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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS PAU DOS FERROS DISCIPLINA: 0147- Sociologia PROFESSOR: Gilson Jose Rodrigues Junior DIREITOS DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS E O SACRIFÍCIO NAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA PEREIRA, Cecilia Mariany Fernandes [1]; LIRA, Ingrid Rayanny Correia [2]; DE ANDRADE, Janille Valentim [3]; ABRANTES, Pedro Henrique de Oliveira [4] Resumo - O presente resumo expandido tem por finalidade levantar questões sobre o alusivo assunto que compõem os direitos dos animais não-humanos ,acarretando também as religiões de matriz africana ,mas especificamente a prática de sacrifícios não-humanos dentro da religião.Somando-se a isto,utilizou-se um meio de pesquisa quantitativa acerca do referido assunto, onde os resultados foram expostos na análise de dados, no qual obteve-se a conclusão de que a maior parte da cuja sociedade é consumidora de carne,impulsionada por questões gustativas ,é contra o sacrifício de animais e a favor dos seus direitos, de tal forma que é notável a presença de traços contraditórios.Além disso, o dito trabalho também dialoga com o conteúdo,buscando através dele um maior entendimento do mesmo,abordando algumas doutrinas como o Candomblé, e pautando os direitos legislativos que protegem esses animais e a atuação destes.Por fim,chegando-se a conclusão da estigmatização dessas religiões e a contrariedade das pessoas ao se posicionarem. Palavras-chave: Matriz africana. Direitos. Não-humanos. Sacrifícios. 1 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO 3 2.METODOLOGIA 4 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4 3.1 OS DIREITOS DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS 4 3.2 RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA 5 3.2.1 CANDOMBLÉ 6 3.3 SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA 7 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 8 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 11 2 1.INTRODUÇÃO O planeta terra é constituído de uma fauna com grande diversidade, podendo ser exemplificada com os animais marinhos, aéreos e os terrestres. Este fato é evidenciado em qualquer lugar da biosfera terrestre que estejamos, mas vale ressaltar a sociedade como local para maior concentração dessa fauna por ser habitat do único animal que possui racionalidade, os humanos, e decorrente deles, a grande quantidade de animais não humanos que são manejados e domesticados pelos mesmos, inteirando-se ao seu meio social. O termo “animal” é uma palavra que vem do latim “anima” significando “ser que vive”, entretanto, os humanos cujo também são animais são tidos como superiores aos demais, dando-lhes direitos que são negados aos irracionais. Entendendo a seguinte questão de que o ser humano é um animal,e surgindo a ideia a partir de filósofos e sociólogos de que a humanidade já não era tão especial,e sim apenas uma extensão do grupo dos animais na biologia foi-se construindo ao longo do tempo o debate ao redor dos direitos dos animais não-humanos dentro da sociedade, porém de um modo mais intenso a partir do século XVIII. Devido o levantamento de tantas questões com relação aos direitos dos animais não-humanos, começasse a se tornar mais notório o sacrifício de animais em algumas religiões,o que gerou ainda mais debates. Uma questão a ser relacionada nessas religiões é o objeto de estudo de Durkheim: o fato social. Nas religiões que praticam o ato do sacrifício animal, essa ação pode ser compreendida por Durkheim como determinado fato social na sociedade, logo podendo-se explicá-los como os modos seja de sentir ou de agir de um determinado grupo na sociedade. Tratando esse tema como um fato social, segundo o pensamento de Émile Durkheim (1858-1917), faz possível analisá-lo afastando-se do senso comum, pois segundo o sociólogo, o senso comum pode atrapalhar o estudo dos fenômenos sociais. 2.METODOLOGIA O presente resumo de forma expandida teve um caráter definido por meio da pesquisa básica pura, destacando-se a atribuição quantitativa, onde foi gerado um formulário informal pelos componentes com perguntas simples e objetivas para a apuração de dados acerca do conteúdo abordado. Toda a população tinha acesso ao formulário, podendo desta forma, obter resultados distintos de acordo com os costumes, crenças e pensamentos de cada pessoa. À partir desses dados, 3 foi estabelecido um gráfico onde consta todas as opiniões dos contribuintes para a realização deste artigo, cujo posteriormente foram devidamente discutidas. As ideias e informações contidas aqui foram relacionadas com o texto Estigma - o princípio da igualdade constitucional, disponibilizado pelo professor Gilson Rodrigues, e com dois dos principais sociólogos estudados em sala de aula, Émile Durkheim e Max Weber, por terem conceitos e pensamentos sobre ações e fatos sociais que se encaixam na temática. Além dos recursos de posicionamento social, foram utilizadas consultas em periódicos, artigos científicos, sites da internet e teses de especialistas da área de Proteção aos Animais não Humanos. