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PRINCÍPIOS DA PERCEPÇÃO 
MUSICAL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alysson Siqueira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O uso da dimensão da altura sonora na música é determinado de forma 
cultural. A natureza nos oferece um espectro infinito de alturas, embora nossa 
audição esteja limitada entre 20 e 20.000 Hz. Mesmo dentro dessa faixa audível, 
há uma infinidade de frequências disponíveis. No entanto, a ciência descobriu 
que os sons com altura definida, que depois chamaríamos de notas musicais, 
possuem relações matemáticas exatas entre os harmônicos que os constituem. 
A partir disso, a humanidade, em seus diferentes contextos, produziu formas 
diversificadas de organizar as notas musicais com suas respectivas frequências. 
Na cultura ocidental, o sistema amplamente adotado na atualidade é o de 
temperamento igual, que fornece à música doze notas musicais e a possibilidade 
de perceber o semitom como uma distância mínima padrão. No teclado de um 
piano, os doze sons estão dispostos como na Figura 1. 
Figura 1 – Doze notas no piano 
 
O desenvolvimento da música também suscitou a criação de um sistema 
de notação, o qual recebe o nome de partitura. Nesse sistema, representamos 
as doze notas da seguinte forma. 
 
Apesar do estabelecimento dessas doze notas, os compositores levaram 
um certo tempo para utilizá-las todas juntas em uma única peça musical. Isso 
aconteceu na virada do século XIX para o XX. Antes disso, escolhia-se um 
conjunto de notas — normalmente sete — desse universo de doze. A esse 
conjunto de notas selecionadas e tomadas em ordem de altura, deu-se o nome 
de escala. 
 
 
3 
A escala que baseia a teoria musical ocidental é a escala de Dó Maior, 
que se obtém, no piano, excluindo-se todas as teclas pretas. 
Figura 2 – Escala de Dó Maior no piano 
 
Podemos observar que, entre algumas notas consecutivas, há uma 
distância maior que entre outras. Entre Dó e Ré, por exemplo, há dois semitons, 
ou um tom, de distância. Diferentemente da relação entre Mi e Fá e Si e Dó, que 
é de um semitom. Na partitura, temos o seguinte: 
 
Outras sete notas podem ser selecionadas, criando novas relações 
intervalares. Como exemplo, trocaremos a nota fá por fá#. 
Figura 3 – Dó Maior com fá# no piano 
 
Utilizando a notação musical para entendermos a nova configuração, 
temos: 
 
 
 
4 
A mudança transferiu um dos intervalos de 2m (semitom) para outra 
posição. Experimente tocar a nova escala no seu instrumento e perceba a 
diferença na sonoridade. Na prática, não temos mais Dó Maior, mas um modo 
chamado lídio. 
Todavia, analisando a partitura com mais cuidado, podemos perceber que 
as relações de tom e semitom presentes na escala maior aparecem a partir do 
quinto grau. Veja o que ocorre quando reescrevemos as mesmas notas a partir 
do sol: 
 
Assim, mantendo o esquema TTSTTTS a partir da nota sol, obtemos a 
escala de Sol Maior. 
Se tomarmos a escala de Dó Maior a partir do sexto grau, ou seja, da nota 
lá, obtemos a escala de Lá menor natural, com a seguinte relação de tons e 
semitons: TSTTSTT. Alterações nesta escala geram as escalas menores 
harmônica e melódica. Há escalas de cinco, como a pentatônica, a de seis notas 
– chamada de hexatônica ou escala de tons inteiros – e também as escalas 
diminutas, que possuem oito notas. 
O conceito de tonalidade anda paralelamente ao de escala. Ele também 
consiste em uma escolha de um conjunto de sete notas do universo de doze. Se 
escolhermos apenas as teclas brancas do piano para desenvolver uma música, 
temos a tonalidade de Dó Maior. Se trocarmos o fá natural pelo fá#, teremos 
então tonalidade de Sol Maior. 
Em suma, podemos dizer que determinar a tonalidade de uma música, ou 
trecho musical, é o mesmo que descobrir a escala utilizada na sua construção. 
Isso é possível de duas formas: por meio da análise, com auxílio da partitura; e 
da percepção. Nesta última possibilidade, o uso de um instrumento musical pode 
ser necessário para fornecer uma altura musical, uma nota, de referência. 
TEMA 1 – ESCALA MAIOR 
Neste tema, iremos exercitar a leitura das alturas pertencentes à escala, 
ou tonalidade, maior. Apesar de a partitura indicar quatro tempos por nota, 
 
