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A ergonomia cognitiva,racional e organizacional e suas interferências da produtividade e satisfação dos colaboradores

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A ERGONOMIA COGNITIVA, 
OPERACIONAL E ORGANIZACIONAL E 
SUAS INTERFERÊNCIAS NA 
PRODUTIVIDADE E SATISFAÇÃO DOS 
COLABORADORES 
 
Simone Márcia Santos Correia (00000000000) 
smcorreia1@bol.com.br 
Carina Santos Silveira (00000000000) 
carinassilveira@gmail.com 
 
 
 
A Ergonomia tem por finalidade adequar o trabalho ao homem, 
promovendo condições ambientais adequadas que atenda aos 
colaboradores com um mínimo de conforto e satisfação na realização 
de suas tarefas. O que promove intervenções e melhorias que geram 
ainda o crescimento dos resultados produtivos da organização em 
função das medidas adotadas para adequação do ambiente de 
trabalho. Este estudo foca, dentre todos os parâmetros da Ergonomia, 
os aspectos Cognitivos, Operacionais e Organizacionais. Propondo 
identificar, categorizar e sugerir melhorias para os problemas 
observados na empresa estudo de caso, fundamentado nos custos e 
constrangimentos que são gerados nos indivíduos em função destes 
problemas. Para promover este trabalho a abordagem foi 
fundamentada nos estudos de alguns fatores que influenciam 
diretamente na produtividade como; a carga e a atividade mental, o 
ambiente de trabaho e a humanização, a organização do trabalho e, 
alguns fatores humanos pertinentes as condições inadequadas a que as 
empresas são submetidas no atual cenário de alta competitividade. 
Onde estas normalmente buscam resultados sem a devida adequação 
do sistema para atender ao volume de trabalho contratado que deve 
estar alinhado a sua capacidade de produção. Assim são gerados 
custos e constrangimentos que comprometem as atividades produtivas. 
Ao final dos estudos são sugeridas algumas propostas de melhoria que 
visam, se não eliminar, ao menos minimizar os custos e 
constrangimentos que acometem os colaboradores do desempenho das 
suas atividades. 
 
Palavras-chaves: Ergonomia, Cognitiva, Operacional, Organizacional, 
Produtividade 
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 
 
 
 
