Prévia do material em texto
FACULDADE UNYLEYA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA PORTFÓLIO ACADÊMICO Por: SANDRA GONÇALVES DOS SANTOS Belo Horizonte 2019 2 FACULDADE UNILEYA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA A IMPORTÃNCIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Portfolio Acadêmico apresentado para a Faculdade UnyLeya de modo a atender a Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015 na atividade de Projetos e Práticas Educacionais I. Belo Horizonte 2019 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 04 2. DIÁRIO DE LEITURA.................................................................................... 06 3. DIÁRIO DE PESQUISA................................................................................ 10 3.1 A IMPORTÃNCIA DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................... 10 3.2 ANALISES E PRÁTICAS PEDAGOGICAS DA INSTITUIÇÃO .................... 13 4. CONCLUSÃO............................................................................................... 16 5. REFERÊNCIAS............................................................................................. 21 4 1. INTRODUÇÃO Ingressei na Unyleya no 2º semestre de 2018, com a determinação de concluir o Curso de Pedagogia no 2º semestre de 2020. Fazer esse curso nasceu de um sonho como o de vários alunos que se ingressam nesta faculdade. Vejo este curso como um chamando para contribuir com a sociedade. Ao logo dos semestres foram adquiridos bastantes conteúdos, até mesmo referente o tema da Educação Inclusiva, gerando bastante discussões que agregaram meus conhecimentos e interesse. Compartilharei desafios enfrentados da Educação Inclusiva, e a política proposta de oferecer a escola para todos. Escolhi para pesquisa a Escola Municipal Professor Wancleber Pacheco que foi indica por uma monitora da mesma, objetivando conhecer o trabalho de inclusão da escola. O presente portfolio apresentará as discussões para a pesquisa de forma construtiva, com alternativas de melhorias para o sistema Inclusivo na rede regular. Hoje muito se fala na questão da inclusão dos alunos com necessidades especiais em uma classe regular de ensino, porém o que se sabe é que poder público não oferece condições para as escolas, e nem para os professores para fazer o processo de inclusão, de maneira que o educando se sinta realmente integrado ao ambiente escolar. A legislação é um importante instrumento para garantir o direito dos portadores de necessidades especiais, e consequentemente, acabar com a discriminação na medida em que o educando especial for incluído na escola de forma natural, sendo respeitados e aceitos pelos demais alunos. O objetivo principal deste portfólio é mostrar a importância da Inclusão no desenvolvimento da aprendizagem do aluno com necessidade especial. As atividades inclusivas, o jogo, é muito importante para a formação da criança e, na escola, este é o espaço no qual a inclusão ocorrerá de forma mais natural, a escola é um lugar dos quais todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde todos ajudam e são ajudados por seus colegas, por isso é importante perceber que não será apenas lei que fará com que o processo inclusivo realmente aconteça em uma classe regular de ensino, é preciso mais, então a acolher 5 esses alunos com carinho, seria um meio de contribuir para que o processo de inclusão aconteça. Atualmente, muito se tem falado em inclusão, este conceito aparece na medida em que seu contraponto, a exclusão cresce de todas as formas em nossa sociedade. Percebe-se grande inquietação e preocupação por parte de profissionais da educação em relação à inclusão. Quando se consideram as recentes diretrizes, as recomendações nacionais e internacionais sobre o assunto, percebem-se a necessidade de uma reflexão sobre a inclusão, traduzida para o contexto educacional brasileiro. Ainda há muito a ser esclarecido e discutido a respeito das diferentes conotações que a inclusão possa assumir. Uma das grandes dificuldades é encontrar professores qualificados ou treinados para bom desempenho frente à realidade encontrada. Necessita-se de elementos humanos que além de seus conhecimentos tenham dedicação e amor para desempenhar esta missão, capazes de suprir as carências afetivas e emocionais dos alunos, resgatando sua auto-estima e tornando-o membro participativo na sociedade. O presente portfólio tem por objetivo compreender o processo de inclusão de crianças com deficiência nas escolas de ensino regular, verificando através de Leis e Decretos que a inclusão é possível em nosso país. Ao longo de todos esses