSA COM O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA; 
• Suas decisões NÃO vinculam o juiz da instrução e julgamento; 
• O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas 
competências do juiz de garantia FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no 
processo. 
 
O JUIZ DAS GARANTIAS E A DECISÃO DO MINISTRO TOFFOLI EM SEDE DE 
MEDIDA CAUTELAR NAS ADIs 6,298, 6.299 e 6.300 (STF) 
 
Primeiramente, cumpre observar que a decisão proferida pelo Ministro Dias 
Toffoli em sede de Medida Cautelar nas ADIs 6,298, 6.299 e 6.300 não afeta o início do 
prazo de vigência da Lei 13.964 que entrará em vigor no próximo dia 23 de janeiro de 
2010. 
 
Ocorre que, no tocante aos dispositivos correspondentes à implementação 
do Juiz das Garantias notadamente os artigos 3º B-F do Código de Processo Penal, a 
eficácia foi suspensa pelo prazo de 180 dias para que sejam viabilizadas formas de 
efetivação do instituto. 
 
Na verdade, apesar de ser uma decisão provisória proferida 
monocraticamente em sede de plantão judiciário, a decisão vai além do que meramente 
suspender a eficácia do juiz das garantias conforme passaremos a demonstrar no 
decorrer deste artigo. 
 
Na decisão o Ministro Toffoli deixa claro que o Juiz das garantias não é 
novidade no Direito Comparado, corroborando os mais avançados parâmetros 
internacionais de garantias no processo penal. Existem casos paradigmáticos no 
Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) com a consequente alteração legislativa 
em diversos países (Portugal, Itália, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia etc). No 
Brasil, há exemplos reais de juiz de garantias, como o DIPO (Departamento de 
Inquéritos Policiais) do TJ/SP (e outros Estados). 
 
Outrossim, afirma a constitucionalidade formal do instituto, ressaltando que 
o “microssistema do juiz das garantias” promove diferenciação entre a fase pré-
processual ou investigativa e a processual propriamente dita do processo penal 
(“persecutio criminis”). Assevera que se trata de estabelecimento de mera divisão de 
competência funcional, com respeito às garantias da magistratura, sem alteração na 
organização e divisão judiciárias. 
 
Assevera também a constitucionalidade material do juiz das garantias 
(opção legislativa e exercício legítimo de função típica), colocando-o como reforço do 
 
 
 
sistema constitucional penal acusatório e da imparcialidade judicial (princípio supremo 
do processo) para amenização de contaminação subjetiva do julgador do processo. 
 
Já no tocante ao artigo 3º. D, paragrafo único do CPP (“Nas comarcas em 
que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, 
a fim de atender às disposições deste Cap�tulo.”), a decisão foi no sentido de suspensão 
cautelar do dispositivo sob o argumento que a adoção do sistema de rodízio de 
magistrados ingressa em questão de organização judiciária. A efetiva implementação 
do juiz das garantias não demanda necessariamente a criação de novos cargos, não 
incrementa o volume de trabalho do Judiciário, tampouco gera nova demanda. Exige 
gestão judiciária nas palavras do Ministro. 
 
Outro dispositivo suspenso cautelarmente foi o art. 157, § 5º do CPP ( “O 
juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a 
sentença ou ac�rdão”), fundamentando a decisão na ofensa aos prin�pios da 
legalidade (flexibilidade máxima e desproporcional das cláusulas abertas), da 
segurança jurídica e do juiz natural (uso malicioso de prova nula e contaminação judicial. 
 
Ressalte-se que foi concedido o prazo de 180 dias de transição para a 
eficácia de todo o microssistema do juiz das garantias. Os artigos que tratam da matéria 
estão com eficácia suspensa por esse período com data retroativa a 24 de dezembro 
de 2019. Exceção ao artigo 3º. A, que enuncia postulados básicos do sistema 
acusatório (vigência em 23/01/2020 após o prazo inicial legal de trinta dias). 
 
