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Trabalho Direito de Família

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1. A Família
1.1. Introdução: Conceitos de família
A ideia que temos de família hoje não é a mesma de tempos atrás, uma vez que, estamos em um momento de desenvolvimento social e jurídico sobre o tema, onde o conceito do que vem a ser família está sendo ampliado.
É certo que a família é sem dúvida a instituição e o agrupamento humano mais antigo, haja vista que, a ideia do que vem a ser família, suas características e sua formação, é um conceito extremamente volátil e mutável no tempo, acompanhando sempre a evolução dos ideais sociais, das descobertas científicas e dos costumes da sociedade, sendo impossível se construir uma ideia sólida e fixa do que vem a ser família e quais suas características.
1.1.1. Modelos de Família
Antigamente, o modelo familiar predominante era o patriarcal, patrimonial e matrimonial. Em tal modelo tínhamos a figura do “chefe de família”, que era o líder, o centro do grupo familiar e o responsável pela tomada das decisões. Era tido como o provedor e suas decisões deveriam ser seguidas por todos.
Em face à evolução social que passamos, não há como ter uma visão estagnada do que, vem a ser família. Com o passar do tempo e a evolução a que passou a sociedade, o modelo familiar mudou, fora influenciado pela ideia da democracia, do ideal de igualdade e da dignidade da pessoa humana.
Assim temos os mais variados modelos de família, sendo:
1.1.1.1. Família Matrimonial
É aquela família formada pelo casamento, tanto entre casais heterossexuais quanto homoafetivos.
1.1.1.2. Família Informal
É aquela família formada por uma união estável, tanto entre casais heterossexuais quanto homoafetivos.
1.1.1.3. Família Monoparental
É aquela família formada por qualquer um dos pais e seus descendentes, a qual se caracteriza de múltiplos modos: pela viuvez, pais ou mães solteiros ou separados e filhos.
1.1.1.4. Família Anaparental
Família que se caracteriza pela inexistência da figura dos pais, ou seja, constitui-se basicamente pela convivência entre parentes do vínculo da colateralidade ou pessoas – mesmo que não parentes e sem conotação sexual – dentro de uma mesma estruturação com identidade de propósitos, que é o animus de constituir família.
1.1.1.5. Família Unipessoal
É aquela família formada apenas por uma pessoa, seja ela solteira, separada, divorciada ou viúva.
1.1.1.6. Família Mosaico ou Reconstituída
Aquela decorrente de vários casamentos, uniões estáveis ou mesmo simples relacionamentos afetivos de seus membros. Utiliza-se o símbolo do mosaico, diante de suas várias cores, que representam as várias origens.
1.1.1.7. Família Simultânea/Paralela
Se enquadra naqueles casos em que um indivíduo mantém duas relações ao mesmo tempo. Ou seja, é casado e mantém uma outra união estável, ou, mantém duas uniões estáveis ao mesmo tempo.
1.1.1.8. Família Eudemonista
A família eudemonista é um conceito moderno que se refere à família que busca a realização plena de seus membros, caracterizando-se pela comunhão de afeto recíproco, a consideração e o respeito mútuos entre os membros que a compõe, independente do vínculo biológico.
1.1.1.9. Família Extensa
Compreende a extensão para além da unidade entre pais e filhos, é formada por parentes próximos com os quais a criança ou o adolescente mantém convivência e cria vínculos de afetividade e afinidade, está prevista no artigo 25, parágrafo único do ECA.
1.1.1.10. Família Substituta
E aqueles que traz para dentro do ambiente familiar uma criança ou adolescente que tenha sido desprovido de sua família natural, seja qual for o motivo, para tornar-se integrante da mesma, promovendo o seu desenvolvimento garantindo a sua proteção integral, está prevista no artigo 28 do ECA, e é uma maneira excepcional de acolhimento do menor, por tanto este passará a ser membro desta família que a acolheu solidariamente.
1.1.1.11. Família Natural
É compreendida como aquela formada pelos pais ou qualquer um deles e seus descendentes, está prevista no artigo 25, caput do ECA.
1.2. As relações de Parentesco
O parentesco pode ser conceituado como sendo o vínculo jurídico estabelecido entre pessoas que têm mesma origem biológica (mesmo tronco comum); entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro; e entre as pessoas que têm entre si um vínculo civil.
1.2.1. Espécie de Parentesco
1.2.1.1. Parentesco Consanguíneo ou natural
Vínculo regido pelo fator biológico ou sanguíneo, por terem origem no mesmo tronco. Podendo ser em linha reta ou colateral. Como dispõem os artigos:
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
1.2.1.2. Parentesco por Afinidade
Existente entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro cônjuge ou companheiro. Deve ser atentado o fato de que marido e mulher e companheiros – inclusive homoafetivos –, não são parentes entre si, havendo outro tipo de vínculo, decorrente da conjugalidade ou da convivência. Como novidade, o CC/2002 reconhece o parentesco de afinidade decorrente da união estável. O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Desse modo, há parentesco por afinidade na linha reta ascendente em relação ao sogro, à sogra e seus ascendentes até o infinito. Na linha reta descendente, em relação ao enteado e à enteada e assim sucessivamente até o infinito. Na linha colateral, entre cunhados. Na linha reta, até o infinito, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável, havendo um vínculo perpétuo. Como dispõem o artigo:
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
1.2.1.3. Parentesco Civil
Decorrente de outra origem, que não seja a consanguinidade ou a afinidade. Tradicionalmente, tem origem na adoção. Todavia, a doutrina e a jurisprudência admitem duas outras formas de parentesco civil. A primeira é decorrente da técnica de reprodução heteróloga, aquela efetivada com material genético de terceiro. A segunda tem fundamento na parentalidade socioafetiva, na posse de estado de filhos e no vínculo social de afeto. Como dispõem o artigo:
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Enunciado 103 da I JDC: Art. 1.593: o Código Civil reconhece, no art. 1.593, outras
espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de que há também parentesco civil no vínculo parental proveniente quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante, quer da paternidade sócio-afetiva, fundada na posse do estado de filho.