anos a Educação Especial no Brasil foi permeada por um longo processo de transformação histórica e política que mais tarde indicariam a evolução da mesma. Muitas conquistas foram alcançadas, porém vários momentos de discriminação e preconceito foram vivenciados por muitas das pessoas especiais que ajudaram a construir a história da Educação Especial brasileira. Inicialmente, o atendimento à diversidade era oferecido somente por instituições de iniciativas pessoais e privadas e as classes especiais surgiram apenas como alternativa de conseguir separar os alunos “normais” dos ”anormais”. Não havia preocupação com essa classe até que pouco a pouco foi surgindo interesse nessa área. Ainda convém ressaltar que o desconhecimento sobre as deficiências contribuiu para que esse segmento da sociedade fosse marginalizada, impedindo que 6 estabelecessem uma vida social, a comunicação e até mesmo um simples diálogo. É preciso haver a consciência de que estas pessoas são cidadãos de direitos como todos, e o despertar para uma reconstrução ideológica na sociedade, que permita que as pessoas com deficiência se sintam incluídas e seus direitos aplicados. Diante disso, as pesquisas deste portfólio mostram que cooperar com o fortalecimento das ações pedagógicas voltadas para educação inclusiva nas escolas comuns, representa novas perspectivas no acesso e permanência da pessoa com deficiência no âmbito escolar, assegurando condições para uma educação de qualidade para todos. 2. DIÁRIO DE LEITURA Hoje a sociedade discute de forma acentuada sobre a inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino, visto que todas as pessoas têm direito à educação. No entanto, fazer com que esse direito seja efetivado no dia a dia das escolas não é tão simples assim, uma vez que a trajetória histórica das pessoas com algum tipo de deficiência foi marcada por preconceito e discriminação. De acordo com os saberes e práticas da Inclusão (2006, p. 9): A literatura da Roma Antiga relata que as crianças com deficiência, nascidas até o princípio da era cristã, eram afogadas por serem consideradas anormais e débeis. Na Grécia antiga, Platão relata no seu livro A república que as crianças mal constituídas ou deficientes eram sacrificadas ou escondidas pelo poder público. Dessa forma, é possível perceber que na antiguidade o tratamento às pessoas com algum tipo de deficiência era de extrema crueldade. Alguns perdiam a própria vida por não se enquadrar nos padrões de normalidade impostos pela sociedade da época. No entanto, com o decorrer da história, o cenário foi tomando outras formas. Iniciativas individuais e sociais foram se fortalecendo, 7 bem como a criação de diversas instituições especializadas, no sentido de atender as pessoas com alguma deficiência. Nesse sentido, durante o período da idade média, na França, foi fundado o primeiro hospital para cegos e no Brasil, em 1854, foi criado o Imperial Instituto de meninos cegos. Isso significou um avanço, uma vez que, por muito tempo na história,o preconceito e a marginalização dessas pessoas predominava. Elas eram tidas como pessoas incapazes de se relacionar com outras. Sobre este contexto Lima (2006, p.28) destaca que: Ainda se considerava o atendimento separado, segregado a melhor alternativa para as pessoas com deficiência. Até a década de 1960 as crianças com deficiência não eram atendidas pelo sistema regular, e a Educação Especial só recebia um contingente de 10% a 15% do total dessas crianças. Além disso, a população que conseguia ter acesso a Escola Especial quase nada aprendia, reservadas a exercícios mecânicos, repetitivos. Dessa forma, a educação de pessoas com deficiência foi acontecendo de forma segregada, de caráter assistencialista e terapêutico. A partir da década de 1960, a educação especial no Brasil ganhou mais força, visto que diversas instituições foram fundadas refletindo mudanças na atitude de grupos sociais, e se concretizaram em medidas educacionais. Diante isso, tornou-se compreensível que a escola deveria responder as necessidades de todos os alunos com práticas adequadas voltadas para a educação de todos. No que diz respeito à questão legal, também houve progresso, com a criação de leis que asseguram o direito das pessoas com deficiência de participarem de todos os ambientes da vida em sociedade, sobretudo o ambiente escolar. Como por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei 9.394/96 no seu artigo 58, na qual afirma que, a educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. 