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Thatiane Pires Música, som, movimento e inclusão Sugestões de atividades lúdico-musicais Música, som, movimento e inclusão Sugestões de atividades lúdico-musicais Thatiane Pires Niterói Thatiane Maria Correia Ramos Pires 2016 6 AgradecimentosFicha Técnica P 667 Pires, Thatiane Maria Correia Ramos Música, som, movimento e inclusão: sugestões de atividades lúdico-musicais [recurso eletrônico] / Thatiane Maria Correia Ramos Pires, Luciano Pires. – 1. ed. – Niterói: Autor, 2016. 128 f.: il.; 28,50 cm. Modo de acesso: http://www.inclusaopelamusica.com no formato PDF (Portable Document Format). Este formato necessita do leitor de arquivos Acrobat Reader ou outro programa compatível. Bibliografi a: p. 122-123. ISBN 978-85-921037-0-5 1. Música na educação. 2. Inclusão escolar. 3. Jogo infantil. 4. Brincadeira. I. Pires, Luciano. II. Título. CDD 372.87 IDEALIZAÇÃO: Thatiane Maria Correia Ramos Pires ORIENTAÇÃO: Prof.ª Dra. Cristina Lúcia Maia Coelho PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÕES: Thatiane Maria Correia Ramos Pires FOTOS E EDIÇÃO DAS PARTITURAS: Luciano Linhares Pires Ficha de catalogação elaborada por Sandra Filgueiras (CRB 7 3861) com os dados fornecidos pela autora. © Thatiane Maria Correia Ramos Pires Reservados todos os direitos dessa publicação. Autoriza-se a reprodução total ou parcial da obra para fi ns educativos desde que a fonte seja citada. 7 Agradecimentos À minha família: meus pais, Antonio Mateus de Ramos e Maria da Conceição Correia Ramos; irmãos, Viviane Aparecida Correia Ramos e Deyvidy Mateus Correia Ramos, por me incentivarem e me apoiarem sempre; Ao meu marido Luciano Linhares Pires, por acreditar em minha capacidade, pela paciência e pelo amor; Aos meus sogros Alziani Linhares Pires e José de Lima Pires, pelas palavras de apoio e carinho; À minha orientadora, professora Cristina Lúcia Maia Coelho, pela paciência e disponibilidade para a realização deste trabalho; Aos amigos do Conservatório Estadual de Música Lia Salgado, pelos anos de convivência e aprendizado, em especial à minha querida amiga Marília de Oliveira Barbosa Freitas, por me ensinar a ter coragem e determinação; Aos professores e funcionários da Escola Municipal Santo Tomás de Aquino e do Centro Cultural do Complexo Henrique Lage - Faetec, por acreditarem em meu trabalho; À diretora e à supervisora da Escola Municipal Jacinta Medela, onde foi realizada a coleta de dados, e às professoras que participaram desta pesquisa; Aos colegas do mestrado, pela convivência e troca de experiências, em especial à Márcia Cristina Troly da Silva, pelo carinho e amizade; À Rosa Kelma Carneiro, por me incentivar a cursar o mestrado; À minha amiga Líliam Cafi ero Ameal, com quem sempre posso contar; À Aimi Tanikawa de Oliveira e à Iolanda da Costa da Silva, pelo apoio e ajuda para realizar esta pesquisa; Ao Leonardo Barroso da Silva, à Camila Pereira de Lemos e à Thayslane Pereira dos Santos Leite, pelo apoio no decorrer dos encontros da Ofi cina de Musicalização; Aos professores do mestrado, pelos novos conhecimentos que possibilitaram a concretização deste trabalho; À professora Rejany dos Santos Dominick, por aceitar o convite para ser a revisora da dissertação de mestrado e membro suplente da banca examinadora; À professora Luciana Pires de Sá Requião, por aceitar o convite para participar da banca examinadora da dissertação de mestrado como membro externo; À professora Dagmar Mello e Silva, por aceitar o convite para participar da banca examinadora da dissertação de mestrado; À professora Lúcia de Mello e Souza Lehmann, por aceitar o convite para participar da banca examinadora da dissertação de mestrado; Aos alunos e ex-alunos, por me inspirarem e me ensinarem como ensinar; Enfi m, a todos que contribuíram e torceram para a realização deste sonho. 8 JOGOS MUSICAIS.................................................. 23 BRINCADEIRAS CANTADAS, RÍTMICAS E EXPRESSIVAS....................................................... 47 CONSTRUÇÃO DE OBJETOS SONOROS E INSTRUMENTOS MUSICAIS................................... 71 SUGESTÕES DE LIVROS, CDs E SITES...................... 95 MATERIAL COMPLEMENTAR................................ 109 Avidade 1 - Sons do corpo............................................................................................................................ 26 Avidade 2 - Sonorização de história............................................................................................................. 28 Avidade 3 - Imitando um animal.................................................................................................................. 30 Avidade 4 - Dado animal.............................................................................................................................. 32 Avidade 5 - Cada cor um som....................................................................................................................... 34 Avidade 6 - Caminho sonoro ....................................................................................................................... 36 Avidade 7 - Jogo da memória audiva......................................................................................................... 38 Avidade 8 - Caixa misteriosa........................................................................................................................ 40 Avidade 9 - O maestro................................................................................................................................. 42 Avidade 10 - Jogo da memória dos instrumentos musicais.......................................................................... 44 Avidade 11- Andando pela sala.................................................................................................................... 50 Avidade 12 - Passando a bola....................................................................................................................... 52 Avidade 13 - Guli guli................................................................................................................................... 54 Avidade 14 - Escravos de Jó.......................................................................................................................... 56 Avidade 15 - Boneca de lata......................................................................................................................... 58 Avidade 16 - Caranguejo.............................................................................................................................. 60 Avidade 17 - Brincadeira.............................................................................................................................. 62 Avidade 18 - Pula canguru........................................................................................................................... 64 Avidade 19 - A pulguinha............................................................................................................................. 66 Avidade 20 - Dança do bambolê.................................................................................................................. 68 Avidade 21 - Chocalho................................................................................................................................. 74 Avidade 22 - Tambor.................................................................................................................................... 76 Avidade 23 - Tambor do oceano...................................................................................................................78 Avidade 24 - Castanholas............................................................................................................................. 80 Avidade 25 - Pau-de-chuva.......................................................................................................................... 82 Avidade 26 - Reco-reco................................................................................................................................ 84 Avidade 27 - Trompa de conduíte................................................................................................................ 86 Avidade 28 - Violão de caixa......................................................................................................................... 88 Avidade 29 - Carrilhão com chaves.............................................................................................................. 90 Avidade 30 - Pulseira com guizos................................................................................................................. 92 PREFÁCIO............................................................ 11 APRESENTAÇÃO.................................................. 12 VAMOS FAZER MÚSICA?..................................... 14 MÚSICA, INCLUSÃO E DIVERSIDADE ................... 16 O JOGO E A BRINCADEIRA.................................. 20 Su m ár io Linguagem musical............................................................................................................ 14 Elementos musicais........................................................................................................... 15 9 JOGOS MUSICAIS.................................................. 