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Faculdades Integradas do Vale do Ivaí Instituto Superior de Educação - ISE Recredenciado pela Portaria MEC nº. 545 de 11/05/2012 D.O.U. – 14/05/2012 JOSIANE MOSTASSO LISBOA MICHELI APARECIDA LUCINO A IMPORTÂNCIA DA TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA IVAIPORÃ 2015 JOSIANE MOSTASSO LISBOA MICHELI APARECIDA LUCINO A IMPORTÂNCIA DA TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Licenciatura em Matemática, para obtenção total de nota e parcial à aquisição do título de Licenciado em Matemática pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. Orientadora: Professora Dircéia Portela IVAIPORÃ 2015 A IMPORTÂNCIA DA TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Licenciatura em Matemática, para obtenção total de nota e parcial à aquisição do título de Licenciado em Matemática pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________________ Coordenadora do Curso: Profª Ms. Kátia Regina Figueiredo Lemos Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Orientadora de Estágio: Profª Esp. Dircéia Portela Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Professor (a) Convidado (a) Faculdades Integradas do Vale do Ivaí IVAIPORÃ 2015 JOSIANE MOSTASSO LISBOA A IMPORTÂNCIA DA TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Licenciatura em Matemática, para obtenção total de nota e parcial à aquisição do título de Licenciado em Matemática pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________________ Coordenadora do Curso: Profª Ms. Kátia Regina Figueiredo Lemos Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Orientadora de Estágio: Profª Esp. Dircéia Portela Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Professor (a) Convidado (a) Faculdades Integradas do Vale do Ivaí IVAIPORÃ 2015 MICHELI APARECIDA LUCINO A IMPORTÂNCIA DA TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Licenciatura em Matemática, para obtenção total de nota e parcial à aquisição do título de Licenciado em Matemática pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________________ Coordenadora do Curso: Profª Ms. Kátia Regina Figueiredo Lemos Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Orientadora de Estágio: Profª Esp. Dircéia Portela Faculdades Integradas do Vale do Ivaí ___________________________________________ Professor (a) Convidado (a) Faculdades Integradas do Vale do Ivaí IVAIPORÃ 2015 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia, primeiramente a Deus que me deu força para superar todas as dificuldades e que apesar da distância não me deixou desistir, em todos os momentos esteve ao meu lado, sem ele não teria chegado até onde cheguei. A minha família pela fé e confiança demonstrada. Aos meus amigos pelo apoio incondicional. Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar. A orientadora Dicéia Portela pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho. Enfim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido. AGRADECIMENTOS A minha formação em licenciatura em Matemática não poderia ter sido concretizada sem a ajuda de meus amáveis e eternos pais, que no decorrer de minha vida proporcionou além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o meu desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer à vocês, minha imensa gratidão e amor por vocês. À Deus, dedico meu agradecimento maior, porque têm sido tudo em minha vida. Um agradecimento especial aos meus queridos amigos de faculdade que permaneceram sempre ao meu lado, nos bons e maus momentos; a minha querida professora Dircéia Portela, que além de sua amizade, ajudou-me, durante todo o percurso de minha vida acadêmica, compreendendo-me e ensinando-me para que eu conquistasse os meus objetivos; aos demais familiares, que sempre me deu atenção, carinho e preciosos conselhos e a todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para esta imensa felicidade que estou sentindo nesse momento. DEDICATÓRIA Dedico esta monografia, a Deus que em sua infinita bondade me sustenta, primeiramente nas dificuldades, as quais imagino que não serei capaz de suportar e que me faz persistir e insistir na busca pelos meus objetivos, dedico também ao meu esposo e meus pais que me apoiaram e me ajudaram no que foi possível e impossível, me incentivando sempre, principalmente nos momentos em que pensei em desistir e que só não o fiz pela motivação que me deram. E por fim Orientadora Dircéia Portela pela dedicação, empenho e carinho que teve com cada capítulo desse trabalho para torná-lo a maior riqueza pelo nosso esforço. MICHELI AGRADECIMENTOS Certamente a graduação em Licenciatura em Matemática não seria possível sem a ajuda de Deus pai poderoso, que me amparou nas minhas dificuldades, dado-me força e sabedoria, e sem meus pais e me meu esposo que me ajudaram em todas as minhas necessidades elevando minha autoestima e me lembrando todos os dias do que sou capaz, serei eternamente grata pois sem esse apoio não seria possível realizar esse sonho. E agradecer especialmente a cada professor por transmitirem não somente conhecimento, mas por nos ensinarem que sozinho somos nada e que os amigos são um complemento da nossa formação, pois aprendemos muito uns com os outros e ensinamos ao mesmo tempo. À vocês professores e amigos, obrigada pelos momentos que passamos juntos e pela paciência que tiveram, espero que a amizade seja eternizada e que possamos fazer muito mais juntos ainda, que a graduação seja apenas o início de nossa carreira que se tornará, em nome de Deus, nosso sustento e motivo de orgulho. Sozinha sei que não seria capaz nem de fazer nem metade de tudo que fiz e por isso serei eternamente grata por me fazerem ser melhor do que eu poderia ser. MICHELI A Educação qualquer que seja ela é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática. (Paulo Freire) RESUMO É relevante destacar a importância de se trabalhar a teoria aliada a práticas de ensino, pois entendemos que ambas são imprescindíveis para aquisição dos conhecimentos matemáticos na medida em que auxilia o professor a um olhar mais criterioso no desenvolvimento de suas aulas, nas metodologias utilizadas em função dos conteúdos aplicados, bem como facilita a aprendizagem para cada aluno. Por isso, o presente Trabalho de Conclusão de Estágio tem objetivo verificar o trabalho de articulação da teoria e prática nas aulas de matemática em duas instituições de ensino: pública e particular. A coleta de dados de cunho quali-quantitativa foi estruturada por um questionário com um professor e um aluno. Para o professor a intenção foi de observar a metodologia que utiliza ao desenvolver suas aulas, tanto no colégio público como no particular. Para o aluno, observarsua opinião sobre a qualidade de ensino de ambas instituições já que o mesmo teve a oportunidade de estudar nas duas dependências de ensino. Será que por ser diferentes socialmente, há diferença no método de ensino? Dessa forma foi possível atestar as condições de ensino e a metodologia que o professor utiliza em sua aula. Percebemos que os seus trabalhos restringem a aulas exclusivamente teóricas, sem preocupação da contextualização do ensino a fim de desenvolver no aluno a capacidade de aprender, por conta disso, não verificamos neste momento o desenvolvimento de atividades práticas a partir da teoria nas aulas de matemática. Palavras - chave: Teoria e prática. Ensino. Matemática ABSTRACT It is worth highlighting the importance of working theory combined with practical teaching, since we understand that both are essential for the acquisition of mathematical knowledge in that it helps the teacher to a more careful look at the development of their classes, the methodologies used in function of applied content, and facilitates learning for each student. Therefore, this work stage of completion has objective to verify the joint work of theory and practice in math classes in two schools: public and private. The collection of qualitative and quantitative nature of the data was structured by a questionnaire with a teacher and a student. For the teacher's intention was to observe the methodology it uses to develop their classes in both the public school and in particular. For the student, observe your opinion about the quality of education of both institutions since the same had the opportunity to study in two educational facilities. Is that being socially different, no difference in teaching method? Thus, it was possible to certify the teaching conditions and the methodology that the teacher uses in his class. We realize that their work restricted to exclusively theoretical without concern of the teaching context in order to develop in students the ability to learn, because of that, do not check this time the development of practical activities from the theory in math classes. Key - words: Theory and practice. Education. Mathematics SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................... 14 1 CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA ..................... 16 1.1 A MATEMÁTICA NAS DIFERENTES SITUAÇÕES DO COTIDIANO ..................................................................................... 18 2.O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA MATEMÁTICA .................................................................................... 21 2.1 ENSINAR MATEMÁTICA COM SIGNIFICAÇÃO ....................... 