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MODELO DE FICHAMENTO DO CASO DE HARVARD

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Resenha Crítica de Caso
Carlos Mauricio Pacheco Rosa
Engenharia Social e Conscientização em Seg. da Informação
 Tutor: Prof. Marcelo Vasques de Oliveira
São Gonçalo
2019
 CONFLITO NO ANDAR DE DERIVATIVOS (A)
Referências: Joseph L. Badaracco Jr., Jerry Useem 
De março de 1986 a maio de 1988, eu trabalhei no andar principal de negociações do FirstAmerica Bank, em Nova York. Comecei como assistente e depois vendedor na mesa de derivativos negociados em moeda estrangeira, me especializei em swaps de taxa de juros de moedas cruzadas. Como assistente, eu havia trabalhado com três vice-presidentes e particularmente próximo a uma importante vendedora chamada Linda.
A Poseidon encarou diversos desafios nessa empreitada. Primeiro, o estaleiro francês fornecera um calendário com datas e valores dos pagamentos que compreendia sua proposta para o projeto, e esses pagamentos deveriam ser em francos.
Segundo o governo francês concordara em subsidiar a transação, o governo fez isso com muitos contratos grandes de construção.
Terceiro, embora o tesoureiro e o CFO da Poseidon tivessem uma atividade razoável em mercados de moeda, nenhum dos dois havia feito transações de tal porte ou complexidade. Sentiam-se inseguros com relação aos mercados em moeda francesa. Eles também não estavam familiarizados com estruturas financeiras complexas.
Durante cerca de três meses, Linda trabalhou com o CFO para planejar uma estrutura que resultasse no menor custo possível em dólares. A estrutura desenvolvida por Linda tinha três componentes principais. Primeiro, a Poseidon devia fazer um pagamento inicial de 10% ao estaleiro na assinatura do contrato.
Segundo, durante os primeiros três anos da transação, a Poseidon deveria fazer uma série de pagamentos mensais iguais de juros para o estaleiro sobre o valor pendente da compra.
A terceira parte da estrutura envolvia os pagamentos principais, que deveriam ser feitos ao fim de três, quatro e cinco anos.
Apesar de Linda e o CFO terem analisado diversas alternativas de cobertura contra riscos de taxas de câmbio, a compra de opções em moeda estrangeira, a compra de títulos da dívida do governo francês e o uso exclusivo de futuros, ela tentou convencê-lo de que essa combinação tinha mais sentido sob o argumento de que, com a cobertura contra riscos de taxas de câmbio por meio de grandes contratos de longo prazo, a Poseidon economizaria em custos de transação porque haveria menos transações a fazer. Também alegou que a Poseidon faria uma economia significativa se desse ao FirstAmerica a responsabilidade exclusiva pelo financiamento.
Enquanto eu auxiliava Linda nesse processo, tomei ciência de vários aspectos que me levaram a questionar a forma como ela conduzia os negócios. Primeiro, ao exagerar a necessidade de segredo na transação, ela conseguiu convencer a Poseidon a não consultar outros bancos de investimento.
 Como Linda pretendia usar sua exclusividade para cobrar da Poseidon muito mais que isso, eu questionava o embasamento de seu argumento.
O segundo problema era o preço que Linda cotara, os preços cotados por Linda para a transação podiam ser melhores expressos em termos de taxas de juros, sabendo que as taxas que Linda cotara eram em média 80 pontos básicos mais altas que as taxas de que os negociadores precisavam.
Eu fiz e mandei inúmeras análises ilustrando os benefícios da transação sob uma ampla variedade de possíveis cenários econômicos. os dois executivos ainda tinham dúvidas sobre a estrutura e probidade dos preços disseram que não fariam o negócio, a menos que pudessem ver por si mesmos que as taxas de três a cinco.
Encontrei a página, que estava numa parte do sistema de informação que eu não havia usado antes e notei que a seção era para títulos de dívida em não dólar com restrições de negociação. Depois de pensar alguns segundos, inclinei-me sobre a mesa de Linda e perguntei se ela sabia de algum imposto retido na fonte sobre os títulos. Ela me disse para parar de interromper e mandar o fax imediatamente. Minha reação imediata foi seguir as instruções que recebera. 
Primeiro, Linda era minha superior direta no banco
Segundo eu me sentia em dívida com ela, por ter me ajudado a conseguir o emprego.
Terceiro, como funcionário do banco, eu tinha a responsabilidade de ajudar a minha mesa a ganhar o máximo de dinheiro possível. A transação também ajudaria o banco a mostrar ganhos positivos num período difícil.
Finalmente, o mais importante, eu acabara de começar no meu novo trabalho e sentia que tinha grande potencial. Era muito importante que eu fosse visto como um profissional dedicado, em quem se pudesse confiar plenamente.
Por outro lado, quatro bons motivos que me faziam acreditar que eu não deveria mandar o fax nem telefonar para o CFO. Primeiro, eu acredito firmemente que todas as pessoas têm o dever de ser honestas.
O segundo era a minha responsabilidade profissional com o cliente, uma pessoa num setor de serviços, aceitava um novo trabalho, estava me comprometendo a agir no interesse daquele cliente.
Terceiro, a transação poderia render benefícios significativos para os funcionários e os acionistas do banco a curto prazo, era bem possível que extorquir um grande cliente viesse a ter um impacto negativo tremendo a longo prazo, se a quantia do lucro que Linda havia embutido na negociação algum dia se tornasse de conhecimento público, muitos de nossos clientes quase certamente iriam embora.
Pensei um pouco em todos os seniores com quem poderia falar. Eu já havia conversado com a pessoa mais envolvida nos detalhes da transação, o negociador do andar Roger. O próximo na hierarquia da empresa era o gerente de vendas de derivativos, Peter. Infelizmente, Peter era um gerente totalmente ineficaz, se eu quisesse levar a questão ainda mais alto na escala administrativa, poderia ter ido ao vice-presidente sênior, que gerenciava toda a equipe de 550 membros do andar de derivativos do FirstAmerica. 
Um vendedor júnior, abordá-lo com a intenção de “delatar” minha chefe seria absolutamente intimidador. Na verdade, eu mal podia imaginar isso na época.