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PMMG SOLDADO(CFSd QPPM - INTERIOR) Língua Portuguesa e Redação Noções de Direito Penal Noções de Direito Constitucional Noções de Direito Penal Militar Direitos Humanos Legislação Extravagante Noções de Estatística GG EDUCACIONAL EIRELI SIA TRECHO 3 LOTE 990, 3º ANDAR, EDIFÍCIO ITAÚ – BRASÍLIA-DF CEP: 71.200-032 TEL: (61) 3209-9500 faleconosco@editoragrancursos.com.br Bruno Pilastre Rodrigo Larizzatti Ivan Lucas Hêlbert Borges Wilson Garcia / Leonardo de Medeiros Roberto Vasconcelos PRESIDÊNCIA: Gabriel Granjeiro DIRETORIA EXECUTIVA: Rodrigo Teles Calado CONSELHO EDITORIAL: Bruno Pilastre e João Dino DIRETORIA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano DIAGRAMAÇÃO: Charles Maia, Oziel Candido da Rosa e Washington Nunes Chaves REVISÃO: Carolina Fernandes, Emanuelle Alves Melo, Hudson Maciel, Luciana Silva e Sabrina Soares CAPA: Pedro Wgilson TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19/02/1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. 09/2015 – Editora Gran Cursos GS1: 789 862 062 0 431 4 BRUNO PILASTRE Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília. Professor de Redação Discursiva e Interpretação de Textos. Autor dos livros Guia Prático de Língua Portuguesa e Guia de Redação Discursiva para Concursos pela editora Gran Cursos. HÊLBERT BORGES Bacharel em Direito e Ciências Sociais pela AEUDF, Gra- duado e Pós-graduado em Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar de Brasília e Pós-graduado em Segurança Pública e Cidadania pela Universidade de Brasília/UnB. Pos- suidor do Curso de Altos Estudos Estratégicos em Segurança Pública e Cidadania pela Academia de Polícia Militar de Brasília. É professor há mais de 18 anos, lecionando na Acade- mia de Polícia Militar de Brasília, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMDF, e em cursos prepa- ratórios para concursos, nas áreas de Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Penal Militar, Direitos Humanos, Legislação Penal Extravagante, Técnicas de Ensino, Técni- cas Policiais, Técnicas de Segurança, Teoria e Normas de Segurança, Relações Públicas, Assessoria de Imprensa, Comunicação Social, Legislação, Regulamento e Regime Jurídico (Estatutos) da PMDF e do CBMDF, sendo um dos responsáveis pela formação, habilitação, aperfeiçoamento e especialização do efetivo da Polícia Militar do Distrito Fede- ral. Atualmente é Oficial Superior no posto de Tenente Coro- nel do quadro de oficiais policiais militares combatentes. Foi subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Militar no Guará, juiz militar pela Auditoria Militar do TJDF, chefe do Centro de Comunicação Social da PMDF. Atualmente é chefe da Seção de Legislação do Estado Maior da Polícia Militar do DF e encontra-se realizando o Curso Superior de Política e Estra- tégia pela Escola Superior de Guerra das Forças Armadas. É autor, pela Editora Gran Cursos, do livro Comentários ao Estatuto da Polícia Militar do Distrito Federal. IVAN LUCAS Pós-graduando em Direito de Estado pela Universidade Católica de Brasília, Ivan Lucas leciona Lei 8.112/90, Direito Administrativo e Direito do Trabalho. Ex-servidor do Superior Tribunal de Justiça, o professor atualmente é analista do Tri- bunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Possui grande experiência na preparação de candidatos a concursos públicos. É autor, pela Editora Gran Cursos, das obras: Direito do Trabalho para concursos – Teoria e Exercícios; Lei n. 8.112/90 comentada – 850 exercícios com gabarito comentado; Lei n. 8.666/1993 – Teoria e Exercícios com gabarito comentado; Atos Administrativos – Teoria e Exercícios com gabarito comentado; 1.500 Exercícios de Direito Administrativo; 1.000 Exercícios de Direito Constitucional; Legislação Administra- tiva Compilada, dentre outras. LEONARDO DE MEDEIROS É advogado e foi professor da UFPE. Leciona em cursos preparatórios para concursos em Brasília e no Paraná. ROBERTO VASCONCELOS Engenheiro Civil formado pela Universidade Fede- ral de Goiás, pós-graduado em Matemática Financeira e Estatística. Leciona exclusivamente para concursos há 18 anos, minis trando: Matemática, Raciocínio Lógico e Estatís- tica. Autor dos livros Matemática Definitiva para Concursos e Raciocínio Lógico Definitivo para Concursos pela editora GranCursos. RODRIGO LARIZZATTI Bacharel em Direito e Ciências Sociais pela Universi- dade Paulista/SP (1996). Pós-graduado em MBA/Metodolo- gia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Brasí- lia – UCB (2001) e MBA/Gestão de Polícia Judiciária pelas Faculdades Fortium (2008). É Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal, professor de cursos preparatórios com larga experiência e ex-professor universitário, lecionando as dis ciplinas de Direito Penal, Legislação Penal Extra- vagante e Direito Processual Penal. Ingressou na Polícia Civil do Estado de São Paulo no ano de 1991, no cargo de Agente Policial, tendo em 1992 sido novamente apro- vado em cer tame para a função de Investigador de Polícia, que exer ceu até 1996. Aprovado em 1997 para o cargo de Agente de Polícia Federal, optou pela carreira jurídica de Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal, ingressando nos quadros da PCDF em 1999, onde permanece até hoje. Atuou na advo cacia, nas áreas Criminal, Administrativa e Constitucional. Autor do livro Compêndio de Direito Penal pela editora Gran Cursos. AUTORES 5 WILSON GARCIA Bacharel em Direito pela UCDB, Pós-Graduado em Direito Público pela UCDB, Curso da Escola Superior do Ministério Públicos/MS. Ministra aulas de Direito Administrativo, LODF e Código de Defesa do Consumidor, das Leis 8.112/90, 8.429/92, 8.666/93, 9.784/99, 8.987/95, LC 840/11-DF, e outras legis- lações. Professor em diversos cursos preparatórios para con- cursos e preparatório para a OAB. Diretor do site: sites.google.com/site/professorwilson- garcia; Grupo do facebook: Alunos do Prof. Wilson Garcia. Autor das obras: Série – A Prova – LODF pela Editora Gran Cursos, Direito Civil e Processual Civil. Volume 13, da Apostila Digital: “Resumão do Wilsão” - Direito Administra- tivo, do Artigo “Prescrição e Decadência no Direito Civil” - Revista Síntese, Autor dos livros digitais, pela Editora Saraiva, Principais Pontos – Volume I – Lei 8.429/92 – Improbidade Administrativa – 2º edição; Principais Pontos – Volume II – LODF –2º edição; Principais Pontos – Volume IV – LC 840 em Exercícios; LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO ..............................................................................................................7 NOÇÕES DE DIREITO PENAL ......................................................................................................................107 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................233 NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR .......................................................................................................383 DIREITOS HUMANOS .................................................................................................................................443 LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ....................................................................................................................447 NOÇÕES DE ESTATÍSTICA ...........................................................................................................................615 ÍNDICE GERAL SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO LINGUAGEM: COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO E INTERAÇÃO PRESENTE EM TODAS AS ATIVIDADES HUMANAS; FUNÇÕES DA LINGUAGEM NA COMUNICAÇÃO; DIVERSIDADE LINGUÍSTICA (LÍNGUA PADRÃO, LÍNGUA NÃO PADRÃO) ..........................................................................................................52/77LEITURA: CAPACIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DO CONTEXTO SOCIAL, ECONÔMI- CO E CULTURAL (LEITURA DE MUNDO) .....................................................................................................57 TEXTO: OS DIVERSOS TEXTOS QUE SE APRESENTAM NO COTIDIANO, ESCRITOS NAS MAIS DIFE- RENTES LINGUAGENS VERBAIS E NÃO-VERBAIS (JORNAIS, REVISTAS, FOTOGRAFIAS, ESCULTURAS, MÚSICAS, VÍDEOS, ENTRE OUTROS) ...........................................................................................................64 ESTRUTURA TEXTUAL: ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS: IDEIA PRINCIPAL E IDEIAS SE- CUNDÁRIAS; RELAÇÕES LÓGICAS E FORMAIS ENTRE ELEMENTOS DO TEXTO: A COERÊNCIA E A COESÃO TEXTUAL; DEFESA DO PONTO DE VISTA: A ARGUMENTAÇÃO E A INTENCIONALIDADE; ELEMENTOS DA NARRATIVA; DISCURSO DIRETO; DISCURSO INDIRETO E INDIRETO LIVRE; SEMÂN- TICA: O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS E DAS SENTENÇAS: LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATI- VA; SINONÍMIA, ANTONÍMIA E POLISSEMIA ...............................................................................................59 B R U N O P ILA STR E 8 PARTE 1 – GRAMÁTICA CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA ORTOGRAFIA OFICIAL Iniciamos nossos trabalhos com o tema Ortografia Oficial. Sabemos que a correção ortográfica é requisito ele- mentar de qualquer texto. