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1 
 
Global academy 
Curso de Processamento mineral 
Modulo I 
Mineralogia
1
 
 
 
 
1
 Boa parte do matéria vem do material do geólogo Goba 
Por Reginaldo Hermenegildo Feijão 
NB: caso descorde com qualquer coisa organizadamente 
procure fontes confiável e apresente para possibilitar uma 
discussão academicamente saudável. 
Não tenha receio de apontar erros autográficos, gramaticais. 
Lembre-se só assim que podemos melhorar ou acertar. 
Qualquer opinião é bem-vinda. Quando diz-se qualquer por que 
refere-se qualquer 
2 
 
MINERALOGIA 
Mineralogia: deriva da palavra latina MINERA (mina, jazigo de minério). 
Deu origem ao adjetivo e substantivo português MINERAL, acrescido do sufixo Grego LOGIA 
(ciência, estudo). 
A Mineralogia é a ciência que trata do estudo dos minerais, que são recursos naturais 
utilizados desde os primórdios da história da humanidade, sendo importantes no 
desenvolvimento tecnológico dos dias actuais e para o futuro. 
A Mineralogia define-se como o ramo das Ciências Geológicas que se dedica ao estudo dos 
minerais, através das suas propriedades, composição, estrutura, gênese e modos de 
ocorrência. 
Dedica-se ao estudo não somente dos minerais úteis, ou com importância econômica 
(minérios), 
Também faz o estudo das formas cristalinas e das propriedades físicas, químicas e estruturais 
dos minerais. 
Centra-se também na relação entre as formas cristalinas e as propriedades, lugares de origem 
e associações mais características , a partir de todos estes elementos procurar reconstituir a 
sua gênese. 
DIVISÕES DA MINERALOGIA 
A Mineralogia divide-se em duas partes principais que são: Mineralogia geral e Mineralogia 
Descritiva. 
Mineralogia Geral: a parte da Mineralogia que se ocupa do estudo das propriedades dos 
minerais, em geral e da sua génese. 
Na Mineralogia Geral, podem ainda considerar-se vários ramos: Mineralogia Física, 
Mineralogia Química, Mineralogia Morfológica, Mineralogia óptica e Minerogenia. 
Mineralogia Física: que se dedica ao estuda das propriedades físicas dos minerais. 
Mineralogia Química: que se ocupa da composição química e das propriedades químicas dos 
minerais. 
Mineralogia Morfológica: que visa o estudo dos carácteres morfológicos dos minerais. 
Mineralogia óptica: que se ocupa do estudo e interpretação das propriedades ópticas dos 
minerais. 
Minerogenia: que investiga a génese e modos de ocorrência dos minerais. 
Mineralogia Descritiva: parte da mineralogia que faz o estudo descritivo e sistemático das 
diferentes espécies de minerais, tendo em consideração as suas características cristalográficas, 
composição química e estrutura cristalina, associações mais frequentes, aplicações e principais 
ocorrências. 
3 
 
O físico e engenheiro de minas George Bauer (conhecido pelo seu nome latinizado Georgious 
Agricola): em 1556, publica um trabalho com uma descrição detalhada das práticas mineiras 
da altura e uma definição das propriedades físicas dos minerais. 
MINERAL 
Mineral é um termo que compreende elementos ou compostos químicos, sólidos e 
homogéneos, com uma composição química bem definida ou variando dentro de certos limites, 
e arranjo atômico interno ordenado, formados naturalmente como resultado de processos 
geológicos inorgânicos, na Terra ou em corpos extraterrestres. 
Os minerais podem ser constituídos por um único elemento químico, tais como o ouro nativo 
(Au), o cobre nativo (Cu), o enxofre (S). 
Entretanto devido à tendência que os elementos químicos mais abundantes do Universo têm de 
se combinarem entre si, a maioria dos minerais são compostos formados por dois ou mais 
elementos, alguns com composições químicas mais simples, como pirite (FeS2) e quartzo (SiO2) 
e outros com mais complexas, tais como Vesuvianite [Ca10(Mg,Fe)2Al4Si9O34(OH)4] e 
Vinogradovite: (Na,Ca,K)4Ti4AlSi6O23(OH).2H2O. 
 Exemplo de minerais: 
 
 
Para a uma melhor clareza do significado da palavra mineral vamos fazer uma 
análise sobre os seguintes termos: 
 O termo sólido excluiu, obviamente, líquidos e gases. Nos sólidos, há uma 
posição fixa para os átomos. Assim, o gelo (H2O) dos glaciares é um mineral, 
mas já não é a água líquida (H2O). Do mesmo modo, o mercúrio que ocorre 
na forma de gotas líquidas em jazigos de mercúrio, deve ser excluído da 
noção de mineral, pela definição. Contudo, na classificação de substâncias 
naturais, são consideradas como mineralóides. 
 
 O termo homogéneo, significa que um mineral mantém a mesma 
composição por todo seu volume independentemente do local amostrado. 
 
 
 O termo ocorrência natural, indica que um mineral deve ter sido formado 
por processos naturais. Essa especificação serve para diferenciá-los 
4 
 
daqueles minerais feitos em laboratório (Sintéticos). Os laboratórios 
industriais e de pesquisa produzem equivalentes de substâncias de 
ocorrência natural, incluindo gemas como a esmeralda, o rubi e o diamante. 
Se os minerais sintetizados em laboratório em grandes quantidades para fins comerciais, 
também têm similares de ocorrência natural, eles são referidos pelos seus nomes 
mineralógicos e qualificados pelo termo sintético. Por ex: esmeralda sintética. Muitos dos 
estudos sobre minerais fazem-se em minerais sintéticos. Ex: a substância química CaSO4 
ocorre na natureza sob a forma do mineral anidrite, mas se a mesma for preparada em 
laboratório e não em quantidade industriais, é denominada apenas por sulfato de cálcio. 
 O termo composição química bem definida ou variando dentro de 
certos limites, isto significa que embora haja minerais, como por ex: o 
quartzo (SiO2), pelo facto de não conter outros elementos que não seja o 
silicio e o oxigênio na sua fórmula química, então diz-se que possui uma 
composição química bem definida. 
A maior parte dos minerais, contudo, não possui essa composição química bem definida, e 
a quantidade de elementos químicos pode variar amplamente, mas dentro de certos 
limites, por ex: o mineral dolomite CaMg(CO3)2 nem sempre contém apenas Ca e Mg. Pode 
conter Fe e Mn em substituição parcial do Mg, então diz-se que a composição da dolomite 
varia dentro de certos limites. Assim, a fórmula da dolomite poderia escrever-se como Ca 
(Mg, Fe, Mn)(CO3)2. 
 O termo arranjo atômico interno ordenado 
indica uma estrutura interna de átomos (ou iões) arranjados em um padrão 
geométrico regular e repetitivo. Como esse critério é atribuído aos sólidos 
cristalinos, os minerais são cristalinos. 
 Quando os sólidos são desprovidos de 
arranjo interno ordenado dos átomos 
constituintes são designados por não 
cristalinos ou amorfos tais como, por ex: 
obsidiana, opala, etc. 
Em alguns casos, a forma cristalina de um 
mineral pode ser destruída por elementos 
radioativos nele contidos. O zircão (ZrSiO4), 
um sólido bem ordenado, pode tornar-se 
amorfo depois que elementos radioativos (por ex: U ou Th) hospedados 
dentro de sua estrutura desintegram-se. A liberação de energia radioativos 
pode danificar a estrutura cristalina e levar à perda da sua ordem atômica 
interna. 
 
 O termo processos inorgânicos, não permite incluir no domínio da 
Mineralogia, minerais biogénicos (formados por organismos), tais como a 
aragonite da concha dos moluscos, e outros que podem ser precipitados por 
organismos, como a opala (SiO2.nH2O). Substâncias de natureza orgânica 
não podem ser incluídas como minerais. Exemplo: o petróleo, o carvão e o 
asfalto, referidos como combustíveis minerais. 
5 
 
FORMAÇÃO DE MINERAIS 
Actualmente existem cerca de 4.714 espécies de minerais catalogadas pela Associação 
International de Mineralogica. Destes, talvez 150 possam ser chamados "comuns“, outros 50 
são "ocasionais," e os restantes são "raros" ou "extremamente raros“. 
Os minerais podem se formar como produtos de: cristalização, a partir de líquidos magmáticos 
ou soluções termais, pela recristalização em estadosólido e ainda, como produto de reacções 
químicas entre sólidos e líquido. 
ORIGEM DOS NOMES DE MINERAIS 
Tipicamente dá-se o nome de um mineral de acordo com: o nome da pessoa que primeiro o 
descobriu e descreveu as suas propriedades; a região ou localidade onde foi descoberto; a sua 
composição química; e as suas propriedades. 
a) De acordo com o nome da pessoa que primeiro o descobriu: 
Sillimanite, Al2SiO5, em alusão ao professor Benjamin Silliman [1779-1864], da Universidade 
de Yale (EUA). 
Vinogradovite: (Na,Ca,K)4Ti4AlSi6O23(OH).2H2O em homenagem ao Russo Aleksander 
Pavlovich Vinogradov [1895-1975]. 
Goethite: α-Fe3+O(OH) - em homenagem ao Alemão Johann W. Von Goethe [1749-1832]; 
b) De acordo com a região ou localidade onde foi descoberto: 
Vesuvianite: Ca10(Mg,Fe)2Al4Si9O34(OH)4 provém do Monte Vesúvio na Itália. 
Topázio: Al2SiO4(F,OH)2 provém da Ilha de Topasos no Mar Vermelho 
d) De acordo com as suas propriedades 
• Azurite: Cu3(CO3)2(OH)2 – Em alusão à cor (azul). 
• Magnetite: Fe3O4 – Em alusão as suas propriedades magnéticas. • Estaurolite: 
(Fe,Mg)2Al9O6[SiO4]4(O,OH)2 do grego stauros ("cruz"), pois apresenta cristais tipicamente 
cruzados (maclas). 
• Albite: NaAlSi3O8 do latim albus ("branco"), em alusão a sua cor branca. 
MINERALÓIDES 
Substâncias sólidas, naturais, formadas por processos inorgânicos, que não possuem arranjo 
atômico interno ordenado, isto é, partículas sem distribuição regular no espaço. Possuem todas 
as características dos minerais, porém não têm estrutura interna ordenada (amorfo). 
Exemplos: temos a opala (SiO2·nH2O) sílica amorfa, vidro vulcânico (obsidiana), minerais de U 
e Th, o zircão (ZrSiO4), onde a cristalinidade original é destruída pela radiação de elementos 
radioactivos presentes na estrutura original. 
6 
 
 
CRISTAL 
É um sólido homogéneo na qual as partículas constituintes estão agregadas 
regularmente, criando uma estrutura cristalina que, sob condições favoráveis de 
formação, pode manifestar-se externamente por superfícies limitantes planas e 
lisas (faces). As faces do cristal representam expressão do arranjo interno regular 
dos iões ou átomos constituintes. 
 
