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1 ESTRUTURAS CRISTALINAS 1. INTRODUÇÃO: O motivo pelo qual estudamos as estruturas cristalinas dos materiais é devido ao fato de que as propriedades de muitos desses materiais estão diretamente relacionadas às suas estruturas cristalinas. Por exemplo, o magnésio e o berílio puros e sem deformação, os quais possuem uma determinada estrutura cristalina, são muito mais frágeis, ou seja, fraturam sob menores níveis de deformação do que metais puros e sem deformação, tais como o ouro e a prata, que possuem outra estrutura cristalina. Além disso, existem diferenças significativas de propriedades entre materiais cristalinos e não cristalinos que possuem a mesma composição. Por exemplo, as cerâmicas e os polímeros não-cristalinos são, em geral, opticamente transparentes; os mesmos materiais na forma cristalina (ou semicristalina) tendem a ser opacos ou, na melhor das hipóteses, translúcidos. 2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS: Cristalino: Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade segundo a qual os átomos ou íons estão arranjados uns em relação aos outros. Um material cristalino é aquele em que os átomos estão posicionados em um arranjo repetitivo ou periódico ao longo de grandes distâncias atômicas, isto é, existe uma ordem de longo alcance, tal que, na solidificação, os átomos vão se posicionar em um padrão tridimensional repetitivo, no qual cada átomo está ligado aos seus átomos vizinhos mais próximos. Todos os metais, muitos materiais cerâmicos e certos polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação. Naqueles materiais que não se cristalizam, essa ordem atômica de longo alcance, está ausente, são os denominados materiais não-cristalinos ou amorfos. Um exemplo de um material cristalino e de outro não-cristalino pode ser visto na figura 1 abaixo. 2 Figura 1: Estrutura do (a) dióxido de silício cristalino e do (b) dióxido de silício não- cristalino. Estrutura cristalina: Algumas das propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina do material, ou seja, da maneira segundo a qual os átomos, íons ou moléculas estão espacialmente arranjados. Na descrição das estruturas cristalinas, os átomos (ou íons) são considerados como esferas sólidas com diâmetros bem definidos. Isso é conhecido como modelo atômico da esfera rígida, onde as esferas que representam os átomos vizinhos mais próximos se tocam umas nas outras. Existe um número extremamente grande de estruturas cristalinas diferentes, todas elas possuindo uma ordenação atômica de longo alcance. Essas estruturas cristalinas variam desde estruturas relativamente simples, como ocorre nos metais, até estruturas excessivamente complexas, como as exibidas por alguns materiais cerâmicos e poliméricos. Rede cristalina: Algumas vezes, o termo rede cristalina é utilizado no contexto das estruturas cristalinas. Nesse sentido, “rede cristalina” significa um arranjo tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos (ou centro das esferas que os representam). 3. CÉLULAS UNITÁRIAS: A ordenação dos átomos nos sólidos cristalinos indica que pequenos grupos de átomos formam um padrão repetitivo. Dessa forma, ao descrever as estruturas cristalinas, com freqüência torna-se conveniente subdividir a 3 estrutura em pequenas entidades que se repetem, chamadas de células unitárias. As células unitárias para a maioria das estruturas cristalinas são paralelepípedos ou prismas com três conjuntos de faces paralelas. Uma célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina, onde todas as posições dos átomos no cristal podem ser geradas por translações de comprimentos inteiros da célula unitária ao longo de cada uma de suas arestas. Nesse sentido, a célula unitária é a unidade básica, ou bloco construtivo da estrutura cristalina, e define a estrutura cristalina em virtude de sua geometria e das posições dos átomos no seu interior. Em geral, a conveniência dita que os vértices do paralelepípedo devem coincidir com os centros dos átomos representados na forma de esferas rígidas. Além disso, mais do que uma única célula unitária pode ser escolhida para uma estrutura cristalina particular. Contudo, usamos normalmente a célula unitária que possui o mais alto nível de simetria geométrica. 