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Slides Aulas - 2 ª parte - Audiência de Conciliação ou Mediação e Respostas do Réu

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PROCESSO CIVIL I
(5º período)
Prof. Me.
Wilson Francisco Domingues
2ª parte
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Respostas do Réu (Contestação e Reconvenção)
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, CPC
PI → se preenche os requisitos essenciais;
→ nos casos em que se admite autocomposição; 
→ e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido;
Juiz 	→ designa Audiência de Conciliação ou de Mediação;
	→ com antecedência mínima de 30 (trinta) dias;
Citação do Réu → com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência da audiência.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Casos em que se admite autocomposição:
DOUTRINA: “Não se realizará audiência nos casos em que não se admite autocomposição, algo que se dá em situações bastante restritas. São raras as hipóteses em que a lei veda qualquer forma de autocomposição. Pode não ser admissível a transação (cf. art 841 do CC/2002, segundo o qual ‘só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação...), mas é possível a composição por renúncia ou reconhecimento (p. ex. em ação de investigação de paternidade a transação propriamente dita é inadmissível, mas pode o réu reconhecer a paternidade em audiência de mediação ). [...] Embora o art. 17 da Lei 8.429/1992 vedasse a transação, acordo ou conciliação em ações de improbidade administrativa parece ser possível, em situações bastante restritas, haver soluções consensuais.” (José Miguel Garcia Medina)
 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
→ essa audiência ocorre antes da apresentação da defesa pelo Réu.
→ tem por fim estimular a solução consensual dos litígios (cf. art. 3.º, §2.º, CPC).
DOUTRINA: “...constitui manifestação de uma tendência mundial de abrir o procedimento comum para os meios alternativos de solução de disputas, tornando a solução judicial uma espécie de ’ultima ratio’ para composição dos litígios”. (Luiz Guilherme Marinoni)
→ A intimação do Autor para a audiência é feita na pessoa de seu Advogado. (art. 334, §3.º CPC)
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Conciliador ou Mediador 
→ atuará nos locais onde houver na ACM;
→ observarão → os arts. 165 a 175, CPC;
		 → e a Lei de Organização Judiciária.
Várias Sessões de Conciliação ou Mediação
→ poderão ocorrer; 
→ desde que não exceda a 2 meses da data da primeira;
→ e desde que necessárias à composição das partes.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 165, CPC
Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos
→ os Tribunais devem obrigatoriamente criá-los (cf. já previa a Resolução CNJ 125/2010);
→ estes ficarão responsáveis pela realização de Sessões e Audiências de Conciliação e Mediação;
→ são responsáveis pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, a orientar e a estimular a autocomposição.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Conciliação 
→ tentativa de obtenção de autocomposição ao litígio.
→ com a colaboração de um 3.º imparcial.
→ esse terceiro possui um papel ativo na autocomposição, na medida em que sugere soluções para o conflito. 
Conciliador 
→ tem um papel mais presente do que o do Mediador, na medida em que sugere alternativas para a solução da lide.
→ não examina todo o contexto do problema.
→ deve restringir-se à solução do conflito que lhe é submetido, sem analisar o mérito.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Mediação
→ tentativa de obtenção de autocomposição ao litígio.
→ inclusão de um 3.º imparcial para auxiliar na negociação das partes.
Mediador
→ colabora para que as partes cheguem, por sua própria iniciativa, a um acordo.
→ não sugere soluções para o problema das partes, apenas as auxilia a encontrar, sozinhas, tais soluções.
→ tem a função de ajudar as partes a restabelecer o diálogo, encontrando os pontos de divergência e procurando resolver a controvérsia por meio de suas próprias iniciativas.
→ também não examina todo o contexto do problema, nem analisa o mérito.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 166, CPC - Princípios da Conciliação e da Mediação:
1) da Independência 
2) da Imparcialidade
→ o Mediador e o Conciliador devem atuar como terceiros imparciais, sujeitando-se às mesmas causas de impedimento e suspeição impostas aos Juízes (arts. 144 e 145, CPC).
3) da Autonomia da vontade (ou voluntariedade) 
→ as partes devem ser livres para optar por esses métodos consensuais de solução de controvérsia, não podendo ser constrangidas a tanto. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 166, CPC - Princípios da Conciliação e da Mediação:
4) da Confidencialidade 
→ implica no sigilo de toda informação obtida pelo conciliador ou mediador, no curso da autocomposição, com exceção de prévia autorização das partes. 
5) da Oralidade 
→ a audiência é toda realizada oralmente e só depois reduzida a termo.
6) da Informalidade
→ deve pautar os procedimentos da autocomposição, evitando-se formalismos desnecessários e burocráticos. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 167, CPC
Quadro de Conciliadores e Mediadores
→ estes devem estar inscritos em quadro próprio (nacional e do Tribunal).
→ a finalidade do cadastro é evitar o privilégio de alguns conciliadores e mediadores em detrimento de outros.
→ deve-se respeitar a “distribuição alternada e aleatória” (art. 167, § 2.º, CPC), respeitada a igualdade dentro da mesma área de especialidade. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 167, CPC
Quadro de Conciliadores e Mediadores
→ os cadastros devem informar dados que permitam aferir a capacidade do conciliador/mediador, a fim de permitir eventual escolha informada do Conciliador/Mediador pelas partes (art. 168, CPC).
P. ex.: número de processos em que participou e o grau de sucesso de sua atividade.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Conciliadores e Mediadores
→ são obrigados a se submeter a cursos de capacitação (art. 12, Res. 125/2010, CNJ).
→ devem submeter-se a reciclagem permanente e a avaliações dos usuários (art. 12, §2.º, Res. 125/201, CNJ).
