Buscar

Compilado de resumos livro 1984

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de 1984 de George Orwell
Posted onMaio 13, 2016Authorpoemese
1984 é um livro mundialmente celebrado. A obra trata de uma temática que não poderia ser mais atual: o que pode ocorrer com uma sociedade altamente vigiada? E quando essa vigilância transforma-se em mecanismo para controlar as pessoas? Pensando nesse contexto, hoje o blog apresenta um resumo de 1984 de George Orwell, destacando seus principais pontos e como eles se relacionam com os dias atuais.
(confira também a matéria: Trump – o mecenas da literatura ou o mais novo Grande Irmão? 
O livro 1984 foi publicado em 1949 por George Orwell. O escritor, que na verdade chamava-se Eric Arthur Blair, nasceu em 1903 na Índia Britânica e teve seu estilo marcado por estilo bem-humorado, contrário ao totalitarismo e atento às injustiças sociais. Suas principais obras, além de 1984, são “A revolução dos bichos”, “Dias na Birmânia” e “A Flor da Inglaterra”.
Resumo de 1984: 
A história se passa no ano de 1984, em um futuro distópico onde o Estado impõe um regime extremamente totalitário para a sociedade, através da vigilância do Grande Irmão, imposta pelo partido (Ingsoc), onde ninguém escapa do seu poder. Assim, o local do romance, Oceania, é dominado pelo medo e pela repressão, pois quem pensava contra o regime era acusado de cometer um crime (no livro, crimideia, ou crime de ideia, na tradução de novilíngua, idioma do futuro).
No romance, o persongem principal, que representa o contraponto ao regime, é Winston Smith. Logo ele começa a questionar o modo como age o Estado. Winston faz parte do Ministério da Verdade, tendo como função alterar dados para que toda a história, comunicado e documento estivesse de acordo com o que o partido pregava. A crimideia acontecia justamente quando alguma pessoa era denunciada por questionar esses documentos. A punição era aplicada pela Polícia do Pensamento, que eliminava a pessoa. “Crimideia não acarreta a morte: crimideia é a morte.”
O livro marcou não só sua geração por já ter nascido tocando em assuntos polêmicos, mas influenciou vários pensadores, obras e até a cultura pop. Abaixo, listamos as principais curiosidades de 1984:
– O livro possui citações marcantes, como: “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”
– Esse romance, apesar de contar a história no futuro, foi inspirado em regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940, trazendo uma profunda reflexão e crítica ao fato de cidadãos comuns serem reduzidos a peças para servir o estado, através do controle total. Muito mais do que o nazismo ou stalinismo é possível traçar paralelos com diversas formas de controle do governo e também do mercado sob a sociedade.
– Cultura pop: não é novidade que o reality show, Big Brother, foi inspirado no Grande Irmão da ficção, trazendo a mesma ideia para o programa: indivíduos ficam confinados e são vigiados por câmeras 24 horas.
– “Orwelliano” virou um termo conhecido para se referir a algo totalitário, opressivo. Por exemplo, aquele país tem políticas “orwellianas“.
– Um exemplo marcante do que vivemos hoje foi que, em 2011, nos EUA, quando o Governo do país queria manter o monitoramento de determinados indivíduos sem mandado, o juiz da Suprema Corte, Stephen Breyer embasou seus questionamentos fazendo claras referências à obra de 1984.
Ver almofada – George Orwel
– Atualmente, a sociedade vive sob a vigilância de câmeras de segurança em ruas, lojas e sob as câmeras de celulares, tablets e computadores, algo como as teletelas descritas em 1984 como as TV’s que transmitiam as imagens de propagandas do regime, mas também captavam imagens da audiência.
– Indo mais além nessa questão, atualmente, debate-se amplamente sobre a questão da privacidade e vigilância de dados na Internet. Até que ponto redes sociais e buscadores como o Google estão capturando nossos dados de navegação e hábitos na rede para influenciarem nosso comportamento e enviarem conteúdos?
Saiba mais sobre o livro 1984, de George Orwell
1984 denunciou as mazelas do totalitarismo e tornou-se um dos mais influentes romances do século 20
Por Álvaro Oppermann
access_time16 maio 2017, 13h47 - Publicado em 1 mar 2012, 16h28
chat_bubble_outlinemore_horiz
“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas.” Assim começa um dos romances mais citados do século 20. A frase omite o ano da ação, mas isso seria redundante, pois ele dá nome à obra: 1984. Só a menção ao título desencadeia uma avalanche de associações mentais: comunismo, polícia política, nazifascimo, tortura… O livro ganhou fama por tratar de forma ficcional de uma das grandes mazelas contemporâneas, o totalitarismo.
Escrito pelo jornalista, ensaísta e romancista britânico George Orwell e publicado em 1949, o texto nasceu destinado à polêmica. Foi traduzido em 65 países, virou minissérie, filmes, inspirou quadrinhos, mangás e até uma ópera. Mas – ah!, estava demorando – ganhou renovados holofotes em 1999, quando a produtora holandesa Endemol batizou seu reality show (formato que chegou à TV nos anos 1970), de Big Brother, o mais sinistro personagem, ou melhor, entidade do livro. O pai da ideia, John de Mol, nega de pés juntos a inspiração, mas há outras associações possíveis além do nome do programa. A origem do título 1984 é controversa. Orwell supostamente queria “O Último Homem da Europa”, mas seu editor Frederick Warburg insistiu que trocasse por algo mais comercial. O texto foi concluído em 1948 e o nome traz os dois dígitos finais invertidos. Era uma forma de dizer que a distopia descrita não era uma ameaça distante.
No enredo que tem Londres como cenário (na fictícia Oceânia) -, tudo gira em torno do Grande Irmão. “Quarenta e cinco anos, de bigodão preto e feições rudemente agradáveis”, o Big Brother é o líder máximo. Assumiu o poder depois de uma guerra de escala global (análoga à Segunda Guerra, porém com mais explosões atômicas), que eliminou as nações e criou três grandes estados transcontinentais totalitários. A Oceânia reúne a ex-Inglaterra, as ex-Américas, ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. É um mundo sombrio e opressivo. Cartazes espalhados pelas ruas mostram a figura bisonha da autoridade suprema e o slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às “teletelas”. Espalhadas nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo. A intimidade era tão devassada ali quanto na casa do Projac que sediou a última edição do Big Brother Brasil.