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 OS DIREITOS DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS Compreende-se por animal qualquer ser vivo que possua a capacidade de sentir e movimentar-se por impulso próprio. No entanto,quando citamos os animais não-humanos estamos realizando um corte nesse grupo, e referindo-se apenas aos animais irracionais, cujos diferem-se dos demais, racionais (seres humanos) pela sua ausência de um encéfalo altamente desenvolvido. A proteção aos animais, tal qual de toda a ecologia, é algo que com o passar do tempo e com a conscientização da humanidade em preservar a fauna e a flora terrestre, tornou-se um dos principais atributos para a elaboração de um futuro garantido à toda biodiversidade. Essa preocupação só foi consolidada após a Constituição Federal Brasileira de 1988, onde constava no artigo 225, parágrafo 1°, inciso VII que era necessário “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”. Essa lei dá ênfase na teoria já abordada anteriormente por Charles Darwin em sua obra “A Origem das Espécies pela Seleção Natural” publicada em 1858, onde integra a ideia de que os animais se diferem dos seres humanos apenas em grau e não em essência, ou seja, os animais não humanos são seres que contém vida e sentimentos, consequentemente, quando submetidos a ações que infligem a sua condição de sensibilidade deve-se ser considerado seu sofrimento, não havendo justificativa moral para tal ato. Por outro lado, apesar da constituição de 1988 determinar a preservação da fauna brasileira, o art. 5º inciso VI, da CF/88 declara que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 4 assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Sendo assim, o sacrifício de animais como integrante de cultos religiosos está metaforicamente permitido, havendo a exceção de uma vigência da Lei 9605/98 art. 32 onde consta a penalidade ao “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animaissilvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, tendo detenção de três meses a um ano, e multa”. Diante deste preceito, as religiões de matriz africana alegam que o sacrifício animal deve ocorrer, segundo seus costumes, de forma rápida e que não cause dor à esses animais. A controvérsia gerada em torno dessas afirmações ainda é motivo de confusão, por o esclarecimento desse fato, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou em novembro de 2016 um projeto de lei onde proibiria essas práticas, mas não foi aprovado por uma diferença de 20 votos a 4, alegando que a proibição desse ato não seria fiel a Lei de liberdade às práticas religiosas. Até a conclusão deste resumo expandido no mês de novembro de 2018 ainda não existe uma lei que proteja os animais dessa prática em meio religioso. 3.2 RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA Entende-se por religião toda a ação e conhecimento do ser humano relacionado à um ser Divino e Sagrado, onde há uma relação de veneração, dependência e fé à divindade considerada criadora de toda realidade, seguindo sempre os seus ensinamentos, que em sua maioria estão escritos em livros ou são transmitidos oralmente e hereditariamente a diversas pessoas, formando assim, um grupamento de fiéis que constituem uma igreja. No Brasil, existem diversas religiões que se originaram na África e foram trazidas e enraizadas na cultura de muitos povos brasileiros, que descenderam ou acabaram adquirindo essas práticas religiosas. Desde a época da escravidão, era comum haver manifestações religiosas entre os afrodescendentes, e apesar da forte influência europeia impondo as prática do cristianismo, muito dessa cultura se manteve até os dias atuais, sendo a mais comum delas, o Candomblé. Além do Candomblé, que é a religião de matriz africana que mais possui fiéis no brasil, cerca de 3 milhões de brasileiros, existe a Umbanda, Catimbó, Macumba, Pajelança, Toré, Cabula, Xangô de Pernambuco, Batuque Gaúcho, Santería Cubana, Xambá, entre