22 2.2 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS PARA DINAMIZAR AS AULAS DE MATEMÁTICA ............................................................................ 24 3 AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER - COMO DEVE SER O ENSINO EM MATEMÁTICA .................................................... 27 4 A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA .................................................................................... 30 5 DESENVOLVIMENTO ...................................................................... 32 5.1 COLETA DE DADOS – PROFESSOR ....................................... 32 5.1.1 COLETA DE DADOS – ALUNO (A) .............................................................. 33 5.2 VERIFICANDO RESULTADOS .................................................. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 46 ANEXOS ............................................................................................. 48 14 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objeto de estudo o ensino da matemática como sendo indissociável da realidade prática e concreta. Visa apresentar a relação entre o processo de aprendizagem envolvendo aulas teóricas e práticas, de modo que o saber possa ser adquirido através de meios e instrumentos que atendam a necessidade individual de cada aluno. Perante o objeto apresentado, este trabalho tem como objetivo geral analisar a relevância do ensino da matemática envolvendo aulas teóricas e práticas. Já os objetivos específicos visam: a) compreender a história da matemática; b) apresentar a matemática nas diferentes situações do cotidiano; c) abordar a importância da matemática no processo de aprendizagem, o quanto ela interfere na vida das pessoas; d) apresentar a atividade teórica e prática, visto que a teoria visa conhecimentos abstratos, mas quando aliada com a atividade prática permite um conhecimento concreto da realidade; e) Compreender as inteligências múltiplas de Gardner - como deve ser o ensino em matemática; f) – descrever a importância da relação entre a teoria e prática no ensino e aprendizagem da matemática Esse trabalho se justifica considerando a importância do assunto, visto que grande parte dos professores questionam a faltam de interesse dos alunos nas aulas. Perante o objeto apresentado, tem como objetivo geral analisar a relevância do ensino da matemática envolvendo aulas teóricas e práticas. O trabalho partiu da curiosidade de adentrar mais neste campo que abrange ensino e aprendizagem de matemática, visto ser uma disciplina que requer aulas práticas que venham de encontro com as necessidades individuais de cada aluno. Diante disso, este estudo irá buscar uma compreensão do processo de planejamento das aulas pelos professores da disciplina de matemática e como estes desenvolve suas aulas, observando assim a metodologia de ensino adotada. Esta pesquisa se estrutura em dois momentos concomitantes: no primeiro momento, visa uma abordagem bibliográfica, em artigos, revistas científicas, livros e textos acadêmicos que abordam sobre a relevância da matemática no cotidiano das pessoas, como importância de aliar teoria e prática na metodologia de ensino. 15 Já no segundo momento, procede como forma de pesquisa de campo tendo como objeto um questionário, onde analisaremos o desenvolvimento das aulas em estruturas diferentes, sendo a primeira em um colégio público e a segunda em um particular cujo professor que as rege será o mesmo, para que possamos ressaltar e averiguar a diferença entre o ensino público e privado e buscarmos melhorar e dar igualdade de ensino a todos os alunos. O trabalho encontra – se estruturado em quatro capítulos. O primeiro visa buscar a relevância de trabalhar a história da matemática juntamente com os conteúdos da ementa escolar, tornando mais fácil para os alunos aprender a matemática, quando o mesmo passa a ter lógica sobre as fórmulas e cálculos que são estudados. Descreve as diferentes situações em que a matemática se relaciona com o nosso cotidiano, mostrando a importância dela nos afazeres do dia-a-dia. No segundo capítulo, aborda-se a matemática no processo ensino aprendizagem, a relação professor e aluno, analisando o contexto social do aluno, onde o professor se faz pesquisador para que conheça a realidade dos mesmos, procurando trabalhar de forma que oportunizem uma aprendizagem com significação, dando importância aos conhecimentos prévios já estabelecidos pelos alunos. No terceiro capítulo, analisam-se as inteligências múltiplas de Gardner, buscando compreender como funciona o processo de aprendizagem de cada indivíduo, a fim de entender as dificuldades que cada aluno encontra em relacionados conteúdo. Abordando dois deles para ser analisada sendo elas, inteligência-lógico-matemática, inteligência espacial, que são de extrema importância para a aprendizagem da matemática.Já no quarto e último capítulo desse trabalho, descreve e analisa a relação entre a teoria e a prática no ensino e aprendizagem da matemática. Contudo, diante da entrevista de coleta de dados, apresentaremos as questões de instituições pública e particular, como ocorre o ensino em ambas as instituições? Tanto para o professor, na maneira de ensinar, quanto ao aluno, no processo de aprendizagem. Espera-se que esta pesquisa seja apenas o início de um estudo que tem muito para ser discutido, e que seja incentivo para professores que por meio deste, busquem estudar e conhecer melhor a realidade do aluno, procurando trabalhar de maneira que não haja desigualdades nos ensinos e que busquem aliar a teoria à prática. 16 1 CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Este capítulo tem como propósito abordar a história da matemática, entendendo está enquanto uma das mais complexas disciplinas na ementa escolar. Interessa destacar, neste trabalho, a relação da matemática com a vida cotidiana e como se fez tão presente na sociedade. No entanto, é necessário compreender a sua história e a relação que o indivíduo estabelece com a mesma para sua vida social. A História da Matemática se constitui em um dos capítulos mais interessantes do conhecimento. Ao analisarmos a história da evolução desta disciplina, perceberemos que ela é um instrumento para o ensino/aprendizagem, e que todas estas teorias que hoje aparecem acabadas foram resultados de muitos esforços. A história da matemática, no entanto, representa um dos recursos metodológicos, que podem enriquecer a sala de aula, contribui para destacar o valor da matemática, sua importância e amplitude da disciplina fazendo os alunos compreender que a matemática vai muito além de cálculos, resoluções e fórmulas. Deste modo é importante destacar o que dizem nos PCN: O conhecimento matemático formalizado precisa, necessariamente, ser transferido para se tornar possível de ser ensinado, aprendido; ou seja, a obra e o pensamento do matemático teórico não são passíveis de comunicação direta aos alunos.(...) Esse processo de transformação do saber científico em saber escolar não passa apenas por mudanças de natureza epistemológica, mas é influenciado por condições de ordem social, e cultural que resultam na elaboração de saberes intermediários, como aproximações provisórias, necessárias e intelectualmente formadoras. É o que se pode chamar de contextualização do saber. (MEC,1997) É importante compreender que o aluno deve ter conhecimento sobre a disciplina em que está sendo trabalhada em sala, para que não torne para ele algo sem significado. Mas para que o professor de matemática desperte em seu aluno o gosto pela leitura, é necessário que o próprio professor tenha este hábito pela leitura. Ao ampliar seu conhecimento o professor estará construindo uma bagagem para uma melhor contextualização dos conteúdos matemáticos, realizando relações interdisciplinares, com mais autonomia e confiança em sua aula, podendo assim trabalhar com metodologias diferenciadas. De acordo com Martins (2003): 17 A função do educador não seria precisamente de ensinar a ler, mas de criar condições para o educando desenvolver sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta (MARTINS, 2003). A matemática é uma ciência que se desenvolveu e continua a se desenvolver. Na educação a história da matemática deve estar sempre relacionada com as aulas, pois, o aluno deve ter conhecimento. E para que este conhecimento ocorra faz-se necessário que a disciplina de matemática seja aplicada a eles, como eles mesmos gostariam de aprender de modo concreto, desde que seus conceitos sejam tratados a partir de um contexto. Os alunos devem se sentir motivados e para que isto ocorra é preciso que o professor reinvente o ambiente “problemático” no qual os conceitos foram criados. Quanto ao trabalho com materiais concretos, Pais ressalta que: Estudos mostram que o material concreto tem possibilitado que os estudantes estabeleçam relações entre as situações experiências na manipulação de tais materiais e a abstração dos conceitos estudados. O uso de material concreto propicia aulas mais dinâmicas e amplia o pensamento abstrato por um processo de retificações sucessivas que possibilita a construção de diferentes níveis de elaboração do conceito (PAIS, 2006). As contribuições do autor são relevantes no sentido de que trabalhar com materiais concretos nas aulas de matemática ajuda muito na abstração e compreensão dos conceitos estudados. Outro fator importante é que a partir do momento em que o professor mostra ao aluno a história da matemática, ele pode perfeitamente entender, dar significado ao que está sendo estudado, impondo aos mesmos os problemas que constituem o campo de experiência da matemática, o lado concreto do seu fazer a fim de identificar melhor o sentido de seu conceito. O papel da História da Matemática é fundamental para estimular o aluno, para o desenvolvimento do espírito crítico e ainda para que o aluno se aperceba das teorias e aos teoremas já acabados que aprende no ambiente escolar, podendo entender com mais facilidade o que está sendo proposto em sala. Não é tão fácil trabalhar a história da matemática sem falar de livros didáticos, sendo que esses materiais têm muito pouco a nos oferecer e contribuir para esclarecimentos de conceitos e didáticas. Os livros didáticos deveriam ser trabalhados procurando aliar uma relação da matemática com a realidade cotidiana de diferentes regiões. 