O protagonista é Winston Smith. Funcionário do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, um dos quatro ministérios que governam Oceânia, sua função é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado à luz dos interesses do presente tirânico (prática, aliás, comum na União Soviética). A opressão era física e mental. A Polícia das Ideias atuava como uma ferrenha patrulha do pensamento. Relações amorosas estavam entre as muitas proibições. Nesse cenário de submissão onde não há mais leis, mas sim inúmeras regras determinadas pelo Partido, ninguém nunca viu o Grande Irmão em pessoa. Uma sacada genial do autor: o tirano mais amedrontador é também aquele mais abstrato. Winston detesta o sistema, porém evita desafiá-lo além das páginas de seu diário. Isso muda quando se apaixona por Júlia, funcionária do Departamento de Ficção. O sentimento transgressor o faz acreditar que uma rebelião é possível. Mas combater o regime não é nada fácil. Enredada numa trama política, a “reeducação” dos amantes será brutal.
Raros escritores tiveram o privilégio de virar adjetivo. George Orwell (um pseudônimo) foi um deles. Seu nome de batismo, na Igreja Anglicana, é Eric Arthur Blair. Se Marcel Proust deu origem a “proustiano”, por causa das ricas descrições memorialistas, o termo “orwelliano” virou sinônimo dos vívidos e sinistros porões do totalitarismo. Não que, como romancista, ele seja comparável a James Joyce, Franz Kafkaou Proust. Os críticos costumam ser mais positivos sobre seus ensaios. Ainda assim não são unânimes. O grande legado de Orwell é mesmo sua lucidez política.
Nascido na Índia, em 1903, filho de um funcionário colonial inglês, ele nunca levou vida fácil. Cursou uma escola da elite (Eton). Em vez de seguir o caminho seguro (matricular-se numa universidade chique como Oxford), entrou para a Polícia Imperial da Índia. Lá conheceu de perto a truculência do Império Britânico no esforço de controlar os nativos. Orwell tinha tudo para ser promovido, mas, escandalizado, largou a farda e foi levar uma vida boêmia em Paris e Londres. Nessa época, beirou a mendicância. Em 1936, viajou para a Espanha para lutar contra o franquismo, na Guerra Civil. Foi ferido no pescoço e dali em diante só conseguiria falar em tom baixo. Dizia ser um socialista democrático. Já um amigo, o escritor Malcolm Muggeridge, o definiu como “um sujeito que é fácil de a gente amar, mas difícil de ter por perto”. Uma de suas marcas pessoais era um rígido senso de justiça e de busca da verdade. Alguns o admiravam por isso. Outros o viam como um grande chato. O certo é que essa característica o ajudou a se desencantar das utopias políticas, inclusive a soviética, impiedosamente atacada também em A Revolução dos Bichos (1945). “A aceitação de qualquer disciplina política parece ser incompatível com a integridade literária”, afirmou, inconformado com a subserviência dos intelectuais aos regimes de direita ou de esquerda.
Poucos descreveram tão bem a tortura política. Nas páginas de 1984, O’Brien, um figurão do Partido, usa um método especialmente cruel: o flagelo com ratos. “Eles saltarão sobre seu rosto e começarão a devorá-lo. Às vezes atacam primeiro os olhos. Às vezes abrem caminho pelas bochechas e devoram a língua”, diz a Winston.
 Amar, só às escondidas. Relacionamentos não autorizados eram punidos
Amar, só às escondidas. Relacionamentos não autorizados eram punidos (Ilustração: Marcelo Gomes/)
 
Dedo-duro
Num episódio controverso, Orwell entregou ao serviço secreto britânico, em 1949, uma lista de 130 simpatizantes do comunismo, entre eles J.B. Priestley e Charles Chaplin. O autor foi procurado quando estava hospitalizado, tratando-se de uma tuberculose. Ele morreu no ano seguinte.
A obra do escritor é profética também sobre a questão da quebra de privacidade. O avanço tecnológico permite um amplo monitoramento (dos satélites às microcâmeras). Em Nova York, a ONG New York Civil Liberties Union protesta hoje contra a existência de 40,76 câmeras instaladas por quilômetro quadrado em Manhattan. Uma coisa, porém, Orwell não pôde antever: o gosto atual pelo exibicionismo/voyeurismo (o que vale tanto para a moçada do Big Brother quanto para certos usuários do Youtube, Facebook e afins). “As pessoas agora detestam acima de tudo o anonimato. Explorar o privado virou uma forma de participação pública”, diz a especialista em comunicação Cosette Castro, da Universidade Pública de Barcelona. “Na obra de Orwell, é o governo que observa tudo através de câmeras – ele fala de autoritarismo e não de voyeurismo, como é nosso caso”, disse John de Mol, criador do Big Brother, numa entrevista à revista VEJA. Mas Orwell faz questão de frisar que existe um nexo indissolúvel entre voyeurismo e totalitarismo. No livro, é evidente o prazer de O’Brien em imiscuir-se na vida dos outros. Em As Sombras do Amanhã, de 1945, o historiador Johann Huizinga demonstrou que uma das chaves para o sucesso dos regimes autoritários é estimular a bisbilhotice alheia. Todo mundo gosta de um pouco de fofoca e muitos ditadores já usaram isso a seu favor, para coletar informações sobre os cidadãos.
“Temos curiosidade de saber como o outro dorme, come, toma banho. O Big Brother propicia uma resposta a esse anseio”, diz Cosette. O fenômeno do reality show, que talvez tivesse escandalizado o escritor, é mundial. No Brasil, faz sucesso há dez anos. “O reality show é um laboratório do qual a audiência também faz parte”, afirma Cosette Castro, referindo-se ao poder dos telespectadores de decidir o destino dos participantes dos programas. O Big Brother da ficção foi superado pelo Grande Irmão da realidade.
Teletelas
“Viveremos uma era em que a liberdade de pensamento será de início um pecado mortal e mais tarde uma abstração sem sentido”, disse Orwell. As teletelas do livro são ferramentas de controle. Estão em todo canto. Transmitem mensagens e monitoram ao mesmo tempo.
Novafala
No mundo de 1984, a língua ganha novos termos, e palavras antigas, novas acepções. A semântica é distorcida para criar um estado de torpor e confusão. Isso está expresso no lema do Partido único: “Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força”.
Grande Irmão
Ditador e líder do Partido. É dever da população amá-lo, embora nunca tenha sido visto em pessoa. Foi inspirado em Josef Stalin e representa o perigo do totalitarismo, junto com a teletela. Nas ruas, cartazes mostram seu rosto e dizem “O Grande Irmão está de olho em você”.
O romance 1984, do escritor britânico George Orwell, é uma distopia escrita em 1949 que projeta como seria a vida no futuro distante de 1984.
