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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Materiais e Suas Propriedades (BC1105) ENSAIOS MECÂNICOSENSAIOS MECÂNICOS PARTE APARTE A – ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO Laboratório L505-1Laboratório L505-1 1º Quadrimestre de 2015 Guilherme Naohiro Ito Murilo Migliato Murilo Turquiai Luca Blasio Tainã Ubirajara Bisinella 11060912 11057513 11054411 11003713 1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO Para se aferir o comportamento de um determinado material é necessário conhecer suas propriedades mecânicas. Uma forma de observar e determinar tais propriedades, como constantes elásticas, resistência mecânica, ductilidade é a partir de ensaios mecânicos. A maneira mais utilizada para realizar esses ensaios é através da máquina universal de ensaios mecânicos, que realiza testes como aplicação de força, tração ou compressão, a taxas controladas, de forma que tal tensionamento pode ser feito ciclicamente ou continuamente. Dois acessórios importantes utilizados em máquinas de ensaios mecânicossão as células de carga e o extensômetro, a primeira mede a variação de força aplicada ao material, já a última, mede a deformação do material de acordo com a tensão aplicada. Através destes acessórios e uma interface com um software específico é possível plotar as curvas de tensão e deformação do material testado. Neste experimento a máquina de ensaios utilizada foi Instron 3369, que é ideal para testes de compressão ou tensão abaixo de 50 kN [1], e o software de interface Bluehill. Para determinar as propriedades dos materias são realizados diferentes métodos de ensaio. Para materiais com comportamento dúctil, como polímeros, geralmente são realizados ensaios de tração, já materiais com comportamento mecânico frágil, como cerâmicas, a resistência à fratura geralmente é determinada em ensaios de flexão. Os testes variam em velocidade e intensidade de carregamento no material. Devem ser seguidos alguns padrões para assegurar a qualidade e segurança dos testes, como formato e dimensão do corpo de prova, tensão convencional de alongamento total, etc. Tais padrões são definidos por normas, tais como a ABNT NBR ISO 6892-1:2013 Versão Corrigida:2015 [2]. 2. OBJETIVOS2. OBJETIVOS Os objetivos desta aula prática são: i) Compreender o funcionamento de uma máquina universal de ensaios Mecânicos; ii) Compreender o ensaio de tração e analisar as curvas tensão- deformação de uma amostra polimérica; iii) Compreender o método de ensaio de flexão de amostras de cerâmicas e determinar a resistência à fratura. 3. 3. PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO EXPERIMENTALEXPERIMENTAL Os ensaios foram realizados na máquina universal de ensaios mecânicos INSTRON 3369, a coleta de dados se deu através do software Bluehill . 3.1. Metodologia3.1. Metodologia Ensaio de tração i) Foram realizadas 3 medidas em diferentes pontos do corpo de prova; ii) Fixou-se o corpo de prova nas garras do dispositivo mantendo alinhado seu eixo longitudinal com a vertical; iii) Configurou-se o ensaio através do software Bluehill , dando como entrada a velocidade do ensaio e o comprimento do corpo de prova; iv) O ensaio consistiu então na aplicação de tração até a fratura do corpo de prova;v) Após o ensaio o corpo de prova teve suas duas partes unidas cuidadosamente para que fossem medidas as variações em sua dimensão. Ensaio de flexão i) Foram realizadas 3 medidas em diferentes pontos do corpo de prova; ii) Apoiou-se o corpo de prova no dispositivo de teste de flexão, aproximando o cutelo superior cuidadosamente do corpo de prova; iii) Configurou-se o ensaio através do software Bluehill , dando como entrada a velocidade do ensaio; iv) O ensaio consistiu então na aplicação de tensão até a fratura do corpo de prova. 3.2. 