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1 7 2 Audiência de Conciliação, Respostas do Réu e Mediação e Fase Saneadora

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AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
Ocorre logo depois da citação. Deve ser conduzida por conciliador ou mediador, conforme o caso. Se não houver conciliador ou mediador, em caráter excepcional poderá ser conduzida pelo juiz.
Conforme a lei, o procedimento de mediação deve ser concluído em até 60 dias (em lugar do prazo de 2 meses previstos no CPC), contados em dias úteis, da primeira sessão, salvo se houver acordo das partes quanto à prorrogação. Ela só não acontecerá:
1. Quando ambas as partes manifestarem seu desinteresse, o autor na inicial e o réu em petição apresentada até 10 dias antes da audiência. Se houver litisconsórcio, o desinteresse deve ser manifestado por todos, não havendo autocomposição se um deles não aceitar, no litisconsórcio unitário.
1. Em processo onde ela não seja admitida: direitos indisponíveis que não podem ser sequer limitados. É possível o acordo sobre o valor de alimentos, não sendo possível a renúncia a eles.
O comparecimento nela é obrigatório, cujo descumprimento é ato atentatório à justiça, sujeito à fixação de multa de até 2% do valor da causa, a não ser nos casos de citação ficta. A presença do advogado é exigida nos processos em que é necessária de modo geral, podendo ele inclusive comparecer sem a parte quando tiver poderes para fazer acordo, já que a parte pode constituir representante para este fim. Porém, é defeso ao advogado funcionar no mesmo processo como preposto (interessado no processo) e patrono.
A pauta das audiências será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
RESPOSTAS DO RÉU
A defesa é apenas uma forma de resposta, que pode ser: reconhecimento da procedência do pedido, requerimento avulso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário ativo, arguição de impedimento ou suspeição, ou:
Contestação 
Instrumento do direito de defesa direta. Pode versar tanto sobre os fatos, quanto sobre o direito. O prazo para sua apresentação pode ser fixado de acordo com:
1. Objeto: em razão do tipo de processo, será normalmente de 15 dias (art. 335), salvo em caso de ação popular, em que o prazo será de 20 dias;
2. Sujeito: terão prazo em dobro órgãos públicos (como Fazenda Pública e INSS), a defensoria pública (à qual se equiparam os núcleos de prática das universidades), o MP e litisconsortes que tenham procuradores diferentes. Na inexistência de defensoria pública ou sua insuficiência serão nomeados advogados dativos, que não serão beneficiados com maior prazo.
3. Termo: a contagem do prazo inicia na data da audiência de conciliação quando não houver autocomposição, ou qualquer parte não comparecer; quando o réu a recusa, a partir da data do protocolo deste pedidoe, se não cabe audiência, a partir da data da juntada do comprovante de citação.
Se houver litisconsórcio passivo e um réu manifestar desinteresse na audiência, o termo inicial será o pedido de cancelamento de cada um. Se o autor desistir do processo em relação a um dos réus não citados, será a data de intimação da decisão que homologar a desistência, visto que o prazo para contestação, no litisconsórcio, começa a correr da data da juntada do último mandado, havendo o risco de o réu já citado ser surpreendido com a perda do prazo ao continuar esperando a juntada do mandato.
Concentração de defesa/regra da eventualidade/eventualmaxime
Necessidade de concentração de todas as defesas em um único ato,sob pena de preclusão, possibilitando formular defesas para a hipótese de uma anterior não ser acolhida. O art. 337 lista um rol de defesas processuais, que devem ser apresentadas na contestação, no tópico das preliminares, antes do mérito. Excetuada a incompetência relativa e a convenção de arbitragem, são questões que o juiz pode conhecer exofficio;
I. Inexistência ou nulidade da citação:
II. Incompetência absoluta e relativa: a contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu foi citado por precatória, juntada aos autos desta, seguindo-se sua remessa ao juízo da causa. Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a precatória será considerado prevento e será suspensa a realização da audiência de conciliação ou mediação, se designada. Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência;
III. Incorreção do valor da causa;
IV. Inépcia da inicial: como a inépcia se relaciona à inexistência ou obscuridade do pedido ou à causa de pedir, o silêncio do réu na defesa quanto a ela pode levar ao entendimento de que ela é apenas obscura e ele conseguiu defender-se do que foi pedido, não sendo mais caso de rejeitar a inicial por esse defeito;
V. Perempção;
VI. Litispendência;
VII. Coisa julgada;
VIII. Conexão; 
IX. Incapacidade da parte;
X. Convenção de arbitragem: se não alegada, poderá implicar em renuncia ao juízo arbitral, visto que não pode ser conhecida de oficio;
XI. Ausência de legitimidade ou interesse processual: o autor terá 15 dias para substituir o réu, sem ser preciso sua concordância, ou podendo este mesmo indica-lo.