Enunciado 256 da III JDC: Art. 1.593: A posse do estado de filho (parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil.
Enunciado 519 da V JDC: Art. 1.593. O reconhecimento judicial do vínculo de parentesco em virtude de socioafetividade deve ocorrer a partir da relação entre pai (s) e filho (s), com base na posse do estado de filho, para que produza efeitos pessoais e patrimoniais.
1.2.2. Os Graus de Parentescos
Os graus de parentesco têm bastante importância no ramo do Direito, principalmente na área do Direito de Família, porque são relacionados a questões como: direito de herança, casamentos, partilha de bens e produção de provas em processos judiciais. Vale ressaltar que de acordo com o Código Civil, os cônjuges, pais, filhos e parentes colaterais até 3º graus não podem ser testemunhas em um processo. A lei permite algumas exceções, mas a regra geral é que estas pessoas não sejam admitidas comotestemunhas em processos de seus parentes.
É importante saber que, para fins de reconhecimento de direitos e de deveres, a lei considera os graus de parentesco, tanto em linha reta como em linha colateral, somente até o 4º grau.
O parentesco estabelecido mediante um ancestral em comum é chamado parentesco consanguíneo, enquanto que o criado pelo casamento e outras relações sociais recebe o nome de parentesco por afinidade. Chama-se de parentesco em linha reta quando as pessoas descendem umas das outras diretamente (filho, neto, bisneto, trineto etc.), e parentesco colateral quando as pessoas não descendem uma das outras, mas possuem um ancestral em comum (tios, primos, etc.). Neste caso ficaria:
· Linha Reta: é infinito, contado por graus, onde:
1º grau: pai e filho
2º grau: avô e neto
3º grau: bisavô e bisneto
· Ascendentes: pais, avós, bisavós
· Descendentes: filhos, netos, bisnetos
· Linha paterna: parentesco como genitor e com os ascendentes deles, como avôs e bisavós paternos.
· Linha materna: diz respeito aos pais e avós da mãe, como avós e bisavós maternas.
· Filhos: afora do Direito existe uma classificação quanto à origem dos filhos, pois distingui-los perante a norma jurídica é inconstitucional. Assim temos:
· Por estirpe: se tem os mesmos pais, ou, se são filhos de um só deles;
· Bilaterais ou germanos: filhos do mesmo casal;
· Irmãos unilaterais: que tem em comum somente um os genitores, são tidos como meio-irmãos.
· Linha Colateral: são vínculos de parentesco que igualmente se estabelecem entre duas pessoas devido a existência de um ancestral comum. A contagem de grau segue nesta ordem:
1º grau: não existe, dado que seria um ascendente ou descendente.
2º grau: irmãos.
3º grau: tios e sobrinhos.
4º grau: sobrinhos-netos, tios-avós e primos.
Contudo o parentesco por afinidade é o liame jurídico existente entre a pessoa casada ou que vive em união estável, com os ascendentes, os descendentes ou irmãos de seu cônjuge ou companheiro, ou seja, são os parentes originários do vínculo matrimonial ou da união estável, o (a) sogro (a), a nora, o enteado, o padrasto, a madrasta e o (a) cunhado (a).
Os parentes comuns em linha reta de um dos cônjuges serão parentes por afinidade em linha reta do outro cônjuge: o sogro, o genro, a nora, o enteado, o padrasto e a madrasta - parentesco que jamais se extingue, ainda que tenha se dissolvido o casamento. Já, na linha colateral, o cunhado é o último parente colateral por afinidade existente no ordenamento jurídico brasileiro, extinguindo-se a afinidade ao 2º grau de colateralidade.
2. O Casamento Civil
2.1. Histórico e Considerações Gerais
O casamento civil é um contrato entre duas pessoas tradicionalmente com o objetivo de constituir uma família. A definição exata varia historicamente e entre as culturas, mas, até pouco tempo atrás, na maioria dos países, era uma união socialmente sancionada entre um homem e uma mulher (com ou sem filhos) mediante comunhão de vida e bens. Até ao século XIX, o casamento era visto nas sociedades ocidentais meramente como um acordo comercial entre duas famílias sem que os dois intervenientes tivessem muito voto na matéria.
A história do casamento civil no Brasil surgiu com a República, com o então chefe do Governo Provisório Marechal Deodoro da Fonseca. Foi no dia 24 de janeiro de 1890 que o decreto número 181 entrou em vigor. Desde então, o contrato entre duas pessoas que desejam se unir passou por profundas transformações, acompanhando as mudanças da sociedade brasileira.
A primeira delas foi a possibilidade de dissolver o contrato. Se, no casamento religioso, a família é indissociável, e serve para fins reprodutivos, para o civil, o casamento acontece por amor entre duas pessoas. E esse amor pode acabar. Mas essa mudança aconteceu aos poucos. A lei previa a “separação de corpos”. Na época, era possível separar o casal se houvesse ocorrido adultério, injúria grave, abandono voluntário do domicílio conjugal por dois anos contínuos ou, então, mútuo consentimento dos cônjuges. Mas o casamento em si não era desfeito.
O desquite chegou em 1916, com o Código Civil. Foi 61 anos depois, em 1977, que uma emenda constitucional usou pela primeira vez, explicitamente, a palavra divórcio. Mas o casal precisava estar separado judicialmente há mais de 5 anos ou de fato há mais de 7 anos.
Com a Constituição de 1988, aconteceu a mudança mais significativa no que diz respeito a ampliação do conceito de família, saindo do clássico mãe-pai-filhos. A Constituição também reconheceu a existência de diferentes estruturas familiares, como as monoparentais (chefiadas somente pelo homem ou somente pela mulher) e as socioafetivas (quando pessoas que não possuem vínculo biológico passam a ter relação de afeto, criando a paternidade ou maternidade socioafetiva).
Juridicamente, a principal consequência do casamento é a situação dos bens passados, presentes e futuros dos cônjuges, que receberão tratamento diferenciado de acordo com Regime de Bens adotado pelo casal.