 
5 
poderemos usar a duração que nos for conveniente, como iniciar com notas mais 
longas e diminuir sua duração de acordo com o acréscimo de habilidade. 
A leitura de notas na pauta, entoando suas alturas com a voz, pode ser 
feita de três formas: 
1. Pronunciando os nomes das notas, o que auxilia bastante na 
memorização do posicionamento das notas musicais na pauta. 
2. Adotando um fonema padrão para todas as notas, como pá, por exemplo. 
Esse procedimento proporciona o direcionamento da concentração para 
a altura sonora, privilegiando a afinação. 
3. Utilizando números para cada grau da escala: dó=1, ré=2, mi=3, e assim 
por diante. Esse método pode facilitar o solfejo em outras tonalidades 
maiores. 
Experimente todas as formas e escolha aquela a que você melhor se 
adaptar. 
Seguindo uma lógica gradual, vamos nos concentrar, inicialmente, nas 
duas primeiras notas da escala. 
 
Lembrando do estudo de intervalos, temos uma 2M, e o exercício sugere 
fixar a sonoridade ascendente e descendente deste intervalo. 
 Em seguida, iremos acrescentar o terceiro grau e treinar a leitura de cada 
uma das linhas abaixo até que se torne fluente, ou seja, sem pausas, gaguejos, 
e outros tipos de dúvidas. 
 
Nesse exercício, tivemos dois intervalos de 2M sucessivos e a 3M obtida 
entre as notas Dó e Mi. 
 
 
 
 
 
6 
Após essa etapa, acrescentaremos o quarto grau da escala: 
 
Aqui, aparecem os intervalos de 4J, entre Dó e Fá, e 3m, entre Ré e Fá. 
A última linha constitui um exercício para obter clareza na diferença entre 
alcançar a nota Dó passando pelo Mi ou pela nota Ré. 
Na próxima etapa, incluiremos o quinto grau – a nota sol: 
 
 
À medida que a complexidade intervalar aumenta, crescem também as 
possibilidades melódicas. Com essas cinco notas, muitas músicas foram 
compostas e ainda podem ser criadas uma infinidade de outras. 
A próxima etapa será a inclusão da nota Lá, ou o sexto grau da escala 
maior. 
 
 
7 
 
Depois da inserção da nota lá e o consequente aparecimento 6M, resta-
nos acrescentar a nota Si, ou o sétimo grau. Esta nota tem uma particularidade: 
por estar muito próxima da 8J, ela exerce um poder de atração pelo oitavo grau. 
É difícil cantar uma escala de Dó e parar na nota Si – normalmente obtemos o 
relaxamento no Dó subsequente. Por essa razão, ela recebe o nome particular 
de sensível, e esse poder de atração faz com que seja natural a inserção da 
oitava também na série de exercícios sobre a sétima. 
 
Apesar de adicionarmos os intervalos de 7M e 8J, outras relações 
intervalares podem surgir desse conjunto de notas que escolhemos. Entre Mi e 
Dó, por exemplo, teremos uma 6m – intervalo normalmente associado às 
tonalidades menores. Além dele, entre Fá e Si, encontramos uma 4aum (quarta 
 
 
8 
aumentada) – intervalo de 3 tons, muito importante para o desenvolvimento da 
música tonal. 
Para fechar esse estudo de escalas maiores, trazemos mais algumas 
leituras com saltos variados dentro da escala de Dó Maior. 
 
TEMA 2 – ESCALA MENOR NATURAL 
Seguindo as mesmas orientações que trouxemos para a escala maior, 
iniciamos o estudo do solfejo na tonalidade menor. 
Embora a escala de Lá menor seja constituída pelas mesmas notas que 
a escala de Dó Maior, a simples mudança na ordenação das notas provoca o 
surgimento de outros intervalos em relação à tônica (primeira nota da escala): 
2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m e 8J. Portanto, é preciso zelo extra com a afinação do 
terceiro, do sexto e do sétimo graus, pois eles irão diferenciar sonoramente a 
tonalidade menor. 
Como a relação entre primeiro e segundo graus é a mesma para as duas 
tonalidades, iremos iniciar já com o primeiro, segundo eterceiro graus: 
 
A diferença aqui é a quebra da simetria entre os três primeiros graus: o 
segundo grau está mais próximo do terceiro do que do primeiro. Podemos 
pensar, assim, que temos agora um terceiro grau mais grave. 
A seguir, acrescentaremos o quarto grau da tonalidade, ou seja, a quarta 
justa: 
 
 
9 
 
Em seguida, iremos inserir o quinto grau, a nota Mi, que irá formar o 
intervalo de 5J com a tônica. 
 