18 1.1 A MATEMÁTICA NAS DIFERENTES SITUAÇÕES DO COTIDIANO Conhecer como a matemática está relacionada em nosso cotidiano é procurar compreender sua forma e se interagir com a sociedade a todo o momento, é remeter a história e resgatar os acontecimentos e fatos que permitiram sua existência. No entanto este capítulo tem como premissa abordar as diferentes situações matemáticas de nosso cotidiano, visto que buscará elucidar a relevância que o professor deve considerar para o processo ensino aprendizagem dos alunos em suas aulas. A matemática como todos já sabe, é utilizada na vida em sociedade para facilitar ao ser humano a contar, diminuir, multiplicar e dividir elementos. Sempre e em todo o momento a matemática nos fornece dados para que possamos resolvê- las, por este motivo ela está relacionada a todas as coisas presente à nossa volta. Desde o momento em que acordamos, já necessitamos de um relógio para que nos desperte e nos oriente a todo o momento para que desta forma consigamos realizar todas as necessidades do dia-a-dia. Ela se torna algo essencial para a vida em sociedade, tanto nos afazeres diários, como no trabalho de muitas profissões (pedreiros, contadores, comerciantes, bancários entre outros). Embora muitas vezes invisível e despercebida ela ocupa um papel significativo no dia-a-dia, sem ela não existiria, edifícios, automóveis, computadores, pontes, micro-ondas, linhas elétricas, cabos de telefone, relógio para que pudéssemos ver a hora para todas as necessidades diárias, e nem mesmo professores formados nas instituições de ensino. Na escola, ela é vista por muitos alunos como uma matéria comumente abstrata ligada apenas a cálculos, fórmulas, resoluções de problemas, tornando para eles algo muito diferente do que está relacionada com a vida no seu cotidiano. O professor deve considerar as noções que o aluno já tem estabelecidas pelo seu contexto social, buscando aproveitar estas perspectivas do aluno para a elaboração de atividades em sala. O ambiente escolar precisa ser um lugar onde o aluno sinta-se disposto a aprender a pensar, analisar e resolver problemas. Todos os professores devem proporcionar em suas aulas conteúdos que estejam relacionados como contexto social dos alunos, podendo tornar a aula mais prática, para que assim o ensino não se torne mecânico e algo tão difícil na visão de muitos 19 alunos. Para dar destaque de que a matemática está relacionada ao cotidiano de nossos alunos, D’Ambrosio (1986) relata que: Destacamos assim elementos essenciais na evolução da Matemática e no seu ensino, o que a coloca fortemente arraigada a fatores socioculturais. Isso nos conduz a atribuir à Matemática o caráter de uma atividade inerente ao ser humano, praticada com plena espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocultural e consequentemente determinada pela realidade material na qual o indivíduo está inserido. (D’AMBROSIO, 1986, p. 36). De acordo com o autor a matemática já faz parte de toda ação de cada ser humano e precisa ser percebida. Um dos grandes motivos para que muitos alunos abandonem o estudo é a falta de relação entre os conteúdos existentes na ementa escolar com as situações cotidianas dos mesmos, tornando os desmotivados, perdendo o interesse de estudar algo que na visão de muitos não possui aplicação alguma na sua vida real. Por este motivo, é de fundamental importância que o professor busque novas maneiras educacionais que seja capaz de criar elos entre a matemática escolar que precisa ser trabalhada com ele e com o meio em que os alunos convivem. É necessário que este profissional utilize em suas aulas teorias consolidadas com a prática, de modo que esta prática esteja ligada a experiência adquirida pelos alunos para que assim possa ser aproveitadas e terem significados no processo ensino aprendizagem. O que se ensina na escola deve despertar interesse aos alunos, tanto na maneira de solucionar problemas, compreender fatos, organizar estratégias e planejar. D’Ambrósio (2004, p. 51) destaca que: O acesso a um maior número de instrumentos e de técnicas intelectuais dá, quando devidamente contextualizado, muito maior capacidade de enfrentar situações e problemas novos, de modelar adequadamente uma situação real para, com esses instrumentos, chegar a uma possível solução ou curso de ação. Isto é aprendizagem por excelência, isto é, capacidade de explicar, de apreender e compreender, de enfrentar, criticamente, situações novas. Aprender não é o mero domínio de técnicas, habilidades e nem a memorização de algumas explicações e teoria. Como vimos, para que aconteça a aprendizagem é necessário que o professor estabeleça um planejamento adequado para a sala de aula, e para todas as situações. Só acontecerá a aprendizagem quando o aluno perceber que o que está sendo estudo tem significado para sua vida em sociedade. Dessa forma, o trabalho com um olhar voltado para o cotidiano do aluno será considerado um 20 trabalho por excelência, isto é terá, capacidade de abrir novas vertentes na aprendizagem dos alunos. A seguir apresentaremos estudos relevantes de como acontece, comumente, o processo de ensino dos conteúdos matemáticos e como se dá aprendizagem dos alunos em relação a este fator. 21 2.O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA MATEMÁTICA Por que a maioria dos professores trabalham mais a teoria que a prática nas aulas de matemática? É uma pergunta que pode ser diferenciada na visão de muitos professores, pois, alguns admitem que ao utilizar a prática em suas aulas acabam perdendo muito tempo para cumprir-se o que está estabelecido na ementa da instituição de ensino. Por esse motivo alguns docentes preparam suas aulas baseada somente na teoria e não visam contextualizar a aula com uma prática para tornar o conteúdo mais compreensível ao aluno, e assim atingir com eficácia seu objetivo. Tendo o professor como principal função desenvolver a compreensão do aluno, fazendo com que o mesmo veja sentido no que está sendo aplicado, é indispensável que se trabalhe influenciando-o a busca de relações entre conteúdo e a realidade. Para tal, é necessário também que se tenha um planejamento flexível, pois nem todos aprendem da mesma forma e com a mesma agilidade, pode ser que o mesmo conteúdo precise ser explicado de outras maneiras para se fazer entender. Tomamos como base as contribuições de D’Ambrosio (1986) no que diz respeito a: O valor da teoria se revela no momento em que ela é transformada em prática. No caso da educação, as teorias se justificam na medida em que seu efeito se faça sentir na condução do dia-a-dia na sala de aula. De outra maneira, a teoria não passará de tal, pois não poderá ser legitimada na prática educativa. (D`AMBROSIO, 1986, p. 43). Por isso, as aulas práticas devem desenvolver uma visão mais criteriosa do ensino de matemática. Ao ensinar matemática o professor precisa organizar conteúdos, dando sempre importância a realidade dos alunos. Deve proporcionar uma aula, que possa levar o aluno a aprendizagem, de modo que está aula esteja de acordo com a grade curricular. Além do mais, a matemática faz parte da realidade de todos, é interessante que o professor proporcione aulas práticas trazendo para essas aulas a realidade dos mesmos, preparando esses alunos para a vida em sociedade. 22 Dizer que não dá para fazer isso, ou aquilo, é desculpa. Muitas vezes é difícil fazer o que se pretende, mas cair na rotina é desgastante tanto para o aluno quanto para o professor. Sabe-se que é comum o professor pegar três salas de aulas iguais (de mesma série), e passar o mesmo conteúdo, ora por falta de tempo, pois está sobrecarregado de aulas, ou até mesmo por inconveniência. Muitas vezes, acaba baseando suas aulas de acordo somente com o que o seu estabelecimento de ensino oferece (quadro, giz e livros, ou em caso de escola particulares o uso de apostilas). Em relação a estas considerações, é substancial dar foco em fatores como ensinar matemática com conteúdos que sejam mais significativos para os alunos. Este é o próximo estudo apresentado. 2.1 ENSINAR MATEMÁTICA COM SIGNIFICAÇÃO A aprendizagem só será significativa a medida que o conhecimento que está sendo adquirido tenha relação com os conhecimentos prévios, desta forma, o indivíduo irá fazer a junção dos conhecimentos já estabelecidos. Marco Antônio Moreira em seu livro “teoria da aprendizagem, p.155.” contribui com estudos que refletem sobre a teoria de Ausubel (1978), quando cita que: “Pensada para o contexto escolar, leva em conta a história do sujeito e ressalta o papel dos docentes na proposição de situações que favoreçam a aprendizagem. De acordo com ele, há duas condições para que a aprendizagem significativa ocorra: o conteúdo a ser ensinado deve ser potencialmente revelador e o estudante precisa estar disposto a relacionar o material de maneira consistente e não arbitrária. "Essas condições são ignoradas na escola", lamenta Moreira, pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)”. Ainda em seus estudos Antônio Marco Moreira recorre a Ausubel para conceituar que o dia a dia ou o que é conhecido para o aluno é o que influencia na sua aprendizagem, sabendo que "o fator isolado mais importante que influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece”. (AUSUBEL, 1978). 