Art. 167, CPC 
§ 5º → os Conciliadores e Mediadores cadastrados, se forem Advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos Juízos em que desempenhem essas funções.
§ 6º → o Tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de Conciliadores e Mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 168, CPC
Escolha do Conciliador ou do Mediador
→ as partes podem escolher, livremente, o Mediador ou o Conciliador que atuará em relação ao seu litígio. 
→ devem estar conscientes das habilidades e capacidades desses terceiros. 
→ o Conciliador ou o Mediador escolhido pelas partes não precisa estar inscrito no cadastro do Tribunal, nem ter-se submetido a curso de capacitação anterior. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Não havendo escolha por acordo das partes
→ o Conciliador ou Mediador será nomeado pelo Juiz, observada a distribuição aleatória, alternada e equitativa entre os especialistas cadastrados.
→ na escolha será observada a formação específica de cada um.
→ sempre que for recomendável haverá a designação de mais de um Conciliador ou Mediador para o litígio. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 169, CPC
Remuneração dos Conciliadores e Mediadores
→ o trabalho destes 3.ºs, salvo quando forem servidores públicos do quadro do Tribunal, será remunerado na forma estabelecida em tabela fixada pelo respectivo Tribunal.
Trabalho Voluntário
→ a Lei 9.608/1998 regula o serviço voluntário. 
→ cabe ao Tribunal fixar os percentuais de atividades de mediação e conciliação desenvolvidas com trabalho voluntário.
→ mesmo não remunerado, o Mediador ou Conciliador tem direito ao ressarcimento das despesas que realizar no desempenho de suas atividades (art. 3.º, Lei 9.608/1998).
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 170, CPC
Impedimento e Suspeição do Conciliador ou Mediador
→ a estes aplicam-se as causas de impedimento e suspeição dos Juízes (arts. 144 e 145 c.c. art. 148, todosdo CPC). 
→ verificada a causa deve o Conciliador ou Mediador comunicar imediatamente o fato ao Juiz, preferencialmente por meio eletrônico, para que outro assuma a função.
Arguição de impedimento e suspeição
→ se o Conciliador ou o Mediador, suspeito ou impedido, não se afastar de seu encargo, as partes poderão recusá-lo na forma do art. 148, §§ 1.º a 3.º, CPC.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 171, CPC
Impossibilidade Temporária
→ se o Conciliador ou o Mediador não puder, temporariamente, exercer suas funções, deve informar para que sejam interrompidas as suas distribuições.
→ tratando-se de servidor público dos quadros do Tribunal, seu afastamento deve reger-se pelas regras próprias do Regime dos Servidores Públicos do ente respectivo. 
Impossibilidade Permanente
→ se a causa de impedimento não for temporária, o Conciliador ou o Mediador deverá ser excluído dos quadros.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 172, CPC
Vedação de atuação 
→ os Conciliadores ou os Mediadores, para a preservação de sua imparcialidade, não podem atuar em favor de uma das partes pelo prazo de 1 ano a contar da conclusão da última audiência de que participarem.
→ não podem assessorar, representar ou patrocinar as partes.
→ se violada essa vedação o ato praticado será considerado nulo.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 173, CPC
Exclusão do cadastro de Conciliadores ou Mediadores
→ os Mediadores ou Conciliadores podem ser excluídos dos cadastros nas hipóteses do art. 173, I e II do CPC.
Atuação inadequada
→ Conciliadores ou Mediadores podem ser suspensos por até 180 dias.
Sempre deve haver apuração em processo administrativo próprio 
→ devendo haver também decisão fundamentada.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 174, CPC
Mediação e Conciliação Públicas
→ os procedimentos de mediação e de conciliação também são aplicáveis aos litígios públicos.
Limites de sua incidência 
→ estão condicionados aos limites em que é possível a autocomposição no âmbito dos interesses públicos. 
→ nos casos em que não se admite autocomposição será possível o emprego dessas técnicas p/, se for o caso, a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta em que o objetivo é a oferta de prazo para a correção do comportamento ilegal (art. 5.º, §6.º, da Lei 7.347/1985).
→ podem ser utilizadas também na solução de conflitos envolvendo, exclusivamente, órgãos e entidades da Administração Pública.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 175, CPC
Outras formas de autocomposição
→ além da mediação e da conciliação existe a possibilidade de se utilizarem de outras técnicas de autocomposição.
→ p. ex. a avaliação de terceiro desinteressado ou a arbitragem.
Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação
→  sujeitam-se ao mesmo controle de imparcialidade a que se submetem os Conciliadores e Mediadores em geral (art. 170, CPC).
→ Também se sujeitam aos mesmos limites de atuação (arts. 172 e 173, CPC).
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §4.º CPC – Não realização da Audiência
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II – quando a lide não admitir a autocomposição. 
Autor → deverá indicar na PI seu desinteresse na autocomposição;
Réu → por petição apresentada com 10 dias de antecedência, contados da data da audiência. 
Litisconsórcio passivo ou ativo → o desinteresse na realização deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, CPC - Realização da Audiência
→ não basta que apenas uma das partes não queira a sua realização. Ambas devem expressamente manifestar o desinteresse na composição consensual. 
→ se há litisconsórcio em quaisquer dos polos do processo, o desinteresse de quaisquer dos litisconsortes não obsta à realização da audiência (art. 334, § 6.º, CPC). 