23 BRINCADEIRAS CANTADAS, RÍTMICAS E EXPRESSIVAS....................................................... 47 CONSTRUÇÃO DE OBJETOS SONOROS E INSTRUMENTOS MUSICAIS................................... 71 SUGESTÕES DE LIVROS, CDs E SITES...................... 95 MATERIAL COMPLEMENTAR................................ 109 Avidade 1 - Sons do corpo............................................................................................................................ 26 Avidade 2 - Sonorização de história............................................................................................................. 28 Avidade 3 - Imitando um animal.................................................................................................................. 30 Avidade 4 - Dado animal.............................................................................................................................. 32 Avidade 5 - Cada cor um som....................................................................................................................... 34 Avidade 6 - Caminho sonoro ....................................................................................................................... 36 Avidade 7 - Jogo da memória audiva......................................................................................................... 38 Avidade 8 - Caixa misteriosa........................................................................................................................ 40 Avidade 9 - O maestro................................................................................................................................. 42 Avidade 10 - Jogo da memória dos instrumentos musicais.......................................................................... 44 Avidade 11- Andando pela sala.................................................................................................................... 50 Avidade 12 - Passando a bola....................................................................................................................... 52 Avidade 13 - Guli guli................................................................................................................................... 54 Avidade 14 - Escravos de Jó.......................................................................................................................... 56 Avidade 15 - Boneca de lata......................................................................................................................... 58 Avidade 16 - Caranguejo.............................................................................................................................. 60 Avidade 17 - Brincadeira.............................................................................................................................. 62 Avidade 18 - Pula canguru........................................................................................................................... 64 Avidade 19 - A pulguinha............................................................................................................................. 66 Avidade 20 - Dança do bambolê.................................................................................................................. 68 Avidade 21 - Chocalho................................................................................................................................. 74 Avidade 22 - Tambor.................................................................................................................................... 76 Avidade 23 - Tambor do oceano................................................................................................................... 78 Avidade 24 - Castanholas............................................................................................................................. 80 Avidade 25 - Pau-de-chuva.......................................................................................................................... 82 Avidade 26 - Reco-reco................................................................................................................................ 84 Avidade 27 - Trompa de conduíte................................................................................................................ 86 Avidade 28 - Violão de caixa......................................................................................................................... 88 Avidade 29 - Carrilhão com chaves.............................................................................................................. 90 Avidade 30 - Pulseira com guizos................................................................................................................. 92 11 Prefácio É com muita satisfação e orgulho que apresento este livro eletrônico de Thatiane Pires. A autora é minha aluna e orientanda no curso de Mestrado Profi ssional em Diversidade e Inclusão da UFF e por seu talento e responsabilidade aliados ao seu entusiasmo exigiu muito pouco de mim. Professora nata e extremamente criativa, envolve-se de corpo e alma no planejamento e execução de suas ofi cinas de musicalização. Sua experiência como professora de música a levou a construir este livro afi nado às tecnologias contemporâneas voltado para professores especializados ou não. Além de criar as atividades das ofi cinas, Thatiane se esmera nas ilustrações também de sua autoria. As ofi cinas propostas foram testadas empiricamente em turmas de licenciatura da Universidade Federal Fluminense assim como com professores da Fundação Municipal de Educação de Niterói. Por fi m, vale registrar que a ideia de inserir a música no cotidiano das escolas traz sem dúvida uma experiência que permite ao aluno construir conceitos de diferentes áreas do conhecimento a partir de sua ação de forma prazerosa e lúdica. As atividades de musicalização propostas colocam o aluno como protagonista do seu processo de construção do conhecimento levando-o ao desenvolvimento num espectro amplo desde dimensões físicas, psicomotoras até as sócio-afetivas. Em síntese, a presente obra nos remeteà linguagem musical como uma forma ímpar de expressão da sensibilidade humana. Dra. Cristina Lúcia Maia Coelho Professora Associada de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação e do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão Universidade Federal Fluminense - UFF Apresentação Este livro digital é o produto fi nal da dissertação de mestrado que tem como título “Livro Digital: Sugestões de atividades lúdico-musicais”, desenvolvida durante o curso de Mestrado Profi ssional em Diversidade e Inclusão e que foi ofertado pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, sob a orientação da Prof.ª Dra. Cristina Lúcia Maia Coelho. Iniciamos a pesquisa com uma proposta de sensibilização musical de professores por meio da ofi cina de musicalização que ocorreu na Escola Municipal Jacinta Medela em Niterói entre os meses de agosto e novembro de 2015. Realizamos 4 encontros com temas diversifi cados que abrangeram: a música e suas possibilidades, vivência musical, construção de objetos sonoros e instrumentos musicais com materiais reaproveitáveis e confecção de materiais pedagógicos. Durante os encontros, os professores puderam vivenciar algumas das atividades descritas no presente material. 13 e instrumentos musicais sempre de forma lúdica. Em algumas dessas atividades são apresentados brinquedos cantados que fazem parte da cultura musical brasileira e também canções autorais, possibilitando ao professor ampliar seu repertório musical. Procuramos propor, a cada página, uma atividade com o passo-a-passo de maneira clara para que o professor possa executá- la com seus alunos na sala de aula inclusiva. Cabe ao professor, no entanto, usar as atividades contidas neste livro da melhor maneira que lhe convier, adaptando-as de acordo com as situações encontradas em seu dia-a-dia escolar. Ou seja, essas atividades não são fechadas e nem consideradas como uma “receita de bolo”, mas sim, podem ser reinventadas pelo professor. Após a apresentação das atividades é sugerido um vasto material que pode ser usado para enriquecer as aulas e também servir para aprimorar os conhecimentos sobre música e a inclusão de crianças com defi ciência no contexto educacional. No material complementar estão inseridos materiais que servem de recursos visuais para imprimir, recortar e usar como o professor quiser. Sabemos que o cotidiano escolar nos impõe diversos desafi os. Por isso, esperamos que este livro forneça um suporte valioso para o professor, permitindo a todas as crianças o acesso à música. Enfi m, este livro foi feito por um professor para outro professor! Thatiane Pires A intenção desta publicação é oferecer aos professores especializados ou não em música que atuam na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sugestões didáticas que possibilitem uma interação com os alunos nas salas inclusivas por meio de atividades que proporcionem experiências sonoro- musicais, lúdicas e criativas. Os objetivos das atividades lúdico- musicais contidas neste material são vários: desenvolver aspectos musicais, lúdicos, cognitivos, sensoriais, psicomotores, relacionais, afetivos e criativos. Os educadores musicais que fundamentaram esse trabalho foram: Viviane Louro, que propõe jogos musicais e atividades pedagógicas inclusivas; Teca de Alencar Brito, com propostas para formação integral da criança; Émile Jacques-Dalcroze, que propõe uma metodologia baseada no movimento corporal e na escuta ativa; e Raymond Murray Schafer que aponta a importância da escuta atenta da paisagem sonora que nos cerca. Os aspectos da psicomotricidade também foram um eixo importante para o desenvolvimento e organização das atividades. Vale ressaltar que não há pretensões de que esta publicação seja um método de educação musical. Este livro tem como foco sensibilizar e motivar o professor, que é o mediador do aprendizado, a utilizar a música de forma mais constante na sala de aula que contemple a inclusão na diversidade. No decorrer do livro, são sugeridas atividades compostas por jogos, brincadeiras cantadas, rítmicas e expressivas, como também atividades que envolvem a construção de objetos sonoros Vamos fazer música? 