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1 www.fanor.edu.br Ciência dos Materiais Curso: Engenharias Módulo: Semestral – 2015.2 Tema: Sistemas Cristalinos Professora: Dra. Emmanuelle de Oliveira Sancho OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM - Visualizar os sistemas cristalinos; - Estudar as Estruturas: Cúbica Simples (CS), Cúbica de Corpo Centrado (CCC), Cúbica de Face Centrada (CFC) e Hexagonal Compacta (HC). INTRODUÇÃO Materiais com ordenação que alcança apenas os vizinhos mais próximos são denominados materiais amorfos (a - significa negação, morfo – significa forma), contudo a maioria dos sólidos tem uma significativa ordenação tridimensional de longo alcance e forma uma rede regular. A estrutura cristalina de um sólido define o tamanho, a forma e o arranjo dos átomos em uma rede tridimensional. De fato, as redes se organizam em um dentre 14 arranjos, denominados redes de Bravais, conforme Figura 1. As 14 redes de Bravais são agrupadas em sete sistemas cristalinos, conhecidos como cúbico, tetragonal, ortorrômbico, romboédrico (também chamado trigonal), hexagonal, monoclínico e triclínico, suas características estão apresentadas na Tabela 1. 2 www.fanor.edu.br Figura 1 – As 14 Redes de Bravais. Tabela 1 – Características dos sete sistemas cristalinos. Sistemas Tamanho dos eixos Ângulos entre eixos Cúbico a = b = c Todos os ângulos são de 90º Tetragonal a = b c Todos os ângulos são de 90º Ortorrômbico a b c Todos os ângulos são de 90º Monoclínico a b c Dois ângulos de 90º, um ângulo () diferente de 90º Triclínico a b c Todos os ângulos são diferentes e nenhum deles é de 90º Hexagonal a1 = a2 = a3 c Dois ângulos de 90º, o ângulo entre a e b tem 120º Romboédrico a = b = c Todos os ângulos são iguais e nenhum deles é de 90º 3 www.fanor.edu.br Observe que para o sistema cristalino cúbico temos as redes de Bravais cúbica simples (CS), cúbica de face centrada (CFC) e cúbica de corpo centrado (CCC). Esses nomes descrevem o arranjo dos pontos em rede na célula unitária. De modo similar, para o sistema cristalino tetragonal, temos rede tetragonal simples e tetragonal de corpo centrado. Lembre-se de que o conceito de uma rede é matemático e não menciona átomos, íons ou moléculas. Somente quando uma base é associada a uma rede é que podemos descrever uma estrutura cristalina. Por exemplo, se considerarmos a rede cúbica de face centrada e posicionarmos a base de um átomo em cada ponto de rede, a estrutura cristalina cúbica de face centrada é reproduzida. Embora todas as redes de Bravais ocorram na natureza, às três redes cúbicas são as mais fáceis de visualizar e são usadas como base para a maioria das discussões. A célula unitária cúbica simples (CS) tem um átomo em cada um dos oito vértices do cubo. Embora simples de visualizar, a estrutura cúbica simples é menos comum que as outras duas estruturas cúbicas. A célula unitária cúbica de corpo centrado (CCC) também tem um átomo em cada um dos oitos vértices, mas tem um átomo adicional no centro do cubo. A célula unitária cúbica de faces centradas (CFC) tem um átomo em cada um dos oito vértices, mais um átomo em cada uma das seis faces do cubo. A rede hexagonal compacta (HC) é a mais comum das redes não cúbicas. O topo e a base da rede têm seis átomos formando um hexágono, que envolvem um único átomo central. Um grupo de três átomos fica localizado entre os planos do topo e da base. Obviamente, outras células compartilham a maioria dos átomos presentes em uma célula unitária. Oito células unitárias distintas compartilham um átomo no vértice de uma rede cúbica. Duas células unitárias partilham o átomo em uma face de uma célula unitária CFC, enquanto apenas uma célula unitária contém o átomo central em uma célula CCC. Uma célula unitária é a menor subdivisão de uma rede, que retém as características básicas da rede. No caso da rede mais fundamental, a cúbica simples, a célula unitária é apenas um cubo com um átomo ocupando cada um dos oito vértices. Os tamanhos e as formas das redes são descritos por um conjunto de comprimentos das arestas e de ângulos denominados parâmetros de rede. Para qualquer sistema, uma composição dos 4 www.fanor.edu.br comprimentos (a, b e c) e dos ângulos interaxiais (, e ) define a forma da rede. Por convenção, é o ângulo entre os comprimentos b e c, é o ângulo entre a e c, e é