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Problemas de valor de contorno em coordenadas retangulares 1 INTRODUÇÃO • Nos próximos itens, serão enfatizados dois procedimentos frequentemente utilizados para se resolver problemas envolvendo temperaturas, deslocamentos oscilatórios e potenciais. • Esses problemas denominados problemas de valor de contorno (PVC), são descritos por equações diferenciais parciais (EDP) lineares de segunda ordem relativamente simples. • O objetivo de ambos os procedimentos é obter soluções particulares de uma EDP reduzindo-a a uma ou mais equações diferenciais ordinárias (EDO) 2 REVISÃO • Uma EDP é uma equação envolvendo duas ou mais variáveis independentes x, y, z, t,... e derivadas parciais de uma função (variável dependente) u = u(x, y, z, t,....) 𝐹 𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, 𝑢, 𝜕𝑢 𝜕𝑥1 , … , 𝜕𝑢 𝜕𝑥𝑛 , 𝜕2𝑢 𝜕𝑥1 2 , … . 𝜕2𝑢 𝜕𝑥1𝜕𝑥2 , … = 0 • Exemplos: 𝑎) 𝑥𝑢𝑥 − 𝑦𝑢𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑦 𝑏) 𝜕𝑢 𝜕𝑡 = 𝛼2 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² 𝑐) 𝑢𝑥𝑥𝑥 + 2𝑦𝑢𝑥𝑥 + 𝑥𝑢𝑥𝑢𝑦 + 𝑢𝑥 ² = 𝑠𝑒𝑛(𝑥𝑦) 3 • Equações diferenciais parciais (EDPs), como as equações diferenciais ordinárias (EDOs), são classificadas como lineares e não lineares. De forma análoga à EDO, a variável dependente e as suas derivadas parciais aparecem somente elevadas à primeira potência em uma EDP linear. • Exemplos: 𝑎) 𝑥𝑢𝑥 − 𝑦𝑢𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑦 𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝟏 ; 𝐥𝐢𝐧𝐞𝐚𝐫 𝑏) 𝜕𝑢 𝜕𝑡 = 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² 𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦 𝟐 ; 𝐥𝐢𝐧𝐞𝐚𝐫 • Nesse e nos próximos capítulos estaremos interessados apenas em equações diferenciais parciais lineares. 4 • Se considerarmos u representando a variável dependente e x e y como as variáveis independentes, então a forma geral de uma equação diferencial parcial de segunda ordem linear é indicada por: 𝐴 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝐵 𝜕²𝑢 𝜕𝑥𝜕𝑦 + 𝐶 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² + 𝐷 𝜕𝑢 𝜕𝑥 + 𝐸 𝜕𝑢 𝜕𝑦 + 𝐹𝑢 = 𝐺 (1) onde os coeficientes A, B,..., G são constantes ou funções de x e y. Quando 𝐺 𝑥, 𝑦 = 0 a equação é dita homogênea, de outro modo, ela é não homogênea. Por exemplo, as equações lineares 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² = 0 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² − 𝜕𝑢 𝜕𝑦 = 𝑥𝑦 são homogêneas e não homogêneas, respectivamente 5 Solução de uma EDP • Uma solução de uma equação diferencial parcial linear é uma função 𝑢(𝑥, 𝑦) de duas variáveis independentes que possui todas as derivadas parciais ocorrendo na equação e satisfaz a equação em alguma região no plano xy. • Não é nossa intenção examinar procedimentos para obter soluções gerais de uma equação diferencial parcial linear. A obtenção de uma solução geral de uma EDP linear se segunda ordem não é apenas difícil como também muitas vezes uma solução geral nem sempre é útil em aplicações. • Portanto, nosso foco estará em obter soluções particulares de algumas importantes EDPs lineares, isto é, equações que aparecem em diversas aplicações. 