14 Linguagem musical Estudos mencionam que a música sempre esteve presente na vida dos seres humanos desde as mais primitivas até as atuais civilizações, acompanhando-os em todos os momentos e situações cotidianas. Ela faz parte de todas as culturas, povos e nações, exercendo as mais variadas funções. Podemos notar que existe música para dormir, para dançar, para relaxar, para curar, para rituais religiosos, etc. Brito (2003, p. 25) afi rma que “a linguagem musical tem sido interpretada, entendida, defi nida de várias maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com os valores e as concepções estéticas vigentes”. Para Montanari (1993) o conceito de música é subjetivo e tem se modifi cado bastante com o passar dos anos, fi cando muito mais complexo. Ainda nesta linha de pensamento, Griffths (1995, p. 145) descreve que “a ideia de música mudou desde 1900”, onde “a gama de sons que se poderiam considerar musicais aumentou amplamente”. Dessa forma, a música que se conhece atualmente, “opera com todo e qualquer tipo de sons, até mesmo ruídos” (BRITO, 2003, p. 28). De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 45) “a música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio”. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Arte é apresentada como área do conhecimento e de grande importância no processo de ensino e aprendizagem. No que se refere à especifi cidade da música, é ressaltado que: Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação de cidadãos é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula (BRASIL, 2000, p. 77). Segundo Tavares e Cit (2013, p. 62), a linguagem musical possibilita o ser humano “criar, expressar-se, conhecer e até transformar a realidade”. Porém, conforme as autoras, “para se apropriar dessa linguagem, é necessário que seus sentidos sejam educados, formados e sensibilizados para que sua percepção sobre o mundo musical seja ampla e ele possa apreciar inúmeras manifestações musicais e criar suas próprias músicas”. Brito (2003) diz que no trabalho com crianças, a linguagem musical deve contemplar as seguintes atividades: • trabalho vocal; • interpretação e criação de canções; • brinquedos cantados e rítmicos; • jogos que reúnem som, movimento e dança; • jogos de improvisação; • sonorização de histórias; • elaboração e execução de arranjos (vocais e instrumentais); • invenções musicais (vocais e instrumentais); • construção de instrumentos e objetos sonoros; • registro e notação; • escuta sonora e musical: escuta atenta, apreciação musical; • refl exões sobre a produção e a escuta. Música, som, movimento e inclusão Elementos musicais Para fazermos música, precisamos entender do que ela pode ser composta. O som é uma vibração que se transforma em ondas sonoras e se propaga através do ar simultaneamente em todas as direções. “Acabam por atingir a membrana do tímpano, fazendo com que também se ponha a vibrar. Transformadas, então, em impulsos nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro, que as identifi ca como tipos diferentes de som” (BENNETT, 1998, p. 9). O silêncio também faz parte da música. No entanto, o silêncio absoluto não existe. (ROMANELLI et al., 2010). Segundo Romanelli et al. (2010, p. 78), isso acontece porque “nosso ouvido está permanentemente em alerta e o mundo no qual vivemos é repleto de sons”, por isso, haverá sempre um“ruído no fundo”. Para Tavares e Cit (2013, p. 16), “o silêncio proporciona contrastes, lacunas para que o som exista e possa ser discriminado: vivemos num mundo de sons e silêncios e a música é construída considerando-se esses dois fenômenos”. Os sons são produzidos de várias formas, nos quais são classifi cados em 4 propriedades ou qualidades sonoras. São elas: • altura - se refere à frequência da onda sonora medida em Hertz (grave e agudo). • intensidade - é medida pela amplitude da onda sonora em decibéis (forte e fraco). • duração - representa o tempo de vibração de um som (curto e longo). • timbre - é a qualidade sonora, é o que dá cor ao som. Essas propriedades sonoras estão diretamente ligadas à música. Por exemplo, ao compor uma melodia, o compositor precisa utilizar notas musicais que são correspondidas pelas alturas do som (ROMANELLI et al., 2010). “O ruído é um som sem altura defi nida, resultante de vibrações irregulares. Exemplo: sons produzidos por máquinas, motores, batidas ou ranger de portas, do meio ambiente, mas também o som produzido por instrumentos como clavas, reco-reco, castanholas, etc” (BRITO, 2003, p. 28, grifo nosso). “A palavra ritmo é usada para descrever os diferentes modos pelos quais um compositor agrupa os sons musicais, principalmente do ponto de vista da duração dos sons e de sua acentuação” (BENNETT, 1986, p. 12). Em outras palavras, o ritmo é uma sucessão de sons curtos e longos dentro de uma marcação chamada pulsação. Pulsação ou pulso refere-se à divisão de sons regulares. Observando os batimentos do coração através do pulso percebe-se que as batidas ou pulsações são regulares. Na música os batimentos acontecem da mesma forma. A melodia é defi nida como uma “sequência de notas, de diferentes sons, organizadas numa dada forma de modo a fazer sentido musical para quem escuta” (BENNETT, 1986, p. 11). Já a harmonia “ocorre quando duas ou mais notas de diferentes sons são ouvidas ao mesmo tempo, produzindo um acorde” (BENNETT, 1986, p. 11). 15 Música, Inclusão e Diversidade 16 Atualmente, percebemos uma multiplicidade de questões que envolvem a educação. Porém, procuramos enfatizar aqui, dois aspectos: o renascimento da música no currículo escolar e o desafi o da inclusão na diversidade. No primeiro, observamos uma grande discussão a partir da promulgação da lei 11.769/2008 que trata da regulamentação do ensino de música na educação básica, defi nindo que a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do currículo de Arte. Acreditamos que a aprovação dessa lei foi um grande avanço para a educação brasileira. Entretanto, constata- se que ainda nem todas as escolas possuem um professor especialista em música, difi cultando a inserção do ensino de música na escola de forma efetiva. Na segunda, temos a discussão em torno da educação inclusiva, que passou a ser foco de atenção de várias nações devido à realização das Conferências Mundiais nos anos 90. A partir daí, foram assinados acordos internacionais e muitos foram transformados em leis, ofi cializando as políticas e ações voltadas à educação inclusiva. Podemos destacar a Conferência Mundial sobre Educação Especial na cidade de Salamanca, onde elaborou- se um documento mundial que trata de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais que tem como questão central a inclusão de crianças, jovens e adultos no sistema de ensino regular (UNESCO, 1994). Recentemente, foi aprovada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defi ciência (Lei 13.149/2015), que considera a “pessoa com defi ciência” como “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (BRASIL, 2015). Pelo que observamos, a inclusão já está regulamentada. No entanto, para que a inclusão seja efetivada na prática do cotidiano escolar, garantida por lei, ainda são necessárias transformações estruturais e ações que de fato contribuam para a educação de qualidade, atendendo todas as crianças e respeitando suas diferenças. Para Louro et al. (2009, p. 18) “incluir signifi ca não apenas colocar todos juntos, mas ter atitudes de respeito pelas diferenças, olhar para o outro, valorizar as potencialidades e, principalmente, reconhecer a diversidade como algo inerente ao ser humano”. Há um crescente aumento de matrículas de alunos com defi ciência nas escolas regulares. Por isso, o professor deve estar preparado para atuar no contexto da diversidade, sabendo compreender as capacidades básicas e necessidades de cada aluno. É importante que o professor tenha em sua formação conhecimentos específi cos, práticas ampliadas e adequadas. A música se confi gura como uma grande aliada na educação para o processo de inclusão de crianças com defi ciência e na promoção da interação na diversidade escolar. Percebemos, entretanto, que ainda há pouca literatura que tenha como destaque a utilização da música no contexto inclusivo. Música, som, movimento e inclusão 17 Por sua vez, Viviane Louro, musicista, educadora musical e pesquisadora de renome no cenário pedagógico musical inclusivo tem