8 Desse modo, é importante ressaltar alguns movimentos que se organizaram, como por exemplo, o primeiro Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes, realizada em Brasília em 1980. Assim, outros movimentos e entidades foram surgindo nesse mesmo propósito, como: a Federação Brasileira de Entidades de Cegos (Febec), a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis) e a Organização Nacional de Entidades de Deficientes Físicos (Onedef), estas entidades foram fundadas 1984. Na primeira metade do século XX, portanto em 1950, havia quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo poder público, sendo um federal e os demais estaduais que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais. Ainda catorze estabelecimentos de ensino regular, dos quais um federal, nove estaduais e quatro particulares, atendiam também alunos com outras deficiências (MAZZOTTA, 1996, p. 31). Nessa perspectiva, no âmbito legal é relevante ressaltar que a formulação e a implementação das políticas públicas no que diz respeito aos alunos com deficiências. Segundo Carvalho (1997) as mesmas têm sido inspiradas por uma série de documentos contendo declarações, recomendações e normas jurídicas produzidas por organizações internacionais e nacionais envolvidas com a temática da deficiência. Nesse sentido, é possível destacar que a Constituição Federal de 1988, garante como um dos princípios para o ensino, a "igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (artigo 206, inciso I), declara ainda que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de "acesso aos níveis mais elevados o ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (art. 208, V). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 96) deixa claro que o ensino especial é uma modalidade e, como tal, deve perpassar o ensino comum e todos os níveis – da escola básica ao ensino superior. Haja vista as portarias e demais instrumentos pelos quais a educação garante aos alunos universitários 9 a presença de intérprete, tecnologia assistiva e outros recursos em sala de aula comum. Há que assegurar não apenas o acesso, mas a permanência e prosseguimento do estudo desses alunos e não retirar o Estado, por nenhum motivo essa obrigação exigindo, postulando o cumprimento das leis, para atender as necessidades educacionais de todos (MANTOAN, 2006, p. 25). Nesse sentido, essas garantias afirmam legalmente a inclusão das pessoas com deficiências no sistema público de ensino, não somente no ensino fundamental e médio, mas também no ensino superior. Há de ser mencionado também no que se refere ao ensino especial, que este não substitui o ensino regular. Os alunos com deficiências devem ser matriculados e a eles assegurados condições de permanência na escola, no ensino regular comum, para que de fato esse direito se evidencie na prática. Dessa forma, faz-se necessário ainda destacar a criação de documentos importantes celebrados através de acordos e conferências mundiais que garantem a inclusão no ensino regular de alunos especiais. Entre esses documentos existe a Declaração de Salamanca, que é resultado de uma conferência mundial sobre as necessidades especiais realizada em junho de 1994 em Salamanca (Espanha) e que é um dos documentos importantes existentes no tocante a temática da inclusão, Carvalho (1997, p. 58-59), afirma que: A Declaração de Salamanca é, também, um reflexo das ideias de que a escola deve levar à emancipação do ser humano. Uma escola que entenda a educação como fato social, político e cultural, em oposição a uma escola padronizada e reprodutora do status quo, na medida em que privilegia uns poucos, em detrimento da maioria. Desse modo, essa proposta inclusiva da Declaração de Salamanca adquiriu respaldo na LDB n° 9.394/96, que determina como dever do Estado o "atendimento educacional especializado aos alunos com deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino” (Artigo n° 4, III), dando assim direção as práticas educacionais no que se refere à inclusão dos especiais no ensino regular. E de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação 10 Especial na Educação Básica não basta o ingresso dos alunos especiais nas classes comuns do ensino regular, tem de haver outros direitos garantidos. 