 
Sempre que a cristalização se der em condições geológicas ideais, a estrutura 
atómica de um mineral se apresenta com uma forma geométrica externa, com o 
aparecimento de faces arestas e vértices naturais. Nessa situação a amostra do 
mineral será chamada também de cristal. 
• O desenvolvimento e aparecimento de faces nos cristais, pode ser tal que dê 
origem a cristais totalmente limitados por faces nítidas e bem desenvolvidas 
(cristais euédricos) (fig. a). Ou esse desenvolvimento pode não ser tão bom e as 
faces serem imperfeitas (cristais subédricos) (fig. b), ou ainda aparecerem faces 
sem uma geometria nítida (cristais anédricos) (fig. c) 
 
 
As substâncias cristalinas podem ocorrer em agregados de grãos tão finos que a 
sua natureza cristalina só pode ser observada ao microscópio [substâncias 
microcristalinas (Fig. a)]. Ou pode acontecer que os agregados sejam tão finos onde 
7 
 
os grãos só podem ser identificados por raios-X, utiliza-se a designação de 
substâncias criptocristalinas (Fig. b). 
 
FACTORES QUE CONDICIONAM A CRISTALIZAÇÃO 
Os factores externos que condicionam a cristalização são: 
 Temperatura. 
 Tempo geológico. 
 Ambiente favorável (lento arrefecimento e meio calmo) e espaço disponível, 
leva à formação de cristais grandes e perfeitos. 
Os factores internos que condicionam a cristalização são: 
 Organização espacial da suas partículas. 
 As proporções em que partículas se encontram na rede. 
 As forças de ligação que mantêm uma partícula em torno das posições de 
equilíbrio. 
FORÇAS DE LIGAÇÃO NOS CRISTAIS 
Os átomos que constituem os minerais se mantêm unidos na estrutura cristalina 
por meio de ligações químicas, que são forças de atração que mantém as partículas 
unidas em torno das suas posições de equilíbrio dentro da mesma. Os tipos de 
ligação são: Ligação iônica; Ligação covalente; Ligação metálica e Ligação de 
Van Der Waals. 
Ligação Iónica 
Uma ligação iónica pode ser definida como a atracção entre iões de cargas opostas. 
Estas ligações são o resultado da troca de electrões entre um átomo de um metal 
(formando um catião) e um átomo de um não-metal (formando um anião). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os 
cris
8 
 
tais com ligações iónicas têm dureza e peso específico moderados, pontos de fusão 
relativamente elevados e são maus condutores de electricidade e de calor. 
• São maus condutores eléctricos devido à estabilidade dos iões que não ganham nem 
perdem electrões com facilidade. 
Ligação Covalente 
As ligações covalentes são ligações químicas que resultam da partilha de electrões 
entre átomos. 
Resulta da ligação, compartilhamento, de electrões entre núcleos positivos. 
 
 
As ligações covalentes constituem o tipo de ligação química mais forte. 
Os minerais com ligações covalentes são caracterizados por pontos de fusão 
elevados, grande estabilidade, insolubilidade e não são condutores de 
electricidade, tanto no estado sólido em solução. 
Ligação Metálica 
Os electrões não estão ligados a qualquer núcleo atómico, podendo transitar 
livremente. A ligação metálica é caracterizada pela mobilização de eletrões na 
massa de iões positivos. 
Exemplo os metais nativos: Au, Ag, Pt e Cu. 
Os minerais com ligação metálica são de dureza, pontos de 
fusão e ebulição relativamente baixos; Condutibilidades 
elétrica e térmica elevadas; Apresentam propriedades 
como plasticidade, tenacidade, ductibilidade; 
• Conduz eletricidade isto significa que os electrões 
podem mover-se livremente, com grande rapidez, através 
da estrutura. 
Ligação Van Der Waals 
Ligação fraca que une moléculas e unidades planares de 
um cristal devido a presença de pequenas cargas 
residuais. Exemplo: grafite. 
Os minerais com ligação van der waals são de dureza 
baixa; Desenvolvem planos de clivagem; Baixíssima 
resistência mecânica entre os planos de ligação. 
9 
 
Rocha 
Rocha é um agregado sólido que ocorre naturalmente e é constituído por um ou 
mais espécies minerais, resultante de processos geológicos. 
As rochas formadas por apenas um tipo de mineral, denominam-se 
monominerálicas (fig.1), como o mármore, composto unicamente por calcite. Já 
as formadas por espécies diferentes de minerais, são denominadas por 
pluriminerálicas (fig.2), como o granito, constituído por vários minerais tais 
como o quartzo, feldspatos, micas, entre outros. As rochas constituem parte 
essencial da crusta terrestre, por isso, ocorrem em extensões consideráveis 
podendo, na maioria das vezes, serem representadas em mapas geológicos e são 
nitidamente individualizadas, porque nelas os minerais se agregam obedecendo as 
leis físicas, químicas ou físico químicas, dependendo das condições de formação. As 
rochas podem ser identificadas pelo tipo de mineral que as integra: 
Minerais Essenciais (Principais): são aqueles minerais que definem, classificam 
e caracterizam uma rocha. Exemplo o granito que é constituído pelo quartzo, micas 
e feldspatos. 
Minerais Acessórios: são os minerais que definem características tecnológicas e 
económicas de uma rocha. Revelam condições especiais de cristalização e são 
grupos de minerais que participam nas rochas como elementos menores ou traços. 
Minerais secundários: aparecem na rocha depois de sua formação, ou seja, são 
formados da alteração de outros minerais. 
 
 
ESTRUTURAS CRISTALINAS 
Estrutura Cristalina é o padrão geométrico segundo o qual os átomos, iões ou 
moléculas dos elementos químicos assumem num sólido cristalino (mineral). 
Resulta da forma como estão espacialmente ordenados os átomos, iões ou 
moléculas que o constituem. 
Estrutura cristalina = Rede + Base. 
Rede: é a estrutura geométrica e Base: é a distribuição dos átomos em cada ponto 
da rede. 
10 
 
 
Exemplo: estrutura cristalinado mineral halite (NaCl). 
 
As superfícies planas de um cristal são manifestações externas da estrutura 
cristalina ou dos arranjos estruturais internos. Exemplos: mineral fluorite, halite e 
calcite. 
Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos e amorfos de acordo 
com a regularidade com que os átomos ou moléculas se dispõem em relação à seus 
vizinhos no espaço. 
Materiais sólidos cristalinos (a): são 
caracterizados por possuírem uma 
estrutura ordenada como consequência de 
arranjos regulares de átomos que estão 
dispostos em posições fixas no espaço. 
Neles, os átomos, as moléculas ou iões que 
os constituem estão arranjados de uma 
forma periódica em três dimensões. 
Um material sólido cristalino 
(mineral) é composto por um arranjo 
ordenado de atomos quimicamente 
ligados entre si para formar uma 
estrutura cristalina particular, onde 
esferas sólidas com diâmetros 
definidos representam os átomos em 
que os vizinhos mais próximos se 
tocam entre si. 
11 
 
 
 
Um material sólido cristalino (mineral) é composto por um arranjo ordenado de 
atomos quimicamente ligados entre si para formar uma estrutura cristalina 
particular, onde esferas sólidas com diâmetros definidos representam os átomos 
em que os vizinhos mais próximos se tocam entre si. 
Materiais sólidos amorfos ou não-cristalinos (b) são aqueles no qual os átomos 
ou moléculas que que a constituem não possuem estrutura atômica ordenada e 
regular, embora possam apresentar alguma ordenação de curto alcance. No 
entanto, sua estrutura não é de facto organizada. 
 
 
Por apresentarem o arranjo atômico ordenado que implica na existência de uma 
estrutura interna, onde os átomos ou iões estão dispostos em um padrão 
geométrico regular. E devido a estreita relação existente entre composição química 
e estrutura cristalina, muitos minerais apresentam propriedades importantes tais 
como: polimorfismo, isomorfismo, pseudomorfismo, solução sólida e diadoquia. 
 
Polimorfismo: verifica-se quando os minerais têm a mesma composição química, 
mas estruturas cristalinas diferentes. 
12 
 
 
 
Isomorfismo: verifica-se quando os minerais têm a mesma estrutura cristalina, 
mas composições químicas diferentes. 
É o que se passa com o mineral halite (NaCl) e galena (PbS), por exemplo, são 
isomorfas porque o arranjo de Pb e S na galena é idêntico ao do Na e Cl na halite. 
Os minerais são diferentes em muitas propriedades físicas e químicas, mas a sua 
estrutura reflecte-se numa simetria idêntica. O mesmo que acontece com uraninite 
(UO2) e a fluorite (CaF2) ambas têm uma rede cúbica, em que os átomos de U e Ca 
ocupam os mesmos lugares. 
 
Pseudomorfismo: é o processo pelo qual um mineral se transforma em outro 
mineral, preservando porém a forma externa do mineral original porque os 
átomos do mineral original vão sendo progressivamente substituídos por átomos 
doutro mineral. 
Nesse processo o mineral original altera não só a estrutura cristalina, como 
também, normalmente, a sua composição química. O mineral neoformado, com a 
forma do mineral original, é denominado de pseudomorfo. 
Desta forma, um pseudomorfo é um mineral que por substituição ou incrustação 
ou alteração, mostra forma externa de outra espécie mineral. 
13 
 
SISTEMAS CRISTALINOS 
Sistema Cristalino é a denominação dada ao conjunto de propriedades (formas 
geométricas definidas) que resultam da forma como estão espacialmente 
ordenados os átomos ou as moléculas que constituem cada mineral. 
Existem somente sete arranjos que estas formas geométricas definidas podem 
representar as estruturas de todas as substâncias cristalinas conhecidas, 
denominados sistemas cristalinos. 
Estes sistemas cristalinos, incluem todas as possíveis geometrias de divisão do 
espaço por superfícies planas contínuas, e são sete, nomeadamente: cúbico ou 
isométrico, tetragonal, ortorrômbico, trigonal ou romboédrico, hexagonal, 
monoclínico e triclínico. 
 
