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O Sigilo Profissional do Assistente Social

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44
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO serviço social
jany kelly de amorim pinto
O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AO SIGILO PROFISSIONAL
DESAFIOS E DISCUSSÕES
 (
Manhuaçu
2016
)
jany kelly de amorim pinto
o assistente social FRENTE AO sigilo profissional:
DESAFIOS E DISCUSSÕES
	
Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Orientador: Profª. Mariley do Carmo Batista Lopes; Tutor eletrônico: Poliana de Paula Amâncio
 Manhuaçu
2016
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho ao meu Deus e Senhor, que me deu forças pra eu que chegasse até aqui, e que bondosamente conduziu meus passos não me deixando desistir!
Sem teu amor eu jamais teria conseguido alcançar meus objetivos.
 
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da minha vida, por sua no meu viver, sobretudo por teme concedido a graça de cursar Assistência Social.
A minha mãe Maria José de Fátima Cortez, pela educação que me foi dada, pela dignidade da formação do meu caráter e pelo amor que sempre me concedeu.
 Ao meu esposo Washington Peixoto que acreditou no meu potencial, me amparou e ao meu filho Arthur, amor incondicional durante toda minha jornada! Obrigada por tudo. Amo vocês!
A minha irmã Aline Aparecida Cerqueira, ao meu sogro José Vieira que sempre na torcida me incentivaram a seguir em frente.
As amigas Jany Kelly Amorim, Karine Otoni, Érica Franco, Suellen Dias que estiveram presentes durante toda minha jornada.
Aos professores, tutores e orientadora que muito contribuíram transmitindo o conhecimento necessário para minha formação acadêmica.
A todos que fazem parte da minha vida, e que de alguma forma participaram para a conclusão dessa jornada.
																		
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”
Charles Chaplin
PEIXOTO, Charline Cerqueira. O Assistente Social Frente ao Sigilo Profissional: Desafios e Discussões. 2016. 40 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Universidade Norte do Paraná, Manhuaçu, 2016.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é discutir e analisar o sigilo profissional do Assistente Social brasileiro em seus diferentes contextos históricos, teóricos, metodológicos, ético, político e normativo. Para tal se faz necessário, conhecer o contexto histórico, teórico-metodológico e ético-político no qual se inserem os Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro; analisar as concepções de Sigilo Profissional nos Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro dos anos de 1947, 1965, 1975, 1986 e 1993 e compreender o entendimento que os Assistentes Sociais têm acerca do Sigilo Profissional. Abordará neste processo o contexto que se deu o surgimento do Serviço Social no Brasil, e a primeira formulação ética de normatização no ano de 1947, logo após a atuação do Serviço Social entre os anos de 1950 e 1970 e os Códigos de Ética de 1965 e 1975, a ditadura militar, o movimento de reconceituação e os Códigos de Ética de 1986 e 1993. A fim de analisar a concepção do sigilo do Serviço Social brasileiro. E por fim, com o objetivo de realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, as concepções que estas têm acerca do que é o sigilo profissional, o que se entende por quebra do sigilo profissional, e outras questões que determinam a abordagem do sigilo profissional no âmbito do exercício da profissão.
Palavras-Chave: Contexto histórico da Assistência Social. Códigos de Ética do Serviço Social. Sigilo Profissional
LISTA DE SIGLAS
CFAS- Conselho Federal de Assistentes Sociais 
CFESS - Conselho Federal de Serviço Social
SUMÁRIO
1. Introdução ...... ................................................................................................08
2. Objetivo Geral .................................................................................................09
3. Objetivo específico ..........................................................................................10
4. 1. OS CÓDIGOS DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO: RESGATE HISTÓRICO E TEÓRICO................................................................................11
1.1 Surgimento do Serviço Social no Brasil e a primeira formulação ética de 1947...........................................................................................................11
1.2 O Serviço Social entre 1950 e 1970 e os Códigos de Ética entre 1965 e 1975...........................................................................................................16
2. O SIGILO PROFISSIONAL NOS CÓDIGOS DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO.....................................................................................23
2.1 Sigilo e segredo ........................................................................................24
2.2 Informações Sigilosas ...............................................................................25
2.3 Possibilidades de quebra do Sigilo Profissional e o Código de Ética .......27
2.4 Sigilo Profissional face ao depoimento judicial ou policial.........................29
2.5 Sigilo Profissional dever do Assistente Social ..........................................30
2.6 Resoluções relativas ao Sigilo Profissional ..............................................32
5. Moral e Ética no Serviço Social ......................................................................35
6. A definição dos assistentes sociais acerca do sigilo ......................................41
7. Considerações finais .......................................................................................42
8. Referencias ....................................................................................................43
INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetiva explicar o surgimento do Código de Ética Profissional do Assistente Social dentro da visão do desequilíbrio e descompromisso profissional que os assistentes sociais lidam, advindas do fortalecimento cada vez maior da globalização e do mundo capitalista.
Em meio a uma sociedade que avança para obter lucro e capital, gerando contradições na sociedade civil e consequentemente tornando as expressões da questão social cada vez mais inalcançável, os profissionais de serviço social, desde sempre, vêm passando modificações nos seus entendimentos de conduta ética. Os profissionais de serviço social se veem em constante “aflição” para se libertar de normas e princípios que aprisionam suas ideologias e sua práxis, porém unem forças para agregar mais normas a sua legislação com finalidade de se proteger de eventuais desconfortos profissionais, além de manter seus objetivos.
Para isso, analisar alguns direitos dos assistentes sociais, e em especial, alguns deveres e vedações, resguardados na legislação profissional que os pertence e enfatizar as penalidades cabíveis a eles, destacando os aspectos instrumentais do processo administrativo realizado na averiguação das infrações cometidas por profissionais de serviço social, quando desrespeitam o respectivo Código de Ética que o rege.
É um resgate histórico e teórico, metodológico do surgimento do Serviço Social no Brasil e a primeira formulação ética de 1947, a atuação do Serviço Social entre os anos de 1950 e 1970 e os Códigos de Ética de 1965 e 1975, e a ditadura militar, o movimento de reconceituação e os Códigos de Ética de 1986 e de 1993. Uma análise comparativa dos Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro, segundo os indicadores de análise supramencionados, a concepção de Sigilo dos Assistentes e a análise das mesmas.
OBJETIVO GERAL
 Compreender o Sigilo profissional do Assistente Social brasileiro nos diferentes contextos históricos, teóricos, éticos, políticos e normativos. 
OBJETIVOSESPECÍFICOS
Analisar as concepções de Sigilo Profissional nos Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro dos anos de 1947, 1965, 1975, 1986 e 1993; o contexto histórico, teórico-metodológico e ético-político. 
.
1. OS CÓDIGOS DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO: RESGATE HISTÓRICO E TEÓRICO
De início, me proponho a discutir sobre o contexto histórico e teórico vivenciados pela profissão e relacionados aos Códigos de Ética do Serviço Social em qual contexto estes se inserem, uma vez que também refletem a conjuntura histórica do país na época. Para isso, se faz necessário contextualizar o surgimento do Serviço Social no Brasil de acordo com a conjuntura social e política naquele momento histórico.
	Para melhor compreender como se deu início a profissão de Assistente Social e como foi inserida no contexto histórico brasileiro bem como ocorreu todo o desenvolvimento da profissão.
1.1 Surgimento do Serviço Social no Brasil e a primeira formulação ética de 1947.
Segundo Iamamoto (1981), o Serviço Social brasileiro surge em um contexto no qual a expansão do capitalismo e a constituição do mercado estão em grande desenvolvimento nos centros urbanos. Ou seja, passa a necessitar cada vez mais de uma mercadoria vital para o seu funcionamento: a força de trabalho. Sendo assim, o operário tem na venda de sua força de trabalho o meio que garantirá a sua sobrevivência. 
