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noções de anatomia e histologia da pele

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A pele é um órgão de composição complexa e estrutura própria, que se caracteriza por diversos 
tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas, distribuídos em camadas interdependentes. 
É o maior órgão do corpo humano, com área variando de 1,5 a 2 m2 no indivíduo adulto e 
peso de aproximadamente 15% do peso corporal. Tem aspecto, estrutura e funções variáveis, de 
acordo com a região do corpo.
A pele é um órgão de defesa e de revestimento externo, com capacidade de se adaptar às 
variações do meio ambiente e às necessidades do organismo que protege, cobrindo-o em sua 
totalidade. É multifuncional, desempenhando funções essenciais para a vida, como termorre-
gulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas (quími-
cas, físicas ou biológicas) e contra a perda de água e de proteínas para o meio externo. Recebe 
também estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura.
Anatomicamente, a pele está estratificada em três camadas distintas, mas que, no funciona-
mento, estão intimamente relacionadas: epiderme, derme e hipoderme (Figura 2.1). 
9
noções de anatomia e histologia da pele
2 C a p í t u l o
 Silmara da Costa Pereira Cestari
Figura 2.1 Esquema da pele.
Poro sudoríparo
Epiderme
Derme
Hipoderme
Artéria Veia Folículo piloso
Tecido subcutâneo (adiposo)
Glândula sudorípara
Terminação nervosa livre
Camada córnea (queratinizada)
Glândula 
sebácea
Corpúsculo 
de Meissner
Músculo eretor do pêlo
dermato.indb 9 24/08/2018 10:09:23
DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA10
 EPIDERME
A epiderme (do grego epi = acima; derma = pele) é a 
camada mais superficial e também a mais importante 
da pele. É constituída por um epitélio pavimentoso es-
tratificado e queratinizado (várias camadas de células 
achatadas justapostas). Tem espessura irregular, varian-
do conforme a região do corpo, sendo mais fina nas pál-
pebras e mais espessa nas palmas e plantas.
Apresenta cinco camadas distintas: a camada basal (es-
trato germinativo), a camada espinhosa, a camada granu-
losa, o estrato lúcido e a camada córnea. As células dessas 
camadas, os queratinócitos, derivam da camada basal. 
As células da camada basal multiplicam-se de ma-
neira continua e, à medida que se aproximam da super-
fície, se diferenciam, se tornam achatadas e passam a 
fabricar e a acumular dentro de si quantidades cres-
centes de queratina, uma proteína resistente e imper-
meável, integrante da pele, dos cabelos e das unhas. 
As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de 
queratina, perdem o núcleo e passam a constituir um 
revestimento resistente ao atrito e altamente imper-
meável à água, denominado camada queratinizada ou 
camada córnea. O tempo de maturação de uma célula 
basal até atingir a camada córnea é de, aproximada-
mente, 26 a 28 dias. 
A superfície da epiderme é relativamente plana, 
com exceção das áreas de dobras cutâneas, submetidas 
a extensões e contrações. É marcada por uma rede de 
sulcos que a dividem em pequenos polígonos, corres-
pondentes às áreas de elevação da epiderme pelas pa-
pilas dérmicas. A base da epiderme é sinuosa, formada 
por cones epidérmicos que se projetam na derme e se 
encontram intercalados com projeções digitiformes da 
derme denominadas papilas. Essa disposição confere 
grande adesão da epiderme à derme e maior superfí-
cie de contato entre elas, permitindo uma área eficaz de 
troca entre esses dois componentes. À epiderme, che-
gam terminações nervosas minúsculas da dor, porém, 
não existem nervos nem vasos sanguíneos. Os nutrien-
tes e o oxigênio alcançam a epiderme por difusão, a par-
tir dos vasos sanguíneos da derme.
 ƒ Camada basal (estrato germinativo): é a camada de 
células mais interna, em contato com a derme, sendo 
constituída por células de forma cúbica que se mul-
tiplicam continuamente, dando origem a todas as 
outras camadas. As células da camada basal (querati-
nócitos) são cilíndricas, com citoplasma basófilo e nú-
cleos grandes, alongados, ovais e hipercromáticos, em 
contínua divisão mitótica. Estão dispostas lado a lado 
em paliçada, e são ligadas à derme por finos prolon-
gamentos radiculares, originando a membrana basal. 
 ƒ Camada espinhosa (estrato de Malpighi): está aci-
ma da camada basal, sendo formada por 5 a 10 ca-
madas de células poliédricas que vão se tornando 
achatadas à medida que se aproximam da superfície. 
