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1 LÍNGUA PORTUGUESA, LEITURA, PRODUÇÃO DE TEXTOS E LITERATURA INFANTIL Prof. Me. João Furtado 2 UNIDADE III Objetivos de Aprendizagem • Entender a importância da leitura na formação de um cidadão crítico. • Entender a importância da produção textual como instrumento comunicativo. • Reconhecer a importância dos elementos de coesão e coerência dos textos produzidos. • Compreender os processos de construção de textos narrativos e descritivos. • Entender o contexto comunicativo da internet: práticas de produção escrita. • Compreender a importância do desenvolvimento integral das práticas de leitura, escrita e análise linguística. 3 UNIDADE III 4 UNIDADE III LEITURA E FORMAÇÃO DO LEITOR “A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. [...]” (BRASIL, 1998, p. 69-70). • 5 UNIDADE III “Um bom leitor forma, ao longo de sua vida, um repertório de leitura que auxilia e o promove a ser um bom produtor de texto, bom comunicador e com habilidade suficiente para exercer e apresentar seu ponto de vista e posicionar-se de acordo com suas crenças.” (livro de apoio, p. 8) 6 UNIDADE III A INFLUÊNCIA DA LEITURA NA PRODUÇÃO DE TEXTO “A escola é um espaço fundamental para o fomento e um trabalho sistematizado para o desenvolvimento da análise linguística, leitura e escrita, por isso o professor deve estimular desde sempre o entendimento da linguagem e suas possibilidades de uso e manipulação para que assim o aluno seja formado integralmente e consiga autonomia para manifestar-se, pois escrever um texto não é somente juntar frases ou palavras soltas.” (livro de apoio, p. 9) 7 UNIDADE III “O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo, qualquer que seja sua extensão, é o texto, uma seqüência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global. Caso contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados” (BRASIL, 1998, p. 21). 8 UNIDADE III ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTO Segundo Sercundes (2011), há três processos em que a escrita insere-se no contexto escolar como concepções de produção de texto: Escrita como um dom: entende-se que o aluno já domina todo o processo de escrita e não há um trabalho prévio e sistêmico sobre a escrita que será feita; o professor lança um tema, um assunto e o aluno produz. Essa concepção é falha na formação do aluno em não apresentar uma orientação de leitura, análise linguística, estrutura e gênero textual e é muito pouco usada nos dias de hoje. 9 UNIDADE III Escrita como consequência: nessa concepção, a escrita é uma consequência de um saber ou senso comum, pouco aprofundado, como escrever após assistir um filme, ou uma viagem, a rotina dos alunos. Aqui também o trabalho com a leitura, análise linguística, estrutura e os gêneros textuais são preteridos, pois há um pretexto (filme, música, história, etc.) que norteia a produção textual. 10 UNIDADE III Escrita como trabalho: entende-se nessa concepção que a produção de texto é uma extensão do conhecimento e trabalho feitos em sala de aula junto ao professor, assim, a escrita é uma construção e não meramente uma produção ocasional. O filme, a pesquisa ou a música pode ser uma das etapas de formação para uma produção de texto que envolve a leitura, análise linguística, estrutura, gênero textual e a possibilidade de reescrita e aquisição do conhecimento. 11 UNIDADE III “Os PCNs (1998) apontam para alguns aspectos fundamentais que o aluno deve atentar-se ao produzir um texto. • finalidade; • especificidade do gênero; • lugares preferenciais de circulação; • interlocutor eleito; Utilização de procedimentos diferenciados para a elaboração do texto: • estabelecimento de tema; • levantamento de idéias e dados; • planejamento; • rascunho; • revisão (com intervenção do professor); • versão final.” (BRASIL, 1998, p. 58). 