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Estabelecimento Empresarial: Conceito e Regras

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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
98405-3344
CONCEITO: Complexo de bens reunidos pelo empresário para o desenvolvimento de sua atividade econômica. Esses bens são de natureza variada, como mercadorias, máquinas, instalações, tecnologia, edificações, etc.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
O Direito Empresarial garante uma justa retribuição ao empresário, quando este perde, por culpa alheia, esse complexo de bens reunidos. 
Esse complexo de bens é popularmente conhecido como fundo de comércio.
Assim sendo, o Estabelecimento Empresarial deve ser considerado não apenas pelo valor do simples somatório do preço do complexo de bens que o compõe, mas pelo valor destes agregado ao decorrente da situação peculiar em que se encontram reunidos.
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
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Os bens que integram o Estabelecimento Empresarial podem estar descentralizados, ou seja, o empresário pode manter filiais, sucursais ou agências, como depósitos em prédios isolados, unidades organizacionais diversas, etc.
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.
Existe uma barreira imaginária que separa os bens que compõe o Estabelecimento Empresarial, dos bens pessoais do empresário.
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O estabelecimento empresarial, por ser bem integrante do patrimônio do empresário, é também garantia dos seus credores. E é por isso que a lei exige que em caso de alienação, usufruto ou arrendamento, que isso seja feito por escrito e averbado na Junta Comercial.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
 
Assim sendo, a lei sujeita a alienação do estabelecimento empresarial à anuência dos seus credores.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
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Se o empresário não observar tais cautelas, poderá ter sua falência decretada, com fundamento no art. 94, III, c da Lei 11.105/2005.
O adquirente do estabelecimento empresarial será considerado o sucessor do alienante, podendo os credores demandar contra esse para a cobrança de seus crédito. Contudo, o alienante do estabelecimento empresarial continua responsável pelo passivo deixado junto a credores pelo prazo de 1 ano.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
 
O adquirente não responde, porém, pelas obrigações do alienante, se adquiriu o estabelecimento empresarial mediante leilão judicial baseado na lei de falência (art. 60 e art. 141), pois nesses casos não será considerado sucessor.
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O alienante não poderá, nos 5 anos subsequentes à transferência, restabelecer-se em idêntico ramo de atividade empresarial, concorrendo com o adquirente, salvo se devidamente autorizado.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
 
O adquirente subroga-se nos direitos do alienante, salvo se o contrato dispuser contrário. 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
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Se o devedor pagar, de boa fé, ao cedente do crédito, ficará exonerado de pagar novamente.
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
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N O M E E M P R E S A R I A L
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O empresário, seja pessoa física ou jurídica, tem direito ao um Nome Empresarial, que é aquele com que se apresenta nas relação de fundo econômico.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
 
O nome empresarial identifica o sujeito que exerce a empresa, o empresário.
O nome empresarial não tem nenhuma relevância jurídica a não ser a identificação do sujeito.
O estabelecimento empresarial e a marca sim, possuem relevância jurídica, pois garantem ao empresário direitos restritos.
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N O M E E M P R E S A R I A L
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O direito contempla 2 espécies de nome empresarial: a firma e a denominação.
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
A FIRMA só pode ter por base o nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade empresária.
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
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N O M E E M P R E S A R I A L
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A DENOMINAÇÃO deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra expressão linguística.
Art. 1.158 (...)
§ 2 o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
 
Exemplos: FIRMA – SILVA & PEREIRA COSMÉTICOS LTDA
 DENOMINAÇÃO – ALVORADA COSMÉTICOS LTDA
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N O M E E M P R E S A R I A L
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Se ao nome empresarial não estiver agregado a expressão “limitada”, presume-se que a responsabilidade dos empresário individual ou dos sócios será solidária e ilimitada.
Art. 1.158 (...)
§ 3 o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
 
O nome empresarial será único dentro da mesma U.F.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
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O nome empresarial não pode ser objeto de alienação, a não ser que o estabelecimento empresarial seja alienado como um todo.
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
 
Caso o empresário deseja garantir como sua uma marca, deverá registrar a mesma nostermos da Lei 9.279/96.
Art. 1.166 (...)
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.
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N O M E E M P R E S A R I A L
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O sócio que falecer, for excluído ou se retirar, não poderá manter seu nome na firma.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.
 
O nome empresarial, ao contrário do nome civil, pode ser alterado pela simples vontade do empresário, isso de forma administrativa.
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TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO: CONCEITO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA
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Segundo a teoria do direito societário, o que diferenciará a sociedade empresária da sociedade simples (empresário intelectual - que é não empresária), será o modo de explorar seu objeto. O objeto social explorado sem empresarialidade (isto é, sem profissionalmente se organizar para os fatores de produção ou circulação) confere à sociedade o caráter de simples, enquanto a exploração empresarial do objeto social caracterizará a sociedade como empresária.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro ( art. 967 ); e, simples, as demais.
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PERSONALIZAÇÃO DA 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
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A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. Isso também se aplica à sociedade empresária, que tem a personalidade jurídica distinta da de seus sócios.
Assim sendo, a sociedade empresária, como pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado, e poderá, por isso, praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico legal.
A personificação jurídica da sociedade jurídica se dá através do respectivo registo - Lei 8.934/94.
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos ( arts. 45 e 1.150 ).
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PERSONALIZAÇÃO DA 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
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A personalização das sociedades empresária pelo registro gera 3 consequências, a saber:
a) Titularidade negocial: a sociedade empresária realizará negócios jurídicos em nome próprio, sendo que o sócio que a representou não é parte do negócio.
b) Titularidade processual: a sociedade empresária tem capacidade para demandar em nome próprio.
c) Responsabilidade patrimonial: a sociedade empresarial terá patrimônio próprio, incomunicável com o patrimônio individual dos seus sócios.
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