4. ESTRUTURAS CRISTALINAS DOS METAIS: Como o próprio nome diz a ligação atômica presente no grupo dos metais é uma ligação metálica. É uma ligação de natureza não-direcional, consequentemente são mínimas as restrições em relação à quantidade e a posição dos átomos vizinhos mais próximos. Isso leva a números relativamente elevados de vizinhos mais próximos e a empacotamentos compactos dos átomos para a maioria das estruturas cristalinas dos metais. Além disso, para os metais, ao se utilizar o modelo de esferas rígidas para representar as estruturas cristalinas, cada esfera representa um núcleo iônico. Três estruturas cristalinas relativamente simples são encontradas para a maioria dos metais mais comuns (conforme tabela 1), são elas: • Cúbica de faces centradas; • Cúbica de corpo centrado; • Hexagonal compacta. 4 Tabela 1: Raios atômicos e estruturas cristalinas para 16 metais. (a) CFC: cúbica d face centrda, CCC: cúbica de corpo centrado e HC: Hexagonal compacta. ( b ) Um nanômetro (nm) equivale a 10 -9 m. Estrutura Cristalina Cúbica de Faces Centradas (CFC): A estrutura cristalina encontrada em muitos metais possui uma célula unitária com geometria cúbica, com os átomos localizados em cada um dos vértices e nos centros de todas as faces do cubo. Esta estrutura é chamada apropriadamente de estrutura cristalina cúbica de faces centradas. Alguns dos metais mais familiares que possuem essa estrutura cristalina são o cobre, o alumínio, a prata e o ouro (tabela 1). A figura 2a mostra um modelo de esferas rígidas para a célula unitária CFC, enquanto que a figura 2b apresenta os centros dos átomos, que são representados por pequenos círculos para proporcionar uma melhor perspectiva das posições dos átomos. Figura 2: Para uma estrutura cristalina cúbica de faces centradas, (a) uma representação da célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária com esferas reduzidas e (c) um agregado de muitos átomos na configuração CFC. O agregado de átomos consistindo em muitas células unitárias CFC. se tocam umas nas outras ao longo de uma diagonal da face. O comprimento da aresta do cubo “a” e o raio atômico relacionados através da Figura 3: Aresta do cubo “a” e Raio atômico “R” representados numa estrutura cristalina CFC. uma estrutura cristalina cúbica de faces centradas, (a) uma representação da célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária com esferas reduzidas e (c) um agregado de muitos átomos na configuração CFC. agregado de átomos na figura 2c representa uma seção de um cristal consistindo em muitas células unitárias CFC. Essas esferas ou núcleos iônicos se tocam umas nas outras ao longo de uma diagonal da face. O comprimento ” e o raio atômico “R”, mostrados na figura 3 relacionados através da seguinte expressão: : Aresta do cubo “a” e Raio atômico “R” representados numa estrutura cristalina 5 uma estrutura cristalina cúbica de faces centradas, (a) uma representação da célula unitária por meio de esferas rígidas, (b) uma célula unitária com representa uma seção de um cristal Essas esferas ou núcleos iônicos se tocam umas nas outras ao longo de uma diagonal da face. O comprimento 3 abaixo, estão : Aresta do cubo “a” e Raio atômico “R” representados numa estrutura cristalina O volume dacélula unitária CFC (Vc) pode ser calculado a partir de: Portanto: onde: Vc = volume da célula unitária R = raio atômico [cm] Na estrutura cristalina por oito células unitárias pertence a apenas duas células unitárias. Portanto, um oitavo de cada um dos oito átomos nos vértices e 1/8) + (6 * 1/2)), ou um total de uma dada célula unitária. Isso está apenas as frações das esferas que estão dentro dos limites unitária engloba o volume do cubo que é gerado a partir dos