As células espinhosas estão justapostas e unidas por 
junções intercelulares, os desmossomas e as tight 
junctions (daí o aspecto de espinhos). Os desmosso-
mos são estruturas complexas que conferem à pele 
resistência a traumas mecânicos. Na camada basal, 
há apenas uma placa de aderência ligando a mem-
brana plasmática das células basais à membrana ba-
sal denominada hemidesmossomos (Figura 2.2). 
 ƒ Camada granulosa: é constituída de 1 a 3 camadas 
de células losangulares, de coloração mais escura 
e estrutura granulosa, devido aos grânulos de que-
ratohialina (precursora da eleidina e da filagrina, é 
um importante componente do envelope das célu-
las corneificadas). Esta camada é rica em lipídios e 
proteínas, além de outros componentes necessários 
para a morte programada das células e a formação 
da barreira superficial impermeável à água, como 
involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina.
 ƒ Estrato lúcido: zona de células achatadas, sem nú-
cleo, com aspecto homogêneo e translúcido, eosi-
nofílico. Apresenta na sua constituição a eleidina, 
substância gelatinosa que impede a entrada e saída 
de água e que, posteriormente, vai originar a quera-
tina. Esse estrato é muito fino, podendo mesmo não 
existir em algumas áreas. Normalmente, está pre-
sente na pele com folículos pilosos ausentes, como 
as palmas e plantas.
 ƒ Estrato córneo: é a camada mais superficial da pele. 
Sua espessura é variável de acordo com a topogra-
fia anatômica, sendo maior nas palmas e plantas. 
As células dessa camada correspondem ao estágio 
final de diferenciação celular. São células eosinofíli-
Figura 2.2 Camadas da epiderme.
Camada córnea
Camada lúdica
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada germinativa 
ou Basal
dermato.indb 10 24/08/2018 10:09:23
CAPÍTULO 2 nOções de AnATOmiA e hisTOLOgiA dA PeLe 11
cas, anucleadas, e possuem um sistema de filamen-
tos de queratina imerso em uma matriz contínua, 
circundada por uma membrana celular espessada. 
Encontram-se achatadas e empilhadas umas sobre 
as outras, descamando continuamente. A queratina 
é a proteína de suporte desta camada, conferindo-
-lhe elasticidade, resistência e impermeabilidade. 
Resulta da transformação dos elementos constitu-
tivos da célula basal ao longo da sua migração em 
direção à superfície. No decorrer da sua migração, 
as células sintetizam elementos estruturais específi-
cos, de natureza proteica (tonofilamentos, querato-
-hialina) ou lipídicas (corpos lamelares de Odland). 
No final da diferenciação, estas células sofrem uma 
fase de transição que as leva à morte e as transfor-
ma nos constituintes da camada córnea em esfolia-
ção superficial. 
Os corpos de Odland libertam seus lipídios no es-
paço intercelular, constituindo uma barreira contra a 
perda de água. Cada célula ainda possui substâncias 
higroscópicas e hidrossolúveis, resíduos da lise celular 
(NMF – Natural Moisturizing Factors), que também 
são importantes na hidratação cutânea. A elasticida-
de, a flexibilidade e a resistência desta camada podem 
ser modificadas segundo o seu teor de água. 
Intercalados entre os queratinócitos, há outros 
tipos celulares, como os melanócitos, as células de 
Langerhans e as células de Merkel.
 ƒ Melanócitos: são células dendríticas de origem neu-
roectodérmica (crista neural) que, por meio de estru-
turas intracitoplasmáticas específicas denominadas 
melanossomas, sintetizame armazenam a melanina, 
um pigmento que determina a cor da pele e absorve 
a radiação ultravioleta. Ela é sintetizada a partir da 
tirosina, cuja enzima responsável é a tirosinase, que 
catalisa a reação da melanogênese (Figura 2.3)
Os melanócitos distribuem-se em diversos locais 
do corpo humano: pele, mucosas, matriz dos pelos, 
olhos (epitélio pigmentar retiniano, íris e coroide), 
ouvidos (estrias vasculares), sistema nervoso central 
(leptomeninges). Na pele, localizam-se na camada 
basal da epiderme e, por vezes, na derme. Seus den-
dritos estendem-se por longas distâncias na camada 
malpighiana da epiderme, estando em contato com 
muitos queratinócitos, para os quais transfere seus 
melanossomas. O melanócito e os queratinócitos 
com os quais se relaciona constituem as unidades 
epidermomelânicas da pele, numa proporção de 1 
para 36, respectivamente (Figura 2.4).
