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AULA_02 -CARREIRAS JURÍDICAS

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*PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
1. CONCEITO: 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como 
necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da admi-
nistração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Po-
der-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
2. PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos 
elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração uma competência para 
expedir Atos Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade ad-
ministrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe 
sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
3. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se 
valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivos do ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode 
deliberar a respeito do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos elementos para prática de um 
ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca 
poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos princípios 
constitucionais. 
 
4. PODER HIERÁRQUICO 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando conveni-
ente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação Hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e esca-
lão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar: organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre os 
órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens emanadas pelos 
órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo se manifestamente ile-
gais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela Administração através de seu poder dis-
ciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar: coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a cargo do 
mesmo órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar: controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo também com que 
sejam observadas as Leis e Instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 
 
 
 
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 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA): Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam mais conveni-
entes e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa (art.12, Lei do Processo Administrativo Dis-
ciplinar, lei 9.784/99): Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento legal (delegar competência 
para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos; ou quando o ato deva ser praticado 
com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o agente 
delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma 
excepcionalidade. Obs.O responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
 
 Capacidade para Avocar (art.15, Lei 9.784/99): É o chamamento da competência pela autoridade que não 
era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade que assim o era. É excep-
cional, só será possível quando permitida por Lei. A autoridade avocante deverá ser superior à autoridade avoca-
da. Deve ser justificada e Temporária. O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de 
organização interna). Entre os órgãos da Administração direta e dentro dos próprios órgãos da Administração 
Indireta. Não há poder hierárquico de órgão da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tam-
pouco de uma entidade da Administração Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há 
Poder Hierárquico no âmbito externo. OBSNão é controle de subordinação o que ocorre da Administração Dire-
ta sobre a Indireta. É um controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual 
foi criada a entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial 
(as entidades da Administração indireta se vinculam a um ministério). 
 
11. PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
 
 Poder Regulamentar: Se atribui exclusivamente às chefias do Executivo para executarem fielmente a Lei (re-
gulamento de execução), regular matéria não reservada à Lei (regulamento autônomo) ou disciplinar internamen-
te, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo). 
 
12. PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Amplo: toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades 
individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma Lei que venha a restringir uma liberdade 
seria decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes 
da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposi-
ção da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade. 
É um Poder de Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder de 
polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do administrados, apenas limita-los de mo-
do que não ponham a coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados, 
gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 Via de regra, o P. de Polícia é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem que 
exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado, se se mantiver inerte, essa 
inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atos vinculados quando o particular cum-
pre todos os requisitos. 
 
 Atributos do P.de Polícia: 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 
 
 
 
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 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o 
Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrinaentende que esse Po-
der é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração indireta; 
agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais 
restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que 
sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polí-
cia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
 Setores do Poder de Polícia: Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO.

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