6 CLASSIFICAÇÃO DE EQUAÇÕES • Uma equação diferencial parcial de segunda ordem linear com duas variáveis independentes de coeficientes constantes pode ser classificada como uma de três tipos. Essa classificação depende somente dos coeficientes das derivadas de segunda ordem. Assumiremos, é claro que, ao menos um dos coeficientes A, B e C não seja zero. • Definição: A equação diferencial parcial de segunda ordem linear 𝐴 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝐵 𝜕²𝑢 𝜕𝑥𝜕𝑦 + 𝐶 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² + 𝐷 𝜕𝑢 𝜕𝑥 + 𝐸 𝜕𝑢 𝜕𝑦 + 𝐹𝑢 = 0 Onde A, B, C, D, E e F são constantes reais, é dita ser: Hiperbólica se 𝐵² − 4𝐴𝐶 > 0 Parabólica se 𝐵² − 4𝐴𝐶 = 0 Elíptica se 𝐵² − 4𝐴𝐶 < 0 7 • Exemplo 1: Classifique EDPs de segunda ordem lineares 𝑎) 3 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝑏) 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² 𝑐) 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² = 0 • Uma explicação detalhada do porquê de classificamos uma equação diferencial parcial de segunda ordem está além do escopo desse texto. Porém, a resposta está no fato que desejamos resolver equações diferenciais parciais sujeitas a determinadas condições laterais conhecidas como condições de contorno e iniciais. • Os tipos de condições laterais apropriadas para uma dada equação dependem se a equação é hiperbólica, parabólica ou elíptica. 8 Equações clássicas e problemas de valor de contorno • Para o restante da matéria, estaremos interessados em determinar soluções produto de equações diferenciais parciais de segunda ordem 𝑘 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 𝑘 > 0 (1) 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕²𝑢 𝜕𝑡² (2) 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² = 0 (3) ou de pequenas variações dessas equações. Essas equações clássicas de física matemática são conhecidas como, respectivamente, equação do calor unidimensional, equação da onda unidimensional e equação de Laplace bidimensional. • “Unidimensional” se refere ao fato de x representar uma dimensão espacial, enquanto t representa o tempo, “duas dimensões” em (3) significa que ambas dimensões são espaciais. 9 • A equação de Laplace é abreviada como 𝛻²𝑢 = 0, onde 𝛻²𝑢 = 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² é denominado Laplaciano em duas dimensões da função u. Em três dimensões o Laplaciano de u é: 𝛻²𝑢 = 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑦² + 𝜕²𝑢 𝜕𝑧² • Comparando as equações (1)-(3) com a EDP de segunda ordem linear indicada anteriormente, com t desempenhando o papel de y, vemos que a equação do calor (1) é parabólica, a equação da onda (2) é hiperbólica, e a equação de Laplace (3) é elíptica. 10 Equação do Calor • Considere um problema de condução de calor em uma barra de seção reta uniforme feita com material homogêneo. • Escolha o eixo dos x de modo a formar o eixo da barra de modo que x = 0 e x = L correspondem às extremidades da barra. • Suponha que os lados da barra estão perfeitamente isolados, de modo que não há transmissão de calor aí. • Assumiremos que as dimensões da seção reta são tão pequenas que a temperatura u pode ser considerada constante em qualquer seção reta. • Então u só depende da coordenada axial x e do instante t. 11 • A variação da temperatura na barra é governada pela equação da condução do calor, e é da forma: 𝛼² 𝜕2𝑢 𝜕𝑥2 = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0 (1) Onde 𝛼² é uma constante conhecida como difusividade térmica. • O parâmetro 𝛼² depende somente do material do qual a barra foi feita, e é definida por 𝛼² = 𝑘 𝜌𝑠 , onde k é a condutividade térmica, ρ é a densidade, e s é o calor específico do material da barra. • A unidade de 𝛼² são (comprimento)2 /tempo. 