→ se, porém, todos os litisconsortes se opuserem à realização da audiência, o prazo para a defesa tem termo inicial autônomo para cada um deles (art. 335, § 1.º, CPC). 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
DOUTRINA: “Uma interpretação favorável à autocomposição – que constitui a diretriz interpretativa preferida pelo legislador, art. 3.º, § 2.º, CPC – determina que a audiência só não seja realizada se ambas as partes expressamente manifestarem o desinteresse. Apenas uma delas manifestando-se contra, o legislador aposta na possibilidade de a conciliação ou de a mediação vencer a sua resistência ao acordo em audiência.” (Luiz Guilherme Marinoni) 
Art. 334, §7.º - Audiência de Conciliação ou Mediação por meios eletrônicos
→ poderá ocorrer.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §12, CPC - Pauta de Audiências
→ será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre o início de uma e o início da outra seguinte.
→ providência que visa reservar um mínimo de espaço de tempo para a tentativa de conciliação ou de mediação.
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §8.º, CPC - Não comparecimento
→ o não comparecimento injustificado do Autor ou do Réu à audiência é considerado ato atentatório à dignidade da justiça.
→ sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica pretendida no processo ou sobre o valor da causa.
→ essa multa é revertida em favor da União ou do Estado. 
Audiência de Conciliação ou de Mediação
DOUTRINA: “Essa regra é um atentado ao bom senso e à razoabilidade, sendo inconcebível que, no século XXI, numa época em que se busca garantir da forma mais ampla possível a liberdade do ser humano, o novo Código de Processo Civil considere um ‘atentado a dignidade da justiça’ a ausência das partes à audiência de conciliação e mediação, tornando-os passíveis de multa pecuniária. [...] Considerar o não comparecimento das partes à audiência de conciliação [...] como ato atentatório à dignidade da justiça é um atentado a cidadania e a liberdade das partes, que podem querer não se defrontar em juízo”. (J. E. Carreira Alvim)
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §9.º - Comparecimento acompanhado de Advogado ou Defensor
→ as partes devem estar acompanhadas de seus Advogados ou de Defensores Públicos. 
DOUTRINA: “Essa é outra regra que transborda da razoabilidade e do bom senso, pois não faz sentido que as partes se façam acompanhar de advogado a uma audiência que nem é realizada pelo juiz [...]. O fato de prever o preceito em questão [...] não é o bastante para evitar o injustificável prejuízo, porque a parte pode não se enquadrar nas condições para se valer do patrocínio da Defensoria Pública, tendo de constituir advogado (e pagá-lo) para ‘acompanhá-la’ à audiência de conciliação ou de mediação. [...] se não houver acordo, apesar do empenho do advogado, ainda assim terá a parte de remunerá-lo, porque ele não comparecerá a essa audiência de graça (sem honorários).” (J. E. Carreira Alvim)
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §10 – Representante da Parte na Audiência
→ A parte pode constituir representante para comparecer em seu lugar na audiência, outorgando-lhe procuração específica com poderes para transigir (fazer acordo).
DOUTRINA: “Essa regra suaviza o rigor do §9.º do art. 334, admitindo que um representante da parte possa comparecer em seu lugar à audiência de tentativa de conciliação ou de mediação, evitando praticar um ‘ato atentatório a dignidade da justiça’ e ser penalizado como tal por uma pena pecuniária.” (J. E. Carreira Alvim)
Audiência de Conciliação ou de Mediação
Art. 334, §11, CPC – Realização de autocomposição
Tipos de autocomposição: renúncia ao direito, reconhecimento deste ou transação sobre ele.
→ se for obtida a autocomposição, esta será reduzida a termo e homologada por sentença.
→ essa autocomposição homologada vale como título executivo judicial (cf. art. 515, II, CPC).
→ essa transação geralmente é total, pois o conciliador não deixa “restos de mérito” a continuar embasando ação judicial, porém pode ser parcial, prosseguindo o processoquanto as questões não acordadas pelas partes.
CONTESTAÇÃO
(CITAÇÃO E PRAZO DE RESPOSTA)
Procedimento comum
Art. 297 CPC → concretizada a citação “o Réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, §4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.”
CONTESTAÇÃO
(CITAÇÃO E PRAZO DE RESPOSTA)
Procedimentos Especiais (CPC e Leis Esparsas)
→ podem haver prazos diferenciados.
P. ex.: Ação de Restauração de Autos - art. 714, CPC – prazo de 05 dias.
→ o NCPC procurou igualar a maioria dos prazos de resposta, definindo-os nos mesmos 15 dias do Procedimento Comum.
P. ex.: arts. 550, 564, 577; 601, 679, 683, p. ú., 697, CPC.
CONTESTAÇÃO
(CITAÇÃO E PRAZO DE RESPOSTA)
Procedimento Comum
→ é o procedimento padrão do Processo Civil brasileiro .
→ tem aplicação subsidiária nos Procedimentos Especiais e nos processos que ainda tramitam sob o Procedimento Sumário.
Contagem do Prazo Processual para Defesa do Réu
(Art. 219 c.c. art. 224, caput c.c. art. 335, CPC)
→ computar-se-ão somente os dias úteis;
→ computar-se-ão excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento (final);
→ e o termo inicial do prazo é o previsto no art. 335, I a III, CPC.
CONTESTAÇÃO
(CITAÇÃO E PRAZO DE RESPOSTA)
Art. 297, §§ 1.º e 2.º, CPC (Litisconsórcio Passivo)
§1.º → se todos se opuserem à realização da ACM, o termo inicial para Contestação será autônomo para cada um dos litisconsortes, da data da apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§2.º → caso não seja possível a autocomposição e havendo litisconsórcio passivo, se o Autor desistir da ação em relação ao Réu ainda não citado, o prazo para a contestação do outro correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
RESPOSTAS DO RÉU
→ o Réu pode tomar as seguintes atitudes: 
1) oferecer Contestação (arts. 335 a 342, CPC); 
2) oferecer só Reconvenção (art. 343, CPC); 
3) nada fazer, com o que será decretada a sua Revelia (arts. 344 a 346, CPC).
