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1 Lubrificação Automotiva 1. A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO O alto desempenho de um veículo moderno, só é possível através de lubrificantes eficientes cuja principal função é prover e garantir lubrificação contínua a todas as superfícies das peças em movimento. A lubrificação incorreta ou ineficiente e a utilização de lubrificantes com características e propriedades inadequadas, afetam o funcionamento do motor e das outras partes lubrificadas de um veículo, ocasionando um desgaste acentuado das peças e uma grande possibilidade de grimpamento das mesmas, inutilizando-as. A necessidade de lubrificação se explica quando duas superfícies metálicas deslizam uma em relação à outra. A este movimento existe uma resistência, que é denominada “atrito”. O atrito é totalmente indesejável no caso das partes metálicas em movimento de um veículo, pois implica em geração excessiva de calor e desgaste das peças, além de perda de energia pelo agarramento entre elas, causando uma perda de rendimento e consumo adicional de combustível. Uma vez que o atrito e o desgaste provêm do contato direto das superfícies, a melhor forma para deduzi-los é manter as superfícies separadas, intercalando-se entre elas uma camada de lubrificante. Portanto, lubrificante é qualquer material sólido, líquido ou gasoso que, interposto entre duas superfícies atritantes reduz o atrito das mesmas. O menor atrito existente é o dos gases, vindo a seguir o dos líquidos e por fim, o dos sólidos. De maneira geral, os lubrificantes líquidos são os mais utilizados e, entre eles, os produtos derivados de petróleo constituem-se em 45 excelentes lubrificantes em quase todas as situações. Possuem ótimas propriedades físicas para formação de 2 uma película lubrificante eficiente, além de outras propriedades que os diferenciam em relação a outros tipos de fluidos. A maioria das propriedades dos fluidos lubrificantes, derivados do petróleo, pode ser modificada quando da sua fabricação, podendo-se assim obter um lubrificante adequado para cada aplicação e condição de trabalho. 2. UTILIZAÇÃO DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES Um veículo possui centenas de partes que se movimentam e devem ser separadas por uma película de lubrificante. Para que possa haver uma lubrificação eficiente o óleo lubrificante é forçado a vencer uma série de obstáculos. Deve possuir a propriedade de formar película protetora entre as peças em contato, tanto nas baixas como nas altas temperaturas que se produzem nos cilindros, como mesmo grau de proteção. Deve formar película protetora em velocidades muito baixas e, ao mesmo tempo, assegurar lubrificação perfeita em grandes velocidades. Deve ser suficientemente fino para penetrar nas menores folgas e, ao mesmo tempo ser bastante espesso para manter uma película constante entre as partes em movimento e amortecer os choques sem se romper. 3. FUNÇÕES DOS ÓLEOS PARA MOTORES As funções e qualidades essenciais que os óleos lubrificantes devem possuir para uma perfeita lubrificação automotiva são: • Reduzir o atrito e evitar o desgaste entre as partes em movimento. • Proteger contra a corrosão e a ferrugem. • Ajudar na vedação. • Contribuir na refrigeração. • Limpar e facilitar a eliminação de produtos indesejáveis. • Evitar a formação de espuma. Os modernos óleos lubrificantes para motores são projetados e desenvolvidos tão cuidadosamente quanto os próprios motores. Devem prover lubrificação plena e eficiente sob as mais variadas condições de operação e garantir um funcionamento perfeito do motor por um longo período. A mais importante função de um óleo para motor é manter uma película lubrificante entre todas as peças em movimento, evitando o contato entre as superfícies metálicas, reduzindo o desgaste e prolongando a vida do motor. A segunda importante função do óleo para motor é reduzir o atrito entre as partes móveis. Nos últimos anos, os fabricantes de motores têm trabalhado no sentido de introduzir alterações nos seus projetos, com o propósito de reduzir o atrito entre as peças em movimento, a fim de obterem maior eficiência mecânica dos motores. Este 3 trabalho teria se mostrado infrutífero, se não fosse a capacidade dos modernos óleos para motores de manter uma resistente película em altas temperaturas e velocidades, cargas elevadas e pequenas tolerâncias entre as partes do motor. Os óleos para motores atuais