 
Em seguida, iremos acrescentar o sexto grau, salientando o cuidado que 
devemos ter com a afinação desta nota, devido à sua importância para a 
definição da tonalidade menor. 
 
 
10 
 
 
Por fim, adicionamos a sétima e a oitava, alertando que, no caso da escala 
menor natural, não há a presença da sensível e, consequentemente a força de 
atração pela oitava decresce. Mesmo assim, acrescentamos a oitava a partir da 
segunda linha do exercício. 
 
É importante mencionar que a escala menor harmônica sofre alteração no 
sétimo grau justamente para promover o surgimento da sensível e, por 
consequência, inserir-se no contexto tonal. Para que você tenha uma noção 
dessa sonoridade, iremos repetir o exercício anterior substituindo o Sol por Sol#. 
 
 
11 
 
Como não fizemos o estudo gradual da escala menor harmônica, é 
recomendável utilizar um instrumento musical para tocar as frases antes de 
solfejar. 
TEMA 3 – PERCEPÇÃO AUDITIVA DE MÚSICAS MAIORES E MENORES 
Trazemos algumas músicas de domínio público a seguir, como sugestões 
para enriquecer os seus estudos da percepção das escalas maiores e menores, 
e também como repertório para uso nas suas atividades pedagagógicas. 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
13 
As duas últimas músicas estão em tonalidade menor. Repare que em 
ambas é lançado mão do uso da sensível, o que possibilita sua percepção como 
pertencente ao sistema tonal. Sem essa providência, as músicas soariam como 
modais – assunto que trataremos no Tema 5. 
Em todos os exemplos vistos aqui, a música utiliza, do início ao fim, a 
mesma tonalidade. Todavia, é comum que algumas músicas mudem de 
tonalidade em seu percurso – processo que recebe o nome de modulação e que 
treinaremos para percebê-lo no próximo tema. 
TEMA 4 – MODULAÇÕES EM EXEMPLOS MUSICAIS 
A modulação é uma prática composicional relativamente comum. Há 
diversas formas de se utilizar esse recurso e, neste momento do aprendizado, 
vamos exercitar nossa capacidade de perceber a sua presença. 
O primeiro tipo que vamos explorar é a modulação para tons vizinhos. 
Uma tonalidade vizinha é aquela que possui um acidente a mais ou um a menos 
em relação à tonalidade de partida. Veja o exemplo: 
 
 Dó Maior Fá Maior Sol Maior 
Como a tonalidade de Dó Maior não possui acidentes, ela só pode ter 
acidentes a mais e, no seu caso, tem duas opções: o acréscimo de um bemol ou 
de um sustenido. No primeiro caso, obtemos a tonalidade de Fá maior, e no 
segundo, Sol Maior. 
Para compreendermos sonoramente essas mudanças, vamos cantar, 
com auxílio de um instrumento, as escalas de Dó, Fá e Sol Maior em sequência. 
 
 
 
14 
Repare que há duas formas de se escrever: a primeira inserindo as 
alterações diretamente ao lado das notas alteradas; e a segunda efetuando as 
mudanças nas armaduras de clave. Na prática, se a modulação é pontual e não 
se sustenta por mais que um ou dois compassos, escrevemos as alterações 
diretamente ao lado da nota. Se a modulação se sustentar por mais tempo, é 
conveniente fazer a alteração na armadura de clave. 
Nosso próximo passo é compreender essas mudanças em uma melodia. 
Tente solfejar o trecho musical a seguir. 
 
