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21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/29 COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS AULA 3 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/29 Prof. Flávio Rodrigues CONVERSA INICIAL EVOLUÇÃO DOS LUBRIFICANTES E A UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS Nesta aula vamos abordar vários temas, ainda, relacionados aos lubrificantes automotivos, tais como os aditivos que são utilizados, óleos minerais, semissintéticos e sintéticos, informações sobre utilização e aplicação dos produtos, além da classificação de lubrificantes europeia ACEA. Ainda hoje a recomendação de determinado lubrificante para um automóvel gera dúvidas, em relação à classificação, ao período de troca e a tantas outras situações. TEMA 1 – ÓLEO MINERAL, SEMISSINTÉTICO E SINTÉTICO 1.1 INTRODUÇÃO Ainda hoje existem dúvidas em relação à recomendação de se utilizar óleo mineral, semissintético ou sintético. Os três tipos de lubrificantes, em relação à formulação, podem ser utilizados nos motores de combustão interna, mas há que se respeitar o projeto dos motores. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/29 Até o início dos anos 1990, quando começou a importação de automóveis em nosso país, só se utilizava por aqui o óleo de origem mineral com aditivos, pois atendia bem às necessidades de lubrificação dos veículos fabricados aqui no Brasil. Quando chegaram os primeiros veículos importados de luxo e alto desempenho, começou-se a utilizar os óleos sintéticos por recomendação dos fabricantes na época. No início faltou um pouco de informação aos reparadores, e o “novo óleo” prometia um intervalo de troca maior, o que é realidade. Porém, algumas recomendações indicavam intervalos muito otimistas, algo em torno de 15 a 20 mil quilômetros. Muitos motores travaram por falta de lubrificação adequada, então alguns conceitos tiveram que ser reavaliados em relação aos lubrificantes sintéticos. Figura 1 – Situação que pode e deve ser evitada, um motor quebrado provavelmente por falta de manutenção adequada Crédito: Nixx Photography/Shutterstock. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/29 1.2 ÓLEO MINERAL O óleo mineral é obtido por meio do processo de destilação fracionada do petróleo, originado pela mistura de óleos básicos provenientes do refino. Para uso automotivo, nos motores especificamente, são acrescentados ao óleo básico os aditivos. Os óleos minerais mais antigos, que tinham um refino mais simples, apresentavam concentração de enxofre maior, o que poderia causar corrosão nas peças móveis do motor. Hoje os óleos minerais ainda apresentam em sua composição um pouco mais de impurezas que os óleos semissintéticos e sintéticos, mas podem ser utilizados como lubrificantes automotivos, segundo a recomendação do fabricante. BÁSICOS + ADITIVOS LUBRIFICANTE MINERAL Os óleos minerais ainda são muito utilizados nos automóveis fabricados há mais de uma década aproximadamente. Como a frota brasileira tem muitos veículos com mais de 10 anos de fabricação, o lubrificante mineral ainda é utilizado em motores a gasolina, álcool, GNV e a Diesel. Características do óleo mineral: Apresenta um custo mais baixo de aquisição que os óleos semissintéticos e sintéticos, em função do refino. Os óleos minerais apresentam viscosidade maior, não são manipulados em laboratório, logo são indicados para motores (automóveis) mais antigos em 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/29 que a película de lubrificação mais espessa é garantia de proteção ao motor. O óleo mineral mais utilizado até hoje na maioria dos motores mais antigos é o SAE 20W50. São lubrificantes que oxidam mais rápido que os sintéticos, perdendo assim suas propriedades. O intervalo recomendado de troca desse lubrificante no motor do automóvel é em torno de 5 mil quilômetros. Não são recomendados para os motores mais atuais, que têm baixa cilindrada e trabalham em rotações maiores. Nesses motores é importante um óleo de viscosidade menor, assim a pressão do sistema está garantida. Infelizmente ainda existe no nosso mercado de reparação e manutenção automotiva a imagem de que o óleo SAE 20W50 é muito bom e pode ser indicado para qualquer motor. Esse fato ocorre porque durante muitas décadas essa era a viscosidade recomendada pela maioria dos fabricantes de automóveis no Brasil. Os motores funcionavam bem e havia poucos problemas relacionados aos lubrificantes. Mas isso foi em outra época, quando os motores tinham outras características. 