Na determinação de 
um mineral é 
importante 
identificar o seu 
sistema cristalino 
pois, uma espécie 
mineralógica, com 
raras excepções, 
cristaliza em um 
único sistema. 
Cada mineral se 
desenvolve sempre 
segundo um dos 
sete sistemas 
cristalinos. 
PROPRIEDADES DOS MINERAIS 
Os minerais podem ser identificados de forma relativamente simples, com base nas 
suas propriedades (físicas, ópticas, morfológicas, magnéticas e eléctricas). 
Essas propriedades dos minerais são o resultado directo da sua estrutura cristalina 
(o arranjo estrutural) e da composição química. 
A composição química e o arranjo estrutural das partículas constituintes dos 
minerais são próprias de cada mineral, em função disso, vai apresentar suas 
propriedades específicas. 
As propriedades dos minerais podem ser examinadas com auxílio de instrumentos 
simples, tais como lupa, canivete, agulha, imã, porcelana, placa de vidro, HCl, etc, 
que são importantes instrumentos para a identificação rápida de minerais. 
É possível fazer a observação de algumas dessas propriedades no campo, enquanto 
que outras devem ser realizadas em laboratório, como mostra a figura , a seguir. 
14 
 
 
 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS 
Clivagem 
É um rompimento regular de um 
mineral por aplicação de uma força 
mecânica segundo determinados 
planos relacionados com a sua 
estrutura cristalina, com direcções 
bem definidas e constantes. Os planos, 
segundo os quais a clivagem ocorre, 
designam-se de planos de clivagem. 
Estes correspondem a zonas de 
fraqueza (forças de ligação são fracas) 
na estrutura cristalina do mineral. 
Todo plano de clivagem é paralelo a 
uma face do cristal ou a uma face possível do cristal. 
 
 
15 
 
Tipos de Clivagem 
a) Proeminente (excelente): a ruptura dá-se facilmente segundo superfícies 
completamente planas que se separam com leves pressões. Raramente os minerais 
clivam de outro modo. Exemplo: Micas. 
b) Perfeita (boa): a ruptura ocorre segundo superfícies de clivagem bem 
definidas, podendo também ocorrer segundo outros tipos de superfícies formando 
degraus. Ex: Calcite. 
 
 Mica Calcite 
 
c) Distinta (regular): a ruptura ocorre segundo superfícies planas 
escalonadas iguais e desiguais. Exemplo: Horneblenda. 
d) Indistinta ou Imperfeita (má): a ruptura não ocorre 
preferencialmente segundo superfícies de clivagem; embora estas 
estejam presentes, são de difícil identificação (as superfícies de 
clivagem são irregulares). Exemplo: Berílio. 
e) Clivagem ausente: não apresenta plano de clivagem. Exemplo: 
quartzo. 
 
 Berílio quartzo 
 
Fractura 
É o rompimento irregular dum mineral, sem se traduzir ao longo dos planos de 
clivagem ou outras orientações de fragilidade determinadas pela estrutura 
cristalina. Os minerais apresentam estilos de fracturas característicos ex: 
Fractura Conchoidal: quando o mineral se rompe segundo superfícies curvas, lisas 
e brilhantes, semelhantes a superfície interna de uma concha. Ex: Quartzo; 
16 
 
Fractura Esquirolosa: quando o mineral apresenta esquírolas pontiagudas, à 
semelhança da madeira quando se parte. Exemplo: anfíbolas; 
 
 Anfibola 
 
Fractura Fibrosa: quando o mineral se rompe formando estilhaços ou 
fibras. Ex: Crocidolite. 
Fractura Irregular: quando o mineral se rompe formando superfícies 
rugosas e irregulares. Ex: Magnetite e Pirite. 
Fractura serrilhada: quando o mineral se rompe segundo uma 
superfície irregulares semelhantes aos dentes de uma serra (bordas 
cortantes). Ex: cobre. 
 
 Crocidolite Magnetite PiriteCobre 
Dureza 
Corresponde à resistência que um mineral apresenta ao ser riscado por outro 
mineral ou por determinado objecto. O grau de dureza é determinado comparando 
a facilidade ou dificuldade com que um mineral é riscado por outro ou por um 
objecto de dureza conhecida. 
O mineralogista Alemão Friedrich Mohs (1812) seleccionou um conjunto de 10 
minerais, numerados de 1 a 10, por ordem crescente de dureza, e estabeleceu uma 
escala de dureza, conhecida por escala de Mohs que permite medir as durezas dos 
diferentes minerais existentes na crusta terrestre. 
17 
 
 
 
Ha 4 situações a ter em conta quando comparamos a dureza de dois minerais: 
Se um mineral A riscar o mineral B, então significa que o mineral A é mais duro que 
o mineral B ou seja um mineral de dureza superior risca o de dureza inferior. 
Se o mineral A não riscar o mineral B, então significa que o mineral B é mais duro 
que o mineral A ou seja um mineral de dureza inferior não risca o de dureza 
superior. 
Se dois minerais (A e B) se tiverem a mesma dureza, então significa que riscam-se 
mutuamente e de maneira fraca. 
Se um mineral A for riscado por um outro mineral B, e o mesmo mineral (A) não 
for riscado por um outro mineral C, então significa que a dureza do mineral A está 
entre o mineral C e o mineral B. 
Alguns objectos de dureza conhecida podem ser utilizados em testes realizados, no 
campo ou laboratório tais como: unha, agulha ou moeda de cobre, prego, aço de 
canivete, vidro e porcelana. Ou seja a unha humana consegue riscar minerais de 
dureza até 2.5; Moeda de cobre risca até 3.5; Canivete risca até 5.5; Vidro risca até 
6.5; Porcelana risca até 7 e minerais de dureza superior se não for possível riscar 
por nenhuma das formas referidas anteriormente (8, 9 e 10) que cortam o vidro. 
 
 
18 
 
Tenacidade 
É a resistência que um mineral oferece à quebra, esmagamento, dobramento 
ou rompimento. Trata-se de uma propriedade diretamente 
relacionada com a coesão interna do mineral. De acordo com o 
seu comportamento os minerais 
podem ser classificados de: 
Quebradiço: mineral que se quebra 
e reduz-se facilmente a pó quando 
submetido ao impacto. Ex: Calcite, 
Quartzo. 
 
Maleável: é uma propriedade que 
confere ao mineral a característica de ser 
amassado e transformado em lâminas 
sem que este se rompa. Ex: Ouro, Prata 
e Cobre. 
 
 
 
Séctil: é uma propriedade que confere ao mineral a característica ser cortado em 
lâminas. Ex: Ouro, Gesso. 
Dúctil: é uma propriedade que confere ao mineral a característica ser modelado 
em arame sem se romper. Ex: Ouro, Prata e Cobre. 
Flexível: mineral que pode ser dobrado, mas que não retoma a sua forma original 
quando a tensão é retirada. Ex: Talco. 
Elástico: mineral que pode ser dobrado, e que retoma a sua forma original quando 
a tensão é retirada. Ex: Micas. 
 
Densidade 
Absoluta: é a massa por unidade de volume (g/cm3). Depende: da massa atómica dos 
principais elementos químicos do mineral; da distância interiônica: quanto menor a 
distância entre os iões, maior a densidade do mineral; e do ambiente de formação do 
mineral. Ex: CaCO3: d = 2,95g/cm3; Cerussite (PbCO3): d = 6,55g/cm3. 
 ouro cobre 
Calcite 
Quartzo 
19 
 
Relativa: é a relação entre a densidade absoluta de um material e a densidade absoluta 
de uma substância estabelecida como padrão. O padrão usualmente escolhido é a 
densidade absoluta da água (1g/cm³) a 4ºC. Assim, um mineral de densidade 2 g/cm³ é 
duas vezes mais pesado que a água. Depende: da natureza dos átomo ou iões que o 
constituem; da forma como os átomos ou iões estão empacotados na estrutura atómica. 
PROPRIEDADES ÓPTICAS 
Brilho 
É a capacidade de reflexão da luz incidente sobre a superfície do mineral. É uma 
propriedade “superficial” do mineral, por isso deve ser determinada numa 
superfície fresca, não oxidada. O brilho é independente da cor. Distinguem-se duas 
categorias de brilho quanto à qualidade da luz reflectida: METÁLICO E NÃO-
METÁLICO. 
Brilho metálico: ocorrendo apenas nos minerais não-transparentes, característico 
dos minerais opacos, ou quase opacos, e que têm a aparência brilhante de um 
metal. As superfícies destes minerais são bastante reflectoras. Ex: Galena, Pirite e 
Calcopirite. 
 
Brilho não-metálico: característico de substâncias transparentes ou translúcidas 
e sem a aparência brilhante de um metal. No brilho não-metálico incluem-se, entre 
outros, os seguintes tipos de brilho: Vítreo, Resinoso, Nacarado, Gorduroso, Sedoso 
e adamantino. 
Vítreo: aparência do brilho de vidro. Ex: Quartzo. 
Resinoso: aparência do brilho de resina. Ex: Esfalarite (ZnS). 
Nacarado: aparência similar ao de uma pérola. Ex: Talco. 
 
 Quartzo Esfalarite Talco 
20 
 
Gorduroso: aparenta uma superfície coberta por uma camada de óleo, geralmente 
originada por rugosidades microscópicas na superfície do mineral. Ex: quartzo 
róseo. 
Sedoso: semelhante ao da seda, resultado de um agregado paralelo de fibras finas 
(minerais fibrosos). Ex: Gesso. 
Adamantino: brilho semelhante ao do diamante. Ex: Diamante. 
Cor 
É a capacidade de absorção selectiva da luz que é refletida ou transmitida pelo 
mineral. A cor de um mineral deve ser observada numa superfície de fractura 
recente e não exposta ao ar senão transforma-se formando películas de alteração. 
Para alguns minerais a cor é diagnóstica na sua identificação. Exemplo: o verde da 
malaquite Cu2CO3(OH)2, o azul da azurite Cu3(CO3)2(OH)2, o vermelho do cinábrio 
(HgS), o amarelo do enxofre (S). 
Porém, para a grande maioria dos minerais a cor é a propriedade que mais pode 
variar e, não pode ser considerada por si só como diagnóstica. 
A cor depende de vários factores: da composição química; da estrutura cristalina; 
do tipo de ligações químicas; e da presença de impurezas. 
Quanto a cor os minerais se dividem em idiocromáticos e Alocromáticos. 
Idiocromáticos: são aqueles que apresentam sempre a mesma cor dentro da 
mesma espécie mineral. Nestes minerais a cor é fruto de elementos químicos 
presentes na sua composição química. Possuem na sua composição química 
elemento cromóforo como constituinte principal. Exemplo: enxofre (amarelo), 
malaquite (verde), azurite (azul), etc. 
 
Alocromáticos: são aqueles que apresentam cor variável dentro da mesma 
espécie mineral em função da presença de impurezas na estrutura cristalina ou por 
21 
 
causas de natureza física (ex: temperatura). Tais impurezas são responsáveis pela 
absorção da luz e pela alteração nas cores refletidas. 
A maioria dos minerais alocromáticos são incolores quando puros, como é o caso 
do berílio, a entrada do Fe como impureza pode dar origem à cor amarela ou azul, 
a entrada do Mn à cor rosa ou vermelha e a entrada do Cr e do V à cor verde. 
Quartzo verde devido a inclusões de mica verde. 
Ex: de minerais alocromáticos: Quartzo, Calcite, Berílio, etc. 
 