outras com minoria de fiéis. O Xangô Pernambucano, Batuque Gaúcho, Santería Cubana e o Candomblé tem relações que vão além do culto aos Orixás, essas religiões utilizam de sangue animal para a realização de suas cerimônias, cujo também apresentam características análogas em neste procedimento. Entretanto, 5 muitos acham curioso o fato dos seguidores da Umbanda não fazerem esse tipo de sacrifício, já que é uma religião tão próxima ao Candomblé. De acordo com Queiroz (2018) a premissa básica da umbanda é a preservação de todas as formas de vida, tornando infundada a cogitação do sacrifício animal, sendo essa uma distinção marcante entre umbanda e candomblé. A Umbanda, por ser uma das religiões afro-brasileiras mais cultuadas juntamente com o Candomblé, acaba havendo uma associação precipitada entre as duas, pois apesar de compartilharem o culto a muitos Orixás, suas finalidades e cerimônias são de uma distinção significativa. Exemplificando, em suas cerimônias a Umbanda não pratica do sacrifício animal pois utilizam de uma metodologia de culto mais humanitária tratando-se de animais. 3.2.1 CANDOMBLÉ Oriundo do animismo africano³, o Candomblé é uma religião na qual se cultuam os orixás (também conhecidos como voduns ou nkisis, variação a qual se dá de acordo com cada nação), caracterizando-se como totêmica e familiar. Essa doutrina é uma das religiões de matriz africana 1 mais praticadas em todo o hemisfério, e principalmente no Brasil.Estima-se que os seus fiéis somem 3 milhões de pessoas em todo o globo. Sua eclosão brasileira data do século XVI, quando escravos africanos foram tragos para o país. Embora submissos, os cativos não mediram esforços para preservar a sua cultura, prosseguindo assim com seus costumes e crenças. Basicamente, o candomblé consiste homenagem e culto à divindades e encarnações de forças naturais buscando,em seus rituais, trabalhar as questões terrenas, responsáveis pela felicidade dos seres, bem como a preservação do meio como um todo. Seus rituais ocorrem em terreiros (nomenclatura que se tornou mais utilizada) cujos funcionam como uma espécie de templo religioso.Tal templo pode ser regido em duas linhas mais comuns, a Matriarcal ou Patriarcal.Limitando sua liderança apenas a indivíduos do sexo masculino ou feminino. A realização dos rituais feitos nos terreiros é conduzida pela Mãe de Santo, ou Pai de Santo, cujos são os líderes do terreiro, responsáveis pelo “despacho do Exu”.A cerimônia é realizada com músicas tocadas em tambores em um ritmo de dança, com duração superior a duas horas. Seus principais deuses são: Iemanjá, Iansã, Oxóssi, Ogum, Oxum, Exu, Omulu, Nanã, Ossaim, Oxumaré e Oxalá. 1Culto de entidades não-humanas como símbolos ou ancestrais de coletividade. 6 Dentre os princípios do candomblé, o respeito à vida e a preservação da felicidade dos seres da natureza (o que inclui os humanos) está entre seus maiores objetivos, visando proporcionar o equilíbrio do meio para que todos possam ser felizes em sua plenitude. No entanto, durante muito tempo essa religião foi marginalizada, já que principalmente no período de seu surgimento a igreja católica era a possuidora do governo, proibindo assim quaisquer ritual fora da esfera católica, condenando a prática como um ato criminoso. O que fez com que os escravos louvassem suas entidades secretamente, ocultando-os em santos do catolicismo, dando origem a diversas similaridades entre as crenças na atualidade.Ogum, por exemplo, tem sua associação direta a São Jorge e Iemanjá, a Virgem Maria. 3.3 SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA Depreende-se o sacrifício como uma oferenda ritual a uma divindade, que se caracteriza pela imolação real ou simbólica de uma vítima ou pela entrega do que se foi ofertado. Neste ato religioso, a morte rompe o último vínculo da vítima com o mundo profano, tornando assim a consagração definitiva, fazendo-a renascer sagrada. Posteriormente, separada permanentemente do mundo profano, o destino da vítima costuma ser o consumo, tanto divino quanto humano . Utilizando uma faca especial, o axogum abre a garganta do animal (quando se trata de 2 animais maiores o mesmo recebe ajuda de assistentes). Na sequência, degola-o, enquanto o referido se debate. Algumas partes específicas, como o seu coração e os genitais, são colocadas sobre um alguidar . Esses pedaços serão oferecidos para o orixá que irá comê-lo. O seu sangue é recolhido e 3 usado para sacramentar imagens e instrumentos utilizados no terreiro. Todo o restante do corpo é aproveitado. O couro costuma ser usado para fazer atabaques . A carne é consumida pelos 4 integrantes do terreiro, cujos fazem grandes almoços para os filhos de santo e os visitantes. Os animais que normalmente são sacrificados se distinguem de acordo com o orixá ao qual será direcionada a oferenda, podendo estes virem a ser galinhas, patos, pombos, bodes, carneiros, e até mesmos bois inteiros.Inclusive, em alguns rituais matam-se vários bichos de uma vez. No entanto, é válido ressaltar quenão são imolados animais silvestres e nem domésticos. A primeira oferenda é destinada a Exu, que por sua vez abre os caminhos e garante que os demais orixás recebam suas oferendas. 