 ƒ Células de Merkel: são receptores sensoriais que se 
dispõem entre os queratinócitos, encontradas nas 
extremidades distais dos dedos, lábios, gengivas e 
bainha externa dos folículos pilosos. São células de 
origem controversa. Alguns acreditam na sua origem 
Figura 2.3 Melanogênese.
5,6-diidroxindrol
Tirosina
Tirosinase Tirosinase
+
Proteína
O2
Zn
DOPA Dopaquinona Leucodopacromo
DopacromoIndol 5,6quinona
Tirosina-
melanina
Melanoproteína Melanina
Figura 2.4 Disposição dos melanócitos na epiderme e sua inte-
ração com os ceratinócitos.
Camada 
granulosa
Ceratinócitos
Células de 
Langerhans
Lamina densa
MelanócitosCélula de Merkel
dermato.indb 11 24/08/2018 10:09:24
DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA12
neuroendócrina, pois apresentam grânulos intraci-
toplasmáticos com substâncias neurotransmissoras 
e estão em contato íntimo com fibras nervosas da 
derme, constituindo os discos de Merkel, que prova-
velmente são mecanorreceptores.
 ƒ Células de Langerhans: são células dendríticas ori-
ginadas na medula óssea a partir de células-tronco 
hematopoiéticas que migram e se tornam residentes 
na epiderme. Constituem de 2% a 8% das células da 
epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Têm 
função imunológica, como células apresentadoras 
de antígenos aos linfócitos T.
A morfologia das células de Langerhans depende 
do seu estágio de maturação. A forma madura ca-
racteriza-se pelo aspecto irregular, estrelado e com 
prolongamentos citoplasmáticos longos e delgados, 
enquanto a forma imatura ou alterada apresenta-se 
mais regular, com aspecto arredondado com prolon-
gamentos ausentes ou em pequena quantidade. Na 
microscopia eletrônica, são caracterizadas por es-
truturas citoplasmáticas, denominadas grânulos de 
Birbeck, que se assemelham a uma raquete de tênis. 
A epiderme penetra na derme e origina os folícu-
los pilosos, as glândulas sebáceas e sudoríparas.
Junção dermo-epidérmica
É uma zona de junção entre a epiderme e a derme, a 
qual permite que essas duas camadas estejam correta-
mente ancoradas. As células da camada basal da epider-
me repousam sobre uma estrutura chamada membrana 
basal e estão fixas por intermédio de hemidesmosso-
mas e de fibras de fixação. A zona da membrana basal 
é constituída por quatro áreas distintas: a membrana 
celular da célula basal; a lâmina lúcida, sob a membrana 
plasmática dos queratinócitos basais, com seus hemi-
desmossomos; a lâmina densa, formada por colágeno 
tipo IV; e a lâmina fibrorreticular, que tem continuidade 
com a derme subjacente.
A função da zona da membrana basal é fornecer a 
ancoragem e a adesão da epiderme com a derme, man-
tendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois com-
ponentes e atuando como filtro para a transferência de 
materiais e células inflamatórias ou neoplásicas. Tem du-
pla função, desempenhando papel de barreira e filtro. É 
uma barreira seletiva que permite a passagem de nutrien-
tes da derme para as células da epiderme, mas, no senti-
do inverso (da epiderme para a derme), tudo o que entra 
em contato com a epiderme e que poderia atravessá-la, 
encontra nela uma barreira dificilmente transponível.
 DERME
A derme está localizada sob a epiderme e apresenta es-
pessura variável de 0,3 a 3 milímetros, de acordo com 
a região do corpo. É um tecido de sustentação da epi-
derme, formado por um denso estroma fibroelástico de 
tecido conectivo, em meio à substância fundamental, 
que serve de suporte para extensas redes vasculares e 
nervosas e anexos cutâneos que derivam da epiderme.
Os principais componentes da derme incluem o colá-
geno (70% a 80%), que confere a resistência; a elastina 
(1% a 3%), que dá a elasticidade; e os proteoglicanos, 
que constituem a substância amorfa em torno das fibras 
colágenas e elásticas; além de fibras proteicas, fibras de 
reticulina, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações 
nervosas, órgãos sensoriais, folículos pilosos e glândulas 
sudoríparas e sebáceas. 