centros dos átomos nos vértices, como mostrado na figura. Na verdade, as posições nos vértices e nas faces são equivalentes, isto é, a translação do vértice do cubo para o centro de um átomo localizado em uma das faces não irá estrutura da célula unitária. Duas outras características importantes de uma estrutura cristalina são o número de coordenação metais, cada átomo possui o mesmo número de vizinhos mais próximos ou átomos em contato, o que corresponde ao seu número de coordenação. estruturas cúbicas de faces centradas, o número de coordenação é 12. Isso pode ser confirmado através de um exame anterior possui como vizinho mais próximo quatro átomos localizados nos vértices ao seu redor, contato pelo lado de trás e quatro outros átomos equivalentes nas faces da próxima célula unitária, à su figura. célula unitária CFC (Vc) pode ser calculado a partir de: Vc = volume da célula unitária [cm³]. [cm]. cristalina CFC, cada átomo em um vértice é compartilhado por oito células unitárias, enquanto um átomo localizado no centro de uma face pertence a apenas duas células unitárias. Portanto, um oitavo de cada um dos oito átomos nos vértices e metade de cada um dos seis átomos nas faces , ou um total de quatro átomos inteiros, podem ser atribuídos a uma dada célula unitária. Isso está representado na figura 2 apenas as frações das esferas que estão dentro dos limites do cubo. unitária engloba o volume do cubo que é gerado a partir dos centros dos átomos nos vértices, como mostrado na figura. Na verdade, as posições nos vértices e nas faces são equivalentes, isto é, a translação do vértice do cubo de um átomo originalmente em um vértice para o centro de um átomo localizado em uma das faces não irá estrutura da célula unitária. Duas outras características importantes de uma estrutura cristalina são o número de coordenação e o fator de empacotamento atômico (FEA) metais, cada átomo possui o mesmo número de vizinhos mais próximos ou mos em contato, o que corresponde ao seu número de coordenação. estruturas cúbicas de faces centradas, o número de coordenação é 12. Isso pode ser confirmado através de um exame da figura 2a. O átomo anterior possui como vizinho mais próximo quatro átomos localizados nos vértices ao seu redor, quatro átomos localizados nas faces que estão em contato pelo lado de trás e quatro outros átomos equivalentes nas faces da próxima célula unitária, à sua frente, os quais não estão representados na 6 célula unitária CFC (Vc) pode ser calculado a partir de: CFC, cada átomo em um vértice é compartilhado , enquanto um átomo localizado no centro de uma face pertence a apenas duas células unitárias. Portanto, um oitavo de cada um dos cada um dos seis átomos nas faces ((8 * podem ser atribuídos a 2a, onde estão do cubo. A célula unitária engloba o volume do cubo que é gerado a partir dos centros dos Na verdade, as posições nos vértices e nas faces são equivalentes, isto de um átomo originalmente em um vértice para o centro de um átomo localizado em uma das faces não irá alterar a Duas outras características importantes de uma estrutura cristalina são o fator de empacotamento atômico (FEA). Nos metais, cada átomo possui o mesmo número de vizinhos mais próximos ou mos em contato, o que corresponde ao seu número de coordenação. Para estruturas cúbicas de faces centradas, o número de coordenação é 12. Isso átomo na face anterior possui como vizinho mais próximo quatro átomos localizados nos quatro átomos localizados nas faces que estão em contato pelo lado de trás e quatro outros átomos equivalentes nas faces da a frente, os quais não estão representados na O FEA é a soma dos volumes das esferas de todos os átomos no interior de uma célula unitária rígidas) dividida pelo volume da célula unitária Tanto o volume total dos átomos como o volume da célula unitária podem ser calculados em termos do raio atômico R. O volume para uma esfera é e uma vez que existem volume total dos átomos (ou esferas) é: Como visto, o volume total da célula unitária