Vale destacar que o regime de bens, portanto, é o conjunto de determinações legais ou convencionais, impostas pelo legislador, que são obrigatórios e alteráveis, que regem as relações patrimoniais entre o casal, enquanto durar o casamento.
No Brasil vige a liberdade de escolha do regime de bens, sendo permitido pelo Código Civil que os nubentes estipulem quanto aos seus bens, o que melhor lhes aprouver, dessa maneira, podendo optar pelos regimes de bens: da Comunhão Parcial de Bens; Comunhão Universal de Bens; Participação Final nos Aquestos; da Separação de Bens, ou até mesmo a criação de um regime Híbrido.
O regime de bens entre os cônjuges é escolhido antes do casamento, por meio da Escritura Pública de Pacto Antenupcial, junto ao Cartório de Tabelionato de Notas, nos casos de opção por regime diverso da comunhão parcial de bens, mas só começa a vigorar com a celebração do casamento.
2.2. Impedimentos Matrimoniais
Impedimentos matrimoniais são condições positivas ou negativas, de fato ou de direito, físicas ou jurídicas, expressamente especificadas pela lei, que, permanente ou temporariamente proíbem o casamento, um novo casamento ou um determinado casamento; impedimento matrimonial é a ausência de requisitos para o casamento.
Como impedimentos para o casamento, o art. 1.521 do CC/2002 traz um rol taxativo (numerus clausus) daquelas pessoas que não podem casar em determinados casos. As situações são tidas como de maior gravidade, envolvendo ordem pública, além dos interesses das próprias partes. Sendo assim, não podem se casar:
· Os ascendentes com os descendentes até o infinito, no caso de parentesco natural (impedimento decorrente de parentesco consanguíneo). Assim, o filho não pode casar com a mãe, o neto com a avó, o bisneto com a bisavó, o trineto com a trisavó e assim sucessivamente, sem limites. Duas são as razões para tanto. A primeira visa impedir o incesto, ou seja, relações sexuais entre pessoas da mesma família, tendo índole moral, sendo este um dos negativos absolutos de Freud. A segunda razão é evitar problemas congênitos à prole, comuns em casos tais, o que alguns ainda denominam eugenia.
· Os colaterais até terceiro grau (impedimento decorrente de parentesco consanguíneo). De acordo com esse impedimento, não podem se casar os irmãos, que são colaterais de segundo grau, sejam bilaterais (mesmo pai e mesma mãe) ou unilaterais (mesmo pai ou mesma mãe). A regra também se estende aos tios e sobrinhas, tias e sobrinhos, que são colaterais de terceiro grau (é a hipótese do chamado casamento avuncular). Sobre os últimos, continua em vigor o Decreto-lei 3.200/1941, no sentido de que o casamento entre colaterais de terceiro grau pode ser realizado se não houver risco à prole, o que deve ser aprovado por uma junta médica formada por dois profissionais da área.
· Os afins em linha reta (impedimento decorrente de parentesco por afinidade). Nos termos do art. 1.595 do CC, há parentesco por afinidade entre um cônjuge (ou companheiro) e os parentes do outro consorte (ou convivente).Pelo texto legal, o impedimento existe somente na afinidade em linha reta até o infinito (sogra e genro, sogro e nora – linha reta ascendente; padrasto e enteada, madrasta e enteado – linha reta descendente; e assim sucessivamente até o infinito). A razão é apenas moral.
· O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; os ascendentes e descendentes em casos envolvendo a adoção; o adotado com o filho do adotante (impedimentos em decorrência do parentesco civil formado pela adoção).
· O adotado e o filho do adotante, pois, na perspectiva constitucional do vínculo adotivo, esse casamento estaria sendo contraído entre irmãos.
· As pessoas casadas (impedimento decorrente de vínculo matrimonial). O Código em vigor continua consagrando o princípio da monogamia. Mesmo sendo tratada como impedimento matrimonial – e assim deve ser visualizada como categoria jurídica criada pela lei –, a hipótese parece ser de incapacidade matrimonial.
· O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte (impedimento decorrente de crime). Filia-se à parcela da doutrina que considera existir o impedimento somente nos casos de crime doloso e havendo trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
2.3. Os Regimes de Bens entre os Cônjuges
O Código Civil de 2002 disciplina os direitos patrimoniais relacionados com o casamento, particularmente as regras quanto aos regimes de bens. A atual codificação traz regras gerais a respeito desse tratamento patrimonial (arts. 1.639 a 1.652), preceitos relacionados com o pacto antenupcial (arts. 1.653 a 1.657), bem como regras especiais quanto aos quatro regimes previstos: comunhão parcial (arts. 1.658 a 1.666), comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671), participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686) e separação de bens (arts. 1.687 e 1.688).
O regime matrimonial de bens pode ser conceituado como o conjunto de regras relacionadas com interesses patrimoniais ou econômicos resultantes da entidade familiar, sendo as suas normas, em regra, de ordem privada. São princípios que regem o regime de bens o:
· Princípio da autonomia privada: A autonomia privada decorre da liberdade e da dignidade humana, sendo o direito que a pessoa tem de se autorregulamentar. Há plena liberdade na escolha do regime de bens, conforme o art. 1.639, caput, do CC/2002 (“É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver”).
 Porém, essa vontade não poderá estar viciada, sob pena de se reconhecer a nulidade ou anulabilidade do pacto antenupcial. Filia-se à doutrina que aponta ser esse princípio, em regra, irrestrito, somente encontrando limites nas normas de ordem pública (autonomia plena). Assim sendo, é possível que os cônjuges celebrem casamento por outro regime de bens, que não seja um dos mencionados pela legislação em vigor, ou mesmo combine os vários regimes de bens existentes. Nessas hipóteses, o regime será denominado regime misto. Porém, esse novo regime escolhido não pode ferir normas cogentes, de ordem pública.
A título de exemplo, o casal pode estabelecer que, quanto aos bens móveis, incide o regime da separação de bens; em relação aos imóveis adquiridos, o regime da comunhão parcial. Também é possível convencionar que somente haverá comunicação de quantias depositadas em conta-corrente conjunta do casal, e assim sucessivamente.