12 • Os valores típicos de 𝛼² são dados na tabela abaixo • Vamos supor que a distribuição inicial de temperatura na barra é dada por 𝑢 𝑥, 0 = 𝑓 𝑥 , 0 < 𝑥 < 𝐿 (2) onde 𝑓(𝑥) é uma função dada. Material 𝛼² (cm²/s) Prata 1,71 Cobre 1,14 Alumínio 0,86 Ferro fundido 0,12 Granito 0,011 Tijolo 0,0038 Água 0,00144 13 • Finalmente, supomos que as extremidades da barra são mantidas a temperatura fixas: a temperatura 𝑇1 em 𝑥 = 0 e 𝑇2 em 𝑥 = 𝐿 • Vamos considerar somente o caso 𝑇1 = 𝑇2 = 0, mais a frente vermos o caso geral e como reduzi-lo a este caso. Assim, temos as condições de contorno 𝑢 0, 𝑡 = 0, 𝑢 𝐿, 𝑡 = 0, 𝑡 > 0 (3) • O problema descrito pelas equações (1), (2) e (3) 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0 𝑢 0, 𝑡 = 0, 𝑢 𝐿, 𝑡 = 0, t > 0 𝑢 𝑥, 0 = 𝑓 𝑥 , 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿 14 • É um problema de valor inicial na variável t, é dada uma condição inicial e a equação diferencial determina o que acontece depois. No entanto, em relação a variável x, o problema é de valor de contorno; são impostos condições de contorno em cada extremidade da barra e a equação diferencial descreve a evolução da temperatura no intervalo entre elas. 15 • O problema de condução descrito anteriormente é linear, já que u só aparece na primeira potência em toda a equação. A equação diferencial e as condições de contorno são, também, homogêneas. • Estamos interessados em encontrar uma função 𝑢 𝑥, 𝑡 que satisfaça a Equação diferencial e as condições de contorno. • O método para encontrar tal equação é baseado no método de Separação de Variáveis, que não será aprofundado neste conteúdo.16 • Assim o problema fundamental da condução do calor é encontrar 𝑢(𝑥, 𝑡) que satisfaz 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0 𝑢 0, 𝑡 = 0, 𝑢 𝐿, 𝑡 = 0, t > 0 𝑢 𝑥, 0 = 𝑓 𝑥 , 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿 A solução para esta equação é dada por: 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑛=1 ∞ 𝑐𝑛𝑒 − 𝛼𝑛𝜋 𝐿 ²𝑡𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 onde 17 𝑐𝑛 = 2 𝐿 0 𝐿 𝑓 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 𝑑𝑥 • Em outras palavras a solução para a equação do calor reduz-se a calcular a série de Fourier de senos para a função de valor inicial 𝑓(𝑥). Exemplo 2: Encontre a temperatura u(x,t) em qualquer instante em uma barra de metal com 50 cm de comprimento, insolada nos lados, a uma temperatura uniforme, inicialmente, de 20°C em toda a barra, e cujas extremidades são mantidas a 0°C para todo t > 0. 18 • Assim a temperatura ao longo da barra é dado por • O fator exponencial com potência negativa em cada termo da série faz com que ela convirja rapidamente, exceto para valores pequenos de t ou 𝛼. • Portanto, resultados precisos podem ser obtidos usando-se apenas alguns poucos termos da série. • Para apresentar resultados quantitativos, tome t tem segundos; então 𝛼 tem unidade em cm²/sec. • Se escolhermos 𝛼 = 1, isso corresponde a uma barra feita com um material cujas propriedades térmicas estão entre o cobre e o alumínio. 19 • O gráfico mostra a distribuição de temperatura na barra em diversos instantes diferentes tempos.(fig. à esquerda). • Observe que a temperatura vai diminuindo sempre, à medida que a barra perde calor pelas extremidades. • O modo no qual a temperatura decai em um determinado ponto na barra, (fig. à direita), onde aparece o gráfico da temperatura em função do tempo para alguns pontos selecionados na barra 20 • O gráfico tridimensional de u versus x e t. • Observe que obtemos os gráficos anteriores fazendo a interseção da superfície abaixo com planos onde t ou x são constantes. • A pequena ondulação em t = 0 resulta da utilização de apenas um número finito de termos na série que representa u(x,t) e da convergência lenta da série para t= 0. 