O juiz das garantias não será aplicável aos processos de Competência 
Originária dos Tribunais(Lei nº 8.038/1990) e no rito especial do júri: a colegialidade por 
si só é fator e reforço da independência e imparcialidade judicial. Interpretação conforme 
e suspensão liminar. Também não será aplicável aos processos criminais de violência 
doméstica/familiar contra a mulher: pela sua natureza, os casos de violência doméstica 
e familiar exigem disciplina processual penal específica, que traduza um procedimento 
mais dinâmico, apto a promover o pronto e efetivo amparo e proteção da vítima de 
violência doméstica. Inaplicabilidade aos processos de criminais de competência da 
Justiça Eleitoral: a Justiça Eleitoral brasileira não dispõe de quadro próprio de 
magistrados. Interpretação conforme e suspensão liminar. 
 
Por fim, foram estabelecidas regras de transição: (a) no tocante às ações 
penais que já tiverem sido instauradas no momento da efetiva implementação do juiz 
das garantias pelos tribunais (ou quando esgotado o prazo máximo de 180 dias), a 
eficácia da lei não acarretará qualquer modificação do juízo competente. O fato de o juiz 
da causa ter atuado na fase investigativa não implicará seu automático impedimento;(b) 
quanto às investigações que estiverem em curso no momento da efetiva implementação 
do juiz das garantias pelos tribunais (ou quando esgotado o prazo máximo de 180 dias), 
o juiz da investigação tornar-se-ão juiz das garantias do caso específico. Nessa 
hipótese, cessada a competência do juiz das garantias, com o recebimento da denúncia 
ou queixa, o processo será enviado ao juiz competente para a instrução e o julgamento 
da causa. 
 
A DECISÃO DO MINISTRO FUX 
 
Conclusão 
Ex positis, na condição de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, com as vênias 
de praxe e pelos motivos expostos: (a) Revogo a decisão monocrática constante das 
ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e suspendo sine die a eficácia, ad referendum do Plenário, 
(a1) da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 
3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal); e 
 
 
 
 
(a2) da alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova declarada inadmissível 
(157, §5º, do Código de Processo Penal); 
 
(b) Concedo a medida cautelar requerida nos autos da ADI 6305, e suspendo sine die 
a eficácia, ad referendum do Plenário, 
 
(b1) da alteração do procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, 
Código de Processo Penal); 
(b2) Da liberalização da prisão pela não realização da audiência de custodia no prazo 
de 24 horas (Artigo 310, §4°, do Código de Processo Penal); 
 
Nos termos do artigo 10, §2º, da Lei n. 9868/95, a concessão desta medida cautelar não 
interfere nem suspende os inquéritos e os processos em curso na presente data. 
 
Aguardem-se as informações já solicitadas aos requeridos, ao Advogado-Geral da 
União e ao Procurador-Geral da República. 
Após, retornem os autos para a análise dos pedidos de ingresso na lide dos amici curae 
e a designação oportuna de audiências públicas. 
Publique-se. Intimem-se. 
Brasília, 22 de janeiro de 2020. 
Ministro LUIZ FUX 
Supremo Tribunal Federal 
Documento assinado 
 
 
DEFESA DOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA NA FASE 
INVESTIGATÓRIA 
 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no 
art. 144 da Constituição Federal (polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia 
ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros 
militares; polícias penais federal, estaduais e distrital) figurarem como 
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais 
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos 
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma 
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá 
constituir defensor. 
 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá 
ser CITADO da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir 
defensor no prazo de até 48 horas a contar do recebimento da citação. 
 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação 
de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá 
intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência 
dos fatos, para que essa, no prazo de 48 horas , indique defensor para a 
representação do investigado. 
 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares 
vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde 
que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da 
Ordem. 
 
 
 
 
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
 Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer 
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público 
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os 
autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação , na forma 
da lei. DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA) 
 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o 
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 dias do recebimento 
da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão 
ministerial , conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, 
Estados e Municípios , a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser 
provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial . 
 