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. Em sede de concurso público, temos de estar atentos para evitar descuidos. Nesta seção, procuraremos sanar principalmente um tipo de erro de grafia: o que decorre do emprego inade- quado de determinada letra por desconhecimento da grafia da palavra. Antes, porém, vejamos a distinção entre o plano sonoro da língua (seus sons, fonemas e sílabas) e a representação gráfica (escrita/grafia), a qual inclui sinais gráficos diversos, como letras e diacríticos. É importante não confundir o plano sonoro da língua com sua representação escrita. Você deve observar que a representação gráfica das palavras é realizada pelo sis- tema ortográfico, o qual apresenta características especí- ficas. Essas peculiaridades do sistema ortográfico são res- ponsáveis por frequentes divergências entre a forma oral (sonora) e a forma escrita (gráfica) da língua. Vejamos três casos importantes: I – Os dígrafos: são combinações de letras que repre- sentam um só fonema. II – Letras diferentes para representar o mesmo fone- ma. III – Mesma letra para representar fonemas distintos. Para ilustrar, selecionamos uma lista de palavras para representar cada um dos casos. O quadro a seguir apre- senta, na coluna da esquerda, a lista de palavras; na coluna da direita, a explicação do caso. Exemplos Explicação do caso Achar Quilo Carro Santo Temos, nessa lista de palavras, exemplos de dígra- fos. Em achar, as duas letras (ch) representam um único som (fricativa pós-alveolar surda). O mesmo vale para a palavra quilo, em que o as duas letras (qu) representam o som (oclusiva velar surda). Exato Rezar Pesar Nessa lista de palavras, encontramos três letras diferentes (x, z e s) para representar o mesmo fonema (som): fricativa alveolar sonora. Xadrez Fixo Hexacanto Exame Próximo Mesma letra para representar fonemas distintos. A letra x pode representar cinco sons distintos: (i) con- soante fricativa palatal surda; (ii) grupo consonantal [cs]; (iii) grupo consonantal [gz]; (iv) consoante frica- tiva linguodental sonora [z]; e consoante fricativa côncava dental surda. Há, também, letras que não representam nenhum fonema, como nas palavras hoje, humilde, hotel. DICA PARA A PROVA! Os certames costumam avaliar esse conteúdo da se- guinte forma: 1. O vocábulo cujo número de letras é igual ao de fone- mas está em: a. casa. b. hotel. c. achar. d. senha. e. grande. Resposta: item (a). Palavras-chave! Fonema: unidade mínima das línguas naturais no nível fonê- mico, com valor distintivo (distingue morfemas ou palavras com significados diferentes, como faca e vaca). Sílaba: vogal ou grupo de fonemas que se pronunciam numa só emissão de voz, e que, sós ou reunidos a outros, formam pala- vras. Unidade fonética fundamental, acima do som. Toda sílaba é constituída por uma vogal. Escrita: representação da linguagem falada por meio de signos gráficos. Grafia: (i) representação escrita de uma palavra; escrita, trans- crição; (ii) cada uma das possíveis maneiras de representar por escrito uma palavra (inclusive as consideradas incorretas); por exemplo, Ivan e Ivã; atrás (grafia correta) e atraz (grafia incor- reta); farmácia (grafia atual) e pharmacia (grafia antiga); (iii) transcrição fonética da fala, por meio de um alfabeto fonético ('sistema convencional'). Letra: cada um dos sinais gráficos que representam, na transcri- ção de uma língua, um fonema ou grupo de fonemas. Diacrítico: sinal gráfico que se acrescenta a uma letra para conferir-lhe novo valor fonético e/ou fonológico. Na ortografia do português, são diacríticos os acentos gráficos, a cedilha, o trema e o til. EMPREGO DAS LETRAS EMPREGO DE VOGAIS As vogais na língua portuguesa admitem certa varie- dade de pronúncia, dependendo de sua intensidade (isto é, se são tônicas ou átonas), de sua posição na sílaba etc. Por haver essa variação na pronúncia, nem sempre a memó- ria, baseada na oralidade, retém a forma correta da grafia, a qual pode ser divergente do som. Como podemos solucionar esses equívocos? Temos de decorar todas as palavras (e sua grafia)? Não. A leitura e a prática da escrita são atividades fundamentais para evitar erros. Para referência, apresentamos a lista a seguir, a qual não é exaustiva. Em verdade, a lista procura incluir as difi- culdades mais correntes em língua portuguesa. LÍ N G U A P O R TU G U ES A E R ED A Ç Ã O 9 E ou I? Palavras com E, e não I. imbuir imergir (mergulhar) imigrar (entrar em país estrangeiro) iminente (próximo) imiscuir-se inclinar incorporar (encorpar) incrustar (encrostar) indigitar infestar influi(s) inigualável iniludível inquirir (interrogar) intitular irrupção júri linimento (medicamento untuoso) meritíssimo miscigenação parcimônia possui(s) premiar presenciar privilégio remediar requisito sentenciar silvícola substitui(s) verossímil acarear acreano (ou acriano) aéreo ante- antecipar antevéspera aqueduto área beneficência beneficente betume boreal cardeal carestia cedilha cercear cereal continue de antemão deferir (conceder) delação (denúncia) demitir derivar descortinar descrição despender despensa (onde se guardam comestíveis) despesa elucidar embutir emergir (para fora) emigrar (sair do país) eminência (altura, exce- lência) empecilho empreender encômio (elogio) endireitar entonação entremear entronizar enumerar estrear falsear granjear hastear homogêneo ideologia indeferir (negar) legítimo lenimento (que suaviza) menoridade meteorito meteoro(logia) nomear oceano palavreado parêntese (ou parênte- sis) passeata preferir prevenir quase rarear receoso reentrância sanear se senão sequer seringueiro testemunha vídeo Palavras com I, e não E. aborígine acrimônia adiante ansiar anti- arqui- artifício atribui(s) cai calcário cárie (cariar) chefiar cordial desigual diante diferir (divergir) dilação (adiamento) dilapidar dilatar (alargar) discrição (reserva) discricionário discriminar (discernir, separar) dispêndio dispensa (licença) distinguir distorção dói feminino frontispício O ou U? Palavras com O, e não U. abolir agrícola bobina boletim bússola cobiça(r) comprido (extenso, longo) comprimento (extensão) concorrência costume encobrir explodir marajoara mochila ocorrência pitoresco proeza Romênia romeno silvícola sortido (variado) sotaque tribo veio vinícola Palavras com U, e não O. acudir bônus cinquenta cumprido (realizado) cumprimento (saudação) cúpula Curitiba elucubração embutir entabular légua lucubração ônus régua súmula surtir (resultar) tábua tonitruante trégua usufruto vírgula vírus ENCONTROS VOCÁLICOS EI ou E? Palavras com EI, e nãoE. aleijado alqueire ameixa cabeleireiro ceifar colheita desleixo madeireira B R U N O P ILA STR E 10 peixe queijo queixa(r-se) reiterar reivindicar seixo treinar treino Palavras-chave! Vogal: som da fala em cuja articulação a parte oral do canal de respiração não fica bloqueada nem constrita o bastante para causar uma fricção audível. Diz-se de ou cada uma das letras que representam os fonemas vocá- licos de uma língua. Em português são cinco: a, e, i, o, u, além do y, acrescentado pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. Semivogal: som da fala ou fonema que apresenta um grau de abertura do canal bucal menor do que o das vogais e maior do que o das consoantes, e que ocorre no início ou fim da sílaba, nunca no meio (as mais comuns são as semivogais altas fechadas i e u, em pai, quadro, pau); semiconsoante, vogal assilábica. Ditongo: emissão de dois fonemas vocálicos (vogal e semivogal ou vice-versa) numa mesma sílaba, carac- terizada pela vogal, que nela representa o pico de sono- ridade, enquanto a semivogal é enfraquecida. Além do ditongo intraverbal – no interior da palavra, como pai, muito –, ocorre em português também o ditongo inter- verbal, entre duas palavras (por exemplo, na sequência Ana e Maria), que exerce papel importante na versifica- ção portuguesa. Tritongo: grupo de três vogais em uma única sílaba. Hiato: grupo de duas vogais contíguas que perten- cem a sílabas diferentes (por exemplo: aí, frio, saúde). EMPREGO DE CONSOANTES De modo semelhante ao emprego das vogais, há algu- mas consoantes – especialmente as que formam dígrafos, ou a muda (h), ou, ainda, as diferentes consoantes que representam um mesmo som – constituem dificuldade adi- cional à correta grafia. A lista a seguir é consultiva. Emprego do H: com o H ou sem o H? Palavras com E, e não EI. adrede alameda aldeamento (mas aldeia) alhear (mas alheio) almejar azulejo bandeja calejar caranguejo carqueja cereja cortejo despejar, despejo drenar embreagem embrear enfear ensejar, ensejo entrecho estrear, estreante frear, freada igreja lampejo lugarejo malfazejo manejar, manejo morcego percevejo recear, receoso refrear remanejo sertanejo tempero varejo OU ou O? Palavras com OU, e não O. agourar arroubo cenoura dourar estourar frouxo lavoura pouco pousar roubar tesoura tesouro Palavras com O, e não OU. alcova ampola anchova (ou enchova) arroba arrochar, arrocho arrojar, arrojo barroco cebola desaforo dose empola engodo estojo malograr, malogro mofar, mofo oco posar rebocar Haiti halo hangar harmonia haurir Havaí Havana haxixe hebdomadário hebreu hectare hediondo hedonismo Hégira Helesponto hélice hemi- (prefixo = meio) hemisfério hemorragia herança herbáceo (mas erva) herdar herege hermenêutica hermético herói hesitar hiato híbrido hidráulica hidravião (hidroavião) hidro- (prefixo = água) hidrogênio hierarquia hieróglifo (ou hieroglifo) hífen higiene Himalaia hindu LÍ N G U A P O R TU G U ES A E R ED A Ç Ã O 11 hino hiper- (prefixo = sobre) hipo- (prefixo = sob) hipocrisia hipoteca hipotenusa hipótese hispanismo histeria hodierno hoje holandês holofote homenagear homeopatia homicida homilia (ou homília) homogeneidade homogêneo homologar