 
3 
1. INTRODUÇÃO 
No cenário das pequenas empresas é possível observar certo descaso com a questão 
ergonômica e com o bem estar psicológico dos colaboradores. Com o objetivo de elevar seu 
faturamento as empresas adquirem um volume de trabalho superior a sua capacidade de 
produção, e busca resultados para esta demanda promovendo uma sobrecarga e 
consequentemente um desgaste dos colaboradores que são submetidos a condições de trabalho 
inadequadas. 
Esses aspectos observados no parágrafo anterior fazem parte do conjunto de 
motivações geradas para o desenvolvimento deste trabalho. Compõe esta iniciativa a 
observação e constatação da necessidade de se adequar um sistema homem-tarefa-máquina 
aos seus usuários. O sistema homem-tarefa-máquina deve ter sintonia e conforto. A condição 
a que o trabalhador é submetido no seu ambiente de trabalho deve promover o mínimo de 
satisfação para um bom desempenho das atividades e alcance dos resultados pretendidos. 
O objeto deste estudo é uma empresa de pequeno porte, do ramo da engenharia, 
inserida no mercado a mais de 10 anos. Suas atividades estão relacionadas ao 
desenvolvimento de projetos de instalações para empreendimentos comerciais e residenciais, 
e seu objetivo é atender aos seus clientes com qualidade, seriedade e agilidade nas entregas do 
seu produto final. 
Focado nos conceitos de ergonomia cognitiva, operacional e organizacional e na 
análise de fatores que podem interferir na produtividade será aplicada a metodologia de 
intervenção ergonomizadora, e a partir dos resultados serão propostas condições adequadas 
que viabilize a melhoria da produtividade associada a satisfação dos colaboradores. 
2. PARÂMETROS DA ERGONOMIA ADOTADOS PARA O ESTUDO 
Moraes e Mont’Alvão (2003) afirmam que estudos interdisciplinares e a 
industrialização foram fundamentais para o nascimento da Ergonomia, os estudos de 
engenheiros, psicólogos e fisiólogos buscavam adaptar operacionalmente equipamentos, 
ambientes e tarefas aos aspectos neuropsicológicos, aos limites psicológicos de memória, a 
atenção e ao processamento de informações, esses estudos interdisciplinares viriam a 
contribuir para resolução de problemas e tomada de decisões de acordo com as características 
cognitivas de seleção de informações. 
A ergonomia tem o papel de identificar os esforços e as condições oferecidas pelo 
sistema, para daí utilizar suas ferramentas para propor melhorias nas condições de trabalho 
visando gerar conforto e satisfação aos seus usuários e interessados, bem como, promover a 
elevação da produtividade de forma adequada e segura. 
Segundo Santos (2008), a ergonomia estuda entre outros assuntos as características 
materiais do trabalho, o meio ambiente físico, a duração da tarefa, o modelo de treinamento e 
aprendizagem e as lideranças, além de realizar análises das atividades físicas e cognitivas de 
trabalho; das informações e do processo de tratamento das informações. Levando em 
consideração aspectos como: esforço, julgamento, atenção, concentração, percepção, 
motivação. 
Alguns parâmetros são definidos para auxiliar na intervenção das atividades 
produtivas realizadas pelo homem, associado aos seus postos de trabalho e ao tipo de 
atividades desenvolvidas. Estes parâmetros podem garantir a qualidade e a produtividade do 
sistema homem-tarefa-máquina, e são fundamentais para a categorização dos problemas. 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
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4 
Visando proporcionar conforto postural e ambiental, trabalho adequado e ganho de 
produtividade, dentre outros ganhos que façam parte do bem estar do trabalhador, da sua 
satisfação e do retorno produtivo que ele possa oferecer, mediante condições adequadas. 
 Dentre os parâmetros reconhecidos pela ergonomia os abordados neste estudo 
(Cognitivos, Operacionais e Organizacionais) possuem características distintas, porém se 
integram de forma direta, pois estão associados ao comportamento dos indivíduos, ao 
ambiente e a realização das tarefas. Portanto, neste caso em específico o estudo foca os 
aspectos inerentes as categorias da Ergonomia Cognitiva, Operacional e Organizacional. 
2.1 Ergonomia Cognitiva 
Para Moraes e Mont’Alvão (2003) a Ergonomia Cognitiva caracteriza-se por aspectos 
relacionados com as questões da compreensão, lógica, compatibilização de repertórios e 
informações, significação de mensagens, complexidade da tarefa, dentre outros aspectos que 
resultam em perturbações para a seleção de informações, para as estratégias cognoscitivas e 
comprometem sua autonomia na resolução de problemas e tomada de decisões, como as 
dificuldades de decodificação, aprendizagem e memorização, em face de inconsistências 
lógicas e de navegação dos subsistemas comunicacionais e dialogais. Já a ABERGO (2008) 
define os processos mentais, como percepção, memória, raciocínio e resposta motora 
conforme afetem as interações entre os homens e outros elementos de um sistema. 
De uma forma geral a Ergonomia Cognitiva trata o fato de como as pessoas 
conceituam e processam informações absorvidas em situações decorrentes do seu trabalho, 
dentre as competências cognitivas estão à capacidade de abstração e de raciocínio. O 
individuo comproblemas cognitivos pode apresentar dificuldades de percepção, absorção e 
retenção de informações se submetido a fatores como carga mental, estresse, pressão 
psicológica, entre outros que fazem parte do cotidiano das empresas. 
Ergonomia Cognitiva conhecida também como engenharia psicológica, trata-se do 
aspecto mental (percepção, atenção, armazenamento e recuperação de memória, etc). 
Estuda a capacidade e os processos de formação e produção de conhecimentos em 
sistema em geral. Incluem carga mental de trabalho, desempenho de habilidades, 
erro humano, interação entre o ser humano e a máquina. (VIDAL, 2007 apud 
ALMEIDA 2008)1. 
2.2 Ergonomia Operacional 
Para caracterizar a Ergonomia Operacional, Moraes e Mont’Alvão (2003) apresenta 
aspectos como; o ritmo intenso das atividades, a repetitividade e monotonia inerente ao 
processo produtivo, bem como a pressão por prazos de produção e de controle. 
Os problemas de caráter operacionais apresentam como características a ausência de 
alguns eventos no desenvolvimento das tarefas, como; programação de tarefas, interação da 
equipe, adequação do ritmo aos indivíduos, autonomia dos colaboradores, pausas 
programadas, supervisão adequada, precisão, tolerância, controles de qualidade e 
dimensionamento das equipes com equilíbrio entre o volume de serviço e a mão de obra 
disponível. 
Os aspectos inerentes a parte operacional das atividades comprometem rapidamente a 
produtividade, pois altera o ritmo circadiano do individuo (ritmo que corresponde a um 
período de aproximadamente 24 horas onde ocorrem oscilações de funções fisiológicas sobre 
influência da luz) e motiva o estresse devido as pressões sofridas para cumprimento de prazos. 
 