12 UNIDADE III “Conforme Koch e Travaglia (2008), o conhecimento de mundo do leitor, o conhecimento compartilhado que se refere ao conhecimento em comum entre autor e receptor, a inferência que é o uso do conhecimento de mundo para a compreensão textual, e os fatores de contextualização, que são a âncora do texto, são elementos fundamentais na construção da coerência textual, e que devem ser analisados pelo autor para que sua intencionalidade seja atingida.” (livro de apoio, p. 14) 13 UNIDADE III “[...] a coerência não está no texto, não nos é possível apontá-la, destacá-la, sublinhá-la ou coisa que o valha, mas somos nós, leitores, em um efetivo processo de interação com o autor e o texto, baseados nas pistas que nos são dadas e nos conhecimentos que possuímos, que construímos a coerência.” (KOCH & ELIAS, 2008, p. 184) 14 UNIDADE III Os autores Koch & Elias (2008) e Costa Val (2006) apontam algumas estruturas fundamentais que devem observadas para a manutenção da coerência textual, o que pode ser estruturado da seguinte forma: 15 UNIDADE III Repetição: deve haver um equilíbrio entre a repetição ou retomada de aspectos importantes e progressão, remetendo a algo novo, uma informação nova. A repetição ou retomada do termo, citado por Koch e Elias (2010), é um recurso adotado na progressão textual, porém deve ser visto com cautela, pois repetição não significa repetir o tempo todo o termo referenciado, mas sim retomar o essencial do que foi referido para progredir nas discussões. 16 UNIDADE III Progressão: No desenvolvimento do texto, pode-se perceber a progressão do tema que pode ser feita de forma constante em enunciados sucessivos; progressão linear é quando o assunto que se expõe no enunciado anterior é o tema do enunciado seguinte; progressão com divisão do tema é quando este é subdividido em partes e cada uma é trabalhada em enunciados subsequentes. A progressão textual pode ainda ser realizada sob tópicos, por exemplo, quando citamos a violência escolar como tema e decide-se falar sobre todas as suas vertentes; cada tópico refere-se a uma vertente ou, se o assunto tratado é a alfabetização, podemos discorrer sobre a alfabetização de crianças, de adultos, os métodos de alfabetização, os instrumentos utilizados para alfabetizar, etc. 17 UNIDADE III Não contradição: refere-se tanto ao âmbito interno como ao âmbito externo do texto. No âmbito interno, o texto não pode trazer afirmações e negações sobre um mesmo ponto de vista. Não confundir a não contradição com oposições de ideias debatidas em um mesmo texto; debates baseados em oposições de ideias são sempre interessantes para qualquer texto. Podemos citar como exemplo de não contradição afirmar que corrupção é crime e no mesmo texto alegar que a propina paga a um policial rodoviário para fugir de uma multa é uma forma de resolver um problema; oposição de ideias seria debater em um mesmo texto os prós e os contras dentro de um mesmo tema. No âmbito externo, a não contradição refere-se ao contexto situacional, como, por exemplo, escrever um texto com linguagem científica quando destinado a crianças pequenas, escrever um texto com linguagem infantil quando destinado ao jovem adolescente, publicar um texto anedótico em uma revista científica, colocar rótulos em língua estrangeira em produtos vendidos no Brasil. Essas são ações que indicam contradição, e a não contradição seria a adequação do temaao público e ao veículo de comunicação. 18 UNIDADE III Encadeamento: há duas formas citadas desse procedimento por Koch & Elias (2010): o encadeamento por justaposição, quando os enunciados são justapostos apenas com conexão semântica, sem a utilização de conjunções (em alguns desses casos podemos utilizar letras do alfabeto ou enumerar os tópicos para determinar as sequências em que serão apresentados nos textos); e o encadeamento por conexão ocorre quando são utilizados os conectivos, como os que já vimos anteriormente (mas, todavia, entretanto, porém, segundo, conforme etc.). Articulação: refere-se à teia formada pelo texto, o encadeamento das ideias, à ordem linear dessas ideias, é o processo de construção dos subtemas unidos ao tema principal. 