1.3 ÓLEO SINTÉTICO O óleo sintético é produzido a partir da mistura de óleos básicos sintéticos e aditivos. Os óleos básicos sintéticos têm alto grau de pureza e quando somados os aditivos, apresentam um desempenho melhor que os óleos minerais. BÁSICOS SINTÉTICOS + ADITIVOS LUBRIFICANTE SINTÉTICO 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/29 O termo “sintético” indica que ocorreu manipulação em laboratório, para tornar o óleo mais aprimorado que os minerais e os semissintéticos. São feitos diversos estudos e análises em laboratório, utilizando novos aditivos, até que se consigam moléculas de hidrocarbonetos mais estáveis que os óleos minerais. O resultado final é um lubrificante que tem maior resistência a oxidação, portanto, maior durabilidade e melhor lubrificação do motor. É um óleo que responde bem a condições severas de uso, no caso trânsito urbano e altas temperaturas. Características do óleo sintético: Tem maior resistência à oxidação, portanto, demoram mais tempo para degradar em relação aos lubrificantes minerais. Isso permite um intervalo de troca de óleo maior, em torno de 10 mil quilômetros. Por meio da manipulação em laboratório, se consegue óleos com baixa viscosidade, atendendo assim a exigência dos motores mais modernos, que trabalham com alta rotação. Alguns exemplos são SAE 5W30, 5W40 ou 0W30. Os veículos mais modernos do mercado só usam óleo sintético em seus motores. Por apresentam baixa viscosidade, proporcionam menor atrito e consequentemente economia de combustível do motor. Evita a formação de material sólido com o tempo, a popular “borra” que prejudica a lubrificação dos motores. Maior índice de viscosidade e maior ponto de mínima fluidez. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/29 1.4 ÓLEO SEMISSINTÉTICO O óleo semissintético é uma mistura de óleos básicos minerais e sintéticos, em proporção mínima definida, buscando reunir as melhores propriedades de cada tipo. BÁSICOS MINERAIS + SINTÉTICOS LUBRIF. SEMISSINTÉTICO Os óleos semissintéticos apresentam uma opção de consumo, sendo um meio termo quando se fala em economia, pois custa menos que um óleo sintético e um pouco mais que o mineral. É uma boa opção para quem utiliza óleo mineral, pois proporciona melhor proteção do motor. Alguns exemplos são SAE 10W40 e 15W40. Características do óleo semissintético: Apresenta um custo de aquisição menor do que o sintético. Intervalo de troca maior que o mineral, em torno de 7.500 quilômetros. Boa proteção das partes internas do motor. TEMA 2 – ADITIVOS ADICIONADOS AOS LUBRIFICANTES 2.1 INTRODUÇÃO Os aditivos são produtos químicos que são adicionados aos óleos básicos e têm como objetivo aumentar a eficiência desses óleos, de forma a atender às 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/29 exigências das máquinas modernas. 2.2 TIPOS DE ADITIVOS 2.2.1 DISPERSANTES E DETERGENTES São usados em lubrificantes para motores de combustão interna, em que há queima de combustível fóssil.Em função disso há a formação de carbono (carvão) e borras decorrentes do processo de combustão. Esses aditivos têm a função de manter esses sólidos em suspensão e finalmente dispersos, a fim de evitar que se depositem em alguma parte interna do motor, causando danos a este. O lubrificante que contém aditivos, como detergentes e dispersantes, fica escuro algum tempo depois de ter sido colocado no motor. Isso é um bom sinal, pois significa que os aditivos estão cumprindo sua função no óleo básico e estão protegendo o motor. Infelizmente essa coloração é interpretada de forma errada por usuários do automóvel ou outros, acreditando que a qualidade do lubrificante é ruim, o que não é verdade. Os dispersantes são aditivos sem cinzas com alto poder de remover e dispensar resíduos sólidos, que ficam solubilizados no lubrificante. Esse aditivo ainda consegue manter em suspensão muitas partículas sólidas de tamanho limitado. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/29 Com menor poder dispersante, os detergentes possuem cinzas devido à presença de metais em sua composição. Conseguem manter em suspensão partículas sólidas de vários tamanhos, mais eficiente nesse caso do que os dispersantes. 