1
 VIDAL CESAR, Mario, Introdução à Ergonomia. Disponível em: Acesso: 04 de março de 2007. 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
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5 
Em muitos casos as equipes alocadas para as atividades operacionais não são suficientes para 
atender a demanda, gerando sobrecarga de trabalho e mental, o que prejudica a adequação do 
ritmo, a implementação de pausas necessárias e o controle da qualidade do serviço. 
Por se tratar principalmente dos fatores ligados a sobrecarga a Ergonomia Operacional 
visa adequar demanda a produção, de forma humanizada e produtiva, sem o 
comprometimento da saúde física e/ou mental dos indivíduos envolvidos nas atividades e 
buscando alcançar o melhor índice de qualidade possível. 
2.3 Ergonomia Organizacional 
A Ergonomia Organizacional é caracterizada por Moraes e Mont’Alvão (2003) através 
dos problemas ligados a falta de parcelamento adequado das atividades, participação, gestão, 
jornada de trabalho com avaliação de horário, turnos e escalas, bem como a falta de seleção e 
treinamento de pessoal, visando capacitação para as atividades produtivas. A implementação 
dessas ações, que encontram-se em falta, viabiliza a objetividade, responsabilidade, 
autonomia e participação dos colaboradores envolvidos no processo produtivo. 
Também conhecida como macroergonomia, a ergonomia organizacional está 
relacionada com a otimização dos sistemas socio-técnicos, incluindo sua estrutura 
organizacional, políticas e processos. Tópicos relevantes incluem trabalho em turnos, 
programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria motivacional, supervisão, trabalho em 
equipe, trabalho à distância e ética. 
Reforçando o conceito anterior, Moraes e Mont’Alvão (2003) faz referência a análise 
macroergonômica como responsável pelo trato dos níveis gerenciais hierárquicos, da 
comunicação na empresa, da participação dos trabalhadores e da organização do trabalho. 
3. FATORES QUE AFETAM AS ATIVIDADES PRODUTIVAS 
Existem alguns fatores que podem afetar diretamente as atividades produtivas dos 
indivíduos em seus ambientes de trabalho comprometendo de forma positiva ou negativa os 
resultados esperados. São eles: 
3.1 Carga e atividade mental 
A carga mental está relacionada à capacidade mental do indivíduo. O conceito de 
atividade mental é definido por Grandjean (1998) como a elaboração da informação fornecida 
ao cérebro. O trabalho mental nas perspectivas do autor está dividido em duas atividades: a 
Mental que corresponde aos níveis de exigência da criatividade, associado aos conhecimentos 
técnicos para o desenvolvimento intelectual; e a de Processamento de informações que 
consiste em perceber, interpretar e elaborar mentalmente informações fornecidas pelos órgãos 
dos sentidos, relacionando-as com os conhecimentos dando origem as decisões. 
3.2 Ambiente de Trabalho e Humanização 
Ao ambiente de trabalho está vinculado o bem estar dos indivíduos que realizam a 
tarefa, ou seja, as condições ambientais quando favoráveis contribuem para o bom 
desenvolvimento do trabalho, é no ambiente que estão presentes estímulos e frustrações que 
acometem os trabalhadores interferindo na sua produtividade. 
Intrínseco ao ambiente de trabalho está a questão da humanização. Para Guimarães 
(2006) a humanização do trabalho é a permissão para que cada pessoa exercite suas 
habilidades com sentimento e auto-realização. 
3.3 Organização no Trabalho 
 
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6 
Para Couto (2002) “organização do trabalho é todo o conjunto de ações feitas pelo 
gestor e pelos facilitadores para que a prescrição de trabalho, objetivos, planos e metas, ditada 
pela direção da organização sejam cumpridos”. 
A organização do trabalho tem o objetivo de estabelecer regras, procedimentos e um 
fluxo ordenado das tarefas visando motivar o rendimento e a qualidade das atividades 
produtivas, bem como atender as necessidades de seqüenciamento das tarefas para aliviar a 
sobrecarga de trabalho. No contexto organizacional é necessário que seja adotada uma política 
de gestão capaz de conciliar produtividade, segurança e satisfação, que atendam aos anseios 
do trabalhador e do empregador. 
3.4 Fatores Humanos 
São características humanas que interferem no desempenho de atividades produtivas 
no trabalho. Guimarães (2006) salienta que se forem considerados os fatores humanos e 
organizacionais envolvidos no trabalho é possível alterar aspectos como ambiente físico, 
ambiente psicossocial, jornada de trabalho, rigidez organizacional e remuneração, visando 
gerar maior satisfação com o trabalho. 
São fatores humanos que interferem nas atividades produtivas: 
a) Ritmo circadiano e as diferenças individuais 
Para Guimarães (2006) o ritmo circadiano corresponde as oscilações das funções 
fisiológicas do organismo num ciclo de aproximadamente 24 horas. Aspectos ligados as 
diferenças indivíduais podem classificar os indivíduos como matutinos e vespertinos, a partir 
dos estudos sobre ritmo circadiano é observado que os indivíduos matutinos apresentam 
melhor disposição e eficiência na parte da manhã, enquanto que os vespertinos apresentam 
essa mesma disposição na parte da tarde (IIDA, 2003). 
b) Fadiga 
IIDA (2003) “fadiga é o efeito de um trabalho continuado, que provoca uma redução 
reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa desse trabalho. A fadiga 
é causada por um conjunto complexo de fatores, cujos efeitos são cumulativos”. 
c) Estresse 
Para Selye (1956, apud Grandjean 1998)
2
 estresse é a reação do organismo a uma 
situação ameaçadora proveniente de causas externas. O estresse prejudica ou impede a 
realização normal do trabalho 
d) Motivação 
Motivação é o processo pelo qual se mantém ativado e em funcionamento um 
sentimento de determinação, impulso, objetivo e necessidade (IIDA, 2003). Motta e 
Vasconcelos(2005) fazem referência aos estudos de Abraham Maslow (1943), que 
considerava o homem como um ser complexo que possui necessidades ligadas ao seu ego, ao 
desenvolvimento pessoal, a aprendizagem e a realização. 
4. METODOLOGIA PROPOSTA 
 Apreciação Ergonômica, composta pela sistematização; problematização inerentes ao 
sistema e parecer Ergonômico com aplicação da técnica GUT. 
 Diagnose Ergonômica que consiste na interpretação e estudo dos dados colhidos, através 
de questionários, da observação sistemática e da análise das tarefas produtivas. 
 