A exploração da força de trabalho do operário torna-se abusiva, consubstanciando grande precariedade nas condições de vida e trabalho da população trabalhadora do país, desta forma o operariado trava uma luta contra a classe burguesa, para a garantia e ampliação de suas condições de existência. Ao passo que a luta do operariado se desenvolve, esta passa a ser para a burguesia “uma ameaça a seus mais sagrados valores, a moral, a religião e a ordem pública” (IAMAMOTO, CARVALHO, 1981, p.126). Então, a partir deste momento a compra e venda da força de trabalho passa a ser, progressivamente, alvo de uma regulamentação jurídica-política feita pelo Estado. 
Essa regulamentação tem nas leis trabalhistas e sociais suas partes fundamentais, sendo colocadas de sobremodo a partir do momento em que as condições insalubres de vida e de trabalho do operariado são desveladas para sociedade brasileira através das lutas sociais articuladas em torno dos sindicatos e partidos operários. Assim sendo, diversas classes e frações de classes dominantes, o Estado e a Igreja começam a se posicionar em face da “questão social”, e como desdobramento desta e a entrada do operariado no cenário político, há a necessidade de seu reconhecimento pelo Estado e de implementação de políticas sociais que considerem seus interesses. 
Além disso, a “questão social” passa a constituir-se fundamentalmente na contradição entre burguesia e proletariado, ou seja, como parte intrínseca da sociedade capitalista. Netto (2001), à luz do pensamento de Marx pontua que
O desenvolvimento capitalista produz, compulsoriamente, a “questão social”- diferentes estágios capitalistas produzem diferentes manifestações da “questão social”; esta não é uma sequela adjetiva ou transitória do regime do capital: sua existência e suas manifestações são indissociáveis da dinâmica específica do capital tornado potência social dominante. A “questão social” é constitutiva do desenvolvimento do capitalismo (NETTO, 2001, p.45).
O surgimento do Serviço Social se dá nesse contexto histórico, através da iniciativa de grupos que se posicionam, sobretudo, vinculados à Igreja Católica. Sua legitimação enquanto profissão está sustentada em grupos restritos da classe dominante, e sua especificidade está na ausência de uma demanda que emane dos grupos aos quais se destina essencialmente.
Além disto, sustentam Iamamoto e Carvalho (1981) que o surgimento do Serviço Social se dá em um momento de transformações vivenciadas no país. A crise internacional de 1929 e o movimento de outubro de 1930 geram um processo de reorganização no âmbito estatal e econômico, acelerando a alocação da atividade central da acumulação capitalista para outras de caráter interno. 
A grosso modo, no decorrer das décadas de 1920 e 1930, a pressão feita pelo movimentos operários tendem a desenvolver políticas distintas, para o enfretamento das questões levantadas pelo proletariado.
 Tais políticas delimitarão os limites em que atuará o Serviço Social: a repressão e a caridade. Repressão, pois o Estado incapaz de implementar políticas sociais que atendessem as demandas emanadas do proletariado, tratará violentamente com a repressão policial suas reivindicações, como forma de manter a “ordem social” necessária para o desenvolvimento do capitalismo. E caridade, pois contará com práticas assistencialistas, como caixas de auxílio e assistência mútua, incentivadas pelo empresariado e, sobretudo, pela Igreja, como forma de atenuar as tensões sociais. 
Assim, segundo Iamamoto e Carvalho (1981) é no âmbito da Igreja com o movimento católico leigo, que surge o Serviço Social como departamento especializado da Ação Social, tendo como base a doutrina social da Igreja. Através do movimento laico católico as iniciativas sociais se multiplicarão, no que diz respeito ao trato da “questão social”, no qual a Igreja tentará atenuar as seqüelas deixadas pelo desenvolvimento do capitalismo. Na década de 1930, a Igreja se articula com o Estado para resguardar a “ordem social” fundamentando esta articulação com ações universitárias católicas, Instituições de Estudos superiores, Sindicalismo católico, entre outros. Neste contexto surge o Centro de Estudo e Ação Social de São Paulo (CEAS), que pode ser considerado a primeira manifestação do Serviço Social no Brasil. 
A criação dos CEAS foi uma espécie de condensação das necessidades da ação católica em responder a filantropia das classes dominantes e seu objetivo central era o de “promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais” (CEAS Apud IAMAMOTO, 1981, p.169).
Havia também um sentido nessa ação social, o de intervir diretamente no proletariado, visando afastá-lo de influências subversivas. O CEAS era formado por moças católicas, pois viam na mulher a vocação para a caridade e que a mulher seria capaz de preservar a ordem moral e social em sua intervenção. Segundo Iamamoto e Carvalho:
As atividades do CEAS se orientarão para a formação técnica especializada de quadros para a ação social e a difusão da doutrina social da Igreja. Ao assumir essa orientação, passa a atuar como dinamizador do apostolado laico através da organização de associações para as moças católicas e para a intervenção direta junto ao proletariado (IAMAMOTO, CARVALHO, 1981, p.173).
Assim, no ano de 1936 a partir das ações desenvolvidas pelo CEAS e o apoio da hierarquia católica que será fundada a primeira Escola de Serviço Social de São Paulo. O Serviço Social em seu surgimento relaciona-se profundamente com a ação social e política da Igreja, que naquele momento lutava para assumir novamente sua influência e prestígio na sociedade brasileira. Em sua ideologia, está envolto de uma doutrina social totalitária, em um movimento de recristianização da sociedade através de um capitalismo modificado que enquadrasse as classes subalternas afastando-as do pensamento socialista, introduzindo o comunitarismo ético cristão, tendo como base o neotomismo, segundo Brites e Sales (2000), pode assim ser definido como a base filosófica da doutrina da Igreja Católica que surge no final do século XIX. 
Consiste em retomar as idéias mais fundamentais de São Tomás de Aquino, somado a uma visão conservadora de mundo. Tem forte influência européia no que diz respeito a algumas características assumidas pelos pioneiros do Serviço Social brasileiro como o autoritarismo, paternalismo, doutrinarismo e ausência de base técnica que irá marcar as primeiras ações desenvolvidas pelos núcleos formados em São Paulo e no Riode Janeiro, onde nesta última, a escola é criada em 1937.
A profissão vai se constituir por mulheres das frações das classes dominantes, que se reúnem a partir de seu engajamento no âmbito católico. Seu modo de ver o mundo está diretamente relacionado com a ideologia da classe dominante, o que reflete não só sua inserção aos princípios católicos, mas também de sua origem de classe, no viés conservador, de estabelecimento e manutenção da “ordem” para o desenvolvimento do sistema capitalista.
A atuação do Serviço Social é bem delimitada, tem por objetivo ajustar os indivíduos ao considerado como normal, remediando tanto suas deficiências como as da coletividade, "quando se dirige ao ajustamento de um determinado quadro, ele o faz para sanar deficiências acidentais, decorrentes de certas circunstâncias, e não de um defeito estrutural" (IAMAMOTO, CARVALHO, 1981, p. 202-203). Ao mesmo tempo em que sua atuação concorre para garantir ao trabalhador e sua família um nível moral, físico e econômico considerados “normal” de vida, deveria combater o relaxamento no trabalho, zelar pela moralidade e adaptar o trabalhador a sua função no trabalho, conforme afirma Iamamoto:
A profissão não se caracteriza apenas como nova forma de exercer a caridade, mas como forma de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora, com base na atividade assistencial; seus efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração entre capital e trabalho (IAMAMOTO, 1992, p.20).
No que diz respeito à produção teórica do Serviço Social e a ética profissional, esta é reflexo do humanismo cristão, qualidade necessária aos que pretendiam se inserir na profissão de Serviço Social. O Assistente Social deveria ser uma pessoa íntegra moralmente, com capacidade de devotamento e amor ao próximo, simplicidade, sociabilidade, calma, simpatia, e com poder de convencimento.
 Tinha como dimensão ético-política da profissão, a legitimação de uma suposta face humanitária do Estado e do empresariado. Como princípios e diretrizes ético-morais, o respeito à lei de Deus, o bem comum, a dignidade da pessoa humana, a caridade cristã, e compreendia que o Serviço Social lida com pessoas humanas desajustadas. Sendo assim,
Uma primeira formulação ética do Serviço Social Brasileiro data de 1947 e consistiu numa resposta à exigência de configuração de uma axiologia, isto é, da explicitação de um corpo de valores com os quais os profissionais se comprometiam, para fins da regulamentação do exercício profissional (BRITES, SALES, 2000, p.27).