Todo esse conjunto está envolvido pela substância 
fundamental, que contém, ainda, vários tipos celulares 
como fibroblastos, macrófagos, melanófagos, mastóci-
tos, leucócitos (como neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, 
monócitos e plasmócitos), linfócitos T e células dendrí-
ticas, envolvidas com a defesa imunológica da pele. As 
fibras e a substância fundamental são produzidas pelos 
fibroblastos, as principais células da derme. 
A derme é dividida estruturalmente em camadas: a 
derme papilar (superficial), a derme reticular (profunda) 
e a derme perianexial. 
A derme papilar acompanha a camada basal, é mais 
delgada, altamente vascularizada e preenche as conca-
vidades entre as cristas epidérmicas, dando origem às 
papilas dérmicas. É formada por feixes delicados de fi-
bras colágenas (principalmente do tipo III) e elásticas, 
dispostas em uma rede frouxa, circundada por abun-
dante gel de mucopolissacarídeos. Na derme papilar, 
as fibras colágenas e elásticas estão orientadas vertical-
mente e a substância fundamental é mais abundante do 
que na derme reticular, porém, menos espessa, rica em 
tecido conjuntivo frouxo e fibroblastos, além de vasos 
sanguíneos de menor espessura e calibre. 
A derme reticular representa 4/5 da espessura da 
derme, estando localizada abaixo do nível das cristas 
epidérmicas. É constituída de fibras colágenas espessas 
(principalmente do tipo I) entrelaçadas, com direção pa-
ralela à epiderme, misturadas com fibras elásticas, dis-
postas paralelamente à superfície da pele, reunidas com 
a substância fundamental. 
A derme perianexial tem a mesma estrutura da derme 
papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos.
 ƒ Vascularização: na derme, se localizam os vasos san-
guíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme. O 
suprimento vascular da pele é limitado à derme e 
constitui-se de um plexo profundo, em conexão com 
um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos à 
superfície cutânea e estão ligados por vasos comuni-
cantes dispostos perpendicularmente. 
O plexo superficial situa-se na porção superficial 
da derme reticular, com arteríolas pequenas das 
quais partem alças capilares que ascendem até o 
topo de cada papila dérmica e retornam como capi-
lares venosos. 
O plexo profundo localiza-se na base da derme 
reticular e é composto por arteríolas e vênulas de 
paredes mais espessas. Há uma ligação íntima en-
dermato.indb 12 24/08/2018 10:09:24
CAPÍTULO 2 nOções de AnATOmiA e hisTOLOgiA dA PeLe 13
tre os plexos por meio dos vasos comunicantes, e o 
controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses vasos 
contribui para o controle da temperatura corpórea.
 ƒ Inervação: a inervação da pele é abundante e consti-
tuída por nervos motores autonômicos e por nervos 
sensoriais somáticos.
O sistema autonômico é composto por fibras sim-
páticas, sendo responsável pela piloereção, constri-
ção da vasculatura cutânea e secreção de suor. As 
fibras que inervam as glândulas écrinassão simpáti-
cas, mas têm como neurotransmissor a acetilcolina.
O sistema somático é responsável pelas sensa-
ções de dor, prurido, tato suave, tato discriminati-
vo, pressão, vibração, propriocepção e térmica. Os 
nervos sensitivos têm receptores especializados di-
vididos funcionalmente em mecanorreceptores, ter-
morreceptores e nociceptores. 
Morfologicamente, estes receptores podem cons-
tituir estruturas especializadas, como:
 Œ corpúsculos de Vater-Pacini: específicos para 
pressão e vibração. São formados por fibra ner-
vosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta 
por várias camadas que correspondem a diversas 
células de sustentação. A camada terminal é capaz 
de captar a aplicação de pressão, que é transmiti-
da para as outras camadas e enviada aos centros 
nervosos correspondentes. Localizam-se, princi-
palmente, nas regiões palmoplantares. 
 Œ corpúsculos de Meissner: específicos para o tato, 
com função de detecção de pressões de frequên-
cia diferente. São formados por um axônio mielí-
nico, cujas ramificações terminais se entrelaçam 
com células acessórias. Localizam-se nas polpas 
dos dedos, mais especificamente nas saliências 
das impressões digitais.
 Œ corpúsculos de Krause: específicos para o frio. São 
formados por uma fibra nervosa com terminação em 
forma de clava. Estão localizados nas áreas de tran-
sição entre a pele e as mucosas (lábios e genitais).