Resumo
A obra-prima de George Orwell se inicia situando o leitor no tempo e no espaço:
Era um dia frio e ensolarado de abril, e os relógios batiam treze horas. Winston Smith, queixo enfiado no peito no esforço de esquivar-se do vento cruel, passou depressa pelas portas de vidro das Mansões Victory, mas não tão depressa que evitasse a entrada de uma lufada de poeira arenosa junto com ele.
O totalitarismo é o mote que embala a narrativa passada em Londres, no ano de 1984. No mundo ficcional criado por Orwell, existem inúmeros televisores monitorando e controlando a população, nenhum cidadão tem mais direito a privacidade.
O protagonista da história é logo apresentado no primeiro parágrafo: o solitário Winston Smith, alocado no Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, é um dos funcionários responsáveis pela propaganda e pela reescrita do passado.
Pertencendo a classe média-baixa, a sua função é reescrever os jornais e documentos antigos de modo a apoiar o partido no poder. O que não pode ser reescrito é destruído, essa é a maneira que o Estado encontra para manter-se no poder. Winston é membro do Partido Externo e detesta seu trabalho e o governo.
O que chamamos de governo no romance é regido pelo Grande Irmão, um ditador e líder do Partido. Apesar de nunca ter sido visto pessoalmente, o Grande Irmão tudo vê e controla. No Estado já não existem leis, impera uma única ordem categórica e absoluta: todos devem obedecer.
Era uma dessas pinturas realizadas de modo a que os olhos o acompanhem sempre que você se move. O GRANDE IRMÃO ESTÁ DE OLHO EM VOCÊ, dizia o letreiro, embaixo.
A propaganda é uma das bases do regime, que garante a manutenção do poder. Há quem diga que o personagem ficcional foi inspirado em Stalin.
Julia é a heroína da história, uma mulher bem humorada que tem o mesmo espírito contestador de Winston. Quando se encontram imediatamente se identificam e começa a brotar o amor. O casal pede transferência dos respectivos postos de trabalho e consegue trabalhar junto.
A alegria, no entanto, dura pouco. Winston e Julia são desmascarados e presos. Ambos não resistem as pressões dos interrogatórios e denunciam um ao outro.
Sobre a publicação
Originalmente lançado em 8 de junho de 1949 (cinco dias depois nos EUA), o livro foi traduzido para mais de 65 países e foi adaptado para o cinema, para a televisão, para os quadrinhos e até para a música.
Orwell assume ter se inspirado na reunião dos líderes do Aliados na Conferência de Tehran, em 1944, para construir a sua ficção.
O desejo original do autor era batizar o livro com o título The last man in Europe, mas, segundo o biógrafo Bernard Crick, o editor Frederic Warburg acabou conseguindo convencê-lo a adotar como título somente o ano 1949. A publicação foi um sucesso de vendas.
Primeira edição do livro 1984.
Adaptações para o cinema
Filme 1984, do diretor Michael Anderson
Em1956, o diretor britânico Michael Anderson adaptou para as telas de cinema o romance de George Orwell. O roteiro foi assinado por Ralph Gilbert Bettison e William Templeton. Juntos, toparam a árdua tarefa de transposição das páginas do livro para o cinema. O elenco contava com Edmond O'Brien, Jan Sterling e Michael Redgrave.
Cartaz da adaptação cinematográfica dirigida por Michael Anderson.
Filme 1984, do diretor Michael Radford
No próprio ano de 1984, o diretor britânico Michael Radford lançou uma nova versão longa metragem para o cinema. Quem assinou o roteiro foi o próprio diretor em parceria com Jonathan Gems. O elenco teve a participação de John Hurt, Richard Burton, Suzanna Hamilton e Cyril Cusack.
Sobre o autor
George Orwell foi o pseudônimo escolhido pelo jornalista, ensaísta e romancista Eric Arthur Blair. O autor nasceu em Montihari (uma pequena cidade em Bengala), no dia 25 de junho de 1903. Era filho de um funcionário colonial inglês agente do Departamento Britânico de Ópio.
Orwell trabalhou na Polícia Imperial da Índia, mas acabou abandonando o cargo porque já sabia que queria tornar-se escritor. Lançou Na pior em Paris e Londres, seu primeiro livro, em 1933.
Mudou-se para Paris onde teve uma vida boêmia. Foi para a Espanha lutar contra o franquismo em 1936.
Criou o também celebrado romance A revolução dos bichos, em 1945. Orwell já previa:
“Viveremos uma era em que a liberdade de pensamento será de início um pecado mortal e mais tarde uma abstração sem sentido.”
Na vida pessoal, casou-se com Eileen e adotou o pequeno Richard Horatio Blair. Em março de 1945, o escritor ficou viúvo após o falecimento da esposa em decorrência de problemas com a anestesia aplicada em uma cirurgia.
David Astor, um amigo dos tempos da edição, emprestou uma casa da família para que Orwell passasse algum tempo. A propriedade estava situada na ilha escocesa de Jura, perto de Islay, afastada do resto da sociedade.
A casa não possuía sequer eletricidade e o rádio era a única forma de comunicação com o mundo exterior. Foi nesse contexto, e também severamente acometido por uma tuberculose, que o escritor compôs seu último livro, 1984, e morreu sete meses depois da publicação ter sido lançada.
Após entregar o manuscrito, foi internado em uma clínica em Cotswolds para tratar a tuberculose. O próprio autor confessou ao melhor amigo: “Eu deveria ter feito isso há dois meses, mas eu queria terminar aquele livro sangrento”. Naquela altura os acometidos pela tuberculose contavam com pouquíssimas possibilidades de cura.
Orwell não resistiu a doença e faleceu precocemente, com apenas 46 anos. Seu funeral foi realizado nos jardins na igreja de Sutton Courtenay, em Oxfordshire, organizado pelo grande amigo David Astor.
Retrato de George Orwell.
1984 e o big brother (O grande irmão)
A produtora holandesa Endemol criou um reality show chamado Big Brother, o nome do mais sinistro personagem do livro de Orwell. Apesar de muitas pessoas relacionarem a escolha do nome do show com o livro 1984, o criador John de Mol nega veementemente que haja qualquer relação.
1984
Distopia futurista publicada em 1949 por George Orwell
Postado por Cleane Lima em 01/07/2019 e atualizado pela última vez em 04/07/2019
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar via Whatsapp
“1984” é um romance da literatura estrangeira, a última obra escrita por Eric Arthur Blair, mais conhecimento como George Orwell, publicado pela primeira vez em 1949, um pouco antes do seu falecimento.
Um dos romances mais influentes do século XX, “1984” se tornou a obra mais icônica referente a personificação do poder absoluto.