fazem mais do que isso. A terceira função importante é desempenhar o papel de fluido refrigerante, removendo parte do calor gerado pelo motor. Em um motor, cerca de 5 a 10% do calor gerado, provêm do atrito produzido pelas partes em movimento, como anéis, mancais da árvore de manivelas, cames da árvore de comando de válvulas. Estas partes de precisão do motor, por possuírem superfícies altamente usinadas, são muito sensíveis a corrosão, ferrugem e formação de depósitos. Isto indica outras funções quem um óleo para motor deve possuir: prevenir a corrosão e eliminar depósitos nocivos às superfícies. Além disso, um bom lubrificante para motor deve possuir as seguintes características: permitir uma partida rápida, mesmo em condições de baixa temperatura, manter limpas as peças móveis do motor, arrefecer as partes móveis do motor, vedar as altas pressões geradas na combustão, evitar a formação de espuma. Os modernos óleos para motores são produtos de alta tecnologia, cuidadosamente desenvolvidos por engenheiros e químicos, para executarem satisfatoriamente todas as funções que deles se necessitam. 3.1. LUBRIFICAR E PREVENIR CONTRA O DESGASTE Quando o motor é acionado, o óleo lubrificante deve circular imediatamente e lubrificar todas as partes em movimento, para prevenir o contato de metal com metal, o que resultaria em desgaste. O lubrificante deve ser fornecido continuamente, através de um fluxo adequado e de uma distribuição apropriada, a fim de manter as superfícies em movimento separadas por uma película de lubrificante constante, completa e inquebrável, denominada lubrificação hidrodinâmica. O fator determinante em se manter estas partes separadas, é a viscosidade do óleo na temperatura de trabalho, que deve permanecer alta o suficiente para evitar o contato metal com metal. Na lubrificação hidrodinâmica, existe uma película fluida que separa as peças em movimento, fazendo com que o desgaste das mesmas seja desprezível e que o atrito seja bem reduzido, em função da substituição do atrito sólido pelo atrito fluido. Os mancais da árvore de manivelas, das bielas e da árvore de comando de válvulas, além dos pinos dos pistões, normalmente operam sob condições de lubrificação hidrodinâmica. Sob algumas condições, é impossível manter uma película contínua entre as partes em movimento. Quando se dá a partida em um motor, depois de muito tempo parado, uma grande parte do óleo escorre das superfícies em atrito, havendo, em alguns locais, películas incompletas de óleo. Esta situação pode também ser encontrada em condições de baixas velocidades, altas cargas, temperaturas muito elevadas, suprimento de óleo insuficiente ou durante o período de amaciamento do motor. Esta condição de película é denominada de “lubrificação limítrofe”, sendo que 4 nessas condições existe um contato metal com metal intermitente, entre as partes mais altas das superfícies em deslizamento. A carga é suportada parcialmente pela película de óleo, que é rompida nos picos das superfícies, resultando num contato prejudicial entre as partes metálicas. Quando isto ocorre, o atrito gerado entre as partes metálicas em contato direto pode produzir calor suficiente para provocar uma solda entre as mesmas, que resultaria no grimpamento total do motor ou arrancamento de pequenas partículas das superfícies, o que gera um alto desgaste e um consequente riscamento das superfícies.A lubrificação limítrofe é encontrada na área dos anéis superiores dos pistões, onde o fornecimento de óleo é limitado, as temperaturas são muito elevadas e ainda existe o problema da reversão do sentido de movimentação do pistão. Também no conjunto de válvulas, tuchos e ressaltos da árvore de comando, existem condições de extrema-pressão e lubrificação por película parcial, devido às altas cargas suportadas por áreas de contato muito pequenas, altas velocidades e altas temperaturas. Em diversas partes do motor a serem lubrificadas, as condições de lubrificação são muito severas, em função da temperatura, pressão e velocidade. Uma das zonas mais críticas para lubrificação são os anéis superiores. Através de ensaios que medem o atrito e o desgaste sob condições severas de funcionamento, pela utilização de óleos básicos selecionados e de aditivos adequados para aumentar o poder lubrificante e a resistência de película dos óleos lubrificantes, obtém-se produtos com propriedades e características apropriadas para evitar o desgaste das partes em movimento de um motor. 