2
 SEYLE, H.: The Stress of Life. McGraw-Hill,NewYork (1956) 
 
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7 
 Projetação Ergonômica que são as recomendações ergonômicas nos parâmetros de 
conforto, segurança e desempenho eficiente estabelecidos por estudiosos da área e pela 
NR17 - Norma Regulamentadora instituída no Brasil pelo Ministério do Trabalho e 
Previdência Social através da Portaria n. 3.751 em 23/11/90, que trata especificamente da 
ergonomia. 
 
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8 
5. APLICAÇÃO PRÁTICA 
A empresa objeto do estudo é de pequeno porte, com atividades na área de engenharia 
de instalações presente no mercado há 10 anos. As atividades desenvolvidas pela mesma estão 
relacionadas ao desenvolvimento de projetos comerciais de instalações (elétrica, automação 
comercial, hidráulica e combate a incêndio), com o objetivo de atender aos seus clientes com 
qualidade, seriedade e agilidade nas entregas do seu produto final. Os estudos foram 
realizados basicamente na área técnica que é formada por uma coordenação de projetos e 
pelos setores de projetos e desenho. 
Os projetos desenvolvidos visam atender as necessidades de cada cliente, além de 
atender as adequações constantes decorrentes de alterações solicitadas pelo cliente final. As 
atividades de cada profissional foram avaliadas considerando as condições de trabalho e o 
nível de envolvimento na tarefa. 
A aplicação da metodologia proposta permite identificar os níveis de conforto e 
satisfação que o sistema deve oferecer ao homem e como intervir para adequá-lo caso este não 
esteja atendendo de forma satisfatória. 
O sistema em questão é ordenado hierarquicamente pelos níveis de subordinação 
decrescente iniciado na coordenação de projetos, seguido do setor de projetos e desenho 
respectivamente. Este sistema obedece a um fluxo de atividades que se inicia no recebimento 
do projeto de arquitetura, pela coordenação, de onde é direcionado para elaboração do projeto, 
desenho das peças gráficas e suas respectivas revisões até chegar ao produto final que é 
entregue para o cliente. 
5.1 Apreciação Ergonômica 
 Para compreensão da Sistematização é relevante se entender o conceito de sistema, 
bem como a descrição do sistema estudado. Segundo Stair e Reynolds (2006) “sistema é um 
conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam, manipulam e 
disseminam dados e informações e ainda oferecem um mecanismo de realimentação para 
atingir um objetivo”. 
 Nesta fase a análise requer a descrição do sistema homem-tarefa-máquina foco do 
estudo em questão. 
 Homem – Profissionais de nível técnico e/ou superior da área de engenharia com 
conhecimento em projetos de instalações; 
 Tarefa – Elaborar projeto de instalações com o objetivo de atender aos anseios do cliente. 
No sistema estudado a tarefa envolve conhecimento intelectual e técnico; 
 Máquina – Para realização das tarefas pertinentes ao sistema são utilizados micro 
processadores dotados de: sistemas próprios para produção das peças gráficas dos projetos 
(AutoCAD), editores de textos, para a confecção dos memórias descritivos e 
especificações técnicas dos matérias e serviços, bem como softwares de planilhas 
eletrônicas para elaboração dos memoriais de cálculos referentes aos projetos. 
a) Sistematização: mostra esquematicamente como o sistema é alimentado, quais as 
restrições para alcançar as metas estabelecidas, os requisitos necessários, suas saídas, e os 
resultados desapropriados que podem ocorrer, conforme figura 1. 
b) Problematização das Tarefas: o quadro 1 mostra algumas das tarefas realizadas pelos 
colaboradores, abrangendo todo o setor técnico e os problemas associados a essas tarefas, 
sua categorização e os custos e constrangimentos adquiridos. 
 
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9 
 
Figura 1 – Sistematização 
 
Quadro 1 – Problematização das Tarefas 
SETOR TAREFA PROBLEMA 
CATEGORIA DO 
PROBLEMA 
CUSTOS E 
CONSTRAGIMENTOS 
Coordenação 
de Projetos 
1. Distribuição e Coordenação dos Projetos 
1.1 - Encaminhamento do 
projeto de arquitetura 
para os projetistas; 
O projeto de arquitetura é 
encaminhado incompleto para o 
início das tarefas de elaboração 
dos projetos de instalações; 
Organizacional Insatisfação, 
desânimo e 
desmotivação. 
1.2 - Distribuição dos 
projetos de acordo com 
as disciplinas; 
Má distribuição de tarefas, 
devido aos diferentes níveis de 
qualificação e experiência dos 
projetistas; 
Organizacional / 
Operacional 
Sobrecarga de 
trabalho. 
Setor de 
Projetos 
 