2.2.2 DETERGENTES ALCALINOS Neutralizam gases ácidos decorrentes do processo de combustão, reduzindo a formação de depósitos de carbonos, lacas e vernizes. Evitam travamento de anéis de pistão em condições de operação. Muito utilizados em lubrificantes para motores Diesel, que têm mais enxofre que a gasolina. 2.2.3 ANTIOXIDANTES São componentes químicos que retardam a oxidação do óleo (decomposição). Assim adiam seu espessamento e a formação de compostos ácidos, borras e vernizes. Uma vez que o óleo lubrificante foi colocado no motor do automóvel, ele entra em contato com o calor gerado na combustão e o ar, já inicia um processo de oxidação. Esse processo pode ser lento ou rápido, conforme a natureza e os aditivos do lubrificante. Objetivando retardar a oxidação do óleo, prolongando assim a sua vida útil, utiliza-se aditivo antioxidante. 2.2.4 ANTIESPUMANTE 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/29 São agentes químicos previnem e que reduzem a formação de espuma. As minúsculas bolhas de ar que se encontram na superfície do óleo, após a circulação deste, podem formar espuma, que é prejudicial e acaba por comprometer a película de lubrificação e o trabalho da bomba. Outro problema gerado pela espuma é a cavitação, o qual é um processo em que as microbolhas de ar indo para regiões de alta pressão estouram, arrancando minúsculos pedaços de metal; com o tempo isso provoca um desgaste. Esse fenômeno é muito comum nas bombas d’agua automotivas. 2.2.5 ANTIFERRUGEM São compostos químicos que protegem as partes internas do motor (peças metálicas) da ação da umidade, evitando a formação de ferrugem. 2.2.6 ANTICORROSIVOS São compostos químicos adicionados aos lubrificantes para evitar o ataque dos contaminantes corrosivos aos metais. Os agentes corrosivos podem ser resultado da própria oxidação do óleo, também elementos externos contidos no ar atmosférico, além dos ácidos formados no processo de combustão. 2.2.7 AGENTES DE OLEOSIDADE Servem para elevar a resistência do filme de óleo, evitando o contato metal com metal. Assim o desgaste é reduzido. É um aditivo que atua em condições de 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/29 temperatura e carga pouco elevadas. 2.2.8 ANTIDESGASTE São compostos químicos adicionados aos lubrificantes com a função de reduzir o desgaste. Esse aditivo é muito útil quando se precisa lubrificar locais onde a pressão fluida não é eficiente, evitando dessa forma o contato metal com metal. 2.2.9 AROMATIZANTES Os lubrificantes apresentam odores desagradáveis, caraterísticas dos hidrocarbonetos, então adiciona-se esse aditivo para amenizar o odor. Isso facilita o trabalho de quem manuseia os produtos. 2.2.10 AGENTES DE EXTREMA PRESSÃO São conhecidos como aditivo EP, contêm fósforo, enxofre ou cloro, que têm uma reação química com a superfície do metal, formando outros compostos (lubrificantes sólidos) que evitam o contato metal com metal. A ação dos aditivos EP só ocorre em condições de extrema pressão, quando ocorre o rompimento da película de lubrificação. Quando esse fato ocorre, o calor liberado provoca uma reação química que produz os compostos que agem nas superfícies sólidas lubrificantes. 2.2.11 ABAIXADORES DO PONTO DE FLUIDEZ 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/29 São compostos químicos que abaixam o ponto de fluidez do lubrificante, permitindo seu fluxo a baixas temperaturas. Com esse aditivo o lubrificante não se transforma em uma pasta quando sob o frio extremo. Isso ocorre porque o aditivo faz com que não haja crescimento dos cristais de parafina que vão se formando no seio do óleo à medida que a temperatura vai baixando. 2.2.12 EMULSIFICANTES São compostos químicos que conferem ao lubrificante mineral a propriedade de formar emulsões estáveis como a água em óleo ou vice-versa, nas quais o óleo mantém as suas propriedades. Esse aditivo é mais usado em óleos para usinagem (corte). 2.2.13 MELHORADORES DO ÍNDICE DE VISCOSIDADE São aditivos que reduzem a variação de viscosidade em função da temperatura. São compostos de alto peso molecular que formam estruturas do tipo novelo de lã no lubrificante. Quando a temperatura do óleo se eleva, os novelos incham dificultando o escoamento do fluido e elevando sua viscosidade. 2.2.14 AGENTES DE ADESIVIDADE São compostos químicos que, quando adicionados ao lubrificante, aumentam sua aderência às superfícies metálicas. Impede o gotejamento quando submetido à força centrífuga. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/29 2.2.15 CORANTES Servem para alterar a cor do lubrificante, possibilitando a identificação visual. Como exemplo temos os lubrificantes para uso no sistema de direção hidráulica automotiva, que são de coloração vermelha. Assim fica visualmente possível diferenciar do lubrificante para motores, que é da cor âmbar. 2.3 ADITIVOS O lubrificante utilizado nos motores já vem com todos os aditivos que precisa, não havendo a necessidade de complementação com outros produtos, desde que se escolha as classificações API e SAE recomendadas para o motor. TEMA 3 – UTILIZAÇÃO DOS LUBRIFICANTES 3.1 INTRODUÇÃO Após analisarmos as características dos lubrificantes e aditivos, podemos concluir que a escolha do óleo para o motor deve ocorrer em função da recomendação dos fabricantes de veículos automotores. Mas existem algumas situações nas quais podemos ter problemas de lubrificação e a causa pode ser decorrente de outros fatores que devem ser avaliados. 3.2 QUILOMETRAGEM INVISÍVEL 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/29 É a quilometragem que o odômetro (marcador dos quilômetros rodados) de nosso automóvel não marca, mas está lá. Podemos citar como exemplo o fato de que um veículo leva 15 minutos para percorrer aproximadamente 5 quilômetros. Essa situação pode ocorrer se o trânsito fluir normalmente, o que não é comum nas grandes cidades, mas dependendo do dia e do horário essa distância pode ser percorrida em 40 minutos. Durante todo esse período o motor do veículo permanece funcionando, ou seja, é tempo suficiente para percorrer uma distância de mais de 20 quilômetros em uma cidade, em caso de ser na estrada, podemos considerar essa quilometragem maior. Então, quando o usuário (motorista do veículo) for trocar o óleo do motor em função da quilometragem, o valor desta registrada no odômetro não condiz com a realidade, pois pode seraté 40% maior. Na quilometragem invisível o motor funciona (trabalha) por um tempo maior do que corresponde uma quilometragem não registrada no odômetro do automóvel. Uma das funções do lubrificante é acumular as impurezas geradas no motor, se o veículo for utilizado somente em trânsito urbano pesado e a quilometragem invisível for um fator real, haverá um aumento da viscosidade em função do volume de resíduos. Assim o lubrificante ficará próximo de uma graxa, citando como exemplo, e vai acabar por perder a capacidade de evitar o contato metal com metal e circular sob pressão pelos canais de lubrificação do motor. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/29 No final dos anos 1990 um fabricante de automóveis no Brasil definiu como limite da troca de óleo de seus automóveis a quilometragem de 20 mil quilômetros, usando óleo sintético. Muitos motores desses automóveis travaram por falta de lubrificação, pois excederam o limite para a troca de óleo. O problema só foi resolvido quando o limite para a troca de óleo do motor foi reduzido para 10 mil quilômetros. 3.3 PERÍODO DE TROCA DE ÓLEO O óleo lubrificante que fica na embalagem; em uma prateleira de autopeças ou postos de combustíveis pode ficar dezenas de anos sem degradar. Porém, uma vez utilizado dentro do motor, a altas temperaturas, o lubrificante, por ser de origem mineral (petróleo), tende, com o transcorrer do tempo, a perder parte de suas propriedades por meio da oxidação. Motoristas que rodam pouco com seus veículos acabam por levar muito tempo para atingir a quilometragem determinada pelo fabricante do veículo para a troca de óleo. Em alguns casos isso pode levar mais de um ano. Nesse sentido, recomenda-se que uma vez não atingida a quilometragem para a troca de óleo, deve-se substituí-lo por tempo, conforme esta sugestão: Para óleo sintético é recomendada a troca a cada 10 mil quilômetros ou uma vez por ano. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/29 Para óleo semissintético é recomendada a troca a cada 7.500 quilômetros ou uma vez por ano. Para óleo mineral é recomendada a troca a cada 5 mil quilômetros ou a cada seis meses. Figura 2 – Cabeçote do motor com muita fuligem de carbono, consequência da demora na troca do lubrificante Crédito: Princeoflove/Shutterstock. 