Quando estamos em Fá Maior, devemos pensar a nota Si um pouco mais 
grave, e quando passamos para Sol Maior é a nota Fá que deve ser um pouco 
mais aguda. Esse mecanismo faz com que se perceba o estabelecimento de 
novas tonalidades. 
Além das tonalidades vizinhas, que são maiores, é possível modular para 
tonalidades menores. Essa modulação pode ser feita de duas maneiras: através 
da tonalidade relativa menor e da tonalidade homônima menor. 
A tonalidade relativa menor provém da escala menor natural que possui 
as mesmas alterações da escala maior natural de origem. A relativa de Dó Maior 
é Lá menor, a relativa de Sol Maior é Mi menor, a relativa de Fá Maior é Ré 
menor, e assim por diante. 
Já a homônima menor consiste na escala menor cujo nome coincide com 
o da escala maior, por exemplo, a homônima de Dó Maior é Dó menor. Na tabela 
a seguir, podemos acessar um resumo de todas essas informações. 
Tabela 1 – Relativas e homônimas menores 
Tonalidade de partida Homônima menor Relativa menor (6°grau) 
Dó Maior Dó menor Lá menor 
Sol Maior Sol menor Mi menor 
 
 
15 
Ré Maior Ré menor Si menor 
Lá Maior Lá menor Fá# menor 
Mi Maior Mi menor Dó# menor 
Si Maior Si menor Sol# menor 
Fá Maior Fá menor Ré menor 
 
Em caráter de exercício, vamos partir de uma música amplamente 
conhecida e fazer variações nas tonalidades vizinhas, na relativa menor e na 
homônima menor. 
 
A melhor maneira de se compreender a relação das outras tonalidades 
com a de partida (Dó Maior) é tocar e cantar a música com a forma rondó1, ou 
seja: A-B-A-C-A-D-A-E-A. 
 
1 Forma musical em que se repete sempre a parte A entre as demais partes da música, por 
exemplo, ABACA. Na música popular, a parte A também é chamada de refrão. 
 
 
16 
Na música popular brasileira, especialmente dentro do gênero Choro, as 
modulações são bastante recorrentes. Vejamos o exemplo de Tico-tico no Fubá, 
de Zequinha de Abreu. Após a introdução, temos a apresentação do tema 
principal, em Lá menor, sinalizado na partitura pela letra A. Na letra B, temos 
uma nova tonalidade, Dó Maior, da qual a primeira tonalidade é relativa. E na 
última parte, sinalizada com a letra C, temos o desenvolvimento na homônima 
maior, ou seja, Lá Maior. 
 
 
 
17 
Essas são as maneiras mais usuais de modular músicas. É possível ainda 
modular para tonalidades distantes, ou seja, com duas ou mais notas alteradas 
com relação à tonalidade de partida, e também subir ou descer um semitom ou 
um tom – o que normalmente configura uma transposição. 
Para finalizar, cabe alertar sobre a diferença entre modulação e 
transposição. Ambas se referem à mudança de tonalidade, mas a transposição 
presume a mudança de tom de uma mesma melodia. Muitas músicas se utilizam 
disso como recurso expressivo. A música Heal the World, de Michael Jackson, 
sofre diversas transposições em seu final, aumentando assim o interesse do 
ouvinte mesmo em sucessivas repetições do refrão. Procure ouvir essa canção. 
TEMA 5 – MÚSICAS MODAIS 
Quando falamos em música modal, logo pensamos nos Modos Litúrgicos 
que aprendemos na teoria musical. No entanto, um desses modos, o jônio, não 
resulta na criação de música modal, pois é a própria escala diatônica – base do 
sistema tonal. Sendo assim, dos sete Modos Litúrgicos, ou Eclesiásticos, seis 
produzem música modal de fato. 
 
 
 
18 
Tocar e cantar estes modos é sua tarefa – que consiste em tocar a escala 
de Dó Maior, começando, a cada linha, por um grau diferente. Por esse motivo, 
a percepção dos modos possa apresentar dificuldades. Pensando nisso, 
apresentamos, a seguir, todos os modos litúrgicos escritos a partir da nota Dó. 
Novamente, toque e cante todas as linhas. 
 
Nem toda a música modal é feita de Modos Litúrgicos. Sua característica 
marcante é ausência da sensível (7M). Sendo assim, há outras possibilidades 
de se fazer música modal. A escala pentatônica é uma delas. 
A formação da escala pentatônica pode ser deduzida de duas maneiras. 
Primeiro, a partir do ciclo das quintas. Partindo de Dó, no sentido horário, temos 
os cinco primeiros termos: Dó, Sol, Ré, Lá e Mi. Ordenando essas notas segundo 
a escala diatônica, temos a escala pentatônica: Dó, Ré,Mi, Sol, Lá, representada 
na partitura a seguir. 
 