ANTES DA LEI 13.964/19 
 
• MP requeria o arquivamento ao juiz, que homologava ou não. 
• Arquivamento realizado na justiça 
• A vítima não tinha direito a recurso da decisão 
 
 DEPOIS DA LEI 13.964/19 
• MP ordena o arquivamento e remete os autos à instância de revisão 
ministerial para fins de homologação 
• Arquivamento realizado no âmbito do MP 
• A vítima pode pedir revisão da decisão à instância competência no prazo 
de 30 dias. 
 
ATENÇÃO! O MINISTRO FUX SUSPENDEU ESTE DISPOSITIVO DE MODO QUE 
ATÉ A DECISÃO DEFINITIVA DO PLENO DO STF O ARQUIVAMENTO DO IP 
CONTINUA SENDO SUBMETIDO A HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado 
formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave 
ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos , o Ministério Público poderá propor 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL , desde que necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime , mediante as seguintes condições ajustadas 
cumulativa e alternativamente : 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-
lo; 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público 
como instrumentos, produto ou proveito do crime; 
 III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3 , em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal); 
 
IV - pagar prestação pecuniária , a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de 
 
 
 
interesse social , a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, 
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes 
aos aparentemente lesados pelo delito; ou 
 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério 
Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput 
deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis 
ao caso concreto. 
 
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICAnas seguintes hipóteses: 
 I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais 
Criminais, nos termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que 
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se 
insignificantes as infrações penais pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da 
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão 
condicional do processo ; e 
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou 
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino , em favor 
do agressor. 
 
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será 
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
 § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada 
audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade , por meio da oitiva 
do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade . 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições 
dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério 
Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do 
investigado e seu defensor. 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz 
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o 
juízo de execução penal. 
 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos 
legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público 
para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o 
oferecimento da denúncia. 
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal 
e de seu descumprimento. 
 § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não 
persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de 
sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. 
 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado 
também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o 
eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
 § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não 
constarão de certidão de antecedentes criminais , exceto para os fins previstos 
no inciso III do § 2º deste artigo. 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo 
competente decretará a extinção de punibilidade. 
 
 
 
§ 14. No caso de recusa , por parte do Ministério Público, em propor o acordo de 
não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a 
órgão superior , na forma do art. 28 deste Código. 
 
DICA DA MEGA 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL PREVISTO PELA RESOLUÇÃO 181/17 
 
• Pena mínima inferior a 4 anos 
• Crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, 
o investigado tiver confessado formal e circunstanciadamente a sua 
prática 
• 
Discussão sobre a constitucionalidade porque matéria processual penal nos 
termos da Constituição Federal é reservada à lei federal. 
 
CONDIÇÕES: 
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público 
como instrumentos, produto ou proveito do crime; 
II – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito, diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo Ministério 
Público; 
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código 
Penal, a entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério 
Público, devendo a prestação ser destinada preferencialmente àquelas entidades 
que tenham como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos 
aparentemente lesados pelo delito; 
V – cumprir outra condição estipulada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal aparentemente praticada. 
 
NÃO CABÍVEL: 
I – for cabível a transação penal, nos termos da lei; 
II – o dano causado for superior a 20 salários mínimos ou a parâmetro econômico 
diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação 
local; 
III – o investigado incorra em alguma das hipóteses previstas no art. 76, § 2º, da 
Lei nº 9.099/95; 
IV – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da 
pretensão punitiva estatal; 
V – o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 
11.340, de 7 de agosto de 2006; 
VI – a celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para 
a reprovação e prevenção do crime. 
 
Enunciados da Defensoria Pública de Minas Gerais sobre esse tema: 
 
Enunciado 17: O artigo 28-A do CPP é aplicável aos feitos em curso e em qualquer 
fase processual, visto que se trata de norma que também possui caráter penal e consiste 
em direito subjetivo do indivíduo. 
 
Enunciado 18: O prazo determinado para a condição do inciso V, do artigo 28-A, do 
CPP, não pode ser superior àquele previsto no artigo 28-A, III, do CPP, ou seja, àquele 
correspondente à pena mínima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, já 
 
 
 
que uma condição genérica não pode perdurar por tempo superior a obrigação de 
natureza penal. 
 