XII. Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII. Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Art. 342 - Podem ser alegadas após a contestação defesas que versem sobre: I - fato ou direito superveniente; II – questões que o juiz pode conhecer de oficio; III – que por autorização legal, podem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição, independente de cognoscíveis de ofício, a exemplo da decadência convencional.
Entretanto, a regra da primazia da defesa de admissibilidade é relativizadapois a falta de um requisito de validade só pode gerar inadmissibilidade se houver prejuízo ao interesse protegido pela exigência formal que foi desrespeitada, de modo que quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará. 
Ônus da impugnação especificada
Não se admite defesa genérica, o réu tem o ônus de se defender de pontos específicos necessários, sob pena de concordar, confessar tudo o que diz o autor (mesmos efeitos da revelia), motivo pelo qual se exige deste pedidos e alegações claras e determinadas. A defesa genérica pode ser adotada apenas pelo curador especial ou advogado dativo (funções da defensoria pública). O réu também apresenta pedidos. São situações que, apesar de não impugnadas especificadamente, não serão tidas como verdadeiras:
I. Se não for admissível a confissão, como quando se trate de direitos indisponíveis, sobre os quais o réu não possa transigir/transacionar, sendo irrenunciáveis;
II. Se a inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato, visto que nestes casos o ato só se prova por meio dele, não podendo sua falta ser suprida pela admissão da outra parte;
III. Se os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa como um todo, de modo a se entenderem implicitamente impugnados.
Indeferimento da contestação
O mais comum é que isto ocorra quando ela é feita fora do prazo, e se contiver defesas que podem ser alegadas depois dele, não poderá ser desentranhada. Se estiver acompanhada de documentos, embora desentranhada, eles permanecem, pois o revel tem direito à produção de provas. Se o réu se apresenta sem advogado (ou incapaz se apresenta com advogado mas sem representante), não deve o juiz indeferir a contestação, mas nomear dativo para ratificá-la. Apesar de não ser possível o aditamento dos elementos de defesa, pode-se juntar documentos esquecidos. 
Reconvenção
Defesa indireta, demanda do réu contra o autor. Apresenta fatos novos, sem se limitar à defesa do alegado, ampliando o objeto litigioso. Forma a ação reconvencional, que é incidente processual. Pode ser indeferida. O autor poderá se defender, tendo sua defesa as particularidades da contestação (inclusive o prazo), adiando-se a audiência de conciliação ou mediação. Ambas serão julgadas na mesma sentença, mas são autônomas, o que justifica condenações independentes às verbas da sucumbência.Ela costuma ser tópico da contestação. Não pode ser proposta apenas contra o terceiro.
Como requisitos, além da existência de causa pendente e observância do prazo, é necessário que o juízo da causa principal seja também competente para analisá-la (caso contrário será analisada apenas a demanda inicial, já que não é possível a remessa dos autos ao juízo competente pois não haveria demanda principal, sem a qual não há reconvenção). Também se exige a compatibilidade de procedimentos ou conversibilidade ao ordinário. Alguns tribunais estaduais exigem o recolhimento de custas para a reconvenção. 
Revelia
Ato-fato jurídico que consiste na não apresentação de resposta, ou de resposta que foi indeferida, ou seja, a não apresentação de resposta válida. Pode ser invalidada se comprovada a invalidade ou inexistência de citação, que afetará seus efeitos.
Efeitos
Presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor (efeito material), com exceção dos notórios, que podem ser identificados por qualquer ser humano médio; e ocorre, em desfavor do réu, a preclusão da possibilidade de alegar algumas matérias de defesa (efeito processual). 
Mitigações à sua eficácia – art. 345
Não serão consideradas verdadeiras as alegações do autor se:
· Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação: não haverá presunção de veracidade quanto à alegação de fato que seja comum ao litisconsorte revel e ao que contestou, seja o litisconsórcio simples ou unitário;
· O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
· A inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
· As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Algumas alegações de defesa podem ser feitas depois da revelia, como fraude e incompetência absoluta, havendo citação ficta e terceiro houver ingressado no processo como assistente do revel. O réu participará dos atos posteriores, sem questionar os anteriores, pois a revelia enseja apenas presunção relativa de veracidade, que pode ser infirmada pelos demais elementos dos autos, e podem os fatos não se submeterem às regras de direito invocadas, que podem ser abordadas pelo réu posteriormente. Dispensa-se a intimação do revel dos atos seguintes apenas se ele não tiver constituído patrono. 
Pode ser o autor revel da reconvenção. Se a reconvenção for conexa à ação principal, de modo que o julgamento de ambas passe pela apreciação da existência de fatos comuns, o juiz, pela regra da comunhão da prova, não poderá presumir existentes fatos que foram considerados não ocorridos por conta da instrução probatória ocorrida na ação originária.