contribuído com suas obras sobre educação musical e defi ciência no Brasil. Ela destaca que todas as pessoas podem aprender música. No entanto, muitas pessoas ainda “acreditam que a pessoa com defi ciência só possa usufruir do fazer musical como atividade terapêutica ou reabilitacional” (LOURO et al., 2006, p. 19). Estamos certos que, para este público, a música perpassa a função somente como terapia e reabilitação. Ela possibilita a essas crianças desenvolver suas potencialidades em diferentes áreas e, principalmente, sua musicalidade. De acordo com Louro et al. (2006, p. 82), ocasionalmente, são necessárias adaptações e adequações feitas pelos professores para “facilitar ou viabilizar a aprendizagem de alunos que possuem maiores difi culdades”. Estas adaptações são conceituadas pelos autores como Adaptações Pedagógicas. Dentre as Adaptações Pedagógicas, aquela que consiste na mais usada pelos professores é a adaptação do método de ensino e do material, isto é, “alterações na maneira de lecionar, no material utilizado para favorecer a compreensão dos alunos ou nas estratégias de ensino, levando em consideração as particularidades de cada um” (LOURO et al., 2006, p. 84). Conforme os mesmos autores, “cada aluno, seja com defi ciência ou não, possui sua própria história de vida, sua maneira de aprender, suas características físicas, psicológicas e culturais. Sendo assim, o ensino precisa ser efi ciente e abarcar a diversidade” (LOURO et al. 2006, p. 82). Neste contexto, as atividades lúdico- musicais sugeridas nesta publicação podem ser, se necessário, adaptadas de acordo com as necessidades de cada criança. Pois, cada criança é única e sempre haverá a necessidade de diferentes estratégias de aprendizado para desenvolver suas potencialidades. No entanto, entendemos que é preciso sensibilizar e instrumentalizar os professores para trabalharem com a música na sala de aula e também prepará- los para atender da melhor forma possível as crianças com ou sem defi ciência. Pretendemos mostrar aos professores que a música é uma ferramenta que auxilia na inclusão das crianças com defi ciência, mas, principalmente, possibilita a interação de todas as crianças no contexto escolar. A partir de um conhecimento da importância das atividades lúdico-musicais no contexto inclusivo, o professor pode ter um leque maior de possibilidades em suas práticas pedagógicas. A música amplia o campo de conhecimento, proporcionando a comunicação e a convivência na diversidade. Por considerarmos a música um direito de toda criança, ela deve ser acessívelàs crianças com defi ciência, pois desempenha um papel importante em suas vidas. A seguir, abordaremos pontos importantes sobre algumas características das defi ciências (intelectual, física, sensorial) e dicas para trabalhar com música no contexto inclusivo. 18 Deficiência Intelectual É “uma incapacidade caracterizada por limitações signifi cativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizagem, resolução de problemas) e no comportamento adaptativo, que abrange uma gama de habilidades sociais e práticas cotidianas” (AAIDD - American Association on Intellectual and Developmental Disabilities). São várias as causas e fatores de risco que podem levar à defi ciência intelectual. Podem acontecer antes (pré- natal), durante (perinatal) ou depois do nascimento (pós-natal) da criança. Dicas: - As crianças com defi ciência intelectual necessitam de mais tempo para aprender. Dessa forma, é importante respeitar o tempo da criança ao realizar determinada atividade. Procure deixá-la fazer ou tentar fazer sozinha. Ajude quando realmente for necessário. - Estabeleça uma rotina diária na sala de aula. - Utilize recursos visuais como imagens, objetos e instrumentos musicais para favorecer a aprendizagem dessa criança. Estes recursos colaboram para a compreensão e assimilação de conceitos, principalmente os abstratos. - Repita sempre as atividades desenvolvidas na sala de aula. - Incentive a criança com defi ciência intelectual a explorar os sons produzidos pelo seu corpo. Assim, ela estará sendo estimulada a compreender a si própria. Deficiência Física É uma “alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano” que acarreta uma limitação do funcionamento físico-motor (BRASIL, 2004) ou da fala. A defi ciência física pode se apresentar em forma de: “paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam difi culdades para o desempenho de funções” (BRASIL, 2004); Dicas: - As crianças com algum comprometimento motor não passam por experiências de espaço iguais à outras crianças. Dessa forma, realize atividades para que elas vivenciem o movimento e desenvolvam a orientação espacial. - As crianças com paralisia cerebral geralmente possuem comprometimento na fala, por isso, ouça sempre com paciência o que ela tem a dizer. Deficiência Sensorial A Defi ciência Sensorial se divide em: Deficiência Auditiva ou Surdez - “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz” (BRASIL, 2004); Música, som, movimento e inclusão 19 Dicas: - Posicione-se sempre de frente para a criança, mantendo um contato visual ao explicar uma determinada atividade. - Utilize recursos visuais (cartazes, objetos) e corporais (vibração sonora) para favorecer sua aprendizagem. Estes recursos colaboram para a compreensão de conceitos, principalmente os abstratos. Deficiência Visual – engloba tanto a cegueira, quanto a baixa visão. “Cegueira, a qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica” (BRASIL, 2004); “Baixa visão, que signifi ca acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º, ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores” (BRASIL, 2004); Dicas: - Estimule a criança com defi ciência visual a desenvolver a percepção auditiva por meio da discriminação de sons que estão à sua volta. Para isso, utilize bolas com guizos, bolas com cores contrastantes, instrumentos musicais, entre outros objetos sonoros. As atividades que têm o intuito de desenvolver a percepção auditiva favorecem outros campos, por exemplo, quando a criança está na rua, ela vai ouvir sons e perceber se estão próximos ou distantes. - Realize atividades que necessitem de deslocamento, possibilitando a criança com defi ciência visual a percepção espacial. Para isso, deve-se eliminar todo tipo de barreira encontrada na sala de aula para sua segurança. - Amplie o tamanho dos materiais para que a criança com baixa visão possa enxergar melhor as imagens. Observações: - Antes de qualquer trabalho, é necessário que o professor saiba das necessidades e capacidades de cada aluno, por isso, converse inicialmente com os familiares, com a escola e com outros profi ssionais. - Cada professor tem que conhecer sua realidade para desenvolver uma prática pedagógica em que favoreça a aprendizagem de todos. - Converse com os demais alunos sobre as defi ciências e necessidades específi cas dos colegas. - Ofereça atividades diversifi cadas contendo desafi os. - Estas dicas são apenas “pontos de partida”, pois a interação com cada criança é que vai proporcionar a criação e recriação de possibilidades nas atividades. - Lembre-se: o mais importante é a experiência, a vivência musical. O jogo e a brincadeira 20 O jogo e a brincadeira fazem parte da vida de toda criança, onde cada um tem suas especifi cidades e “dependendo do lugar e da época, os jogos assumem signifi cações distintas” (KISHIMOTO, 2011, p. 19). Para Kishimoto (2011, p. 18) o jogo pode ser entendido como: Muitos autores discutem a importância dos jogos e brincadeiras no contexto educacional que, segundo eles, podem ser usados como instrumentos de aprendizado na sala de aula. Kishimoto, por exemplo, considera o jogo educativo ou o brinquedo educativo como um “recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa” (KISHIMOTO, 2011, p. 40). Conforme Kishimoto (2011, p. 41) o jogo educativo ou brinquedo educativo tem duas funções: A autora afi rma que a utilização do jogo na educação “signifi ca transportar para o campo do ensino- aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora” (KISHIMOTO, 2011, p. 41). Na concepção de Vygotsky o aprendizado e o desenvolvimento caminham juntos e estabelecem uma estreita relação com o jogo, criando uma zona de desenvolvimento proximal na criança. Segundo o autor a zona de desenvolvimento proximal “é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (VYGOTISKY, 2007, p. 97). Teixeira (2010, p. 19) destaca que “o jogo e a brincadeira são distintos em vários aspectos, porém, ambos podem expressar brincadeira”. Ou seja, “o jogo é uma brincadeira com regras preestabelecidas e que exige certas habilidades do jogador. A brincadeira é o brinquedo em ação e, nem sempre, exige um objeto brinquedo para acontecer - como as cirandas, por exemplo” (PINTO, 2003 apud TEIXEIRA, p. 20). Kishimoto (2010, p. 1) afi rma que “ao brincar, a criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo por meio de variadas linguagens”. No campo da arte, especifi camente da linguagem musical, os jogos e brincadeiras possibilitam a criança se expressar através do brincar, descobrindo o mundo ao seu 1- o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social; 2- um sistema de regras; e 3- um objeto. • função lúdica: propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente; • função educativa: ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e suaapreensão do