Diafaneidade 
É a capacidade ou a propriedade dos minerais de permitirem a passagem de luz (se 
deixar atravessar pela luz). A diafaneidade depende da espessura e da cor do 
objecto, bem como da intensidade da luz que o penetra. Quanto à diafaneidade os 
minerais podem ser: Transparentes, Translúcidos e Opacos. 
 Opaco 
 Transparente 
 
 Translucido 
 
 
 
Transparentes: são aqueles minerais que transmitem a luz muito bem, isto é, 
quando um objecto é perfeitamente vistoatravés de um mineral a olho nu. 
Incolores os objectos são visíveis através deles não perdendo os seus contornos 
nem a cor (ex: gesso). Coloridos os objectos são visíveis nos seus contornos, mas 
modificados na cor (ex: Esmeralda). 
 
 
Berílio 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
Translúcidos: quando os minerais se deixam atravessar parcialmente pela luz e os 
objectos não são claramente visíveis através deles, como os feldspatos ou 
esfalarite. 
 Opacos: quando os minerais não se deixam atravessar pela luz, mesmo em lâminas 
muito finas, como a galena e a pirite. 
 
 
 
 
 
 
Risca ou traço 
Corresponde à cor que o mineral apresenta quando é reduzido a pó. 
Enquanto as cores dos minerais da mesma especie podem ser muito 
variáveis, as cores dos traços das mesmas são sempre constantes. 
23 
 
Para se determinar essa cor, risca-se com o 
mineral a superfície despolida de uma placa 
de porcelana (aplicável para minerais com 
dureza inferior à da porcelana (=7), como 
mostra a figura a seguir. 
Para minerais com dureza superior a da 
porcelana (7), reduz-se a pó uma pequena 
amostra do mineral em estudo, com um martelo ou outro objecto que 
possa ser usado com os mesmos fins. 
Depois, passando o dedo no pó da amostra e, de seguida, na porcelana, 
pode determinar-se a cor da risca. 
 
 
 
Luminescência 
Luminescência: refere-se à emissão temporária da luz e com determinada 
coloração apresentado por certos minerais quando estimulados por uma fonte de 
calor, electricidade, radioactividade, electromagnética ou outras formas de energia 
abaixo do ponto de incandescência. 
Tipos de luminescência 
 Fluorescência, Fosforescência, Termoluminescência e Triboluminescência. 
Fluorescência é a luminosidade emitida por um mineral quando está sob a acção 
de uma radiação invisível, como raios X ou luz ultravioleta. A emissão luminosa ou 
luminescência, ocorre apenas durante o período de incidência da fonte de luz 
sobre o mineral. Esta denominação provém da Fluorite (fig. Abaixo) onde se 
verificou inicialmente esta propriedade. 
 
 
24 
 
Exemplo de 
fluorescência de 
laranja a rosa para o 
mineral calcite (CaCO3) 
(a) e verde para o 
mineral Willemite 
(Zn2SiO4) (b) figuras ao 
lado. 
A fluorescência é útil, 
na geologia, de duas maneiras. A primeira é mais usual na identificação de 
minerais, utiliza-se principalmente a luz ultravioleta de comprimento de onda 
longo, fornecida por lanternas como a figura abaixo 
 
A outra aplicação da fluorescência é na prospecção mineral. Uma área onde se 
suspeita haver minerais de valor econômico que se sabe serem fluorescentes é 
percorrida à noite com uma lâmpada (mineralight) de luz ultravioleta. Quando ela 
incide sobre os minerais procurados, eles ficam iluminados. 
Em alguns casos depois de removida a fonte de 
radiação invisível (fonte da luz sobre o mineral), a luminescência persiste ainda 
por algum tempo, que pode ser de apenas alguns segundos, neste caso diz-se que o 
mineral é Fosforescente. Ex: Calcite costuma ter fosforescência em cor de laranja a 
rosa. 
 
Termoluminescência é a emissão da luz através do aquecimento do mineral 
abaixo do ponto de incandescência. A calcite, apatite, escapolite, fluorite e certos 
feldspatos são termoluminescentes. A termoluminescência é, geralmente, mais 
forte entre os 50 e os 100ºC e cessa acima dos 475ºC. 
Através da comparação da intensidade de radiação nuclear (raio excitante) com a 
da termoluminescência recuperada, pode-se determinar a idade do último evento 
térmico (aquecimento) do mineral, assim sendo eficiente para datação (medir a 
idade da rocha ou mineral). 
Triboluminescência é a emissão da luz de alguns minerais quando estes são 
sujeitos a pressão ou quando são esmagados, riscados ou esfregados. Exemplos de 
minerais: fluorite, calcite, esfalarite e lepidolite. 
 
25 
 
PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS 
Hábito 
Hábito é a forma geométrica externa desenvolvida pelo crescimento de cristais, 
individualmente ou em agregados cristalinos, mais fácil de ser observada quando 
os minerais crescem em condições geológicas ideais. 
Por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares (achatados); como 
agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como 
grãos sem uma forma definida. 
O hábito depende da forma e velocidade de crescimento do mineral que por sua 
vez são influenciadas pela temperatura, pressão, presença de impurezas, do 
ambiente em que o mineral se forma. 
 
O hábito de um mineral pode ser: 
a) Prismático: os cristais são frequentemente constituídos por prismas (ou 
combinações de mais de um prisma). 
Exemplo: apatite (a) e quartzo (b). 
 
(a) (b) 
 
 
 
 
 
b) Laminares: cristais alongados e achatados, formados por placas finas. Exemplo: 
Micas. 
c) Fibrosos: agregados cristalinos em fibras como alguns silicatos. Exemplo: 
crocidolite. 
d) Aciculares: estruturas cristalinas pouco espessas na forma de agulhas. 
Exemplo: camerolaite. 
e) Coloidais: estruturas compactas que parecem ser formadas a partir da 
deposição de colóides. Exemplo: malaquite. 
 
 
26 
 
f) Dendrítico: grupo de cristais com aspectos arborescentes. Exemplo: ouro. 
g) Druseiforme: superfícies planas ou convexas cobertas uma capa delgada de 
pequenos cristais que crescem sobres as paredes das cavidades. Exemplo: quartzo 
amestita. 
 h) Geódico: conjunto de cristais revestidos por uma cavidade. Exemplo: quartzo 
amestita. 
i)Maciços: agregados de minerais compactos, sem formas particulares ou feições 
especiais. Exemplo: rodonite. 
 
 
k) Globular: agregados de cristais, formando pequenas superfícies esféricas ou 
semi-esféricas. Ex: rodocrosite. 
l) Botrioidal: formas globulares assemelhando-se a um cacho de uvas. Exemplos: 
malaquite e pirolusite. 
m) Granular: agregado simplesmente composto por grãos sem nenhuma forma ou 
tamanho específico. Ex: almandina. 
n) Estalactite: agregados em cilindros ou cones pendentes (como por exemplo em 
cavernas). Ex: malaquite. 
 
 
PROPRIEDADES ELÉCTRICAS 
Condutividade Eléctrica é a grandeza que exprime a capacidade que os minerais 
têm de conduzirem a corrente eléctrica. 
A condução de corrente eléctrica em minerais é controlada pelo tipo de ligação 
existente em sua estrutura cristalina. 
Minerais com ligações metálicas, como os metais nativos (ex: o cobre dos cabos), 
são excelentes condutores porque os electrões podem migrar livremente através 
da estrutura cristalina. 
Minerais com ligações covalentes/iónicas são maus condutores (isoladores) 
exemplo de moscovite. 
As substâncias cristalinas com condutividade intermédia entre os condutores e os 
isoladores são designadas por semicondutores. Ex: alguns sulfuretos. 
 
27 
 
Piezoelectricidade é a capacidade que alguns minerais têm em desenvolverem 
um campo eléctrico na sua superfície quando são sujeitos à tensão ao longo de 
determinadas direcções. 
Minerais comuns piezoeléctricos são: o quartzo (SiO2), a turmalina 
[NaFe3Al6(BO3)3Si6O18(OH)4] e o topázio [Al2SiO4(F,OH)]. A Turmalina possui essa 
propriedade, sendo usada em aferidores de pressão. A placa de quartzo é usada 
para controlar a frequência e o comprimento da onda em aparelhos eletrônicos e 
rádios. 
Piroelectricidade é a capacidade que alguns minerais têm de gerarem 
temporariamente um campo eléctrico quando são submetidos ao calor. Exemplo 
de mineral piroeléctrico: a turmalina [NaFe3Al6(BO3)3Si6O18(OH)4]. 
 
PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 
Quando colocados num campo magnético, os minerais podem ou não adquirir 
propriedades magnéticas. Em outras palavras, eles concentram ou não, no seu 
interior, as linhas de força do campo magnético em que se situam. 
O magnetismo corresponde à capacidade que alguns minerais têm de apresentar 
propriedades magnéticas, isto é, exercendo atracção sobre pequenos fragmentos 
metálicos. 
 Minerais 
magnéticos: são 
aqueles minerais 
que em no seu 
estado natural são 
atraídospor um 
imã, normalmente 
ocorrem em 
rochas ígneas e 
metamórficas. 
• Quanto ao seu 
comportamento 
num campo magnético, os 
minerais são classificados como: 
Diamagnéticos, Paramagnéticos e Ferromagnéticos. 
 
Minerais Ferromagnéticos: são aqueles minerais que 
apresentam a propriedade de serem atraídos por um imã. 
Dentre os minerais comuns na natureza, apenas magnetite 
(Fe3O4) e pirrotite (FeS) apresentam esta propriedade. 
 
Minerais Paramagnéticos: são minerais que são 
fracamente atraídos pelo campo magnético (ímã comum). 
Exemplo: hematite (Fe2O3). 
Minerais Diamagnéticos: são minerais que não são atraídos 
pelo campo magnético (ímã comum). Exemplo: calcite, 
plagioclase, quartzo. 
 