4) concordar com o pedido do Autor, provocando a extinção do processo com resolução de mérito (art. 487, III, a, CPC)
RESPOSTAS DO RÉU
DOUTRINA: O NCPC “esforçou-se para simplificar o procedimento para a defesa, com o que procurou eliminar os incidentes processuais e concentrar o maior número possível de alegações na contestação. O novo Código eliminou as exceções e os incidentes de defesa: a incompetência relativa é matéria de contestação (art. 337, II, CPC), bem como a impugnação ao valor da causa (art. 337, III, CPC) e a impugnação ao benefício da gratuidade judiciária (art. 337, XIII, CPC). A reconvenção, que antes tinha de ser formulada em peça apartada, hoje tem de ser exercida na contestação (art. 343, CPC). [...] A ação declaratória incidental foi abolida, tendo sido alargados os limites objetivos da coisa julgada nas hipóteses legais (art. 503, § 1.º, CPC), além de a alegação de impedimento ou de suspeição do juiz hoje ser suscetível de apresentação por simples requerimento (art. 146, CPC).” (Luiz Guilherme Marinoni)
Contestação
→ é o meio de defesa por excelência no nosso Processo Civil.
→ trata-se da Peça de resistência ao(s) pedido(s) formulado(s) pelo Autor na PI.
→ não é dever contestar, trata-se de um direito do Réu.
→ nela o Réu expõe todas as suas objeções ao que restou pleiteado. 
Costuma-se dizer que: “Na Petição Inicial o Autor PEDE e na Contestação o Réu IMPEDE” .
Princípio da Eventualidade
Art. 336, CPC 
→ Quer dizer que toda matéria de defesa deve ser apresentada em um único momento.
→ Incumbe ao Réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa.
→ Impossibilidade de aditamento posterior da Contestação (Preclusão Consumativa).
Art. 336, segunda parte → o Réu deve também mencionar as provas que pretende produzir para comprovar suas alegações defensivas, na forma exigida pelo art. 434, CPC. 
Contestação
Contestação
Art. 342, NCPC
Flexibilização do Princípio da Eventualidade
→ o Réu pode deduzir novas alegações ainda que já apresentada a Contestação. 
Mas novas alegações só podem ser:
I – relativas a direito ou fato superveniente; (descoberto só depois da contestação) 
II – se competir ao Juiz conhecê-las de ofício; (cf. art. 337, §5.º, NCPC)
III - por expressa autorização legal puderem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição. (p. ex. art. 211, CC)
Contestação
Princípio do Ônus da Impugnação Específica
Art. 341, CPC
→ compete ao Réu se manifestar, precisamente, sobre todos os fatos alegados pelo Autor na Inicial, presumindo-se verdadeiros os não impugnados.
→ caso não haja impugnação sobre fato específico mencionado na Inicial, presumir-se-á verdadeiro tal ponto.
→ existem exceções a essa regra (art. 341, I a III, CPC).
P. ú.:→ Essa regra não se aplica à DP, ao Advogado Dativo e ao Curador Especial, que podem fazer defesa genérica.
Contestação
Princípio do Ônus da Impugnação Específica
Art. 341, NCPC
IMPORTANTE: A fim de não prejudicar o cliente o Advogado do Réu deve trazer, na Contestação, todas as matérias de defesa, ainda que, por vezes, os argumentos se pareçam contraditórios.
P.ex.: → 1.º alega que não houve culpa pela ocorrência do fato ilícito; → 2.º alega que se houve culpa, não houve dano; → 3.º alega que se houve culpa e dano, este último não foi tão grande ao ponto de se fixar a indenização no valor pleiteado pelo Autor.
Contestação
Princípio do Ônus da Impugnação Específica
Alegações fáticas não contestadas pelo Réu (incontroversas) 
→ se o Juiz se convencer das alegações fáticas incontroversas procederá o julgamento antecipado parcial do mérito, podendo conceder parte do pedido ou um dos pedidos cumulados pelo Autor na PI.
Contestação Inconsistente
→ poderá o Juiz antecipar a tutela jurisdicional em favor do Autor que aparenta ter um direito mais provável que o do Réu (tutela de evidência - art. 311, NCPC).
Conteúdo da Contestação 
1.ª) Defesa Processual ou Preliminar
→ impugnação aos aspectos formais da causa;
→ aponta-se vícios de ordem processual;
→ “Preliminar” porque o art. 337 do CPC coloca que “incumbe ao Réu, antes de discutir o mérito, alegar” aquelas matérias ali previstas.
→ o pedido a ser feito é de extinção do processo sem análise do mérito (nas hipóteses do art. 337, inc. IV a VII, X e XI, NCPC).
2.ª) Defesa de Mérito
→ impugnação específica ao(s) pedido(s) formulado(s) pelo Autor na PI. Refuta-se o próprio direito por ele invocado.
→ o pedido a ser feito é de não procedência do(s) pedido(s) feitos pelo Autor na PI.
Contestação
DOUTRINA: “Havendo questões de ordem processual (por exemplo, a incompetência do juízo ou a existência de litispendência) e de ordem material (por exemplo, a prescrição da pretensão ou a existência de pagamento), todas devem ser suscitadas na contestação, não lhe sendo lícito oferecer apenas a defesa processual – porque questão prévia ao exame do mérito – para, somente em caso de rejeição dessa questão, apresentar posteriormente outro elemento de defesa.” (Luiz Guilherme Marinoni)
Defesa Preliminar (Processual)
Legislador no CPC → cabe ao Réu “...antes de discutir o mérito...”
→ trata de discussões sobre aspectos processuais, formais e procedimentais da Ação.
