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FARMÁCIA 2019 AULA N.3 - PARASITOLOGIA * Sarcomastigophora Filos Subfilos Ordens Famílias Gêneros Espécies Sarcomastigophora (presença de flagelos ou pseudópodes) Mastigophora (com flagelos) Kinetoplastida Trypanosomatidae Trypanosoma T.cruzi Leishmania L.braziliensis L.chagasi Diplomonadida Hexamitidae Giardia G.lamblia Trichomonadida Trichomonadidae Trichomonas T.vaginalis Sarcodina (com pseudópodes) Amoebida Entamoebidae Entamoeba E.histolytica E.coli Acanthamoebidae Acanthamoeba A.culbertsoni Hartmanellidae Hartmanella Schizopyrenida Schizopyrenidae Naegleria N.fowleri * Sarcomastigophora - Parasitas Formas apresentadas pelos parasitas: (a) – Amastigota – somente o cinetoplasto é visível. Não há flagelo. (b) – Promastigota – o flagelo emerge da parte anterior da célula. (c) – Epimastigota - o flagelo emerge ao lado do núcleo da célula. (d) – Tripomastigota - o flagelo emerge da parte posterior da célula. * LEISHMANIOSE VISCERAL Leishmania chagasi LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICADA Leishmania braziliensis * Leishmania - HISTÓRICO A primeira descrição oficial do parasito foi feita na Índia por William Boog Leishman; Leishman que publicou a descrição indicando semelhanças com formas encontradas em infecções por Trypanosoma ; * Ronald Ross concluiu que não se tratava de esporozoário e criou o gênero Leishmania, e batizou a espécie homenageando Wiliam Leishman e Charles Donovan. O agente causador do Calazar passou a ser chamado de Leishmania donovani (Laveran e Mesnil, 1903), Ross, 1903 Leishmania - HISTÓRICO * CARACTERÍSTICAS GERAIS Doença infecciosa, zoonótica, não contagiosa, de transmissão vetorial. Pode apresentar diferentes formas clínicas, dependendo da espécie de Leishmania envolvida e da relação do parasito com seu hospedeiro. EPIDEMIOLOGIA Constitui um problema de saúde pública em 88 países, distribuídos em quatro continentes (Américas, Europa, África e Ásia), com registro anual de 1 a 1,5 milhões de casos. A LTA ocorre em ambos os sexos e todas as faixas etárias, entretanto na média do país, predomina os maiores de 10 anos, representando 90% dos casos e o sexo masculino, 74%. Leishmanioses Por que é importante para saúde pública? Magnitude Elevado número de casos Expansão geográfica Terceira doença de transmissão vetorial em importância no mundo Transcendência Óbito (até 100%), se não tratada (Leishmaniose Visceral) Populações pobres Exige internação em grande parte dos pacientes (LV) Emergente Urbanização Coinfecção Leishmania-HIV-aids Leishmanioses humanas Leishmaniose tegumentar Leishmaniose visceral (calazar) Morfologia básica do gênero Leishmania Forma flagelada ou promastigota Forma aflagelada ou amastigota Habitat Amastigota, encontrada dentro dos macrófagos presentes nos órgãos atingidos (pele ou vísceras) Promastigotas, forma infectante, encontrada nos insetos vetores: flebótomos ou Lutzomyia Vetor Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Diptera Familia: Psychodidae Gênero: Lutzomyia Espécie: L. longipalpis Brasil: cangalhinha, mosquito-palha, birigüi, tatuíra Leishmanioses humanas Leishmaniose tegumentar Doença polimorfa da pele e das mucosas, caracterizada pela presença de lesões ulcerativas Leishmaniose visceral Doença generalizada de evolução crônica que atinge as visceras: baço, fígado e medula óssea. Leishmaniose tegumentar Doença polimorfa da pele e das mucosas, caracterizada pela presença de lesões ulcerativas que podem ser: Cutânea simples (auto limitadas) Cutânea difusa (lesões múltiplas nodulares) Forma muco-cutânea: podem ou não ocorrer metástases nasobucofaringeanas Espécies causadoras de Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil: Leishmania (V.) braziliensis, Leishmania (V.) guyanensis Leishmania (L.) amazonensis Acomete o homem, mamíferos domésticos e silvestres. Cutânea simples Cutânea difusa (lesões múltiplas nodulares) Forma muco-cutânea: podem ou não ocorrer metástases nasobucofaringeanas Leishmaniose visceral (calazar) Forma crônica caracterizada pelo acometimento sistêmico (órgãos internos: baço, fígado, medula óssea) Brasil: Leishmania chagasi Patogenia Leishmaniose tegumentar: Lesão inicial: manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de macrófagos (abarrotados de parasitos) Período de incubação (tempo entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão inicial): 2-3 meses Evolução: lesão inicial nódulo dérmico lesão úlcero-crostosa úlcera leishmaniótica Patogenia Leishmaniose visceral A pele é a porta de entrada para a infecção Amastigotas: migrarão, via sanguinea, do nódulo inicial para as visceras (baço, fígado e medula óssea) Nesses órgãos, as amatigotas se multiplicarão intensamente, promovendo a esplenomegalia, a hepatomegalia e a disfunção da medula óssea Sintomas Principais sintomas da leishmaniose visceral: Febre intermitente com semanas de duração; Fraqueza, perda de apetite, emagrecimento; Anemia, palidez; Aumento do baço e do fígado; Comprometimento da medula óssea; Problemas respiratórios; Diarreia; Sangramentos na boca e nos intestinos. Diagnóstico - LTA Diagnóstico clínico Característica da lesão associado à anamnese Dados epidemiológicos são de grande importância Pesquisa do parasito Exame direto de esfregaços corados Exame histopatológico Cultura Inóculo em animais (hamster) Pesquisa do DNA do parasito PCR (reação em cadeia da polimerase) Detecta a presença de DNA de Leishmania spp em fragmentos de fígado, baço, aspirados de linfonodo e medula óssea. Escarificação da borda de lesão cutânea, localizada no membro superior, com lâmina de bisturi e confecção do esfregaço em lâmina de vidro. Diagnóstico - LTA Métodos imunológicos Métodos para avaliação da resposta celular Teste intradérmico de Montenegro Métodos para avaliação da resposta humoral RIFI (reação de imunofluorescência indireta) Leishmaniose visceral Diagnóstico precoce Fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência) Punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos. Estabelecer o diagnóstico diferencial: Os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc. Diagnóstico clínico: Anamnese Exames de palpação A demonstração do parasito é conclusivo Leishmaniose visceral Leishmaniose visceral Diagnóstico laboratorial Exames parasitológicos Demonstração de amastigotas (punção da medula óssea, fígado e baço) Esfregaço em lâmina: fixado em álcool metílico e corado pelo Giensa Semeadura em meio de cultura NNN Inoculado em hamster PCR (reação em cadeia da polimerase) Pesquisa o DNA da Leishmania Leishmaniose visceral Diagnóstico laboratorial Métodos imunológicos RIFI (reação de imunofluorescência indireta) Tem como antígeno forma promastígotas oriundas de cultura e fixadas em lâminas ELISA (ensaio imunoenzimático) Sensibilidade: 98% Epidemiologia Leishmaniose tegumentar Distribuição geográfica Distribuição mundial Fonte de infecção Roedores silvestres ( paca, cotia, ratos silvestres),edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambás e marmotas), carnívoros (cães, gatos, quatis), humanos e equinos Forma de infecção Promastigota Via de transmissão Hospedeiros intermediários (Brasil: gênero Lutzomyia – vôos curtos, hábitos crepusculares e noturnos) Via de penetração Inoculação na pele das formas promastigotas pelo inseto * Epidemiologia Leishmaniose visceral Distribuição geográfica: Mundial, exceto a L. chagasi exclusiva das Américas Fonte de infecção: Raposas e cães Forma de transmissão Promatigotas Via de transmissão Hospedeiro intermediário – Lutzomyia longipalpis Via de penetração Inoculação na pele das formas promastigotas pela picada do inseto transmissor Prevenção Mecanismos de proteção individual : repelentes, telas em portas e janelas, camisas de mangas compridas e calças, meias e sapatos. Controle de reservatórios domésticos; Controle vetorial nas áreas intra e peridomicílio; Medidas educativas : acondicionamento e destino adequado do lixo orgânico. Tratamento LTA Drogas: antimoniais Glucantime ( N-metilglucamin) Calazar Sucesso do tratamento: diretamente proporcional à precocidade com que é instituído Alta mortalidade: pacientes com diagnóstico incorreto, demorado ou em imunodeprimidos Drogas: antimoniais Glucantime ( N-metilglucamin) Tratamento Humanos Existem drogas eficientes mas a terapêutica é de longa duração e dolorosa Dieta equilibrada, capaz de repor as perdas orgânicas e ativar o sistema imune Animais reservatórios: Ainda não existe tratamento eficiente TRATAMENTO Antimoniais pentavalentes (via endovenosa) Mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos. Anfotericina B (alto preço) Nova droga: miltefosina (via oral) OBSERVAÇÕES Regressão dos sintomas (sinal de que a doença foi pelo menos controlada) Pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento. Casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde. Cão com lesão em Focinho Gato com lesão em focinho O tratamento nos cães existe, mas ainda é controverso Animais tratados podem continuar como reservatórios após curados. Por esse motivo, o sacrifício dos animais doentes é indicado por lei. Código Penal Brasileiro enquadra como crime contra a Saúde Pública Mas para acatar essa medida, o dono tem o direto legal de: Requerer a confirmação do exame positivo para leishmaniose, através de novos testes. Em caso positivo:entregar o animal, mediante ordem judicial. Eutanásia - proprietário tem reservado o direito de confiar seu cão a um veterinário de confiança Vacina contra a leishmaniose Desenvolvida no Brasil por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro Comercializada para um número restrito de veterinários em regiões endêmicas. Possui registro no Ministério da Agricultura, mas sua utilização ainda não foi aprovada pelo Ministério da Saúde para uso em campanhas em massa de controle da leishmaniose. REFERÊNCIAS NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11.Ed.São Paulo: Editora Atheneu, 2005. 494p. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília: Editora MS.2006. 113p. REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. 3.Ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.2010.391p.
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