3.2. PERMITIR PARTIDAS RÁPIDAS A facilidade da partida de um motor não depende apenas das condições da bateria, das velas da volatilidade do combustível e da relação de mistura ar- combustível. Depende também das propriedades de fluidez do óleo que, se estiver muito viscoso quando da partida, irá gerar um esforço adicional para vencer o atrito fluido, de forma que o motor não irá girar com rapidez suficiente para pegar e manter- se funcionando. 5 A característica fundamental de um óleo, que determina a facilidade de arranque de um motor, e sua viscosidade na temperatura de partida. A resistência que um óleo apresenta para fluir é função de sua estrutura molecular. Assim, é importante a utilização de um óleo que tenha características de viscosidade em baixas temperaturas, que garantam uma partida satisfatória do motor, além de fluir rapidamente e circular para pontos a serem lubrificados, para prevenir contra o desgaste destas partes. 3.3. PROTEGER CONTRA A CORROZÃO E A FERRUGEM Sob condições ideais a queima do combustível em um motor forma como subprodutos apenas dióxidos de carbono e água. Entretanto, dificilmente ocorre uma combustão completa. Parte do combustível não queimado passa por complexas reações químicas durante a combustão, formando em algumas condições específicas fuligem e carbono, que conseguem escapar juntamente com o combustível pelos anéis dos pistões, indo depositar-se no cárter, onde existe a tendência de reagirem com água, formando borras e depósitos de vernizes. O acúmulo de borra pode obstruir as galerias de distribuição de óleo sobre as superfícies em movimento, causando o agarramento de peças vitais, resultando numa vida menor do motor. A água é também um problema para o motor. Durante a queima do combustível, a água sempre resulta como produto de combustão. Apesar de uma grande parte desta água estar em forma de vapor e vir a ser expulsa através do sistema de escapamento, uma parte dela irá se condensar nas paredes dos cilindros ou então descerá para o cárter, através dos anéis dos pistões. Isto ocorre mais frequentemente em climas frios, antes que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento. Além da água e dos subprodutos de uma combustão incompleta, outros gases corrosivos também passam pelos anéis e são condensados ou dissolvidos no óleo lubrificante. Na própria oxidação normal do óleo, formam-se ácidos que, juntamente com os outros elementos anteriores, são um risco potencial para a ocorrência de ferrugem e corrosão das partes internas do motor. A vida útil destas partes e a sua proteção efetiva contra a corrosão e a ferrugem dependem de forma significativa da capacidade que o óleo possui de neutralizar os efeitos de todas estas substâncias corrosivas, através de aditivos químicos, solúveis no óleo, que realizam esta função. 3.4. MANTER O MOTOR LIMPO Na formulação de um óleo lubrificante para motores, o objetivo básico não é somente manter as peças do motor limpas, mas também prevenir a formação de depósitos de verniz e borra. A formação de borra no motor é geralmente um problema típico de operações sob baixas temperaturas, sendo formada pela combinação da água de condensação, sujeira, produtos da oxidação do óleo e resíduos de combustão incompleta. A borra inicialmente é composta de partículas tão pequenas, que nenhum tipo de filtro de óleo pode removê-las. Elas são menores do que a própria película de óleo, não causando, portanto, nenhum problema de desgaste, desde que 6 permaneçam pequenas e dispersas no óleo. Entretanto, com o aumento da contaminação durante o uso do óleo, as partículas de borra tendem a se agrupar e formar grandes massas, que assim podem restringir o fluxo de óleo e causar outros problemas. A formação de borra é agravada pela presença de água, além de outros fatores como misturas ar-combustível ricas (ocorre na partida, quando o afogador está puxado ou prendendo, com filtros de ar sujos ou em casos de falha de ignição) e temperaturas de funcionamento muito elevadas. Um óleo mineral puro possui uma capacidade muito limitada de evitar o acúmulo de contaminantes e a formação de borra dentro do motor. Os aditivos detergentes e dispersantes são adicionados aos óleos para evitar que isso ocorra. Estes aditivos mantêm as peças do motor limpas e os contaminantes dispersos no óleo, de forma que eles possam ser removidos através do sistema de filtragem, ou quando das trocas de óleo. Estes aditivos também