homônimo honesto honorários honra horário horda horizonte horror horta hóspede hospital hostil humano humilde humor Hungria O fonema /s/: C, Ç ou S ou SS ou X ou XC? Palavras com C, Ç, e não S, SS, ou SC. O fonema /ž/: G ou J? Palavras com G, e não J. adágio agenda agiota algema algibeira apogeu argila auge Bagé (mas bajeense) Cartagena digerir digestão efígie égide Egito egrégio estrangeiro evangelho exegese falange ferrugem fuligem garagem geada gelosia gêmeo gengiva gesso gesto Gibraltar gíria giz herege impingir ligeiro miragem monge ogiva rigidez sugerir tangente viageiro viagem vigência Palavras com J, e não G. ajeitar eles viajem (forma verbal) encoraje (forma verbal) enjeitar enrijecer gorjeta granjear injeção interjeição jeca jeito jenipapo jerimum jesuíta lisonjear lojista majestade majestoso objeção ojeriza projeção projetil (ou projétil) rejeição rejeitar rijeza sujeito ultraje à beça absorção abstenção açaí açambarcar acender (iluminar) acento (tom de voz, símbolo gráfico) acepção acerbo acerto (ajuste) acervo acessório aço (ferro temperado) açodar (apressar) açúcar açude adoção afiançar agradecer alçar alicerçar alicerce almaço almoço alvorecer amadurecer amanhecer ameaçar aparecer apreçar (marcar preço) apreço aquecer arrefecer arruaça asserção assunção babaçu baço balança Barbacena Barcelona berço caça cacique caçoar caiçara calça calhamaço cansaço carecer carroçaria (ou carroceria) castiço cebola cê-cedilha cédula ceia ceifar célere celeuma célula cem (cento) cemitério cenário censo (recenseamento) censura centavo cêntimo centro cera cerâmica cerca cercear cereal cérebro cerne cerração (nevoeiro) cerrar (fechar, acabar) cerro (morro) certame certeiro certeza, certidão certo cessação (ato de cessar) cessão (ato de ceder) cessar (parar) cesta ceticismo cético chacina chance chanceler cicatriz ciclo ciclone cifra cifrão cigarro cilada cimento cimo cingalês (do Ceilão) Cingapura (tradicional: Singapura) cínico cinquenta cinza cioso ciranda circuito circunflexo círio (vela) B R U N O P ILA STR E 12 cirurgia cisão cisterna citação cizânia coação cobiçar cociente (ou quociente) coerção coercitivo coleção compunção concelho (município) concertar (ajustar, har- monizar) concerto (musical, acordo) concessão concílio (assembleia) conjunção consecução Criciúma decepção decerto descrição (ato de des- crever) desfaçatez discrição (reserva) disfarçar distinção distorção docente empobrecer encenação endereço enrijecer erupção escaramuça escocês Escócia esquecer estilhaço exceção excepcional exibição expeço extinção falecer fortalecer Iguaçu impeço incerto (não certo) incipiente (iniciante) inserção intercessão isenção laço liça (luta) licença lucidez lúcido maçada (importunação) maçante maçar (importunar) macerar maciço macio maço (de cartas) maçom (ou mação) manutenção menção mencionar muçulmano noviço obcecação (mas obsessão) obcecar opção orçamento orçar paço (palácio) panaceia parecer peça penicilina pinçar poça, poço presunção prevenção quiçá recender recensão rechaçar rechaço remição (resgate) resplandecer roça ruço (grisalho) sanção (ato de sancionar) soçobrar súcia sucinto Suíça, suíço taça tapeçaria tecelagem tecelão tecer tecido tenção (intenção) terça terço terraço vacilar viço vizinhança Palavras com S, e não C, SC, ou X. adensar adversário amanuense ânsia, ansiar apreensão ascensão (subida) autópsia aversão avulso balsa bolso bom-senso canhestro cansaço censo (recenseamento) compreensão compulsão condensar consecução conselheiro (que aconselha) conselho (aviso, parecer) consenso consentâneo consertar (remendar) contrassenso contraversão controvérsia conversão convulsão Córsega defensivo defensor descansar descensão, descenso (descida) desconsertar (desarranjar) despensa (copa, armário) despretensão dimensão dispensa(r) dispersão dissensão distensão diversão diverso emersão espoliar estender (mas extensão) estorno estorricar excursão expansão expensas extensão (mas estender) extorsão extrínseco falsário falso, falsidade farsa imersão impulsionar incompreensível incursão insinuar insípido insipiente (ignorante) insolação intensão (tensão) intensivo intrínseco inversão justapor mansão misto, mistura obsessão (mas obce- cação) obsidiar obsoleto pensão percurso persa Pérsia persiana perversão precursor pretensão propensão propulsão pulsar recensão recensear, recenseamento remorso repreensão repulsa reverso salsicha Sansão seara sebe sebo seção (ou secção) seda segar (ceifar, cortar) sela (assento) semear semente senado senha sênior sensato senso série seringa sério SUMÁRIO NOÇÕES DE DIREITO PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL. ..............................................................................108 A LEI PENAL NO TEMPO .............................................................................................................................110A LEI PENAL NO ESPAÇO ............................................................................................................................113 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL .................................................................................................................116 INFRAÇÃO PENAL: ESPÉCIES ......................................................................................................................180 SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL .......................................................................181 TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE ........................................................................194 EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE .................................................................................206 IMPUTABILIDADE PENAL ............................................................................................................................205 CONCURSO DE PESSOAS ...........................................................................................................................211 DAS PENAS ..................................................................................................................................................219 CRIMES CONTRA A PESSOA .......................................................................................................................126 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .............................................................................................................138 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................159 R O D R IG O LA R IZ Z A T TI 14 b) recolher-se à habitação em hora fixada (art. 132, § 2º, alínea b da LEP); c) não frequentar determinados lugares (art. 132, § 2º, alínea c da LEP). Prevê a lei, ainda, que as condições judiciais poderão ser modificadas pelo juiz, podendo ser agravadas ou atenu- adas, mas sempre fundamentadamente. E se o condenado não aceitar as condições impostas ou alteradas pelo Juízo da Execução, o livramento condicional restará sem efeito. 1.3. Revogação do benefício O livramento condicional poderá ou deverá ser revo- gado pelo juiz, de acordo com as diversas situações previs- tas no ordenamento jurídico-penal. A revogação assume caráter obrigatório quando o libe- rado é condenado, por sentença irrecorrível, à pena priva- tiva de liberdade, por crime cometido durante a vigência do benefício ou por delito anterior. No primeiro caso – crime cometido durante a vigência do benefício, uma vez revogado o livramento, não se des- conta da pena o tempo em que o condenado ficou solto, devendo ele cumprir, integralmente, o que já restava da sanção imposta na sentença quando da concessão do bene- fício. Já se a revogação for causada por condenação irre- corrível por delito praticado antes da vigência do livramento condicional, se este for revogado computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período em que o benefi- ciário ficou em liberdade. A revogação será facultativa quando o liberado for irre- corrivelmente condenado por crime ou contravenção a pena que não seja privativa de liberdade; ou quando ele deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença concessiva do benefício. De acordo com o art. 88 do CPB, uma vez revogado o livramento condicional, obrigatória ou facultativamente, não mais poderá ser concedido, devendo ser considerado, porém, o art. 141 da LEP 1. As duas penas a que se refere o dispositivo são a que estava sendo descontada pelo livra- mento condicional e a imposta pelo crime praticado antes da vigência do benefício. 1.4. Prorrogação e extinção Assim como no sursis, o prazo do livramento condicio- nal ficará prorrogado enquanto não transitar em julgado a sentença no processo em que responde o liberado por crime praticado durante a vigência do benefício. Se houver conde- nação, o benefício será revogado, mesmo após o decurso do período de prova inicial, devendo o condenado voltar ao cárcere para cumprir o que restava da pena anteriormente aplicada, somada à nova sanção imposta. Mas se a decisão for absolutória, restará extinta a pena do crime anterior. 