Base legal – arts. 337, 485 e 330, todos do CPC.
Organização da Contestação → essa defesa deve vir antes da defesa de mérito. 
Defesa Preliminar (Processual)
Alegações de Defesa Preliminar 
Artigo 337, CPC 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial; (art. 330, §1.º, CPC)
V – perempção; (art. 486,§3.º CPC)
VI – litispendência; (art. 337, §§ 1.º e 3.º, CPC)
VII – coisa julgada; (art. 337, §§1.º e 4.º CPC)
Defesa Preliminar (Processual)
Alegações de Defesa Preliminar 
Artigo 337, CPC 
VIII – conexão; (art. 103 CPC)
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; , 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exigir como preliminar (p. ex. pagamento de custas);
XIII – indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça.
Defesa Preliminar (Processual)
Artigo 337, CPC
§ 5.º → Conhecimento de Ofício pelo Juiz 
→ as questões preliminares podem e devem ser conhecidas de ofício pelo Juiz. 
→ apenas a Convenção de Arbitragem e a Incompetência Relativa são questões que dependem de alegação da parte.
§ 6.º → Convenção de Arbitragem → a ausência de alegação desta na Contestação implica em aceitação à Jurisdição e renúncia ao Juízo Arbitral.
Art. 65, NCPC → Incompetência Relativa → não alegada na Contestação prorroga-se a competência.
Defesa Preliminar (Processual)
Art. 339, CPC 
Alegação de ilegitimidade de parte
→ inovação do novo Código.
→ necessidade de indicação da parte legítima pelo Réu, se tiver conhecimento, quando alegar ilegitimidade passiva.
→ fica ressalvada a impossibilidade de indicação por desconhecimento.
Defesa Preliminar (Processual)
 Art. 338, CPC 
Substituição do polo passivo pelo Autor 
→ face a alegação de ilegitimidade passiva pelo Réu, o Juiz facultará ao Autor, no prazo de 15 dias, a alteração da PI.
Se o Autor aceitar poderá ser feita:
1) a substituição do polo passivo → hipótese de sucessão processual (art. 339, §1.º, CPC); ou
 2) a inclusão da parte indicada pelo Réu, como seu litisconsorte passivo (art. 339, § 2.º, CPC). 
Art. 338, p. ú., CPC→ se houver a substituição do Réu, o Autor será responsável pelas despesas processuais que incorrer o Réu originário.
Defesa Preliminar (Processual)
Art. 340, CPC
Alegação de Incompetência e Protocolo da Contestação no Domicílio do Réu
→ A Contestação normalmente é apresentada ao Juiz da causa (art. 217, CPC).
→ Havendo alegação de incompetência (Relativa ou Absoluta) pelo Réu ela poderá ser protocolada no foro do domicílio deste. 
→ Se ocorrer isso, tal fato deve ser imediatamente comunicado ao Juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
→ Trata-se de inovação do NCPC, quem tem por finalidade facilitar o acesso à Justiça por parte do Réu.
Defesa Preliminar (Processual)
Art. 340, CPC
Alegação de Incompetência e Protocolo da Contestação no Domicílio do Réu
§ 1.º → a Contestação será distribuída livremente no foro do domicílio do Réu ou, se a citação deste se deu por CP, ela será juntada aos autos da Carta, que depois seguirá remetida ao Juízo da causa.
§ 2.º → reconhecida a competência do foro indicado pelo Réu, o juízo para o qual fora distribuída a Contestação ou a CP será considerado prevento.
Defesa Preliminar (Processual)
Art. 340, CPC
Alegação de Incompetência e Protocolo da Contestação no Domicílio do Réu
§ 3.º → alegada a incompetência e havendo o protocolo da Contestação no domicílio do Réu, será suspensa a realização da ACM, se já tiver sido designada. 
§ 4.º → definida a competência, o Juízo designará nova data para a ACM.
Defesa Preliminar (Processual)
Decisão do Juízo de 1.º Grau sobre a Competência
→ trata-se de decisão interlocutória não recorrível imediatamente por meio de Agravo de Instrumento.
→ não está nas hipóteses de Agravo do art. 1015, CPC. 
→ a questão da competência constitui matéria para preliminar de Apelação ou em suas Contrarrazões (cf. art. 1.009, CPC).
Defesa Preliminar (Processual)
Outras matérias de alegação em Defesa Preliminar na Contestação 
→ Art. 485, inc. IV, IX e X, CPC;
→ Art. 330, inc. IV, CPC;
Defesa Preliminar (Processual)
Possíveis resultados do acatamento da Defesa Preliminar:
1.º) a extinção do processo sem julgamento do mérito: se houver previsão no art. 485, CPC. 
2.º) prévia possibilidade de correção da falha, sob pena de extinção sem julgamento do mérito: p. ex.: (a) emenda da inicial (art. 321, CPC); (b) não pagamento de custas (art. 337, XII, CPC).
3.º) alteração do Juízo responsável pelo julgamento da causa: p. ex.: (a) conexão → remete-se o feito ao Juízo prevento (art. 58, CPC); (b) incompetência absoluta → remete-se o feito ao Juízo competente (art. 64, CPC).
Defesa Prejudicial de Mérito
Matérias Prejudiciais de Mérito:
a) Prescrição; e
b) Decadência.
→ se acolhidas, implicarão na extinção do processo com resolução do mérito (art. 487, II, CPC).
→ parecem matérias de Defesa Preliminar, pois devem ser apresentadas previamente, antes de se discutir o mérito, todavia não são vícios de natureza processual.
Defesa de Mérito
→ é aquela baseada na relação jurídica de direito material.
 → trata-se de contrariar os “Fatos” e o “Direito” alegados pelo Autor na PI.