o ângulo entre a e b, como mostra a Figura 2. Figura 2 – Definição dos parâmetros de rede e sua utilização em sistemas cristalinos. Para qualquer dos sistemas cúbicos, os três comprimentos (a, b e c) são iguais, de modo que um único parâmetro da rede (a) pode ser usado para definir toda a rede cúbica. Além disso, todos os ângulos são de 90º para uma rede cúbica. A estrutura HC, mais complexa, requer dois parâmetros de rede. A menor distância entre os átomos no hexágono é representada por a, enquanto a maior direção entre os hexágonos é representada por c. Muitos metais, incluindo o berílio e o magnésio, têm redes HC. Embora tendamos a desenhar redes como se elas tivessem as formas abertas, como mostradas na Figura 1, os átomo, na realidade, se tocam, como mostrado na Figura 3. Esse empacotamento permite o cálculo do parâmetro da rede. Para o sistema cúbico simples, a distância entre os centros de dois átomos é simplesmente a soma dos raios atômicos dos átomos: a = r1 + r2 Figura 3 – Empacotamento Real dos Átomos. 5 www.fanor.edu.br Se um único tipo de átomo esta presente na rede, os raios atômicos são os mesmos. O parâmetro da rede de um material puro (a0) é indicado por um subscrito. Geometria básica pode ser usada para calcular os parâmetros da rede para diferentes configurações de rede, como mostrado na Tabela 2. Essas equações permitem o calculo do parâmetro da rede para qualquer material que tenha uma estrutura cristalina conhecida, desde que o raio atômico também seja conhecido. Tabela 2- Parâmetros da Rede em Função dos Raios Atômicos para Sistemas de Redes Comuns. Tipo da Rede Parâmetro da Rede (a0) Representação Gráfica Cúbica Simples (CS) a0 = 2r Cúbica de Corpo Centrado (CCC) a0 = 6 www.fanor.edu.br Cúbica de Face Centrada (CFC) a0 = Hexagonal Compacta (HC) a0 =2rc0 = 3,266r O número de coordenação (NC) corresponde ao número de átomos que está em contato com um átomo específico ou ao número de vizinhos mais próximos a esse átomo específico. Esse número indica como os átomos estão, estreita e eficientemente, compactados entre si. A Figura 4 mostra uma ilustração do número de coordenação em célula unitária cúbica simples. 7 www.fanor.edu.br Figura 4 – Ilustração do Número de Coordenação em Célula Unitária Cúbica Simples. Outro parâmetro relevante determinado a partir da estrutura cristalina é o fator de empacotamento atômico (FEA), que é a porcentagem da célula unitária ocupada por átomos, em oposição ao espaço vazio. O FEA corresponde à fração do espaço ocupada por átomos, pressupondo que eles são esferas rígidas dimensionadas de forma que toquem, sempre que possível, seu vizinho mais próximo. A Tabela 3 resume os FEAs para as redes comuns. Tabela 3 – Fatores de Empacotamento Atômico para Diferentes Tipos de Rede. Tipo da Rede Átomos por célula NC FEA CS 1 6 0,52 CCC 2 8 0,68 CFC 4 12 0,74 HC 6 12 0,74 Pode-se calcular a massa específica teórica de um material utilizando as propriedades da estrutura cristalina. A fórmula geral é a seguinte: 8 www.fanor.edu.br MATERIAIS Bolas de isopor; Cola de isopor; Palitos; Tintas coloridas. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1.Visualizar as estruturas cristalinas através dos modelos fornecidos; 2. Verificar e calcular o número de átomos para cada estrutura cristalina; 3. Calcular o fator de empacotamento para cada estrutura cristalina; PÓS-LABORATÓRIO 1. O aluno irá fabricar sua própria estrutura cristalina, dentre os seguintes modelos a serem escolhidos: a. 1 cúbica simples e 1 hexagonal compacta b. 1 cúbica de corpo centrado e 1 cúbica de face centrada 2. Para isto deverá escolher os materiais a serem utilizados como átomos e ligações diferentes dos que foram expostos no laboratório. REFERÊNCIAS CALLISTER, William D. Ciência e engenharia de materiais : uma introdução. 8. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2013. 9 www.fanor.edu.br ASKELAND, Donald R; PHULÉ, Pradeep P. Ciência e engenharia dos materiais. São Paulo: Cengage Learning, 2013. VAN VLACK, Lawrence Hall. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. Rio de Janeiro: Campus, 1984. SHACKELFORD, James. F. Ciência dos Materiais, 6ª ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. NEWELL, James, A. Fundamentos da Moderna Engenharia e Ciências dos Materiais, LTC, 2010.
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