21 • Ainda do mesmo exemplo • Qual é o tempo em que a temperatura atinge 1°C? A. Suponha que queiramos determinar o tempo τ para o qual a barra inteira atinja a temperatura de 1°C. B. Devido à simetria da distribuição da temperatura inicial e das condições de fronteira, o ponto mais quente da barra é o centro C. Assim τ é determinado resolvendo u(25,t) = 1 para t. D. Usando só o primeiro termo da série de Fourier acima, obtemos 22 • Exemplo 3: Considere uma barra metálica com 20 cm de comprimento, aquecida a uma temperatura de uniforme de 100ºC. Suponha que, em t = 0 as extremidades da barra são mergulhadas em um banho gelado a 0 ºC e depois mantidas a essa temperatura, mas não é permitido escapar calor pela superfície lateral. a) Encontre uma expressão para a temperatura em qualquer ponto da barra em um instante posterior. b) Determine a temperatura no centro da barra no instante 𝑡 = 30𝑠 se a barra for feita de i) prata ii) alumínio iii) ferro fundido Compare os resultados 23 Outros problemas de condução de calor Condições de Contorno Não-Homogêneas • Quando as pontas do fio são mantidas a 0℃, ou quando são isoladas, as condições de fronteiras são ditas serem homogêneas. Mas, quando as extremidade do fio são mantidas em temperaturas constantes diferente de zero, ou seja 𝑢 0, 𝑡 = 𝑇1, 𝑢 𝐿, 𝑡 = 𝑇2, t > 0 Então as condições de fronteiras são ditas não homogêneas. • A solução para um problema de fluxo de calor em condições de fronteira não homogêneas consistirá em uma solução em regime estacionário 𝒗(𝒙) que satisfaz as condições de fronteira não homogêneas mais uma solução transiente 𝒘 𝒙, 𝒕 , ou seja 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑣 𝑥 + 𝑤(𝑥, 𝑡) 24 Distribuição da temperatura estado estacionário x estado transiente Estado estacionário Estado transiente Um sistema em um estado estacionário, (ou regime permanente para a engenharia), tem numerosas propriedades que são inalteráveis no tempo. Isto implica que qualquer propriedade p do sistema, a derivada parcial em relação ao tempo é zero 𝜕𝑝 𝜕𝑡 = 0 Depois de muito tempo (i.e., com t → ∞), antecipamos que será alcançada uma distribuição de temperatura estacionária v(x), a qual independe do tempo t e das condições iniciais. • No âmbito da engenharia química, um sistema diz-se em estado transiente quando pelo menos uma variável do processo se encontra ainda em mudança, não tendo por isso o sistema atingido o estado estacionário. 25 • Consideremos agora o problema de condução de calor com condições de contorno não homogêneas: 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0 𝑢 0, 𝑡 = 𝑇1, 𝑢 𝐿, 𝑡 = 𝑇2, t > 0 𝑢 𝑥, 0 = 𝑓 𝑥 , 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿 Assim a solução 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑣 𝑥 + 𝑤 𝑥, 𝑡 é dado por 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑇2 − 𝑇1 𝑥 𝐿 + 𝑇1 + 𝑛=1 ∞ 𝑐𝑛𝑒 − 𝛼𝑛𝜋 𝐿 2 𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 Onde 𝑐𝑛 = 2 𝐿 0 𝐿 𝑓 𝑥 − 𝑇2 − 𝑇1 𝑥 𝐿 − 𝑇1 𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 𝑑𝑥 26 • Exemplo 4: Considere o problema de condução de calor não homogêneo, determine a solução 𝑢𝑥𝑥 = 𝑢𝑡 , 0 < 𝑥 < 30, 𝑡 > 0 𝑢 0, 𝑡 = 20, 𝑢 30, 𝑡 = 50, 𝑡 > 0 𝑢 𝑥, 0 = 60 − 2𝑥, 0 < 𝑥 < 30 A solução não homogênea u(x, t) é dada pela distribuição da temperatura do estado estacionário v(x) e a distribuição da temperatura transiente w(x, t). 