mundo. Música, som, movimento e inclusão 21 redor. De acordo com Bréscia (2011, p. 78): Por meio dos jogos e brincadeiras, parte- se no nível sensorial, trabalhando o corpo de maneira natural até ser atingido o nível da sensiblidade, responsável pelo aprimoramento do trabalho, de maneira a coroar o processo num nível mental superior, no qual as experiências vividas serão compreendidas e teorizadas. A cultura brasileira dispõe de grande acervo onde são encontrados jogos e brinquedos cantados de diversas formas, pois eles fazem parte da vivência musical das crianças, seja elas com defi ciência ou não. Para o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 48): Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música signifi ca integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a refl exão, encaminhando- as para níveis cada vez mais elaborados. Nesta perspectiva, entendemos que as atividades musicais devem ser inseridas no contexto escolar de forma lúdica, proporcionando experiências para que a criança brinque, explore, recrie e reinvente o mundo em que vive. Gainza (1990, p. 22) diz que: através do jogo musical espontâneo e do jogo educativo, a criança adquire novas experiências a partir da manipulação ativa da realidade que a rodeia, desfrutando, por consequência de uma crescente compreensão e capacidade de manipular tanto esta realidade como o seu mundo interior. Como já falamos, para que todas as crianças sejam incluídas e interajam nas atividades realizadas na sala de aula são necessárias, casualmente, adaptações. Dessa forma, tivemos a preocupação em propor adaptações dos jogos e brincadeiras para que todas as crianças possam brincar e aprender juntas. As atividades lúdico-musicais foram selecionadas e fundamentadas a partir de propostas de educadores musicais, utilizando como princípio básico as propriedades ou qualidades sonoras. Os aspectos da psicomotricidade também foram um eixo importante para o desenvolvimento e organização dessas atividades. Essas atividades têm o intuito de possibilitar a vivência do corpo, do movimento, do som e do ritmo por meio de jogos e brincadeiras, podendo representar importantes recursos para que as crianças com e sem defi ciência entrem em contato com o fazer musical, sejam favorecidas em seu desenvolvimento e em sua aprendizagem. Acreditamos que cada criança tem o seu papel nos jogos e todas elas são importantes. Dessa maneira, todas as crianças devem participar de alguma forma, garantindo a igualdade de oportunidades para que estejam todas juntas numa mesma atividade, numa mesma brincadeira, num mesmo jogo ou numa mesma canção. A seguir, serão descritas as atividades compostas por: jogos musicais; brincadeiras cantadas, rítmicas e expressivas; construção de objetos sonoros e instrumentos musicais. 22 Jogos musicais 23 Jogos musicais 24 Música, som, movimento e inclusão 25 Vivemos num mundo repleto de estímulos sonoros, visuais e táteis. Aqui, propomos atividades que possibilitam a criança a perceber esse mundo. Partindo da exploração e experimentação do ambiente que a cerca por meio de jogos musicais, a criança será estimulada a vivenciar experiências sensoriais, consideradas essenciais para o seu desenvolvimento de forma integral. Em todas os jogos musicais são enfatizados os parâmetros sonoros ou qualidades sonoras. Em algum deles, por exemplo, propõe-se a exploração sonora corporal, possibilitando à criança conhecer e vivenciar diferentes maneiras de produção sonora com o próprio corpo: sons com as mãos, com os pés, com a boca e com a voz. Jogos desse tipo permitem à criança a tomada de consciência das várias partes do corpo, como também, a percepção de diferentes timbres produzidos pelo seu próprio corpo. Mesmo a criança surda percebe esses sons, pois todo o seu corpo vibra quando entra em contato com eles. Visto que a música possibilita à criança a exploração do mundo pela percepção visual, auditiva e tátil, cabe ao professor promover atividades diversifi cadas no contexto escolar, estimulando os sentidos por meio dessas experiências sensoriais. Enfi m, a intenção é que as crianças tenham experiências que envolvam o contato direto com a música de forma ampla e criativa. Atividade 1 Nesta atividade, utilizaremos a exploração sonora do corpo e da voz, possibilitando a criança conhecer e vivenciar diferentes maneiras de produção sonora com o próprio corpo. O professor poderá começar a atividade perguntando às crianças: Quais os sons que vocês conhecem? De onde vêm os sons? Será que o nosso corpo produz sons? De que maneira? Nosso corpo pode ser considerado um instrumento musical? A intenção é instigar as crianças a descobrirem sons do próprio corpo. Elas poderão experimentar: Ÿ sons com as mãos Ÿ Ÿ sons com os dedos Ÿ Ÿ sons com os pés Ÿ Ÿ sons com a boca Esta atividade é indicada para a Educação Infantil, mas também pode ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Sons do Corpo Chame a turma para brincar! OBJETIVOS Ü Desenvolver a percepção audiva e visual; Ü Reconhecer as partes do corpo que produzem sons; Ü Explorar os diferentes mbres que o corpo produz; Ü Experimentar, descobrir e inventar sons com seu próprio corpo. A percussão corporal é uma práca que uliza o corpo como recurso sonoro e musical, que pode ser encontrada em várias culturas. Você sabia? 26 Pé Palma Estalo Beijo Como se joga Comece falando que o nosso corpo também é considerado um instrumento musical. Em seguida, peça para que as crianças explorem seu próprio corpo produzindo sons variados. Imprima e recorte as cartelas 1 e 2 que estão no material complementar. Distribua os cartões. Incentive as crianças a criarem uma sequência sonora. Por m, peça para que cada criança execute a sequência sonora criada. 1 2 3 4 O grupo Barbatuques faz música ulizando sons com o próprio corpo. Entre no site hp://www.barbatuques.com.br para saber mais informações sobre o grupo. Para saber mais... Cartelas 1 e 2 - páginas 113 a 115. Adaptações e recursos: Para a criança com deficiência intelectual, ulize os recursos visuais. Explique de maneira clara a avidade para que ela entenda o que se deve fazer. Para a criança cega, contorne com nta plásca as figuras dos cartões para que, ao secar, fiquem em alto-relevo, auxiliando na percepção tál. Se houver uma criança com baixa visão, amplie as figuras para que ela possa percebê-las. No caso da criança com alguma limitação motora e que não se comunica verbalmente, crie códigos como, por exemplo, piscar os olhos, arregalar os olhos, fazer movimentos com a boca, etc. Música, som, movimento e inclusão 27 Atividade 2 Sonorização de história Numa história sonora podem ser utilizados diversos recursos sonoros.Nesta atividade, as crianças poderão produzir sons com sua voz, com seu corpo, usando instrumentos musicais ou objetos sonoros. Uma outra possibilidade é usar diferentes histórias ou até mesmo criar uma história com as crianças, introduzindo sons que fazem parte do cotidiano, como por exemplo, buzinas de carro, pássaros, chuva, entre outros. Esta atividade é indicada para a Educação Infantil, mas também pode ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Vamos usar a imaginação! OBJETIVOS Ü Desenvolver a percepção audiva. Ü Desenvolver a criavidade e a capacidade imaginava. Ü Esmular a associação do som à imagem. Ü Desenvolver a linguagem. Fonte: Brito, 2003 Adaptações e recursos: Para a criança com surdez, sinalize em Libras a história. No caso da criança quenão verbaliza, ulize objetos sonoros e instrumentos musicais para fazer os efeitos na história. Para a criança com deficiência visual, contorne com nta plásca as figuras dos cartões para que, ao secar, fiquem em alto-relevo e auxiliem na percepção tál. Sonoplasa é uma técnica que usa recursos sonoros para contar uma história. A sonoplasa é muito usada em programas de rádio, peças teatrais e filmes. Você sabia? 28 Nas férias fui passear lá na fazenda da minha avó Naná. Chegando lá, conheci um vizinho e fiquei brincando com ele o resto da tarde. Vovó me chamou para entrar e tomar banho (*). No dia seguinte, acordamos bem cedinho e fui ajudar a vovó a cuidar dos animais. Primeiro, fomos rar o leite da vaca que mugia assim (*). Depois, fomos ao galinheiro onde vi muitos pinnhos (*) que piavam sem parar, galinhas e galos que faziam (*). Al imentamos os porquinhos (*). Passada algumas horas fomos alimentar os cavalos que faziam (*). Já no outro lado da fazenda havia um lago grande com panhos que nadavam dentro dele e não paravam de fazer (*). Já estava ficando tarde e vovó e eu fomos descansar para depois brincar novamente com o vizinho que nha conhecido. Como se joga Para tornar a brincadeira mais diverda apresente gravuras dos animais ao serem citados na história. Outra dica legal é gravar a história com os efeitos sonoros feitos pelas crianças e em seguida apresentar a elas. Explique que todos serão importantes ao contar a história. Incentive as crianças a produzirem sons com a voz, com o corpo, com objetos sonoros ou com instrumentos musicais no decorrer da história narrada. Comece a narrar a história mudando a entonação da voz e valorizando as partes mais importantes. 