Em sua elaboração e texto, o Código de Ética de 1947, é reflexo da ideologia que sustentava a atuação do Serviço Social na época, como por exemplo, na Secção I, dos Deveres Fundamentais, o Artigo I indica: “Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando-se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus”. E também na Secção II, dos Deveres para com o beneficiário do Serviço Social, o Artigo 1 indica: “Respeitar no beneficiário do Serviço Social a dignidade da pessoa humana, inspirando-se na caridade cristã” (ABAS, 1947, p.1).
1.2 O Serviço Social entre 1950 e 1970. Códigos de Ética de 1965 e 1975
Segundo Iamamoto e Carvalho (1981), no decorrer da década de 1940 até a metade da década de 1950, a economia brasileira mostra taxas de crescimento graças a muitos fatores, sobretudo, a melhoria nas relações de intercâmbio com o exterior, que é seguido de medidas de política econômica que objetivam o desenvolvimento da industrialização. 
Apesar das taxas de crescimento positivas, algumas conseqüências negativas advêm desse processo, como, o crescimento da dívida externa, percebida a partir do ano de 1955, no qual há uma constante luta por definição de opções que objetivavam criar condições favoráveis para a expansão econômica, no interior do chamado “capitalismo dependente”. Todos esses elementos fazem parte das condições concretas que geram a ideologia desenvolvimentista e marcam suas principais vertentes. 
Conforme Iamamoto e Carvalho (1981), com a eleição de Juscelino Kubitschek a presidência da República, a ideologia desenvolvimentista se tornará dominante, e será base de uma nova estratégia que aglutina o pensamento da política getulista e a abertura para a internacionalização da economia do país. 
O desenvolvimentismo tem como aspecto mais importante a proposta de um crescimento econômico continuado, acelerado e auto-sustentado, com vistas a superar o período de atraso e subdesenvolvimento. 
Assim, a ideologia desenvolvimentista pode ser definida pela busca da expansão econômica nacional, no sentido de prosperidade, grandeza material, riqueza, em um ambiente de paz e ordem social, no qual todo esforço de elaboração de política econômica e trabalho são feitos para eliminar o pauperismo, a miséria, elevando o nível de vida população, como conseqüência do crescimento econômico. Sendo assim, como já mencionado, o problema a ser combatido era o atraso do desenvolvimento econômico brasileiro.
Seu modo de ver o mundo está diretamente relacionado com a ideologia da classe dominante, o que reflete não só sua inserção aos princípios católicos, mas também de sua origem de classe, no viés conservador, de estabelecimento e manutenção da “ordem” para o desenvolvimento do sistema capitalista.
A atuação do Serviço Social é bem delimitada, tem por objetivo ajustar os indivíduos ao considerado como normal, remediando tanto suas deficiências como as da coletividade,
"quando se dirige ao ajustamento de um determinado quadro, ele o faz para sanar deficiências acidentais, decorrentes de certas circunstâncias, e não de um defeito estrutural" (IAMAMOTO, CARVALHO, 1981, p. 202-203).
 Ao mesmo tempo em que sua atuação concorre para garantir ao trabalhador e sua família um nível moral, físico e econômico considerados dentro do padrão “normal” de vida, deveria combater o relaxamento no trabalho, zelar pela moralidade e adaptar o trabalhador a sua função no trabalho, como pontua muito bem Iamamoto:
A profissão não se caracteriza apenas como nova forma de exercer a caridade, mas como forma de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora, com base na atividade assistencial; seus efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração entre capital e trabalho (IAMAMOTO, 1992, p.20).
No que diz respeito à produção teórica do Serviço Social e a ética profissional, esta é reflexo do humanismo cristão, qualidade necessária aos que pretendiam se inserir na profissão de Serviço Social. O Assistente Social deveria ser uma pessoa íntegra moralmente, com capacidade de devotamento e amor ao próximo, simplicidade, sociabilidade, calma, simpatia, e com poder de convencimento.
Tinha como dimensão ético-política da profissão, a legitimação de uma suposta face humanitária do Estado e do empresariado. Como princípios e diretrizes ético-morais, o respeito à lei de Deus, o bem comum, a dignidade da pessoa humana, a caridade cristã, e compreendia que o Serviço Social lida com pessoas humanas desajustadas. Sendo assim,
Uma primeira formulação ética do Serviço Social Brasileiro data de 1947 e consistiu numa resposta à exigência de configuração de uma axiologia, isto é, da explicitação de um corpo de valores com os quais os profissionais se comprometiam, para fins da regulamentação do exercício profissional (BRITES, SALES, 2000, p.27).
Em sua elaboração e texto, o Código de Ética de 1947, é reflexo da ideologia que sustentava a atuação do Serviço Social na época, como por exemplo, na Secção I, dos Deveres Fundamentais, o Artigo I indica: “Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei Em sua elaboração e texto, o Código de Ética de 1947, é reflexo da ideologia que sustentava a atuação do Serviço Social na época, como por exemplo, naSecção I, dos Deveres Fundamentais, o Artigo I indica: 
“Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando-se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus”. E também na Secção II, dos Deveres para com o beneficiário do Serviço Social, o Artigo 1 indica: “Respeitar no beneficiário do Serviço Social a dignidade da pessoa humana, inspirando-se na caridade cristã” (ABAS, 1947, p.1).
Conforme já mencionado, o problema a ser combatido era o atraso do desenvolvimento econômico brasileiro, o que é explicitado por sua posição secundária dentro do sistema capitalista, que pode ser entendido pelo fraco desenvolvimento industrial do país. Neste sentido, a meta principal é investir na industrialização de base do país, de forma maciça, que garantirá a contínua expansão. Para alcançar tal meta, não se faz necessário questionar a presença do capital estrangeiro, pelo contrário, o apoio internacional é importante para o processo de expansão da economia.
O objetivo dessa expansão econômica não era abranger determinados setores ou classes, mas sim o conjunto da sociedade. Para isto, mobilizaria a coletividade, pois desta forma, a ideologia desenvolvimentista seria um ponto de convergência entre o Estado e o povo, no qual a riqueza gerada seria o patrimônio de todos.
Contudo, apesar da ideologia desenvolvimentista ser dominante nesta época, o Serviço Social permanecerá, até o final da década de 1950, alheio a toda essa ideologia. Isto ocorre por muitos motivos, conforme explicita Iamamoto & Carvalho:
Num primeiro nível, o fato de o desenvolvimentismo juscelinista subordinar a resolução da totalidade dos problemas ao da expansão econômica; o fato de o social, dos diversos campos em que este se subdivide aparecer como variável dependente–e ter por eixo de suas políticas específicas a potencialização do desenvolvimento econômico – explicitam uma larga diferenciação de objetivos. Ao centrar a perspectiva de integração das massas marginalizadas nas virtualidades da expansão econômica, para a qual se orientam os esforços da política econômica e social, restringe-se o espaço para um reforço da ação assistencial, e, portanto, a possibilidade de sua incorporação àquelas políticas (IAMAMOTO, CARVALHO, 1981, p. 342).
Para os Assistentes Sociais surgiu um momento de consolidação importante de posições e campos de atuação, no âmbito social e assistencial. Este foi um momento de desenvolvimento, absorção, aprofundamento e institucionalização do Serviço Social enquanto profissão. Data desta época também, a abertura de um amplo e novo campo para a atuação do Serviço Social: as empresas, sobretudo, as indústrias. Concomitante a este processo, é um momento também de sistematização teórica e técnica das suas funções, objetivando definir áreas específicas de atuação técnica. 
Há também um aprofundamento no âmbito do ensino em Serviço Social, que se em seus primórdios é marcada pela influência européia, sobretudo franco-belga, neste momento a influência passa a ser a do viés norte-americano, no qual a atuação dos Assistentes Sociais volta-se cada vez mais para o tratamento, na linha da psicologia e psiquiatria, com os desajustamentos psicossociais, fundamentado na ideologia positivista, através da atuação do Serviço Social com caso, grupo e comunidade. Cabe agora explicitar no que consiste o pensamento positivista que será o pano de fundo ideológico e a base teórica que sustentará, sobretudo, a atuação do Serviço Social de Caso.