27 • A figura mostra os gráficos da distribuição inicial de temperatura 60 − 2𝑥 , da distribuição final de temperatura 20 + 𝑥 e, da temperatura em dois instantes intermediários encontrados resolvendo-se as equações. Note que a temperatura intermediária satisfaz as condições de contorno para qualquer 𝑡 > 0. Quanto t aumenta, o efeito das condições de contorno move-se, gradualmente, das extremidades da barra para seu centro 28 • Ainda do exemplo • Qual é a temperatura da barra no tempo 10 segundos em 𝑥 = 23 𝑐𝑚? Utilize 𝛼 = 1. • O cálculo condiz com o gráfico? 29 Barra com Extremos Isolados • Suponhamos agora que as extremidades da barra estão isoladas, isolada tanto nas extremidades quanto nos lados, de modo que não há transferência de calor através delas. • A taxa de fluxo de calor através de uma seção reta é proporcional à taxa e variação da temperatura na direção x. Assim, no caso de ausência de fluxo de calor, o problema é da forma 𝜕𝑢 𝜕𝑥 0, 𝑡 = 0, 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝐿, 𝑡 = 0, 𝑡 > 0 30 Barra com Extremos Isolados • A equação juntamente com as condições de contorno e a condição inicial que satisfaz o problema é: 𝛼² 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² = 𝜕𝑢 𝜕𝑡 , 0 < 𝑥 < 𝐿, 𝑡 > 0 𝜕𝑢 𝜕𝑥 0, 𝑡 = 0, 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝐿, 𝑡 = 0, 𝑡 > 0 𝑢 𝑥, 0 = 𝑓 𝑥 , 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿 31 • A solução para o problema é: 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑐0 2 + 𝑛=1 ∞ 𝑐𝑛𝑒 − 𝛼𝑛𝜋 𝐿 2 𝑡 𝑐𝑜𝑠 𝑛𝜋𝑥 𝐿 Onde 𝑐𝑛 = 2 𝐿 0 𝐿 𝑓 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑛𝜋𝑥 𝐿 𝑑𝑥 𝑒 𝑐0 = 2 𝐿 0 𝐿 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 32 • Vale a pena observar que a solução 𝑢 𝑥, 𝑡 𝑢 𝑥, 𝑡 = 𝑐0 2 + 𝑛=1 ∞ 𝑐𝑛𝑒 − 𝛼𝑛𝜋 𝐿 2 𝑡 𝑐𝑜𝑠 𝑛𝜋𝑥 𝐿 pode também ser considerada como a soma de uma distribuição de temperatura no estado estacionário, independente do tempo t, e uma distribuição transiente, que tende a zero no limite quando 𝑡 → ∞ . O fato de que o estado estacionário é constante é consistente com a intuição de que o processo de condução de calor irá, gradualmente, uniformizar a distribuição de temperatura na barra, enquanto não for permitido ao calor entrar nem escapar para fora. A interpretação física do termo 𝑐0 2 = 1 𝐿 0 𝐿 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 • É que é o valor médio da distribuição de temperatura original 33 Estado estacionário Estado transiente • Exemplo 5: Encontre a temperatura 𝑢(𝑥, 𝑡) em uma barra metálica com 25 cm comprimento, isolada tanto nas extremidades quanto nos lados, cuja distribuição inicial de temperatura é 𝑢(𝑥, 0) = x para 0 < 𝑥 < 25. 34 • Observa-se que à medida que aumenta o tempo t, a distribuição de temperatura u(x,t) ao longo da barra é suavizada para o valor médio (12.5) da distribuição de temperatura inicial u(x,0)= x, 0 < x< 25. 35 • Outros exemplos: Encontre a solução para o problema de valor de fronteira e inicial dado: 6) 𝜕𝑢 𝜕𝑡 = 5 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² , 0 < 𝑥 < 1, 𝑡 > 0 𝑢 0, 𝑡 = 𝑢 1, 𝑡 = 0, 𝑡 > 0 𝑢 𝑥, 0 = 1 − 𝑥 , 0 < 𝑥 < 1 7) 𝜕𝑢 𝜕𝑡 = 3 𝜕²𝑢 𝜕𝑥² , 0 < 𝑥 < 𝜋, 𝑡 > 0 𝜕𝑢 𝜕𝑥 0, 𝑡 = 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜋, 𝑡 = 0, 𝑡 > 0 𝑢 𝑥, 0 = 𝑥, 0 < 𝑥 < 𝜋 36