3. DIÁRIO DE PESQUISA 3.1 – A IMPORTÃNCIA DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA A proposta da educação inclusiva é amparar e dar condições para a pessoa com deficiência exercer seus direitos no que diz respeito ao cumprimento da inclusão escolar, isso se refere também a todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, etnia ou religião. A Educação Inclusiva hoje é vista como um conjunto de recursos que a escola deve sistematizar a fim de atender a uma imensa diversidade de alunos. E ainda que, nos últimos anos tenham havido grandes evoluções nesse campo, inúmeros estabelecimentos de ensino necessitam de condições para possibilitar a inclusão. Vivemos em uma sociedade com grande disparidade social, temos ainda no país localidades onde persiste a escassez de recursos na saúde, na educação, etc., acreditamos que o verdadeiro sentido da palavra inclusão, ainda não foi totalmente difundido no Brasil devido à falta de informações claras e precisas às famílias das pessoas com deficiência, e até mesmo à sociedade em geral, pois não basta somente a família da criança com deficiência entender que ela tem direitos como cidadão de receber educação numa escola regular como todas as demais crianças. É justo que, toda a sociedade adquira essa consciência inclusiva, a fim de se promover o convívio harmônico entre os estudantes e famílias de ambos os lados. Nas escolas públicas, a inclusão de alunos com deficiência ainda enfrenta desafios importantes. Porém, mesmo assim, parece caminhar a passos bem mais largos do que na rede particular. A Escola Municipal Professor Wancleber Pacheco e adaptada para receber os deficientes, mas tem ainda uma estrutura 11 muito precária, como qualquer outro setor público que precisa sempre mais investimentos, ajustes e reparos. Nesse ponto de vista, verificamos que fazer valer o princípio de igualdade e justiça para toda a sociedade requer uma ação em conjunto do poderpúblico a fim de cumprir as normas já estabelecidas e da própria sociedade, envolvendo pais, a escola e educadores, pois e ideal de inclusão social já foi semeado em nosso país, mas o fato é que as barreiras ainda são inúmeras, e não basta apenas existir as leis, decretos e resoluções, obrigatoriedade de matricula e rampas de acesso, e preciso de mais recursos para atender os deficientes além há que se ter recursos nestas escolas que vão receber essa clientela, o trabalho pedagógico terá que ser reformulado para que haja a participação do aluno com deficiência, os educadores necessitam de melhor preparo, é preciso dar condições ao professor de criar alternativas pedagógicas que possam promover o ensino de forma igualitária, respeitando a diversidade. A escola encontra-se inserida em uma região de grande vulnerabilidade social do município de Contagem, em uma área circunscrita na Administração Regional Nacional. A população é principalmente de baixa renda, prevalecendo uma tipologia de moradia mais simples, inclusive vilas. A escola está localizada no Bairro Tijuco, sendo um bairro relativamente pequeno que se integra a outros bairros, vilas e favelas. Próxima à escola está situada a Universidade Federal de Minas Gerais, a mais conceituada Universidade do Estado de Minas Gerais e o Jardim Zoológico, importante espaço de educação, cultura e lazer. A estrutura física e recursos didáticos compreendem 15 salas de aula, sala para professores, supervisão escolar, secretaria escolar, direção escolar biblioteca, cozinha, estacionamento, almoxarifado, laboratório de ciências, sala de informática, sala de multimídia, sala de atendimento educacional especializado, 2 quadras. Atualmente a escola atua em 3 turnos com ensino fundamental regular no diurno (30 turmas) e Educação de Jovens e Adultos (EJA) no turno (4 turmas). Sua 12 estrutura de ensino é embasada no ciclo de Formação Humana com 4 ciclos sendo o 1º composto de 3 anos, e os demais de 2 anos cada para o ensino fundamental regular e 2 segmentos para a EJA. O número de matrículas no ensino fundamental regular é de 657 e na EJA, há 142 alunos matriculados. Para o ensino fundamental regular são 329 alunos cursando os anos iniciais e 328 alunos cursando os anos finais. Aos quinze dias do mês de fevereiro de 2019 nessa escola, foram apresentados geral da demanda da construção do plano de desenvolvimento (PDA) ao corpo da escola. Nos meses subsequentes sucederam os planejamentos das ações em parceria com os professores pedagogas, direção, professora do AEE, bem como os estagiários e cuidadora baseando-nos na avaliação diagnóstica escrita, oral e comportamental, assim como nas propostas de atividades a serem desenvolvidas ao longo do ano letivo. 