23 Consideramos que é preciso dar condições ao aluno para que haja a ocorrência da aprendizagem significativa, segundo Ausubel (1978): A essência do processo de aprendizagem significa é que ideias simbólicas expressa sejam relacionadas de maneira substantivas (não-literal) e não arbitrário ao que já se sabe, ou seja, a um aspecto de sua estrutura cognitiva especificamente relevante pode ser, por exemplo, uma imagem, um símbolo, um conceito, uma proposição já significativa.” (AUSUBEL, 1978, p 41). Não basta apenas, porém, que seja dada somente condições para essa aprendizagem, é preciso fazer com que o aluno manifeste disposição para esses ensinamentos, tem que ir muito além da aprendizagem mecânica onde simplesmentese memorize o que é ensinado, para isso, o que usamos na teoria e na prática, deve ser significativo. Para qualificar esse ensino, o professor deve se atentar a sua didática, testando a compreensão do aluno, argumentando sobre o assunto proposto, Ausubel (1978) “propõe, então, que ao procurar evidências de compreensão significativa, a melhor maneira de se evitar a simulação da aprendizagem significativa é formular questões e problemas de uma maneira nova e não familiar.” Para que a aprendizagem seja significativa, é interessante que o professor oportunize atividades no ambiente escolar ligadas ao cotidiano do aluno, assim, ele posteriormente será capaz de resolver problemas mais complexos. A aprendizagem com significado é aquela que o aluno atribui significado aos conceitos pré-estabelecidos, desenvolvendo habilidades e competências. Ela ocorrera somente quando o aluno perceber que os conhecimentos escolares, são úteis para a sua vida fora da escola. É necessário que o professor e o aluno tenham afinidades, pois, eles devem atentar quando o aluno compreendeu para ajudar a aplicá-los estes conceitos na vida em sociedade Se para se ter aprendizagem com significação partimos dos conhecimentos prévios dos alunos, pois sabemos que há alunos que possuem facilidade em aprender, mas nem todos aprendem no mesmo ritmo e é nessa hora que devemos ter estratégia para ensinar de maneira significativa, devemos observar nossos alunos como se fossem fontes de informação que se tornaram importantes 24 para seu desenvolvimento, levando em consideração que cada um nasce apto em uma inteligência teorizada por Gardner, como veremos no próximo capitulo. 2.2 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS PARA DINAMIZAR AS AULAS DE MATEMÁTICA A didática da matemática é algo essencial para que ocorra uma educação matemática, tendo como objeto de estudo a elaboração de conceitos e teorias que estejam compatíveis com a ementa escolar, procurando manter um elo com a formação de conceitos matemáticos, utilizando tanto a prática pedagógica, como também o teórico da pesquisa. Libâneo (2002) destaca meios de facilitar a prática pedagógica com vistas de que: Há uma tendência de intelectualização do processo de produção implicando mais conhecimento, uso da informática e de outros meios de comunicação, habilidades cognitivas e comunicativas, flexibilidade de raciocínio, etc. (LIBÂNEO, 2002, p.15) Esta concepção de didática, se utilizada nas aulas de matemática, pode ajudar na compreensão dos conteúdos escolares e todos estes conceitos se destinam a favorecer a teoria e prática como um dos principais fundamentos para uma boa didática. A escolha de um bom conteúdo didático se faz necessariamente por indicações contidas no parâmetro escolar, alguns professores utilizam livros, outros utilizam outras fontes como o uso da tecnologia que hoje está presente diariamente na vida de muitas pessoas, inclusive dos próprios alunos. No processo de ensino aprendizagem onde o professor é o pesquisador do conhecimento, faz-se necessário que em sua didática em sala de aula, ele inicie pela vivencia no aluno, mas isso não significa que ela deve ser reduzida somente ao saber cotidiano. O saber cotidiano do aluno apenas tornará o aprendizado mais significativo e de fácil compreensão. O saber escolar que o aluno adquiriu serve, em particular, para modificar aquilo que os alunos já aprenderam nas situações vivenciadas na sua vida. Mas importante relatar que o saber escolar não será substituído pelo saber que o aluno já possui, eles são basicamente diferentes. Segundo Libâneo (2002), os saberes se constroem a partir da valorização das culturas, onde: 25 O professor precisa juntar a cultura geral, a especialização disciplinar e a busca de acontecimentos conexos com sua matéria, porque formar o cidadão hoje é, também, ajudá-lo a se capacitar para lidar praticamente com noções e problemas surgidos nas mais variadas situações, tanto do trabalho quanto sociais, culturais, éticas. (LIBÂNEO, 2002, p.43). O professor ao elaborar sua didática deve relacionar o trabalho de pesquisa, com algum trabalho matemático. Porém, é importante que o professor faça a (re)contextualização de sua pesquisa, tentando relacioná-lo a uma situação que seja mais compreensível para o aluno. Todavia, este saber reconstituído não será o mesmo saber pesquisado, mas, na prática pedagógica o saber educacional é um dos instrumentos importante para o conhecimento que será passado ao aluno. Segundo Brousseau (1996): Para o professor, é grande a tentação de pular estas duas fases e ensinar diretamente o saber como objeto cultural, evitando este duplo movimento. Neste caso, apresenta-se o saber e o aluno se apropria dele como puder (BROUSSEAU, 1996, p. 49). Nesse sentido, Brousseau ressalta a grandiosidade da apropriação do saber onde o aluno pode se apropriar de maneira que achar mais conveniente e, para que isso ocorra com intensidade, é necessário que toda boa didática de ensino facilitará no processo de ensino e aprendizagem, alguns professores proporcionam aulas bem preparadas com recursos que instiguem a participação dos alunos, outros pegam inúmeras aulas e não fazem o planejamento que cada turma necessita, muitas das vezes utilizam conteúdos de mesmas séries em instituições diferentes, por falta de tempo ou até mesmo por irresponsabilidade de sua parte. Para Libâneo (2002), cada professor tem que ter competência de aprender a aprender, sabendo que: O novo professor precisaria, no mínimo, de adquirir sólida cultura geral, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional e dos meios de informação, habilidade de articular as aulas com mídias e multimídias. (LIBÂNEO, 2002, p.28). Um bom recurso didático não serve apenas para facilitar, contemplar ou iniciar a explicação de um determinado assunto. Ele é um instrumento importante que pode e precisa ser utilizado pelo professor, quando utilizado de maneira coerente o aluno aprende com maior facilidade e se sente motivado, propiciando na fixação 26 do conteúdo, para que depois possa ter uma possível verificação da aprendizagem do aluno. Trabalhar a matemática na sala de aula hoje em dia esta sendo algo muito difícil na visão de muitos professores. O aluno, muitas vezes, é visto como um mero expectador e não um sujeito que participe, pois na sua visão a matemática é uma disciplina complicada e de difícil compreensão. Por este motivo o trabalho com a matemática em sala de aula representa um grande desafio, pois, para que o aluno sinta-se motivado é necessário que o professor faça de suas aulas significativas e estimulantes. Um dos recursos para que o aluno veja a matemática com um novo olhar, seria trabalhar com utilização de técnicas lúdicas, utilizando a teoria para a contextualização do que está sendo ensinado e a prática para formalizar a aprendizagem que o aluno aprendeu. A matemática, portanto, faz parte da nossa vida e podem ser aprendidas de maneira dinâmica, desafiante, com resoluções de problemas, elaboração de pesquisas expositivas em grupos para uma maior socialização com os próprios colegas de sala, aulas com mídias como software e etc. Neste sentido, a didática nas aulas de matemática, é um conjunto de atividades ligadas a uma pesquisa científica, passada para o aluno de maneira contextualizada para que facilite sua compreensão. Sendo necessário que o professor conheça os conhecimentos prévios que o aluno já possui e, a partir destes, planejar uma variedade de aulas com desafios e /ou problemas diferenciados, permitindo o aprofundamento do tema proposto pelo professor. Em se tratando de adquirir conhecimentos, procuramos realizar estudos para compreender como um aluno desenvolve sua inteligênciaem relação à aquisição dos conteúdos matemáticos. Para tanto, buscamos contribuições dos estudos de Howard Gardner, grandioso Psicólogo que realizou grandes contribuições para desvendar as inteligências múltiplas de sujeitos na área educacional. É o que se apresenta a seguir. 