Enunciado 19: Ante a notícia de descumprimento de condição estipulada no acordo de 
não persecução penal (artigo 28-A, §10, do CPP), em homenagem aos princípios do 
contraditório e da ampla defesa constitucionalmente determinados, a análise da 
rescisão pressupõe a oitiva do investigado e da defesa técnica. 
 
 
 DAS COISAS APREENDIDAS 
 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120 (restituição),as coisas apreendidas 
serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. 
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros 
bens de relevante valor cultural ou artístico , se o crime não tiver vítima 
determinada , poderá haver destinação dos bens a museus públicos. 
 
AVALIAÇÃO E ALIENAÇÃO DOS BENS 
 
 Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória , o juiz, de ofício ou a 
requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e 
a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado . 
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao 
lesado ou a terceiro de boa-fé. 
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto 
se houver previsão diversa em lei especial. 
 
UTILIZAÇÃO DOS BENS 
 
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de 
bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos 
órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do 
sistema prisional, do sistema socioeducativo , da Força Nacional de Segurança 
Pública e do Instituto Geral de Perícia , para o desempenho de suas atividades. 
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou 
repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na 
sua utilização. 
 § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz 
poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. 
 
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou 
aeronave , o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e 
controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em 
favor do órgão público beneficiário , o qual estará isento do pagamento de multas, 
encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, 
que deverão ser cobrados de seu responsável. 
§ 4ºTransitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de 
perdimento dos bens , 
ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a 
transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi 
custodiado o bem. 
 
DA PROVA INADMISSIVEL 
 
 
 
 
 Art. 157. § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível 
NÃO PODERÁ proferir a sentença ou acórdão . DISPOSITIVO COM EFICÁCIA 
SUSPENSA) 
 
ATENÇÃO!! DECISÃO NA MEDIDA CAUTELAR NAS ADIs: DISPOSITIVO 
SUSPENSO 
 
5. Inconstitucionalidade do art. 157, § 5º do CPP ( “O juiz que conhecer do 
conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou 
acórdão.” Ofensa aos princ�pios da legalidade (flexibilidade máxima e 
desproporcional das cláusulas abertas), da segurança jurídica e do juiz natural 
(uso malicioso de prova nula e contaminação judicial. Dispositivo suspenso na 
cautelar. 
 
DA CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA 
 
A cadeia de custódia da prova consiste no caminho que deve ser percorrido pela 
prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo que qualquer interferência 
indevida durante esse trâmite processual pode resultar na sua imprestabilidade 
(STJ. 5ª Turma. RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/02/2019). 
 
Cadeia de Custódia é o processo de documentar a história cronológica da 
evidência, esse processo visa a garantir o rastreamento das evidências utilizadas 
em processos judiciais, registrar quem teve acesso ou realizou o manuseio desta 
evidência. No que diz respeito à preservação das informações coletadas a cadeia 
de custódia possibilita documentar a cronologia das evidências, quem foram os 
responsáveis por seu manuseio, garantir a inviolabilidade do material, lacrar as 
evidências, restringir acesso, tudo isso visando à perda da confiança do elemento 
(com)probatório, seja em qual área for. 
 
No processo penal, como não poderia deixar de ser, por envolver instrumento 
processual que pode culminar com a restrição da liberdade de locomoção do 
cidadão, o tema preservação das fontes de prova ganha ainda maior importância 
e, nesse contexto, a preservação da cadeia de custódia probatória segue mesma 
sorte. A sua preservação, em verdade, é erigida a verdadeira “ condição de 
validade da prova”. 
 
 CAPÍTULO II 
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS 
EM GERAL 
 
Art. 158-A. Considera-se CADEIA DE CUSTÓDIA o conjunto de todos os 
procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do 
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e 
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
 § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou 
com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência 
de vestígio. 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse 
para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou 
recolhido, que se relaciona à infração penal. 
 