3.4 VISCOSIDADE ERRADA Na definição do lubrificante, a ser usado em determinado motor, é importante que se leve em consideração a viscosidade dos aditivos que ele deve possuir. Essas características são determinadas pelas classificações SAE e API. No caso de se escolher um lubrificante com a viscosidade SAE errada para determinado motor, podemos ter duas situações, que são: 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/29 Viscosidade alta: os tuchos podem não carregar corretamente, o veículo pode apresentar “batida de válvulas”, o óleo pode não limpar corretamente o motor e em locais de baixa temperatura teremos dificuldade de partida a frio (o motor pode virar mais pesado). Viscosidade baixa: nesse caso haverá um consumo excessivo de óleo, pois o motor não foi projetado para trabalhar com essa viscosidade. Em climas muito quentes poderá haver rompimento da película de lubrificante. 3.5 DILUIÇÃO POR COMBUSTÍVEL ADULTERADO Em meados da década passada, alguns postos de combustíveis, objetivando reduzir o preço do produto nas bombas, adquiriram gasolina adulterada de distribuidores. Geralmente misturava-se solvente industrial a esse combustível, assim o lucro era maior. Como em todo o motor sempre há uma pequena diluição de combustível, não queimado no lubrificante, o solvente, ao entrar em contato com o óleo, destrói a película de lubrificante, causando sérios danos ao motor. O combustível também pode ter influência no desempenho do lubrificante no motor do automóvel, então aconselhamos a escolher sempre postos que tenham “bandeira”, que representem uma determinada marca e que tenham um compromisso com a qualidade. 3.6 RECOMENDAÇÃO DO FABRICANTE 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/29 Sempre que for escolher um lubrificante para um automóvel, veja no manual do proprietário a recomendação do fabricante (API e SAE), porque provavelmente o motor foi testado com determinado óleo que proporciona a durabilidade do motor e economia, por meio de testes realizados em dinamômetro. Para os veículos que já não estão mais no período de garantia da fabrica, não há a necessidade de ser a mesma marca de óleo que o fabricante recomenda, mas ao menos a mesma viscosidade e o pacote de aditivos. TEMA 4 – DÚVIDAS NA APLICAÇÃO DOS LUBRIFICANTES 4.1 INTRODUÇÃO Para quem trabalha na mecânica automotiva trocando o óleo do motor dos automóveis, como vendedor de uma concessionária ou de autopeças, existem algumas dúvidas sobre recomendação e aplicação dos lubrificantes. Neste bloco vamos comentar sobre os temas mais recorrentes relacionados aos lubrificantes, especialmente para quem vai trabalhar com esses produtos. 4.2 NÍVEL DO ÓLEO Muitas vezes o motorista chega no posto de combustíveis e o frentista, solícito, pergunta se quer que veja o nível do óleo. O cliente aceita, e após o funcionário examinar, conclui que o óleo esta baixo e precisa completar. O motorista vai 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/29 precisar comprar um litro no posto e colocar em seu automóvel. A situação citada é mais comum do que se pensa e ocorre com muita frequência. Já ocorreram casos em que o cliente estava em um veículo recentemente retirado da concessionária (emplacado), foi abastecer no posto, aceitou que o frentista examinasse o nível do óleo e por fim voltou revoltado à loja. Então aqui vão algumas observações sobre o tema: Quando funcionamos o motor, o óleo começa a circular por ele, lubrificando todas as partes internas, então o nível do óleo do cárter baixa. Se puxarmos a vareta para examinarmos o nível, vamos perceber que está abaixo da marca mínima. Precisamos esperar no mínimo 5 minutos depois de desligar o motor para que o lubrificante desça até o cárter, assim podemos medir o nível do óleo. Nesse tempo o óleo vem descendo das partes mais altas do motor para o cárter, assim teremos a medida real do volume de lubrificante. A vareta, que marca o nível de óleo, tem duas marcas uma máxima e outra mínima. O nível de óleo considerado bom deve estar entre essas duas marcas. Se estiver muito baixo poderá cair a pressão do óleo do motor, ocorrendo problemas de lubrificação. Já se estiver acima da marca máxima, poderemos ter problemas de vazamento de lubrificante por meio das juntas e retentores. O óleo em excesso é queimado na câmara de combustão, sujando velas, válvulas e danificando o catalisador. Então o nível de óleo correto é entre as duas marcas da vareta, e não somente no traço superior (máximo). 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/29 Figura 3 – Níveis indicados na vareta que marca o nível de óleo do motor Crédito: Rumruay/Shutterstock. 