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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 AEPCON Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 1 Sumário TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................................................. 2 Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 AEPCON Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 2 TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. República e União não são sinônimas. A União é pessoa jurídica de Direito Público interno com capacidade política, possuindo apenas autonomia, como deixa claro o texto deste artigo. A República Federativa do Brasil é que é soberana, pessoa jurídica de direito público internacional ou externo. Para Celso Bastos, soberania é atributo que se confere ao poder do Estado em virtude de ser juridicamente ilimitado. Já autonomia é margem de discrição de que uma pessoa goza para decidir sobre seus negócios. A Constituição define a República sob dois ângulos. Sob o aspecto territorial, ou físico, a República é composta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 1º, da CF/88). Já sob o aspecto político-administrativo, ou institucional, ou jurídico, tem ela quatro partes componentes: a União, os Estados-membros (Estados Federados), o Distrito Federal e os Municípios, que formam o Estado Federal, encontrando-se no mesmo patamar hierárquico. São entes federativos com capacidade de auto legislação, de auto governo, autoadministração e auto organização. No Brasil, o federalismo se deu por desagregação, resultado de um movimento centrífugo (de dentro para fora), diferente do que ocorreu na formação da Federação dos EUA, que se formou por agregação, num movimento centrípeto (de fora para dentro). Quanto ao modo de separação de competências entre os entes federativos, a doutrina identifica o federalismo dual, onde a divisão de competências é extremamente rígida e o federalismo cooperativo, no qual se verifica uma cooperação entre as atribuições dos entes federalistas. No Brasil, o federalismo é cooperativo. De qualquer forma, como a maior parte da competência se concentra na União, o sentido é centrípeto. Destaca-se também na doutrina a classificação do federalismo em simétrico e assimétrico. No federalismo simétrico verifica-se homogeneidade em relação à cultura, ao desenvolvimento, à língua etc. Ex: Estados Unidos. Contrariamente, o federalismo assimétrico decorre da diversidade cultural e até mesmo de língua. Ex: Canadá e Suíça. A maioria dos doutrinadores defendem que o Brasil possui um federalismo assimétrico. Segundo Maurice Croisat, o federalismo de equilíbrio prioriza a conciliação entre integração e autonomia, entre a unidade e a diversidade, como uma resposta às aspirações de independência e solidariedade dos homens. Para André Ramos Tavares, o federalismo equilíbrio pode ser alcançado pelo estabelecimento de regiões de desenvolvimento e de regiões metropolitanas, concessão de benefícios, além de redistribuição de rendas. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 3 AEPCON Concursos Públicos Por fim, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, fala em uma tríplice estrutura do Estado brasileiro, considerando que no Brasil existem três ordens, que são: a da União (ordem central), a dos Estados (ordens regionais) e a dos Municípios (ordens locais). Sobre os Estados Federados, o artigo 25, caput, da CF/88, diz que: "Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição". Sobre o Distrito Federal, o artigo 32, da CF/88, reza que: "O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-ão por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, a aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição" . Sobre os Municípios, o artigo 29, caput, da CF/88, dispõe que: "O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)". CAPITAL FEDERAL 1 o Brasília é a Capital Federal. Antes de ser promulgada a Carta de Outubro, a Capital Federal era o Distrito Federal. O texto constitucional evidencia a diferença entre a Capital da República e a sua circunscrição territorial, que é o Distrito Federal. A Constituição Federal determina que Brasília seja a Capital Federal. É civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, polo irradiante de onde partem as decisões mais graves e onde acontecem os fatos decisivos para o destino do país. Não se encaixa no conceito geral de cidade porque não é sede de município, segundo José Afonso da Silva. TERRITÓRIO § 2 o Os Territórios Federais integram a União, sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Os territórios federais, portanto, são meras autarquias territoriais da União, descentralizações administrativas territoriais, sem a capacidade de se auto legislar, auto administrar e se autogovernar. Sobre os Territórios, o artigo 33, da CF/88, reza que: Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 4 AEPCON Concursos Públicos Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. §1º. Os Territórios poderão ser divididos em municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Titulo. §2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. §3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Mesmo em Territórios Federais com menos de 100 mil habitantes haverá governador indicado pelo Presidente da República, cuja posse depende de aprovação pelo Senado Federal (art. 52, III,"c" e art. 84, XIV). Qualquer Território Federal terá atuação judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública, porém, como a redação bem indica, a diferença é que, nos Territórios com mais de cem mil habitantes, esses órgãos