27 3 AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER - COMO DEVE SER O ENSINO EM MATEMÁTICA Depois de muitos anos de pesquisa Howard Gardner concluiu que o cérebro possui oito diferentes inteligências e que as pessoas dificilmente possuem mais do que duas delas sendo que podemos nascer com essa inteligência ou a vivencia pode se encarregar de nos tornar aptos na mesma, e é esse o fator que explica o fato de nos destacarmos em uma área e não sermos tão bons em outras. Gardner através de estudos destacou 07 inteligências que são: Linguísticas, que é a capacidade elevada de se comunicar e se expressar, quem possui essa inteligência possui facilidade em aprender outros idiomas; Lógico- matemática voltada para a conclusão em dados numéricos e expressões, costumam fazer contas de cabeça e tem facilidade em ensinar matemática; Espacial habilidade na interpretação e reconhecimento de fenômenos que envolvem os movimentos e posição de objetos, possuem facilidade de se localizar no espaço e no mar; Musical voltada para interpretação e produção musical, compõem com facilidade; Corporal capacidade de usar o corpo em atividades esportivas e artística; Intrapessoal possuem a capacidade de se autoconhecerem, tomando atitudes que melhorem sua vida com base nestes conhecimentos; Interpessoal possuem a capacidade de se relacionar e compreender outras pessoas, quem possui essa inteligência consegue se identificar facilmente com a personalidade de outras pessoas. Sua teoria foi tão importante que fez com que o aprendizado desse um salto e que retratasse a capacidade da mente humana. Gardner abominava o teste de QI, para ele o teste deveria ser abandonado, dando espaço a observação do meio com relação as pessoas para descobrir qual capacidade importantes poderiam ser desenvolvidas em cada uma delas. Seu conceito tornou-se então popular, pois o que antes era visto como dom ou herança genética passou a ser visto agora como parte da psicologia humana que é mal desenvolvida. Isso ainda acontece atualmente, o professor não busca novos meios de desenvolver as capacidades dos alunos, nem mesmo de aguçá-las por continuar em um padrão ao qual virou rotina e cômodo, o famoso quadro e giz, esquecendo seu objetivo principal, que é ensinar, e ensinar com prazer, fazendo com que o aluno seja capaz de se aproximar do conteúdo que por vezes lhe parece distante e inútil, 28 transformando esse conteúdo em algo magnífico a tal ponto de que o aluno sinta prazer em aprender. Toda criança deve receber estímulos desde muito pequena, principalmente, em idade Pré – Escolar, pois estes servem como pré-requisitos para o desenvolvimento de grandes aprendizagens, principalmente, na área da matemática. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (2000): Cabe ao professor, atento e interessado, auxiliar na construção conjunta das falas das crianças para torná-las mais completas e complexas. Ouvir atentamente o que a criança diz para ter certeza de que entendeu o que ela falou, podendo checar com ela, por meio de perguntas ou repetições, se entendeu mesmo o que ela quis dizer, ajudará a continuidade da conversa. Para as crianças muito pequenas uma palavra, como “água”, pode ser significada pelo adulto, dependendo da situação, como: “Ah! Você quer água?”, ou “Você derrubou água no chão”. Os professores podem funcionar como apoio ao desenvolvimento verbal das crianças, sempre buscando trabalhar com a interlocução e a comunicação efetiva entre os participantes da conversa (RCNEI, 2000). O simples fato de proporcionar aos alunos a oportunidade de andar de um espaço de trabalho para o outro satisfaz a necessidade de levantar, movimentar e estar ativo (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, p.78). Gardner cita no início de seu livro (1994, p. 7): (. . .) existem evidências persuasivas para a existência de diversas competências intelectuais humanas relativamente autônomas abreviadas daqui em diante como 'inteligências humanas'. Estas são as 'estruturas da mente' do meu título. A exata natureza e extensão de cada 'estrutura' individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido. Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, que estas são relativamente independentes umas das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas. Vejamos os tipos de inteligências, segundo Gardner: - LOGIOCO-MATEMATICA Para desenvolver a inteligência lógico-matemática nesta faixa etária, pode-se utilizar de atividades que desenvolvam o raciocínio, tais como quebra- 29 cabeças, vivências em que a criança perceba o papel da matemática na vida cotidiana e jogos de lógica. É o desenvolvimento prático da teoria proposta pelas Inteligências Múltiplas, em simples exercício de buscar a lógica das coisas ou de descobrir que determinados enunciados "não apresentam qualquer lógica", constituem operações mentais estimuladoras dessa competência como também as constituem os exercícios pedagógicos de trabalhar as habilidades de classificação, comparação ou dedução" (ANTUNES, 2000, p. 32). - INTELIGENCIA ESPACIAL A inteligência espacial deve buscar o trabalho com o espaço, que pode ser através de observações de mapas simples, brincadeiras de direções, desenhos em papéis de diferentes tamanhos para que a criança adapte sua ilustração ao tamanho do papel. Variedade no material de aprendizagem, mistura das artes visuais e as artes da linguagem, uso de fantoches e a pintura mural, uso da tecnologia com softwares que facilitam o desenho, as linhas de tempo e os gráficos, podem acrescentar uma dimensão visual às lições em sala de aula e às exposições. Quando esses processos são usados com uma frequência e uma habilidade crescentes, torna-se evidente que o pensamento visual estimula operações mentais em geral não-realizadas nos modos verbais (CAMPBELL, CAMPBELL & DICKINSON, 2000, p. 101 e103). Podemos observar como cada aluno aprende de acordo com o tipo de inteligência que desenvolve, por isso, é sempre necessário que cada professor de matemática tivesse conhecimento dessa classificação para flexibilizar o planejamento de suas aulas e proporcionar aos alunos atividades que possam auxiliar o desenvolvimento lógico – matemático, pois há alunos que necessitam de trabalhar com jogos, outros com uso de desenhos, tabelas, gráficos e outros meios que possam facilitar a aprendizagem. Não podemos deixar de ressaltar que, aliar a teoria com a prática, é o melhor caminho para o trabalho com uma educação matemática de maneira consolidada. Vejamos nos estudos do próximo capítulo. 30 4 A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E PRÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA Observamos que cada aluno tem sua maneira própria de desenvolvimento e o processo de ensino aprendizagem se dá de acordo com a maneira como o professor irá trabalhar suas aulas. Para se obter um ensino de qualidade é necessário relacionar a teoria e a prática, por isso os professores devem capacitar- se para obter êxito na formação profissional. O professor é o principal responsável para o sucesso escolar do aluno. Sua formação contribui para que seu método de ensino seja satisfatório. Para tornar suas aulas mais participativas, é preciso gostar de sua profissão e ter comprometimento com o que se propôs a fazer. Tem papel fundamental enquanto mediador do conhecimento, visto que precisa desenvolver no aluno a capacidade de compreendere dar sentido aos conhecimentos pré-estabelecidos, e a partir deste criar novos. Para D`Ambrósio (1996): O conceito de formação do professor exige um repensar. É muito importante que se entenda que é impossível pensar no professor como já formado. Quando as autoridades pensam em melhorar a formação do professor, seria muito importante um pensar novo em direção à educação permanente. Na verdade, a ideia que sendo aceita como a mais adequada é uma formação universitária básica de dois anos, seguida de retornos periódicos à universidade durante toda a vida profissional. (D’AMBROSIO, 1996, p. 97) Para tornar-se um bom professor, ser reconhecido e valorizado é necessário também ter domínio de conteúdo, buscando adaptar-se as mudanças e inovações na realidade de ensino e dos alunos. Os estudos de Ubiratã visam a melhoria na qualidade de ensino, dessa forma a metodologia de ensino do professor deve ter relação entre teoria e prática para a melhor compreensão por parte dos alunos, de modo que eles entendam o porquê estudar aquele conteúdo, que faça sentido e tornando-o significativo, proporcionando o espaço para o diálogo que é de extrema no processo ensino aprendizagem. Segundo Libâneo (1994): A motivação inicial inclui perguntas para averiguar se os conhecimentos anteriores estão efetivamente disponíveis e prontos para o conhecimento novo. Aqui o empenho do professor está em estimular o raciocínio dos alunos instiga-los a emitir opiniões sobre o que aprenderam fazê-los ligar os conteúdos a coisas ou eventos do cotidiano. (LIBÂNEO, 1994, p.182). 31 Para uma aprendizagem significativa, o professor deve ser também um pesquisador, e despertar nos seus alunos o mesmo hábito de buscar o conhecimento além do que é trazido e apresentado em sala de aula, pois precisamos levar em consideração que não dá para se aprender tudo o que necessário somente nas aulas, pela baixa quantidade de carga horária. Sendo assim nos cabe algumas perguntas: será que estamos ensinando de modo que o aluno aprenda? Será que o que estamos ensinando tem relação com a sua realidade? Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das aulas se resumem a simples ilustrações e objetos que podem ser inadequados ao objetivo do conteúdo e a metodologia dos professores são predominantemente atividades para fixação de conteúdo, sem espaço para a discussão e análise das mesmas. Segundo Saviani (1984, p. 9) “a escola existe para proporcionar a aquisição dos instrumentos que possibilitem o acesso ao saber elaborado, bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber.” Por isso torne-se tão importante que o ensino contribua para a produção de novos conhecimentos. Paulo Freire (1975), diz: A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres vazios, a quem o mundo encha de conteúdo... mas sim da problematização dos homens em suas relações com o mundo (FREIRE, 1975, P 77). O comprometimento com a educação por parte do professor, passa a ser então de suma importância, sua formação e seus conhecimentos é o que tornarão suas aulas produtivas e criativas. Formando alunos que possuam suas mesmas qualidades, que sejam capazes de compreender e problematizar a relação entre o homem e o mundo. Enfim, de posse de todo estudo e da contribuições dos autores, segue a coleta de dados deste trabalho a fim de averiguar o trabalho do professor de matemática em sala de aula e a opinião de um aluno em relação ao trabalho do professor. 32 5 DESENVOLVIMENTO Utilizamos como instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas abertas para um(a) professor(a) Y que leciona tanto em um colégio público como no colégio particular e para duas alunas, onde cada um teve acesso a pergunta do outro. Nosso objetivo foi fazer uma comparação entre a maneira como os conteúdos eram apresentados em ambas as instituições pelo professor, quais eram suas metodologias, se faziam uso da prática e da teoria e, com as alunas, se houve diferença no currículo, se foi trabalhado da mesma forma em ambas as instituições ou se há diferença e como é apresentado pelo professor no ponto de vista do aluno. Para esse questionário, escolhemos um professor e alunas, com quem temos vínculo e podemos falar com clareza sobre o assunto, sabendo da veracidade das respostas apresentadas por estes entrevistados. Para tal, escolhemos o 1º ano do Ensino Médio como ponto de partida 5.1 COLETA DE DADOS – PROFESSOR Nossa coleta de dados será baseada em um questionário feito com um professor(a) Y atuante em ambas as redes de ensino, visando saber se há desigualdade entre o ensino público e privado com relação a currículo e metodologia. Apresentaremos o questionário que será respondido pelo aluno(a) X, para que possa relatar, tomando como base o que será perguntado para o estudante. 1. Como são trabalhados os conteúdos de matemática no 1º ano no colégio particular? E no colégio estadual, com a mesma turma, como são trabalhados? 2. Como são as condições de trabalho para desenvolver os conteúdos de matemática no colégio particular? E no público? 3. Procura relacionar a teoria com a prática nas aulas de matemática nas duas instituições? Como? Exemplifique. 4. Onde os alunos apresentam maior dificuldade na disciplina de matemática, na instituição pública ou no particular? Cite essas dificuldades específicas de cada uma e o porquê. 33 5. Quando você percebe que o aluno está gostando mais da matemática? Realize observações. 5.1.1 COLETA DE DADOS – ALUNO (A) Entrevistamos também uma aluna que estuda em um colégio particular, sendo que a mesma estudou até o ensino fundamental II em um colégio público A, cursou o primeiro ano do ensino médio em um colégio particular B, como reprovou no colégio particular B voltou para refazer o primeiro ano novamente no colégio público A, e por consequência da greve, foi transferida para um novo colégio particular C. Nessa entrevista, levaremos em consideração a prática pedagógica dos professores, fazendo uma comparação com relação a conteúdos, atividades, teorias e didática pedagógica. Apresentamos para a aluna X o questionário apresentado a professor(a) Y e pedimos que a mesma respondesse seu questionário levando em consideração o que também foi perguntado ao professor(a) Y: 1. Você gosta de estudar matemática? 2. O professor aplica teoria (cálculos no quadro, definições, histórias e fórmulas no quadro, etc) e faz relação com a prática (através de jogos, dinâmicas e outros materiais)? 3. Você já teve alguma aula de matemática diferente das demais? Se sim, explique. 4. Qual sua visão sobre as aulas de matemática apresentadas até o dia de hoje pelo professor? 5. Na sua opinião, como deveriam ser desenvolvidas as aulas de matemática pelo seu professor? De posse das respostas, encaminhamos a análise dos resultados. 5.2 VERIFICANDO RESULTADOS Após a aplicação do questionário apresentaremos uma análise significativa em relação a opinião do professor, de acordo com suas respostas: 34 Questão 1) Como são trabalhados os conteúdos de matemática no 1º ano no colégio particular? E no colégio estadual, com a mesma turma, como são trabalhados? “Os conteúdos trabalhados no 1º Ano de Ensino Médio das escolas particulares na maior parte das vezes são: Conjuntos, Funções (afim, quadrática, modular exponencial, logarítmica), Progressões (aritmética e geométrica), Matemática Financeira, Trigonometria no triângulo retângulo e num triangulo qualquer, O ciclo Trigonométrico, Razões Trigonométricas, Funções circulares, Transformações, Equação e Inequação Trigonométricas. Na escola pública os mesmos conteúdos também deveriam ser trabalhados, no entanto, não há tempo suficiente.” Observa-se que os conteúdos são osmesmos, porém o tempo para ser transmitido são diferentes, os professores da rede particular possuem subsídios para trabalhar os conteúdos de maneira correta, sem precisar correr conteúdo e com bons recursos didáticos fornecidos pela instituição. Os conteúdos devem ser estruturados pelo professor para se tornar significativo para o aluno, devendo expressar ações crítica, investigativa e criativa. Analisamos que a diferença está nos recursos que são disponibilizados, no colégio público esses são pouco disponíveis, ou dependendo do conteúdo nem haja, enquanto no particular, já está todo associado com a apostila. Cabe então ao professor investigar uma nova forma de ensino, que seja atraente ao aluno para que este não perca o foco. Questão 2) Como são as condições de trabalho para desenvolver os conteúdos de matemática no colégio particular? E no público? “A maior parte das escolas particulares trabalham com sistema de apostila, enquanto a escola pública trabalha com livros. No sistema das escolas particulares o conteúdo vem mais conciso e há uma variedade muito grande de exercícios, enquanto os livros didáticos são preenchidos de textos e tem poucos exercícios. Na escola particular os alunos tentam prestar mais atenção, principalmente porque são mais cobrados em casa, eles realizam as tarefas pedidas, é a minoria que foge à regra, o que não ocorre nas escolas públicas onde quem cobra os alunos são somente os professores e não a dupla família-escola. O sistema da escola particular é muito mais rígido, o serviço dos professores é mais cobrado (a apostila deve ser inteiramente trabalhada dentro do bimestre), mas 35 também há uma resposta por parte da escola que, por exemplo, fornece uma cota de xerox para lista de exercícios e atividades.” Observamos que, um dos fatores que comprometem o ensino público é a falta de compromisso por parte de alguns pais, por não cobrarem o rendimento dos filhos. O que é de suma importância, pois se faz necessário chamar a atenção do aluno para que ele desperte interesse pelo que está sendo ensinado e possa adquirir habilidades, papel esse que não deve ser somente do professor. Em relação ao compromisso do poder público face ao compromisso com a escola pública, Libâneo, (1994) corrobora de maneira que: (...)a escola pública está longe de atender a essas finalidades. O poder público não tem cumprido suas responsabilidades na manutenção do ensino obrigatório e gratuito. Falta uma política nacional de administração e gestão de ensino, os recursos financeiros são insuficientes e mal empregados, as escolas funcionam precariamente por falta de recursos materiais e didático, os professores são mal remunerados, os alunos não possuem livros e material escolar. (LIBÂNEO, 1994, p. 35). Sendo assim, cabe ao professor esquematizar uma maneira de ensinar, sem ser superficial, todos os conteúdos que estão na ementa com qualidade, mesmo sem possuir recursos materiais, o que não torna a aula atrativa e faz o aluno se dispersar, fator esse que pode ser considerado como um dos maiores casos de fracasso do ensino público. A falta do uso de recurso didático pelo professor, tem tornado sua aula exaustiva e repetitiva, fazendo com que os alunos percam o interesse e consequentemente passam a ter baixo rendimento. Nesse caso, parte do professor tomar uma atitude e buscar novas formas de ensinar. Não há necessidade de ficar apegado ao livro didático, é preciso ser criativo e saber usar todo o recurso que tiver. Questão 3) Procura relacionar a teoria com a prática nas aulas de matemática nas duas instituições? Como? Exemplifique. “Sempre procurei relacionar a prática com a teoria, na escola particular sempre muitos materiais vêm na apostila, existe uma diversidade de proposta enquanto na escola trabalho muito com materiais de baixo custo.” Para se fazer um bom trabalho é necessário buscar a integração entre escola e realidade social, para assim, relacionar a teoria e a prática, buscando sempre produzir conhecimentos. Neste sentido, Paulo Freire (1987) diz que: 36 (...) se professores e alunos exercem o poder de produzir novos conhecimentos a