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Desenvolvimento da Psicologia da Saúde

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Desenvolvimento da Psicologia da Saúde
O surgimento da psicologia na área da saúde tem provocado diversas discussões teóricas e mostra necessidade de sua justificativa como disciplina especifica voltada para a saúde geral das comunidades.
De acordo com ruiperez (1997),o surgimento desta disciplina não se justifica por uma criação de postos de trabalho, mas para obter respostas ás suas necessidades que são sugeridas pela própria sociedade, e por isso deveria fazer uma revisão teórica das mesmas um modelo de saúde publica pela qual seja voltada á prevenção de doenças e á promoção de saúde, sendo solicitado a cada disciplina através de seus conhecimentos e técnicas deve atender a nova concepção de saúde, levando em consideração a diversidade e a complexidade da realidade, para pensar diferentes modelos e maneiras de entende-las desde cada uma das distintas parcelas da realidade cientifica.
O surgimento da psicologia da saúde resulta da evolução dos modelos de compreensão do processo saúde-enfermidade, resultando as revoluções da saúde.
Houve um avanço em direção a perspectiva psicossocial (Pais Ribeiro , 2007) ,nessa perspectiva o autor assinala que a saúde é entendida em seu sentido mais amplo, ou seja como o estado integral de bem-estar e não somente a saúde física mas psicológica, biológica e social, neste sentido Carrombles (1993) surge o desenvolvimento do novo campo aplicado da psicologia da saúde.
 Este esmo autor argumenta que o mais recente desenvolvimento de procedimentos e técnicas para a modificação do comportamento, deu á psicologia maior reconhecimento e incorporação de modo efetivo, no entorno da saúde publica, em uma perspectiva mais ampla e para além dos limites da tradicionalidade denominada saúde mental.
Características da psicologia da Saúde no Brasil
No Brasil autores importantes como Spink vinculam a psicologia da saúde ao modelo da psicologia social e comunitária, para o mesmo a psicologia da saúde é considerada um novo campo de saber que se reestrutura a partir da inserção de psicológicos na rede de atenção á saúde publica e abertura de novos campos de atuação dos psicólogos.
Analisando a produção de Spink foi possível identificar que estas ideias foram elaboradas entre os anos 1990 e 2000,em um momento em que o sistema único de saúde (SUS) estava estruturando-se e se inaugurava a entrada dos psicólogos nos serviços de APS,fato que desvelou a fragilidade da formação dos profissionais em termos de seu preparo para atuar na saúde publica em nível de atenção primaria. Esta perspectiva confunde psicologia da saúde com a práxis incorporada de psicólogos em atuação num campo de saúde publica e ainda APS.
Os conceitos da psicologia da saúde:
Humanização: é um conceito mais utilizado no campo do SUS, que tem uma proposta ética, estética e política. Ela é ética porque envolve a atitude de diferentes sujeitos, assim como usuários, profissionais, gestores. Estética porque tem haver com a produção de saúde e de subjetividade. Política porque visa uma reorganização da rede de saúde, ou seja, uma organização da instituição e dos serviços de saúde.
A humanização também visa uma valorização dos diferentes fatores envolvidos nesse processo, que são os usuários os profissionais e os gestores.
Acolhimento: trata-se do modo de organização do processo de trabalho em saúde, e também representa uma mudança na relação entre profissional e o usuário. O acolhimento é uma disposição do profissional para poder escutar o usuário e dessa forma o acolher, assim estaria identificando e acolhendo as variada demandas, problemas e necessidades de saúde da pessoa, sendo assim o acolhimento pressupõe a humanização.
Clinica Ampliada: é uma ampliação do que a gente pensa como clinica, uma ampliação do objeto de cuidado, que no caso seria o sujeito usuário, ele tem que ser visto na sua complexidade e singularidade.
Quando falamos de clinica nós nos lembramos do modelo mais tradicional e convencional (médico sentado na cadeira atendendo os pacientes), a clinica ampliada prevê um compromisso com o sujeito, assumindo a responsabilidade pelo usuário sobre o seu atendimento, no encaminhamento a outros profissionais ou na continuidade do atendimento envolvendo a intersetorialidade e também o reconhecimento dos limites dos profissionais de saúde.
Matriciamento: o apoio maticial propõe assegurar uma retaguarda especializada (é uma relação entre as equipes de trabalho onde uma disponibiliza suporte a outra), é um compartilhamento de saberes entre os profissionais. Esse processo se constitui a partir de duas dimensões, a técnica pedagógica como apoio educativo e a clinica-assistencial que é quando os profissionais trabalham em conjunto para realização de uma visita domiciliar.
Responsabilização compartilhada: é a responsabilidade pelo cuidado do usuários compartilhado pela família e as equipes de saúde, ou seja, uma responsabilidade compartilhada por todos os envolvidos.
 Os níveis de assistência de saúde:
O vocabulário da saúde não recebeu, durante muito tempo, a importância adequada dentro dos programas de formação dos psicólogos. O olhar sobre a doença obteve mais destaque e favoreceu a criação de dificuldades em lidar com os termos da saúde. A psicologia da saúde fornece alternativas para solucionar vários dos problemas apontados. Uma possibilidade para diminuir o impasse tanto conceitual como em relação ao problema da inadequação das práticas dos psicólogos nos diversos setores da rede de atenção de saúde, sobretudo no caso da realidade brasileira, seria entender as práticas psicológicas por seus níveis de aplicação e complexidade, e não por locais de intervenção.
Nesta perspectiva o primeiro nível de atenção de saúde é identificado como o que apresenta maiores problemas de inadequação das práticas (Alves, 2008), pois é o nível em que não há tradição das assistências de psicólogos. Neste nível cabem as assistências de promoção de saúde e de prevenção de doenças. As intervenções aqui, ainda que possam dirigir-se também a um indivíduo em particular, devem priorizar a saúde das comunidades.. Só assim, será possível pensar as práticas de promoção de saúde e de prevenção primária de doenças. Neste nível as práticas devem ser interdisciplinares e multiprofissionais, já que dependem do conhecimento e da contribuição das várias disciplinas relacionadas. Nesse sentido o trabalho é desenvolvido pela equipe multiprofissional de saúde, além de considerar possíveis interconsultas com outros profissionais de áreas afins.

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