A criação de um regime diferente da relação constante da codificação material, estabelecendo apenas a comunicação de certos bens, parece ser uma opção cada vez mais comum, em especial no caso de casais que atuam como prestadores de serviços ou como profissionais liberais, e que desejam a valorização do patrimônio decorrente de seu trabalho. Muitas vezes, na prática, o regime da comunhão parcial pode trazer uma comunicação de bens não desejada pelas partes.
· Princípio da indivisibilidade do regime de bens: Apesar de ser viável juridicamente a criação de outros regimes que não estejam previstos em lei, não é possível fracionar os regimes em relação aos cônjuges. Em outras palavras, o regime é único para ambos os consortes, em particular diante da isonomia constitucional entre marido e mulher (arts. 5.º e 226 da CF/1988) e do princípio da comunhão indivisa (art. 1.511 do CC/2002). Como aplicação prática desse princípio, será nulo o pacto antenupcial que determinar o regime da comunhão universal de bens para o marido e o da separação de bens para a esposa.
· Princípio da variedade de regime de bens: Como visto, a lei consagra quatro possibilidades de regimes de bens aos nubentes. No silêncio das partes, prevalecerá o regime da comunhão parcial, que é o regime legal ou supletório (art. 1.640, caput, do CC). O regime de bens adotado começa a vigorar desde a data do casamento (art. 1.639, § 1.º, do CC).
· Princípio da mutabilidade justificada: Ao contrário da codificação material anterior, o art. 1.639, § 2.º, do CC em vigor, possibilita a alteração do regime de bens, mediante autorização judicial, em pedido motivado de ambos os nubentes, apurada a procedência das razões invocadas e desde que ressalvados os direitos de terceiros.
Em suma, tem-se mitigado jurisprudencialmente a estrita exigência normativa do art. 1.639, § 2.º, do CC, o que vem em boa hora, pois são os cônjuges aqueles que têm a melhor consciência sobre os embaraços que o regime de bens adotado pode gerar em sua vida cotidiana. A interpretação deve ser a mesma no que diz respeito ao Novo Código de Processo Civil, que parece ter nascido desatualizado também ao exigir o pedido motivado para a alteração do regime de bens.
Igualmente nos termos do CC/2002 e do CPC/2015, a alteração do regime de bens não poderá prejudicar os direitos de terceiros, pela própria dicção legal, o que representa mais uma clara intenção de proteger a boa-fé objetiva e desprestigiar a má-fé. Pelas dicções literais das normas, de forma alguma essa alteração do regime poderá ser utilizada com intuito de fraude, inclusive tributária.
Antes de um aprofundamento com relação aos modelos de regimes de bens é importante esclarecer que há situações excepcionais, expressamente contempladas no texto legal, no qual o legislador impõe um regime obrigatório de separação de bens. É o caso do disposto no artigo 1.641 do Código Civil, que estabelece que “é obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – Da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – De todos que dependerem, para casar, de suprimento judicial".
Salvo essas exceções, poderão os nubentes escolher qualquer regime de bens na habilitação matrimonial junto ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais. Lembrando que, quando não houver pacto antenupcial, ou sendo ele nulo ou ineficaz, vigorará entre os cônjuges o regime de comunhão parcial, uma vez que é conhecido como o regime legal ou supletivo de bens.
Adentrando nos modelos de regimes de bens, temos no Brasil a:
2.3.1. Comunhão Parcial de Bens
Em que a o compartilhamento em igual proporção de um mesmo patrimônio. Desse modo, todos os bens adquiridos durante a união pertencerão a ambos os cônjuges, não importando quem comprou ou em nome de quem foi registrado. Nesse regime, é irrelevante qual foi a efetiva contribuição financeira de cada cônjuge para a formação do patrimônio.
Contudo o patrimônio que cada cônjuge possuía antes do matrimônio não é compartilhado com o outro. Podendo haver, pois, a coexistência de três massas patrimoniais distintas: a primeira, formada pelos bens comuns do casal (adquiridos na constância do casamento); a segunda, formada pelos bens particulares do marido (adquiridos antes do casamento) e a terceira, formada pelos bens particulares da mulher (adquiridos antes do casamento).
Os artigos 1.659 e 1.660 do Código Civil enumeram expressamente quais são as hipóteses de comunhão ou não dos bens no regime da comunhão parcial, vejamos:
· Art. 1.659. Excluem-seda comunhão:
I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - As obrigações anteriores ao casamento;
IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes
· Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Ocorrendo a dissolução do casamento, os bens adquiridos na constância da sociedade conjugal serão partilhados em igual proporção (50% para cada um) ainda que a contribuição dos cônjuges para aquisição do patrimônio tenha sido desigual. O patrimônio que cada um possuía antes de casar é preservado, permanecendo de propriedade exclusiva do seu titular.
Todavia pode ocorrer no momento de formalizar o divórcio e a consequente partilha de bens, dúvidas e divergências acerca dos direitos relativos ao patrimônio comum e à proporção devida a cada um dos cônjuges, nestes casos muitos casais envolvem-se em demorados litígios.
Vale ressaltar que o regime de bens também é fator determinante da legitimação sucessória e influi diretamente na sucessão (transmissão da herança). Assim, ocorrendo a morte de um dos cônjuges, o outro poderá participar da herança do falecido, dependendo do regime de bens vigente durante o casamento. Quando casados sob o regime da comunhão parcial de bens, o cônjuge sobrevivente herdará tão-somente se o falecido houver deixado bens particulares (adquiridos antes do casamento).
2.3.2. Comunhão Universal
Até o advento da Lei 6.515, de 26.12.77, Lei do Divórcio, o regime legal tradicional era o da comunhão universal de bens, no qual os nubentes, no momento da habilitação para o casamento, após os esclarecimentos de praxe realizados pelo Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais, e não se manifestando em sentido contrário, escolhiam esse regime para regular as relações patrimoniais após o casamento. Tal escolha não dependia de qualquer formalidade, como a lavratura de um contrato pré-nupcial.