2 Sacerdote cujo recebeu preparo para exercer essa função. 3 Uma bacia de barro. 4 Instrumento musical de percussão afro-brasileiro. 7 Este, por sua vez embora encontrado nos rituais bíblicos do antigo testamento, e presente em inúmeras religiões como o hinduísmo e judaísmo, prossegue sendo visto como um ato cruel e criminoso, considerado digno de penalização, pois atribui-se a ele os maus tratos animais. No entanto,para o pesquisador rodrigo pereira (2018) ao se sacrificar um animal, não está se matando uma vida, mas sim fazendo essa energia que anima orixás e homens ser redistribuída.Pressupondo assim, que os estereótipos estabelecidos pela sociedade em relação a essas crenças são meros estigmas sociais. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Alicerçando-se nessas informações, foi efetuado um formulário informal, compartilhado em mídias sociais, com o objetivo de construir um tipo ideal , segundo o pensamento do sociólogo 5 Weber. Dessa forma, foram consideradas opiniões culturalmente relevantes para a realização do estudo. As respostas foram organizadas em formas de gráficos para melhor absorção dos dados. Gráfico 1 5 Instrumento de análise sociológica para o entendimento da sociedade. 8 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 9 Os gráficos 1 e 2, foram realizados com o intuito de analisar se a população se alimenta de carne e o porquê de ela deglutir esse alimento. Com relação ao gráfico 1, 97% das pessoas responderam que se alimentam de carne, e cerca de aproximadamente 71% consomem esse alimento apenas por agrado ao paladar, associando-se ao gráfico 2. Desse modo, infere-se, que na maioria das vezes os animais não-humanos são sacrificados para consumo humano apenas pela gustação. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne - ABIEC, atualmente o Brasil tem exportado cerca de 20% do total produzido de carne bovina, restando (80%) para o consumo interno. Correlacionando todos os gráficos, percebe-se que por mais que a porcentagem de 97% das pessoas consuma carne, e aproximadamente 71% realize isso com o intuito de agradar o paladar, 28% (gráfico 4) considera absurdo o sacrifício dos animais não-humanos em determinadas religiões. Portanto, é possível concluir que matar para se alimentar, e para a gustação, é mais coerente para alguns do que por acreditar. No entanto, em ambos os casos são ações movidas por crenças em determinados grupos sociais. Relacionando esses dados com o pensamento do sociólogo Max Weber (1864-1920) sobre ação social, é possível interpretá-los. Este comportamento, realizado por esses indivíduos, pode ser compreendido por uma ação racional com relação a valores, pois, provavelmente, essas pessoas foram influenciadas por seus valores (ético, estético, religioso ou qualquer outra forma), levando-as a se posicionarem contra essas práticas e as condenando, com base em suas próprias crenças e convicções. Devido ao Brasil ser um país laico, é possível encontrar diversas religiões, porém, é corriqueiro seguidores de determinadas religiões praticarem preconceito para determinados costumes de outras, caracterizando o que é chamado de intolerância religiosa. Desse modo, é comum religiões de matriz africanas serem estigmatizadas, segundo o conceito de Goffman, por seus costumes e crenças que diferem de determinados grupos sociais. Consequentemente, torna-se irrelevante estigmatizar determinadas práticas religiosas, se ações realizadas cotidianamente se assemelham às mesmas. Para o ministro Marco Aurélio (2018), se a população consome carnes de animais, dessa forma, é irracional proibir o sacrifício de animais. Além disto, é inconveniente limitar a possibilidade de sacrifícios de animais apenas as religiões de matriz africana. Outro assunto a ser discutido é a presumível questão do racismo, por se tratarem de religiões que tem origem africana e é seguida pela maiorias das vezes por pessoas negras, é comum que haja um certo preconceito de algumas pessoas para com essas religiões. O advogado Hédio Junior, da 10 União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil, afirmou que a lei - (discutida no STF neste ano) que propõe julgamento sobre sacrifício de animais em religiões de matriz africana - é um clássico de racismo. Para Hédio (2018) a discussão sobre as religiões africanas, onde prevalece a cor negra. É tratada da mesma forma que coisas de preto no Brasil. Em outras palavras, a vida de negro não tem valor. No entanto, o animal utilizado como sacrifício na religião de negro tem que ser rigorosamente protegida. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, conclui-se dentro do contexto de Ervin Goffman, cujo infere que estigma é a desaprovação de atos fora das normas na sociedade, sendo que para Goffman “são marcas desacreditáveis que são estabelecidas por outras pessoas em encontros sociais e em envolvimentos afetivos [...]. Estigma é produto da aprendizagem, e é na interação social onde se dá, geralmente, a estimulação ou iniciação do processo de aprendizagem social” (Martin, 1986:147); as religiões de matrizes africanas estão em constante estigma dentro da sociedade, por possuírem crenças diferenciadas das demais, também fugindo do contexto de igualdade. Podemos dizer que tal estigma vem de décadas e séculos atrás, e desde o confim das sociedades o diferente da normalidade é tido como errôneo, e a primeira percepção de um desconhecido que possui como características tais atitudes torna-se negativa. Deduziu-se também que apesar de alguns brasileiros tentarem mudar essa realidade ainda não existem determinados direitos para os animais não-humanos com relação a cultos religiosos no país, diferentemente de outros países. E ainda a contrariedade das pessoas em relação ao assunto. 11 REFERÊNCIAS OS ORIXÁS MAIS POPULARES DO BRASIL: Conheça a ficha completa das 12 divindades do candomblé brasileiro. Divinizados há 5 mil anos, os orixás representam homens e mulheres com capacidade de alterar o curso da natureza. Jardim Morumbi, São Paulo: Grupo Abril, 02 abr. 2018. Mensal. COELHO, Carla Jeane Helfemsteller; OLIVEIRA, Liziane Paixão Silva; LIMA, Kellen Josephine Muniz de (Ed.). Sacrifício ritual de animais não-humanos nas liturgias religiosas de matriz africana: "Medo do feitiço" e intolerância religiosa na pauta legislativa: Ritual sacrifice of non- human animals in afro-brazilian religions: “voodoo fear” and religious intolerance in political agenda. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, v. 11, n. 22, p.53-82, maio/jun. 2016. Mensal. FERNANDEZ, Atahualpa; FERNANDEZ, Marly. Sobre os direitos dos animais: humanos e não humanos. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3931, 6 abr. 2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/27244>.Acesso em: 11 nov. 2018. UNICRIANÇA (Brasil) (Ed.). Porque nós somos animais? Minas Gerais, 2017. Disponível em: <http://www.universidadedascriancas.org/perguntas/por-que-nos-somos-animais/>. Acesso em: 9 nov. 2018. VICENTE, Luciano Rosa. Direitos constitucionais de proteção aos animais e de liberdade religiosa: qual deve prevalecer quando se trata do abate de animais nos cultos de matriz africana?. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5436, 20 maio 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/66080>. Acesso em: 11 nov. 2018. COELHO, Gabriela. RITUAIS EM PAUTA: STF começa julgamento sobre sacrifício de animais em religiões de matriz africana. Brasília: Consultor Jurídico, 2018. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2018-ago-09/supremo-comeca-julgamento-sacrificio-religioso-animais >. Acesso em: 11 nov. 2018. SVITRAS, Caroline. A análise social de Max Weber. São Paulo: Escala, 2017. Disponível em: <http://sociologiacienciaevida.com.br/a-analise-social-de-max-weber/>. Acesso em: 10 nov. 2018. "Charles Darwin" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Consultado em 11/11/2018 às 13:39. 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E-mail: rayanny.ingrid@escolar.ifrn.edu.br [3] Acadêmica de IFRN/PDF. E-mail: janille.valentim@escolar.ifrn.ed [4] Acadêmico de IFRN/PDF. E-mail: henrique.abrantes@escolar.ifrn.edu.br [5] Orientador de IFRN/PDF. E-mail: rodrigues.gilson@ifrn.edu.br 13 mailto:cecilia.mariany@escolar.ifrn.edu.br mailto:rayanny.ingrid@escolar.ifrn.edu.br mailto:janille.valentim@escolar.ifrn.ed mailto:henrique.abrantes@escolar.ifrn.edu.br mailto:rodrigues.gilson@ifrn.edu.br
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