O romance foi lançado um pouco após a Segunda Guerra Mundial. Então, era um cenário em que ainda existia uma forte lembrança de toda a guerra, do poder nuclear com a bomba atômica e da força dos governos autoritários.
No Brasil, “1984” teve sua publicação mais recente pela Companhia das Letras, em 2009. Nessa edição acompanham três posfácios com análises críticas do filósofo e sociólogo alemão, Erich Fromm, historiador britânico, Bem Pimlott e Thomas Pynchon, um romancista dos Estados Unidos.
“1984” é uma distopia futurista que projeta como seria a vida no ano de 1984, 35 anos após a sua publicação, que tem como tema a transformação da realidade.
Capa da primeira edição do romance de George Orwell. (Foto: Wikipédia)
1984: personagens
· Winston Smith: é o principal personagem da obra que trabalha no Ministério da Verdade e sua função é editar reportagens de jornais antigos alterando os fatos para que o passado esteja de acordo com as diretrizes desse governo.
· Júlia: uma secreta rebelde, colega de trabalho de Winston, mas que detestava o governo comandada pelo Big Brother. Jovem por quem Winston se apaixona.
· Big Brother: autocrata da Oceania. Pode ser considerado uma representação simbólica do partido que comandava o governo, sendo que é uma figura que nunca foi vista por ninguém. A imagem dele se encontra em toda parte, especialmente em cartazes onipresentes com os dizerem, “Big Brother is Watching you” (O Grande irmão está te vigiando).
· O’Brien: agente do governo que engana Winston e Júlia, que posteriormente se tornam seus torturadores, convencendo-os a obedecer e principalmente, a amar o Big Brother. Esse personagem pode ser considerado como o antagonista do romance.
Resumo de “1984”
O livro se passa no ano de 1984, e se trata da história do solitário Winston, funcionário do Ministério da Verdade, em Londres, pertencente à Oceania.
A Oceania, Eurásia e a Lestásia são as três potências remanescente da nova divisão que viviam em conflitos entre si. A Oceania é uma sociedade governada por um único partido (Ingsoc), um governo totalitário e repressivo que controla todos os aspectos da vida de seus cidadãos, comando representado pelo Grande Irmão (O Big Brother).
Com relação ao Partido Dominante, a sociedade de Oceania é dividida em três classes: a maioria representada pelos membros do núcleo do Partido, era a classe privilegiada; a classe média, membros externos do Partido; e os proletas, os que constituem o restante da população que suportam altíssimas cargas de trabalho e sofrem as maiores desvantagens sociais.
Winston é responsável pela propaganda e pela reescrita do passado, em que ele reescrevia jornais e documentos antigos em prol do partido. E o que não era reescrito era destruído, essa era a forma do governo se manter no poder.
Winston é da classe média, membro do Partido Externo, mas detesta o governo e seu trabalho. Ele vive pressionado a aceitar o sistema vigente, até que se apaixona por Júlia, colega de trabalho que secretamente detesta o governo, e juntos se revoltam contra o Partido.
O Partido é liderado pelo “Big Brother”, um líder ditador. O Grande Irmão, apesar de nunca ter sido visto pessoalmente, controla e vê tudo e todos.
Esse controle é feito por meio das “teletelas” que tinham em todas as casas e microfones escondidos nas ruas e pequenos helicópteros (drones) que filmam dentro das casas.
A “teletela” é como um televisor bidirecional embutido na parede em que permitia tanto ver quanto ser visto. E quando nenhum programa estava sendo exibido, mostrava a figura inanimada do “Big Brother”.
Oceania é um Estado que não tinha leis, e a única ordem era que todos deviam obedecer ao Partido. E aqueles que não obedeciam, poderiam ser denunciados a “Polícia do Pensamento”.
O papel da Polícia do Pensamento era fiscalizar o comportamento dos cidadãos, repreendê-los e puni-los, caso eles tivessem pensamento próprio e fossem contra o “Big Brother”.
Qualquer um que questionasse o Partido e os documentos que Winston reescrevia era acusado de cometer “crimideia”. Aplicado pela Polícia do Pensamento, a “crimideia” poderia sentenciar a pessoa a morte.
Após algumas atitudes de rebeldia contra o Partido, Júlia e Winston são desmascarados e presos. Winston é torturado por O’Brien, e com o tempo ele começa a aceitar o mundo autoritário do governo.
Winston passa pelo tenebroso Quarto 101, considerado o pior lugar do mundo. Os torturadorescolocavam uma máscara no rosto do torturado com uma pequena abertura para uma gaiola cheia de roedores famintos. O mesmo acontece com Júlia, até que ambos não resistem às torturas e um denuncia o outro.
Winston renega o perigo maior ao Partido e passa a aceitar e a amar o Grande Irmão. Contudo, ele foi rebaixado para um trabalho ordinário num sub-comitê, enquanto Júlia conseguiu fugir do Quarto 101.
Por fim, o Partido conseguiu separar os dois que só se encontram ocasionalmente. Entretanto, não eram mais os mesmos e finalmente se adaptaram ao mundo comandado pelo “Big Brother”.
Análise de “1984”
“1984” é um livro que traz questionamentos que perduram até os tempos atuais, como a vigilância 24 horas por meio das câmeras existente no mundo.
Até que ponto essa vigilância é benéfica para as pessoas? Aonde fica a liberdade quando as pessoas estão sendo vigiadas e controladas por câmeras 24 horas? 
Pode-se dizer que as “teletelas” descritas em “1984” são como as câmeras de segurança, dos celulares, tablets e computadores que também são capazes de captar e transmitir imagens.
Além disso, se discute as redes sociais e buscadores, como o Google, pois estão capturando os dados e tudo que é feito na internet no intuito de influenciar o comportamento dos indivíduos.
É um questionamento voltado para a tecnologia que tem contribuído amplamente para o controle dos cidadãos e assim, a perda da privacidade.
Uma das principais bases de “1984” é que a dominação é a alienação. Por viver sob o comando do Grande Irmão, as pessoas não exploram a própria mente ou o poder proporcionado pelo corpo.
As poucas pessoas que se davam conta que a realidade construída pelo Partido era artificial, eram perseguidas e eliminadas.
O livro é tão atual que, um caso ocorrido 2013 revelou a semelhança que há da distopia de “1984” com a sociedade atual mundial.
O caso aconteceu com o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, na época com 29 anos. Edward foi acusado de espionagem após revelar informações sigilosas dos Estados Unidos em que o país tinha programas de vigilância que eram capazes de monitorar as pessoas de vários países do mundo.