O regime da comunhão universal (arts. 1.667 ao 1.671, CC) estabelece que os bens adquiridos antes e durante o casamento ficam pertencendo ao casal, com exceção das situações constantes do art. 1.668. Pode-se considerar que este regime de bens é uma forma de aquisição da propriedade não elencada expressamente nos capítulos II e III, do Título III, do Livro III, do CC.
Os princípios que regem a comunhão universal dos bens são:
· Em regra, tudo o que entra para o acervo dos bens do casal fica subordinado à lei de comunhão;
· Torna-se comum tudo o que cada consorte adquire, no momento em que se opera a aquisição;
· Os cônjuges são meeiros em todos os bens do casal, embora um deles nada trouxesse ou nada adquirisse na constância do matrimônio.
Todavia esse regime comporta exceções, e são elas:
· Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; assim se um imóvel doado com cláusula de incomunicabilidade vier a ser desapropriado, a indenização é paga pelo poder público (Decreto-lei n. 3.365/41, artigo 31) ao donatário, em razão da sub-rogação real, não se comunicando ao seu cônjuge;
· Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário antes de realizar a condição suspensiva, pois a propriedade do fiduciário é resolúvel;
· As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus arrestos, ou reverterem em proveito comum. Assim, pelos débitos anteriores ao matrimônio, que não se comunicam, responde, exclusivamente, o devedor com os seus bens particulares ou com os bens que ele trouxe para a comunhão conjugal;
· As doações antinupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com cláusula de incomunicabilidade, a fim de proteger o donatário ainda que o doador seja o outro consorte;
· Estão fora da comunhão universal, os bens de uso pessoal;
· Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, salvo pacto antinupcial em contrário;
· Os bens da herança necessária a que se impuser a cláusula de incomunicabilidade, logo, pelo artigo 1.848 a legítima de um consorte não se comunica ao outro;
· As pensões, meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes são bens personalíssimos, sendo a pensão a quantidade paga, periodicamente, por força de lei, sentença judicial, ato inter vivos ou causa mortis a uma pessoa com finalidade de prover sua subsistência;
· Os proventos do trabalho pessoal de cada consorte.
Nesse sentido o regime da comunhão universal, na constância da sociedade conjugal, a propriedade e posse dos bens é comum, mas, como a direção da sociedade conjugal é de ambos os consortes, compete-lhes a administração desses bens. Mas tal administração segue as diretrizes traçadas nos artigos 1.663, 1.665 e 1.666 do Código Civil.
Vale destacar que transcorrendo a morte de um dos consortes, o cônjuge sobrevivente, que continua na posse dos bens, administra-os, até a partilha entre ele e os herdeiros do falecido. Reparte-se o acervo em duas meações, ficando uma com o cônjuge sobrevivente e outra com os sucessores do falecido. Neste caso os bens incomunicáveis não serão partilhados, entretanto, se houve declaração de nulidade do casamento, não se em comunicabilidade de bens, em razão do fato de não se ter casamento, logo, não há partilha do acervo em duas metades, pois cada consorte retirará tão-somente o que trouxe para a massa. O mesmo ocorre com o casamento anulável. Mas se a sentença, considera-lo putativo, por reconhecer a boa-fé de um ou de ambos os consortes, aplicar-se-ão as normas concernentes à separação judicial, partilhando-se os bens em duas meações.
Ocorre a dissolução da comunhão a partir da data da sentença de separação judicial ou da escritura pública da separação extrajudicial ou do divórcio direto, os bens serão repartidos em duas partes iguais, uma para cada consorte, não havendo nenhuma sanção de perda de bens para o culpado (RT 177:284) e restabelecendo-se a comunhão se porventura o casal se reconciliar.
2.3.3. Separação Convencional de Bens
No Código Civil, apenas dois artigos fazem referência a esse regime da separação convencional de bens, popularmente conhecida como separação total de bens: os artigos 1.687 e 1.688. Nele, há separação absoluta de patrimônios e dívidas do casal, de modo que todos os bens, presentes e futuros, são separadamente do cônjuge que os adquire, tendo sua plena administração, inclusive para disposição (venda, doação e qualquer outra forma de retira-lo de seu patrimônio), sendo desnecessária a outorga (concordância) do cônjuge até mesmo para a venda de imóveis.
Há também a separação legal de bens, também chamada de obrigatória, que consiste naquela imposta por força de lei, tratada no art. 1.641 do Código Civil. Nesta linha, a norma civil estabelece, brevemente, que o regime de separação legal de bens será o adotado:
I – Para as pessoas que contraírem casamento com inobservância das causas suspensivas de sua celebração;
II – Para as pessoas maiores de setenta anos;
III – Para todos que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
O regime da separação convencional de bens, por seu turno, é aquele que decorre da autonomia privada dos cônjuges, escolhido por meio de um pacto antenupcial, conforme autorizao art. 1.640 da codificação material brasileira. No regime de separação total de bens, a contribuição com as despesas é feita proporcionalmente ao que cada pessoa recebe, exceto quando é acordado de outra forma no contrato pré-nupcial.
2.3.4. Participação Final nos Aquestos
O regime da participação final nos aquestos, novidade trazida pelo novo Código Civil, que ao introduzi-lo suprimiu o regime dotal, vem disciplinado nos artigos 1.672 a 1.686.
Menos conhecido, este regime prevê que cada cônjuge possua um patrimônio próprio, cuja administração é exclusiva de cada um. Os bens são de propriedade do cônjuge em nome do qual estão registrados. Os bens em nome dos dois pertencem a cada um proporcionalmente à sua contribuição para a compra. Também as dívidas não são partilhadas, exceto se ambos foram beneficiados por elas. Neste regime, aplicam-se, portanto, as regras da separação de bens e da comunhão de aquestos.
Dissolvida a sociedade conjugal, marido e mulher têm direito à metade dos bens adquiridos com a renda do trabalho do casal, excluídos os patrimônios particulares, que são formados pelos bens anteriores ao casamento e pelos comprados com recursos da sua venda, pelos bens recebidos por doação ou herança e pelas dívidas relativas a estes bens.