Com base nesse pensamento, o Serviço Social de Casos, segundo Hamilton
“caracteriza-se pelo objetivo de fornecer serviços práticos e de aconselhamento, de tal modo que seja desenvolvida a capacidade psicológica do cliente e seja levado a utilizar-se dos serviços existentes para atender a seus problemas”(HAMILTON, 1958, p.38).
 Sendo assim, o objetivo principal é fazer com que o cliente se adapte ao seu ambiente social, desvendando as causas psicológicas ou os fatores externos das disfunções e fazer com que o indivíduo satisfaça suas necessidades e se relacione com o meio da maneira mais adequada.
Toda essa abordagem e intervenção com grupos são sustentadas pelas concepções sociológicas fundamentalmente positivistas, pela constatação dos fatos, pela compreensão dos fenômenos grupais e comportamentais dos indivíduos.
O desenvolvimento de Comunidade como um dos meios de intervenção do Serviço Social, tem como foco a “comunidade em si”, seus problemas, necessidades, aspirações, e a sua inserção nos planos de desenvolvimento do país, que se faz necessário nesse contexto, o governo se alia ao esforço da população. É um processo multiprofissional e interdisciplinar, no qual o Serviço Social se constitui como uma das profissões que integram esse desenvolvimento.
Como resultado de um processo histórico, e do contexto sócio-histórico vivenciado pela profissão na década de 1960, há a criação do Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) aprovado pelo Decreto nº 994, de 15 de maio de 1962, e a regulamentação dos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). O Código de Ética de 1965 é reflexo dos valores tradicionais de caráter conservador e cristão, sobre a atuação profissional, confiante na “solidariedade entre classes” e consonante com o projeto reformista conservador.
Algumas características podem ser destacadas, como a defesa da tradição social, a ênfase na família, valorização dos princípios da ordem, hierarquia e disciplina, entre outras. Isto pode ser expresso no Artigo 6 que diz: “O Assistente Social deve zelar pela família, grupo natural para o desenvolvimento da pessoa humana e base essencial da sociedade, defendendo a prioridade dos seus direitos e encorajando as medidas que favoreçam a sua estabilidade e integridade”, como também no Artigo 8: “O Assistente Social deve colaborar com os poderes públicos na preservação do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos princípios democráticos, lutando inclusive para o estabelecimento de uma ordem social justa” e ainda no Artigo 37 que diz que: “ Todo Assistente Social, mesmo fora do exercício de sua profissão, deverá abster-se de qualquer ação que possa desaboná-lo, procurando firmar sua conduta pessoal por elevado padrão ético, contribuindo para bom conceito da profissão” (CFAS, 1965,p.7).
Conforme Brites e Sales: 
A ética tradicional, pois, presente tanto no documento de 1947 quanto no Código de1965, era apenas de caráter controlador e normativo, consistindo o código de ética num instrumento essencialmente corporativo, que empreende por meios legais, a adequação da prática profissional ao estabelecido, de forma conectada ao coroamento filosófico da defesa do status quo (BRITES, SALES, 2000, p.29-30).
Segundo Brites e Sales (2000), no decorrer da década de 1960, opera-se uma mudança no perfil profissional dos assistentes sociais, que vão se distinguindo das pioneiras da profissão de características católicas e de cunho moral, origem burguesa e opção profissional entendida como uma vocação. A partir desta época, os profissionais tornam-se advindos das camadas médias da sociedade, o que é explicado pela expansão e consolidação do mercado de trabalho e o assalariamento dos profissionais, tendência que se intensificará nos anos de 1970. Brites e Sales ainda afirmam que:
Tais alterações no perfil dos assistentes sociais, articuladas aos desdobramentos sócio-econômicos e político-culturais da década de 60 em todo o continente latino americano, contribuem para a emersão de um pluralismo profissional, que se aprofunda em direções diferentes: uma voltada para o passado e com referência na matriz conservadora e tradicional; outra ainda nessa direção, mas emoldurada pela modernização; e por fim, aquela, que, ancorada na matriz crítico-dialético e com os olhos postos no futuro, associar-se-á, em fins dos anos 70, às possibilidades de ruptura com o tradicionalismo e à renovação profissional (BRITES, SALES,2000,p.30).
Porém, irá prevalecer até a década de 1980, “um projeto profissional que aprofunda os vínculos do Serviço Social com o conservadorismo. Tal matriz conservadora é dotada de caráter modernizador e tecnicista, o que será sistematizado nos Documentos de Araxá (1967) e Teresópolis (1970). No âmbito das disposições ética e normativas, ele se materializa no Código de Ética de 1975, mantidos os pressupostos filosóficos neotomistas. Ancorando-se em Brites e Sales (2000):
No Código de Ética de 1975, aprofundaram-se, sobretudo, os vínculos teóricos metodológicos do Serviço Social com o estrutural-funcionalismo, expressando o adensamento da lógica racionalista, cientificista, asséptica e a - histórica, como parâmetros técnico-operativos ao desencadeamento da prática profissional (BRITES, SALES, 2000, p.34 35)
No Código de Ética de 1975, aprofundaram-se, sobretudo,os vínculos teóricos metodológicos do Serviço Social com o estrutural-funcionalismo, expressando o adensamento da lógica racionalista, cientificista, asséptica e a-histórica, como parâmetros técnico-operativos ao desencadeamento da prática profissional (BRITES, SALES, 2000, p.34-35).
2 O SIGILO PROFISSIONAL NOS CÓDIGOS DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
 O Sigilo Profissional sempre foi um aspecto presente no âmbito da atuação do Assistente Social, assim como é abordado no decorrer de todos os Códigos de Ética do Serviço Social, desde a primeira formulação ética de 1947 até o atual Código de 1993. Ora é abordado como Segredo Profissional, ora abordado como Sigilo Profissional, mesmo assim, sempre foi elemento presente em todos os Códigos de Ética. 
O significado tanto do termo Sigilo quanto do termo Segredo remete a idéia de confidencialidade, de algo que é restrito, oculto, escondido. Segundo o dicionário da língua portuguesa, o significado da palavra Segredo é: s.m. O que há de mais escondido; o que se oculta à vista, ao conhecimento: não conte este segredo a ninguém. / O que a ninguém deve ser dito; que é secreto; confidência: segredo confidencial. / O sentido oculto de algo: segredo do texto. / O que há de mais difícil; o que exige uma iniciação especial, em uma arte, uma ciência etc.: segredos da poesia. / Meio ou processo conhecido de uns poucos. 2 O significado da palavra Sigilo é: “s.m. Segredo. / Ant. Selo para fechamento de documentos”.3 
Assim, no decorrer dos Códigos de Ética do Serviço Social, elementos como nomenclatura, concepção do que é o Sigilo, informações consideradas Sigilosas, possibilidades de quebra, quebra diante de depoimentos policiais ou judiciais, procedimentos para revelação em caso de quebra de Sigilo, como guardar Sigilo, Sigilo como direito/dever, terminologia utilizada no que diz respeito ao usuário, e o Sigilo na perspectiva interdisciplinar foram se modificando com o passar do tempo e do amadurecimento do Serviço Social enquanto profissão. Tais aspectos são determinados pelo contexto sócio-histórico de cada Código, bem como da base teórico-metodológica que lhes sustentava. Desta forma, me proponho a analisar e comparar de que forma cada um desses elementos nos aparecem diferentes Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro. 
2.1 Sigilo e segredo 
Com relação à nomenclatura utilizada nos Códigos, pode-se evidenciar que aparece tanto o termo “Segredo” quanto o termo “Sigilo”. Pode-se analisar que a palavra Segredo nos remete a idéia de uma relação mais informal e coloquial, relativa às relações pessoais, familiares e de amizade. O termo Sigilo já nos traz a idéia de uma relação técnica e formal, tendo em vista que a relação do Assistente Social com o usuário é uma relação profissional e não uma relação informal ou de amizade, mesmo que o Assistente Social em sua atuação profissional estabeleça com o usuário um vínculo de confiança, proximidade e empatia. 