Após a sua descoberta, Snowden teve que fugir do país para não ser preso e julgado pelo vazamento de informações do governo americano, pois ele foi acusado de espionagem.
Isso faz um paralelo com a narrativa do livro "1984", em que são punidos aqueles que contrariam ou se recusam a seguir as regras do governo e serem constantemente vigiados.
Adaptações
“1984” já foi adaptado duas vezes para o cinema, uma delas em 1956 com direção do britânico Michael Anderson. O roteiro foi assinado por Ralph Gilbert Bettison e William Templeton.
No mesmo ano, o diretor Micahel Radfor lançou uma nova versão de “1984”, tendo o roteiro assinado por ele mesmo em parceria com Jonathan Gems.
Além das adaptações cinematográficas, em 1974 David Bowie lançou a canção “1984” presente no álbum “Diamond Dogs”.
Também foi inspirada no romance, a HQ “V de Vingança” de Alan Moore. E “1984” foi também o nome de um comercial da Apple que gerou muita polêmica.
Você sabia?
O reality show “Big Brother Brasil” foi importado da versão criada pela produtora holandesa Endemol. O programa é inspirado na mesma ideia do romance: indivíduos confinados e vigiados por câmeras 24 horas.
Contudo, o criador John de Mol nega que haja qualquer relação com a obra de George Orwell, mesmo o nome do show tendo o mesmo do sinistro personagem que representava o governo no livro.
Logotipo do reality show exibido pela Rede Globo. (Foto: Wikipedia)
“The Last Man in Europeu” (O Último Homem da Europa) foi o primeiro título do romance dado por George Orwell.
Segundo o biógrafo Bernard Crick, em carta enviadas ao editor Frederic Warburg, oito meses antes da publicação, Orwell afirmou ter dúvidas sobre o título e após convencimento do editor para um título mais vendável, a obra ganhou o nome de “1984”.
Sucesso confirmado, o romance foi traduzido para mais de 65 países e considerado um dos seus maiores sucessos sendo adaptado para o cinema, televisão, quadrinhos e até a música.
RESUMO DO LIVRO 1984 (George Orwell 1948)
Winston, personagem central de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão (Big Brother). A ideologia do Partido dominante em Oceânia (Ingsoc cujo significado sugere socialismo inglês) não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro".
Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro próximo, tendo como pano de fundo a Guerra Fria iniciada em 45. No decorrer das décadas de 40, 50 e 60 era comum a mídia predestinar em forma de ficção as maravilhas que deveriam existir a partir do ano 2000. Aproveitando-se da onda de ficção o autor escreve em 1948 esse clássico. Orwell deixa claro estar contra o comunismo, impõe no leitor o pavor pelo regime político soviético, satiriza o regime Stalinista com o livro “A Revolução dos Bichos”, em que o personagem central é o porco Napoleão, personificando Stalin. Seu alerta não especifica apenas o socialismo, mas evidencia quanto ao perigo de qualquer regime totalitário. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais, vida e conduta austera constantemente vigiada pela teletela. Essa obra tem como alvo leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À trama de sátira sombria repleta de surpresas algumas alegres, a maioria nem tanto.
 Algumas das ideias centrais do livro dão muito que pensar até hoje, como a contraditória Novalingua imposta pelo Partido para renomear as coisas, com o propósito de dominar com maior facilidade as instituições e o próprio mundo, manipulando a realidade e impondo o virtual. Afinal, quem não conhece hoje em dia “Ministérios da Defesa" dedicados a promover ataques bélicos a outros países, da mesma forma que, no livro de Orwell, o Ministério da Verdade onde Winston trabalha só produz mentiras, O Ministério da Agricultura só promove o racionamento, o "Ministério do Amor" é o local onde Winston será submetido às mais bárbaras torturas nas mãos de seu suposto amigo O'Brien. Em represália do seu amor por Julia.
 Muitos leram 1984 como uma crítica devastadora aos totalitarismos nazifascistas da Europa, de cujos terríveis crimes o mundo ainda tentava se recuperar quando o livro foi lançado. Nos Estados Unidos, foi visto como uma fantasia de horror quase cômico voltada contra o comunismo da hoje extinta União Soviética, então sob o comando de Stálin e seu Partido Único e inquestionável. No entanto, superando todas as conjunturas históricas e até mesmo a data futurista do título, a obra de Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for, de direita ou esquerda. “ O clássico 1984 “ é uma leitura indispensável para a compreensão da história moderna."
A história gravita em torno de um homem próximo dos 40 anos que trabalha no Ministério da Verdade alterando os dados de acordo com a conveniência do partido. Diariamente, os cidadãos devem parar o trabalho por dois minutos e no “momento do ódio” se dedicar a atacar histericamente o traidor foragido Emmanuel Goldstein e, em seguida, adorar a figura do Grande Irmão.
 Separado de uma mulher com quem tivera casado por pouco tempo, ela era extremamente dedicada ao partido, vazia de sentimentos e emoções, Winston Smith morava sozinho em um modesto cômodo, pouco mobiliado, onde havia uma teletela para dar informações e vigiar o morador, poremhavia um canto do quarto que ficava fora do alcance da teletela e Winston aproveitava esse local para escrever seu diário. Smith teve uma irmã que morreu quando criança, vítima da fome e doença promovidas pela miséria em que viviam. De seus pais restava uma vaga lembrança, não conseguindo saber se o pouco que lembrava se era realidade ou não, esse comportamento era padrão dos habitantes da Oceania nome designado para a parte do mundo que a Inglaterra agora fazia parte.
Após o partido dirigido pelo “Grande Irmão” provavelmente fictício, vencer seu inimigo Goldstein supostamente também fictício, por ninguém saber quem era e nem de seu paradeiro. Os moradores de Londres lembravam vagamente que estiveram a muito tempo atrás sob um regime denominado de capitalismo, porém só os mais velhos tinham vagas recordações embaralhadas, misturavam trechos de música com fatos possivelmente ocorridos. A Oceania sempre estava em guerra ou aliada com a Eurásia ou Lestásia se alternando. Sobre o regime capitalista diziam que era bem pior que agora, os patrões quando insatisfeito com o funcionário promovia diversos castigos físicos, incluindo o espancamento. Apenas aceitava-se o que o partido dizia: A Oceania sempre esteve em guerra com a Eurásia, A Oceania sempre esteve em guerra com a Lestásia, Dois mais dois são cinco e, ninguém podia contestar.
