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HIDRAULICA APLICADA E HIDROLOGIA PROFª CLIVIA ALMEIDA CURSO: ENGENHARIA CIVIL AULA 05 PLANO DE AULA • Previsão de enchentes • Controle de enchentes e inundações • Propagação de enchentes • Regularização de vazões Previsão de Enchentes Diferença entre ENCHENTE E INUNDAÇÃO. Por Villela (1975) têm-se as seguintes definições: • Enchente caracteriza-se por uma vazão relativamente grande de escoamento superficial; • Inundação caracteriza-se pelo extravasamento do canal. Logo, nem toda enchente causa uma inundação! Os projetos em engenharia, de um modo geral, são feitos para atender necessidades futuras. No caso da hidrologia, trabalha-se com a previsão de eventos exclusivamente naturais. Não se prevê a cheia total de um rio, por exemplo. Previsão de Enchentes Cheia de projeto • Falha -> risco a vida humana • Exagero de suporte hidrológico -> economicamente inviável O que se pode fazer, então? Previsão de Enchentes Cheia de projeto Deve-se adotar um valor de vazão que tenha pouca probabilidade de ser igualada ou superada pelo menos uma vez dentro da vida útil da obra. A essa vazão denomina-se Cheia de Projeto. Previsão de Enchentes Período de Retorno A cheia de projeto está associada a um período de retorno que é o tempo médio em anos que um evento é igualado ou superado pelo menos uma vez. Os critérios para fixação do período de retorno, conforme Villela (1975): • Vida útil da obra; • Tipo de estrutura; • Facilidade de reparação e ampliação; • Perigo de perda de vida Previsão de Enchentes Período de Retorno Períodos de retorno comuns: • Extravasor de uma barragem de terra= 1000 anos • Extravasor de uma barragem de concreto = 500 anos • Galeria de águas pluviais = 5 a 20 anos • Pequena barragem de concreto para abastecimento de água = 50 a 100 anos. Previsão de Enchentes Período de Retorno Readequando a fórmula para o período de retorno, temos: 𝑇𝑟 = 1 1 − (1 − 𝐾) Τ1 𝑛 n = vida útil (anos) K = probabilidade de ocorrência da máxima enchente durante a vida útil da obra Previsão de Enchentes Período de Retorno k 1 10 25 50 100 200 1% 100 995 2488 4975 9950 19900 10% 10 95 238 475 950 1899 25% 4 35 87 174 348 696 50% 2 15 37 73 145 289 75% 1 8 19 37 73 145 99% 1 3 6 11 22 44 n Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Método de Fuller Estudou cheias em rios nos EUA. Desenvolveu: 𝑄 = 𝑄(𝑎 + 𝑏 log 𝑇𝑟) Onde a e b são, respectivamente, 1,0 e 0,8. 𝑄 é a media das vazões consideradas Tr é o período de retorno Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Método de Fuller O próprio Fuller desenvolveu uma forma empírica para o cálculo de 𝑄 tendo como parâmetro a área da bacia. 𝑄 = 0,796𝐴0,8 Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Método de Fuller Logo podemos ter: 𝑄 = 0,796𝐴0,8(𝑎 + 𝑏 log 𝑇𝑟) Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Método de Fuller Exemplo Fazer um gráfico que represente a vazão para Tr de 5, 10, 20, 50 e 100 anos para a bacia do Cocó. Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Método de Fuller tr 485 km2 5 10 20 50 100 174,7437296 201,7339368 228,7241439 264,4032571 291,3934642 A Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Fórmula de Aguiar Método desenvolvido pelo Engenheiro Francisco de Aguiar a partir de açudes nordestinos. Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Fórmula de Aguiar 𝑄 = 1150𝑥𝐴 𝐶𝑥𝐿(120 + 𝐾𝑥𝐶𝑥𝐿) Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Fórmula de Aguiar Onde Q = vazão em m³/s A = área da bacia em km² L = linha do talvegue (km) K,C = coeficientes de acordo com o tipo da bacia Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão K C Pequena; íngreme; rochosa 1 0,10 0,85 Bem acidentada, sem depressão evaporativa 2 0,15 0,95 Média 3 0,20 1,00 Ligeiramente acidentada 4 0,30 1,05 Ligeiramente acidentada apresentando depressão evaporativa 5 0,40 1,15 Quase plana, terreno argiloso 6 0,65 1,30 Quase plana, terreno variável ou ordinário 7 1,00 1,45 Quase plana, terreno arenoso 8 2,50 1,60 BACIA