partir do conteúdo imposto pelos currículos escolares, estariam de fato consolidando seu poder de contribuir para a transformação da sociedade. (FREIRE, 1987, p 28) É necessário que todo professor em conjunto com alunos possam incutir o compromisso de produzir novos conhecimentos para o próprio bem e toda a humanidade. Questão 4) Onde os alunos apresentam maior dificuldade na disciplina de matemática, na instituição pública ou na particular? Cite essas dificuldades específicas de cada uma e o porquê. “As dificuldades em relação à matemática existem nas duas entidades, no entanto os alunos da escola pública chegam mais despreparados ao Ensino Médio (no sentido da matemática básica). Penso que uma solução é a qualidade das aulas, o maior número de aulas e o ensino de maneira integral (contra turno).” Questão 5) Quando você percebe que o aluno está gostando mais da matemática? Realize observações. “Percebo pelo sorriso do aluno quando ele gosta da disciplina. Quando um aluno entende a matéria seus olhos brilham.” Em relação as respostas das questões 4 e 5, percebe-se que o papel do professor é muito importante no processo de aprendizagem do aluno, diante disso usamos a afirmação de Paulo Freire (2006): O professor libertador nem manipula, nem lava as mãos da responsabilidade que tem com os alunos. Assume um papel diretivo necessário para educar. Essa diretividade não é uma posição de comando, de “faça isso” ou “faça aquilo”, mas uma postura para dirigir um estudo sério sobre algum objeto, pelo qual os alunos reflitam sobre a intimidade de existência do objeto. Chamo essa posição de radical democrática, porque ela almeja a diretividade e a liberdade ao mesmo tempo, sem nenhum autoritarismo do professor e sem licenciosidade dos alunos. (2006, p. 203). Podemos afirmar então que o professor é extremamente necessário para o processo ensino- aprendizagem, pois desempenha seu compromisso de ensinar com qualidade e desenvolver alunos com a liberdade de pensamento e concepção social e crítico de mundo. 37 5.1.1 COLETAS DE DADOS – ALUNA DE COLÉGIO PARTICULAR Analisamos o questionário da aluna X, mas o fizemos de maneira diferente, tivemos que levar em consideração todo a sua transição entre o colégio público e particular e sua dificuldade em acompanhar os conteúdos que eram diferentes tanto com relação ao tempo, como a forma de aplicação com maior rigorosidade e cobrança por parte dos professores. De posse da coleta de dados e análise dos questionários destacamos o que foi relatado. Questão 1) Você gosta de estudar matemática? “Atualmente, não. A matéria aplicada parece ser desinteressante e não aplicável ao dia-a-dia.” É possível perceber que a falta de interesse dos alunos se dá pela falta de aplicação da prática em sala de aula, uma vez que o aluno não é capaz de enxergar com seus próprios olhos a relação entre o conteúdo e seu dia-a-dia. Questão 2) O professor aplica teoria (cálculos no quadro, definições, histórias e fórmulas no quadro, etc) e faz relação com a prática (através de jogos, dinâmicas e outros materiais)? “Não, o professor não associa teoria e prática, o que dificulta o entendimento do conteúdo aplicado.” Levando em consideração a resposta, podemos afirmar que a forma como o conteúdo está sendo aplicado não faz relação com o cotidiano do aluno, por este motivo não vê interesse e aprender a matéria. Questão 3) Você já teve alguma aula de matemática diferente das demais? Se sim, explique. “Não, nunca.” Para que haja aprendizagem é preciso que o aluno se foque na aula e se o professor não for capaz de fazer com que sua aula seja atrativa, o aluno não terá interesse pelo que está sendo aplicado. Questão4) Qual sua visão sobre as aulas de matemática apresentadas até o dia de hoje pelo professor? 38 “A matemática possui inúmeras aplicações em nossa vida. Entretanto, os professores não optam por tentar prender a atenção do aluno. O uso da matemática parece meramente teórica, longe da realidade. O professor não apresenta um estudo que seja parte da vida do aluno, que possa ser utilizado fora da sala de aula.” É necessário que a aula seja significativa de modo que o aluno reutilize o conteúdo no seu cotidiano. Caso esse objetivo não seja atingido, a aula será como outra qualquer, sem importância ou significado algum para o aluno. Questão 5) Na sua opinião, como deveriam ser desenvolvidas as aulas de matemática pelo seu professor? “As aulas deveriam conciliar teoria e prática de maneira dinâmica e de fácil compreensão. A teoria, além de apresentar as fórmulas matemáticas deveriam ser aplicadas em conjunto com a história, evidenciando o que levou a descoberta de determinada equação. A prática, por sua vez, deveria associar o uso da matemática ao cotidiano.” Por mais que os professores acreditem que sua aula está envolvendo tanto teoria como pratica, o que se observa pelas respostas, é que em algum momento essa técnica está falhando, seja na elaboração ou na condução da apresentação, o fato é que para o aluno não há práxis de ensino, e apresentar a matemática de forma prática seria o fator de maior aproveitamento dos alunos. Pois seriam capazes de fazer associação com os conteúdos no cotidiano. 5.1.2 COLETAS DE DADOS – ALUNA DE COLÉGIO PÚBLICO Com a aluna Z de colégio público fizemos comparação para saber a opinião sobre a maneira como é apresentado os conteúdos aos alunos e o que poderia ser mudado para tornar as aulas mais atrativas. Questão 1) Você gosta de estudar matemática? “Mais ou menos, pois tem cálculos que acho desnecessário como por exemplo aqueles que viram folhas.” O conteúdo é desnecessário porque não foi apresentado ao aluno algo concreto onde ela possa usar esses cálculos, se isso tivesse sido feito o conteúdo teria sido absorvido em vez de somente aplicado. 39 Questão 2) O professor aplica teoria (cálculos no quadro, definições, histórias e fórmulas no quadro, etc) e faz relação com a prática (através de jogos, dinâmicas e outros materiais)? “Todos os professores aplicam teorias no quadro e no Datashow, mas nem todos os professores fazem dinâmicas, jogos entre outras coisas principalmente se o professor for de escola pública pois na minha opinião muitos não tem força de vontade para fazer algo diferenciado.” Se os professores fossem capazes de aplicar recreação ao conteúdo, a aprendizagem teria mais significado, o que consequentemente traria maior conhecimento ao aluno. Questão 3) Você já teve alguma aula de matemática diferente das demais? Se sim, explique. “Sim. Em uma instituição privada, onde fizeram uma gincana com brincadeiras envolvendo cálculos matemáticos.” Nesse caso devemos levar em consideração o fator da gincana, pode ser que na disputa tenha havido toda uma recreação, mas isso não significa que a recreação faça parte do processo de ensino dos alunos da instituição. Questão 4) Qual sua visão sobre as aulas de matemática apresentadas até o dia de hoje pelo professor? “Na escola pública eu entendo da matemática mais ou menos, pois pela bagunça e pela má vontade de alguns professores a matemática vira uma visão chata, com cálculos desnecessários e difícil.” Constata-se que, a indisciplina causa um certo transtorno para a aprendizagem, pois por mais que nem todos participem, ela causa a dispersão, o que nos remete ao fato de que o professor pode não estar tomando atitudes cabíveis com relação a baderna em classe. Questão 5) Na sua opinião, como deveriam ser desenvolvidas as aulas de matemática pelo seu professor? “Desenvolvida, com um modo mais interessante, mais detalhado, com a calma de uma professora para ensinar várias vezes a mesma coisa e com uma boa qualidade 40 de ensino. Porque tem professor que tem má vontade de explicar várias vezes a mesma coisa.” Para se aprender matemática é necessário muito mais que uma explicação, é preciso desenvolver táticas e estratégias que facilitem o desempenho do aluno. Se o conteúdo começa a se tornar difícil ou impossível de resolver, é sinal de que está fazendo errado, portanto é preciso ajudar o aluno a encontrar um caminho mais fácil para a resolução dos problemas apresentados. É necessário ser feito várias vezes e de quantas formas forem possíveis para que o estudante realmente aprenda. É importante ressaltar que nem todas as aplicações da matemática são fáceis de serem percebidas e tão pouco aplicadas. O conhecimento ensinado na escola e a matemática aplicada ao cotidiano têm abordagens diferentes, uma enfatiza o conhecimento formal o qual torna-se distante da realidade do estudante e a outra dá ênfase ao cotidiano. A disciplina matemática está, geralmente, ligada a inúmeros adjetivos que denotam insatisfação, os quais refletem de maneira significativa na vida do aluno. Os professores também fazem parte desse clima de descontentamento e acabam contribuindo para esse quadro. É importante ressaltar que alguns educadores muitas vezes preocupam-se apenas com os compromissos didáticos, cumprir todo o programa pedagógico ou realizar todas as avaliações. É possível perceber a preocupação e consequentemente a relação em trabalhar a matemática e aplicá-la ao cotidiano, de maneira que o indivíduo possa fazer uso do conhecimento matemático em inúmeras atividades e fazer uso deste para a construção da cidadania. Alguns princípios dos PCNs que enfatizam essa ideia serão enunciados agora: “A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A atividade matemática escolar não é "olhar para coisas prontas e definitivas", mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Brasília, 1998, p. 56-57.) 