é: Portanto o fator de empacotamento atômico é: Para a estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico é 0,74, que é o máximo empacotamento possível para Tipicamente, os metais possuem fatores de empacotamento atômico relativamente elevados, de forma a maximizar a proteção conferida pela nuvem de elétrons livres. Estrutura Cristalina Cúbica de estrutura cristalina comum em metais também po cúbica, com átomos localizados em todos os oito vértices e um único átomo no centro do cubo. Essa estrutura é denominada estrutura corpo centrado. Um conjunto de esferas mostrando essa estrutura cristalina consta da figura 4c enquanto as O FEA é a soma dos volumes das esferas de todos os átomos no interior de uma célula unitária (VE) (considerando o modelo atômico das esferas ) dividida pelo volume da célula unitária (Vc), ou seja: , ou, Tanto o volume total dos átomos como o volume da célula unitária podem ser calculados em termos do raio atômico R. O volume para uma esfera e uma vez que existem quatro átomos por célula unitária volume total dos átomos (ou esferas) é: Como visto, o volume total da célula unitária é: Portanto o fator de empacotamento atômico é: Para a estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico é 0,74, que é o máximo empacotamento possível para esferas de mesmo diâmetro os metais possuem fatores de empacotamento atômico relativamente elevados, de forma a maximizar a proteção conferida pela nuvem Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC) estrutura cristalina comum em metais também possui uma célula unitária cúbica, com átomos localizados em todos os oito vértices e um único átomo no centro do cubo. Essa estrutura é denominada estrutura cristalina cúbica de Um conjunto de esferas mostrando essa estrutura cristalina c enquanto as figuras 4a e 4b são diagramas 7 O FEA é a soma dos volumes das esferas de todos os átomos no interior (considerando o modelo atômico das esferas , ou, Tanto o volume total dos átomos como o volume da célula unitária podem ser calculados em termos do raio atômico R. O volume para uma esfera átomos por célula unitária CFC, o Para a estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico é 0,74, que é o esferas de mesmo diâmetro. os metais possuem fatores de empacotamento atômico relativamente elevados, de forma a maximizar a proteção conferida pela nuvem o (CCC): Outra ssui uma célula unitária cúbica, com átomos localizados em todos os oito vértices e um único átomo no cristalina cúbica de Um conjunto de esferas mostrando essa estrutura cristalina são diagramas de células unitárias CCC com os átomos representados pelos modelos de esferas rígidas e de esferas reduzidas, respectivamente. Figura 4: Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado. (a) representação da célula unitária por meio de esferas rígidas. (b) célula unitária com esferas reduzidas. (c) um agregado de muitos átomos. Os átomos no centro e nos vértices se tocam uns nos outros ao longo das diagonais do cubo e o comprimento da célula unitária “R” estão relacionados pela expressão: Ovolume da célula unitária C Portanto: onde: unitárias CCC com os átomos representados pelos modelos de esferas rígidas e de esferas reduzidas, respectivamente. cristalina cúbica de corpo centrado. (a) representação da célula unitária por meio de esferas rígidas. (b) célula unitária com esferas reduzidas. (c) um agregado Os átomos no centro e nos vértices se tocam uns nos outros ao longo iagonais do cubo e o comprimento da célula unitária “a” e o raio atômico estão relacionados pela expressão: O volume da célula unitária CCC (Vc) pode ser calculado a partir de: 8 unitárias CCC com os átomos representados pelos modelos de esferas rígidas cristalina cúbica de corpo centrado. (a) representação da célula unitária por meio de esferas rígidas. (b) célula unitária com esferas reduzidas. (c) um agregado Os átomos no centro e nos vértices se tocam uns nos outros ao longo e o raio atômico C (Vc) pode ser calculado a partir de: Vc = volume da célula unitária [cm³]. R = raio atômico [cm]. O fator de empacotamento atômico para a estrutura CCC é obtido da mesma maneira que visto para a estrutura CFC, ou seja: célula unitária) considera O cromo, o ferro e o tungstênio, assim como vários outros metais listados na tabela 1, exibem a cada célula unitária CCC: o equivalente a um átomo devido aos oito vértices do cubo, onde cada átomo é átomo no centro do cubo, que se encontra totalmente contido no interior de sua célula unitária. Adicionalmente, equivalentes. O número de coordenação para a est Cada átomo central possui como seus vizinhos mais próximos oito átomos localizados nos vértices. Uma vez que o número de coordenação é menor na estrutura CCC do que na estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico na estrutura CCC também é menor, ou seja, 0,68 na CCC contra 0,74 da CFC. Estrutura Cristalina possuem células unitárias com simetria cúbica. A última estrutura cristalina comumente encontrada nos metais a ser discutida tem uma célula unitária que é hexagonal. A figura 5 para essa estrutura, chamada de hexagonal compacta (HC). Uma montagem de várias células unitárias HC As faces superior e inferior da célula unitária são compostas por seis átomos que formam hexágonos regulares e que átomo central, como apresentado na com três átomos adicionais para a célula unitária está localizado entre os planos superior e inferior. Os átomos nesse plano intermediário possuem como vizinhos mais próximos átomos nos dois planos adjacentes. O equivalente a seis átomos está contido em cada célula unitária Vc = volume da célula unitária [cm³]. raio atômico [cm]. O fator de empacotamento atômico para a estrutura CCC é obtido da mesma maneira que visto para a estrutura CFC, ou seja: onde VE (volume dos átomos (ou esferas) em uma célula unitária) considera os dois átomos presentes na estrutura CCC O cromo, o ferro e o tungstênio, assim como vários outros metais , exibem uma estrutura CCC. Dois átomos estão associados a cada célula unitária CCC: o equivalente a um átomo devido aos oito vértices do cubo, onde cada átomo é compartilhado por oito células unitárias, e ao átomo no centro do cubo, que se encontra totalmente contido no interior de sua Adicionalmente, as posições atômicas central e nos vértices são equivalentes. O número de coordenação para a estrutura cristalina CCC é 8. Cada átomo central possui como seus vizinhos mais próximos oito átomos localizados nos vértices. Uma vez que o número de coordenação é menor na estrutura CCC do que na estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico na CCC também é menor, ou seja, 0,68 na CCC contra 0,74 da CFC. Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC): Nem todos os metais possuem células unitárias com simetria cúbica. A última estrutura cristalina comumente encontrada nos metais a ser discutida tem uma célula unitária que 5a mostra uma célula unitária com esferas reduzidas estrutura, chamada de hexagonal compacta (HC). Uma montagem de várias células unitárias HC está representada na figura 5c. superior e inferior da célula unitária são compostas por seis átomos que formam hexágonos regulares e que estão ao redor de , como apresentado na figura 5a. Um outro plano que contribui com três átomos adicionais para a célula unitária está localizado entre os planos superior e inferior. Os átomos nesse plano intermediário possuem como próximos átomos nos dois planos adjacentes. O equivalente a seis átomos está contido em cada célula unitária completa: um sexto de cada 9 O fator de empacotamento atômico para a estrutura CCC é obtido da (volume dos átomos (ou esferas) em uma ura CCC. O cromo, o ferro e o tungstênio, assim como vários outros metais . Dois átomos estão associados a cada célula unitária CCC: o equivalente a um átomo devido aos oito vértices compartilhado por oito células unitárias, e ao átomo no centro do cubo, que se encontra totalmente contido no interior de sua posições atômicas central e nos vértices são rutura