HIDROGRÁFICA TIPO COEFICIENTE Previsão de Enchentes Análise da natureza dos dados da vazão Fórmula de Aguiar Exemplo Calcular a vazão para a Bacia do Rio Cocó A 485 km² K 1 - C 1,45 - L 42,5 km² Q 5271,974 m³/s BACIA DO COCÓ Previsão de Enchentes Controle de Enchentes e Inundações Causas: Enchentes – excesso de chuva; descarregamento de qualquer volume acumulado a monte (rompimento de uma barragem ou a abertura brusca das comportas de um reservatório); Inundações – excesso de chuva; existência, à jusante de inundação, de qualquer obstrução que impeça a passagem de vazão de enchente (bueiro mal dimensionado que remansa o rio). Controle de Enchentes e Inundações Controle de Enchentes e Inundações Métodos de Combate as Enchentes Construção de reservatórios Controle de Enchentes e Inundações Métodos de Combate as Enchentes Melhoramento dos canais Muitas vezes o canal natural de um rio não transporta uma certa vazão sem transbordamento. Para Villela (1975) as adequações podem ser: • Dragagem; • Retificação; • Revestimento; • Construção de diques. Controle de Enchentes e Inundações Métodos de Combate as Enchentes Diversão para outras bacias Desvio de parte do volume para outra bacia. Obs.: Legislação Adequada e Sistema de aviso Controle de Enchentes e Inundações Análise Econômica do controle de enchentes Os custos devem ser comparados. Custos de reparos x Custos da obra Controle de Enchentes e Inundações Análise Econômica do controle de enchentes Ex.: Controle de Enchentes e Inundações Análise Econômica do controle de enchentes Ex.: Controle de Enchentes e Inundações Análise Econômica do controle de enchentes Ex.: Propagação de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios A propagação da enchente é o cálculo de Qs ao longo de t, ou seja, Qa. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Com a finalidade de proporcionar uma melhor visualização do regime do rio, ou apenas destacar algumas de suas características ou ainda estudar os efeitos da regularização propiciada por reservatórios, os projetos de obras hidráulicas exigem que os dados de vazão sejam manipulados e apresentados sob a forma de gráficos. As vazões podem ser apresentadas através de hidrogramas, curvas de permanência e diagramas de massa. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Hidrogramas Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Curva de permanência ou de duração Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Diagrama de massa É a integral da hidrógrafa. É um diagrama de volumes acumulados que afluem ao reservatório. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Diagrama de massa Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Regularização de vazões Sempre que um projeto de aproveitamento hídrico de um rio prevê uma vazão de retirada maior que a mínima, existirá, em conseqüência, períodos em que a vazão natural é maior que a necessária e períodos em que é menor. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Regularização de vazões Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Regularização de vazões Se torna necessária então a construção de um reservatório para que se possa reter o excesso d'água dos períodos de grandes vazões para ser utilizado nas épocas de seca. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Capacidade de um reservatório A capacidade de armazenamento de umreservatório representa o volume total acumulado no reservatório quando o nível da água encontra-se na cota da soleira do sangradouro. Regularização de Enchentes Propagação de enchentes através de reservatórios Zonas de armazenamento de um reservatório • Nível normal do reservatório – cota máxima em condições de operação • Nível mínimo do reservatório – cota mínima em condições de operação • Volume útil – volume armazenamento entre mínimo e normal • Volume morto – volume abaixo do volume mínimo • Sobrearmazenamento – volume acima do nível normal e não é aproveitado Regularização de Enchentes
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