Por estar sempre vigiado no trabalho rua ou em qualquer local, Winston Smith sentia um desejo enorme de se contrapor ao partido, mas o risco era enorme, qualquer um que fosse pego era “vaporizado” seu nome e todos os registros referente ao cidadão infrator eram destruídos de forma que ninguém jamais saberia dizer se tal pessoa existiu. Confiar em alguém para tecer qualquer comentário sobre os destinos políticos da Oceania era por demais arriscados, nunca se sabia exatamente o que a pessoa era ou pensava. Qualquer um poderia pertencer a Polícia do Pensamento ou ser membro do Partido Interno. Os funcionários com graduação mais elevada tinham certos privilégios tais como: moravam em locais mais confortáveis com boa mobília, tinham alimentação de melhor qualidade, transporte próprio e outras regalias incluindo bebida e frutas, funcionários como Winston tinham pequenos privilégios, mas a grande maioria a prole levavam uma vida miserável e seu estado de ignorância era tão grande que nem chegavam a se aperceber de sua condição, todos tinham de comer, beber, vestir e usar todos os produtos de péssima qualidade da marca Vitória, fornecido pelo Estado. As outras pessoas em sua maioria não eram diferentes de Winston, cada qual levava sua vidinha pacata de servidor público, mas sempre muito atarefadas por vezes tinham de trabalhar até altas horas noite adentro. Tudo que um cidadão fizesses dentro ou fora do ambiente de trabalho era constantemente vigiado, quando não havia a teletela poderia haver microfones ocultos até em arbustos nos jardins ou praças, o mínimo movimento poderia ser comprometedor.
Um dos crimes imperdoáveis era o de um homem e uma mulher que trabalhassem para o partido terem um laço afetivo, foi justamente esse crime que leva Winston e Julia a sofrerem todas as torturas possíveis e imagináveis no Ministério do Amor. Ao tomar conhecimento por iniciativa dela que ele era amado, passaram a se encontrar em um quarto que alugaram no andar superior de uma lojinha de antiquários de propriedade de um senhor idoso e viúvo. Smith por algumas ocasiões tentou arrancar algumas informações do tempo de juventude do comerciante, mas foi inútil, o máximo que ele lembrava era de trechos de uma cantiga antiga, cuja letra não tinha nexo.
Winston e Julia durante uma visita a O’Brien, colega que trabalha no mesmo prédio, pedem para entrar para a organização que é contra o partido. O suposto amigo de início demonstra-se um pouco relutante, mas acaba aceitando ambos para trabalhar para a resistência e, deixa claro que em caso de serem pegos, não receberão ajuda de ninguém, estarão sozinhos. A grande surpresa de Smith ao ser preso pela polícia do pensamento foi relatada pelo próprio O’Brien que estava sendo vigiado a mais de sete anos. Durante as seções de tortura ele confessou tudo que o partido desejava, relatou nome e fatos até desconhecidos. A noção de tempo foi totalmente perdida não sabia se era dia ou noite se estava detido a meses ou anos. Não tinha mais nada a confessar, porém as torturas continuavam sem Winston entender o motivo. Somente após longo período de agonia promovida por O’Brien e pedindo para ser executado é que ele soube da razão, embora tivesse confessado tudo que pudesse faltava um detalhe, ele ainda não tinha traído Julia. Para tal propósito foi levado para a sala 101, diante da ameaça de ter o rosto corroído por ratos, Winston Smith suplica que essa tortura deva ser aplicada em Julia ao invés dele. Fato consumado acabara de trair Julia.
Outra surpresa reservada para ele, o partido pouco se importava com a atitude das pessoas, mas sim com o que elas pensavam. Smith e Julia não foram executados, mas se transformaram em perfeitos fantoches do partido. Após a libertação viram-se apenas uma vez, trocaram poucas palavras e cada um tomou seu caminho. Para Winston restava ainda a ultima surpresa, ao descobrir que após tudo o que sofreu nãos mãos de O’Brien em nome do partido, ele Winston Smith agora amava o Grande Irmão como desejava o partido.
George Não toma um lado, pois, demonstra que não há lados. Todos buscam o poder pelo poder. Todo governo quer se manter, rejeita a renovação, e para isso necessita de um inimigo. Precisa do horror, do medo, da violência e da ignorância para manter a 'ordem'. O mais importante do livro é que somos no século XXI protagonistas desse romance. Talvez de uma maneira não tão clara, tão violenta e autoritária. Mas está acontecendo, somos vigiados, a verdade é manipulada, temos nossos 'Grandes Irmãos', nossos supostos inimigos, nossas tão necessárias guerras. Nos mantém atrelados através de outros meios (sistema monetário, educacional, consumista, mídia, etc...) mas ainda assim, acreditamos no que ELES querem, comemos o que ELES nos dão, odiamos quem ELES querem, amamos a quem a Eles agradam, fazemos o que ELES mandam e, pensamos o que Eles desejam! É sem dúvida uma obra futurista almejando alertar para os perigos de um regime totalitário, sem perder, no entanto, a dose de sensibilidade que um bom romance deve ter.
Em nossos escritos, rotineiramente, citamos grandes autores, sejam eles romancistas,filósofos, ensaístas, para dar ênfase aos nossos argumentos. Citamos Franz Kafka quando explicamos o surreal, a idéia do absurdo, a crise de identidade entre o mundo e o indivíduo, etc. Quando reduzimos a realidade à uma unidade sintética sob a transcendência de um sistema idealista dizemos ser uma condição hegeliana , algo originado da filosofia de Fredrich Hegel, e assim por diante. E quando observamos uma situação onde existem a repressão, o abuso do poder e a falta de liberdade de expressão, afirmamos ser esta algo orwelliano, um derivado de George Orwell, autor de “1984”, “Revolução dos Bichos”, entre outros. E é de Orwell o destaque deste artigo, ou seja, deste resumo comentado do seu livro “1984”. O resumo é de Leonardo Silvino, editor chefe do informativo periódico Duplipensar. No video, trailer do filme1″1984″, filme inglês, produzido em 1984 e dirigido por Michael Radford. É adaptação do livro para a tela.
LEONARDO SILVINO
No mais famoso romance de George Orwell, a história se passa no “futuro” ano de 1984 na Inglaterra, ou Pista de Pouso Número 1, parte integrante do megabloco da Oceania. É comum a confusão dos leitores com o continente homônimo real. O megabloco imaginado por Orwell tem este nome por ser uma congregação de países de todos os oceanos. A união de Alca (Área de Livre Comércio das Américas), Reino Unido, Sul da África e Austrália não parece estar tão distante da realidade.
E a transformação da realidade é o tema principal de “1984”. Disfarçada de democracia, a Oceania vive um totalitarismo desde que o IngSoc (oPartido) chegou ao poder sob a batuta do onipresente Grande Irmão (Big Brother).
Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de Winston Smith, membro do partido externo, funcionário do Ministério da Verdade. A função de Winston é reescrever e alterar dados de acordo com o interesse do Partido. Nada muito diferente de um jornalista ou um historiador. Winston questiona a opressão que o Partido exercia nos cidadãos. Se alguém pensasse diferente, cometia crimidéia (crime de ideia novilínguia) e fatalmente seria capturado pela Polícia do Pensamento e era vaporizado. Desaparecia.
Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, o livro não se resume a apenas criticar o stalinismo e o nazismo, mas toda a nivelação da sociedade, a redução do indivíduo em peça para servir ao estado ou ao mercado através do controle total, incluindo o pensamento e a redução do idioma. Winston Smith representa o cidadão-comum vigiado pelas teletelas e pelas diretrizes do Partido. Orwell escolhera este nome na soma da ´homenagem´ ao primeiro-ministro Winston Churchill com o uso do sobrenome mais comum na Inglaterra.
A obra-prima foi escrita no ano de 1948 e seu título invertido para 1984 por opressão dos editores. A intenção de Orwell era descrever um futuro baseado nos absurdos do presente.
Winston Smith e todos os cidadãos sabiam que qualquer atitude suspeita poderia significar seu fim. E não apenas sair de um programa de TV com o bolso cheio de dinheiro, mas desaparecer de fato. Os vizinhos e os próprios filhos eram incentivados a denunciar à Polícia do Pensamento quem cometesse crimidéia. Fato comum nos regimes totalitários.
Algo estava errado, Winston não sabia como mas sentia e precisava extravasar. Com quem seria seguro comentar suas angústias? Não tendo respostas satisfatórias, Winston compra clandestinamente um bloco e um lápis (artigos de venda proibida adquiridos num antiquário).
Para verbalizar seus sentimentos, Winston atualiza seu diário usando o canto “cego” do apartamento. Desta forma ele não recebia comentários nem era focalizado pela teletela de seu apartamento. Um membro do Partido (mesmo que externo como Winston) tinha de ter uma teletela em casa, nem que fosse antiga. A primeira frase que Winston escreve é justificável e atual: Abaixo o Big Brother!
A vida de repressão e medo nem sempre fora assim na Oceania. Antes da Terceira Guerra e do Partido chegar ao poder, Winston desfrutava uma vida normal com os seus pais.
Mesmo Winston tinha dificuldades para lembrar das recordações do passado e da vida pré-revolucionária. Os esforços da propaganda do Partido com números e duplipensamento tornavam a tarefa quase impossível já que o futuro, presente e passado eram controlados pelo Partido.
O próprio ofício de Winston era transformar a realidade. No Miniver (Ministério da Verdade), ele alterava dados e jogava os originais no incinerador (Buraco da Memória) de tudo que pudesse contradizer as verdades do Partido. A função de Winston é uma crítica à fabricação da verdade pela mídia e da ascenção e queda de ídolos de acordo com alguns interesses.
O Partido informa: a ração de chocolate semanal aumenta para 20g para cada cidadão. O trabalho de Winston consistia em coletar todos os dados antigos em que descreviam que a ração antiga era de 30g e substituí-los pela versão oficial. A população agradece ao Grande Irmão pelo aumento devido aos propósitos mediáticos do poder. Winston entendia que adulterava a verdade, por muito tempo ele encobria a verdade para si, mas, aos poucos, ele começava a questionar calado e solitariamente. O medo de comentar algo era um dos trunfos do Partido para o controle total da população. Winston tinha esperança na prole. Na sua ingênua visão, que confunde-se com a biografia de Orwell em sua visão durante a guerra civil espanhola, a prole é a única que pode mudar o status quo.
Winston lembra dos “Dois minutos de ódio”, parte do dia em que todos os membros do partido se reúnem para ver propaganda enaltecendo as conquistas do Grande Irmão e, principalmente, direcionar o ódio contido contra os inimigos (toteísmo usado, amplamente pelo ser humano: odeie o seu inimigo e se identifique com o seu semelhante). Durante este ato, Winston repara num membro do Partido Interno, seu nome é O´Brien. Winston separou-se devido à devoção de sua esposa ao Partido. Ela seguia a determinação que o sexo deveria ser apenas para procriação de novos cidadãos. O sexo como prazer era crime. Ao ver uma bela mulher, lembrou-se da última vez que fizera sexo. Havia três anos e com uma prostituta repugnante. Boicotar o sexo, como pretendem os atuais donos-do-mundo é uma das forças –motrizes para dominar a mente. Winston anotava tudo o que se passava pela sua cabeça. Um exercício proibido mas necessário. Anotar e lembrar pode ser muito perigoso. O caso mais escandaloso que revoltava Winston era o de Jones, Aaronson e Rutherford, os últimos três sobreviventes da Revolução. Presos em 1965, confessaram assassinatos e sabotagens em seus julgamentos. Foram perdoados, mas logo foram presos e executados. Após um breve período Winston os viu no Café Castanheira (local mal-visto pelos cidadãos que não queriam cometer crimidéia). No ano do julgamento Winston refez uma matéria sobre os três ´traidores´. Recebeu através do tubo de transporte que eles estavam na Lestásia naqueles dias, mas ele sabia que eles confessaram estar na Eurásia (naquela época a Eurásia era a inimiga, mas num piscar de olhos, a Lestásia deixava de ser aliada e passava a ser inimiga).
Esta é uma crítica às alianças políticas, principalmente ao pacto de Hitler e Stalin. Os nazistas chegaram ao poder financiados também por setores dos EUA para combater o avanço do comunismo. Durante a vigoração do pacto, a aliança entre Moscou e Berlim sempre existiu para a população dos dois países. Eles não eram amigos, eles sempre foram amigos! No ano seguinte, rumo ao ´espaço vital alemão´, os russos sempre foram os inimigos.
Sempre tinham sido. Bastante atual se com pararmos o apoio logístico e bélico dado aos estadunidenses a Saddam Hussein e Osama bin Laden para combater o comunismo. Agora, eles são os inimigos eternos.
A mentira do Partido era a prova que Winston procurava para si. Havia algo podre na Oceania. Winston , que era curioso mas não era burro, joga o papel que podia incriminá-lo no buraco da memória. Revoltado, escreve no seu diário que liberdade é poder escrever que dois mais dois são quatro. As fábricas russas ainda contém placas com o lema: dois mais dois são cinco se o partido quiser.