A noção geral está prevista no artigo 1.672 do Código Civil.Com a dissolução da sociedade conjugal, o Código Civil estabelece a forma como se dará a apuração e partilha contábil no artigo 1.674.
2.4. Deveres recíprocos entres os cônjuges
O casamento não se limita a uma relação jurídica privada entre particulares, mas também é de interesse do Estado, por ser a junção de duas pessoas, com o intuito de formação de uma entidade familiar, cuja qual deve ter alguns requisitos para sua constituição, para que além do ambiente familiar, aqueles que convivam dentro de uma família, um lar, tenham o matrimônio como uma base social, onde os cônjuges e sua prole possam ter uma ideia de respeito, consideração, fidelidade, e também de assistência.
Como relação jurídica, o casamento produz vários efeitos jurídicos que atingem não só as relações pessoais e patrimoniais das pessoas ligadas pelo vinculo conjugal, mas também as relações entre essas e seus filhos. Para mais, o casamento acaba surtindo efeitos também na esfera social com a formação de família.
Dessa forma no instante em que contraímos o matrimônio, alguns efeitos pessoais recíprocos ou individuais, impostos por lei, tendem a garantir a ambas as partes a plena comunhão de vida, verdadeira essência da constância do casamento.
Para tal efeito no art. 1.566 do novo Código Civil estão os deveres recíprocos entre os cônjuges, que são:
· Fidelidade recíproca
Onde o dever moral e jurídico da fidelidade mútua decorre do caráter monogâmico do casamento e dos interesses superiores da sociedade, pois constitui um dos alicerces da vida conjugal e da família matrimonial.
· Vida em comum, no domicílio conjugal;
Que significa a convivência sob o mesmo teto.
· Mútua assistência;
Que engloba alguns deveres implícitos, como o de sinceridade, zelo pela honra do outro, e dignidade do cônjuge e da família, de acatar a liberdade eletrônica e de comunicação telefônica e privacidade do outro. O dever de mútua assistência envolve tanto questões materiais, de cunho estritamente econômico como a prestação alimentar, e questões de índole pessoal. A mútua assistência pessoal, são, as atenções recíprocas, de caráter espiritual, como os deveres de cuidado, assistência e participação nos interesses dos outros. Muito além do auxílio financeiro, a mutua assistência detém um cunho espiritual bastante assente.
· Sustento, guarda e educação dos filhos;
São deveres dos cônjuges conjuntamente sustentarem os filhos provendo sua subsistência material com alimentos, vestuário e medicamentos; exercer a guarda, mantendo-os em sua companhia e exercendo vigilância, educa-los moral, intelectual e fisicamente, de acordo com suas condições sociais e econômicas.
A guarda dos filhos, que não decorrerem propriamente do casamento ou da formação de família, e sim, do poder familiar, deve abranger, além da companhia dos filhos, o direito de fixar-lhes residência e domicílio, consentir no matrimônio quando ainda menores e a representação deles em juízo. O dever de sustento é amplo, engloba toda a necessidade material do filho, e só cessa com a maioridade, mas não desaparece depois disso, pois continua a existir sob a característica de alimentos.
A educação por sua vez, deve compreender aspectos diversos, como cultura, orientação pessoal e profissional, ética e religião. Nesse sentido os pais são os responsáveis pela subsistência de seus filhos e devem contribuir para sua formação, sob pena de cometerem o crime de abandono.
· Respeito e considerações mútuos.
No Código Civil de 1916, não havia esse direito-dever entre os cônjuges, mas o novo Código Civil de 2002, ampliou o rol de direitos e deveres recíprocos do casamento, e incluiu também, o respeito e consideração mútuos.
Pela jurisprudência, é possível saber que a violação do dever de assistência e do respeito e consideração mútuos, constitui injuria grave, que pode dar origem a ação de separação judicial (art.1573, III/CC) e de responsabilidade civil por dano moral.
Sendo assim, temos que esses são os deveres recíprocos dos cônjuges no matrimônio.
3. Dissolução da Sociedade Conjugal
3.1. Separação
A separação é uma forma de dissolução da sociedade conjugal, que extingue os deveres de coabitação e fidelidade próprios do casamento, bem como o regime de bens. Fica mantido, contudo, o vínculo matrimonial entre os separados, permitindo-se a reconciliação a qualquer tempo, o que os impede de contrair outro casamento, até que seja realizado o divórcio.
Existem duas formas de separação: de um lado, está aquela realizada por mútuo consentimento, em que ambos os cônjuges, mediante acordo, a requerem conjunta e simultaneamente. E de outra parte está a litigiosa, que normalmente é conhecida ou invocada com a denominação que se dá a separação em geral, isto é, separação judicial, onde apenas um dos cônjuges a postula, atribuindo uma conduta ou um fato pelo menos culposo ao outro cônjuge.
Vale ressaltar que, apenas os cônjuges estão habilitados a postular a separação. A ninguém mais é permitido formular o pedido de separação de pessoas estranhas. O caráter pessoal da formalização da dissolução da sociedade está contido no parágrafo único do art. 1.576 do Código Civil: “ O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges”, o art. 3º, § 1º da Lei nº. 6.515/77 consta a mesma regra.
No caso de incapacidade, serão representados por curador, ascendente ou irmão, embora não precisasse que viesse norma expressa, eis que a representação se dá pela forma prevista para qualquer outro ato da vida civil, o Código Civil cuida do assunto o que faz o parágrafo único do art. 1576: “ O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, o caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão”.
Com o Código Civil, pode-se afirmar que aparecem três tipos de separação, cada um baseado em determinadas situações. A primeira causa está em determinados fatos que importam em grave violação dos deveres conjugais, inviabilizando a vida em comum, imputáveis a um dos cônjuges, como se encontra no art. 1.572: “qualquer dos cônjuges poderá propor ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum¨. A segunda causa está no § 1º do art. 1.572 do Código Civil: “A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano consecutivo e a impossibilidade de reconstituição”. Igual matéria também é tratada na Lei nº. 6.515/77, em seu art. 5º, § 1º.Em terceiro lugar aparece a causa fundada na doença mental de um dos cônjuges, caracterizando a separação-remédio, e inserida no § 2º do art. 1.572 do Código Civil: “O cônjuge pode ainda pedir a separação judicialquando o outro estiver acometido de grave doença mental, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável”. O Código Civil reduziu o prazo para dois anos, pois a lei nº. 6.515/77, em seu art. 5º, § 2º, previa um prazo de cinco anos.