3.2. Ensaio Ensaio de de traçãotração Aço 1010 O ensaio de tração com o aço 1010 foi realizado por meio de um corpo de prova cilíndrico com 8 mm de diâmetro e comprimento de área útil de 70 mm. A velocidade deste ensaio foi de 15 mm/min. Polímero O ensaio de tração com o material polimérico foi realizado com meio de um corpo de prova em forma de gravata. Suas dimensões foram aferidas três vezes com o intuito de diminuir os erros de medição. Abaixo, a Tabela 1 expressa os valores medidos com respectivas médias. Tabela 1 - Tabela 1 - Dimensões do corpo de prova poliméricoDimensões do corpo de prova polimérico Medida ComprimentoMedida Comprimento (mm)(mm) LarguraLargura (mm)(mm) EspessuraEspessura (mm)(mm) 1 75,25 13,35 3,20 2 75,45 13,25 3,50 3 75,35 13,25 3,05 Valores Valores médios médios 75,35 75,35 13,28 13,28 3,253,25 Apesar do comprimento médio do corpo de prova ser de 75,35 mm, o comprimento útil da máquina universal de ensaios mecânicos era de 70,00 mm, o qual corresponde a dimensão utilizada para análise. A velocidade deste ensaio foi de 50 mm/min. Fig. 1 - Exemplo de corpo de prova do tipo gravata. 3.3. 3.3. Ensaio Ensaio de de flexãoflexão Cerâmica O ensaio de flexão foi do tipo de três pontos, realizado utilizando um corpo de prova cerâmico retangular. Realizaram-se três medidas do corpo de prova afim de diminuir o erro de medição. A Tabela 2 demonstra os valores obtidos em cada medição com respectivas médias. Tabela 2 - Tabela 2 - Dimensões do corpo de prova cerâmicoDimensões do corpo de prova cerâmico Medida ComprimentoMedida Comprimento (mm)(mm) LarguraLargura (mm)(mm) EspessuraEspessura (mm)(mm) 1 74,65 23,25 8,50 2 74,80 21,05 8,50 3 74,75 23,55 8,50 Valores Valores médios médios 74,73 74,73 22,61 22,61 8,508,50 A distância de separação dos pontos de apoio da máquina universal era de 30 mm. A velocidade utilizada no teste foi de 0,5 mm/min. 4. 4. ANÁLISE ANÁLISE DOS DOS DADOSDADOS 4.1. 4.1. Ensaio Ensaio de de traçãotração Aço 1010 i) Gráfico tensão versus deformação de engenharia a) Fig. 2: Curva tensão versus deformação do aço 1010. b) Fig. 3: Curva tensão versus deformação do aço 1010 com detalhe para a região elástica. 00 100100 200200 300300 400400 500500 600600 0 0 110 0 220 0 330 0 440 0 5500 T e n s ã o [ M P a ] Deformação [%]Deformação [%] CurvCurva de Enga de Engenharenharia -ia - MetMetalal MetalMetal 00 5050 100100 150150 200200 250250 300300 350350 400400 450450 0 0 00,,5 5 1 1 11,,5 5 2 2 22,,5 5 3 3 33,,5 5 44 T e n s ã o ( M P a ) Deformação [%]Deformação [%] Curva de Curva de EngenharEngenharia -ia - Metal Metal (região (região elástica)elástica) MetalMetal ii) Determinação através das curvas a) Módulo de Elasticidade O Módulo de Elasticidade é dado por: σ=E∗=E∗ε (1) Onde, σ – Tensão; E - Módulo de elasticidade; ε – Deformação. Rearranjando (1), temos: EE == ∆∆ ∆∆ (2) Substituindo em (2) com os valores obtidos através da região elástica, temos: EE == (,−,)(,−,) (,−,)(,−,) (3) Logo: == ,, b) Limite de proporcionalidade (limite elástico) O limite de proporcionalidade obtido visualmente através do gráfico é: ≈≈ c) Limite de escoamento Limite de escoamento em deformação 0,1% Para uma deformação permanente de 0,1% a deformação total deve superar a deformação elástica esperada em 0,1% do comprimento útil do corpo de prova. ≥≥ ++ 00,,11 (4) O que ocorre em: = = 33995,5,9973732 2 O que corresponde a: = = ,, %% Limite de escoamento em deformação 0,2% Para uma deformação permanente de 0,2% a deformação total deve superar a deformação elástica esperada em 0,2% do comprimento útil do corpo de prova. ≥≥ ++ 00,,22 (5) O que ocorre em: = = 33998,8,4433337 7 O que corresponde a: = = ,, %% d) Limite de Resistência Corresponde a maior tensão suportada registrada: == ,, e) Tensão de Ruptura Corresponde a tensão aplicada no momento de ruptura: == ,, f) Deformação (alongamento) uniforme Toda deformação até o limite de resistência: == ,, %% g) Deformação (alongamento) total Toda deformação até o rompimento: = = ,, %% iii) Redução em Área Diâmetro inicial = 8mm Diâmetro final = 4,60 mm Área inicial = 56,549 mm² Área final = 16,619 mm² áá == 11 (6) Logo: áá == ,, %% iv) Curva Real de tensão versus deformação Fig. 4: Curvas real de tensão versus deformação do aço 1010. Fig. 5: Curvas real e de engenharia de tensão versus deformação do aço 1010. 