O termo Segredo pode nos remeter a uma noção moralista das condições de vida da população usuária, tendo em vista seu caráter mais informal. É interessante notar que mesmo no contexto dos primórdios da profissão no Brasil, envolta em pressupostos católicos e com base neotomista de sustentação teórica, no Código de Ética de 1947, a nomenclatura utilizada é “Sigilo”, o que só aparecerá dessa forma novamente no Código de Ética de 1986. 
Como explicitado no quadro acima, a nomenclatura utilizada nos Códigos de 1965 e 1975 é a terminologia “Segredo”, e é relevante destacar que no Código de 1975 mesmo que a terminologia utilizada no seu capítulo III, que trata especificamente do tema, utilize o termo ”Segredo”, anteriormente, quando trata no capítulo I dos direitos do Assistente Social, vai tratar a partir do termo “Sigilo” quando diz que é um direito em relação ao exercício profissional o “Sigilo Profissional” (CFAS, 1975). 
O contexto vivenciado dos anos de 1965 a 1975 ainda tinha-se uma atuação moralista e conservadora do Serviço Social, com a prática do Serviço Social de Caso, Grupo e Comunidade, voltada para o ajustamento do individuo ao meio social e ao desvendamento as causas psicológicas e dos fatores externos dos seus “desajustes”, para que assim, o “cliente” passasse a se relacionar com o ambiente social de maneira mais adequada. No Código de Ética de 1986 a nomenclatura “Sigilo” é retomada e reafirmada na elaboração do Código de Ética de 1993, que está em vigor até os dias atuais. 
2.2 Informações Sigilosas 
O Sigilo Profissional e sua importância no âmbito da atuação profissional aparece desde o Código de 1947. Neste sentido, outro elemento de análise se refere à concepção do que cada Código compreende ser uma informação Sigilosa no trabalho profissional. Neste Código de 1947, são consideradas “Sigilosas” todas as informações que o profissional toma contato em razão de seu ofício, isto é, informações que o Assistente Social toma conhecimento no seu processo de atuação profissional. 
Tal idéia é explicitada no Art.2 onde diz que as informações Sigilosas são aquelas “Sobre o que [o profissional] saiba em razão de seu ofício” (ABAS, 1947, p.1). Após 18 anos, na implementação do Código de Ética de 1965, a compreensão do que é informação Sigilosa se refere a “todas as confidências recebidas e fatos de que tenha conhecimento ou haja observado no exercício de sua atividade profissional”, conforme indicado no Art. 15 (CFAS, 1965, p.3). Neste Código, o Sigilo aparece com a idéia de dever do profissional, aspecto que irei analisar mais adiante, quando tratarei da noção do Sigilo como direito/dever.
 O Código de Ética de 1975 é o único Código que detalha que tipo de informações que eram vedadas ao Assistente Social divulgar, quais sejam: nome, endereço ou qualquer outra informação que identificasse o “cliente”. Considera-se ainda todas as confidências, fatos e observações colhidas pelo Assistente Social através do exercício profissional. 
Este Código também especifica que a revelação de casos de sevícias (torturas), castigos corporais, supressão intencional de alimentos, atentados ao pudor, entre outros que visassem à proteção do menor, não eram consideradas quebra de Sigilo Profissional. Ou seja, se o Assistente 29 Social tomasse conhecimento de um desses casos, a revelação não seria considerada quebra de Sigilo. 
Depois de nove anos e de todo o processo de renovação profissional vivenciado pela categoria, que já foram detalhados no primeiro capítulo, o Código de Ética de 1986 pode ser considerado um Código que visava romper com as práticas do Serviço Social tradicional, e ao longo do seu texto podemos perceber a mudança da base teórica na qual a categoria profissional passa a se ancorar. 
O Código de Ética de 1986 vai trabalhar com a noção de que informações Sigilosas são todas as informações confiadas e/ou colhidas no interior do exercício profissional, sendo dever do Assistente Social observar o Sigilo Profissional em relação a elas. Esta idéia aparece no seguinte trecho do Art. 4: “o Assistente Social deve observar o Sigilo profissional, sobre todas as informações confiadas e/ou colhidas no exercício profissional” (CFAS, 1986, p.4).
 Noúltimo e atual Código de Ética, publicado em 1993, tudo aquilo que o Assistente Social toma conhecimento em decorrência de sua atuação profissional é considerado Sigiloso, e o Sigilo Profissional protege o usuário no que diz respeito a essas informações que são colhidas no fazer profissional do Assistente Social. Um aspecto que é interessante analisar é a forma como os Códigos de Ética do Serviço Social abordam o modo através do qual o Assistente Social pode resguardar o Sigilo Profissional no âmbito da sua atuação. 
Os únicos Códigos que abordam tal aspecto são o Código de Ética de 1975 e o de 1993. No primeiro, estava previsto que para manter o Sigilo Profissional era necessário se abster de transcrever qualquer informação de natureza confidencial, bem como manter “discrição de atitudes nos relatórios de serviço onde quer que trabalhe”, como referido no item III do Art. 7 (CFAS, 1975, p.8). No atual Código de Ética, publicado em 1993, o resguardo do Sigilo Profissional está posto quando indica que no trabalho multidisciplinar o Assistente Social deverá prestar “informações dentro dos limites do estritamente necessário” (CFESS, 1993, p.7).
 
2.3 Possibilidades de quebra do Sigilo Profissional e o Código de Ética
 A quebra do Sigilo Profissional também é tomada como elemento de análise comparativa entre os Códigos Ética de neste artigo. A possibilidade de quebra de Sigilo 30 Profissional aparece primeiramente no Código de Ética de 1965, que previa situações em que a quebra possa evitar um mal maior e um dano grave ao “cliente”, ao Assistente Social, a terceiros e ao bem comum. Entretanto, a quebra só é admitida após esgotar todos os recursos possíveis, no qual o próprio “cliente” se dispusesse a revelá-lo. 
Tal compreensão aparece de forma similar no Código de 1975, quando diz no Art. 7 que: 
§2° ‐ É admissível revelar segredo profissional para evitar dano grave, injusto e atual ao próprio cliente, ao Assistente Social, a terceiro ou ao bem comum. 
§3°‐ A revelação do Sigilo profissional será admitida após se haverem esgotado todos os recursos e esforços para que o próprio cliente se disponha a revelá‐lo. 
§4°‐ A revelação será feita dentro do estritamente necessário, o mais discretamente possível, quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele devem tomar conhecimento (CFAS, 1975, p.8). 
Por outro lado, o Código de Ética de 1975 preconizava a necessidade de revelação de Sigilo Profissional em casos de sevícias, castigos corporais, atentados ao pudor, supressão intencional de alimento e uso de tóxicos, com vista à proteção do menor, como apontado no Artigo 7, Inciso 5, Capítulo III (CFAS, 1975). 
Cabe ressaltar que é apenas neste Código de Ética que a revelação desses casos não era considerada quebra de Sigilo Profissional, nos demais tal situação não é mencionada. Já no Código de Ética de 1986, compreendia-se que a quebra do Sigilo Profissional só era admissível em situações nas quais a gravidade pudesse trazer prejuízos aos interesses da classe trabalhadora, como trata no Art. 4: 
“§1° ‐ A quebra do Sigilo só é admissível, quando se tratar de situação cuja gravidade possa trazer prejuízos aos interesses da classe trabalhadora” (CFAS, 1986, p.4). 
No Código de Ética de 1993, que permanece em vigor na atualidade, preconiza-se que a quebra do Sigilo Profissional só é admissível em situações que envolvam ou não fato delituoso, possa trazer prejuízos aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade, conforme o Art.18:
A quebra do Sigilo só é admissível quando se tratarem de situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade. Parágrafo único - A revelação será feita dentro do estritamente necessário, quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele devam tomar conhecimento (CFESS, 1993, p.7). 