4.3 COLORAÇÃO DO ÓLEO Os óleos lubrificantes são formulados misturando-se os básicos com aditivos, sendo que a sua cor final dependerá das características do petróleo (básico). Mas por meio de corantes pode-se definir a cor do lubrificante. A cor não tem nenhuma influência no desempenho do óleo. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/29 Normalmente o óleo utilizado no motor fica mais escuro com o uso, porque a sua função é limpar as partes internas desse motor. Retirando as impurezas, que não ficam retidas no filtro de óleo, mas em suspensão, para que elas não se depositem no motor.Assim o óleo fica escuro e o motor, limpo. Então quando você retirar a vareta para ver o nível de óleo do motor do seu automóvel e o lubrificante estiver escuro, isso é sinal que o produto está cumprindo o seu papel de limpar o motor. 4.4 FILTRO DE ÓLEO Sempre que o óleo do motor for trocado, deve-se fazer a substituição do filtro (óleo) também. Os aditivos presentes no óleo (detergentes / dispersantes) carregam as sujeiras que iriam se depositar no motor. Ao passar pelo filtro os resíduos maiores (impurezas) ficam retidos e os menores continuam em suspensão no óleo. Há um momento em que o filtro fica carregado de impurezas e acaba por dificultar a passagem do óleo, podendo causar falha na lubrificação. Em casos extremos o filtro do óleo pode ficar bloqueado, causando sérios danos ao motor. Ainda existe uma “tradição” no mercado de trocar o filtro a cada duas trocas de óleo, mas não é aconselhável tal procedimento. A maioria dos fabricantes recomenda troca do filtro de óleo sempre que trocar o óleo do motor. Figura 4 – Filtro de óleo sendo trocado no motor do automóvel 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/29 Crédito: Mindscape Studio/Shutterstock. 4.5 SERVIÇO SEVERO E LEVE Alguns fabricantes de veículos, quando falam intervalos de troca de óleo, citam as situações de utilização do automóvel. Então temos duas situações típicas e que precisam ser detalhadas: Serviço severo: acontece quando os motoristas das grandes cidades submetem seus veículos ao anda e para do trânsito, em congestionamentos. Outra situação ocorre com alguns usuários ligam os motores e dirigem por distâncias até cerca de seis quilômetros, o que não dá tempo para o motor trabalhar na temperatura ideal. Motoristas que dirigem em estradas de terra com muita poeira também estão submetendo seus veículos a um “uso severo”. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/29 Serviço leve: é o caso dos veículos que rodam por percursos longos, em rodovias asfaltadas e em velocidade constante, no caso de viagens. Figura 5 – Típico transito urbano em uma grande cidade. Este é um exemplo de utilização do veículo em “serviço severo” Crédito: Waniuszka/Shutterstock. TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO ACEA 5.1 INTRODUÇÃO Na Europa temos uma organização que é a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ou Association des Constructeurs Européens d'Automobiles, em francês / ACEA), que representa os 15 mais importantes fabricantes europeus de veículos. A ACEA é uma instituição que trabalha para a 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/29 indústria automóvel na Europa, representando os fabricantes de veículos de passageiros, furgões e caminhões. Todos produzidos em fábricas na Europa. 5.2 LUBRIFICANTES Uma das atividades da ACEA é a definição das especificações para os óleos de motores. Essa classificação é específica para os aditivos, já a viscosidade ainda fica definida pela SAE. A classificação utiliza letras que definem os combustíveis, os motores e os veículos e uma sequência numérica que indica a evolução por ano. A atualização ocorre em alguns anos, levando sempre à evolução dos motores e dos lubrificantes. A ACEA estabelece os padrões, e os fabricantes de óleo desenvolvem os produtos e solicitam aprovação da organização. Figura 6 – Lubrificante automotivo de baixa viscosidade sintético SAE 5W30, API SN e ACEA A3 Crédito: Maxx-Studio/Shutterstock. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/29 Em alguns lubrificantes a classificação ACEA fica identificada atrás da embalagem, depende do fabricante. 