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas 
seguintes etapas : 
 
 
 
I - reconhecimento : ato de distinguir um elemento como de potencial interesse 
para a produção da prova pericial; 
II - isolamento : ato de evitar que se altere o estado das coisas , devendo isolar 
e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de 
crime; 
III - fixação : descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de 
crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser 
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua 
descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; 
IV - coleta : ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, 
respeitando suas características e natureza; 
V - acondicionamento : procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é 
embalado de forma individualizada , de acordo com suas características físicas, 
químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome 
de quem realizou a coleta e o acondicionamento; 
 
VI - transporte : ato de transferir o vestígio de um local para o outro , utilizando as 
condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo 
a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle 
de sua posse; 
VII - recebimento : ato formal de transferência da posse do vestígio , que deve ser 
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de 
procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome 
de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo 
do vestígio, protocolo, 
assinatura e identificação de quem o recebeu; 
VIII - processamento : exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo 
com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e 
químicas, a fim de se obter o resultado desejado , que deverá ser formalizado em 
laudo produzido por perito; 
IX - armazenamento : procedimento referente à guarda, em condições adequadas, 
do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia , 
descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo 
correspondente; 
X - descarte : procedimento referente à liberação do vestígio , respeitando a 
legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. 
 
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por 
perito oficial , que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, 
mesmo quando for necessária a realização de exames 
complementares. 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser 
tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de 
natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. 
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer 
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, 
sendo tipificada como fraude processual a sua realização. 
 
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela 
natureza do material. 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração 
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio 
durante o transporte. 
 
 
 
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, 
impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço 
para registro de informações sobre seu conteúdo. 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, 
motivadamente, por pessoa autorizada . 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de 
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, 
a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. 
 
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de 
custódia destinada à guarda e controle dos vestígios , e sua gestão deve ser 
vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local 
para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando 
a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço 
seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características 
do vestígio. 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser 
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a 
eles se relacionam. 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverãoser 
identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. 
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão 
ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, 
a destinação, a data e horário da ação. 
 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central 
de custódia , devendo nela permanecer. 
 
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de 
armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária 
determinar as condições de depósito do referido material em local diverso, 
mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza 
criminal. 
 
QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA(BREAK ON THE CHAIN OF CUSTODY) E 
VALIDADE DA PROVA 
 
Quanto a este tema temos duas correntes: 
 
1ª corrente: Aury Lopes Junior 
A quebra da cadeia de custódia leva a nulidade da prova produzida devendo ser 
desentranhada dos autos. 
 
2ª corrente: Gustavo Badaró: Não necessariamente a prova será nula mas seu 
valor probatório sera relativizado. 
 
O tema é muito novo. Vamos aguardar o posicionamento dos Tribunais após o 
Pacote Anticrime. 
 
DECRETAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES 
 
 Art. 282. 
 
 
 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das 
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público . 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida , o 
juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte 
contrária, para se manifestar no prazo de 5 dias, acompanhada de cópia do 
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os 
casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em 
decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida 
excepcional. 
 
ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 Serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando 
no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério Público. 
 
 No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de 
ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do 
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). 
 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas , o juiz, 
mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante 
, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, 
decretar a prisão preventiva , nos termos do parágrafo único do art. 312 deste 
Código. 
 
§ 5º O juiz poderá , de ofício ou a pedido das partes , revogar a medida cautelar 
ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista , bem como 
voltar a decretá-la , se sobrevierem razões que a justifiquem. 
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar , observado o art. 319 deste Código, e o 
não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser 
justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, 
de forma individualizada. 
 
Enunciados da Defensoria Pública de Minas sobre esse tema: 
 
Enunciado 20: Por força das alterações dos artigos 282, §2º, 310 e 311 do CPP, está 
revogada a possibilidade de decretação de medidas cautelares, em especial a prisão 
preventiva, de ofício. 
 