2. Desenvolvimento dos Projetos 
2.1 - Análise do projeto de 
arquitetura; 
Percepção da falta de 
informações essenciais na 
arquitetura para elaboração do 
projeto de instalações; 
Cognitivo Aumento da 
ansiedade desânimo 
e desmotivação. 
2.2 - Solicitação de 
Informações necessárias 
para elaboração do 
projeto de instalações; 
O fluxo de informações vinda do 
cliente não acompanha os 
prazos de entrega do projeto, e 
ainda assim estes se mantêm 
inalterados; 
Organizacional / 
Operacional 
Sobrecarga de 
trabalho, estresse e 
aborrecimento. 
Setor de 
Desenho 
3. Desenho dos Projetos 
3.1 - Adequação do 
projeto de arquitetura 
para instalações; 
A falta de procedimentos 
interfere no desenvolvimento da 
tarefa quanto a sua 
padronização e qualidade; 
Organizacional Conflito e baixa 
produção. 
3.3 - Correção dos 
projetos. 
Excesso de correções em 
função das constantes 
Cognitivo / 
Organizacional / 
Sobrecarga de 
trabalho, estresse, 
Restrição 
 
Prazos Curtos e Mão de Obra escassa 
Meta 
 
Elaborar projetos de instalações 
com qualidade, seriedade e 
agilidade, visando atender as 
expectativas do cliente. 
Sistema 
Alimentador 
 
Cliente 
 Entradas 
 Contrato de elabo- 
ração do projeto; 
Coordenadora; 
 Técnicos; 
 Software (Autocad); 
Normas. 
Sistema Alvo 
 
Coordenação de 
Projetos 
 Saídas 
 
 Projetos bem 
 elaborados; 
 Prazos 
 cumpridos. 
Sistema 
Ulterior 
 
Cliente 
Requisitos 
 
Ambiente adequado às atividades; 
Recursos necessários disponíveis; 
Carga de trabalho adequada; 
Clima organizacional satisfatório; 
Incentivo a motivação. 
Resultados Desapropriados 
Projetos mal elaborados; 
Entregas com atraso; 
Retrabalho; 
Desgaste e sobrecarga; 
Desordem organizacional. 
 
 
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10 
alterações nas arquiteturas o 
que gera redefinições de 
projeto. 
Operacional aborrecimento e 
sensação de 
cansaço. 
c) Parecer Ergonômico 
O Parecer Ergonômico relaciona os problemas identificados aos desvios do sistema 
com aplicação da técnica de GUT (Gravidade, Urgência, Tendência)para hierarquização e 
priorização dos problemas. A identificação de problemas cognitivos, operacionais e 
organizacionais, reforça a importância do estudo dos mesmos e permitem observar em quais 
condições tais problemas interferem no processo produtivo e afetam o bem estar e a satisfação 
dos colaboradores. 
Com base nas características, citadas anteriormente, para os problemas Cognitivos 
observa-se que os colaboradores são acometidos por dificuldades na realização das suas 
tarefas, devido ao comprometimento do raciocínio, a carga mental, o estresse, a pressão 
psicológica inserida no processo. O que gera, nos colaboradores, dificuldades na realização 
das suas tarefas que por conseqüência compromete o rendimento. 
Quanto aos problemas Operacionais identificados, é percebido, no sistema, que a 
equipe alocada para desenvolvimento das tarefas, não é suficiente mediante seus prazos, para 
atender ao volume de projetos contratados. Gerando a sobrecarga, o que compromete a 
qualidade do serviço além da saúde física e/ou mental dos indivíduos envolvidos no processo. 
Os problemas Organizacionais pontuados estão relacionados com a falta de 
implementação de ações que venham a corrigir questões como parcelamento adequado das 
atividades, participação, gestão adequada, jornada de trabalho, falta de pessoal, e até mesmo a 
capacitação para atender ao processo produtivo. O desenvolvimento das atividades geralmente 
não estão baseados em procedimentos, o que contribui positivamente para a otimização do 
processo produtivo. 
É relevante salientar que a política adotada pela empresa perante o cliente, não 
estabelece com o cliente uma compensação dos prazos uma vez que este tem significativa 
participação nos gargalos que ocorrem no decorrer do desenvolvimento dos projetos. 
 Aplicada a técnica GUT, que sugere uma ordem de prioridades para as ações a serem 
implementadas, com base na Gravidade, Urgência e/ou Tendência relativa a cada problema, 
hora avaliado, o objetivo é atenuar os custos e constrangimentos associados aos mesmos. 
 Quadro 2 – Aplicação da Técnica GUT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1º1255553.2 Excesso de correções.
2º1004553.1 Falta de procedimentos;
3. Setor de Desenho
1º100455
2.2 O fluxo de informações não 
acompanha os prazos;
2º80454
2.1 Percepção da falta de 
informações; 
2. Setor de Projetos
2º364331.2 Má distribuição de tarefas;
1º80454
1.1 Projeto de arquitetura 
incompleto
1. Coordenação de Projetos
PRIORIZAÇÃOTOTALTUGPROBLEMA 
1º1255553.2 Excesso de correções.
2º1004553.1 Falta de procedimentos;
3. Setor de Desenho
1º100455
2.2 O fluxo de informações não 
acompanha os prazos;
2º80454
2.1 Percepção da falta de 
informações; 
2. Setor de Projetos
2º364331.2 Má distribuição de tarefas;
1º80454
1.1 Projeto de arquitetura 
incompleto
1. Coordenação de Projetos
PRIORIZAÇÃOTOTALTUGPROBLEMA 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
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O quadro 2 mostra que, através da análise GUT dos problemas listados para cada 
setor, foi gerada uma ordem de prioridade visto a gravidade do problema, a urgência em 
resolver este e a tendência que tais problemas possam apresentar caso não sejam 
implementadas as ações de melhoria. É possível observar que o problema priorizado no mais 
baixo nível na hierarquia é reflexo dos problemas tambem priorizados nos demais, logo é 
possível perceber que os problemas apresentam um efeito cascata, ou seja, se na origem da 
tarefa ocorre um problema este interfere em todos os demais níveis da tarefa. 
5.2 Diagnose Ergonômica 
 A fim de investigar as interferências causadas pelos problemas ergonômicos, e 
partindo do princípio que estes problemas podem ser identificados e categorizados dentro dos 
aspectos Cognitivos, Operacionais e Organizacionais, foi implementada a aplicação de um 
questionário. O questionário aplicado na área técnica teve o objetivo de identificar além do 
perfil dos colaboradores, suas condições de trabalho e a carga e custos humanos relacionados 
a estas condições. 
 As informações mais expressivas foram tabuladas e traduzidas em gráficos ilustrativos 
das condições atuais do sistema. 
a) Sistema de trabalho: com carga horária média de 9 horas por dia, trabalhando pelo menos 
2 sábados por mês e em alguns casos 1 domingo no mês. 93% dos entrevistados fazem hora 
extra, sendo que apenas 64% são remunerados pelas horas extras trabalhadas, como mostra as 
figuras 2 e 3. 
Hora Extra x Colaborador
93%
7%
Faz Hora Extra Não Faz Hora Extra
 