Logo a separação deve ser facilitada, com o que se conseguirá maior autenticidade nos casamentos. Em vista da simples inconveniência da união matrimonial, por não atender aos mesmos objetivos do casamento, que perde todo o sentido que o instituiu, autoriza-se a separação, que se formalizará mediante o pedido de um dos cônjuges. A deterioração das uniões é, ás vezes, um fato natural, inerente ás limitações do ser humano, não convindo se transformem as separações litigiosas em longas batalhas judiciais, com retaliações morais de toda ordem, levando, ao final, um dos esposos o estigma ou o peso de culpado por grave violação dos deveres do casamento.
3.2. Divórcio
Por meio desta figura, ocorre a dissolução da sociedade e do vínculo conjugal, e abre-se a possibilidade de novo matrimônio aos divorciados. O divórcio pode ser promovido por um ou por ambos os cônjuges, a sua decretação não se dá ope legis, mas exige a manifestação dos cônjuges, como desponta o art. 1.582 do Código Civil: “O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges”.
O divórcio indireto é a regra em nosso direito, concedendo-se após um prazo de separação judicial prévia. Diz-se indireto porque depende da separação para ser decretado. Se os cônjuges se encontram separados judicialmente há mais de um ano, podem requerer a conversão em divórcio, conforme prevê o art. 226, § 6º, da Constituição Federal, e o art. 1.580 do Código Civil.
Nada impede o divórcio de incapazes, mesmo que interditados, se devidamente representados pelo curador já constituído, ou por outro curador nomeado pelo juiz. A regra está no parágrafo único do art. 1.582 do Código Civil: ¨Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão”.
O efeito mais importante do decreto do divórcio é pôr termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso. Dissolvida a sociedade conjugal pelo divórcio, os cônjuges podem contrair novas núpcias, desaparecendo o impedimento legal.
3.2.1. Divórcio Consensual
A modalidade consensual é a dissolução da sociedade conjugal de forma amigável, neste caso os cônjuges entram em um consenso e decidem extinguir o casamento, estando, ainda de acordo quanto a partilha de bens e dívidas, guarda dos filhos, direito as visitas e pensão alimentícia.
3.2.2. Divórcio Litigioso
Acontece quando não há acordo sobre algum ponto à ser discutido no divórcio ou quando uma das partes não pretende se separar. Cada parte deverá ter o seu advogado. O advogado de uma das partes fará o pedido (ação de divórcio litigioso) ao juiz, expondo o que seu cliente pretende fazer, pedindo assim, que o outro cônjuge seja informado da ação (citação).
O juiz responsável pelo caso abre oportunidade para a outra parte oferecer a defesa com seus argumentos e provas, e determinará uma audiência de conciliação.
Na audiência de conciliação as partes poderão falar livremente sobre a situação. Se não houver acordo, o juiz marcará uma nova audiência para ouvir testemunhas e apurar mais informações. Em geral, essa segunda audiência é marcada dentro de seis meses depois, mas não há tempo fixo na justiça para isso.
Depois da segunda audiência, o juiz julgará o processo e só então dará sua decisão. Se mesmo assim, as partes se sentirem lesadas com toda a situação, caberá recurso ao Tribunal de Justiça para quem se sentir prejudicado.
3.2.3. Divórcio Extrajudicial
A Lei nº 11.441/2007 acrescentou o artigo 1.124-A ao Código de Processo Civil, o qual regulamentou o procedimento extrajudicial do divórcio, sendo este registrado em Cartório de Notas, mediante escritura pública, desde que inexistam filhos menores ou incapazes. Havendo a presença destes, deverá seguir o procedimento judicial, vez que neste caso é obrigatório o parecer do Ministério Público.
Este processo consiste em maior rapidez, visto que, tal modalidade possibilita que os casais não se submetam à tutela prévia do Poder Judiciário.
3.3. Proteção aos filhos
Com a dissolução da sociedade conjugal, cabe aos pais disciplinar acerca da guarda, o direito de visitas e a pensão alimentícia dos filhos menores e incapazes. A lei atribui o mesmo tratamento dos filhos menores aos filhos maiores incapazes.
Não havendo consenso quanto à guarda, o juiz deverá procurar a melhor solução, devendo se pautar no princípio do superior interesse da criança em sua decisão.
Em 2002, o novo Código Civil, deu maior ênfase a questão, trazendo um capítulo específico para tratar da proteção da pessoa dos filhos. Os artigos 1.583 até 1.590, alterados recentemente pela Lei 11.698/2008, disciplinam a matéria.
No Código Civil temos duas formas de guarda, sendo elas:
· A guarda unilateral que é a modalidade clássica e ainda mais comum. Nesta modalidade, um dos cônjuges ou outro substituto fica responsável pelo exercício da guarda, enquanto o outro fica com o dever de fiscalização, e o direito as visitas (arts. 1583, §3º, e 1.589, do Código Civil). Se necessário será estabelecido valor a ser pago pelo ex-cônjuge que não detêm a guarda a título de pensão alimentícia. O direito de visita é irrenunciável, tendo em vista a primazia do maior interesse do menor em poder conviver com ambos os genitores.
· A guarda compartilhada é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. Ao contrário do que se pensa a guarda compartilhada não prevê que o filho fique determinado tempo em casa de um e outro. Na verdade, o filho mora com um dos pais, porém as responsabilidades e decisões sobre a vida dele são compartilhadas, sendo livre a deliberação entre os pais acerca das visitas, sem limitação de dias e horas. Tudo com vistas a uma convivência amigável entre os pais, para que ambos possam atender às necessidades do filho da melhor forma possível.