1 LEP – Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livra- mento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. Porém, não há que se falar em prorrogação se o libe- rado estiver sendo processado por crime que tenha come- tido antes da vigência do benefício, sendo que ao término do período de prova o juiz deverá decretar a extinção da pena. Isso ocorre porque se trata de crime praticado antes da vigência do livramento condicional, onde o tempo em que o agente esteve solto é computado na pena a ser cumprida. Assim, mesmo em caso de revogação, estaríamos diante de uma pena já cumprida, justamente por ter sido computado o tempo em que o beneficiário esteve solto. Se o lapso temporal do período de prova transcorrer sem qualquer motivo de revogação do benefício, será decla- rada extinta a pena privativa de liberdade. E X E R C Í C I O S 1. (Juiz de Direito/TJPR) Constitui característica da teoria da prevenção geral positiva relativa à pena: a. a consideração da pena como imperativo categó- rico. b. o propósito de reeducação e ressocialização do condenado. c. a proposta de utilização de tanta pena quanta seja necessária para intimidar as pessoas para que não cometam delitos. d. a pretensão de afirmar a validade da norma desa- fiada pela prática criminosa. 2. (Juiz de Direito/TJSE) Assinale a opção correta a res- peito das penas. a. O princípio da transcendência estabelece que ne- nhuma pena passará da pessoa do condenado, contudo a obrigação de reparar o dano se estende aos sucessores ilimitadamente. b. Não haverá pena de morte, salvo em caso de guer- ra declarada. c. Não haverá penas de caráter perpétuo, de bani- mento, cruéis ou pecuniárias. d. A pena será cumprida preferencialmente em esta- belecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito e as condições socioeconômicas do ape- nado. e. É assegurado aos presos o respeito à integridade física, moral e material, sendo vedada pena que implique perda ou privação de bens. 3. (Juiz Substituto/TJDFT) Conforme jurisprudência pre- dominante, a pena-base, fixada no mínimo, pode ser reduzida pela presença de circunstâncias atenuantes? a. Não. b. Sim, desde que o crime não tenha sido cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa. c. Sim. d. Sim, desde que a pena-base não supere 4 (quatro) anos. N O Ç Õ ES D E D IR EI TO P EN A L 15 4. (Juiz de Direito/TJMG) É CORRETO afirmar que, na fixação da pena-base, deverá o Juiz levar em conta: a. as circunstâncias atenuantes e agravantes. b. culpabilidade, antecedentes, conduta social e con- sequências do crime em relação à vítima. c. a reincidência, a menoridade e a intensidade de dolo. d. a situação econômica, o estado de ânimo (emoção e paixão) e o grau de escolaridade do réu. e. personalidade, causas de aumento e de diminuição e gravidade do crime. 5. (Juiz de Direito/TJMG) Em relação à aplicação da pena, é INCORRETO afirmar que: a. o desconhecimento da lei é circunstância que ate- nua a pena. b. a pena de multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. c. na fixação da pena-base o juiz fará a apreciação conjunta das circunstâncias judiciais e legais. d. mesmo com a substituição ou suspensão da pena, o juiz deverá fixar o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. 6. (Juiz de Direito/TJMG) Com relação à aplicação da pena é CORRETO afirmar que: a. se o réu é primário e de bons antecedentes, a pena deve ser fixada no mínimo legal. b. as circunstânciasatenuantes e agravantes devem ser levadas em consideração na fixação da pena- base. c. a circunstância atenuante pode reduzir a pena aquém do mínimo legal, assim como a agravante pode aumentá-la além do máximo cominado. d. é possível considerar as circunstâncias que qualifi- cam o homicídio com as que o tornam privilegiado, desde que sejam aquelas de natureza objetiva. 7. (Juiz de Direito/TJRR) No cálculo da pena: a. a redução pela menoridade do acusado deve inci- dir após o acréscimo pelo crime continuado. b. o aumento pelo concurso formal deve preceder a diminuição pela confissão espontânea. c. o acréscimo pela má antecedência do acusado deve incidir antes da redução pela tentativa. d. o aumento pela reincidência deve ser posterior à redução pela participação de menor importância. e. a diminuição pelo arrependimento posterior deve incidir antes do aumento em razão de o crime ha- ver sido praticado contra ascendente. 8. (Delegado de Polícia/PCBA) É efeito da condenação: a. a perda do produto do crime para a União. b. a perda do produto do crime para o Estado onde foi cometida a infração. c. a obrigação de indenizar a vítima. d. a perda dos instrumentos do crime desde que es- ses sejam coisas cujo fabrico ou posse sejam ilí- citos. e. a incapacidade para o exercício do pátrio poder, nos crimes cometidos contra filho, desde que de- clarado tal efeito na sentença condenatória. 9. (Promotor de Justiça Adjunto/MPDFT) As penas priva- tivas de liberdade têm seus limites estabelecidos: a. na parte geral do Código Penal. b. no capítulo referente à cominação das penas. c. na sanção correspondente a cada tipo legal de cri- me. d. no capítulo da aplicação da pena. e. no capítulo dos efeitos da condenação. 10. (OAB/DF) Sobre a pena de morte no direito brasileiro, assinale a alternativa CORRETA. a. é admitida para agentes de crimes hediondos de que resulte morte. b. é admitida para agentes de crimes de tortura (Lei n. 9.455/97), desde que reincidentes em fatos da mesma natureza. c. não é admitida. d. é admitida para agentes de determinados crimes militares, em tempo de guerra declarada. 11. (Promotor de Justiça Adjunto/MPDFT) As penas classi- ficadas como restritivas de direitos (prestação de ser- viços à comunidade, interdição temporária de direito etc.) são consideradas como: a. subsidiárias às penas privativas de liberdade. b. penas autônomas, substitutivas das penas privati- vas de liberdade. c. penas que só podem ser aplicadas se concedido o sursis. d. penas autônomas, aplicadas cumulativamente às privativas de liberdade. 12. (OAB) Entre as penas restritivas de direitos previstas no Código Penal, não está incluída: a. a interdição permanente de direitos. b. a prestação de serviço a entidades públicas. c. a prestação pecuniária. d. a perda de bens e valores. 13. (Advogado Criminal/CET-SP) As penas de interdição temporária de direitos previstas no código penal são as seguintes: a. proibição do exercício de cargo, função ou ativida- de pública, proibição do exercício de profissão e limitação de final de semana. b. proibição do exercício de cargo função, ou profis- são, suspensão de habilitação para dirigir veículo e limitação de final de semana. R O D R IG O LA R IZ Z A T TI 16 c. proibição do exercício de cargo, função ou ativi- dade pública, proibição do exercício de profissão, suspensão de habilitação para dirigir veículo e proi- bição de frequentar determinados lugares. d. suspensão de habilitação para dirigir veículo proi- bição de frequentar determinados lugares e presta- ção de serviços à comunidade. 14. (OAB/DF) Quanto ao tempo de duração da execução de pena privativa de liberdade, assinale a opção cor- reta. a. Não poderá ser superior a trinta anos. b. Poderá ser perpétua, se assim dispuser lei com- plementar. c. Quando fixada em mais de um processo, a pena total resultará do somatório de todas as condena- ções, sem restrição quanto ao limite mínimo ou máximo. d. Quando fixadas em mais de um processo, as pe- nas devem ser cumpridas a começar por aquelas aplicadas para o crime de menor gravidade e as- sim, progressivamente, até o de maior gravidade, não havendo previsão legal para o tempo do en- cerramento. 15. (OAB/DF) Em relação à penas no Código Penal brasi- leiro, assinale a alternativa CORRETA. a. Existem penas principais e acessórias. b. O sistema brasileiro é o duplo binário. c. A pena de multa, se não cumprida pelo condenado, pode ser transformada em pena privativa de liber- dade. d. Para aplicação da medida de segurança é preciso estar provada a autoria e materialidade do crime, não houver nenhuma causa excludente da ilicitude e o autor do fato ser absolvido. 16. (OAB/DF) Os regimes de cumprimento de pena priva- tiva de liberdade previstos no atual ordenamento jurí- dico penal são: a. regime de reclusão, detenção e prisão simples. b. regime fechado, semiaberto e aberto. c. regime de segurança máxima e média. d. regime integral e parcial. 17. (Analista Judiciário/TRF 2ª Reg.) Sobre as penas res- tritivas de direitos, é absolutamente correto afirmar que são dessa espécie: a. perda de bens e valores; multa e prestação de ser- viços à comunidade. b. internação em Casa de Custódia; recolhimento do- miciliar e prestação pecuniária. c. prestação pecuniária; perda de bens e valores e limitação de fim de semana. d. limitação de fim de semana; permissão para saída temporária e internação em escola agrícola. e. cesta básica; prestação pecuniária e multa. 18. (Analista Judiciário Executor de Mandados/TRF 5ª Reg.) A prestação pecuniária e a limitação de fim se semana são penas: a. restritivas de direito. b. de multa e privativa de liberdade, respectivamente. c. de multa e restritiva de direito, respectivamente. d. restritiva de direito e privativa de liberdade, respec- tivamente. e. de multa. 19. (Juiz de Direito/TJRR) A pena de prestação pecuniária: a. não pode exceder a trezentos e sessenta salários mínimos. b. não pode ser deduzida de eventual condenação em ação de reparação civil, ainda que coincidente os beneficiários. c. é cabível apenas em favor da vítima ou de seus descendentes. d. não é substitutiva da privativa de liberdade. e. é fixada em dias-multa. 