Buscar

OBSERVAÇÕES SOBRE O AMOR TRANSFERENCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

“OBSERVAÇÕES SOBRE O AMOR TRANSFERENCIAL: Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise III”.
FREUD, Sigmund. Observações sobre o amor transferencial. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. 12, p. 207-221, 1915.
O presente texto expõe sobre as dificuldades do analista no manejo da transferência. Freud (1915) relata sobre um caso de uma paciente que demonstra , mediante indicações inequívocas, ou declara abertamente que se enamorou do médico que a estava analisando. Segundo o autor a situação transferencial retarda o desenvolvimento da terapia psicanalítica. Ressalta que este fenômeno pode ser avaliado sob dois pontos de vista, ou seja, a partir do médico e do paciente que dele necessita, de acordo com os fundamentos da psicanálise. 
Segundo o autor, o amor transferencial caracteriza-se por certos aspectos que lhe asseguram posição especial. É provocado pela situação analítica, é intensificado pela resistência e falta-lhe alto grau de consideração pela realidade, é menos sensato, menos interessado nas consequências e mais ego em sua avaliação da pessoa amada do que no amor normal (FREUD, 1915).
Freud (1915) externa que o analista deve se atentar que o enamoramento da paciente é induzido pela situação analítica e não aos encantos de sua própria pessoa, dessa forma, não há motivos para se orgulhar de tal conquista. O fato de a paciente se enamorar na transferência não resulta em qualquer vantagem para o tratamento, pois, por mais dócil que tenha sido a paciente perderá a compreensão do tratamento e seu interesse no mesmo, e não falará ou ouvirá a respeito de nada que não seja o seu amor, que exige que seja retribuído, assim abandona seus sintomas e não lhes dá atenção, declarando que está boa, porém quando esse sentimento passar, ela ficará sem compreensão interna “insight” e estará absorvida em seu amor.
Portanto, na hipótese de ambas as partes serem livres e se aproveitarem a liberdade para retribuir o amor da paciente e acalmar suas necessidades de afeição, nesse caso, a paciente alcançaria o objetivo dela, mas o médico jamais alcançaria o seu objetivo, assim ela triunfaria em seu amor, mas o tratamento seria derrotado. Assim, torna-se importante explicitar que seria desastroso para a análise que o anseio da paciente por amor seja satisfeito, devendo o médico recusar-lhe qualquer retribuição.
O autor relata que o tratamento analítico fundamenta-se na sinceridade, e uma vez que, se exige estrita sinceridade dos pacientes, coloca-se em perigo toda a autoridade se se deixar apanhar por eles no desvio da verdade, dessa forma, necessita-se praticar a neutralidade para com o paciente, que foi adquirido por manter controlada a contratransferência. 
O analista deve ser claro e deve possibilitar que a paciente compreenda que ele está a prova de qualquer tentação, e conseguirá extrair da situação seu conteúdo analítico, dessa forma, a paciente que teve sua repressão sexual afastada para segundo plano se sentirá mais segura para permitir que suas precondições para amar, as fantasias surgidas de seus desejos sexuais, venham a luz, abrindo caminho para as raízes de seu amor.

Outros materiais