1 2 3 (*) são os momentos de interrupções na história, nos quais as crianças deverão produzir os sons. Na fazenda da vovó Naná Dicas: Cartela 3 - páginas 117 e 118. Música, som, movimento e inclusão Atividade 2 Sonorização de história Numa história sonora podem ser utilizados diversos recursos sonoros.Nesta atividade, as crianças poderão produzir sons com sua voz, com seu corpo, usando instrumentos musicais ou objetos sonoros. Uma outra possibilidade é usar diferentes histórias ou até mesmo criar uma história com as crianças, introduzindo sons que fazem parte do cotidiano, como por exemplo, buzinas de carro, pássaros, chuva, entre outros. Esta atividade é indicada para a Educação Infantil, mas também pode ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Vamos usar a imaginação! OBJETIVOS Ü Desenvolver a percepção audiva. Ü Desenvolver a criavidade e a capacidade imaginava. Ü Esmular a associação do som à imagem. Ü Desenvolver a linguagem. Fonte: Brito, 2003 Adaptações e recursos: Para a criança com surdez, sinalize em Libras a história. No caso da criança que não verbaliza, ulize objetos sonoros e instrumentos musicais para fazer os efeitos na história. Para a criança com deficiência visual, contorne com nta plásca as figuras dos cartões para que, ao secar, fiquem em alto-relevo e auxiliem na percepção tál. Sonoplasa é uma técnica que usa recursos sonoros para contar uma história. A sonoplasa é muito usada em programas de rádio, peças teatrais e filmes. Você sabia? 29 Atividade 3 Imitando um animal Vamos ver quem consegue imitar o animal que eu vou falar... Como se joga Incentive as crianças a imitarem a voz e o andar de um animal com movimentos corporais. Primeiramente, cante a canção. Em seguida, fale o nome de um animal para que todas as crianças façam a imitação. 1 2 3 OBJETIVOS Ü Idenficar as vozes dos animais; Ü Desenvolver a coordenação motora grossa; Ü Desenvolver a expressividade; Ü Esmular a linguagem oral. Baixe a canção no site e ouça. Esta atividade tem como intenção a imitação dos animais por meio de sons vocais e/ou movimentos corporais. É indicada para a Educação Infantil, mas também pode ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 30 Uma dica é introduzir os conceitos de altura (grave e agudo) e mbre, e s m u l a n d o a s c r i a n ç a s a idenficarem as vozes dos animais. Para tornar a brincadeira mais diverda apresente imagens com os animais ao serem citados. No material complementar estão alguns exemplos de animais que podem ser usados nesta avidade. Dicas: Cartela 3 - páginas 117 e 118. Adaptações e recursos: Se ver uma criança com surdez que saiba Libras, peça para ela fazer o sinal do animal. No caso da criança que não verbaliza, peça para ela imitar os movimentos dos animais. Para a criança com deficiência visual, contorne com nta plásca as figuras dos cartões para que, ao secar, fiquem em alto-relevo, auxiliando na percepção tál. Música, som, movimento e inclusão 31 Atividade 4 Nesta atividade, as crianças serão estimuladas a imitarem os animais por meio de sons vocais e/ou movimentos corporais. É ideal para a Educação Infantil, mas também pode ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dado animal Adaptações e recursos: Para a criança com deficiência visual, contorne com nta plásca as figuras do dado para que, ao secar, fiquem em alto-relevo, auxiliando na percepção tál. A criança poderá ser orientada pelos colegas ao jogar o dado. Se ver uma criança com surdez e que saiba Libras, peça para ela fazer o sinal do animal. No caso da criança com alguma limitação motora, os colegas poderão ajudá-la a lançar o dado. Valorize as expressões faciais dessa criança. OBJETIVOS Ü Desenvolver a percepção sonora e visual; Ü Desenvolver a coordenação motora grossa; Ü Esmular a linguagem oral. 32 Como se joga Primeiramente, peça para as crianças formarem uma roda sentadas. Entregue o dado para a primeira criança. Ela deverá lançá-lo e vericar qual o animal foi sorteado. 1 2 Em seguida, a criança imitará o animal tirado no dado, reproduzindo o som e o andar dele. 3 Cartela 4 - páginas 121. Passe o dado para a próxima criança e assim, sucessivamente. 4 O d a d o t a m b é m p o d e s e r confeccionado com caixa de leite, feltro, entre outros materiais. Use diferentes imagens para as crianças reproduzirem os sons: sons do codiano, sons da natureza e as partes do corpo que produzem som. Dicas: Música, som, movimento e inclusão 33 Como se joga Divida a turma em grupos e mostre a eles os cartões coloridos. Em seguida, peça para que cada grupo escolha uma cor. Explique que cada grupo deve criar um som para a cor escolhida. Coloque os cartões coloridos pelo chão, criando uma sequência sonora a ser feita com todos os grupos. 1 2 3 Depois de repetir algumas vezes a atividade, diculte tocando um instrumento de percussão para que a sequência sonora seja realizada dentro de uma pulsação dada. 4 Uma outra possibilidade é começar com apenas dois cartões com cores diferentes. Pode ser usada uma cor correspondendo ao silêncio e outra representando um som que será criado pela turma. Dica: Música, som, movimento e inclusão Atividade 5 Cada cor um som Nesta atividade, as crianças usarão cartões coloridos para representar cada som criado por cada grupo. Esta atividade promoverá o trabalho em grupo, pois as crianças criarão de forma coletiva e aprenderão a ouvir e respeitar as escolhas e opiniões diferentes das suas. A l é m d i s s o , s e r ã o estimuladas a perceber utilizando os vários sentidos, onde cada cor representará um som criado por cada grupo. É indicada para ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. OBJETIVOS Ü Desenvolver a consciência corporal, a comunicação visual, a coordenação motora, a atenção, a noção de tempo e a agilidade de pensamento e decodificação. Adaptações e recursos: Para a criança com baixa visão, ulize cores fortes. 34 Como se joga Divida a turma em grupos emostre a eles os cartões coloridos. Em seguida, peça para que cada grupo escolha uma cor. Explique que cada grupo deve criar um som para a cor escolhida. Coloque os cartões coloridos pelo chão, criando uma sequência sonora a ser feita com todos os grupos. 1 2 3 Depois de repetir algumas vezes a atividade, diculte tocando um instrumento de percussão para que a sequência sonora seja realizada dentro de uma pulsação dada. 4 Uma outra possibilidade é começar com apenas dois cartões com cores diferentes. Pode ser usada uma cor correspondendo ao silêncio e outra representando um som que será criado pela turma. Dica: Música, som, movimento e inclusão 35 Atividade 6 Nesta atividade, a criança terá oportunidade de usar outra expressão artística como o desenho. Para isso, a criança terá que buscar em sua memória algo que é familiarizado e que produz som, ou seja, ela deverá desenhar a partir dos sons percebidos em seu cotidiano e, posteriormente, reproduzi-los utilizando sons vocais. Esta atividade pode ser realizada na Educação Infantil e nos anos inicias do Ensino Fundamental. Caminho sonoro OBJETIVOS Ü Esmular a memória audiva; Ü Perceber os sons do codiano; Ü Despertar a criavidade. Adaptações e recursos: Para a criança que não verbaliza, ulize objetos sonoros, instrumentos musicais ou até mesmo o corpo como fonte sonora. No caso da criança cega, direcione-a no caminho sonoro. A medida que ela for andando, fale qual desenho está no papel para que ela reproduza o som. 36 Como se joga Disponibilize uma folha de papel pardo no chão. Peça para as crianças desenharem com giz de cera objetos, animais e/ou instrumentos musicais, compondo uma partitura sonora. Em seguida, peça para que elas caminhem sobre a partitura sonora composta com os desenhos, reproduzindo os sons. 1 2 Uma outra opção é fazer os desenhos dos sons com giz branco (lousa) no chão do páo da escola. Dica: Música, som, movimento e inclusão 37 Atividade 7 Nesta atividade, a criança desenvolverá principalmente a memór ia aud it iva, que é a capacidade de reter e recordar i n f o r m a ç õ e s c a p t a d a s auditivamente. Para isso, ao sacudir os potes, a criança deverá encontrar sons iguais. Esta atividade é indicada para ser realizada na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Jogo da memória auditiva OBJETIVOS Ü Desenvolver a memória audiva; Ü Desenvolver a atenção e a concentração; Adaptações e recursos: Se houver alguma criança surda, pergunte se ela consegue senr a vibração sonora ao sacudir os potes. No caso da criança com dificuldade motora, ajude-a a pegar os potes. 38 Como se joga Peça ajuda para as crianças na decoração dos potes. Deve-se decorar os potes de forma que não seja possível ver o que está dentro. Chegou a hora de jogar! Primeiro, misture os potes. Depois, convide cada criança a sacudir os potes para encontrar sons iguais. Vence quem achar mais pares. 2 3 Separe 8 potes iguais. Coloque dentro de cada pote a mesma quantidade de arroz, feijão, milho, botões, clips, etc. Feche bem com ta adesiva. 1 Evite encher demais os potes para não abafar o som. Ulize outros materiais no lugar dos potes como, por exemplo, caixas de fósforo e latas de refrigerante. Pode-se colocar dentro também miçangas e guizos. Faça uma coleção de sons usando diferentes materiais em cada pote. Dicas: Música, som, movimento e inclusão Atividade 7 Nesta atividade, a criança desenvolverá principalmente a memór ia aud it iva, que é a capacidade de reter e recordar i n f o r m a ç õ e s c a p t a d a s auditivamente. Para isso, ao sacudir os potes, a criança deverá encontrar sons iguais. Esta atividade é indicada para ser realizada na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Jogo da memória auditiva OBJETIVOS Ü Desenvolver a memória audiva; Ü Desenvolver a atenção e a concentração; Adaptações e recursos: Se houver alguma criança surda, pergunte se ela consegue senr a vibração sonora ao sacudir os potes. No caso da criança com dificuldade motora, ajude-a a pegar os potes. 