 Œ corpúsculos de Ruffini: são sensíveis ao calor. Têm 
forma ramificada. 
 Œ discos de Merkel: promovem a sensibilidade tátil e 
de pressão. Uma fibra aferente está ramificada com 
vários discos terminais, englobados em uma célu-
la especializada (célula de Merkel), cuja superfície 
distal se fixa às células epidérmicas (queratinócitos) 
por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, 
os movimentos de pressão e tração sobre a epider-
me desencadeiam o estímulo. 
 Œ terminações nervosas livres: receptores despro-
vidos de características estruturais específicas. 
São sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos 
e especialmente aos dolorosos, sendo responsá-
veis pela sensibilidade à dor, ao prurido e à tem-
peratura. São formadas por um axônio ramificado 
envolto por células de Schwann, e ambos são en-
volvidos por uma membrana basal (Figura 2.5). 
 HIPODERME
A hipoderme (do grego hipo = abaixo; derma = pele), tam-
bém denominada de tecido celular subcutâneo ou panícu-
lo adiposo, é a camada mais profunda da pele, localizada 
abaixo da derme e unindo-a à fáscia muscular subjacente.
Figura 2.5 Receptores sensitivos especializados.
Disco de Merkel
Limite epiderme-derme
Terminação nervosa livre
Corpúsculo de Meissner
Receptor do folículo piloso
Corpúsculo de Pacini
Corpúsculo de Ruffini
Derme
Epiderme
Pele glabra Pele com pêlo
dermato.indb 13 24/08/2018 10:09:24
DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA14
É um tecido complexo constituído por adipócitos, as 
células especializadas no armazenamento de gordura. 
A hipoderme atua como reserva energética, proteção 
contra choques mecânicos e isolante térmico. Está or-
ganizada em lóbulos de gordura divididos por septos fi-
brosos compostos de colágeno, por onde correm vasos 
sanguíneos, linfáticos e nervos. 
Duas camadas podem ser detectadas: 
 ƒ Camada areolar: é a mais superficial, caracterizada 
por adipócitos globulares e volumosos e numerosos 
e delicados vasos. 
 ƒ Camada lamelar: mais profunda, apresentando au-
mento da espessura com ganho de peso (hiperplasia). 
Essas duas camadas são separadas pela lâmina fibrosa. 
Os vasos sanguíneos e linfáticos, os feixes nervosos e os 
folículos pilosos também atravessam a hipoderme. Abai-
xo do tecido subcutâneo encontra-se a fáscia muscular.
As principais funções da hipoderme são: reservató-
rio energético, isolante térmico, protetora contra cho-
que mecânicos, modeladora da superfície corporal e 
fixadora dos órgãos.
A espessura e a consistência da hipoderme variam 
individualmente e conforme as diferentes regiões do 
corpo. Nos mamilos, nádegas e abdome, a hipoderme é 
mais espessa e mole. Nos calcanhares, palmas e fronte, 
é menos espessa, menos fibrosa e menos elástica. 
 ANEXOS CUTÂNEOS
Unidade pilossebácea
As unidades pilossebáceas são encontradas em toda a 
superfície da pele, exceto nas palmas, plantas, nos lá-
bios e na glande. 
São compostas por uma haste pilosa circundada por 
uma bainha epitelial contínua com a epiderme, uma glân-
dula sebácea responsável pela lubrificação do pelo, mús-
culo eretor que permite a movimentação do pelo e, em 
certas regiões, ducto excretor de uma glândula apócrina 
que desemboca acima da glândula sebácea.
O pelo é constituído por células epidérmicas querati-
nizadas mortas e compactadas. Sua haste é composta por 
cutícula externa, córtex intermediário e medula. A bainha 
epitelial da raiz divide-se em bainhas radiculares externas 
e internas. A externa dá continuidade às células da camada 
espinhosa da epiderme superficial e a interna é formada 
por três camadas celulares distintas: camada de Henle, ca-
mada de Huxley e cutícula, formada por escamas que se 
entrelaçam com as escamas da cutícula do pelo.
Na porção mais inferior do folículo piloso, há uma ex-
pansão denominada bulbo piloso, que contém a matriz 
do pelo. É na matriz que ocorre a atividade mitótica e 
encontram-se os melanócitos, sendo, portanto, respon-
sável pelo crescimento e pela pigmentação do pelo.