Enunciado 21: A substituição da medida cautelar por outra mais gravosa em razão do 
descumprimento da medida inicialmente decretada (artigo 282, §4º, do CPP) pressupõe 
o contraditório e a ampla defesa. 
 
Enunciado 22: Para fins dos artigos 282, §5º e 316, CPP, a nova decretação de medida 
cautelar, incluindo a prisão preventiva, demanda provocação dos legitimados, na forma 
dos artigos 282, §2º e 311, CPP. 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
 
 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de 
prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado . 
 
 ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, 
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. 
 
Art. 287. Se a infração for inafiançável , a falta de exibição do mandado não 
obstará a prisão , e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao 
juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de custódia. 
 
 ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à 
prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver 
expedido o mandado. 
 
 AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
 
 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante , no prazo máximo de até 24 
horas após a realização da prisão , o juiz deverá promover AUDIÊNCIA DE 
CUSTÓDIA com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro 
da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público , e, nessa audiência, o 
juiz deverá, fundamentadamente : 
 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o 
fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 
23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) (legítima 
defesa), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória 
, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob 
pena de revogação. 
 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização 
criminosa armada ou milícia , ou que porta arma de fogo de uso restrito , DEVERÁ 
DENEGAR A LIBERDADE PROVISÓRIA , com ou sem medidas 
cautelares. 
 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da 
audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo (24 horas após 
recebimento do auto de prisão em flagrante) responderá 
administrativa, civil e penalmente pela omissão. 
 
 § 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste 
artigo, a NÃO REALIZAÇÃO de audiência de custódia sem motivação idônea 
ENSEJARÁ também a ILEGALIDADE DA PRISÃO , a ser relaxada pela autoridade 
competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão 
preventiva. DISPOSITIVO COM EFICÁCIA SUSPENSA 
 
 
ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 
 
 
 Não havia previsão legal. 
Era prevista na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) e no Pacto 
Internacional de Direitos Civis e Políticos. 
CNJ regulamentou na Resolução 231/2015. 
A Resolução estabeleceu a apresentação do preso no prazo de 24 hs. 
 
Enunciado da Defensoria Pública de Minas sobre esse tema: 
 
Enunciado 23: É inconstitucional a prisão prevista no artigo 310, §2º, do CPP, visto que 
é proibida pela jurisprudência do STF a prisão ex lege, por violar a presunção de 
inocência (Adin 3.112 e RE 1.038.925 com Rep. Geral). 
 
Enunciado 24: A decretação imediata da prisão preventiva prevista no artigo 310, §4º, 
do CPP, depende de manifestação expressa e fundamentada no Ministério Público, não 
podendo ser decretada de ofício pelo juízo. 
 
 
PRISÃO PREVENTIVA 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal , caberá 
a PRISÃO PREVENTIVA decretada pelo juiz, a requerimento do ministério público, 
do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. 
 
ANTES DA LEI 13.964/2019 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá 
a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou arequerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem 
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para 
assegurar a aplicação da lei penal , quando houver prova da existência do crime 
e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do 
imputado . 
 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e 
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 
ANTES DA LEI 13.964/2019 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem 
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para 
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e 
indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras 
medidas cautelares 
 
Art. 313. § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a 
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata 
de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia 
 
 
 
 
Art. 315. A decisão que decretar , substituir ou denegar a prisão preventiva será 
sempre motivada e fundamentada. 
 § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra 
cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 
ANTES DA LEI 13.964/2019 
 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será 
sempre motivada. 
 
§ 2º NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA QUALQUER DECISÃO JUDICIAL , 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
 
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida ; 
 II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em 
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se 
ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado 
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou 
a superação do entendimento. 
 
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão 
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de 
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem 
razões que a justifiquem. 
 
 Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da 
decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias , mediante 
decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. 
 
Enunciado Defensoria Pública de Minas sobre esse tema: 
 
Enunciado 25: O prazo de 90 dias, previsto no artigo 316, parágrafo único, do CPP, 
não será contado da entrada em vigor da lei, mas desde a decretação da prisão 
preventiva, de forma que aquelas prisões cautelares cujo prazo já foi atingido quando 
da vigência da lei deverão ser imediatamente revistas. 
 