cristalina CCC é 8. Cada átomo central possui como seus vizinhos mais próximos oito átomos localizados nos vértices. Uma vez que o número de coordenação é menor na estrutura CCC do que na estrutura CFC, o fator de empacotamento atômico na CCC também é menor, ou seja, 0,68 na CCC contra 0,74 da CFC. Nem todos os metais possuem células unitárias com simetria cúbica. A última estrutura cristalina comumente encontrada nos metais a ser discutida tem uma célula unitária que mostra uma célula unitária com esferas reduzidas estrutura, chamada de hexagonal compacta (HC). Uma montagem superior e inferior da célula unitária são compostas por seis estão ao redor de um único . Um outro plano que contribui com três átomos adicionais para a célula unitária está localizado entre os planos superior e inferior. Os átomos nesse plano intermediário possuem como próximos átomos nos dois planos adjacentes. O equivalente a : um sexto de cada 10 um dos 12 átomos localizados nos vértices das faces superior e inferior, metade de cada um dos dois átomos no centro das faces superior e inferior e todos os três átomos interiores do plano intermediário. Se “a” e “c” representarem, respectivamente, as dimensões menor e maior da célula unitária mostrada na figura 5a, a razão c/a deve ser de 1,633. Entretanto, em alguns metais com estrutura cristalina HC, essa razão se desvia do valor ideal. A célula unitária hexagonal convencional consiste, na realidade, em um paralelepípedo, que está contido dentro do hexágono. Uma representação deste paralelepípedo está indicada na figura 5b, sendo compreendido pelas letras “ABCD” e “EFGH”, com “J” ao centro. Cada paralelepípedo contém dois átomos. Figura 5: Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC). Em (a) se tem uma representação da célula unitária hexagonal, que é composta por três paralelepípedos, compreendendo portanto um total de seis átomos. Em (b) se tem o empacotamento real dos átomos dentro de uma célula unitária hexagonal convencional que contém dois átomos ( 1 + (4 * 1/6) + (4 * 1/12) = 2 átomos); observe que o átomo do meio se estende além dos limites do paralelepípedo que é a célula unitária. Em (c) um agregado de muitos átomos numa estrutura hexagonal compacta. O volume da estrutura hexagonal compacta é igual a: O fator de empacotamento atômico para da mesma maneira que visto para as estruturas CFC e CCC, ou seja: célula unitária) considera o total de estrutura HC. Figura 6: Estrutura cristalina hexagonal compacta (HC). Em atômico, em (b) átomos dentro da célula unitária. Através de recurso fotográfico é possível notar o perfil hexagonal presente na estrutura do Magnésio, como único feixe incidente de Raio X atinge o monocristal que causa difração devido seus planos cristalográficos atingem a chapa fotográfica. O resultadohexagonal oriunda da estrutura hexagonal compacta do Magnésio. O volume da estrutura hexagonal compacta é igual a: O fator de empacotamento atômico para a estrutura hexagonal é obtido da mesma maneira que visto para as estruturas CFC e CCC, ou seja: onde VE (volume dos átomos (ou esferas) em uma célula unitária) considera o total de seis átomos (figura 6b) cristalina hexagonal compacta (HC). Em (a) átomos num arranjo atômico, em (b) átomos dentro da célula unitária. Através de recurso fotográfico é possível notar o perfil hexagonal presente na estrutura do Magnésio, como representado na figura 7 abaixo único feixe incidente de Raio X atinge o monocristal que causa difração devido seus planos cristalográficos, o que dá origem a vários feixes difratados que atingem a chapa fotográfica. O resultado da revelação da chapa exagonal oriunda da estrutura hexagonal compacta do Magnésio. 