13 3.2 - ANALISES E PRÁTICAS PEDAGOGICAS DA INSTITUIÇÃO Através da pesquisa na Escola Municipal Professor Wancleber Pacheco onde foram observados pontos positivos e aproveitados na educação inclusiva da escola; onde foi acompanhado o aluno Marcos, do 2º seguimento do EJA, com a deficiência paralisia infantil, com a dependência do uso de cadeira de rodas. Ele fica na sala de aula de segunda a sexta-feira no período noturno. Nas segundas-feiras na parte da tarde ele fica 1 hora na sala de recursos multifuncionais, treinado a coordenação motora das mãos. São trabalhadas várias matérias como: encaixe de tampinha, pintura, coloração, entre outras atividades disponíveis na sala de multifuncional e trabalhado o desenvolvimento da coordenação motora, com participação de todas disciplinas disponibilizadas dentro e fora de sala de aula. Marcos interagiu com os professores e os colegas, participando das atividades dentro de sala desenvolvendo e construindo uma convivência com todos, que trazem a oportunidade de aprender uns com os outros. Os benefícios da inclusão atingem também os professores, que passam por experiências que fortalecem e amadurem o profissional. Fica bem claro que a paralisia infantil e suas limitações motoras de Marcos, não impendem de ser participativo e incluso na escola. Todos se mostraram felizes com o trabalho com a inclusão e os frutos gerados da participação dos alunos. Me fez refletir que não e somente integrar o deficiente na escola regular, e muito mais que isso; requer cuidados, notei que não tem uma atividade diferenciada para o aluno Marcos, melhor dizendo individualizado, são necessárias adaptações pedagógicas para que seja adaptado dentro do perfil deste aluno. É necessária formação adequada para os profissionais que vão receber e trabalhar com esses alunos. Além disso, ainda existe a questão cultural, conscientizar toda a sociedade, família e até mesmo alguns professores de que estamos diante de uma diversidade, que somos diferentes sim, mas que temos os mesmos direitos adquiridos ao longo do tempo. Para a educação inclusiva acontecer, também é preciso a união dos pais, dos professores e gestores, todos com o mesmo objetivo, em conjunto a fim de 14 construir um novo conceito do processo ensino e aprendizagem, para que nesse processo estejam inseridos todos os cidadãos sujeito de direitos. Apesar do consenso de que a participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, muitos professores e gestores escolares ainda resistem, declarando-se despreparados. Até mesmo educadores que se dizem favoráveis à inclusão de pessoas com deficiência admitem exceções, alegando não terem o preparo necessário. O ensino inclusivo ou integrado, é algumas vezes visto como um passo em direção à inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão integradas ou inclusas. O Conceito da política de inclusão na Escola Municipal Professor Wancleber Pacheco que uma rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física deste aluno junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial do aluno, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades. Dessa maneira é preciso a organização e a adaptação da escola no sentido de não simplesmente matricular os alunos com deficiências na classe comum, ignorando as suas necessidades especificas, mas em garantir uma ação formadora feita para todos que dela participam. Portanto, para a concretização da política na escola de atender todos os alunos se implica uma mudança na educação, para que se encaixe no mapa da educação dentro de sala de aula, não somente em setores multifuncionais da escola, o ideal e sempre está buscando meio incluir os recursos dentro de sala de aula, promovendo o respeito à diversidade humana. 15 16 4. CONCLUSÃO Por meio da realização desse trabalho foi percebido que a Educação Inclusiva que hoje se apresenta passou por um período longo de preconceitos radicais, negação das diferenças, mas com luta de muitas pessoas e instituições, a história foi se modificando e apontado novos rumos para as pessoas com deficiência. Hoje temos leis que lhe asseguram o direito de viver, estudar e participar do convívio com as demais. A diferença não pode e não deve colocar a pessoa a margem da vida. É certo que todo indivíduo é cidadão de direitos e como tal faz jus a uma educação de qualidade. Sabemos que a educação é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer cidadão e dessa forma a inclusão vem para estabelecer um novo modelo onde a escola tem que se adaptar às necessidades educacionais de toda uma diversidade de alunos a fim de alcançar uma educação de qualidade para todos. Contudo, também sabemos que simplesmente colocar o aluno na sala de aula e não garantir o atendimento que ele necessita, não será inclusão, pois não basta somente atender a legislação vigente, é preciso ter recursos apropriados para assegurarseu efetivo cumprimento. A proposta de educação inclusiva exige um redimensionamento de recursos financeiros, pois as escolas regulares precisam estar preparadas e equipadas para receber esse aluno com necessidades educacionais especiais. É necessária formação adequada para os profissionais que vão receber e trabalhar com esses alunos. Além disso, ainda existe a questão cultural, conscientizar toda a sociedade, família e até mesmo alguns professores de que estamos diante de uma diversidade, que somos diferentes sim, mas que temos os mesmos direitos adquiridos ao longo do tempo. 