 
EXECUÇÃO DA SENTENÇA NO TRIBUNAL DO JURI 
 
 Art. 492. I – 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se 
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva , ou, no caso de 
condenação a uma pena igual ou superior a 15 anos de reclusão , determinará a 
execução provisória das penas , com expedição do mandado de prisão, se for o 
caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; 
ANTES DA LEI 13.964/19 
 
 
 
 Em seguida, o presidente proferirá sentença que no caso de condenação 
mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, 
se presentes os requisitos da prisão preventiva ; 
 
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução 
provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se 
houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o 
julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. 
 
 § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma 
pena igual ou superior a 15 anos de reclusão NÃO TERÁ EFEITO SUSPENSIVO . 
DA POLÊMICA DA QUESTÃO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA NO 
TRIBUNAL DO JURI 
§ 5º Excepcionalmente , poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação 
de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso 
: 
I - não tem propósito meramente protelatório ; e 
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da 
sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 anos 
de reclusão . 
 
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente 
na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, 
instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de 
prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à 
compreensão da controvérsia. 
 
Mais recentemente, o ministro Celso de Mello rechaçou essa tese, elucidando que 
“Não cabe invocar a soberania do veredicto do Conselho de Sentença, para 
justificar a possibilidade de execução antecipada (ou provisória) de condenação 
penal recorrível emanada do Tribunal do Júri, eis que o sentido da cláusula 
constitucional inerente ao pronunciamento soberano dos jurados (CF, art. 5º, 
XXXVIII, ‘c’) não o transforma em manifestação decisória intang�vel, mesmo 
porque admissível, em tal hipótese, a interposição do recurso de apelação, como 
resulta claro da regra inscrita no art. 593, III, ‘d’, do CPP”. STF, HC 174.759 MC, 
Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 20/9/19. 
No mesmo sentido: HC 176.229, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes. 
 
Enunciado Defensoria Pública de Minas: 
 
Enunciado 26: O artigo 492, e, do CPP, é inconstitucional e inconvencional, visto que 
a prisão baseada em quantitativo de pena viola: (i) o direito de defesa ao intimidar o 
comparecimento do réu ao julgamento, (ii) estimular por via transversa a aplicação de 
pena que implique em prisão, e (iii) violar a presunção de inocência, na forma da 
jurisprudência do STF. 
 
 
NULIDADES 
 
 Art. 564. V - em decorrência de decisão carente de fundamentação . 
Na opinião de Rogério Sanches esta nova nulidade seria uma espécie de nulidade 
absoluta uma vez que não estaria listada no Código dentre as que admitiriam 
convalidação. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5756267
https://migalhas.com.br/arquivos/2019/9/art20190930-11.pdf
 
 
 
No entanto, a jurisprudência francamente apoiada no princípio do prejuízo, 
raramentevem identificando nulidades absolutas, salvo quando demonstrado o 
efetivo prejuízo advindo do preterimento da forma. 
A necessidade de fundamentação de toda e qualquer decisão judicial já decorre 
do mandamento constitucional (art. 93, IX da Carta), e, por isso mesmo, a rigor, 
nem precisaria ser mencionada. 
 
RESE 
 
Art. 581. XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução 
penal , previsto no art. 28-A desta Lei. 
Mais uma hipótese acrescida ao rol de decisões impugnáveis pela via do Recurso 
em Sentido Estrito. 
 
DOS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
 
Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão processados e 
julgados no STF e no STJ na forma estabelecida por leis especiais, pela lei 
processual civile pelos respectivos regimentos internos. 
 ANTES DA LEI 13964/19 
 O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo Tribunal Federal 
na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno. 
 