11 a estrutura hexagonal é obtido da mesma maneira que visto para as estruturas CFC e CCC, ou seja: (volume dos átomos (ou esferas) em uma ) presentes na (a) átomos num arranjo Através de recurso fotográfico é possível notar o perfil hexagonal figura 7 abaixo. Um único feixe incidente de Raio X atinge o monocristal que causa difração devido o que dá origem a vários feixes difratados que da revelação da chapa é uma simetria exagonal oriunda da estrutura hexagonal compacta do Magnésio. Figura 7: Fotografia da difração d 5. CÁLCULO DA DENSIDADE O conhecimento da estrutura de sólido metálico permite o cálculo de sua densidade teórica “ρ” (Rô) através da relação: onde: ρ = densidade teórica n = número de átomos associados a cada célula unitária. A = peso atômico Vc = volume da célula unitária NA = número de Avogadro (6,023 x 10 6. ESTRUTURAS CRISTALINAS DAS CERÂMICAS Uma vez que as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, e frequentemente mais do que isso, suas estruturas cristalinas são, em geral, mais complexas atômica nesses materiais varia desde puramente iônica até totalmente covalente. Muitas cerâmicas ligação, sendo o nível do caráter iônico dependente das el dos átomos. Para aqueles materiais cerâmicos em que a ligação atômica é predominantemente iônica, as estruturas cristalinas podem ser consideradas da difração do raio X na estrutura HC do Magnésio. A DENSIDADE - METAIS: conhecimento da estrutura de sólido metálico permite o cálculo de sua ô) através da relação: teórica [g/cm3]. = número de átomos associados a cada célula unitária. [g/mol]. Vc = volume da célula unitária [cm³]. número de Avogadro (6,023 x 1023 átomos/mol). ESTRUTURAS CRISTALINAS DAS CERÂMICAS: que as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, e frequentemente mais do que isso, suas estruturas cristalinas são, complexas do que aquelas exibidas pelos metais. atômica nesses materiais varia desde puramente iônica até totalmente covalente. Muitas cerâmicas exibem uma combinação desses dois tipos de ligação, sendo o nível do caráter iônico dependente das eletronegatividades Para aqueles materiais cerâmicos em que a ligação atômica é predominantemente iônica, as estruturas cristalinas podem ser consideradas 12 estrutura HC do Magnésio. conhecimento da estrutura de sólido metálico permite o cálculo de sua que as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, e frequentemente mais do que isso, suas estruturas cristalinas são, do que aquelas exibidas pelos metais. A ligação atômica nesses materiais varia desde puramente iônica até totalmente exibem uma combinação desses dois tipos de etronegatividades Para aqueles materiais cerâmicos em que a ligação atômica é predominantemente iônica, as estruturas cristalinas podem ser consideradas 13 como sendo compostas por íons eletricamente carregados, não por átomos. Os íons metálicos, ou cátions, estão carregados positivamente, pois eles cederam seus elétrons de valência para os íons não-metálicos, ou ânions, que por sua vez estão carregados negativamente. Duas características dos íons que compõem os materiais cerâmicos cristalinos influenciam a estrutura do cristal: a magnitude da carga elétrica de cada um dos íons componentes e os tamanhos relativos dos cátions e dos ânions. Estruturas cerâmicas cristalinas estáveis são formadas quando aqueles ânions que estão ao redor de um cátion estão todos em contato com aquele cátion. A figura 8 apresenta configurações estáveis e instáveis para uma estrutura. O número de coordenação, isto é, o número de ânions vizinhos mais próximos para um cátion, está relacionado à razão entre os raios do cátion e do ânion. Para um modelo de coordenação específico, existe uma razão rc/rA crítica ou mínima para a qual esse contato cátion-ânion é estabelecido (figura 8), onde essa razão crítica pode ser determinada a partir de considerações puramente geométricas. Figura 8: Configurações de coordenação ânion-cátion estáveis e instáveis. Os círculos brancos representam os ânions. Os círculos reticulados representam os cátions. Os números de coordenação e as geometrias em relação aos vizinhos mais próximos para diferentes valores da razão rc/rA estão representados na tabela 2. Por exemplo, para as razões rc/rA menores do que 0,155, o cátion, que é muito pequeno em relação ao tamanho do ânion, está ligado a dois ânions de uma maneira linear. Se a razão rc/rA tem um valor em 0,155 e 0,225 o número de coordenação para o cátion é 3. Isso significa que cada cátion está envolvido por três ânions formando um triângulo eqüilátero plano, onde o cátion está localizado no centro do triângulo. 