Não era bem-visto que membros do Partido frequentassem o bairro proletário. Winston estivera havia poucos dias no mesmo local para comprar seu diário. Depois de um costumaz bombardeio, Winston entrevista pessoas sobre como era a vida antes da guerra, mas os idosos não lembram mais, apenas futilidades e coisas pessoais. Ao votar ao antioquário o proprietário tem uma surpresa para o curioso por antiguidades. Winston esperava ver algum objeto anterior ao Partido mas o que o Sr. Carrington lhe mostra é um quarto com arrumação e mobílias antigas. Sem tetelas.
Winston, ao sair do antiquário, vê uma mulher e desconfia que ela seja uma espião da Polícia do Pensamento. No dia seguinte, a encontra no Ministério da Verdade, o que aumenta o seu temor em ser denunciado. Ao passar por Winston , ela simula uma dor para desviar a atenção das tetelas, e lhe passar um bilhete escrito: “Eu te amo”.
As normas do Partido deixavam claro que membros do Partido, principalmente dos sexos opostos, não deviam se comunicar a não ser a respeito de trabalho. Passaram-se semanas em conversas fragmentadas até conseguirem marcar um encontro num lugar secreto longe dos microfones escondidos. Winston só descobre seu nome após beijá-la. Júlia confessa que ficou atraída por Winston pelo seu rosto que parecia ir contra o partido. Estava na cara que Winston era perigoso à ordem e ao progresso.
Winston se surpreende ao saber que Júlia se ´apaixonava´ com facilidade. O desejo dela era corrompero estado por dentro, literalmente. Para continuar seu romance com Júlia, Winston têm a ideia de alugar aquele quarto do antiquário.
Winston ficou impressionado e passou a acreditar que Júlia seria uma ótima companheira de guerra. Por enquanto, era a pessoa que Winston podia compartilhar seus sentimentos e secreções. Apaixonado, ele recupera peso e saúde. Enquanto isso, o partido organizava a “A Semana do ódio” (paródia dos mega-eventos políticos, principalmente as Reuniões de Nuremberg promovidas pelo partido nazista e das paradas militares comunistas) e algumas pessoas desapareciam. Syme, filologista que dedicava-se a finalizar a décima-primeira edição do Dicionário de Novilíngua, tornou-se impessoa. Seu nome não estava mais nos quadros. Nunca esteve.
Certo dia, O`Brien, um membro do Partido Interno, percebe também que Winston era diferente dos outros. O`Brien o convida , para despistar as teletelas, a ir ao seu apartamento ver a nova edição do dicionário novilíngua. O convite de O`Brien era incomum e fez Winston se animar com a possibilidade de uma insurreição. Ele passa a crer que a Fraternidade não era apenas peça de propaganda, a organização anti-Grande Irmão responsável por todos os danos causados na Oceania TAM qual Bola-de-Neve em “A Revolução dos Bichos”.
Winston leva Júlia ao encontro. Para o espanto do casal, O `Brien desliga a teletela de seu luxuoso apartamento. Alguns integrantes do partido Interno tinham permissão para se desconectar de suas ´bandas- largas´ por alguns instantes. Winston confessa seu desejo de conspirar contra o Partido, pois acreditava na existência da Fraternidade e para tal suas esperanças estavam depositadas em O`Brien. Os planos eram regados a vinho digno, artigo inviável para os integrantes do Partido Externo, e o brinde destinado ao lider da Fraternidade, Emanuel Goldstein. Dias depois, Winston recebe a obra política de Goldstein em seu cubículo.
Winston “devora” o livro enquanto Júlia não demonstra o mesmo interesse. Winston ainda acredita nas proles mesmo a ver uma mulher cantando uma música pré-fabricada em máquinas de fazer versos. Nada muito distante da música atual. “Nós somos os mortos” filosofa Winston ao contemplar a vida simples da prole. A ignorâcia dos menos abastados não era perigo para o Partido e, portanto, não sofria tanta repressão quanto os membros, superiores e inferiores do Partido, a classe média. “Nós somos os mortos” repete uma voz metálica. Sim, era uma teletela escondida atrás de um quadro. Guardas irrompem o quarto e Winston vai para uma cela, provavelmente, no Ministério do Amor.
Até as celas tinham teletelas que vigiavam cada passo de um Winston doente e faminto. Os prisioneiros têm a fisionomia dos do campo de concentração. Ao encontrar O`Brien, Winston que pensara que ele também fora capturado, escuta a frase mais enigmática do livro: “Eles me pegaram há muito tempo”.
Winston vai para uma sala e O`Brien torna-se o seu torturador. O `Brien explica o conceito do duplipensar, o funcionamento do Partido e questiona Winston das frases de seu diário sobre liberdade. O`Brien não esquece o que o Winston escreveu. A liberdade é o tema para que O`Brien durante a tortura o controle da realidade. Se fosse necessário deveria, haver quantos dedos em sua mão estendida o partido quisesse. A verdade pertence ao Partido já que este controla a memória das pessoas. Winston, torturado e drogado começa a aceitar o mundo de O`Brien e passa ao estágio seguinte da adaptação que consiste em: aprender, entender e aceitar Winston sabia que já estava se adaptando e confessando que a Eurásia era inimiga e que nunca tinha visto a foto dos revolucionários. Mas ainda faltava a reintegração e Ester ritual de passagem só poderia ser concluído no Quarto 101. Segundo O `Brien, o pior lugar do mundo.
O Quarto 101 é um inferno personalizado. Como Winston tem pavor de roedores, os torturadores colocaram uma máscara em seu rosto com uma abertura para uma gaiola cheia de ratos famintos separada apenas por uma portinhola. A única forma de escapar era renegar o perigo maior ao Partido, o amos a outra pessoa acima do Grande Irmão. “Pare . Faça isso com a Júlia”. Grita Winston.
Winston, libertado, termina seus dias tomando Gim Vitória e jogando sozinho xadrez no Castanheira Café. Ao fundo, seu rosto aparece na teletela confessando vários crimes. Ele foi solto e teve sua posição rebaixada para um trabalho ordinário num sub-comité. Trajetória de milhares de pessoas de regimes totalitários, como o tcheco Thomaz de “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera, o caso do médico que vira pintor de pareces ao renegar as ordens do partido não é muito diferente daqueles que não se adaptam em sua profissões no mundo livre S/A.
Júlia escapa também do Quarto 101. O Partido os separou e os dois só voltaram a se encontrar ocasionalmente. Já não eram mais as mesmas pessoas. Tinham “crescido” e se traído. Winston, no Café Castanheira, sorri. Está completamente adaptado ao mundo. Finalmente ele ama o Grande Irmão.

Continue navegando