39 Como se joga Coloque dentro de uma caixa vários objetos. Podem ser colocados animais de borracha ou de pelúcia, instrumentos musicais e objetos sonoros. Em seguida, solicite para cada criança colocar a mão dentro da caixa para tatear e sentir a textura e a forma do objeto ou pela percepção sonora, a m de descobrir qual é o objeto que pegou. Após a criança descobrir e falar o nome do objeto, peça para retirá-lo da caixa para que todas vejam. 1 2 3 Faça uma abertura na tampa da caixa para que as mãos acessem com mais facilidade seu interior. Pode-se também colocar dentro da caixa gravuras de animais, objetos do codiano, etc. Para isso, use os cartões que estão no material complementar. Dicas: Música, som, movimento e inclusão Atividade 8 Caixa misteriosa Adaptações e recursos: No caso da criança com surdez, peça para ela sinalizar em Libras após descobrir qual é o objeto. Se houver alguma criança com limitação motora, ajude-a a colocar a mão dentro da caixa. Se a criança não verbaliza, vá falando os objetos possíveis de serem achados na caixa. Ao descobrir, peça para ela piscar os olhos, por exemplo. Para a criança com deficiência intelectual, dê pistas para que ela consiga reconhecer o objeto. OBJETIVOS Ü Desenvolver o tato para o reconhecimento da forma e da textura dos objetos; Ü Esmular a percepção audiva e visual; Ü Despertar a curiosidade. A atividade com a caixa mister iosa é um excelente recurso para desenvolver a percepção tátil e a percepção auditiva. Além disso, a criança aprende a respeitar a vez do colega, já que esta atividade n e c e s s i t a d a a t e n ç ã o e participação de toda a turma. É ideal para ser realizada na Educação Infantil. 40 Como se joga Coloque dentro de uma caixa vários objetos. Podem ser colocados animais de borracha ou de pelúcia, instrumentos musicais e objetos sonoros. Em seguida, solicite para cada criança colocar a mão dentro da caixa para tatear e sentir a textura e a forma do objeto ou pela percepção sonora, a m de descobrir qual é o objeto que pegou. Após a criança descobrir e falar o nome do objeto, peça para retirá-lo da caixa para que todas vejam. 1 2 3 Faça uma abertura na tampa da caixa para que as mãos acessem com mais facilidade seu interior. Pode-se também colocar dentro da caixa gravuras de animais, objetos do codiano, etc. Para isso, use os cartões que estão no material complementar. Dicas: Música, som, movimento e inclusão 41 Como se joga Solicite às crianças a fazerem uma roda. Coloque os instrumentos no centro da roda para que cada criança escolha o seu. Deixe-as manusearem os instrumentos livremente, percebendo o timbre, a forma e a textura. Converse com as crianças sobre o papel do maestro ou da maestrina numa orquestra. Combine códigos para saberem quando os instrumentos serão tocados. 1 2 3 Peça para as crianças obedecerem os comandos do maestro. Primeiro, seja você o maestro. Depois, pergunte às crianças quem quer ser o maestro. Vá revezando as crianças para todas sentirem como é ser um maestro. 4 Esmule as crianças a fazerem um rodízio dos instrumentos. Caso não tenha instrumentos convencionais na escola, construa os instrumentos com toda a turma. Pode-se trabalhar os conceitos de som e silêncio. Dicas: Música, som, movimento e inclusão Atividade 9 Esta ativ idade requer a participação de todas as criançasa m de entender o papel do maestro frente a uma orquestra. Para isso, é importante propor a troca das crianças para que cada uma exerça a função do maestro ou maestrina e possa comandar por meio dos movimentos todo a turma. Em relação às crianças que tocarão os instrumentos é n e c e s s á r i o a t e n ç ã o e concentração para obedecer os comandos do maestro. Esta atividade pode ser realizada na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O maestro OBJETIVOS Ü Trabalhar o pulso, o ritmo e o andamento; Ü Conhecer, explorar e exper imentar vár ios instrumentos; Ü Esmular a atenção; M a e s t r o o u r e g e n t e é u m profissional que rege uma orquestra ou uma banda. Ele lidera e conduz um grupo de músicos por meio de gestos e ulizando uma batuta. Você sabia? Adaptações e recursos: Quando a criança com alguma limitação motora for o maestro, combine com ela e as outras crianças códigos por meio de pequenos movimentos ou piscando os olhos. Quando for tocar um instrumento, ajude a criança a pegá-lo. 42 Como se joga Solicite às crianças a fazerem uma roda. Coloque os instrumentos no centro da roda para que cada criança escolha o seu. Deixe-as manusearem os instrumentos livremente, percebendo o timbre, a forma e a textura. Converse com as crianças sobre o papel do maestro ou da maestrina numa orquestra. Combine códigos para saberem quando os instrumentos serão tocados. 1 2 3 Peça para as crianças obedecerem os comandos do maestro. Primeiro, seja você o maestro. Depois, pergunte às crianças quem quer ser o maestro. Vá revezando as crianças para todas sentirem como é ser um maestro. 4 Esmule as crianças a fazerem um rodízio dos instrumentos. Caso não tenha instrumentos convencionais na escola, construa os instrumentos com toda a turma. Pode-se trabalhar os conceitos de som e silêncio. Dicas: Música, som, movimento e inclusão 43 Como se joga Primeiro, imprima e recorte os cartões com as guras dos instrumentos musicais. Depois, embaralhe os cartões e coloque-os virados para baixo. Peça para a primeira criança escolher dois cartões, mostrando para toda a turma o que tirou. 1 2 3 Observe se a criança tirou guras iguais para ter direito de jogar novamente. Se não formarem par, a criança colocará os cartões no lugar, passando a vez para a próxima criança. Ganha quem achar o maior número de guras iguais. 4 5 TAM BO R TAMBOR FLAUTA-DOCE FLAUTA-DOCE PA ND EI RO PANDEIRO Cartela 5 - páginas 119 e 120. Música, som, movimento e inclusão Atividade 10 Jogo da memória dos instrumentos musicais Sabemos que o jogo da memória é uma importante ferramenta para a construção de conhecimentos em qualquer área de ensino. Nesta atividade, a criança fará o reconhecimento dos instrumentos musicais por meio das guras, podendo também identicar suas famílias. Aqui, são introduzidos alguns instrumentos musicais como: auta-doce e saxofone (sopro), v i o lão (cordas ) e x i l o fone , triângulo, pandeiro e chocalho (percussão). OBJETIVOS Ü Conhecer instrumentos musicais e suas famílias; Ü Esmular a memória, a percepção visual, a capacidade de observação e a concentração; Ü Desenvolver o raciocínio-lógico. Adaptações e recursos: Para a criança cega, contorne com nta plásca as figuras dos cartões para que, ao secar, fiquem em alto-relevo e esmulem a percepção tál. Se houver uma criança com baixa visão, amplie as figuras para serem percebidas por ela. No caso da criança com alguma limitação motora, cole os cartões no papelão ou em outro material para facilitar o manuseio. XILO FON E XILOFONE VIOLÃ O VIOLÃO É indicada para ser realizada na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 44 Como se joga Primeiro, imprima e recorte os cartões com as guras dos instrumentos musicais. Depois, embaralhe os cartões e coloque-os virados para baixo. Peça para a primeira criança escolher dois cartões, mostrando para toda a turma o que tirou. 1 2 3 Observe se a criança tirou guras iguais para ter direito de jogar novamente. Se não formarem par, a criança colocará os cartões no lugar, passando a vez para a próxima criança. Ganha quem achar o maior número de guras iguais. 4 5 TAM BO R TAMBOR FLAUTA-DOCE FLAUTA-DOCE PA ND EI RO PANDEIRO Cartela 5 - páginas 119 e 120. Música, som, movimento e inclusão 45 46 Brincadeiras cantadas, rítmicas e expressivas 47 Brincadeiras cantadas, rítmicas e expressivas 48 Música, som, movimento e inclusão 49 A escola tem um grande papel no resgate da cultura musical brasileira, que dispõe de grande acervo. As brincadeiras cantadas, também conhecidas como brinquedos cantados são importantes recursos facilitadores para o processo de ensino e aprendizagem de todas as crianças. Além disso, elas possibilitam o desenvolvimento da percepção rítmica, da coordenação motora, da criatividade e da expressividade. As atividades aqui sugeridas têm o intuito de vivenciar o ritmo partindo de movimentos corporais, considerado um importante elemento para que as crianças tenham o primeiro contato com a música, favorecendo seu desenvolvimento. Para Dalcroze, o movimento corporal é o fator essencial para o desenvolvimento rítmico do ser humano e contribui para o desenvolvimento da musicalidade (MARIANI, 2011). Por esta razão, é importante que nas aulas o professor estimule a criança a se expressar através de seu corpo utilizando gestos e movimentos, dando oportunidade para que ela construa a noção de espaço e tempo em seu interior para possibilitar modifi cações corporais. Além de se apropriar da cultura em que as crianças vivem, as brincadeiras cantadas, rítmicas e expressivas possibilitam através do movimento a descoberta do próprio corpo e do espaço. Atividade 11 Ao fazer esta atividade na sala, a criança estará sendo estimulada para o entendimento do pulso, como também, de seu corpo no espaço. Uma possibilidade é criar comandos. Dentre os comando estão, por exemplo, fazer uma roda, duas rodas, em duplas, imitar um animal, entre outros. O professor poderá usar sua imaginação! Esta atividade é ideal para ser realizada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Andando pela sala OBJETIVOS Ü Trabalhar o pulso, o ritmo e o andamento; Ü Desenvolver a noção de espaço e tempo; Ü Desenvolver a percepção audiva; Ü Esmular a atenção. Adaptações e recursos: Para a criança surda, mostre recursos visuais dos comandos como, por exemplo, uma folha com um círculo, sinalizando uma roda e uma folha com uma linha reta, sinalizando uma fila. No caso da criança cega, guie-o ou peça para um colega guiá- lo. 50 Como se brinca Inicialmente, peça para as crianças colocarem a mão no coração para senti-lo batendo. Em seguida, solicite para que elas andem livremente por toda a sala de acordo com as batidas de seu coração. 