41 É preciso buscar cada vez mais, por uma questão de necessidade, minimizar a distância entre a realidade e o conhecimento matemático. A matemática tem uma contribuição significativa na área das ciências exatas, assim como contribui em outros campos do ambiente real. O livro, Da realidade à ação, de Ubiratan D’Ambrosio, apresenta um fragmento interessante: Isto nos conduz a atribuir à matemática o caráter de uma atividade inerente ao saber humano, praticada com plena espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocultural e consequentemente determinada pela realidade material na qual o indivíduo está inserido”. (D’AMBROSIO, 1996) A matemática realmente tem essas características acima e sua aplicação não depende de um papel e um lápis para surgir, depende de uma situação que exija a necessidade do conhecimento matemático de maneira formal ou informal. 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como propósito mostrar a importância de relacionar a teoria e a prática nas aulas de matemática, baseando se como fonte de pesquisa uma coleta de dados com um professor atuante em duas instituições de ensino, uma pública e outro particular, evidenciando o processo de ensino dos professores e aprendizagem dos alunos, se podem ser designados iguais. Este estudo buscou inicialmente apresentar a história da matemática como eixo inicial visto que a história da matemática é uma das vertentes mais importantes para se trabalhar dentro dos conteúdos da ementa escolar. É através dela, que o aluno poderá dar significados e compreender o que se aprende na sala deaula, afinal ela é a essência onde tudo começa, e tudo se cria. Ela pode perfeitamente dar significado ao que está sendo estudado como, fórmula, teoremas, resoluções de problemas, ou seja, sua presença na disciplina de matemática é algo indiscutível em que todos devem procurar utilizar como metodologia de ensino, tornando ao aluno muito mais fácil aprender através da história, para que desta maneira tenha significado os cálculos e fórmulas quando passada pelos professores. Para tanto este trabalho buscou na teoria de D’ Ambrósio base teórica para desenvolver em argumentos concretos que a matemática faz parte da evolução humana e está arraigada aos fatores socioculturais, ela está presente no ambiente no qual o indivíduo está inserido, onde é praticada pela sociedade com plena espontaneidade. Já no segundo capítulo tratou de compreender como a matemática está inserida no contexto social, como todos sabem ela está relacionada a tudo que fazemos no dia-a-dia, podendo ser vista a todo o momento. Desta forma já se percebe como ela é importante e nos faz necessária para nossa sobrevivência, por este motivo ela recebe um espaço nas disciplinas escolares para tornar os conhecimentos prévios significativos, a partir do momento que estabelece relação com os conhecimentos científicos. O terceiro capítulo consistiu em compreender de que forma é trabalhada a matemática, no processo ensino de aprendizagem, tendo como base analisar a utilização da teoria e da prática, ou somente através das teorias, onde “[...] o valor da teoria se revela no momento em que ela é transformada em prática [...]” (D`AMBROSIO, 1986, p. 43. Nas pesquisas para a explanação do contexto abordado 43 percebemos, que muitos não utilizam em suas aulas a prática, pois, relatam que ao utilizar a prática perdem muito tempo para trabalharem a ementa que a instituição de ensino estabelece, portanto aplicam somente a teoria para que seja comprido o que é estabelecido. Como D’Ambrósio cita acima, só há significado no processo de ensino aprendizagem a partir do momento que o professor trabalha a teoria e apresenta na prática como algo concreto, por este motivo a prática e a teoria devem sempre caminhar juntas no ambiente de ensino. Ainda do terceiro capítulo, foram abordadas como ensinar a matemática com significação, estando estas relacionadas com o cotidiano do aluno e com a sala de aula, Ausubel destaca que o conteúdo deve ser interessante e o aluno deve estar disposto a aprender. Para tanto é importante que o professor relacione o seu conteúdo com os conhecimentos prévios já estabelecidos pelo aluno. O quarto e último capítulo consistiram em apresentar as inteligências múltiplas de Gardner, a partir das oito inteligências que o cérebro humano possui, sendo que na maioria das pessoas somente duas são desenvolvidas. Por este motivo o professor deve analisar o processo de aprendizagem dos alunos, pois, cada aluno apresenta uma forma diferente de aprender, uns aprende com mais facilidade, outros apresentam dificuldades, sendo necessário que o professor estabeleça uma nova forma de trabalhar o conteúdo para que assim aconteça aprendizagem. Na perspectiva de alcançar nossos objetivos, utilizamos de entrevistas para a coleta de dados, a qual conteve perguntas abertas e fechadas, que possibilitaram um conhecimento e discussão acerca da realidade de ensino nas diferentes instituições de ensino e como são trabalhados pelos professores os conteúdos da ementa escolar, se os mesmos utilizam em suas aulas a teoria e a prática para o desenvolvimento do planejamento em sala de aula. De início verificamos que na instituição particular, o ensino acontece de maneira que o professor já tem um planejamento onde deve ser seguido e cumprido para cada turma por ser sistema apostilado, há maior variedade de atividades, maior número de conteúdos; já na pública o professor entrevistado relata que deveria ser a mesma quantidade de conteúdos e atividades, mas o tempo é curto, encontra-se maior dificuldade por parte dos alunos que chegam no Ensino Médio despreparados com pouco conhecimento prévio, por isso, a metodologia deve ser voltada mais para a revisão de conteúdos. Quanto ao uso de materiais pedagógicos nas aulas, torna-se mais escasso este procedimento porque nas escolas não tem muitos materiais. 44 Buscando ainda conhecer mais sobre o processo ensino aprendizagem em relação às instituições de ensino e a forma como o professor aplica o conteúdo em sala, questionamos uma aluna “X” que estudou em ambas as instituições de ensino, as respostas obtidas nos causaram certa preocupação, pois a mesma alegou não ver diferença entre as instituições, segundo a mesma, tanto na escola particular como na pública, os conteúdos são aplicados, porém não são relacionados com o cotidiano, isso torna a aula insignificante para o dia-a-dia do aluno, o que causa o desinteresse pela matéria. Durante a entrevista ela relatou diversos motivos pelo qual não gosta de matemática e teve um momento em que chegou dizer que quando assumíssemos uma sala de aula que fossemos diferentes, que não estivéssemos na sala só pelo dinheiro, mas por amor pelo trabalho e que nos dedicássemos a ensinar e ensinar com qualidade. Que não fossemos como os professores atuais, desinteressados e desmotivados. Todavia, os depoimentos obtidos mediante a entrevista de coleta de dados nos possibilitaram conhecimentos claros em relação à realidade de ensino de diferentes instituições, pois relata uma proposta diferente de trabalho onde na instituição particular, o professor tem que seguir uma apostila de conteúdos e entregar ela toda explicada e respondida no final do bimestre. Já na instituição pública, segue-se uma ementa que também deve ser cumprida mais o professor escolhe que exercícios podem ser trabalhados em cima de cada conteúdo estabelecido. Ainda, sob relatos foi possível verificar o sofrimento que a aluna “A” apresentou ao sair de uma escola pública para estudar em um particular, suas principais reclamações sobre em que ela se sentiu mais prejudicada em relação à troca de instituições. É preciso ressaltar que este trabalho possibilitou uma compreensão acerca da realidade de ensino das diferentes instituições, principalmente na maneira em que o professor trabalha em sala de aula com a teoria e a prática. Podemos analisar que nem todos utilizam a prática para tornar a teoria mais compreensível para os alunos e possibilitar um ensino mais próximo da realidade dos mesmos, sendo que, a prática é uma das formas que os alunos mais se propõem em aprender quando apresentadas a eles, jogos e matérias didáticos é o que todos os alunos precisam para que se sintam interessados em apreender e se oportunizem em gostar 45 da disciplina de matemática, já que é, para muitos uma disciplina difícil e comumente abstrata ligada apenas a cálculos, resoluções de problemas e fórmulas. Conclui-se, que os profissionais de ensino devem na sua formação ter um embasamento melhor sobre como atuar como professor mediador do conhecimento dentro de uma sala de aula, mostrando aos alunos o significado dos conteúdos de matemática trabalhado em sala, como por exemplo, sua história, origem, essência, para que desta forma aprenda amar a matemática e ter um novo olhar para a disciplina vista como uma das mais complexas. O professor deve conhecer a realidade de cada aluno para que assim consiga trabalhar de maneira que sane as dificuldades de cada um deles, pois, como vimos cada aluno tem sua maneira de apreender, compreender e analisar o que está sendo estudado, a partir do momento que o professor verifica que o aluno não aprendeu, pode ser mais fácil para ele trabalhar com este aluno quando conhece a realidade do mesmo. Sobre as instituições de ensino podemos concluir que há diferenças porque na instituição de ensino particular
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