Horas Extras x Remuneradas
64%
36%
H.E. Remunerada H.E. Não Remunerada
 
 Figura 2 - Gráfico de H.E. x Colaborador Figura 3 - Gráfico de H.E. Remuneradas 
 O prolongamento dos turnos de trabalho, em função das horas extras, promove a 
sobrecarga, altera o ritmo circadiano dos colaboradores interferindo na capacidade produtiva 
dos mesmos, e quando estas não são devidamente remuneradas o problema alcança o mérito 
da insatisfação. 
b) Alterações da execução: as tarefas que requerem consultas periódicas a normas, exigem a 
transmissão de informações, a execução de cálculos mentais e escritos, leitura, tradução e 
decodificação, e ainda as que demandam organização e controle do trabalho de outras 
pessoas, ocorrem com significativa freqüência. Porém estas atividades sofrem constantes 
interrupções afetando o ritmo do trabalho com indicações constantes de alterações ou 
realização de atividades paralelas. O registro dessas queixas está ilustrado na figura 4. 
 
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Frequência de Queixas de Interrupções
78%
22%
Se queixa de interrupções Não se queixa de interrupções
 
Figura 4 - Gráfico de Freqüência de Queixas de interrupções 
O alto índice de interrupções das atividades (78%) leva a descontinuidade do 
raciocínio, a quebra do ritmo de trabalho, e consequentemente a prejuízos na produtividade. 
 c) Motivação: as iniciativas para motivação raramente acontecem no ambiente de trabalho e, 
para integração ocorre com certa freqüência, conforme ilustrado no gráfico da figura 5. Vale 
salientar que este incentivo à integração ocorre na maioria das vezes por iniciativa dos 
próprios colaboradores. 
 Fatores ambientais e motivacionais interferem na produtividade, indivíduos motivados 
realizam seu trabalho com habilidade e determinação, enquanto que os desmotivados tedem a 
realizar seus trabalhos de forma monótona, desanimada, e sem a menor determinação; 
Ocorrência de Incentivo a:
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sempre Frequentemente Raramente Nunca
Motivação
Integração
 
Figura 5 - Gráfico de Ocorrência de Incentivos a Motivação e Integração 
 
d) Carga e Custos humanos: a ocorrência de repercussões devido a carga física e/ou mental 
resultante do trabalho existe e se apresenta de formas variadas, numa escala crescente de 
ocorrências e manifestações, conforme ilustrado na figura 6. 
 