20. (OAB/DF) Analise as proposições abaixo e, após, mar- que a alternativa correta. I – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando o réu não for reincidente em crime doloso. II – As penas restritivas de direitos podem substituir as privativas de liberdade quando o crime não tiver sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. III – As penas restritivas de direitos podem substituir as privativas de liberdade quando a culpabilidade, os antecedentes e a conduta social e a personalida- de do condenado, bem assim os motivos e as cir- cunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. IV – As penas restritivas de direitos podem substituir as privativas de liberdade quando a pena aplicada for privativa de liberdade com tempo não superior a quatro anos, ou, qualquer que seja a pena aplicada, se tratar-se de crime culposo. a. Somente as proposições “I”, “II” e “IV” são verda- deiras. b. Todas as proposições são falsas. c. Todas as proposições são verdadeiras. d. Somente a proposição “III” é verdadeira. 21. (OAB/DF) Remição penal: a. ocorre quando, através do trabalho, em regime fechado ou semiaberto, o condenado poder remir parte do tempo da execução da pena, na propor- ção de um dia de pena por três dias de trabalho. b. é a possibilidade de quitar todos os débitos civis antes de ser recolhido à prisão para que não incor- ra em mora. c. é a concessão do cumprimento de pena no regime de prisão aberta em residência particular (prisão domiciliar) aos maiores de setenta anos, gestantes e deficientes físicos ou mentais. N O Ç Õ ES D E D IR EI TO P EN A L 17 d. é a possibilidade de se cumprir a pena privativa de liberdade em regime semi-aberto,após já ter cum- prido um terço da mesma, em regime fechado. 22. (OAB/DF) No tocante à remição penal, assinale a alter- nativa CORRETA. a. A remição tem como objetivo básico, o de abreviar, pelo tempo de prisão provisória, parte do tempo da condenação. b. Na remição penal, 1 (um) dia de trabalho corres- ponde a três (3) dias de resgate da condenação. c. O tempo remido poderá ser computado para a con- cessão do livramento condicional da pena. d. O agente que está submetido à medida de segu- rança de internação em hospital de custódia e tra- tamento psiquiátrico tem direito à remição penal. 23. (Promotor de Justiça/MPCE) No que concerne à remi- ção, correto afirmar que: a. Admissível para o sentenciado que cumpra pena em regime aberto, semiaberto ou fechado. b. Também pode obtê-la o condenado que trabalhar du- rante o livramento condicional. c. Deve ser declarada por sentença, dispensada a oi- tiva do Ministério Público. d. O tempo remido será computado para a concessão de indulto. e. Cabível apenas para o caso de trabalho do senten- ciado, inexistindo decisões que o estendam para o estudo. 24. (Promotor de Justiça/MPPE) Por detração penal com- preende-se: a. a possibilidade que tem o preso, em regime fecha- do ou semiaberto, de descontar parte da execução da pena pelo trabalho. b. o cômputo no prazo da pena privativa de liberdade, do tempo de prisão provisória ou administrativa. c. a atenuação da pena por ato do Poder Executivo. d. a conversão da pena restritiva de direito em pena privativa de liberdade. e. a substituição da pena privativa de liberdade por multa. 25. (OAB/DF) Detração penal significa: a. a análise da conduta do criminoso para saber se agiu com dolo ou culpa; b. o cômputo, na pena privativa de liberdade, do tem- po de prisão provisória; c. punição para o condenado que tenta evadir-se do presídio; d. o cumprimento da pena e, regime mais rigoroso, em virtude de nova condenação. 26. (Juiz de Direito/TJMG) Quanto à detração penal é CORRETO afirmar que: a. na detração penal computa-se na pena privativa de liberdade e na medida de segurança o tempo de prisão, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital ou ma- nicômio. b. detração penal é o cômputo na pena privativa de liberdade do tempo da prisão provisória ou admi- nistrativa, não abrangendo a medida de segurança. c. admite-se a aplicação da detração penal quando o fato criminoso pelo qual houve condenação tenha sido praticado posteriormente ao delito que trouxe a prisão provisória e a absolvição. d. tendo em vista que a lei penal é elaborada para viger dentro dos limites em que o Estado exerce a sua soberania, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança computa-se o tempo de pri- são provisória, à exceção da cumprida no estran- geiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospitais ou manicômio. 27. (OAB) Não se computará, na pena privativa de liberda- de imposta ao condenado, o tempo de: a. prisão provisória no estrangeiro. b. internação em hospital ou manicômio. c. prisão preventiva no Brasil ou no estrangeiro. d. prisão temporária no Brasil. 28. (Analista Judiciário/TRF 2ª Reg.) Réu NÃO reincidente condenado à pena de 05 anos e 04 meses por crime de moeda falsa, poderá cumpri-la, desde o início em: a. regime aberto. b. regime semiaberto. c. liberdade condicional. d. regime fechado. e. casa do albergado. 29. (Juiz Substituto/TJDFT) Condenado o réu à pena de re- clusão de 4 (quatro) anos, sendo-lhe favoráveis as cir- cunstâncias judiciais, mas sendo reincidente, qual re- gime prisional se indica seja-lhe imposto na sentença? a. Semiaberto. b. Aberto. c. Fechado. d. Integralmente fechado. 30. (Promotor de Justiça/MPCE) Se o condenado for rein- cidente em crime doloso: a. deverá, necessariamente, iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime fechado. b. é vedada a imposição do regime aberto. c. não cabe, em qualquer situação, a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direi- tos. d. é incabível a concessão do sursis, ainda que a con- denação anterior tenha sido à pena de multa. e. só poderá obter o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena, independentemente da natureza do crime praticado. 31. (Promotor de Justiça/MPRO) Com relação às penas, assinale a opção correta. a. De acordo com o CP, a pena restritiva de direitos não pode ser convertida em pena privativa de li- berdade, mas constitui título executivo judicial, po- dendo ser executada pela fazenda pública ou pela vítima e seus representantes legais. R O D R IG O LA R IZ Z A T TI 18 b. As medidas de segurança são previstas no CP para os inimputáveis, podendo ser detentivas (in- ternação) ou consistirem em tratamento ambulato- rial. Em relação aos semi-imputáveis, o CP prevê a redução da pena de um a dois terços, vedada a conversão da pena em medida de segurança. c. Segundo recente entendimento do STF, aplica-se a analogia in bonam partem para aplicar às penas restritivas de direito o mesmo lapso prescricional previsto no CP para a pena de multa, isto é, dois anos, desde que a pena restritiva de direito seja de natureza pecuniária e seja a única cominada. d. Réu condenado definitivamente a pena de deten- ção superior a oito anos, reincidente e com maus antecedentes, deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. e. De acordo com o entendimento mais recente do STJ, se o sistema prisional mantido pelo Estado não possui meios para manter, em estabelecimen- to apropriado, o condenado a pena de detenção em regime aberto, deve-se autorizar, excepcionalmen- te, que a pena seja cumprida em prisão domiciliar. 32. (Promotor de Justiça/MPPR) Assinale a alternativa correta. a. A lei penal estabelece a regra da excepcionalidade do delito culposo, porque, salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Em razão de tal especificidade é que, no campo pe- nal, se admite a compensação de culpas, quando concorrentes. b. A pena contravencional, como regra geral, não pos- sui o mesmo efeito estigmatizante que tem a lei pe- nal, pois não é considerada para fins de reincidên- cia, não impede a suspensão condicional da pena e o livramento condicional. Contudo, a ignorância ou erro escusável sobre a lei não é passível de gerar a exclusão da pena. c. As leis de anistia, consideradas leis descriminaliza- doras anômalas, extinguem a ação penal, porque não se pode prosseguir a pretensão punitiva acer- ca de um fato que perdeu a tipicidade, e também tornam inexigíveis quaisquer direitos de particula- res à indenização. d. O condenado por crime contra a Administração Pú- blica terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito prati- cado, com os acréscimos legais. e. Leis (ou normas) penais em branco classificadas como próprias (em sentido estrito), são aquelas em que o complemento se acha contido na mesma lei, ou em outra, porém emanada da mesma instância legislativa. 33. (Analista Processual/MPU) Ao condenar alguém pela prática de uma infração, o juiz impõe-lhe a sanção pe- nal que a lei prevê. Além dessa sanção, é efeito extra- penal genérico da condenação: a. a perda de cargo, função pública ou mandato ele- tivo, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de de- ver para com a Administração Pública. b. A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. c. A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. d. Tornar certa a obrigação de indenizar o dano cau- sado pelo crime. e. A perda de qualquer valor, em favor da União, inde- pendentemente deter sido ele auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 34. (Promotor de Justiça/MPPR) Examine as afirmativas abaixo e responda: I – Na fixação da pena-base, além da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social, da perso- nalidade do agente, dos motivos, circunstâncias e consequências do crime, o juiz deverá atender também ao comportamento da vítima. II – Para efeito de reincidência não prevalece a con- denação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver de- corrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação. III – A prescrição superveniente é espécie de prescri- ção executória porque regulada pela pena in con- creto, sendo também chamada de intercorrente ou subsequente, e constitui-se em hipótese excepcio- nal, tendo seu marco final, a teor do art. 110 do Có- digo Penal, no trânsito em julgado para a acusação ou no improvimento de seu recurso. IV – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pes- soa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, não se considerando as condições ou qua- lidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime, respondendo, en- tretanto, por concurso formal no caso de atingir também a pessoa que pretendia ofender. V – A proibição do exercício do cargo, função, atividade pública ou mandato eletivo” e “tornar certa a obri- gação de indenizar o dano causado pelo crime”, são considerados efeitos secundários extrapenais específicos da condenação e, diversamente dos efeitos genéricos, não são automáticos e devem, em razão disso, ser motivados na sentença. a. Todas as afirmativas estão corretas. b. Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas. c. As afirmativas III e V são as únicas incorretas. d. As afirmativas II e III são as únicas incorretas. e. Todas as afirmativas são incorretas. N O Ç Õ ES D E D IR EI TO P EN A L 19 35. (Delegado de Polícia/PCSP) Estudando o nosso Có- digo Penal verifica-se que as causas de aumento de pena são encontradas na sua: a. Parte Geral e na sua Parte Especial. b. Parte Geral, mas não existem essas causas na Parte Especial. c. Parte Especial nos respectivos tipos penais e não na Parte Geral. d. Parte Especial nos respectivos tipos penais e em apenas uma hipótese controvertida na Parte Geral que é a da embriaguez preordenada. 36. (Defensor Público/DP MS) Com relação à pena de mul- ta, considere as seguintes assertivas e assinale a alter- nativa que corresponde ao texto do Código Penal. I – Na hipótese de concurso de crimes, sua aplicação segue as regras do concurso formal, concurso ma- terial e crime continuado. II – A situação econômica do réu é critério para sua fi- xação. III – Sua prescrição dar-se-á em 2 (dois) anos, quando for a única cominada ou aplicada. a. Todas são erradas. b. Apenas II é correta. c. Apenas III é errada. d. Apenas I é errada. 37. (Procurador do Estado/PGECE) Assinale a opção cor- reta com relação à pena de multa criminal, após o trân- sito em julgado da sentença penal condenatória. a. A multa é considerada dívida ativa de valor, apli- cando-se as normas da legislação relativa à dívida ativa da fazenda pública. b. No que concerne às causas interruptivas da pres- crição, aplicam-se as normas do Código Penal (CP). c. No que se refere às causas suspensivas da prescri- ção, aplicam-se as normas do CP. d. A multa pode ser convertida em prisão, caso o con- denado não a pague. e. Cabe habeas corpus contra decisão condenatória à pena exclusivamente de multa. 38. (OAB) Entre as circunstâncias que sempre atenuam a pena, não está incluído o fato de o agente: a. desconhecer a lei. b. ter cometido o crime sob coação a que pudesse resistir. c. ter cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o tiver provocado. d. ter cometido o crime em ocasião de incêndio, inun- dação ou qualquer calamidade pública. 39. (OAB) Acerca da execução das penas, assinale a op- ção correta. a. O sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por perícia médica, será imediatamente posto em liberdade. b. Extinta a pena, o condenado será posto, imediata- mente, em liberdade, mediante alvará do juiz. c. Se impostas cumulativamente penas privativas da liberdade, poderá ser executada primeiramente a de detenção e depois, a de reclusão. d. A recaptura do réu evadido depende de prévia or- dem judicial. 40. (Analista Judiciário/TRE GO) Considerando a hipótese de um indivíduo ter sido denunciado e condenado pelo crime de homicídio, assinale a opção correta em rela- ção às regras referentes à substituição da pena. a. Se a pena não for superior a quatro anos de reclu- são, o indivíduo terá direito à substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, ainda que o crime tenha sido doloso e cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. b. Em hipótese alguma, se o réu for reincidente, será possível a substituição da pena privativa de liber- dade pela pena restritiva de direitos. c. Se o crime for culposo, o réu terá direito à substi- tuição da pena privativa de liberdade, ainda que o crime tenha sido cometido com violência à pessoa. d. O juiz, constatando a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade, poderá substituí-la por duas penas restritivas de direito, não podendo a execução ter duração inferior à pena privativa de liberdade substituída. 41. (Procurador/TCEAL) A perda de função pública consti- tui efeito da condenação quando aplicada pena privati- va de liberdade igual ou superior a: a. quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administra- ção Pública, independentemente de motivação na sentença. b. quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Adminis- tração Pública, desde que a sentença apresente a necessária motivação. c. um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pú- blica, desde que a sentença apresente a necessária motivação. d. um ano, para qualquer crime, desde que a sentença apresente a necessária motivação. e. um ano, nos crimes praticados com abuso de po- der ou violação de dever para com a Administra- ção Pública, independentemente de motivação na sentença. 42. (Procurador de Contas/TCERR) Sobre os efeitos da condenação penal, é correto afirmar que a perda de cargo ou função pública é: a. efeito automático na condenação por crime funcio- nal próprio. b. cabível na condenação a pena privativa de liberdade por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, nos cri- mes funcionais próprios ou impróprios, desde que a pena seja igual ou superior a um ano. R O D R IG O LA R IZ Z A T TI 20 c. efeito automático da condenação quando for apli- cada pena privativa de liberdade superior a quatro anos, ressalvados os crimes funcionais. d. cabível na condenação a pena privativa de liberda- de por crime praticado com abuso de poder ou vio- lação de dever para com a Administração Pública, nos crimes funcionais próprios ou impróprios, des- de que a pena seja igual ou superior a dois anos. e. cabível na condenação a qualquer pena por crime praticado com abuso de poder ou violação de de- ver para com a Administração Pública, nos crimes funcionais próprios ou impróprios. 43. (Procurador do Estado/PGECE) Assinale a opção cor- reta acerca dos efeitos da condenação e da reabilita- ção. a. É efeito da condenação a perda, em favor da União, independentemente do direito de terceiro de boa-fé, de qualquer valor que constitua proveito au- ferido pelo agente com a prática do fato criminoso. b. É efeito automático da condenação a perda do car- go público, quando for aplicada a servidor público penaprivativa de liberdade por tempo superior a quatro anos. c. De acordo com o CP, constitui efeito não-automá- tico da condenação, devendo ser motivadamente declarada na sentença, a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. d. A reabilitação alcança a pena privativa de liberda- de e a restritiva de direitos aplicadas em sentença definitiva, e não cabe tal pedido em caso de conde- nação a pena exclusivamente de multa. e. A reabilitação não atinge os efeitos da condenação. 44. (Juiz de Direito/TJMG) Das alternativas abaixo, ape- nas uma está correta. Assinale-a. a. No concurso formal de crimes, aplica-se a mais grave das penas cabíveis, aumentada de um sexto até metade, ainda que dolosa a ação ou omissão e os crimes concorrentes resultem de desígnios au- tônomos. b. A perda de cargo, função pública ou mandato ele- tivo não é efeito automático da condenação, sendo necessário declará-la explicitamente na sentença condenatória. c. A fictio juris da continuidade delitiva não é aceita se os crimes da mesma espécie forem praticados con- tra vítimas diferentes e mediante violência ou grave ameaça. d. A suspensão condicional da pena deve ser obri- gatoriamente revogada quando o beneficiário des- cumpre alguma das condições estabelecidas, ou é irrecorrivelmente condenado, por crime ou contra- venção. e. Para obtenção do livramento condicional nos cha- mados crimes hediondos é necessário o cumpri- mento por parte do sentenciado de no mínimo me- tade da pena imposta. 