O fato de pais se separarem e deixarem de viver sob o mesmo teto não quer dizer que necessariamente deixaram de ser uma família, pois há filhos em comum. Na medida em que os pais se conscientizam disso e priorizam a boa convivência, estarão beneficiando enormemente os interesses de seus filhos.
4. União Estável
4.1. Conceito
A união estável subsiste na convivência conjugal, entre homem e mulher, como se casados fossem, diuturnamente, com caráter público e permanente, objetivando a constituição de uma família, ainda que inexistam filhos. A união estável ou união livre sempre foi reconhecida como um fato jurídico, seja no Direito Comparado, seja entre nós. Por certo é que hoje, a união estável assume um papel relevante como entidade familiar na sociedade brasileira, eis que muitas pessoas, principalmente das últimas gerações, têm preferido essa forma de união em detrimento do casamento.
4.2. Proteção Legal
Calcada no espírito de cidadania, homenageando os princípios e os valores que norteiam o direito, a sociedade e acima de tudo respeitando a democracia, a dignidade da pessoa humana, à Constituição Federal de 1988 chancelou à União Estável em seu artigo 226, parágrafo 3 e 4.
A primeira regulamentação da norma constitucional que tratava da união estável adveio com a Lei n. 8.971, de 29 de dezembro de 1994, que definiu como “companheiros” o homem e a mulher que mantinham união comprovada, na qualidade de solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, por mais de cinco anos, ou com prole (concubinato puro). A Lei n. 9.278, de 10 de maio de 1996, alterou esse conceito, omitindo os requisitos de natureza pessoal, tempo mínimo de convivência e existência de prole. Preceituava o seu art. 1º onde se considera entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e deuma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família. Usou-se a expressão “conviventes” em substituição a “companheiros”.
Vale lembrar que, a união estável tem amparo jurídico, e de sua relação irradiam efeitos jurídicos, tais como a partilha de bens, possibilidade de alimentos, usufruto de habitação entre outros.
Haja vista que, o Código Civil de 2002, em vigor desde 11 de janeiro de 2003 albergou o instituto da União Estável no livro IV do título III estabelecendo as regras que consolidam o instituto.
Neste sentido o sistema legal da União Estável, estabeleceu aos companheiros seus direitos e deveres (como lealdade, respeito e assistência, guarda, sustento e educação dos filhos) trazidos tanto pela Constituição atual (Lei 9.278/96) quanto pelo Código Civil (artigo 1724) que estabelecem a família como sendo a base da sociedade, independentemente do casamento. O legislador quis proteger as uniões que se apresentavam como casamento, isto é, tutela aquela união formada por homem e mulher, bem como homoafetiva de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), revestida de solidez, estabilidade, publicidade, e com o objetivo de constituir família e que também foram reguladas através de jurisprudência, como por exemplo, a Súmula 380, do STF, gerando direito à meação para o companheiro sobrevivente sobre os bens adquiridos conjuntamente.
Entretanto para a caracterização da união estável é preciso que um homem e uma mulher estejam unidos, visando constituição de uma família, caso contrário, o vínculo entre eles não estaria sujeito às normas de Direito de família e não seria abrangido pelas disposições do art. 226, 3º, da Constituição.
Sendo assim as principais características da união estável são:
· Objetivo de constituir família: tem como ideia principal a constituição da família no desejo dos companheiros compartilharem a mesma vida, dividindo as tristezas e alegrias, os fracassos e sucessos, bem como a pobreza e riquezas, formando, assim, um novo organismo distinto de suas individualidades.
· Estabilidade: característica essa que vem expressa na Constitucional Federal de 1988, como elemento essencial da União Estável, pois o legislador deseja proteger as uniões que se apresentam com elementos norteadores do casamento, ou seja, a união tem que se prolongar no tempo, não podendo ser tipificada como momentânea e eventual;
· Unicidade de vínculo: Este elemento revela a intenção de vida em comum, a posse do estado de casado e a presunção de que os filhos, se porventura o tiverem, são do casal. O fato de existirem relacionamentos com outros parceiros desvirtua a união estável, uma vez que, o dever de fidelidade é a ideia central, no sentido de que exista somente, um único vínculo para ambos os companheiros, devendo-se tratar de união monogâmica.
· Notoriedade: A união extra-matrimonial deve ser revestida de notoriedade, no sentido de ser reconhecida socialmente, ainda que por um grupo restrito.
· Continuidade: A união estável deve ser permanente não no sentido da perpetuidade, mas sim para efeito de verificação da solidez do vínculo, não sujeito a abalo e deslizes que porventura aconteçam na vida comum dos dois.
· Informalismo: Essa característica baseia-se única e exclusivamente na vontade e consentimento mútuo dos companheiros de permanecerem juntos, sem qualquer solenidade para a sua formação, bem como para a sua extinção.
Nos casos de jurisprudência podem ser encontradas decisões que determinam a divisão igualitária de bens entre a esposa e a concubina, tratada como companheira. Exemplo:
¨Apelação cível. União estável. Relacionamento Paralelo ao casamento. Se mesmo não estando separado de fato da esposa, vivia o falecido em união estável com a autora/companheira, entidade familiar perfeitamente caracterizada nos autos, deve ser reconhecida a sua existência, paralela ao casamento, com a consequente partilha de bens. Precedentes. Apelação parcialmente provida, por maioria” (TJRS, Acórdão 70021968433, Canoas, 8.ª Câmara Cível, Rel. Des. José Ataídes Siqueira Trindade, j. 06.12.2007,DOERS 07.01.2008, p. 35).¨
REFERÊNCIAS:
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Tipos de Família: Em qual a minha se encaixa [n.d]. Disponível em: < http://franzoni.adv.br/tipos-de-familia-qual-minha-se-encaixa/ >. Acessado em: 05 de novembro de 2019.
Você sabia que Existem Vários Tipos de Família? [n.d]. Disponível em: < https://direitofamiliar.com.br/voce-sabia-que-existem-varios-tipos-de-familia/ >. Acessado em: 05 de novembro de 2019.

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