FASE SANEADORA
Deverá o juiz tomar as seguintes providências preliminares (determinações de diligências/despachos de mero expediente) conforme houver:
· Defesa indireta: intimar o autor para apresentar réplica. Se nesta forem trazidos fatos novos ou documentos, deverá intimar o réu para manifestar-se sobre eles. É possível que novos fatos continuem a ser trazidos, podendo o juiz não admiti-los, caso contrário, deverá proporcionar o contraditório;
· Defesa direta com documentos: intimar o autor para manifestar-se sobre eles;
· Se houver reconvenção: intimar o autor para contestar a reconvenção;
· Réu revel sem presunção de veracidade dos fatos afirmados: intimar o autor para especificar as provas que pretende produzir em audiência, em 5 dias;
· Revelia decorrente de citação ficta ou réu revel preso: designar curador especial
· Defeitos processuais corrigíveis: fixar prazo para sua correção, não superior a 30 dias;
· Chamamento ao processo ou denunciação da lide pelo réu: tomar as providências necessárias, como a comunicação do terceiro;
· Requerimento de revogação da justiça gratuita do autor: ouvi-lo e decidir;
· Alegação de incompetência: decidir e remeter os autos ao juízo competente se reconhecê-la;
· Impugnação ao valor da causa pelo réu: decidir;
· Verificar eventual necessidade de intervenção de órgão como MP ou CVM.
Depois de cumpridas ou não sendo elas necessárias, o juiz procederá ao julgamento conforme estado do processo, examinando-o para tomar uma das seguintes decisões:
a) Extinguir o processo sem resolução do mérito;
b) Extinguir com resolução do mérito por autocomposição total, sem julgamento;
c) Extinguir com resolução do mérito por decadência ou prescrição, com julgamento;
d) Julgar antecipadamente o mérito;
e) Proferir decisão de saneamento.
As hipóteses “a” a “d” permitem decisões parciais, que digam respeito a apenas parte do processo, tratando-se de decisão interlocutória, impugnável por agravo de instrumento.
- Julgamento antecipado do mérito – art. 355
Sentença que pode ocorrer, havendo concordância das partes, antes mesmo da fase saneadora. Poderá ocorrer quando:
I. Não houver necessidade de produção de outras provas: fundada no principio da cognição exauriente;
II. O réu for revel, presumir-se a veracidade das alegações do autor e não houver requerimento de prova.
Pode ser parcial, quando um ou mais pedidos:
I. Mostrar-se incontroverso: não há um julgamento, mas autocomposição parcial;
II. Estiver em condições de imediato julgamento;
Poderá versar sobre o mérito (verificando a existência ou não de situações que levam á improcedência liminar do pedido) ou não (verificando a existência ou não de pressupostos processuais, que levam ao indeferimento). Não pode o juiz decidir pela improcedência em razão de não ter o autor provado o que alegou, visto que ele reputa provados os fatos alegados, sem necessidade de prova. 
Decisão de saneamento e organização – art. 357
Decisão interlocutória, proferida se não for o caso de extinção, feita para possibilitar a instrução probatória. Nela o juiz: 
I. Resolverá as questões processuais pendentes, que não tenha aparecido ou que tenham permanecido após as providências preliminares.
II. Determinará quais os fatos ainda controvertidos (excluindo os que já foram resolvidos), que precisam ser provados, e os meios de prova admitidos. Caso haja prova testemunhal, fixará prazo comum de até 15 dias para que as partes apresentem-nas, podendo ser até 10 testemunhas, até 3 para cada fato, numero que pode o juiz aumentar ou limitar conforme a complexidade da causa e os fatos individualmente considerados. Caso seja prova pericial, estabelecerá calendário para sua realização.
III. Definirá a distribuição do ônus da prova podendo haver convenção sobre tal. 
IV. Determinará as questões de direito relevantes para a decisão do mérito: não se limita ás questões de direito suscitadas pelas partes, devendo porém intimar as partes a que se manifestem sobre elas.
V. Designará, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Proferida a decisão, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes por petição simples (não embargos de declaração), em 5 dias, findo o qual a decisão se torna estável, se feita por escrito. Se em audiência (na qual devem as partes apresentar o rol de testemunhas), devem ser solicitados até o fim desta. Porém, se versar sobre temas que podem ser objeto de agravo de instrumento ou apelação, não haverá preclusão nesse momento. 
Também é possível o acordo de organização do processo que delimite as questões de fato e de direito ainda controversas ou outros negócios processuais, que, homologado, se estabiliza e vincula as partes e o juiz, da mesma forma que a decisão de saneamento e organização, estendendo-se a todos os graus de jurisdição. Pode o juiz não o homologar, por exemplo, se não houver mínimo de verossimilhança nos fatos consensualmente havidos como ocorridos. A homologação apenas não estabilizará o processo (não tornará indiscutível a questão) com relação a fatos supervenientes, que poderão ser alegados posteriormente.

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