00 50005000 1000010000 1500015000 2000020000 0 0 00,,5 5 1 1 11,,5 5 2 2 22,,5 5 3 3 33,,5 5 44 T e n s ã o ( M P a ) Deformação [%]Deformação [%] CurvCurva Ra Real eal -- MetMetalal RealReal 00 50005000 1000010000 1500015000 2000020000 0 0 110 0 220 0 330 0 440 0 5500 T e n s ã o [ M P a ] Deformação [%]Deformação [%] CurvCurva de Enga de Engenharenharia -ia - MetMetalal RealReal EngenhariaEngenharia v) Aspecto da fratura A Fig. 4 mostra que houve uma redução na tensão antes da fratura. Isso se deve à ocorrência de estricção (ou criação de pescoço), o que caracteriza uma fratura dúctil. Polímero i) Gráfico tensão versus deformação de engenharia c) Fig. 6: Curva tensão versus deformação de engenharia do polímero. d) Fig. 7: Curva tensão versus deformação de engenharia do polímero com detalhe para a região elástica. h) Determinação através das curvas ii) Módulo de Elasticidade O Módulo de Elasticidade é dado por: σ=E∗=E∗ε (1) Onde, σ – Tensão; E - Módulo de elasticidade; ε – Deformação. Rearranjando (1), temos: EE == ∆∆ ∆∆ (2) Substituindo em (2) com os valores obtidos através da região elástica, temos: EE == (,−,)(,−,) (,−,)(,−,) (3) Logo: íí == ,, iii) Limite de proporcionalidade (limite elástico) O limite de proporcionalidade obtido visualmente através do gráfico é: íí ≈≈ iv) Limite de escoamento Limite de escoamento em deformação 0,1% Para uma deformação permanente de 0,1% a deformação total deve superar a deformação elástica esperada em 0,1% do comprimento útil do corpo de prova. ≥≥ ++ 00,,11 (4) O que ocorre em: = = ,, O que corresponde a: = = ,, %% Limite de escoamento em deformação 0,2% Para uma deformação permanente de 0,2% a deformação total deve superar a deformação elástica esperada em 0,2% do comprimento útil do corpo de prova. ≥≥ ++ 00,,22 (5) O que ocorre em: = = 3300,,995553538 8 O que corresponde a: = = ,, %% v) Limite de Resistência Corresponde a maior tensão suportada registrada: íí = = ,, vi) Tensão de Ruptura Corresponde a tensão aplicada no momento de ruptura: íí == ,, vii) Deformação (alongamento) uniforme Toda deformação até o limite de resistência: íí == ,, %% viii) Deformação (alongamento) total Toda deformação até o rompimento: íí = = ,, %% ix) Redução em Área Espessura inicial = 3,25 mm Espessura final = 2,71 mm Largura inicial = 13,28 mm Largura final = 9,47 mm Área inicial = 43,16 mm² Área final = 25,66 mm² áá == 11 (6) Logo: áá == ,, %% x) Curva Real de tensão versus deformação Fig. 8: Curvas real de tensão versus deformação do polímero. Fig. 9: Curvas real e de engenharia de tensão versus deformação do polímero. 4.2. 4.2. Ensaio Ensaio de de flexãoflexão Cerâmica A Cerâmica, diferente do metal e do polímero, não é um material dúctil, ou seja, não possui uma região plástica, é por esse motivo que é feito o ensaio de flexão. Durante a realização dos ensaios, a peça de cerâmica foi danificada entre o ensaio 1 e o ensaio 2, por isso podemos ver que a curva real 2 e de engenharia 2 não serve de análise. i) Resistência à flexão == .. .².² (7) Onde F é a força de fratura, L é a distância entre os pontos do suporte, b a largura do corpo de prova, e d sua espessura. Substituindo com os valores da dimensão do corpo de prova: == 33 ∗∗ 11115544,,22 ∗∗ 00,,0033 22 ∗∗ 00,,0022226611 ∗∗ 00,,00008855²² == ,, ii) Gráfico tensão versus flexão Fig.10: Curva tensão versus deformação de engenharia da cerâmica. Figura 11 - Curva tensão versus deformação real da cerâmica. Figura 12 - Curva tensão versus deformação real e de engenharia da cerâmica. iii) Aspecto da fratura A fratura do corpo de prova cerâmico é uma fratura “frágil” e ocorre com baixa absorção de energia (normalmente à temperatura ambiente a maioria dos materiais cerâmicos sofre fratura antes do surgimento de uma deformação plástica). Lembrando que a fratura ocorre no ponto de maior tensão como no corpo de prova polimérico e diferente do corpo de prova metálico, onde a tensão diminui antes da fratura. 5. CONCLUSÃO5. CONCLUSÃO A determinação das propriedades mecânicas através de ensaios mecânicos é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação. Estas propriedades definem o comportamento do material quando sujeito a esforços mecânicos, relacionando assim à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados, fazendo assim considerações importantes para um projeto e fabricação de determinado componente. 6. REFERÊNCIAS6. REFERÊNCIAS [1] Página na internet empresa INSTROM. Disponível em: <http://www.instron.com.br/wa/home/default_br.aspx>. [2] Catálogo ABNT, Normas. Código - ABNT NBR ISO 6892-1:2013 Versão Corrigida:2015. Disponível em: <http://www.instron.com.br/wa/product/3300- Dual-Column-Testing-Systems.aspx>. [3] CALLISTER, W. D. Jr, Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução; Editora LTC, 7ª. Edição 2008. [4] SCODELER, D. E, Materiais e suas propriedades, slides da disciplina. Disponível em: < https://sites.google.com/site/matprop20151/materiais-e- suas-propriedades>.
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