→ nela busca-se a improcedência do(s) pedido(s) feitos pelo Autor.
Base Legal - arts. 336 e 341 do NCPC.
Defesa de Mérito
Acatamento da Defesa de Mérito:
→ Juiz rejeita a pretensão formulada pelo Autor e extingue o processo com julgamento do mérito (art. 269, I CPC). 
→ Juiz dá razão ao Réu na demanda (lide).
→ Juiz resolve a lide definitivamente, o que impede a propositura de nova Ação idêntica pelo Autor (art. 337, §2.º).
→ esse julgamento produz coisa julgada material, tornand0-se imutável a decisão de mérito.
Defesa de Mérito
A Defesa de Mérito pode ser:
1) Direta 
→ é a própria resistência às alegações contidas na PI. 
→ nela o Réu nega o fato constitutivo do direito do Autor ou nega a consequência jurídica advinda dele. 
P. ex.: (a) na Ação de Despejo o Réu alega que não existe contrato de locação firmado entre as partes; (b) na Ação de Reparação de Danos o Réu alega que bateu no carro do Autor, mas que não ocasionou nenhum dano.
Defesa de Mérito
A Defesa de Mérito pode ser:
2) Indireta 
→ Réu não nega o fato alegado na PI, mas alega algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor, capaz de acarretar a improcedência do(s) pedido(s).
P. ex.: Na Ação de Despejo o Réu alega que quem não cumpriu o contrato foi o Autor (fato impeditivo) ou que houve o parcelamento da dívida (fato modificativo) ou que houve o pagamento integral da dívida (fato extintivo).
CONTESTAÇÃO - VISUALIZAÇÃO DA PEÇA
Identificação:
→ Endereçamento
→ Numero do Processo
→ Partes 
→ Endereço do Advogado
Corpo:
→ Breve Síntese da Inicial
→ Razões de Fato → “Dos Fatos”
→ Razões de Direito 	→ Defesa Preliminar (Processual)
				→ Defesa de Mérito
Postulação:
→ Pedido extinção do processo sem resolução de mérito (preliminar)
→ Pedido de improcedência da pretensão do autor (mérito)
→ Outros pedidos (p. ex. gratuidade de justiça; condenação no ônus da sucumbência)
Indicação das provas
Local, Data
Nome do Advogado, OAB
Assinatura
Exercícios para identificar quais matérias de defesa são preliminares ou de mérito
1.º) Ação de Alimentos da filha, representada pela Mãe, em face do Pai:
a) ausência de procuração;
b) citação inválida;
c) desemprego do pai;
d) ajuizamento anterior de outra ação de alimentos, ainda não julgada;
e) pagamento da escola da filha, pelo pai.
Exercícios para identificar quais matérias de defesa são preliminares ou de mérito
2.º) Ação de Investigação de Paternidade de Filho em face do Pai:
a) filho com 17 anos, mas não assistido pela mãe;
b) por ser o pai candidato a vereador, demanda ajuizada perante a Justiça Eleitoral;
c) filho é parecido fisicamente com o vizinho;
d) idêntica ação anteriormente ajuizada, já julgada improcedente com trânsito em julgado;
e) mãe nunca havia contatado o pai até o momento em que foi proposta a ação.
Exercícios para identificar quais matérias de defesa são preliminares ou de mérito
3.º) Ação Indenizatória decorrente de acidente de trânsito:
a) ocorrência de prescrição;
b) na PI, da narraçãodos fatos não se obtém, logicamente, uma conclusão;
c) os orçamentos de conserto do automóvel são de concessionárias notórias por apresentarem os preços mais elevados da cidade;
d) o Réu não estava dirigindo nem é dono do carro;
e) não houve recolhimento das custas iniciais.
Reconvenção
→ trata-se de outro tipo de resposta do Réu, onde este apresenta um pedido contraposto em face do Autor.
→ trata-se de um “contra ataque” do Réu (Reconvinte), no autos do mesmo processo ajuizado pelo Autor (Reconvindo).
→ nela o Réu não busca a improcedência do(s) pedido(s) do Autor, pois isso ocorre por meio da Contestação.
→ nela o Réu responde à Ação buscando a procedência de uma pretensão própria, conexa com aquela apresentada pelo Autor na Ação ou com o fundamento na defesa.
Reconvenção
DOUTRINA: “É a ação incidente aforada pelo réu em face do autor, no bojo da contestação. Quando citado, o demandado poderá limitar-se à posição passiva de apresentar defesa contra as alegações do autor, mas pode também assumir posição ativa, formulando pretensões em face dele. Estas são veiculadas por meio de uma ação incidente de conhecimento denominada reconvenção. A contestação é peça de mera defesa, que não se presta a que o réu formule outras pretensões que não a de ver desacolhidas as do autor (salvo naquelas ações de natureza dúplice, em que a lei autoriza ao réu formular pretensões na própria contestação). Por isso, se o réu tiver algum pedido a formular perante o autor, deverá valer-se dessa ação, no mesmo processo, denominada reconvenção.” (Marcus Vinícius Rios Gonçalves)
Reconvenção
Finalidade da Reconvenção:
→ permitir ao Réu manifestar pretensão própria, conexa, em um processo já aberto, sem a necessidade de uma ação autônoma. 
→ para economia processual. 
→ para evitar decisões conflitantes.
Reconvenção
Art. 343, CPC
Junto com a Contestação → é lícito ao Réu propor Reconvenção.
→ com o NCPC a Reconvenção, que era apresentada em peça autônoma, agora deve ser formulada junto com a Contestação.
§ 6.º	→ permite ao Réu reconvir sem contestar. 
	→ mesmo sem contestar não se fala em decretação da revelia, pois o Réu terá se insurgido contra a pretensão do Autor.