17 Para a educação inclusiva acontecer, também é preciso a união dos pais, dos professores e gestores, todos com o mesmo objetivo, em conjunto a fim de construir um novo conceito do processo ensino e aprendizagem, para que nesse processo estejam inseridos todos os cidadãos sujeito de direitos. Vimos também que o aluno Marcos com deficiência Paralisia Infantil, e participativo e presente dentro da escola regular, desenvolve bem suas atividades, faz uso da sala multifuncionais, e ativo na sala de recursos, gerando satisfação de todos envolvidos. Assim, o trabalho desenvolvido pelo professor e monitor na sala de recursos colabora no desenvolvimento do aluno com deficiência, uma vez que produz materiais didáticos e pedagógicos, visando complementar e suplementar as atividades realizadas no ensino comum. Nesse sentido, portanto, o Atendimento Educacional Especializado na forma como é organizado favorece a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual e o estimula quanto à inclusão no ensino regular. A família do aluno também e participativa, tem um bom relacionamento e boa comunicação com a escola; se envolvendo nos diretos adquiridos por lei. Observando em outro ponto, a família está presente na educação, mas precisa se abrir ao convívio com os outros, melhor falando com o mundo externo. Marcos só sai para ir à escola, não sai mais para nenhum lugar à lazer. Nunca foi ao shopping, parque, cinema, igreja, resumindo não tem vida social fora da escola, entendi como isolamento do mundo externo. O isolamento prejudica de forma considerável seu desenvolvimento. Para tanto, é relevante ressaltar que, a interação com as demais pessoas favorece o processo de desenvolvimento não somente social e afetivo, mas em todos os aspectos, isso porque amplia sua visão de mundo, além de estimular troca de experiências e de aprendizagem. A Política Nacional de Educação Especial também tem como objetivo criar condições que contribuam para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com necessidades educacionais específicas. 18 A partir do século XIX, no Brasil, começaram a surgir grupos assistenciais para atender pessoas que apresentavam deficiências como a cegueira e a surdez, mas somente em meados do século XX teve início o atendimento educacional a essas pessoas. Assim, Mantoan(1998) divide a história da Educação Especial brasileira em três períodos. Cada período é referenciado por ações concretizadas em cada época: 1854 a 1956- ações de iniciativa privada; 1957 a 1993- ações de âmbito nacional e 1993 até os dias de hoje-ações em favor da inclusão. O Brasil, desde 1961, garante educação de alunos deficientes na rede comum de ensino e, em 1996, reforçado pela Declaração de Salamanca (1994) também preconiza atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades educacionais específicas, preferencialmente na rede regular de ensino. Em 2001 foi aprovado o documento Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, que atentava para a constituição de escolas inclusivas públicas indicando que a educação especial deve ocorrer tanto nas escolas públicas como nas privadas da rede regular de ensino. Assim podemos perceber que o Brasil está no aspecto geral compromissado com as condições e qualidades de ensino das pessoas deficientes, porém em outros momentos o que prevalece é o aspecto quantitativo, ou seja, de resultados, pois as ações são realizadas com o intuito de justificar os compromissos assumidos no âmbito internacional, como por exemplo, com a Declaração de Salamanca firmada com a Organização das Nações Unidas - ONU, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO e o Banco Mundial. A finalidade desse documento é garantir legalmente que os alunos com necessidades educacionais específicas sejam incluídos em toda a Educação Básica, sendo necessário que as instituições educativas se estruturem tanto no que diz respeito à infra-estrutura física, quanto curricular, isto é as escolas devem se preparar para receber ampla variedade de alunos. A Europa foi a pioneira em atendimentos educacionais às pessoas com deficiências. Esses atendimentos foram ampliados alcançando os Estados Unidos e o Canadá e em seguida diversos países, entre eles o Brasil. 