Além de prever a possibilidade da quebra nas situações supracitadas, a partir do Código de Ética de 1965, também será explicitado algumas indicações em relação a revelação do Sigilo Profissional. Neste Código, a revelação do “Segredo Profissional”, só seria feita após esgotar todos os recursos disponíveis. Neste e nos Códigos de Ética de 1975, de 1986 e de 1993, há a orientação de que a revelação do Sigilo Profissional deveria ser feita dentro do estritamente necessário, quer em relação ao assunto revelado, quer em relação ao grau e ao número de pessoas que deveriam tomar conhecimento. 
Contudo, não trazem o que se considera ou compreende por “estritamente necessário”, quais informações seriam, qual seu conteúdo, colocando neste sentido a autonomia e a subjetividade do profissional como elemento de mediação para a análise e tomada de decisão acerca do que se considera como Sigiloso e ao que o profissional considera como passível de revelação.
 2.4 Sigilo Profissional face ao depoimento judicial ou policial 
No decorrer de todos os Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro, o Assistente Social nunca esteve legalmente obrigado a prestar depoimento judicial ou policial sobre as informações que tomava contato em decorrência de sua atividade profissional, revelando informações protegidas pelo Sigilo Profissional. 
Diferentemente dos demais, o Código de Ética de 1947 é o único em que não há menção acerca do Art.144 do antigo Código Civil, enquanto um respaldo ao profissional para a guarda do Sigilo mesmo se fosse chamado a depor em depoimentos policiais, em função do seu ofício. Este artigo que diz que: “Ninguém pode ser obrigado a depor de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo” (Código Civil de 1916, Lei n. 3.071, de 1° de janeiro de 1916). 
Neste sentido, mesmo chamado a depor policial ou judicialmente, o Assistente Social deveria guardar Sigilo de todas as informações que tinha conhecimento. No Código de Ética de 1965, O Assistente Social não estava legalmente obrigado a depor como testemunha sobre fatos de que tenha tomado conhecimento em seu exercício profissional. Porém, intimado a depor, deveria comparecer diante da autoridade competente e informar que está legalmente obrigado a guardar segredo profissional, conforme o Art. 144 do Código Civil, como previsto no Art. 17° do Código de Ética de 1965: 
O Assistente Social não se obriga a depor como testemunha, sobre fatos de que tenha conhecimento profissional, mas intimado a prestar depoimento, deverá comparecer perante a autoridade competente para declarar‐lhe que está ligado à obrigação do segredo profissional, de acordo com o art. 144 do Código Civil (CFAS, 1965, p.4). 
 A partir do Código de Ética de 1975, aparece a figura do próprio Código de Ética como respaldo legal para a desobrigação de prestar informações e considerava que, se o Assistente Social fosse intimado a prestar depoimento, deveria comparecer e informar a autoridade competente que está obrigado a guardar segredo profissional nos termos do Código de Ética e do Código Civil. 
Esta concepção também aparece no Código de Ética de 1986. É interessante notar que no Código de Ética de 1993 esta situação é preconizada como um dever do Assistente Social conforme a alínea “b” do Art.19: “Comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar depoimento, para declarar que está obrigado a guardar Sigilo Profissional nos termos deste Código e da Legislação em vigor”. 
E ainda, na alínea “a” do Art. 20, diz que é vedado ao Assistente Social: “depor como testemunha sobre situação Sigilosa do usuário de que tenha conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado”. Cabe ressaltar, que o atual Código de Ética é o único que preconiza que mesmo se o usuário autorizasse o Assistente Social a depor como testemunha ou revelar informações Sigilosas colhidas no âmbito do exercício profissional, a este é vedado essa condição de testemunha. 
2.5 Sigilo Profissional dever do Assistente Social 
Com a reformulação do Código de Ética de 1986 realizada no ano de 1993, este que é o último e atualCódigo de Ética Profissional dos Assistentes Sociais brasileiros, o Sigilo Profissional é preconizado como direito do Assistente Social. 
Além disto, pode-se compreender que além de um direito do Assistente Social, o Sigilo também é um dever do profissional, o que é explicitado no Art. 16, segundo o qual é o compromisso ético com o Sigilo que “protegerá o usuário de todas as informações que o Assistente Social venha a tomar conhecimento, através de sua atuação profissional” (CFESS, 1993, p.7).
 Outro aspecto de grande relevância é perceber e analisar de que forma esta noção de direito e/ou dever em relação ao Sigilo Profissional está colocada textualmente nos Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro. A concepção do Sigilo enquanto um direito é percebida ora como uma noção indireta, isto é, não está textual e explicitamente colocada no Código nos termos “O Assistente Social tem direito ao Sigilo Profissional” , e ora como uma noção direta, ou seja, aparece textualmente colocada nos Códigos de Ética. 
Já a noção de dever aparece somente como uma noção indireta, visto que o texto dos Códigos de Ética utiliza termos como “obrigado”, “vedado”, isto é, o Assistente Social é obrigado a manter Sigilo ou lhe é vedado revelar Sigilo profissional; nunca aparecendo explicitamente que o Assistente Social tem o dever de resguardar o Sigilo Profissional. Tal como expresso no Título II- Direitos e Deveres do Assistente Social, Capítulo I- Dos Direitos, Art.4º, Alínea “e” (CFAS, 1975, p.4). O Código de Ética de 1986 também traz a noção de direito ao Sigilo de uma forma indireta quando aborda no 
Título II- Dos direitos e das Responsabilidades gerais do Assistente Social, no Capítulo I- dos Direitos no “Art.2º- Constituem-se direitos do Assistente Social: e. Inviolabilidade do domicilio, do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação” (CFESS, 1986, p.3).
 Também no Código de Ética de 1993, esta noção indireta de sigilo está colocada no Art. 2º, alínea d, que diz: “Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional” (CFESS, 1993, p.4). A noção direta de direito ao Sigilo aparece no Código de Ética de 1975, no Título II que aborda os Direitos e Deveres do Assistente Social, Capítulo I - dos Direitos, alínea “d” do Art.4, o qual preconiza explicitamente que é um direito do Assistente Social o Sigilo Profissional. 
Essa noção aparece novamente no Código de 1993, a idéia vem explicitamente colocada no Art.15 quando afirma que “Constitui direito do Assistente Social manter o Sigilo Profissional” (CFESS, 1993, p.7). 
A noção indireta de dever com relação ao Sigilo aparece no Código de Ética de 1965, no Art.15, quando diz que: “O Assistente Social é obrigado pela Ética e pela Lei (art.154 do Código Penal) a guardar segredo sobre todas as confidências recebidas e fatos que tenha conhecimento ou haja observado no exercício de sua atividade profissional” (CFAS, 1965, p.3), ou seja, a obrigatoriedade de manter o “segredo” das informações recebidas no exercício profissional dá a idéia de que era dever do Assistente Social zelar pelo “segredo” dessas informações. 
No Código de Ética de 1975, no Art. 6, estava previsto que: “É vedado ao Assistente Social: c- Divulgar nome, endereço ou outro elemento que identifique o cliente”. E ainda no Art.7: “O Assistente Social deve observar o segredo profissional: I- Sobre todas as confidências recebidas, fatos ou observações colhidas no exercício da profissão”. Sendo assim, nos artigos a idéia de dever se coloca indiretamente. 
Neste mesmo Código, embora preconizado como um direito do Assistente Social com relação ao exercício profissional, na alínea “c” do Art.4 diz: “Proteção a confidencialidade do cliente” (CFAS, 1975), o que também exprime de forma indireta essa noção de dever do profissional. 
No Código de Ética de 1986, essa noção indireta de dever vem expressa somente no Art.4 que prevê que: “O Assistente Social deve observar o Sigilo Profissional, sobre todas as informações confiadas e/ou colhidas no exercício profissional” (CFESS, 1986). 
 E, no último e atual Código de Ética do Assistente Social, de 1993, a noção indireta de dever aparece no Art.16: “O Sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo que o Assistente Social tome conhecimento, como decorrência do exercício profissional da atividade profissional”. 
Apenas no Código de 1993, ficará explicitamente colocado no texto em seu Art.15: “Constitui direito do Assistente Social manter o Sigilo profissional” (CFESS, 1993, p.7).