são muito eficientes na prevenção de formação de depósitos de verniz dentro do motor. O verniz é produto das reações químicas dos diversos contaminantes presentes no óleo com o oxigênio, em altas temperaturas. O verniz tende a se formar como uma película dura nas partes mais quentes do motor. Os tuchos, os anéis, as abas laterais dos pistões e os mancais, são particularmente sensíveis aos depósitos de verniz. Quantidades excessivas de borra e verniz não são toleradas pelas partes mais sensíveis do motor, prejudicando sua operação quando isto ocorre. A formação de borra, nas telas da bomba, ou nos canais de distribuição de óleo limitam o fluxo de lubrificante para as peças do motor, resultando num desgaste rápido e destrutivo das mesmas. Os anéis de pistões que ficam, presos ou agarrados devido ao acúmulo de borra ou verniz, não permitem que o motor desenvolva sua plena potência. Os anéis raspadores de óleo que estejam sujos com borra ou mesmo entupidos com ela, evitam a remoção do excesso de lubrificante das paredes dos cilindros, ocasionando um consumo de óleo excessivo. Manter limpas as peças do motor e prevenir a formação de borras e vernizes, são as principais funções dos aditivos detergentes e dispersantes. 3.5. REDUZIR DEPÓSITOS NA CÂMARA DE COMBUSTÃO Durante a lubrificação do motor, parte do óleo atinge a área do anel superior do pistão para lubrificar as paredes dos cilindros e os anéis. Este óleo é exposto às altíssimas temperaturas, da câmara de combustão e parte dele é queimado. 7 As modernas tecnologias de refino produzem óleos que, nestas condições queimam deixando pouco, ou mesmo nenhum resíduo de carbono. Os aditivos dispersantes-inibidores presentes nos óleos modernos mantêm os anéis limpos e livres em suas ranhuras, permitindo a manutenção das pressões internas e diminuindo a quantidade de óleo que atinge a câmara de combustão. Isto permite não apenas reduzir o consumo de óleo, mas muito mais importante, manter os depósitos na câmara de combustão num nível mínimo. Os depósitos excessivos na câmara de combustão prejudicam a operação do motor. A formação de depósitos nas velas pode causar curto-circuito das mesmas, pré-detonação (batida de pinos) e outras irregularidades na combustão que reduzem a eficiênciae economia do motor. Devido ao fato de atuarem como barreiras térmicas, os anéis, pistões, velas e válvulas, não são adequadamente arrefecidos, podendo resultar em danos ou mesmo quebra do motor. Assim, ao prevenir contra a formação de depósitos na câmara de combustão, é importante que o óleo faça duas coisas: 1) deixar os anéis livres, de forma que possam minimizar quantidade de óleo que atinge a câmara de combustão; 2) a parte do óleo que atingir a câmara de combustão deve queimar da forma mais limpa possível. 3.6. ARREFECER O MOTOR A maioria dos motoristas julga que a totalidade do arrefecimento do motor seja feito através do ar ou da água do sistema de refrigeração. Na verdade, o sistema de lubrificação é responsável por aproximadamente 40% do arrefecimento dos motores. A árvore do comando de válvulas, os mancais da árvore de manivelas, os mancais das bielas, as engrenagens de distribuição, os pistões e muitos outros componentes das partes inferiores do motor, dependem diretamente do óleo lubrificante para o arrefecimento necessário. Todas estas peças têm temperaturas limite de trabalho que não devem ser excedidas. 8 Portanto, todas elas devem ter um suprimento generoso de óleo “frio”, que transferirá o calor para o cárter, onde se resfriara através do ar ambiente. Para manter o processo de arrefecimento em constante funcionamento, grandes quantidades de óleo devem ser continuamente circuladas pelos mancais e por outras partes móveis do motor. Se o fornecimento de óleo for interrompido, estas partes do motor irão aquecer-se rapidamente, devido ao atrito e às temperaturas de combustão. Quando um mancal apresenta problemas, frequentemente refere-se a ele como um mancal fundido, porque as temperaturas ali presentes foram altas o suficiente para derreter o metal daquele mancal. As propriedades físicas do óleo e as qualidades dos aditivos não ajudam muito o processo de arrefecimento. O importante é que exista uma circulação de grandes volumes de óleo no motor. Isto se torna possível através do uso de uma bomba de óleo de alta capacidade e de canais de distribuição de óleo com dimensões suficientes, para dar passagem ao mesmo sob altos regimes de vazão. Fica claro que estes canais de óleo não poderão fazer seu trabalho de forma satisfatória, se ficarem parcial ou totalmente entupidos com depósitos. Se isto ocorrer, o óleo não poderá circular e arrefecer de forma apropriada o que poderá causar avarias precoces no motor. Esta é outra razão pela qual troca-se o óleo antes que o nível de contaminação se torne muito alto. O arrefecimento adequado ainda requer que o nível de óleo no cárter esteja sempre entre as marcas “mínimo” e “máximo” na vareta medidora de nível do cárter. 