28 
 
CLASSIFICAÇAO DOS MINERAIS 
A composição química é base da classificação dos minerais desde o século XIX. 
Com base nesta classificação os minerais são divididos em classes dependendo do 
anião ou grupo aniónico dominante, por exemplo: classe dos óxidos, hidróxidos, 
halogenetos, carbonatos, boratos, nitratos, silicatos, etc.). Há várias razões para 
que este critério seja uma base válida para a classificação dos minerais. 
 Primeiro, os minerais que contêm o mesmo anião ou grupo aniónico 
dominante na sua composição química têm muito mais semelhanças entre 
si do que aqueles compartilhados por minerais que tenham o mesmo catião 
dominante. Assim, os carbonatos (grupo aniónico CO32-) se assemelham uns 
aos outros mais estreitamente do que minerais de cobre. 
 Segundo, os minerais com o mesmo anião ou grupo aniónico têm tendência 
a ocorrerem, no mesmo ambiente geológico ou em ambientes geológicos 
semelhantes. Assim, os sulfetos ocorrem em associações mútuas em 
depósitos de veio, enquanto os silicatos compõem a grande maioria das 
rochas da crusta terrestre. 
 Terceiro, o esquema usado nesta classificação mineral está de acordo com a 
prática da química actual de numeração e classificação de compostos 
inorgânicos. 
Porém, já nos primórdios do estudo de minerais reconheceu-se que a composição 
química por si só não podia caracterizar um mineral adequadamente. 
É importante também considerar a estrutura cristalina porque estes juntos 
representam a essência de um mineral e determinam as suas propriedades. 
Tendo em conta a composição química os minerais são divididos em seguintes 
classes: 
♦Elementos nativos; 
 ♦ Sulfuretos; 
 ♦ Sulfossais; 
 ♦ Óxidos e Hidróxidos; 
 ♦ Halogêneos ou Halogenetos; 
 ♦ Carbonatos; 
 ♦ Nitratos; 
 ♦ Boratos; 
 ♦ Fosfatos; 
 ♦ Tungstatos ou Valframatos; 
 ♦ Silicatos. 
29 
 
Metais 
Os elementos nativos são minerais compostos puros e incluem nesta classe todos 
os elementos químicos que ocorrem na natureza em formas não combinadas e com 
características que permitem considera-los como espécies minerais. 
• Com a excepção dos gases livres da atmosfera, são encontrados 
aproximadamente 20 elementos no estado nativo. 
• Estes elementos podem ser divididos em: (1) metais; (2) semimetais; e (3) não 
metais. 
Metais: Os metais nativos mais comuns, os quais exibem estruturas muito simples, 
constituem três grupos: 
 Grupo de Ouro: ouro (Au); prata (Ag) e cobre (Cu); 
 Grupo da Platina: platina (Pt); irídio (Ir) e ósmio (Os); e 
 Grupo de Ferro: Fe (puro) e ligas naturais de Níquel-Ferro (Ni,Fe). 
 Semi-metais: Os semimetais nativos formam dois grupos iso-estruturais: 
 Grupo de Arsênio: arsênio (As), Antomônio (Sb) e bismuto (Bi) e 
 Grupo de Se (selênio) e Te (telúrio) são menos comuns. 
Não-metais: Os não metais mais importantes são o enxofre (S) e o carbono (C), sob 
a forma de diamante e grafite. 
Metais Nativos 
Grupo de Ouro: é composto por ouro (Au); prata (Ag) e cobre (Cu), que pertencem 
à mesma família na tabela periódica e, portanto, têm propriedades químicas 
semelhante tais como: são suficientemente inertes para ocorrerem livres na 
natureza; quando não combinados com outros elementos, os átomos são unidos 
em estruturas cristalinas por uma ligação metálica. 
 As propriedades semelhantes dos membros deste grupo surgem da 
estrutura comum deles: todos têm baixa dureza, são maleáveis, dúcteis e 
sécteis; todos são excelentes condutores de calor e electricidade, exibem 
brilho metálico e têm pontos de fusão bastante baixos. Estas propriedades 
são devido a ligação metálica. 
 Diferentes propriedades exibidas pelos minerais deste grupo provêm das 
propriedades atómicas dos elementos que os constituem individualmente, 
tais como, o amarelo do ouro, o vermelho do cobre e o branco da prata. 
30 
 
 
Descrição do Mineral Ouro 
Sistema Cristalino: Cúbico ou Isométrico. 
Composição química: Au; normalmente ocorrem outros metais misturados, como 
Ag, Cu e Fe, entre outros. 
Propriedades 
Hábito: normalmente maciço; aparece na forma granular, dendrítica e raramente 
mostra forma de cristal (fig.c) e frequente na forma de pepitas (fig.b); 
Clivagem: Indistinta ou Imperfeita (má); 
Fractura: é do tipo esquírolas; 
Tenacidade: metal maleável e dúctil; 
Dureza: 2.5 - 3.0; 
Densidade: 19.3; 
Cor: amarela quando puro e mais claro quando misturado com prata; 
Risca: amarela; 
Brilho: metálico; e 
Diafaneidade: opaco. 
Utilização: a maior utilização é na joalharia; é usado para medalhas e moedas. 
Ocorrência: Origem primária em filões hidrotermais e em contato com depósitos 
metamórficos e pegmatíticos. Ocorre tembém em depósitos de placer, de origem 
secundária. Em Moçambique, o ouro ocorre nas Províncias de Manica, Tete e 
Niassa. A nível internacional ocorre na África do Sul, Rússia, China, Canadá, EUA e 
Brasil. 
Origem do nome: provém do Latim Aurum = ouro. 
 
Grupo da Platina: é composto por platina (Pt); irídio (Ir) e ósmio (Os). Apenas a 
platina é mais comum. Em termos de características são refratários (alta 
resistência térmica, química e mecânica), quimicamente inertes a elevadas 
31 
 
temperaturas, de dureza mais alta e ponto de fusão mais elevado do que os do 
grupo do ouro. 
 
Descrição do Mineral Platina 
Sistema Cristalino: Cúbico ou Isométrico. 
Composição química: Pt (fig.a); normalmente ocorre misturado com algumas % 
de ferro. Também apresenta-se ligado com cobre, ouro e níquel. 
Propriedades 
Hábito: granular; 
Clivagem: ausente; 
Fractura: irregular; rugosa; 
Tenacidade: maleável e dúctil; 
Dureza: 4.0 - 4.5; 
Densidade: 21.45 (quando puro); 
Cor: Cinzento esbranquiçado de aço, cinzento-escuro; 
Risca: branco acinzentada; 
Brilho: metálico; e 
Diafaneidade: opaco. 
Utilização: como catalisador na produção de ácido nítrico, na proteção de cascos 
de navios, fabricação de fibras sintéticas. 
Ocorrência: aparece como mineral primário em rochas básicas a ultrabásicas 
(dunitos, piroxenitos, gabros). A nível internacional ocorre na Colômbia, Canadá, 
África do Sul, Estados Unidos, etc. 
 
Grupo do Ferro: os minerais significativos no grupo do ferro são o Fe puro que 
raramente ocorre na superfície da terra e as ligas naturais de Níquel-Ferro (Ni,Fe), 
que são Kamacite com < 5.5% de Ni e Taenite com 27% a 65% de Ni, encontrados 
somente em meteoritos e, provavelmente no núcleo da terra. 
Exemplo de Minerais do Grupo do Ferro 
32 
 
 
Exemplo de minerais do grupo de Ferro - (b) Meteorito de Edmonton (Kentucky, EUA); (c) Grânulos negros de 
ferro dispersos em rocha. 
Descrição do Mineral Ferro-Níquel 
Sistema Cristalino: Cúbico ou Isométrico 
Composição química: Fe, com % variáveis de Ni. Na (fig.b), as lamelas claras têm 
pequenas % de Ni (<5.5%), ao passo que nas escuras há uma % de Ni que varia de 
27-65, como ilustra a (fig.c). 
Propriedades: 
Hábito: maciço; raramente em cristais; 
Clivagem: perfeita; 
Fractura: irregular; 
Tenacidade: maleável; 
Dureza: 4.5; 
Densidade: 7.3-7.9; 
Cor: cinzento de aço a preto; 
Risca: preto; 
Brilho: metálico; e 
Diafaneidade:opaco. 
Utilização: não tem utilização prática, a não ser para estudos científicos sobre a 
Terra e o Universo. 
Ocorrência: Ocorre na Gronelândia e no Oregon (EUA). Contudo, é muito comum 
em meteoritos que caíram em vários pontos do planeta. 
Semi-Metais Nativos 
Os semi-metais nativos compreendem o arsênio (As), Antimônio (Sb) e bismuto 
(Bi) que normalmente são agrupados sob a designação de grupo do arsênio e o 
selênio (Se) e telúrio (Te) que são os menos comuns. 
• Os semi-metais nativos não são comuns na crusta terrestre. Os membros deste 
grupo têm propriedades físicas similares, tais como desenvolvem uma clivagem 
basal e possuem baixa tenacidade e simetria. 
• Também são bastante frágeis e piores condutores de calor e de electricidade do 
que os metais nativos. Estas propriedades reflectem um tipo de ligação 
intermediária entre metálica e covalente. 
33 
 
 
Descrição do Mineral Arsénio 
Sistema Cristalino: Trigonal. 
Composição química: As; muitas vezes encontra-se associado com antimônio e 
traços de ferro, prata e bismuto. 
Propriedades: 
Hábito: normalmente maciço; granular; 
Clivagem: perfeita; 
Fractura: irregular; 
Tenacidade: quebradiço; 
Dureza: 3.5; 
Densidade: 5.7; 
Cor: branca; cinzento escuro; 
Risca: cinzenta; 
Brilho: sub-metálico a metálico; e 
Diafaneidade: transparente, translúcido e opaco. 
Utilização: na medicina, como insecticidas, na pigmentação. 
Ocorrência: Chile, Filipinas, Roménia e Brazil. 
Não Metais Nativos 
Os não metais nativos compreendem o enxofre (S) e o carbono (C), sob a forma de 
diamante e grafite. 
Em termos de características apresentam: brilho não metálico; condutividade 
eléctrica e térmica muito baixa; baixa densidade; e não são maleáveis. 
Cristalizam-se em seguintes sistemas: o S é ortorrômbico, com ligação van der 
Walls; o diamante é cúbico, com ligações covalentes e a grafite é hexagonal, com 
ligação van der Walls. 
 