5.3 LETRAS (CLASSIFICAÇÃO) A classificação ACEA é feita com letras que definem a utilização do veículo (categoria): A/B – Motores a gasolina e Diesel de veículos leves. Importante observar que na Europa um veículo leve de determinado fabricante tem versões a gasolina e diesel. Na tabela da ACEA o diesel de veículos leves ficou com a denominação de “ligeiro”. C – São os lubrificantes utilizados e compatíveis com os mais modernos sistemas de catalisadores (sistemas de pós-tratamento de gases de escape), tanto para gasolina (catalisador de três vias) quanto para o Diesel (DPF / Filtro Particulado Diesel). E – Motores a diesel pesados (caminhões). Quadro 1 – Classificação ACEA 2008 GASOLINA A1 – A3 – A5 DIESEL LIGEIRO B2 – B3 – B4 – B5 GASOLINA/DIESEL/DPF C1 – C2 – C3 – C4 DIESEL PESADO E2 – E3 – E4 – E5 – E6 – E7 – E9 Fonte: Silva, 2020. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/29 Quando se fala em catalisadores, a questão principal é reduzir emissões de poluentes. Então, como a normas europeias são muitos exigentes com relação às emissões veiculares, os lubrificantes também tiveram que entrar nesse processo, por conta das novas exigências dos motores. Observação: após a queima do combustível, os motores dos automóveis produzem gases prejudiciais à saúde, tais como monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio (NO e NO2). Já outros gases emitidos não são tóxicos como nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2) e o vapor de água (H20). O objetivo usando o catalisador é reduzir ao máximo a emissão dos gases tóxicos e deixar apenas os que não agridem o meio ambiente. O catalisador é composto de vários materiais, como cobertura metálica e miolo (colmeia) com cerâmica, ródio e platina. Quando os gases passam por ele sofrem uma reação com os metais nobres do catalisador e o resultado são somente gases não tóxicos e que não poluem o meio ambiente. 5.4 LETRAS E NÚMEROS (CLASSIFICAÇÃO) 5.4.1 VEÍCULOS LEVES MOVIDOS A GASOLINA E DIESEL A1 / B1 – Lubrificante para motores a gasolina e diesel de veículos leves com tecnologia de baixo atrito, usando óleos de baixa viscosidade. A3 / B3 – Lubrificante para uso em motores de alto desempenho a gasolina e diesel de veículos leves, com intervalos de troca de óleo maior. São 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/29 lubrificantes de baixa viscosidade e para condições severas de uso. A3 / B4 – Lubrificante para uso em motores de alto desempenho a gasolina e diesel de injeção direta de combustível. A5 / B5 – Lubrificante específico para uso em motores a gasolina de alto desempenho com intervalos de troca de óleo maiores. Utilizam lubrificantes de baixa viscosidade. 5.4.2 VEÍCULOS LEVES MOVIDOS A GASOLINA E DIESEL COM PÓS-TRATAMENTO DOS GASES DE ESCAPE C1, C2, C3, C4 e C5 – Lubrificante compatível com DPF, para uso em veículos (leves de passageiros e comerciais) de alto desempenho. Para motores a gasolina ou diesel que requerem lubrificantes de baixo atrito, baixa viscosidade e mantendo a economia de combustível. Cada número representa uma evolução. 5.4.3 MOTORES A DIESEL PESADOS E4 – Lubrificante estável, que mantém o grau de viscosidade. Proporciona limpeza dos pistões, além do desgaste e da formação de depósitos. É recomendado para motores a diesel que cumpram as exigências de emissão de gases Euro I, Euro II e Euro III. E6 e E7 – Mesmas características do anterior, mas também usado em sistemas com DPF e atende a norma Euro IV. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/29 E9 – Lubrificante recomendado para motores Diesel que cumpram as exigências de emissão de gases Euro I, Euro II, Euro III, Euro IV e Euro V. Sendo utilizado em condições severas e exigentes, com maior intervalos de troca de óleo. É adequado para motores com ou sem filtro de partículas Diesel (DPF). Conclusão: a norma ACEA foi criada especificamente para os lubrificantes, no início dos anos 1990, pois havia um desejo dos países europeus quanto à redução doconsumo do petróleo, começando pelos combustíveis. Tudo começou com novos projetos de motores e a utilização de lubrificantes menos viscosos. FINALIZANDO Nesta aula abordamos vários temas relacionados aos lubrificantes automotivos, tais como os óleos minerais, semissintéticos e sintéticos, os aditivos que são utilizados, informações sobre utilização e aplicação dos produtos, além da classificação de lubrificantes europeia ACEA. 21/04/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/29
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