3.7. VEDAR PRESSÕES DA COMBUSTÃO As superfícies das ranhuras dos pistões dos anéis e das paredes dos cilindros não são totalmente lisas apresentando irregularidades superficiais microscópicas e até mesmo rugosidades devidas a usinagem. Em função disso, os anéis sozinhos não evitam a perda de pressão nos cilindros, havendo queda da eficiência do motor. O óleo lubrificante preenche estas irregularidades e ajuda a vedar pressões. Deve-se lembrar que devido à espessura da película de óleo (0,0025mm), não haverá compensação das folgas e desgaste excessivo. Se estas condições já existirem, o consumo de óleo será elevado. O consumo também será grande em motores novos ou recondicionados, até que as irregularidades superficiais tenham se desgastado o suficiente para permitir que o óleo forma uma película vedadora homogênea. O óleo lubrificante ajuda na vedação das pressões na câmara de combustão, preenchendo as irregularidades das superfícies, compensando as folgas entre as juntas. 3.8. EVITAR A FORMAÇÃO DE ESPUMA Devido às partes móveis do motor, o óleo é constantemente agitado com o ar. Isto produz espuma, que nada mais é do que muitas bolhas de ar que não estouram rapidamente. Normalmente, elas sobem para a superfície e daí estouram, mas a água e outros contaminantes diminuem a velocidade com que isto ocorre, e o resultado é a formação de espuma. 9 4. CLASSIFICAÇÃO POR VISCOSIDADE SAE para Óleos Motores A SAE (Society of Automotive Engineers) iniciou em 1911 o sistema de classificação de óleos aplicados em motores de combustão. A classificação determina faixas de viscosidade cinemática (cSt) a 100 ºC, sem considerar o desempenho. A Tabela 1 apresenta a classificação de viscosidade pela SAE para óleos motores desde 1999. A tabela indica as faixas em grau SAE para baixa temperatura (W-winter) e alta temperatura. Tabela 1 – Classificação de viscosidade SAE para óleos motores. Os óleos lubrificantes aplicados nos motores, normalmente, têm características multigrau ou multiviscosos, relacionada à classificação do grau SAE. Estes lubrificantes possuem um alto índice de viscosidade (IV>120), ou seja, varia pouco a viscosidade com a variação da temperatura. A Figura 1 indica a classificação pela viscosidade SAE do óleo multigrau SAE 15W-40. Figura1 – Apresenta óleo lubrificante Multigrau e Multiviscosos 10 Classificação por Desempenho para Óleos de Motor O Instituto Americano de Petróleo (API), no final da década de 60, reuniu-se com as instituições SAE e ASTM para estabelecer um novo sistema de classificação por desempenho dos óleos lubrificantes de motores. As instituições definiram suas funções, de acordo como: - SAE: Determina os testes de qualidade de motores ou especificações; - ASTM: Determina os procedimentos padrões dos testes e os limites para aprovação; - API: Determina as descrições das classificações para o usuário final. As classificações em duas categorias foram feitas a partir de testes em motores padronizados e analisando-se as várias partes lubrificadas. A categoria “S” (Spark ignition) da Tabela 9 aplica-se a motores Ciclo Otto (gasolina, álcool e GNV) e a categoria “C” (Compression ignition) da Tabela 10 aplica-se a motores Ciclo Diesel. Tabela 2 - Sistema de classificação API para óleo de motor Ciclo Diesel (categoria “C”). Tabela 3 - Sistema de classificação API para óleo de motor Ciclo Diesel (categoria “C”). 11 Européia As Classificações Européias associam alguns testes da classificação API, ensaios de motores europeus (Peugeot, Mercedes Benz, Volkswagen e outros) e procedimentos em laboratórios. A classificação européia foi determinada pela CCMC até 1990, que se transformou em 1991 na ACEA (Association des Constructeurs Européens de d´Automobiles). A Classificação Européia para óleos motores evoluiu de acordo com a Tabela 4 Tabela 4 - Evolução da Classificação Européia para óleos motores. 12
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