34 
 
Descrição do Mineral Diamante 
Sistema Cristalino: Cúbico ou Isométrico. 
Composição química: carbono (C) puro. 
Propriedades: 
Hábito: granular; 
Clivagem: perfeita; 
Fractura: conchoidal; 
Tenacidade: quebradiço; 
Dureza: 10; 
Densidade: 3.52; 
Cor: branca, cinzenta e preta; 
Risca: branca; 
Brilho: adamantino; e 
Diafaneidade: transparente a translúcido. 
Utilização: as variedades transparentes são usadas em joalharia; as variedades 
pretas e cinzentas são utilizadas como diamantes industriais como abrasivos e 
instrumentos de corte. 
Ocorrência: em Moçambique, é muitíssimo raro, tendo sido encontrados em 
alguns aluviões do Rio dos Elefantes (Gaza) e no Niassa. E agora ha indícios de 
ocorrência em Manica. A nível internacional, na RSA, nos EUA, na Namíbia, 
Botswana, Angola, Gana, Serra Leoa, RD Congo, China, Venezuela, Brasil. 
Origem do nome: do Grego adams = invencível. 
Classe dos Sulfuretos 
São os minerais que originam-se pela combinação na estrutura do enxofre (S) com 
os elementos metálicos (exemplo: Covelite: CuS) ou elementos semi-metálicos 
(exemplo: Bismitinite : Bi2S3). 
Se estão presentes, tanto o metal assim como o semi-metal, este (semi-metal) 
desempenha um papel mais ou menos igual a do enxofre na rede cristalina, como 
por exemplo o mineral arsenopirite (FeAsS). 
Os sulfuretos originam-se através de cristalização dos magmas com H2S na fase 
fluida; originam-se também da desgaseificação dos magmas em profundidades e 
no fundo oceânico; também podem formar-se na superfície terrestre desde que o 
ambiente seja redutor (anóxico), através da putrefacção da matéria orgânica. 
Muitos sulfuretos têm ligação iónica, ao passo que outros, exibindo as 
propriedades dos metais têm ligação metálica. Em geral, os sulfuretos metálicos 
são condutores de electricidade. 
Exemplos de minerais Sulfuretos: Argentite: Ag2S; Bornite: Cu5FeS4; Realgar: As4S4; 
Galena: PbS; Calcopirite: CuFeS2; Bismutinite: Bi2S3; Esfalarite: ZnS; Pirite: FeS2; 
Molibdenite: MoS2; Asenopirite: FeAsS; Covelite: CuS; Calcocite: Cu2S; Antiminite: 
Sb2S3 e Cobaltite: (Co,Fe)AsS. 
35 
 
 
 
Descrição do Mineral Pirite 
Sistema Cristalino: Cúbico ou Isométrico. 
Composição química: Sulfureto de Ferro – FeS2. 
Propriedades: 
Hábito: frequentemente em cristais cúbicos (fig.d); comum na forma maciça; 
Propriedades: 
Clivagem: imperfeita; 
Fractura: conchoidal; 
Tenacidade: quebradiço; 
Dureza: 6.0 - 6.5; 
Densidade: 4.9 - 5.02; 
Cor: amarelo pálido; 
Risca: preta esverdeada a acastanhada; 
Brilho: metálico; e 
Diafaneidade: opaco. 
Utilização: a pirite é muitas vezes minerada para a extracção de ouro e cobre com 
ela associados; é uma fonte de enxofre; para o fabrico de ácido sulfúrico. 
Ocorrência: em Moçambique, a pirite não ocorre como jazigo, mas está presente 
na maioria das rochas nas regiões centro (Tete e Manica) e norte (Nampula) do 
país. Os grandes jazigos mundiais de pirite encontram-se em Portugal, Espanha. 
Origem do nome: do Grego pyros = fogo, por causa das faíscas que lança quando 
percutido por ferro. 
Classe dos Sulfossais 
• Originam-se pela combinação na rede cristalina do enxofre (S) com os elementos 
metálicos e elementos semi-metálicos (exemplo: Cu3AsS4: Enargite). 
• O mineral enargite Cu3AsS4 pode ser escrito da seguinte maneira 3Cu2S.As2S5 e 
nestas condições, podem ser considerados sulfuretos duplos. 
• Nos sulfossais, os semi-metais desempenham um papel mais ou menos igual ao 
dos metais, na estrutura. 
• Exemplo de minerais da classe dos Sulfossais: Tetraedrite: (Cu,Fe,Zn,Ag)12Sb4S13; 
Enargite: Cu3AsS4; Bournonite: PbCuSbS3; Jamesonite: Pb4FeSb6S14; Polibasite: 
Ag16Sb2S11; Estefanite: Ag5SbS4; Pirargirite: Ag3SbS3 e Proustite: Ag3AsS3. 
36 
 
 
Descrição do Mineral Jamesonite 
Sistema Cristalino: Monoclínico. 
Composição química: é um sulfureto de chumbo, ferro e antimónio – Pb4FeSb6S14. 
Propriedades: 
Hábito: Acicular (cristais finos com aparência de uma pena). Também pode ser 
fibroso e maciço compacto; 
Clivagem: Distinta (regular); 
Fractura: irregular; 
Tenacidade: quebradiço; 
Dureza: 2.5; 
Densidade: 5.5 - 6.0; 
Cor: cinzento – preto; 
Risca: cinzeto – preto; 
Brilho: metálico; e 
Diafaneidade: opaco. 
Utilização: Um minério de chumbo de importância reduzida. 
Ocorrência: A jamesonite ocorre associada com outros sulfossais de chumbo, com 
galena e esfalarite. A nível mundial pode ser encontrado na Inglaterra, 
Checoslováquia, Bolívia e Estados Unidos. 
Origem do nome: Em honra ao mineralogista, Robert Jameson (1774-1854). 
Classe dos Óxidos 
• Nesta classe o anião dominante é o oxigênio( O)que combina com um ou mais 
metais. Apresentam predominância de ligações iónicas; dureza elevada (6 – 9); 
estrutura muito estável; pouco solúveis; 
• Maior parte possui cores escuras; elevado ponto de fusão; maior densidade 
relativa, e geralmente ocorrem como minerais acessório nas rochas ígneas e 
metamórficas. 
Os óxidos podem simples e múltiplos: 
• Óxidos simples: surgem pela combinação de um metal X e um oxigénio e 
apresentam as seguintes estruturas: 
X2O: Cuprite (Cu2O); 
XO2: Grupo do Rutílo: Rutilo: TiO2; Uraninite: UO2; Pirolusite: MnO2 e Cassiterite: 
SnO2; 
XO: Zincite: ZnO; e 
X2O3: Grupo de Hematite: Corindo: Al2O3; Hematite: Fe2O3 e Ilmenite: FeTiO3; 
• Óxidos múltiplos: surgem pela combinação de metais X, Y e um oxigénio e 
apresentam a seguinte estrutura: 
XY2O4: Grupo do Espinélio: Espinélio (MgAl2O4); Gahnite (ZnAl2O4); Magnetite 
(Fe3O4); Cromite (FeCr2O4); Crisoberilio (BeAl2O4). 
37 
 
• Salientar que o gelo dos calotes polares ou icebergs, forma sólida de água é um 
óxido, onde o arranjo ordenado das moléculas de água persiste, em parte, até 40C 
acima do ponto de fusão e a partir daí, a estrutura relativamente aberta do gelo 
torna-se instável e contrai-se em um arranjo mais compacto e desordenado. 
• O quartzo que constitui o óxido mais abundante na natureza com a fórmula SiO2, 
será tratado na classe dos silicatos, por ter uma estrutura maispróxima destes. 
O Quartzo (Sio2) e Gelo (H2O) são óxidos minerais deste grupo? 
Classe dos Hidróxidos 
• Caracterizam-se pela presença do grupo hidroxilo (OH-), como anião dominante 
ou moléculas de água. Apresentam ligações van der waals; dureza fraca; estrutura 
instável; cores claras; baixa densidade relativa e ocorrem como minerais 
secundários resultantes da alteração ou meteorização das rochas. 
• Exemplo de hidróxidos mais importantes: Brucite: Mg(OH)2; Gibbsite: Al(OH)3; 
Manganite: MnO(OH); Boemite: AlO(OH); Goethite: FeO(OH); Limonite: 
FeO(OH).nH2O. 
 
Classe dos Halogenetos 
• Os Halogenetos caracterizam-se pela predominância dos aniões Cl-, Br-, F- e I- na 
sua estrutura. 
• Estes aniões são grandes e facilmente polarizáveis e quando se combinam com 
catiões maiores e pouco polarizáveis como os metais alcalinos (Na, K e Ca), ambos 
se comportam como se fossem corpos perfeitamente esféricos, o que conduz a uma 
estrutura com alta simetria e uma ligação iónica pura, o que confere os minerais 
resultantes as seguintes propriedades: 
38 
 
• Uma dureza relativamente baixa; pontos de fusão moderados a altos; Maus 
condutores de calor e electricidade no estado sólido. Exemplo de minerais: halite, 
silvite e fluorite. 
• Quando os aniões halogênicos se combinam com catiões menores e facilmente 
polarizáveis, resulta em uma estrutura com uma simetria mais baixa e a ligação 
tem propriedades algo mais covalentes. 
Em tais estruturas, a água e a hidroxila entram normalmente como constituintes 
essenciais. Exemplo de minerais: atacamite e carnalite. 
Exemplo de minerais pertencentes a classe dos Halogenetos: Halite: NaCl; Silvite: 
KCl; Fluorite: CaF2; Cerargirite: AgCl; Criolite: Na3AlF6; Atacamite: Cu2(OH)3Cl; 
Carnalite: KMgCl3.6H2O. 
 
 
Classe dos Carbonatos 
Os carbonatos constituem uma classe de minerais que apresentam na sua 
estrutura o grupo aniónico CO32-. Neste grupo aniónico (CO32-), a ligação C-O é 
forte e de natureza covalente. 
Os minerais carbonatos apresentam dureza baixa (facilmente são riscados pelo aço 
de canivete) e densidade também baixa. Soluções sólidas nos grupos isoestruturais 
desta classe de minerais são comuns, daí que são freqüentes composições 
envolvendo os catiõe bivalentes Ca, Mg, Fe, Mn, Sr, Ba, Zn e Pb. 
O radical carbonato (CO32-) na presença do ião hidrogénio (H+), torna-se instável e 
decompõe-se, gerando água (H2O) e a unidade química estável (CO2), pela seguinte 
reacção química: 
 
• Esta instabilidade manifestada pela efervescência quando são atacados por 
ácidos (HCl) é causa de ensaios amplamente usados para os minerais da classe 
carbonatos. 
39 
 
• Os minerais da classe dos carbonatos podem ser anidros e hidratados. Os 
carbonatos anidros formam os grupos da calcite, aragonite e dolomite enquanto 
que os hidratados são pelos minerais malaquite e azurite. 
• Grupo dos carbonatos anidros 
Grupo da Calcite: Calcite: CaCO3; Magnesite: MgCO3; Rodocrosite: MnCO3; Siderite: 
FeCO3 e Smithsonite: ZnCO3; 
Grupo da Aragonite: Aragonite: CaCO3; Witherite: BaCO3; Estroncianite: SrCO3 e 
Cerussite: PbCO3; 
Grupo da Dolomite: Dolomite: (Ca,Mg)(CO3)2 e Ankerite: (Ca,Fe)(CO3)2; 
• Os carbonatos Hidratados são representados pelos seguintes minerais: 
Malaquite: Cu2CO3(OH)2 e Azurite: Cu2(CO3)2(OH)2. 
• Os carbonatos anidros importantes pertencem aos dois grupos isoestruturais, o 
da calcite e o da aragonite. Fora dos minerais destes grupos, os únicos carbonatos 
de importância são os carbonatos básicos de cobre, a azurite e a malaquite. 
 