45. (Juiz de Direito/TJSE) Assinale a opção correta em re- lação aos efeitos da condenação e da reabilitação. a. A perda de cargo público decorrente da condena- ção à pena privativa de liberdade superior ao prazo previsto em lei é efeito automático da condenação. b. A incapacidade para o exercício da tutela é efeito específico da condenação por crime doloso ou cul- poso cometido contra o tutelado. c. A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva e poderá atingir os efeitos da condenação, por exemplo, restaurando a habili- tação para dirigir veículo. d. Negada a reabilitação, esta poderá ser requerida novamente após o decurso do prazo previsto em lei e desde que o pedido seja instruído com novos elementos de prova. e. A reabilitação será revogada em caso de nova con- denação transitada em julgado à pena privativa de liberdade ou de multa. G A B A R I T O 1. D 2. B 3. A 4. B 5. C 6. D 7. C 8. C E E C C 9. C 10. D 11. B 12. A 13. C 14. A 15. D 16. B 17. C 18. A 19. A 20. C 21. A 22. C 23. D 24. B 25. B 26. A 27. D 28. B 29. A 30. B 31. E 32. D 33. D 34. C 35. A 36. D 37. A 38. D 39. B 40. C 41. C 42. B 43. C 44. B 45. C SUMÁRIO NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .............................................................................................................234 DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, NACIONALIDADE) .......................................................................................................................................242 DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, UNIÃO, ESTADOS FEDERADOS, MUNICÍPIOS, DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS, MILITARES DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS) ...........................................................................................................................281 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................................................................................................290 DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: PODER EXECUTIVO, PODER LEGISLATIVO, E PODER JUDICIÁRIO ...................................................................................................................................331/311/336 DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS (ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO, FORÇAS ARMADAS, SEGURANÇA PÚBLICA) ...................................................................................366 IV A N LU C A S 22 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre ini- ciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O art. 1º da Constituição coloca, em seu caput, as principais características do Estado brasileiro: forma de Estado: Federação; forma de Governo: República; Sistema de Governo: Presidencialista; característica do Estado brasi- leiro: Estado democrático de direito; e os entes que compõe a Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Forma de Estado: – Estado Federal – Estado Unitário A forma de Estado que se adota no Brasil é a federa- ção, ou seja, existem em um mesmo território unidades que são dotadas de autonomia política e que possuem compe- tências próprias. O art. 1º da Constituição, em seu caput, aponta que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel, que significa que não pode haver separação ou secessão, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Ressalte-se que no art. 18, a Carta Maior estabelece, de forma complementar, que “a organização político-admi- nistrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Cabe observar que a forma federativa de Estado, no Brasil, é cláusula pétrea, não podendo ser objeto de deli- beração propostas de emendas constitucionais tendentes a aboli-la. A Federação brasileira constitui-se de um poder central (União), poderes regionais (estados), e locais (municípios), além de possuir um ente híbrido (DF), que acumula os pode- res regionais e locais. Por isso, afirma-se que o Brasil possui o federalismo tríade (ou de 3º grau), qual seja: • União: entidade de 1º Grau; • Estados: entidades de 2º Grau; • Municípios: entidades de 3º Grau; e por fim o Dis- trito Federal, que é considerado entidade de grau misto ou sui generis (2º e 3º grau). Importante mencionar também que Existe a forma de Estado Unitário, onde o poder político é centralizado, havendo apenas uma esfera de poder. Ex.: Portugal. DIREITO CONSTITUCIONAL NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Conceito de Direito Constitucional O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público Interno, que tem como função precípua organizar o funcio- namento do Estado, no que tange à distribuição das esferas de competência do poder político, bem como no tocante aos direitos fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da comunidade política. Conceito de Constituição Nas palavras do ilustre doutrinador Alexandre de Moraes, Constituição latu sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se cons- titui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organiza- ção, formação. Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aqui- sição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. Conceito de Estado A moderna acepção de Estado que conhecemos tem suas origens na famosa obra de Nicolau Maquiavel, intitu- lada, “O Príncipe”. Nesse sentido, podemos definir o Estado como uma organização jurídica, social e política de um povo em um determinado território, dirigido por um governo soberano. Portanto, esses 3 elementos reunidos formamo Estado: povo, território e soberania. Ressalte-se que o Estado é um ente personalizado que se apresenta, tanto nas relações internacionais, no conví- vio com outros Estados, quanto internamente, como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações. Não obstante, a vontade do Estado é manifesta pelo exercício de seus Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciá- rio. Esses poderes são independentes e harmônicos entre si. A função típica do Poder Executivo é a aplicação das leis ao caso concreto – função administrativa; o Legislativo tem as funções de legislar e fiscalizar – função normativa; e o Judiciário tem as funções de aplicar a lei a situações concre- tas e litigiosas, e proteger as Constituições Federal e Esta- duais e a Lei Orgânica do DF no julgamento de controle de constitucionalidade – função judicial aplicando a lei de forma coativa. ELEMENTOS PODERES Povo Legislativo Território Executivo Governo Soberano Judiciário N O Ç Õ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U C IO N A L 23 Estado Unitário: somente um poder político central exerce sua competência por todo o território nacional e sobre toda a população, e, ainda, controla todas as cole- tividades regionais e locais. Nesta forma de Estado é que ocorre a centralização política. Brasil → Federação Forma de Governo: • República • Monarquia A forma de governo representa o modo como os gover- nantes são escolhidos. Hoje prevalece a classificação de Maquiavel, onde os Estados ou são principados (monarquias) ou repúblicas. Temos, portanto, a Monarquia e a República. A monarquia é caracterizada pelos princípios da hereditariedade e vitaliciedade. O Chefe de Estado, que no caso será o rei ou monarca, é escolhido pelo princípio da hereditariedade e irá deter o poder de forma vitalícia. Já a República é caracterizada pela alternância entre os poderes, pela eletividade e temporariedade dos manda- tos. Por eletividade podemos entender que a escolha dos governantes se dará por meio de eleição, em que quaisquer cidadãos que preencham os requisitos legais poderão con- correr a um mandato, e tais mandatos terão prazos prede- terminados. A palavra República vem do latim, res publicae, e significa coisa pública, ou seja, o governante deve buscar o bem público, e não os interesses próprios. O Brasil adota a República como forma de governo e tal forma de governo não é cláusula pétrea. Obs.: Consequências decorrentes da forma republi- cana de governo: obrigação de prestação de contas por parte dos administradores; alternância entre os poderes; igualdade de todos perante a lei. Brasil → República Sistema de Governo: • Presidencialista • Parlamentarista O sistema de governo representa a maneira com que os poderes estão relacionados, como eles se interagem. No sistema presidencialista os poderes de chefia de Estado (representação internacional do Estado) e chefia de Governo (gerenciar e administrar assuntos internos) se concentram no Presidente da República, ou seja, em uma mesma pessoa. Nesse caso, o Chefe do Executivo pode governar de forma diferente das concepções adotadas pelos membros do legis- lativo, o que implica em um equilíbrio maior entre os pode- res, não existindo dependência entre eles, como no caso do parlamentarismo. Já no sistema parlamentarista as funções de chefia de Estado e chefia de Governo são de pessoas distintas, ao Rei ou Presidente é atribuída à chefia de Estado e ao Pri- meiro Ministro a chefia de Governo. No parlamentarismo, o Primeiro-Ministro depende do apoio parlamentar para esta- bilidade de seu governo, causando certa supremacia do Par- lamento. Importante destacar que no presidencialismo a funções de chefia de Estado e Chefia de Governo se referem a uma mesma pessoa, enquanto que no parlamentarismo trata-se de pessoas distintas. Obs.:� A República pode ser tanto presidencialista quanto parlamentarista; a Monarquia também pode adotar um dos dois sistemas de governo. Brasil → Presidencialista Característica do Estado Brasileiro: Estado Demo- crático de Direito O “Estado Democrático de Direito” traz a ideia de impé- rio da lei e do Direito, ou seja, todos, indivíduos e poderes, estão sujeitos a esse império. O poder do Estado fica limi- tado a estas leis e ao Direito, ou seja, ninguém está acima da lei, das normas jurídicas e da Constituição. Regime Político O regime político traduz a forma com que o poder é exercido. Têm-se duas formas, a ditadura, em que não temos a participação do povo; ou democracia, em que o poder é exercido pelo povo. Esta, por sua vez, divide-se em Demo- cracia Direta, Democracia Indireta e Democracia Semidireta. Democracia Direta O povo participa diretamente do processo de tomada de deci- sões. Democracia Indireta (ou Representativa) O povo elege seus representan- tes, os quais tomarão decisões em seu nome. Democracia Semidireta É uma mistura da democracia direta e indireta, na qual além dos representantes eleitos pelo povo, temos também a parti- cipação do povo nas decisões políticas do Estado, por