19 UNIDADE III “A coesão manifestada no nível microtextual refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de uma sequência. A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macro textualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície se unem numa configuração de maneira reciprocamente acessível e relevante.” (FÁVERO; TRAVAGLIA, 2009, p. 10) 20 UNIDADE III CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS NARRATIVOS “A narrativa sempre esteve no dia a dia de cada um de nós, desde a necessidade de contar um fato banal que acontece conosco para um amigo ou um parente até nas histórias ficcionais.” (livro de apoio, p. 22) 21 UNIDADE III Para Gancho (2004), a narração consiste em representar coerentemente uma sequência de acontecimentos reais ou supostamente sucedidos envoltos nos seguintes elementos: Personagem: pessoa ou pessoas que atuam na narrativa, pode(m) ser principal(is) ou protagonista(s), que pode(m) ser representado(s) pelo herói ou anti- herói e personagens secundários, típicos ou caricaturais que representam os demais participantes da história, formando a âncora dos protagonistas. As características principais dos personagens devem ser descritas, pois são fatores importantes na interpretação do texto. 22 UNIDADE III Espaço: é o espaço físico onde se desenvolve a ação das personagens; sendo uma narrativa longa, com várias páginas, a descrição do espaço poderia ser feita de forma detalhada. Sendo uma narrativa curta, deve-se descrever o espaço com informações suficientes para que o leitor saiba onde os fatos estão ocorrendo. Ambiente: são as características sociais, econômicas, psicológicas e morais em que vivem os personagens. Com poucas palavras, pode-se revelar se se trata de alguém com alto ou baixo poder aquisitivo, se o perfil da personagem é de alguém calmo, agressivo, se é um imoral ou um personagem moralista. 23 UNIDADE III Tempo: sequência linear dos acontecimentos da narração, época em que se passa a história ou duração dos fatos. Os fatos devem ser narrados na sequência em que aconteceram, caso haja referências passadas, o leitor deve ser avisado de que o que se descreve faz parte da memória do narrador. Enredo: são as ações que acontecem em torno dos personagens, pode ser chamado de trama ou história. 24 UNIDADE III CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS DESCRITIVOS “Descrever não é fazer um texto “sem vida”, que nos conta somente os elementos primordiais de uma cena, pois ao descrever podemos ir muito além da descrição básica, dado que descrever é ter também a sensibilidade de perceber as características próprias dos seres animados e inanimados por meio das indicações dos aspectos mais característicos que os distinguem.” (livro de apoio, p. 28) 25 UNIDADE III “Segundo Álvarez (1998), o ato de descrever é a forma de expressão utilizada para expor qualidades, defeitos, sensações e sentimentos no universo real e ficcional que podem ser confrontados com qualquer realidade e contexto sócio-histórico. A descrição passa por três fases: a observação, a reflexão e a expressão.” (livro de apoio, p. 29) 26 UNIDADE III A PRODUÇÃO TEXTUAL NA INTERNET Segundo Pinho (2003, p. 181), “a história é antiga e se repete por ocasião do nascimento de cada nova mídia. O rádio, o cinema e a televisão, cada um no seu tempo, surgiram com conteúdos que reproduziam as mídias que os precederam”. 27 UNIDADE III “A internet e suas ferramentas possibilitam o hipertexto e os hiperleitores. Segundo Koch (2007, p. 25), “o termo hipertexto designa uma escritura não-sequencial e não-linear, que se ramifica de modo a permitir ao leitor virtual o acesso praticamente ilimitado a outros textos, na medida em que procede a escolhas locais e sucessivas em tempo real”.” (livro de apoio, p. 32) 28 UNIDADE III CONSIDERAÇÕES FINAIS “A sociedade atual exige de nós um nível comunicativo de qualidade; como somos produtores ativos de diversos textos, devemos nos posicionar utilizando os instrumentos primordiais desta sociedade, que são a leitura e a escrita.” (livro de apoio, p. 36) 29 LÍNGUA PORTUGUESA, LEITURA, PRODUÇÃO DE TEXTOS E LITERATURA INFANTIL Prof. Me. João Furtado
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