Classe dos Nitratos 
• Os Nitratos são minerais que têm o grupo aniónico NO3-. 
• São estruturalmente similares aos carbonatos, com grupo o aniónico NO3- 
semelhante ao grupo CO32-, onde a força de ligação entre N-O, nos nitratos é maior 
do que qualquer outra força de ligação possível na estrutura que se compara com a 
força de ligação entre C-O, nos carbonatos. 
• Os minerais desta classe são muito raros, com a excepção da Nitratina (NaNO3) e 
do Nitro (KNO3). 
 
Classe dos Boratos 
• Os boratos constituem uma classe de minerais que possuem propriedades 
cristaloquímicas similares às da classe dos silicatos, pois da mesma forma como os 
40 
 
silicatos são capazes de polimerizar-se, formando cadeias, camadas ou grupos 
múltiplos isolados, por isso são de grande interesse para os mineralogistas. 
• Isto deve-se ao facto do ião (boro) B3+, muito pequeno, coordenar três 
(oxigénios) O= em sua configuração estável, formando o grupo aniónico [BO3]-3. 
• A maior parte dos boratos comuns são constituídos na sua estrutura por cadeias 
de triângulos BO3, onde todos os três oxigénios são compartilhados e essas cadeias 
são separadas por camadas de moléculas de água e unidas pelos catiões Na+ ou 
Ca+2, resultando em minerais de baixa simetria, moles e bastante solúveis. 
• Dentro do grupo aniônico, apresentam ligações covalentes e entre estes grupos 
aniônicos e os metais (Catões), apresentam ligações iônicas. 
• Os minerais da classe dos boratos podem ser anidro, tal como a Boracite: 
(Mg3B7O13Cl) e hidratados, tais como o Bórax: (Na2B4O7.10H2O), Colemanite: 
(Ca2B6O11.5H2O); Ulexite: (NaCaB3O.H2O) e Kernite: (Na2B4O7.4H2O). 
 
Classe dos Fosfatos 
• Os fosfatos constituem classe de minerais que na sua estrutura contém o grupo 
aniónico (PO4)3-, como unidade fundamental. 
• Os minerais que constituem esta classe são: Monazite: (Ce,La,Y,Th)PO4; Apatite: 
Ca5(F,Cl,OH)(PO4)3; Ambligonite: LiAlFPO4; Lazulite: MgAl2(OH)2(PO4)2; Vivianite: 
Fe3(PO4)2.8H2O; Trifilite: LiFePO4; Piromorfite: Pb3Cl(PO4)3; Lazulite: 
MgAl2(OH)2(PO4)2; Wavellite: Al3(OH)3(PO4)2.5H2O; Turquesa: 
CuAl6(PO4)4(OH)8.12H2O; Autunite: Ca2(UO2)2(PO4)2.10-12(H2O). 
 
Classe dos Sulfatos 
• Os minerais desta classe apresentam o grupo aniónico SO42- na sua estrutura, que 
constitui a unidade fundamental. 
• Este grupo de minerais pode conter água ou não, ou o grupo (OH) na sua 
estrutura, sendo assim são classificados em sulfatos hidratados, básicos e anidros. 
41 
 
• São pouco densos quando na sua constituição entra o ião hidroxilo (OH) ou a 
água (H2O) e caracterizam-se, em parte, pela sua solubilidade em água. 
• Muitos resultam da alteração dos sulfuretos ocorrida na superficíe ou próximo da 
superfície, outros resultam de precipitação nas águas marinhas e lagos, outros 
ainda são resultantes da actividade vulcânica. 
Os sulfatos anidros mais importantes e conhecidos formam o grupo da barite. Os 
minerais que constituem este grupo são: Barite: (BaSO4); Celestite: (SrSO4); 
Anglesite: (PbSO4) e Anidrite: (CaSO4), que possuem praticamente a mesma 
estrutura. Ainda nos sulfatos anidros temos o mineral Glauberite: Na2Ca(SO4)2. 
• Os minerais que constituem os sulfatos básicos e hidratados são: Gesso: 
CaSO4.2H2O; Alunite: KAl3(OH)6(SO4)2; Antlerite: Cu3(OH)4SO4; Calcantite: 
CuSO4.5H2O e Epsomite: MgSO4.7H2O. 
• Entre os sulfatos hidratados, o gesso é o mais importante e mais abundante. A sua 
clivagem é perfeita e a sua estrutura consiste em camadas do grupo aniónico 
sulfato (SO4)2- fortemente ligados ao cálcio (Ca2+), separadas por moléculas de 
água. 
• A perda de moléculas de água faz com que a estrutura entre em colapso, tomando 
a configuração da anidrite, com a diminuição de volume e perda da perfeição na 
clivagem. 
 
Classe dos Tungstatos ou Volframatos 
• Os tungstatos constituem a classe de minerais que apresentam a sua estrutura o 
grupo aniónico WO42-, que constitui a unidade básica. 
• Os minerais desta classe química distribuem-se em dois principais grupos 
isoestruturais. 
• O grupo da Volframite, representado pelo mineral Volframite: (Fe,Mn)WO4, 
abrange todos os termos de uma série de misturas isomórficas de tungstato de 
magnésio: Hubnerite: (MnWO4) e tungstato de ferro: Ferberite: (FeWO4). 
• O grupo da Scheelite, 
é representado pelo 
mineral Scheelite: 
(CaWO4) e Stolzite: 
(PbWO4), que formam 
uma solução sólida 
com substituições 
mútuasde Ca e Pb. 
 
42 
 
O ciclo das rochas 
As rochas estão todas envolvidas num ciclo de transformação que se pode repetir 
indefinidamente. 
ciclo das rochas é um meio de visualizar a origem dos três tipos básicos de rochas e 
o modo como os vários processos geológicos transformam um tipo de rocha noutro 
diferente. O conceito do ciclo das rochas pode ser considerado como a base da 
geologia física. 
. 
 
O primeiro tipo de rochas, designadas como ígneas (formadas pelo fogo), origina-
se quando um material no estado líquido chamado magma arrefece e solidifica. 
Este processo chamado cristalização pode ocorrer muito abaixo da superfície da 
terra ou, no seguimento de uma erupção vulcânica, à superfície desta. Em 
profundidade o arrefecimento é normalmente lento enquanto que à superfície é 
rápido. As rochas ígneas resultantes têm assim características diferentes. 
Quando as rochas ígneas ficam expostas à superfície da terra podem sofrer 
processos de alteração e erosão que vão lentamente desagregando e decompondo 
as rochas. Os materiais resultantes podem ser transportados por vários meios 
(gravidade, água, glaciares, vento e ondas) constituindo os sedimentos. A partir do 
momento em que são depositados, normalmente em camadas horizontais (no 
oceano, por exemplo), irão sofrer um processo de litificação (conversão para 
rocha). Os sedimentos são litificados pela compactação resultante do peso das 
camadas superiores e pela cimentação resultante da precipitação de matéria 
mineral transportada pela água de percolação que preenche os poros. As rochas 
sedimentares resultantes encontram-se assim profundamente enterradas podendo 
43 
 
ser envolvidas em processos tectónicos de formação de montanhas ou ser 
submetidas a grandes pressões e temperaturas. As rochas sedimentares irão sofrer 
as consequências da sua alteração de ambiente e transformar-se em outros tipos 
de rochas (rochas metamórficas). Eventualmente as rochas metamórficas poderão 
ser submetidas a pressões e temperaturas ainda maiores, fundindo e constituindo 
outra vez magma fechando, assim, o ciclo das rochas. 
O percurso indicado pelo círculo não é necessariamente o percurso seguido na 
transformação das rochas em tipos diferentes. As rochas ígneas, antes de serem 
expostas a processos de erosão e alteração à superfície, podem ser submetidas a 
pressões e temperaturas em profundidades maiores e transformar-se em rochas 
metamórficas. Por outro lado, rochas metamórficas e sedimentares podem ser 
expostas à superfície a processos de erosão e transformar-se em sedimentos de 
onde podem resultar novas rochas sedimentares. 
Ao estudar as características dos três tipos de rochas é importante ter sempre em 
consideração o ciclo das rochas. Estas podem parecer que são grandes massas 
imutáveis quando na realidade não o são. As modificações demoram geralmente 
períodos de tempo que ultrapassam na maior parte dos casos a escala humana de 
tempo. 
Rochas ígneas 
As rochas ígneas formam-se quando o magma arrefece e cristaliza. Esta rocha 
fundida, com origem a profundidades até 200 km no interior da Terra, compõe-se 
de elementos encontrados nos minerais do tipo silicatos e de alguns gases, 
sobretudo vapor de água, todos confinados no magma pela pressão das rochas 
confinantes. Como a massa magmática é menos densa que os maciços de rochas 
circundantes força o seu movimento em direcção à superfície podendo escapar-se 
de modo violento produzindo uma erupção vulcânica (Figura abaixo). O material 
expelido durante uma erupção vulcânica pode ser acompanhado pela libertação de 
gases devido à diminuição de pressão à superfície originando explosões por vezes 
muito violentas. Acompanhando a projecção de blocos rochosos a erupção pode 
gerar o derrame de grandes quantidades de lava, cuja composição é semelhante à 
do magma mas sem a maior parte dos 
componentes gasosos. 
 