CAPÍTULO III: ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
ALTERAÇÕES NA LEI 7.210/84- LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
 
 Art. 9º-A. 
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de 
dados genéticos, observando as melhores práticas da genética forense. 
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados 
constantes nos bancos de perfis genéticos , bem como a todos os documentos 
da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira 
que possa ser contraditado pela defesa. 
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido 
submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no 
estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante o 
cumprimento da pena. 
 § 8º CONSTITUI FALTA GRAVE a recusa do condenado em submeter-se ao 
procedimento de identificação do perfil genético. 
 
Art. 50. Comete FALTA GRAVE o condenado à pena privativa de liberdade que: 
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético . 
ATENÇÃO!! Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com 
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos 
no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, 
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - 
ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído 
pela Lei nº 12.654, de 2012) 
 
Enunciado Defensoria Pública de Minas: 
 
Enunciado 27: O artigo 50, VIII, da LEP, é inconstitucional porque viola o artigo 5º, 
inciso LXIII, da CRFB/88. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm
 
 
 
 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO 
 
 Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, 
quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas , sujeitará o preso 
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro , sem prejuízo da sanção 
penal, ao regime disciplinar diferenciado (RDD) , com as seguintes características 
: 
I - duração máxima de até 2 anos , sem prejuízo de repetição da sanção por nova 
falta grave de mesma espécie ; 
II - recolhimento em cela individual ; 
III - visitas quinzenais , de 2 pessoas por vez , a serem realizadas em instalações 
equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da 
família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 horas 
; 
 
IV - direito do preso à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol, em 
grupos de até 4 presos , desde que não haja contato com presos do mesmo grupo 
criminoso ; 
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor , em 
instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, 
salvo expressa autorização judicial em contrário; 
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência ; 
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência 
, garantindo-se a 
participação do defensor no mesmo ambiente do preso. 
 
§ 1º O regime disciplinar diferenciado (RDD) também será aplicado aos presos 
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros : 
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento 
penal ou da sociedade; 
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação , a 
qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia 
privada, independentemente da prática de falta grave. 
 § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização 
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação 
criminosa em 2 ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado 
(RDD) será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal . 
 
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores , o regime disciplinar diferenciado 
(RDD) poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 ano, existindo 
indícios de que o preso : 
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do 
estabelecimento penal de origem ou da sociedade; 
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou 
milícia privada , considerados também o perfil criminal e a função desempenhada 
por ele no grupo criminoso , a operação duradoura do grupo, a superveniência de 
novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário. 
 
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o RDD deverá contar com alta 
segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de 
se evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. 
 
 
 
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema 
de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente 
penitenciário . 
§ 7º Após os primeiros 6 meses de RDD, o preso que não receber a visita de que 
trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter 
contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 vezes por mês 
e por 10 minutos . 
 
PROGRESSÃO DE REGIME 
 Art. 112. A pena privativa de liberdade (PPL) será executada em forma 
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso , a ser determinada 
pelo juiz , quando o preso tiver cumprido ao menos : 
I - 16% da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
 II – 20% da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência 
à pessoa ou grave ameaça ; 
III - 25% da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
 IV – 30% da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência 
à pessoa ou grave ameaça; 
 V - 40% da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou 
equiparado , se for primário ; 
 
VI - 50% da pena, se o apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte 
, se for primário , VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL ; 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização 
criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado ; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada ; 
VII - 60% da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou 
equiparado ; 
VIII - 70% da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL. 
 
REGRAS DE PROGRESSÃO ANTES DA LEI 13.964/2019 
 
• CRIME COMUM: PROGRESSÃO COM 1/6 DE CUMPRIMENTO DA PENA 
• PRIMÁRIO EM CRIME HEDIONDO: 2/5 (40%) 
• REINCIDENTE EM CRIME HEDIONDO: 3/5 (60%) 
 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se 
ostentar boa conduta carcerária , comprovada pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. 
 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre 
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor , 
procedimento que também será adotado na concessão de livramento 
condicional, indulto e comutação de penas , respeitados os prazos previstos nas 
normas vigentes. 
 
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado , para os fins deste artigo, o crime 
de tráfico de drogas previsto no § 4º

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