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Carga e Custos Humanos 
7%
14%
21%
43%
50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
1 2 3 4 5
Carga e Custos
Humanos
 
Figura 6 - Gráfico de Carga e Custos Humanos do trabalho 
Legenda: 
1 - Falta de ânimo e desinteresse, consumo de remédios e sensação de incapacidade; 
2 - Mau humor, irritabilidade, dificuldade de atenção, transtornos digestivos e alterações 
sexuais; 
3 - Dificuldade de memorização, dores musculares e perturbações do sono; 
4 - Tensão e ansiedade;5 - Cansaço excessivo. 
 As repercussões identificadas no questionário estão diretamente ligadas aos custos e 
constrangimentos característicos dos parâmetros ergonômicos estudados (Cognitivos, 
Operacionais e Organizacionais). 
5.3 - Projetação Ergonômica / Recomendações 
 As recomendações visam minimizar ou até eliminar os problemas identificados como 
interferências no processo produtivo, na busca de melhorias nas condições de trabalho e maior 
satisfação e conforto para os colaboradores com melhor desempenho produtivo, baseada na 
NR17 e nos resultados obtidos com a aplicação das ferramentas da ergonomia. 
 O quadro de análise GUT associado ao quadro de problematização evidenciam que 
para os problemas categorizados pela técnica, como nível 1 de prioridade, estão relacionados 
a custos e constrangimentos como insatisfação, desânimo, desmotivação, aborrecimento, 
sensação de cansaço, fadiga, sobrecarga, e estresse. Já para os problemas categorizados no 
nível 2 de priorização, os custos e constrangimentos identificados são a sobrecarga, ansiedade, 
desânimo, desmotivação, fadiga e até conflito, gerando baixa produção. É evidente que 
existem custos e constrangimentos comuns aos dois níveis de categorização e que todos, 
independente da sua priorização, afetam a produtividade substancialmente. 
 No quadro 3 são apresentadas recomendações para os problemas identificados, em 
específico, obedecendo os aspectos Cognitivos, Operacionais e Organizacionais, como 
sugestão de melhoria do processo e ajustes das atividades produtivas. 
Quadro 3 – Recomendações para melhorias 
TAREFA PROBLEMA RECOMENDAÇÕES 
 
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1. Distribuição dos Projetos 
1.1 - Encaminhamento do projeto 
de arquitetura para os projetistas; 
O projeto de arquitetura é encaminhado 
incompleto para o início das tarefas de 
elaboração dos projetos de instalações; 
Estabelecer critérios para início do projeto 
de instalações. 
1.2 - Distribuição dos projetos de 
acordo com as disciplinas; 
Má distribuição de tarefas, devido aos 
diferentes níveis de qualificação e 
experiência dos projetistas; 
Implantação de programa de qualificação 
para projetistas, visando alcançar um 
padrão de conhecimento técnico mais 
uniforme. 
2. Desenvolvimento dos Projetos 
2.1 - Análise do projeto de 
arquitetura; 
Percepção da falta de informações 
essenciais na arquitetura para elaboração 
do projeto de instalações; 
Para este problema a melhoria vem da 
implementação da recomendação 
proposta para o item 1.1 
2.2 - Solicitação de Informações 
necessárias para elaboração do 
projeto de instalações; 
O fluxo de informações vinda do cliente não 
acompanha os prazos de entrega do projeto, 
e ainda assim estes se mantêm inalterados; 
Fazer constar em contrato que os prazos 
do projeto serão alinhados ao fluxo das 
informações recebidas do cliente. 
3. Desenho dos Projetos 
3.1 - Adequação do projeto de 
arquitetura para instalações; 
A falta de procedimentos interfere no 
desenvolvimento da tarefa quanto a sua 
padronização e qualidade; 
Criação de procedimentos para execução 
das atividades, visando a padronização, 
organização e garantia da qualidade dos 
serviços. 
3.2 - Correção dos projetos. Excesso de correções em função das 
constantes alterações nas arquiteturas o que 
gera redefinições de projeto. 
Fazer constar em contrato condições e 
limite para alterações de arquitetura, 
visando minimizar o excesso de retrabalho 
gerado em função destas. 
 
 Genericamente percebe-se que os problemas abordados e estudados através das 
ferramentas da ergonomia não são unicamente oriundos da falta de: planejamento, regras e 
procedimentos, programa de qualificação, entre outros, como sugere o quadro de 
problematização. A falta de planejamento ou o planejamento inadequado do trabalho costuma 
resultar em uma alta freqüência de urgências e emergências, geralmente tratadas adotando 
recursos como: horas extras, dobras de turno e aceleração da velocidade do processo, o que 
interfere no ritmo de cada indivíduo gerando sem dúvida um quadro de sobrecarga de trabaho. 
Outro aspecto importante é a implementação de procedimentos, que viabilizaria objetividade, 
responsabilidade, autonomia e participação dos colaborados envolvidos no processo 
produtivo. 
 O estudo mostra ainda situações típicas que alimentam custos e constrangimentos que 
afetam os colaboradores, como por exemplo: a pressão para cumprimento de prazos, que 
impulsiona mais uma vez a sobrecarga, devido ao prolongamento do turno de trabalho em 
função das horas extras. Na fase de observação foi percebido que esta é uma condição que 
alguns colaboradores se submetem para obter melhoria da renda ou até mesmo para não correr 
riscos de desligamento. A ilustração gráfica destas situações pode ser observada nas figuras 2 
e 3. Para evitar a geração de horas extras por motivos escusos recomenda-se adotar um 
sistema de remuneração de acordo com as exigências das tarefas associados à qualificação 
profissional através de políticas claras para os funcionários. Quanto à sobrecarga gerada é 
recomendada a reestruturação do ambiente com vistas na organização do trabalho garantindo 
que o conteúdo das tarefas seja adequado a capacidade de cada indivíduo. 
 Estudos mostram que cada indivíduo tem seu próprio ritmo de trabalho, estas situações 
podem ser corrigidas respeitando-se as diferenças individuais e estabelecendo com os clientes 
prazos dentro das reais capacidades produtivas, evitando a projeção de sobrecarga. A 
tolerância exacerbada para atendimento ao cliente gera relevantes custos com retrabalho além 
dos custos e constrangimentos associados aos colaboradores. A sobrecarga costuma ser 
causada por menosprezo à complexidade das tarefas, assumindo-se prazos muito curtos, 
ocasionando horas extras e outras formas de sobrecarga, que originam ainda um alto nível de 
estresse entre os colaboradores. Para atenuar este alto nível de estresse recomenda-se respeitar 
 