Outra forma de se pensar, e que pode auxiliar na percepção da escala, é 
partir da escala diatônica e eliminar as distâncias de semitom entre as notas, ou 
 
 
19 
seja, suprimir as notas Fá e Si. Cante a escala de Dó Maior e, gradualmente, 
exclua as notas Fá e Si: primeiro, cante-as mentalmente, depois as substitua por 
pausas e, por último, retire as pausas. 
Depois de familiarizados com a sonoridade da escala pentatônica, vamos 
solfejá-la em diferentes alturas. 
 
Como referência de música modal, trazemos alguns exemplos musicais 
para exercitar, cantar e agregar ao nosso repertório. 
 
A música Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, tem a 
melodia dos versos compreendida entre o primeiro e o quinto graus da escala 
diatônica, porém, o intermezzo começa no sétimo grau menor, caracterizando o 
 
 
20 
modo mixolídio. Esse intermezzo, ou solo de acordeom, deve ser o foco da 
percepção do modo. 
A música seguinte, à primeira vista, parece estar em Dó Maior, mas o fato 
da melodia se apoiar na nota Mi, utilizando as notas da escala de Dó, nos indica 
o modo frígio. 
 
Para os violonistas, Francisco Tárrega tem um Prelúdio que explora a 
sonoridade da escala pentatônica. 
 
 
 
21 
NA PRÁTICA 
Seguindo o padrão das aulas anteriores, nesta aula trabalhamos bastante 
o aspecto de leitura de alturas. Sendo assim, nesta seção trabalharemos com 
ditado. 
Você tem em seu Roteiro de Estudo arquivos de áudio com nome ditado 
de alturas 1, ditado de alturas 2, e assim sucessivamente. 
Ouça o áudio e procure compreender a altura dos sons musicais. Pense 
nas notas em relação à tônica e use as referências de intervalos que estudamos 
anteriormente. Em seguida, escreva na pauta e, apenas depois de finalizar o 
exercício, confira com o gabarito. Novamente: colar prejudica o processo. 
Áudio 1 
Ditado de alturas 1 
Áudio 2 
Ditado de alturas 2 
Áudio 3 
Ditado de alturas 3 
Áudio 4 
Ditado de alturas 4 
Áudio 5 
Ditado de alturas 5 
Áudio 6 
Ditado de alturas 6 
Áudio 7 
Ditado de alturas 7 
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P03.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P04.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P05.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P06.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P07.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P08.mp3
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P09.mp3
 
 
22 
Áudio 8 
Ditado de alturas 8 
 
 
FINALIZANDO 
Nesta aula, aprendemos diferentes maneiras de organizar as alturas 
musicais que temos disponíveis. Treinamos nossa percepção em escalas 
maiores e menores, em modos litúrgicos e em escalas pentatônicas. Queremos 
finalizar sinalizando a existência de uma infinidade de outras escalas, com as 
quais você pode – e deve – fazer experimentos em seu instrumento. 
http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P10.mp3
 
 
23 
A escala hexatônica, ou de tons inteiros, é totalmente simétrica – sua 
primeira metade tem os mesmos intervalos da segunda metade. Sua sonoridade 
é bem característica e se você a experimentar, logo vai absorvê-la. 
A escala diminuta tem oito notas e pode ser construída de duas maneiras: 
TSTSTST ou STSTSTS. Explore sua sonoridade em seu instrumento e, quem 
sabe, crie melodias. 
A escala cromática utiliza os doze sons possíveis. A música serialista se 
utiliza dela o tempo todo, mas na música popular também constatamos seu uso 
associado a outras escalas. Ouça a canção Eu te amo, de Chico Buarque, e 
tente identificar os trechos cromáticos. 
Por fim, você já pode ter percebido que a combinação de doze sons em 
grupos de cinco, seis, sete e oito notas pode ir muito além das possibilidades 
que trouxemos aqui. Pesquise por escalas exóticas e irá encontrar outras 
possibilidades. Tente criar uma regra de formação de escalas também – é 
possível que apareçam resultados sonoramente interessantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
GABARITO

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