Reconvenção
Cabe Reconvenção:
→ na fase de conhecimento do Procedimento Comum. 
→ nos Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa, após tomarem a forma do procedimento comum.
Súmula 292, STJ: “A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário”. 
→ na Ação Rescisória, desde que o pedido seja também rescisório em face da mesma sentença ou acórdão. (cf. Marcus Vinícius Rios Gonçalves)
Reconvenção
Não cabe Reconvenção:
→ na fase de Cumprimento da Sentença. 
→ no processo de Execução (de Títulos Extrajudiciais). 
→ nos Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária, pois apresentada alguma objeção o procedimento converte-se em contencioso.
→ nos Procedimentos em que a Ação tenha natureza dúplice (p. ex.: Juizados Especiais – art. 31, Lei 9.099/95, Possessórias – art. 556, CPC, Ação de Exigir Contas – art. 552, CPC; Ação de Consignação em Pagamento – art. 545, §2.º, CPC)
Reconvenção
Reconvenção em Procedimentos Especiais
Já se decidiu:
“...cabe pedido revisional em reconvenção contra o autor que ajuizou ação de busca e apreensão fundado em contrato de alienação fiduciária...” (STJ, 3.ª Turma, REsp 801.374/RJ, rel. Min. Nancy Andrighi)
“...que cabe pedido de majoração de alimentos em reconvenção contra o autor que ajuizou ação de exoneração de alimentos...” (STJ, 4.ª Turma, REsp 65.691/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira)
Reconvenção
Legitimidade:
→ só quem é parte no processo pode reconvir.
→ é necessário que exista “identidade subjetiva bilateral” entre a Ação e a Reconvenção.
Ação – “A”(Pólo Ativo) x “B” (Pólo Passivo);
Reconvenção – “B”(Pólo Ativo) x “A” (Pólo Passivo);
 
Reconvenção
Legitimidade:
Art. 343, § 5.º, CPC
Substituto processual (art. 18, CPC) → é quem, autorizado por Lei, pleiteia, em nome próprio, direito alheio.
P. ex.: 1) Gestor de negócios que vai a Juízo em defesa dos interesses do gerido (art. 861, CC); 2) MP em defesa do interesse dos Consumidores (art. 81, CDC); 3) o 3.º que promove Ação de Consignação em Pagamento (art. 539, caput, CPC), etc.
→ O Réu oferecerá Reconvenção em face do substituto processual que pleiteia direito alheio.
Reconvenção
Prazo:
→ é o mesmo da Contestação (15 dias) – art. 335, CPC.
Litisconsórcio:
1) Passivo → nada obsta que só um dos Réus litisconsortes reconvenha em face do Autor.
2) Ativo → nada impede que o Réu apresente Reconvenção só contra um dos litisconsortes Autores.
Reconvenção
Art. 343, CPC 
§3.º → a Reconvenção pode ser proposta contra o Autor e contra 3.º.
§ 4.º → a Reconvenção pode ser proposta pelo Réu em litisconsórcio com 3.º. 
DOUTRINA: “A razão pela qual o novo Código admite essas hipóteses de reconvenção subjetivamente ampliadas está na oportunidade de aproveitar o mesmo processo para solucionar tantos litígios quanto possível.” (Luiz Guilherme Marinoni)
Reconvenção
Falta de interesse processual:
1.º) não há interesse se a Reconvenção é apresentada para se obter um fim que se conseguiria com a Contestação, sem um pedido contraposto de tutela. 
P.ex.: pedir só a improcedência; só a extinção sem julgamento do mérito e etc.
2.º) não há interesse processual nas Ações de natureza dúplice, pois o pedido contraposto deve vir no bojo da Contestação.
P.ex.: nas ações dos Juizados Especiais, nas Possessórias, nas Ações de Exigir Contas, na Consignação em Pagamento, na Desapropriação e etc.
Reconvenção
Requisitos necessários:
1.º) Observância às Condições Gerais da Ação 
→ legitimidade e interesse processual;
→ requisitos da inicial (art. 319, CPC);
→ tempestividade (apresentação no prazo de 15 dias);
2.º) Condições Específicas
→ existência de processo pendente (art. 343, caput, CPC);
→ existência de conexão entre as causas (art. 343, caput, CPC);
→ mesma competência de Juízo (art. 327, § 1.º, II, CPC); 
→ identidade de procedimento para uma e outra causa (art. 327, § 1.º, III, CPC).
Reconvenção
Já se decidiu: “PROCESSO CIVIL. RECONVENÇÃO. CONCEITO. REQUISITOS E PRESSUPOSTOS. DOUTRINA. RECURSO PROVIDO. MAIORIA. Na linha da doutrina, "além dos pressupostos que são comuns a toda e qualquer relação processual, quando se apresenta a reconvenção, há que se atentar para os pressupostos que lhe são específicos", a saber, conexão, pendência de processo e identidade de procedimento.” (STJ - QUARTA TURMA - REsp: 207509 SP 1999/0021894-9, Relator: Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA) (GN)
Reconvenção
Art. 343, § 2.º, NCPC - Desistência da Ação originária
→ a desistência da Ação ou a extinção desta sem análise do mérito não obsta o prosseguimento do processo quanto à Reconvenção.
Já se decidiu: “AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. A DESISTÊNCIA DA AÇÃO NÃO OBSTA O PROSSEGUIMENTO DA RECONVENÇÃO INTERPOSTA, NOS TERMOS DO ART. 317 DO CPC. AÇÃO E RECONVENÇÃO: AÇÃO AUTÔNOMAS. Sendo a reconvenção uma outra ação, a extinção do processo sem julgamento do mérito, no que se relaciona ao pedido do autor, em nada afeta a relação processual decorrente do pedido reconvencional. [...]” (TJ/RS, 15.ª Turma. Ag. n.º 70009411851-RS, Rel. Otávio Augusto de Freitas Barcellos.) (GN)
Reconvenção
Procedimento:
1.º) apresentação da Reconvenção pelo Réu.