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além do repouso aos finais de semana, a regularidade do gozo das férias, minimizando assim 
o desgaste do colaborador ao ponto em que possa causar prejuízo a organização. 
Analisando o ritmo de trabalho dos setores envolvidos na tarefa, observa-se que há 
uma deficiência organizacional ou até mesmo motivacional, que interferem na produtividade, 
este é um caso que requer adequação do modelo de gestão adotado, considerando 
principalmente a implementação de programas de incentivos motivacionais, visto que os 
indivíduos possuem necessidades sociais acompanhadas da auto-estima e auto-realização. 
Entre as cargas e os custos humanos adquiridos em função da atual condição 
organizacional da empresa, o cansaço excessivo, a tensão e a ansiedade se apresentam como 
vilões. O que é ilustrado graficamente na figura 6 da etapa anterior. Em geral para estes 
aspectos as recomendações estão voltadas também para a reestruturação operacional e 
organizacional da empresa com foco no planejamento das atividades, além da intencificação 
de programas de incentivos a integração e motivação, visando o bem estar dos colaboradores 
e a consequente melhoria na produtividade. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Ergonomia permite o estudo não só de aspectos físicos, mas também de aspectos 
cognitivos, operacionais e organizacionais, como evidenciado no estudo. O bem estar do 
indivíduo em seu ambiente de trabalho está ligado ao envolvimento dos fatores psicológicos 
individuais e sociais. 
Este estudo pode proporcionar a empresas interessadas condições de avaliar as reaiscondições que as mesmas oferecem aos seus colaboradores e conscientizá-las de que a falta de 
atenção para estes aspectos pode estar comprometendo a sua produtividade. As 
recomendações foram fundamentadas e baseadas em estudos e observações propondo 
mudanças significativas com vistas em resultados positivos evitando o comprometimento da 
saúde física e/ou mental dos funcionários. 
A oportunidade de perceber questões tão subjetivas inerentes aos indivíduos mesmo 
estando inserida num contexto da engenharia mostra o quanto é abrangente o conceito de 
Ergonomia e as importantes vertentes que pode satisfazer. 
REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO). Disponível em: 
< http://www.abergo.org.br/oqueeergonomia.htm >. Acesso em 02 de agosto 2008. 
ALMEIDA, Joelma dos Santos. Em busca de uma melhor produtividade no trabalho. Disponível em: 
<http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/ergonomia>. Acesso em 12 de maio 2008. 
COUTO, Hudson de Araújo. Como Implantar a Ergonomia na Empresa - A Prática dos Comitês de 
Ergonomia. Belo Horizonte: ERGO Editora, 2002. 
DANTAS, Julizar. Trabalho e coração saudável: aspectos psicossociais: impactos na promoção da saúde. 1. 
ed. Belo Horizonte: ERGO Editora, 2007. 
GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: Adaptando o trabalho ao homem. 4. ed. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1998. 
GUIMARÃES, Lia Buarque de Macedo. Ergonomia de Processo: Macroergonomia e Organização do 
Trabalho. 5. ed, Vol. 2 – Porto Alegre, 2006. 
IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 6. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. 
MORAES, Anamaria; MONT’ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: 
2AB, 2003. 
 
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MOTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. Teoria Geral da Administração. 2. 
ed. São Paulo: 2005. 
Santos, Bruno Freire. UNIVERSIDADE DE COIMBRA – Departamento de Engenharia Informática. Disponível 
em: <http://www.stefem.org.br/downloads/3499541a59e3f9db2e6c6ef68ceebf33.pdf>,. Aceso em 05 de julho de 
2008. 
Santos, Neri dos. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - DEPARTAMENTO DE 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS Disciplina Ergonomia e Segurança Industrial. Disponível 
em: <http://www.esp.ufsc.br/regon/disciplinas/EPS5225/conteudo.htm>. Acesso em 28 de abril 2008. 
STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princípios de Sistema de informações. Tradução 4. ed. São Paulo: 
2006. 
 
Desenho do 
projeto 
 
http://www.eps.ufsc.br/ergon

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