2.6 Resoluções relativas ao Sigilo Profissional 
Dentro do quadro normativo do Serviço Social, ainda existem duas resoluções expedidas pelo CFESS que tratam de questões de importância para a compreensão do Sigilo Profissional. Uma delas é a Resolução CFESS n° 493, de 21 de agosto de 2006, que regulamenta e dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissional do Assistente Social e prevê algumas condições mínimas para o exercício da profissão. Esta Resolução orienta que: 
Art. 2º O local de atendimento destinado ao Assistente Social deve ser dotado de espaço suficiente, para abordagens individuais ou coletivas, conforme as características dos serviços prestados, e deve possuir e garantir as seguintes características físicas: 
a- iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno, conforme a organização institucional; 
b- recursos que garantam a privacidade do usuário naquilo que for revelado durante o processo de intervenção profissional; 
c- ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas 
d- espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda de material técnico de caráter reservado. 
Art. 3º - O atendimento efetuado pelo Assistente Social deve ser feito com portas fechadas, de forma a garantir o Sigilo (CFESS, 2006, p.2). 
Ou seja, temos apontadas, a partir desta resolução, as condições de trabalho consideradas adequadas para a prestação de um serviço de qualidade aos usuários do Serviço Social, um local de atendimento que garanta privacidade ao usuário, um espaço para os arquivos para guardar o material técnico Sigiloso, e de portas fechadas. 
Todas essas condições são necessárias, sobretudo, para que o atendimento Sigiloso prestado ao usuário seja garantido. Há também a Resolução n° 556, de 15 de setembro de 2009, que dispõe sobre os procedimentos para efeito de lacração do Material Técnico e Material Técnico-Sigiloso do Serviço Social. Esta Resolução vai fazer uma distinção entre dois tipos de materiais técnicos: o material técnico e o material técnico Sigiloso. 
O primeiro se refere aos materiais e documentos elaborados e gerados em decorrência da atuação profissional do Assistente Social nos quais não contém informações consideradas Sigilosas. Já no segundo, Art. 2º
Entende-se por material técnico Sigiloso toda documentação produzida, que pela natureza de seu conteúdo, deva ser de conhecimento restrito e, portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação. Parágrafo Único - O material técnico Sigiloso caracteriza-se por conter informações Sigilosas, cuja divulgação comprometa a imagem, a dignidade, a segurança, a proteção de interesses econômicos, sociais, de saúde, de trabalho, de intimidade e outros, das pessoas envolvidas, cujas informações respectivas estejam contidas em relatórios de atendimentos, entrevistas, estudos sociais e pareceres que possam, também, colocar os usuários em situação de risco ou provocar outros danos (CFESS, 2009, p.2). 
A Resolução ainda indica que, o Assistente Social deve proceder da seguinte forma: 
“Art. 3 - Assistente Social garantirá o caráter confidencial das informações que vier a receber em razão de seu trabalho, indicando nos documentos Sigilosos respectivos a menção: “Sigiloso” (CFESS, 2009, p.2). 
A Resolução n° 493, também preconiza que o material técnico Sigiloso deve ser guardado em arquivo com chave e é de caráter reservado, ou seja, só os Assistentes Sociais deverão ter acesso a essadocumentação que como caracterizado no Art. 2 da Resolução n° 556, diz respeito à intimidade dos usuários, são informações que devem ser resguardadas porque ao serem explicitadas para outras pessoas, podem expor os usuários a situações de risco e causar danos. 
Ainda vale ressaltar que sobre ambiente físico do local de atendimento por profissional de serviço social deverá ser estruturado atendendo aos seguintes parâmetros: 
I - ser visual e acusticamente indevassável; II - evitar qualquer interferência ou interrupção no transcurso do atendimento; III - possuir adequadas condições de higienização, ventilação e iluminação; IV - ser dotado de mobiliário adequado e compatível com o atendimento; V - possuir arquivo passível de ser trancado à chave, que sirva para a guarda do material técnico e documentação Sigilosa de exercício da profissão de Assistente Social 
O que é interessante ressaltar, é que está previsto na Lei Estadual de n° 5261, que o local para atendimento aos usuários do Serviço Social seja visualmente e indevassável, ou seja, além de resguardar a escuta das informações que o Assistente Social toma contato durante o atendimento, resguarda também a imagem do usuário, quando diz que o local de atendimento deve ser também visualmente indevassável. 
Ou seja, deve ser um local no qual o Assistente Social não seja interrompido no decorrer do atendimento. Isso confronta uma difícil realidade das condições de trabalho dos Assistentes Sociais. Temos nos dias atuais condições cada vez mais precárias de atendimento aos usuários que não garantem nem a qualidade do serviço prestado nem o resguardo do Sigilo acerca das informações que os Assistentes Sociais tomam conhecimento em seus atendimentos. 
Além disso, vivenciamos um quadro no qual os Assistentes Sociais tem que revezar a sala de atendimento com outros colegas de trabalho, e o que muitas das vezes acontece é que o Assistente Social é constantemente interrompido durante o atendimento, o que dificulta a garantia do Sigilo das informações. 
MORAL E ÉTICA NOSERVIÇO SOCIAL
Primeiramente reforço como Barroco trata da moral e da ética na profissão de Serviço Social. O autor define moral como: 
[...] a relação entre a ação profissional do indivíduo singular (derivado de determinado comportamento prático objetivador de decisões, escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos (usuários, colegas, etc.) e o produto concreto da intervenção profissional (avaliado em função de suas consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por parâmetros valores e referenciais dados pela categoria profissional, como o Código de Ética, etc (BARROCO, 2009, p.175)
Já a Ética profissional, se objetiva:
[...] como a ação moral, através da prática profissional, como normatização de deveres e valores, através do Código de Ética Profissional, como teorização ética, através das filosofias e teorias que fundamentam sua intervenção e reflexão e como ação ético-política (BARROCO, 2009, p. 175).
Segundo Barroco (2010) a profissão constitui-se historicamente como uma profissão “feminina”, de ordem católica, sendo que nas primeiras escolas do Serviço Social ingressavam apenas mulheres, que eram fortemente influenciadas pelo pensamento conservador da igreja católica e da classe dominante.
A formação da moral da mulher, nos moldes conservadores, lhe confere “virtudes” que passam a compor determinados papéis: educada para assumir uma responsabilidade na educação moral e cívica dos filhos, a mulher é potencialmente formada para profissões morais conservadoras, do que propriamente qualidades técnicas e intelectuais (BARROCO, 2010, p.78).
Com objetivo de proteger o caráter familiar da propriedade, as mulheres eram criadas e educadas sob uma rígida hierarquia, onde eram subordinadas à superioridade masculina, seguindo os princípios e valores tradicionais conservadores que as impediam de atuarem em profissões que pudessem colocar em risco seus valores e princípios.
Sendo assim, a formação profissional dos primeiros Assistentes Sociais também seguia esse viés do conservadorismo. Suas atividades são de cunho educativo, moralizante e repressivo, onde priorizava a superação dos conflitos sociais através de normas de conduta e apelos ético-morais em defesa da propriedade privada, da preservação da família e também do papel da mulher(pensamento Católico e Positivista), que era considerada o “esteio moral” da família (BARROCO, 2010).
[...] o pensamento católico tradicional e o positivismo compartilham da ideologia conservadora e da crença na moral como espaço de enfrentamento da “questão social”. Na formação profissional dos primeiros assistentes sociais, seus valores reforçam a cultura conservadora presente na formação moral da mulher (BARROCO, 2010, p.79).
Esse pensamento conservador da sociedade burguesa também recaia sobre a formação profissional do Assistente Social, que devia apresentar um perfil adequado perante suas atividades para reforçar a defesa da ordem social com objetivos de manter a coesão social, a defesa da propriedade privada e da família nos moldes tradicionais. Dessa forma os Assistentes Sociais através das atividades educativas, de cunho moralizador reforçavam acultura conservadora que exigia da mulher uma educação moral rígida, baseada no pensamento positivista e católico que buscavam através dessa moral o enfrentamento da questão social.