14 Tabela 2: Números de coordenação e geometrias para várias razões entre os raios do cátion e do ânion ( rc/rA ). 7. POLIMORFISMO E ALOTROPIA: Alguns metais assim como alguns não-metais, dependendo de condições como pressão e temperatura, podem ter mais do que uma estrutura cristalina, um fenômeno conhecido como polimorfismo. Quando encontrada em sólidos elementares, essa condição é chamada com freqüência de Alotropia. A estrutura cristalina que prevalece depende tanto da temperatura quanto da pressão externa. Um exemplo familiar é encontrado no carbono: a grafita é o polimorfo estável sob condições ambientes, enquanto o diamante é formado sob pressões extremamente elevadas. Da mesma forma, o ferro possui uma estrutura cristalina CCC à temperatura ambiente, que se altera 15 para uma estrutura CFC a 912°C. A tabela 3 apresenta alguns metais e suas estruturas para diferentes temperaturas. Na maioria das vezes, uma transformação polimórfica vem acompanhada de mudanças na densidade e em outras propriedades físicas. Tabela 3: Formas alotrópicas de alguns metais. Outro exemplo de polimorfismo ocorre com o ferro. Este, diante de aquecimento da temperatura ambiente até seu ponto de fusão (1539°C), apresenta os arranjos CCC e CFC (gráfico 1). O ferro α (alfa) existe de -273°C a 912°C e tem estrutura cristalina CCC. Entre 768 e 912°C, o ferro α deixa de ser magnético e, algumas vezes, é chamado de ferro β (beta). O ferro γ (gama) existe de 912°C a 1394°C e tem estrutura CFC. O ferro δ (delta) existe de 1394 a 1539°C, apresentando novamente estrutura CCC. A diferença entre as estruturas CCC do ferro α e do ferro δ reside no valor do parâmetro de rede dos dois casos. Na faixa de temperatura mais baixa o parâmetro de rede é menor. 16 Gráfico 1: Variações alotrópicas do ferro puro. 8. SISTEMAS CRISTALINOS: Uma vez que existem muitas estruturas cristalinas diferentes possíveis, algumas vezes é conveniente dividi-las em grupos, de acordo com as configurações de suas células unitárias e/ou de seus arranjos atômicos. Um desses enfoques está baseado na geometria da célula unitária, isto é, na forma doparalelepípedo apropriado para a célula unitária, independentemente das posições dos átomos na célula. Nesse arranjo, é estabelecido um sistema de coordenadas x, y, z que tem a sua origem localizada em um dos vértices da célula unitária. Cada um dos eixos x, y e z coincide com uma das três arestas do paralelepípedo que se origina a partir desse vértice, como está ilustrado na figura 9. A geometria da célula unitária é completamente definida em termos de seis parâmetros: os comprimentos das três arestas a, b e c e os três ângulos entre os eixos α, β e γ. Esses parâmetros são, algumas vezes, chamados de parâmetros da rede de uma estrutura cristalina. 17 Figura 9: Uma célula unitária com os eixos coordenados x, y e z, mostrando os comprimentos axiais (a, b e c) e os ângulos entre os eixos (α, β e γ). Com base nesse princípio, existem sete combinações estruturais possíveis e diferentes de a, b e c e α, β e γ, cada uma das quais representa um sistema cristalino distinto. Esses sete sistemas cristalinos são os sistemas: cúbico, tetragonal, hexagonal, ortorrômbico, romboédrico (também chamado de trigonal), monoclínico e triclínico. As relações entre os parâmetros da rede e as configurações das células unitárias para cada sistema estão representados na tabela 4. 18 Tabela 4: Relações entre os parâmetros da rede e figuras mostrando as geometrias das células unitárias para os sete sistemas cristalinos. Bibliografia: PLT – Fundamentos da ciência e engenharia de materiais – Autor: William D. Callister Jr. – Páginas: 23–40. Hermano.
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