Há dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, curto, 
delicado e claro, idêntico aos pelos velus do adulto; e o 
terminal, mais grosso, escuro e longo, encontrado nas 
axilas, nos cabelos, na barba e na região púbica.
Os pelos não crescem continuamente, mas de ma-
neira cíclica, podendo-se identificar três fases distintas:
 ƒ anágena: fase de crescimento ativo, com duração de 
2 a 3 anos e corresponde a 85% dos cabelos;
 ƒ catágena: fase de involução, com duração de 3 se-
manas e corresponde a 1% dos cabelos;
 ƒ telógena: fase de queda, com duração de 3 a 4 meses 
e corresponde a 14% dos cabelos (Figuras 2.6 A e B).
Glândulas sebáceas
São glândulas holócrinas, cuja função é produzir o sebo. 
Ocorrem por toda a pele, exceto palmas e plantas, e seu 
controle é hormonal, especialmente andrógeno.
O sebo é uma combinação de ésteres de cera, esqua-
leno, ésteres de colesterol e triglicérides, secretados por 
meio do ducto sebáceo na luz do folículo piloso. Recobre 
a superfície cutânea, atuando como lubrificante natural 
do pelo, além de evitar a perda de água pela camada 
córnea, proteger contra o excesso de água na superfície 
e ter ação bactericida e antifúngica. 
Glândulas sudoríparas écrinas
Derivam da epiderme e não pertencem à unidade pi-
lossebácea. Cada glândula é um túbulo simples com um 
segmento secretor enovelado, situado na derme, e um 
ducto reto que se estende até a superfície da pele. São 
inervadas por fibras simpáticas, mas têm a acetilcolina 
como mediador.
Localizam-se em toda a superfície cutânea, exceto 
lábios, leitos ungueais e glande. Participam da termor-
regulação, produzindo suor hipotônico que evapora du-
rante o calor ou estresse emocional.
Glândulas sudoríparas apócrinas
Derivam da epiderme e fazem parte da unidade pilos-
sebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilo-
sos. Localizam-se nas axilas, no escroto, no prepúcio, 
nos pequenos lábios, nos mamilos e na região perineal, 
além de, modificadamente, nas pálpebras (glândulas de 
Moll), nas mamas (glândulas mamárias) e no conduto 
auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem se-
creção viscosa e leitosa, constituída de proteínas, açúca-
res, amônio e ácidos graxos. O suor apócrino é inodoro 
quando atinge a superfície, mas as bactérias o decom-
põem, causando odor desagradável. São inervadas por 
fibras nervosas simpáticas e estão sob o controle dos 
hormônios sexuais. Sua função provavelmenterepre-
senta vestígios de espécies inferiores, cuja comunicação 
sexual se dá por meio de substâncias químicas.
Unhas
São placas córneas, constituídas por células epidérmicas 
queratinizadas, mortas e compactadas, localizadas no dor-
so das falanges distais dos quirodáctilos e pododáctilos (Fi-
gura 2.7). São compostas por quatro partes: 
dermato.indb 14 24/08/2018 10:09:24
CAPÍTULO 2 nOções de AnATOmiA e hisTOLOgiA dA PeLe 15
1. Matriz: parte proximal recoberta por prega de pele 
(prega ungueal proximal);
2. Lâmina ungueal: aderida sobre o leito ungueal;
3. Dobras laterais: cobrem as bordas laterais da lâmina 
ungueal;
Figura 2.6 (A) Unidade pilossebácea; (B) Haste do pelo.
Haste do pêlo
Bulbo
Glândula
sebácea
Músculo 
eretor do 
pêlo
Medula
Córtex
Cutícula
Músculo 
eretor 
do pêlo
Glândulas 
cebáceas
Bulbo
Papila
Epiderme
Derme
Camada subcutãnea
Células adiposas
 A B
4. Borda livre.
No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a 
camada basal, que se torna opaca na sua parte proximal, 
formando a lúnula. A matriz apresenta intensa atividade 
proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha.
Corpo da unha
Lúmula
Borda livre
Campo ungueal
Prega ungueal lateral
Prega ungueal proximal
Campo ungueal
Placa ungueal
Eponíquio
Placa ungueal
Leito ungueal
Figura 2.7 Estrutura anatômica da unha.
 A B
 C
Campo ungueal
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DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA16
1. Ham AW, Cormack DH. Histologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983. p. 577. 
2. Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica: texto e atlas. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. p. 354. 
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Koogan; 2012. p. 498. 
Bibliografia
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