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As cadeiras Eugênio Ionesco Eugênio Ionesco nasceu em Slatina, Roménia, no dia 26 de Novembro de 1909. Ionesco passou a maior parte da infância na França, mas no princípio da adolescência regressou à Roménia onde se formou como professor de francês . É considerado, com o Irlandês Samuel Beckett, o pai do teatro do absurdo, segundo o qual é preciso ‘’para um texto burlesco, uma interpretação dramática; para um texto dramático um interpretação burlesca’’. Porém, além do ridículo das situações mais banais, o teatro de Ionesco representa de maneira palpável, a solidão do homem e a insignificância de sua existência. Ele não queria que suas obras fossem categorizadas como Teatro do absurdo, preferindo em vez de absurdo, a palavra insólito. Ele percebeu no termo insólito um aspecto ao mesmo tempo pavoroso e maravilhoso diante da estranheza do mundo, enquanto a palavra absurdoseria sinônimo de insensato, de incompreensão. «Não é porque não compreendemos uma coisa que ela é absurda», resumiu seu biógrafo André Le Gall. Para lá de ridicularizar as situações mais banais, as peças de Ionesco retratam de uma forma tangível a solidão do ser humano e a insignificância da sua existência. O autor S O B R E A P E Ç A • Um espetáculo que fala sobre a velhice e a solidão, sob a ótica de dois anciãos delirantes. • Escrita no pós guerra, a peça se passa na torre circular de uma ilha deserta. • Lá um casal de idosos vive seus últimos dias de existência, esperando, apenas, alguns convidados para transmitirem sua mensagem final e assim, partir. • Os dois aguardam os convidados que aos poucos vão chegando. O detalhe é que a presença deles só é percebida pelos anfitriões, que providenciam muitas cadeiras para acomodar os fantasmas de suas existências. Diálogos cruzados fazem uma espécie de prestação de contas de cada um dos personagens com a vida até um final trágico e surpreendente, ambos pulam da janela e morrem. O autor