e agentes públicos estarão atuando no local, sendo que, nos demais, atuarão a partir do Distrito Federal. Caso exista Território, o mesmo elegerá deputados federais, nos moldes do artigo 45, da CF/88, porém não elegerá senadores (art. 46). Dispositivos correspondentes: arts. 14 e 15 do ADCT. ESTADOS FEDERADOS § 3 o Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. A divisão política-administrativa interna da Federação Brasileira não é imutável. São requisitos fundamentais: a) plebiscito (condição prévia, essencial e prejudicial), b) propositura do projeto de lei complementar, que deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional. População diretamente interessada é toda a população do Estado ou Estados envolvidos, segundo já decidiu o Supremo Tribunal Federal. A jurisprudência do STF também deixou assentado que não se pode instaurar o processo legislativo referente à lei complementar de criação do Estado sem que tenha havido a aprovação da emancipação por plebiscito homologado pela Justiça Eleitoral. Por outro lado, a aprovação da criação do Estado no plebiscito não obriga o Congresso a aprovar a lei complementar respectiva, já que isso é ato político e discricionário do Legislativo, a partir de critérios de conveniência e oportunidade. Dispositivo correspondente: art. 48, VI, da CF/88. Jurisprudência relacionada ao tema: EMENTA. A expressão “população diretamente interessada” constante do § 3º do art. 18 da CF (“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”) deve ser entendida como a população tanto da área desmembrada do Estado-membro como a da área remanescente. (...). Dever-se-ia adotar interpretação sistemática da Constituição, para se Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 5 AEPCON Concursos Públicos extrair do termo “população diretamente interessada” o significado de que, na hipótese de desmembramento, caberia a consulta, mediante plebiscito, a toda população do Estado ou do Município, e não somente a da área a ser destacada, porquanto isso fortaleceria os princípios da soberania popular e da cidadania (...). (STF ADI 2650/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 24.8.2011). MUNICÍPIOS § 4 o A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996). São requisitos fundamentais: a) realização e divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, cujos requisitos genéricos exigíveis e a forma de divulgação, apresentação e publicação serão mediante lei federal; b) convocação de plebiscito entre as populações dos Municípios envolvidos, pela Assembleia Legislativa do Estado; c) realização do plebiscito pela Justiça Eleitoral; d) se aprovado o movimento, oferecimento do projeto de lei ordinária estadual de criação, na época permitida por lei complementar federal, que fixa genericamente o período de criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. Vale dizer que a EC 57/2008, que acrescentou o artigo 96 ao ADCT, convalidou as situações ocorridas até o dia 31.12.2006, considerando que a lei complementar supracitada não foi promulgada. (O projeto desta lei complementar foi recentemente aprovado, mas o processo legislativo ainda não foi concluído). Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. Jurisprudência relacionada ao tema: EMENTA. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.619/00, DO ESTADO DA BAHIA, QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL POSTERIOR À EC 15/96. AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL PREVISTA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. (...). 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, há mais de seis anos, como ente federativo. 2. Existência de fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-se à prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada. 4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1.996, devem-se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia autêntica violação da ordem constitucional. (...) No aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento da existência válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à federação. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc15.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc15.htm Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON Concursos Públicos. 6 AEPCON Concursos Públicos da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 12. Julgamento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao editar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, da Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da Bahia. (STF ADI 2.240/BA. Rel. Min. Eros Grau. DJ 03.08.2007). EXERCÍCIOS: 1- Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir- se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou formarem novos, desde que haja aprovação da população interessada, por referendo e do congresso nacional, por lei aprovada, por maioria simples. CERTO ERRADO 2- Para que ocorra o desmembramento do território deum estado, é necessário que a população da área a ser desmembrada e a população do território remanescente sejam consultadas. CERTO ERRADO 3- Cabe à União o exercício de atribuições da soberania do Estado brasileiro, razão por que esse ente se confunde com o próprio Estado federal. CERTO ERRADO 4- A autonomia dos estados-membros caracteriza-se pela sua capacidade de auto- organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração, ao passo que a soberania da União manifesta-se em todos esses elementos e, ainda, no que concerne à personalidade internacional. CERTO ERRADO GABARITO 1E 2C 3e 4C
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