1 Toque um som forte no instrumento e depois interrompa o pulso marcado para propor um comando. Retome o pulso para que elas voltem a andar pela sala. 3 Faça a marcação do pulso com um instrumento de percussão. No decorrer da atividade mude o andamento sempre lembrando as crianças que elas terão que andar de acordo com as batidas do instrumento. 2 Música, som, movimento e inclusão 51 Atividade 12 Passando a bola Vai passando a bola, vai passando a bola. Vai passando a bola, vai passando a bola. Para o lado direito, para o lado direito. Para o lado esquerdo, para o lado esquerdo. Agora a bola vai parar. Como se brinca Peça para as crianças fazerem uma roda permanecendo sentadas. As crianças deverão passar a bola para o colega conforme o lado pedido na canção. Quando for cantado o trecho , passarão a bola para o colega do lado direito. 1 OBJETIVOS Ü Desenvolver a percepção audiva e o pulso; Ü Desenvolvera atenção, a coordenação motora e a lateralidade. Ao cantar , as crianças mudarão de direção, tomando cuidado para a bola não cair no chão. A brincadeira termina ao parar a bola. 3 As crianças deverão passar a bola para o colega de acordo com a direção pedida pelo professor. Quando for cantado o trecho colega do lado direito. 2 Baixe a canção no site e ouça. 52 Nesta avidade a criança terá noção de direita e esquerda. Repita a canção mudando a direção quantas vezes desejar. Dica: Adaptações e recursos: Para a criança cega, ulize bolas com guizos. No caso da criança com limitações motoras, use bolas maiores rolando-as no chão. Para a criança com deficiência intelectual, explique a avidade de forma clara. Se for necessário, repita várias vezes a avidade. Música, som, movimento e inclusão 53 Atividade 13 Guli guli Repetir 2 vezes A á tá tá (mãos batendo nas coxas) A á tá tá (mãos batendo nas coxas) Guli guli guli guli (mão esquerda sobre a cabeça e mão direita no queixo) Á tá tá (mãos batendo na perna) Repetir 2 vezes Auê auê (mãos para cima balançando de um lado para o outro) Guli guli guli guli (mão esquerda sobre a cabeça e mão direita no queixo) Á tá tá (mãos batendo na perna) Como se brinca Inicialmente, solicite às crianças para que formem um círculo e quem de pé. Ensine a letra da música cantando as partes separadamente e com repetições para a memorização. 1 2 OBJETIVOS Ü Desenvolver o pulso, o ritmo, a forma musical e a musicalidade. Ü Desenvolver a coordenação motora, lateralidade e concentração. Ü Resgatar e conhecer a cultura musical brasileira. Em seguida, mostre os gestos para que as crianças repitam. Faça várias vezes para aprenderem. 3 Brinquedo cantado (Domínio Público). Ouça uma versão da canção disponível na Internet: hps://www.youtube.com/watch?v=wwnNCX4SngY 54 Dica: Os gestos e movimentos podem ser diminuídos ou modificados para facilitar a brincadeira. Adaptações e recursos: Para a criança surda, fique de frente para ela para que repita os gestos. No caso da criança com limitações motoras, combine gestos mais fáceis e menores. Veja quais são suas possibilidades. Música, som, movimento e inclusão 55 Uma dica interessante é usar bambolês para delimitar os espaços. Cada criança ficará dentro de um bambolê formando uma roda. As crianças pularão de um bambolê para o outro conforme o pulso da música. Ao cantarem a palavra ra, as crianças pularão para fora dos bambolês e depois, ao cantarem a palavra bota, todas v o l t a r ã o p a r a d e n t r o d o s b a m b o l ê s , connuando a brincadeira. Dica: Adaptações e recursos: Para a criança cega, ulize objetos que produzam sons, como por exemplo, caixinhas de fósforo com guizos dentro. No caso da criança surda, fique em frente a criança para que ela possa reper os movimentos. Caso tenha uma criança com limitações motoras, peça para que o colega ao lado a ajude. Para a criança com deficiência intelectual, repita várias vezes a avidade. Música, som, movimento e inclusão Atividade 14 Escravos de Jó Escravos de Jó jogavam caxangá Tira bora deixa car Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue zá Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá. Como se brinca Solicite para que as crianças quem em roda sentadas no chão. Entregue um copo de plástico para cada criança. Comece cantando a canção. Em seguida, peça para que as crianças passem os copos com a mão direita para o colega do lado direito, pegando o copo passado pelo colega do lado esquerdo. Ao cantar a palavra tira, as crianças deverão tirar os copos do chão e na palavra bota deverão deixar o copo no chão. Logo, as crianças deverão continuar passando o copo até o zigue zigue zá, alternando para o lado direito, esquerdo e direito. 1 2 3 4 OBJETIVOS Ü Desenvolver o pulso e o ritmo; Ü Desenvolver a atenção e concentração; Ü Esmular o conhecimento da cultura musical brasileira. Brinquedo cantado (Domínio Público). Ouça uma versão da canção disponível na Internet: hps://www.youtube.com/watch?v=I6LGAY6EJxU 56 Uma dica interessante é usar bambolês para delimitar os espaços. Cada criança ficará dentro de um bambolê formando uma roda. As crianças pularão de um bambolê para o outro conforme o pulso da música. Ao cantarem a palavra ra, as crianças pularão para fora dos bambolês e depois, ao cantarem a palavra bota, todas v o l t a r ã o p a r a d e n t r o d o s b a m b o l ê s , connuando a brincadeira. Dica: Adaptações e recursos: Para a criança cega, ulize objetos que produzam sons, como por exemplo, caixinhas de fósforo com guizos dentro. No caso da criança surda, fique em frente a criança para que ela possa reper os movimentos. Caso tenha uma criança com limitações motoras, peça para que o colega ao lado a ajude. Para a criança com deficiência intelectual, repita várias vezes a avidade. Música, som, movimento e inclusão 57 Atividade 15 Boneca de lata Minha boneca de lata Bateu com a cabeça no chão Levou mais de uma hora Pra fazer a arrumação Desamassa aqui pra car boa Minha boneca de lata Bateu com o nariz lá no chão Levou mais de duas horas Pra fazer a arrumação Desamassa aqui Desamassa aqui Pra car boa… Como se brinca Apresente a canção para as crianças. Cante com elas. Estimule as crianças a reconhecerem as partes do corpo e a se expressarem por meio de gestos e movimentos corporais. 1 2 OBJETIVOS Ü Desenvolver a musicalidade e a expressão corporal ; Ü Trabalhar o esquema corporal por meio do reconhecimento das partes do corpo. Brinquedo cantado (Domínio público). Ouça uma versão da canção disponível na Internet: hps://www.youtube.com/watch?v=T9FfvqOiJpk 58 Confeccione com as crianças uma boneca de lata. Assim, elas terão oportunidade de vivenciar outras expressões ar�s�cas na sala de aula. Apresente as partes do corpo que serão cantadas na música. Pergunte às crianças onde fica a cabeça, o pé, o joelho, etc. Dicas: Adaptações e recursos: Para a criança com deficiência intelectual, ulize recursos visuais como, por exemplo, figuras das partes do corpo. No caso da criança surda, sinalize em Libras as partes do corpo no decorrer da música. Fique em frente a criança para que ela repita os gestos e movimentos. Música, som, movimento e inclusão 59 Atividade 16 Caranguejo Caranguejo não é peixe, caranguejo peixe é; Caranguejo só é peixe na enchente da maré. Ora palma, palma, palma, ora pé, pé, pé; Ora roda, roda, roda, caranguejo peixe é. Como se brinca Apresente a canção para as crianças. Peça para as crianças darem as mãos e fazerem uma roda. Ao cantarem a segunda parte da canção, as crianças soltarão as mãos para baterem palmas, baterem os pés no chão e para darem uma volta no lugar. 1 2 OBJETIVOS Ü Desenvolver o ritmo, o pulso e a musicalidade; Ü Desenvolver a atenção, a coordenação motora, a lateralidade, a expressão corporal e a consciência do próprio corpo. Brinquedo cantado (Domínio público). Ouça uma versão da canção disponível na Internet: hps://www.youtube.com/watch?v=gsSY0i_-Ypw 60 Peça para as crianças explorarem os sons com os pés e com as mãos antes de fazer esta avidade. Ao cantar a canção, pode-se pedir para que as crianças cantem forte, fraco, etc. Dicas: Adaptações e recursos: Para a criança com deficiência intelectual, repita a avidade várias vezes. No caso da criança surda, fique em frente a criança para que ela repita os gestos e movimentos. Caso tenha uma criança cega, conduza-a na avidade. Música, som, movimento e inclusão 61 Dica: Adaptações e recursos: Para a criança com deficiência intelectual, repita várias
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