Barroco (2010) afirma que nessa perspectiva doutrinária presente no Código Moral do Serviço Social, publicado em 1962 de origem europeia, marca essa forte oposição à liberdade e a defesa da moral no papel profissional do Assistente Social. Consta neste documento, como os Assistentes Sociais deviam posicionar-se, quanto à defesa da instituição da família na sua prática profissional:
Defenderá sempre a noção exata da família, opor-se-á a todas as leis, regulamentos, organizações ou serviços que preconizem uma falsa noção de família, favoreçam suas instabilidades pelo divórcio, tolerem a infidelidade, imperem sobre a autoridade paterna. Será inimigo de toda prática contrária ao respeito à família e à vida conjugal: o amor livre, o concubinato, o adultério, a limitação ilícita dos nascimentos, a inseminação artificial propriamente dita, o aborto, mesmo os que se dizem “terapêuticos”, o divórcio, etc. Combaterá, por todos os meios legítimos, os fatores nocivos à vida de família: a licenciosidade das ruas, dos espetáculos, da má imprensa, o alcoolismo, a tuberculose e outras doenças sociais destruidoras da família, o regime dos casebres, a propaganda imoral, a desorganização do trabalho (BARROCO, 2010, p.123).
Sendo assim, profissionais do Serviço Social deveriam seguir um posicionamento moral adequado, no qual sua prática profissional reproduzisse sua função educativa moralizante que mantivesse afastado qualquer tipo de transformação que colocasse em perigo à instituição familiar.
Para a autora, essa direção social moralizante da prática profissional dos Assistentes Sociais dada pelo posicionamento político-ideológico da época, onde não só os indivíduos, mas principalmente os profissionais do Serviço Social, deveriam ter um comportamento exemplar de acordo com a perspectiva doutrinária vigente. Essa perspectiva é marcada pela forte oposição à liberdade, onde o profissional deve ser um sujeito passivo diante da autoridade institucional, estando a profissão subalternizada às Leis Morais da época.
[...] questão social torna-se alvo de respostas sistemáticas por parte do Estado e das classes dominantes, para garantir a reprodução da força de trabalho, mas principalmente, para evitar qualquer manifestação que possa pôr em questão a ordem social (BARROCO, 2010, p.83)
Através do tratamento moral da “questão social” busca-se garantir que as reivindicações dos trabalhadores não se transformem em lutas revolucionárias, e assim assegurando a ordem social, onde a questão social torna-se dentro do capitalismo monopólico um elemento de manutenção para atividades e respostas por parte do Estadoe das classes dominantes, que garantam um consenso social, o controle e a reprodução da força de trabalho. Para a autora, as sequelas da questão social tornam-se objeto de intervenção do Estado que, contraditoriamente, através de suas políticas sociais atendem as necessidades e demandas das classes subalternas. Ao mesmo tempo em que, o Estado estabelece uma mediação ético-moral entre indivíduos e a sociedade, maquiando suas funções coercitivas e tornando-se também provedor de benefícios, transfere suas responsabilidades para as classes subalternas responsabilizando-as pelas suas condições sociais, evidenciando seu individualismo e reproduzindo a alienação. Os problemas sociais não aparecem mais como problemas políticos e econômicos, para se transformarem em problemas de ordem moral. (BARROCO, 2010).
DEFINIÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS ACERCA DO SIGILO 
Cabe ressaltar, que as discussões e dúvidas foram sanadas durante todo o Curso de Serviço Social bem como é feita a fiscalização do exercício profissional, como são avaliadas as situações de quebra de Sigilo profissional, quais são as sanções e punições previstas para os casos de quebra de Sigilo profissional e de que forma é materializado na prática profissional o direito que o Assistente Social tem ao Sigilo profissional, preconizado no Art.15: “Constitui direito do Assistente Social manter o Sigilo profissional” (CFESS, 1993, p.7).
Ou seja, apesar de termos algumas resoluções expedidas pelo CFESS, que regulamentam condições de trabalho, sobretudo a Resolução n° 493, de 21 de agosto de 2006, que dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissional do Assistente Social, ainda nos deparamos com precárias condições de trabalho colocadas aos Assistentes Sociais, o que está diretamente relacionado com o cuidado de resguardar o Sigilo profissional. Apesar da Resolução n° 493 regulamentar a garantia do espaço do Sigilo, todavia, o Serviço Social se depara com falta de equipamentos sociais que garantam a qualidade do atendimento, nos quais o principal deles é uma sala na qual o Assistente Social possa atender com a garantia do Sigilo, ou seja, com estrutura adequada. 
Os profissionais, muitas vezes se deparam com situações em que tem que dividir a sala com outros profissionais, ou quando possuem sala esta é feita de material impróprio no qual o som é resvalado e outras pessoas podem ter acesso a escuta dos atendimentos, sendo esta uma questão que também foi abordada com as entrevistadas foi se o Sigilo profissional pode ser entendido também como um dever do Assistente Social. 
Segundo as pesquisas, o Sigilo profissional é entendido como dever, uma vez que o Assistente Social toma contato com a intimidade da vida dos usuários e informações que os usuários expõem para o profissional que revelam situações de desigualdade e de violência, então o Sigilo profissional é uma proteção para o usuário e garantia plena do serviço prestado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das questões estabelecidas no processo de elaboração desta pesquisa, verifica-se, portanto que o surgimento do Serviço Social enquanto profissão se dá num contexto de ampliação do sistema capitalista, na qual há uma intensa exploração da força de trabalho, o que gera precárias condições de vida e de trabalho para essa classe. 
Sendo assim, essa classe passa a se articular e lutar por melhores condições de vida e de trabalho, passando a ser alvo de regulamentação política do Estado, através de implementação de políticas sociais que atendessem suas necessidades. 
Sua ação foi por voltada para o ajustamento dos indivíduos ao que era considerado como “normal”, a fim de promover a manutenção do desenvolvimento do sistema capitalista, tendo como base de sustentação teórica o humanismo cristão.
Entende-se que não cabe ao Código de Ética regulamentar essas questões ou prever “situações modelo” de quebra de Sigilo, de informações que devem ser resguardadas. O Código de Ética não pode, nem deve dar conta das situações particulares e singulares as quais se deparam os Assistentes Sociais em sua atuação profissional.
 Cabe ainda destacar que aspectos como a terminologia utilizada (Segredo/Sigilo), informações consideradas Sigilosas, possibilidades de quebra do Sigilo profissional, Sigilo profissional diante de depoimento judicial ou policial, Sigilo profissional enquanto direito/dever do Assistente Social, o Sigilo no âmbito do trabalho interdisciplinar, que foram aspectos tomados como indicadores de análise neste artigo permeiam a ideia da importância do Sigilo nessa profissão.
 Cabe ao Assistente Social ter clareza dos princípios éticos, da base de sustentação teórica que está por trás de sua atuação profissional no cotidiano e a partir de sua autonomia enquanto profissional tomar as decisões e avaliar as situações particulares que lhes são apresentadas. Pôde-se perceber também que o Sigilo profissional no âmbito do exercício da profissão sempre esteve presente nos Códigos de Ética do Serviço Social brasileiro, e abordado com muita importância, visto que sua abordagem aparece em todos os Códigos de Ética do Serviço Social.
Desta pesquisa modificaram-se e tem abordagens diferentes nos Códigos de Ética profissional, sempre abordados, mas com características que refletem o contexto vivenciado pela profissão na época e a base de sustentação teórica da prática profissional.
Concluo, portanto, que a pesquisa realizada procurou apenas esboçar o aspecto ético normativo de abordagem do Sigilo profissional no decorrer da trajetória profissional vivida pelo Serviço Social brasileiro, não esgotando todavia a complexidade apresentada pela realidade vivenciada pelos Assistentes Sociais em sua atuação profissional. 
 Resguardar o Sigilo profissional nos dias atuais torna-se um desafio cotidiano para os Assistentes Sociais, visto que nos deparamos cada vez mais com condições precárias de trabalho, vínculos empregatícios vulneráveis, condições essas que ameaçam não só o Sigilo profissional, mas também a qualidade do serviço prestado a população usuária do Serviço Social.
			O Serviço Social é uma profissão que requer muito mais que o amor ao próximo, o assistencialismo voltado a questões humanitárias e, sobretudo ao relacionamento com os menos favorecidos numa sociedade que a desigualdade reina cada vez mais.
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