19 O movimento pela inclusão no Brasil cresceu e passou a centralizar a atenção de educadores e outros profissionais, ligados ou não à pessoa com deficiência, em concordância no ideal de que inclusão refletia oposição à exclusão. De acordo com Masine (2001) na prática, no cotidiano das escolas, contudo essa política educacional apresentou outras facetas. Nela as diretoras procurando atender à orientação de não excluir nenhum aluno do convívio com crianças normais passaram a receber, de forma indiscriminada, crianças com deficiências. Assim, ampliou-se o quadro dessa nova clientela de alunos, sem que se tivesse chegado a um consenso sobre as implicações pedagógicas decorrentes e às medidas a serem adotadas. Os pais, talvez incentivados pelo movimento da inclusão passam a procurar as escolas na expectativa de aí encontrar as condições apropriadas para o desenvolvimento de seus filhos. A escola passou, nesse sentido, a desempenhar um papel ambíguo frente à diversidade: de um lado, abriu as portas aos alunos excepcionais; de outro não se preparou e não passou a oferecer as condições necessárias para a educação dos alunos com necessidades educacionais especiais. Assim, permaneceu desempenhando programações estabelecidas, de cunho intelectualiza cujas ações tornaram-se excludentes, devido entre outras coisas, à falta de formação de professores: "o professor regular não aprendeu a lidar com o aluno diferente e o professor especializado não aprendeu a lidar com professor do ensino regular". (MASINE, 2001, p.15). Para que se efetive é preciso sair das leis e partir para ações que devem ser realizadas por todos: governo, escola, sociedade. Assim, percebe-se que muito ainda se tem que caminhar para oferecer uma educação de qualidade para todos, pois é sabido que não temos ainda nas escolas professores preparados para atender esses alunos. Isto será possível se a política educacional garantir a todos os professores do ensino regular oportunidades de se capacitarem para 20 atender com qualidade a todos os alunos. Diante desta situação fica evidente a necessidade de exigir-se do professor outros conhecimentos além daqueles que receberam em seus cursos de formação. Para atingir esse objetivo, o professor precisa ter mais sensibilidade e pensamento crítico a respeito de sua prática pedagógica. Ter ainda capacidade de conviver com os diferentes, superando os preconceitos em relação às minorias, assim como estar preparado para adaptar-se às novas situações que ocorrerão na sala de aula. Para que os educadores desenvolvam tais habilidades, além das mudanças nos cursos de graduação, precisam também de um programa de formação continuada. A Educação Especial no Brasil vem sofrendo inúmeras transformações. Transformações essas que ora indicam o progresso, ora indicam o retrocesso. É indispensável que as políticas públicas no âmbito da educação inclusiva promovam o debate, a discussãoa fim de que os planejamentos nessa área da Educação envolvam os principais atores desse processo: alunos e professores. Não basta implementar é preciso dialogar intensamente para construir uma educação de qualidade para todos, garantindo não só o acesso, mas o sucesso e a permanência. 21 5. REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição Federativa do Brasil de 1988. Brasília. Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/CEB, 2001. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Congresso Nacional, 1996. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: janeiro de 2008. Educação Infantil: Saberes e práticas da inclusão. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2006. CARNEIRO, Maria Sylvia Cardoso. A deficiência mental como produção social: de itard à abordagem histórico-cultural. IN: Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas/ organização Cláudio Roberto Baptista; Adriana Marcondes Machado...[et al].- Porto Alegre: Meditação, 2006. CARVALHO, Rosita Édler. A nova LDB e a educação especial. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997. LIMA, Priscila Augusta. Educação inclusiva e igualdade social. São Paulo: Avercamp editora, 2006. MANTOAN, Maria Tereza Eglêr. Igualdade e diferenças na escola: como andar no fio da navalha. In: ARANTES, Valéria Amorim. (org.). Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006, pp. 15-29. 22 MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1996. SAO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Referencial sobre avaliação da aprendizagem na área da Deficiência Intelectual. Secretaria Municipal de Educação – São Paulo: SME/DOT, 2008. UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educacionais Especiais. Brasília: CORDE, 1994.