meio dos institutos da democracia direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular). O art. 1º da Constituição permite concluir que o Brasil adota a democracia semidireta, ou participativa, ou seja, no Brasil o povo exerce o poder por meio de seus representan- tes eleitos ou diretamente. Vale destacar que no parágrafo único do art. 1º da Constituição temos que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, o povo tem, portanto, a titu- laridade do poder. Brasil → Democracia Semidireta IV A N LU C A S 24 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Forma de Estado: Federado Descentralização política Forma de Governo: Republicano Eletividade, temporariedade de mandato e responsabilização do governante Sistema de Governo: Presidencialismo Presidente da República: Chefe de Estado e Chefe de Governo Fundamentos da República Federativa do Brasil: Soberania Significa que o poder do Estado brasileiro não é supe- rado por nenhuma outra forma de poder, e no âmbito inter- nacional, o Estado brasileiro encontra-se em igualdade com os demais Estados. Cidadania Essa expressão foi utilizada de forma abrangente. Não expressa apenas os direitos políticos ativos e passivos do indivíduo, votando, sendo votado, e interferindo na vida polí- tica do Estado. Temos cidadania como forma de integração do indivíduo na vida estatal, fazendo valer seus direitos e cobrando-os de seus representantes. Dignidade da pessoa humana A razão de ser do Estado brasileiro consagra-se na pessoa humana. Conforme nos ensina Alexandre de Moraes, “esse fundamento afasta a ideia de predomínio das concep- ções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade individual”. Reconhece-se que o ser humano detém um mínimo de direitos que são invioláveis. Diversos direitos decorrem deste fundamento, como direito à vida, à imagem, à intimidade etc. Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Esse inciso compatibiliza a livre iniciativa com a valori- zação do trabalho humano. O trabalho é entendido como um instrumento da dignidade humana e a livre iniciativa carac- teriza o direito de propriedade, a existência do mercado e o regime capitalista. Esse capitalismo, porém, não se refere a sua forma mais liberal, mas sim na forma socialdemocrata. Pluralismo político Esse fundamento não se resume apenas ao pluripar- tidarismo, ele visa reconhecer e garantir que as diversas formas de pensamento, grupos que representem interesses e ideologias políticas sejam tidas como legítimas para demo- cracia, à exceção das que contrariem a Carta Magna. Jurisprudência: “O Estado de Direito viabiliza a preservação das práticas democráticas e, especialmente, o direito de defesa. Direito a, salvo circunstâncias excepcionais, não sermos presos senão após a efetiva comprovação da prática de um crime. Por isso, usu- fruímosa tranquilidade que advém da segurança de sabermos que, se um irmão, amigo ou parente próximo vier a ser acusado de ter cometido algo ilícito, não será arrebatado de nós e submetido a ferros sem antes se valer de todos os meios de defesa em qualquer circunstância à disposição de todos. [...] O que caracteriza a socie- dade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno, é, por um lado, a divisão do trabalho; por outro, a monopolização da tributação e da violência física. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funções. O combate à criminalidade é missão típica e privativa da administração (não do Judiciário), através da polícia, como se lê nos incisos do art. 144 da Constituição, e do Ministério Público, a quem compete, privativamente, promover a ação penal pública (art. 129, I).” (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 06.11.2008, Plenário, DJE de 19.12.2008) “Inexistente atribuição de competência exclusiva à União, não ofende a CB norma constitucional estadual que dispõe sobre apli- cação, interpretação e integração de textos normativos estaduais, em conformidade com a Lei de Introdução ao Código Civil. Não há falar-se em quebra do pacto federativo e do princípio da interde- pendência e harmonia entre os Poderes em razão da aplicação de princípios jurídicos ditos ‘federais’ na interpretação de textos norma- tivos estaduais. Princípios são normas jurídicas de um determinado direito, no caso, do direito brasileiro. Não há princípios jurídicos apli- cáveis no território de um, mas não de outro ente federativo, sendo descabida a classificação dos princípios em ‘federais’ e ‘estaduais’.” (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16.12.2004, Plenário, DJ de 29.04.2005) “Se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o mesmo não se pode afirmar quanto aos princí- pios federais extensíveis e aos princípios constitucionais estabeleci- dos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar. A questão da necessária observância, ou não, pelos Estados-mem- bros, das normas e princípios inerentes ao processo legislativo, provoca a discussão sobre o alcance do poder jurídico da União Federal de impor, ou não, às demais pessoas estatais que integram a estrutura da Federação, o respeito incondicional a padrões hete- rônomos por ela própria instituídos como fatores de compulsória aplicação. [...] Da resolução dessa questão central, emergirá a defi- nição do modelo de Federação a ser efetivamente observado nas práticas institucionais.” (ADI 216-MC, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.05.1990, Plenário, DJ de 07.05.1993) “As ‘terras indígenas’ versadas pela CF de 1988 fazem parte de um território estatal-brasileiro sobre o qual incide, com exclusividade, o Direito nacional. E como tudo o mais que faz parte do domínio de qualquer das pessoas federadas brasileiras, são terras que se submetem unicamente ao primeiro dos princípios regentes das relações internacionais da República Federativa do Brasil: a sobe- rania ou ‘independência nacional’ (inciso I do art. 1º da CF). [...] Há compatibilidade entre o usufruto de terras indígenas e faixa de fronteira. Longe de se pôr como um ponto de fragilidade estrutu- ral das faixas de fronteira, a permanente alocação indígena nesses estratégicos espaços em muito facilita e até obriga que as institui- ções de Estado (Forças Armadas e Polícia Federal, principalmente) se façam também presentes com seus postos de vigilância, equi- pamentos, batalhões, companhias e agentes. Sem precisar de licença de quem quer que seja para fazê-lo. Mecanismos, esses, a serem aproveitados como oportunidade ímpar para conscientizar ainda mais os nossos indígenas, instruí-los (a partir dos conscri- tos), alertá-los contra a influência eventualmente malsã de certas organizações não governamentais estrangeiras, mobilizá-los em N O Ç Õ ES D E D IR EI TO C O N ST IT U C IO N A L 25 defesa da soberania nacional e reforçar neles o inato sentimento de brasilidade. Missão favorecida pelo fato de serem os nossos índios as primeiras pessoas a revelar devoção pelo nosso país (eles, os índios, que em toda nossa história contribuíram decisivamente para a defesa e integridade do território nacional) e até hoje dar mostras de conhecerem o seu interior e as suas bordas mais que ninguém.” (Pet 3.388, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19.03.2009, Ple- nário, DJE de 1º.07.2010) “A pesquisa científica com células-tronco embrionárias, autorizada pela Lei 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo con- tingente populacional (ilustrativamente, atrofias espinhais progres- sivas, distrofias musculares, a esclerose múltipla e a lateral amio- trófica, as neuropatias e as doenças do neurônio motor). A escolha feita pela Lei de Biossegurança não significou um desprezo ou desapreço pelo embrião in vitro, porém uma mais firme disposição para encurtar caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto, no âmbito de um ordenamento constitucional que desde o seu preâmbulo qualifica ‘a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça’ como valores supre- mos de uma sociedade mais que tudo ‘fraterna’. O que já significa incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e contra eventuais tramas do acaso e até dos golpes da própria natu- reza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embri- ões in vitro, significa apreço e reverência a criaturas humanas que sofrem e se desesperam. Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com células- -tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se destinam) significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (Min. Celso de Mello). [...] A Lei de Biossegurança caracteriza-se como regração legal a salvo da mácula do açodamento, da insuficiência protetiva ou do vício da arbitrariedade em matéria tão religiosa, filosófica e etica- mente sensível como a da biotecnologia na área da medicina e da genética humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. A Lei de Biossegurança não conceitua as categorias mentais ou entidades biomédicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus textos, pois é de se presumir que recepcionou tais categorias e as que lhe são correlatas com o significado que elas portam no âmbito das ciências médicas e biológicas.” (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29.05.2008, Plenário, DJE de 28.05.2010) “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato pro- cessual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante 11) “A cláusula da reserva do possível – que não pode ser invocada, pelo
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