2.º) intimação do Autor para apresentar resposta (impugnação) à Reconvenção em 15 dias.
→ Art. 343, § 1.º, CPC
3.º) a partir da resposta do Autor, a Reconvenção segue o mesmo trâmite da Ação originária;
4.º) julgamento por sentença, em conjunto, da Ação originária e da Reconvenção (art. 487, I, CPC).
Reconvenção
Indeferimento da Reconvenção:
→ o indeferimento da inicial de Reconvenção (que pode vir na contestação) desafia o recurso de Agravo de Instrumento (cf. arts. 354, p.ú. c.c. 485, I c.c 1.015, XIII, CPC). 
→ o processo é extinto apenas na parte referente à Reconvenção,prosseguindo com relação aos pedidos feitos na demanda originária.
Reconvenção
Intimação do Autor da Ação para resposta
→ ao invés de o Réu da Reconvenção (Autor da Ação) ser citado, ele é intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias (art. 343, § 1.º, CPC). 
→ o Reconvindo (Autor da Ação) já está incluído no processo, daí porque é desnecessária a sua citação. 
→ o CPC autoriza o advogado do Reconvindo a receber essa intimação inicial da Reconvenção, sem a necessidade de poderes especiais para tanto.
Reconvenção
Reconvenção da Reconvenção (“Reconventio reconventionis”)
→ além de contestar, pode o Reconvindo apresentar nova Reconvenção em face do Reconvinte.
→ Doutrina e Jurisprudência brasileiras divergem sobre essa possibilidade 
A favor: Doutrina: Pontes de Miranda; Calmon de Passos; Cruz e Tucci; Marcus Vinícius Rios Gonçalves; J. E. Carreira Alvim, Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz Arenhart; Daniel Mitidiero; dentre outros. Jurisprudência: RT 679/88; 596/85 RJTJSP 135/258; 42/47; RJTJRS 146/164. 
Contra: Doutrina: Arruda Alvim; Pedro Batista Martins, dentre outros. Jurisprudência: RT 586/45; RJTJSP 89/313.
Reconvenção
‘Reconventio reconventionis”
DOUTRINA: “Em princípio não há nenhum óbice ao ajuizamento de reconvenções sucessivas...”. (Marcus Vinícius Rios Gonçalves, op. cit., p. 435)
“Na prática, pode ser desaconselhável a reconvenção da reconvenção, na medida que a multiplicidade de reconvenções pode tornar demasiadamente complexo o processo, mas proibida ela não é, desde que satisfeitos os requisitos legais, da identidade das partes, igualdade de procedimentos e conexidade entre as diversas ações.” (J. E. Carreira Alvim, op. cit., vol. V, p. 143)
Reconvenção
Revelia
→ se o Reconvindo não contestar o pedido contido na Reconvenção será considerado revel (art. 344, NCPC).
Julgamento em conjunto 
→  o pedido inicial e o reconvencional devem ser julgados pela mesma sentença. 
→ mas as vezes isso pode não ocorrer. 
DOUTRINA: “Nem sempre a ação e a reconvenção serão julgadas concomitantemente. Pode ser que uma das duas demandas possa ser decidida em momento anterior à outra, seja porque há motivo para extinção do processo sem resolução de mérito (arts. 354 e 485, CPC), seja porque há possibilidade de julgamento antecipado de um dos pedidos (art. 356, CPC).” (Luiz Guilherme Marinoni)
Reconvenção
Custas e despesas processuais
→ como trata-se de ação autônoma, o Reconvinte deve recolher as custas processuais devidas pela Reconvenção.
→ o exercício da Reconvenção dá lugar a despesas processuais que devem ser arcadas por aquele que nela sucumbiu (art. 82, § 2.º, CPC). 
→ os honorários advocatícios também são independentes daqueles fixados na demanda originária.
Reconvenção
Custas e despesas processuais
Já se decidiu: “DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. HONORÁRIOS. RECONVENÇÃO. FIXAÇÃO AUTÔNOMA. [...]. 2. OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DECORRENTES DA SUCUMBÊNCIA DEVEM SER FIXADOS NA AÇÃO RECONVENCIONAL INDEPENDENTEMENTE DAQUELES ARBITRADOS NA AÇÃO PRINCIPAL, CONSOANTE ASSENTE ENTENDIMENTO DO E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (RESP 614617/DF; AGRG NO AG 690.300/RJ; AGRG NO RESP 753.095/DF; E EDCL NO RESP 468.935/SP). 3. RECURSOS DE APELAÇÃO CONHECIDOS E PROVIDOS.” (TJ-DF - APL: 708820320098070001 DF 0070882-03.2009.807.0001, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA, 3ª Turma Cível) (GN)
RECONVENÇÃO (SEM CONTESTAÇÃO)
VISUALIZAÇÃO DA PEÇA
Identificação:
→ Endereçamento
→ Numero do Processo
→ Partes 
→ Endereço do Advogado
Corpo:
→ Breve Síntese da Inicial
→ Fatos e Direito
Postulação:
→ Pedido de intimação do Autor para responder à Reconvenção;
→ Pedido de procedência da Reconvenção;
→ Outros pedidos (p. ex. gratuidade de justiça; condenação no ônus da sucumbência, designação ou não de audiência de conciliação)
Indicação das provas 
Valor da causa
Local, Data
Nome do Advogado, OAB
Assinatura

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