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principais tendências da Psicologia, apresentando as escolas de pensamento conhecidas como estruturalismo, funcionalismo e associacionismo. UNIDADE 1 UNIDADE 1TÓPICO 14 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O 2 ABORDAGEM HISTÓRICA DA PSICOLOGIA Prezado aluno! Sabemos que o berço das discussões sobre o pensamento humano está na Grécia. Então vamos trazer um pouco sobre as ideias de alguns filósofos que foram essenciais para se chegar ao conhecimento científico da atualidade, no que diz respeito à Psicologia. 2.1 A PSICOLOGIA NOS PRIMÓRIDOS: A GRÉCIA Vamos iniciar com as ideias de Sócrates (469-399 a.C.), isto porque foi a partir dele que a Psicologia começou a se constituir. A principal ideia deste filósofo era a distinção entre os homens e os demais animais, por isso o foco de seus estados era a razão. Devido a isto o homem era capaz de ir além dos seus instintos, ou seja, do irracional. Assim, a partir das contribuições deste filósofo se inicia um caminho bastante utilizado pela psicologia, que são as teorias da consciência de forma mais sistematizada (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). FIGURA 1 - SÓCRATES FONTE: Disponível em: <http://www.diegomaia.com.br/blog/as- tres-peneiras-de-socrates-e-a-fofoca-no-ambiente-de- trabalho/>. Acesso em: 30 jun. 2016. Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates, buscou explicar onde se encontrava a razão dentro do corpo humano. Segundo ele, a razão estava presente na cabeça, que era onde se encontrava a alma. Por meio da medula a alma se ligava ao corpo. Esta conexão era necessária porque o corpo e a alma podiam se separar. Deste modo, após a morte a matéria desaparecia e a alma ficava livre para habitar em outro corpo. Neste aspecto, Platão defendia a ideia de que o homem era formado por uma parte imaterial que seria a mente, e outra material que seria o corpo. Formulou então a chamada teoria platônica, na qual a alma era imortal e separada do corpo, sendo o homem um ser UNIDADE 1 TÓPICO 1 5 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O dualista, composto de duas partes distintas e opostas. A mente estava relacionada ao bem, e a parte material ao lado inferior do homem (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). FIGURA 2 - PLATÃO FONTE: Disponível em: <http://www.benitopepe.com.br/2009/08/11/ a-doutrina-de-platao/>. Acesso em: 1º jul. 2016. Agora vamos falar sobre as concepções de outro filósofo grego que merece destaque, Aristóteles, um opositor das ideias de Platão (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). FIGURA 3 - ARISTÓTELES FONTE: Disponível em: <http://compartilhandoebook.blogspot.com. br/2014/06/livros-aristoteles-pdf-download-gratis.html>. Acesso em: 14 jul. 2016. Segundo este filósofo, o corpo e a alma eram inseparáveis, sendo que a psyque seria a parte ativa da vida. Nesta perspectiva, tudo o que possuía vida teria alma, a qual era responsável pela alimentação e reprodução. Contudo, o homem se distinguia dos demais por ser provido dessa alma e de mais duas outras, que seriam a sensitiva que lhe conferia percepção e movimento, e a racional que fazia dele um ser pensante. Em sua obra De anima ou “Sobre a Mente”, conseguiu descrever as diferenças entre a razão, as percepções e as sensações, sendo este episódio visto como o primeiro tratado sistemático da Psicologia. Formulou a teoria aristotélica da mortalidade da alma e a designou como pertencente ao corpo. UNIDADE 1TÓPICO 16 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O Caro acadêmico, a partir desse breve resgate sobre Aristóteles, podemos ter ideia da magnitude de sua importância para que a ciência pudesse avançar até aqui. Então vamos recapitular as principais conclusões deste filósofo. FIGURA 4 - PERSPECTIVA ARISTOTÉLICA FONTE: Adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2001) CORPO E ALMA SÃO INSEPARÁVEIS DEMAIS ANIMAIS APENAS UMA ALMAHOMEM (3 ALMAS) Alma (reprodução e alimentação) (Reprodução e Alimentação-Instintos) Alma Sensitiva (Percepção e Movimento) Alma Racional (Ser Pensante) 3 A PSICOLOGIA NA IDADE MÉDIA Prezado acadêmico! Vamos avançar um pouco no tempo para que possamos entender a psicologia no contexto que equivale à Idade Média. Nesse momento da história surge o Império Romano, que irá dominar a Grécia, a Europa UNIDADE 1 TÓPICO 1 7 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O e o Oriente Médio. Neste período está ocorrendo o desenvolvimento do cristianismo, que mesmo 400 anos d.C., após ter sofrido terríveis invasões e enfraquecimento econômico com aniquilação de territórios, resiste e se fortalece, sendo a religião predominante neste período. Diante deste cenário, falar em Psicologia é relacioná-la ao conhecimento religioso. Neste momento, a Igreja Católica monopolizava o poder e certamente interferia em questões sobre o psiquismo. Dois grandes filósofos, Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274), são figuras importantes e representam este período. São Tomás de Aquino, membro da Igreja Católica, inspirado em Platão, também defendia uma ruptura entre o corpo e a alma. Contudo, para ele a alma não representava simplesmente a razão, mas também a manifestação divina do homem. Sendo a alma imortal, pois representava a ligação entre a humanidade e Deus. Como a alma representava a sede do pensamento, uma das maiores preocupações da Igreja era compreendê-lo. A partir da Revolução Industrial se inicia a transição para o capitalismo na Inglaterra e, consequentemente, inúmeros problemas sociais e econômicos. Em meio a isto começam a surgir questionamentos sobre os postulados da Igreja e a busca por novas respostas para as relações entre o homem e Deus. São Tomás de Aquino pregava que a busca pela perfeição para o homem deve ser a constante busca a Deus, de modo que o homem, em sua essência, busque a perfeição a partir de sua existência. Distingue assim essência de existência. Aproximadamente 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino se inicia a época do Renascimento. Neste momento, o mercantilismo estimula a descoberta de novas terras e o surgimento do acúmulo de riquezas por nações em formação, como França e Itália. E, ao mesmo tempo, ocorre um processo de valorização do homem. Um acontecimento ímpar que deriva uma revolução no conhecimento humano foram as novas conclusões de Copérnico em 1543, de que o planeta Terra não é o centro do universo. Nestas circunstâncias, regras e métodos para o estabelecimento do conhecimento científico começam a surgir, ocorrendo sua sistematização. O capitalismo move o mundo em busca de matéria-prima para abastecer os mercados e aumentar cada vez mais a produção. O mundo foi posto em movimento e então surge a racionalidade do homem e a busca pelo conhecimento científico em prol do desenvolvimento. A partir dessa perspectiva, o homem deixa de ser o centro do universo (Antropocentrismo) e o Sol passa a ser o centro. Isto significa que o homem está livre para traçar seu futuro e buscar por novas conquistas. Conhecimento e fé tornam-se independentes, o homem passa a buscar pelo conhecimento por meio da racionalidade. Neste momento surgem estudiosos como Hegel, que aponta a importância da história para o avanço do conhecimento, e Darwin com a teoria da evolução, que descarta definitivamente o Antropocentrismo (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). UNIDADE 1TÓPICO 18 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O NO TA! � O homem passou a ser o centro do universo. Em uma das teses de Giovanni Pico della Mirandola, a que melhor representa o manifesto renascentista do homem seria o Discurso sobre a Dignidade do Homem. Fica clara a descrição do homem como centro do mundo e o destaque em relação ao seu valor. Pico (apud LACERDA, 2010) diz que: sendo o homem o centro, teria livre-arbítrio para escolher onde queria chegar e o que queria fazer. Contudo, não se é negada a existência de Deus, ao contrário, o homem é criatura de Deus, o qual o colocou em destaque, ocupando lugar central no mundo. Seguem as palavras de Pico (apud LACERDA, 2010,