A rocha quanto solidificação da lava é 
classificada como extrusiva ou vulcânica, 
sendo o basalto o exemplo mais conhecido. 
Quando o magma não alcança a superfície pode 
eventualmente solidificar e cristalizar em 
profundidade, num processo bastante mais 
lento formando uma massa sólida de cristais 
imbricados entre si. As rochas ígneas 
produzidas deste modo são chamadas 
intrusivas ou plutónicas, das quais o granito 
é o exemplo mais abundante, e só aparecem à 
superfície após a actuação de movimentos 
tectónicos e a acção de processos de erosão das 
vulcão 
44 
 
camadas de rochas superiores. Quando a solidificação do magma se verifica em 
profundidades intermédias, 
formando filões, as rochas 
resultantes designam-se por 
hipoabissais (exemplo do 
dolerito). 
A velocidade do arrefecimento do 
magma vai originar cristais de 
diferentes tamanhos. Um 
arrefecimento lento produz 
cristais de grandes dimensões 
enquanto que um arrefecimento 
rápido irá originar uma massa 
rochosa formada por cristais de 
pequenas dimensões, por vezes 
impossíveis de observar sem 
meios de ampliação. Quando o 
arrefecimento é extremamente 
rápido não há formaçãode cristais 
formando-se uma matéria sólida sem estrutura cristalina (matéria amorfa). 
Textura e composição mineral 
Existe uma grande variedade de rochas ígneas que se diferenciam com base na sua 
textura e 
composição mineral. O termo textura, quando aplicado a rocha ígneas, é usado 
para descrever a aparência geral da rocha com base no tamanho e disposição dos 
seus cristais interligados. A textura é uma 
característica muito importante da rocha porque pode 
revelar informação qualitativa importante sobre o 
ambiente em que a rocha foi formada e sobre as suas 
propriedades, como por exemplo, a resistência e 
deformabilidade. 
Quando grandes massas de magma solidificam a 
grande profundidade formam-se rochas ígneas com 
uma textura de grãos grossos (Figura a). A sua 
aparência é de um agregado de cristais interligados 
com tamanho suficiente para serem identificados 
individualmente por simples observação (textura 
fanerítica). As rochas ígneas formadas à superfície ou 
em pequenas bolsas magmáticas a pouca 
profundidade têm um arrefecimento rápido 
originando uma textura de grãos finos por vezes 
impossíveis de diferenciar sem recorrer a observação 
microscópica (textura afanítica e Figura b). 
Para ter uma ideia das diferentes velocidades de 
arrefecimento do magma, uma rocha vulcânica pode 
formar-se em alguns minutos enquanto que uma 
rocha plutónica pode resultar do arrefecimento de 
uma grande massa de magma durante milhares de 
anos. 
Formação característica dos maciços graníticos 
45 
 
Nem todos os minerais componentes do magma cristalizam à mesma velocidade. 
Alguns podem já ter um certo tamanho quando outros iniciam a sua cristalização. 
Por exemplo quando o magma aflora à superfície pode já conter alguns cristais 
levando assim a massa ainda líquida a arrefecer mais rapidamente originando uma 
rocha com uma textura particular de cristais grandes envolvidos por uma matriz 
de cristais mais pequenos (textura porfirítica). 
Classificação das rochas ígneas 
As rochas ígneas são classificadas, ou agrupadas, com base na sua textura e 
composição mineral. As várias texturas ígneas resultam dos diferentes padrões de 
arrefecimento enquanto que a composição mineral de uma rocha ígnea depende 
dos componentes do magma inicial e do ambiente de cristalização. 
As rochas do lado direito da Tabela abaixo são compostas por determinados 
minerais cuja cristalização se dá em primeiro lugar. O seu alto conteúdo em ferro e 
magnésio faz com que tenham uma corescura e uma maior densidade que outras 
rochas. O basalto é a rocha ígnea extrusiva mais comum. 
No lado esquerdo da Tabela abaixo estão as rochas ígneas com minerais que são os 
últimos a cristalizar. O granito é a rocha ígnea intrusiva mais comum, em parte 
pela sua abundância e pelo seu uso generalizado na construção e decoração. O 
granito está geralmente associado aos processos tectónicos ligados à formação de 
montanhas. Por ser mais resistente à erosão ealteração que as outras rochas 
forma frequentemente o núcleo principal das cadeias montanhosas. 
É importante notar que duas rochas podem ter a mesma composição mineral mas 
texturas diferentes. 
O granito, rocha intrusiva de grão grosso, tem o seu equivalente vulcânico no 
riolito, rocha de grão 
muito fino. Existe uma grande variedade de rochas entre as de composição 
granítica e basáltica, das quais se referem alguns exemplos na Tabela abaixo. 
 
Rochas sedimentares 
Os materiais resultantes dos processos erosivos constituem a base para a formação 
das rochas sedimentares. A palavra sedimentar ilustra a natureza destas rochas 
uma vez que significa o resultado do processo de deposição dos sedimentos em 
46 
 
suspensão ou transportados por um fluido, normalmente a água. Os geólogos 
estimam que as rochas sedimentares constituem apenas 5% da camada exterior de 
16 km de espessura da Terra. No entanto a importância deste grupo de rochas é 
muito maior do que aquela que esta percentagem poderia indicar. A maioria de 
formações rochosas à superfície são de natureza sedimentar (cerca de 75%) o que 
está relacionado com o facto de os sedimentos se acumularem à superfície da terra 
(Figura 2.6). Como as rochas sedimentares têm a sua origem na deposição 
sucessiva de camadas horizontais de sedimentos apresentam-se normalmente em 
estratos cuja inclinação varia consoante a acção de movimentos tectónicos ao 
longo da vida geológica das formações. 
É de referir que muitas rochas sedimentares têm uma grande importância 
económica. O carvão, por exemplo, é classificado como uma rocha sedimentar. O 
petróleo e o gás natural são também encontrados em associação com outras rochas 
sedimentares tais como por exemplo o sal-gema. 
Litificação 
A litificação inclui os processos que transformam sedimentos não consolidados em 
rochas sedimentares sólidas. Um dos processos mais comuns é a compactação, ou seja a 
acção do peso das camadas de sedimentos suprajacentes. À medida que os sedimentos 
são comprimidos pelo peso das camadas superiores há uma redução considerável do 
volume dos poros. Com 
o peso de milhares de 
metros de outras 
camadas a actuar durante 
milhares de anos 
originam-se as rochas 
sedimentares dispostas 
em estratos 
originariamente 
horizontais. A 
compactação tem um 
efeito maior sobre 
sedimentos de partículas 
finas como as argilas 
originando, por exemplo, 
os xistos argilosos. 
Alguns maciços de 
rochas sedimentares 
podem apresentar 
estratificação entrecruzada resultante de períodos de sedimentação espaçados no tempo 
e de acidentes tectónicos (ex. falhas) (Figura abaixo). 
A cimentação constitui outro processo importante através do qual os sedimentos se 
transformam em rochas sedimentares. O material de cimentação pode ser transportado 
pela percolação de água através dos poros existentes entre as partículas dos sedimentos. 
Com o tempo, o cimento vai precipitando sobre os grãos preenchendo os vazios e 
criando ligações físicas entre as partículas. 
Calcite, sílica e óxido de ferro são alguns dos cimentos mais comuns. A identificação do 
tipo de cimento é relativamente fácil de fazer: a calcite reage com o ácido clorídrico, a 
sílica é o cimento mais duro e o óxido de ferro confere uma cor alaranjada ou vermelha 
à rocha. 
 Maciço de rochas sedimentares 
47 
 
Classificação das rochas sedimentares 
Os materiais que se acumulam como sedimentos têm duas origens principais. Os 
sedimentos podem ser acumulações de materiais resultantes dos processos 
erosivos e transportados na forma de partículas. As rochas sedimentares são neste 
caso chamadas de detríticas. O segundo grande grupo de origem dos sedimentos 
corresponde aos materiais produzidos por precipitação química, de origem 
inorgânica ou orgânica. São as chamadas rochas sedimentares químicas. 
Rochas sedimentares detríticas 
Embora exista uma grande variedade de minerais e fragmentos de rochas na 
composição das rochas detríticas os principais componentes são minerais de argila 
e quartzo. Os minerais de argila são o produto mais abundante resultante da 
alteração dos minerais do 
grupo dos silicatos, 
especialmente os 
feldspatos. Por outro lado 
o quartzo deve a sua 
grande abundância ao 
facto de ser muito 
resistente, tanto do ponto 
de vista mecânico como 
químico. 
O tamanho das partículas 
é a característica principal 
que permite distinguir os 
vários tipos de rochas 
sedimentares detríticas 
(Figura e Tabela abaixo). 
O tamanho das partículas 
de uma rocha detrítica 
pode ser usualmente 
correlacionado com a 
energia do meio de 
transporte dos 
sedimentos. As correntes 
de água e vento distribuem as partículas por tamanhos: quanto maior for a força 
da corrente maior será o tamanho das partículas. Os cascalhos são transportados 
por correntes de rios, ondas, deslizamentos de terrenos e glaciares. Uma menor 
energia é necessária para transportar as areias, nomeadamente correntes de água 
com menor velocidade e ventos (formação de dunas). Os siltes e areias depositam-
se de modo lento e as acumulações destes materiais estão normalmente associadas 
com águas paradas de lagos, lagoas, pântanos e ambientes marinhos profundos. 
 
Rochas sedimentares 
químicas 
Em contraste com as 
rochas detríticas, 
formadas a partir de 
(a) Conglomerado − Pudim; (b) Conglomerado − Brecha; (c). Arenito; (d). Xisto argiloso 
48 
 
grãos sólidos resultantes da erosão e alteração de rochas, os sedimentos de origem 
química resultam de materiais que são transportados em solução até lagos e 
mares. Estes materiais não permanecem em solução na água indefinidamente e 
acabam por sofrer uma precipitação depositando-se em sedimentos. Esta 
precipitação pode ter uma origem inorgânica mas também pode ser o resultado de 
processos orgânicos. Um exemplo de um depósito resultante de uma acção 
inorgânica é o sal após a evaporação da água marinha originando posteriormente o 
sal-gema (por exemplo). A acumulação de conchas, por vezes microscópicas, de 
animais é um exemplo de origem orgânica de sedimentos. 
O calcário é a rocha sedimentar química mais comum. É composta essencialmente 
pelo mineral calcite e pode ser formada por processos tanto inorgânicos como 
orgânicos, sendo estes últimos os mais comuns. A origem orgânica da maior parte 
dos calcários pode não ser tão evidente porque a maior parte das conchas sofre 
processos consideráveis de transformação antes de se constituírem em rochas. 
Rochas metamórficas 
Grandes áreas de rochas metamórficas estão expostas em todos os continentes em 
regiões relativamente planas conhecidas por escudos. Outras formações de rochas 
metamórficas constituem uma parte importante de muitas cadeias de montanhas. 
Mesmo o interior estável continental, geralmente coberto por rochas 
sedimentares, tem como base rochas metamórficas. Em todas estas formações as 
rochas metamórficas apresentam-se geralmente muito deformadas e com 
penetração de grandes massas ígneas (exemplo dos batólitos, principal formação 
dos granitos). De facto, partes significativas da crusta terrestre são compostas por 
rochas metamórficas associadas com rochas ígneas. 
O metamorfismo (mudança de forma) constitui a transformação de uma rocha 
preexistente, que pode ser ígnea, sedimentar ou mesmo metamórfica (Figura 2.2). 
Os agentes de transformação ou de metamorfismo incluem o calor, pressão e 
fluidos quimicamente activos, que produzem modificações de textura e 
composição mineral. O metamorfismo pode ocorrer com um grau de baixa 
intensidade fazendo com que por vezes seja difícil distinguir a rocha original da 
final. Noutros casos a transformação é tão intensa que não é possível identificar a 
rocha de origem. No metamorfismo de grau elevado, características estruturais tais 
como planos de estratificação, fósseis e espaços vazios vesiculares, que poderiam 
existir na rocha original são completamente destruídas. 
Quando as rochas são submetidas a 
acções intensas de calor e pressão 
direccional

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