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9- O Princípio da Eficiência no Direito Administrativo Disciplinar

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O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NO DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 
Por SANDRO LÚCIO DEZAN
1
 
 
O princípio da eficiência compreende valor normativo constitucional basilar do 
agir administrativo (art. 37, caput, CF/88), prescrevendo que a Administração e seus 
servidores devem não somente cumprir o prescrito em lei, mas, assim proceder de forma a 
obter o melhor resultado, o resultado ótimo para o caso concreto. Implica a correta 
interpretação e observância das leis e regulamentos e dos demais princípios 
administrativos, tais como o da legalidade, da celeridade processual, da moralidade etc.
2
 
 
Na qualidade de gestão da coisa pública, a Administração e seus agentes possuem o 
dever de se conduzirem de forma a afastar comportamentos desidiosos, morosos, insuscetíveis 
de resultados desprovidos de efeitos práticos, burocráticos e sem fins específicos, para 
proverem não somente o resultado por si só, mas também o resultado de ação ou omissão 
harmonicamente alinhado com os fins da lei e da vontade social – relaciona-se diretamente, 
portanto, ao princípio da legalidade administrativa e com o procedimento adequado, ou seja, o 
devido processo legal, para a obtenção doe resultado justo. 
 
É a imposição principiológica de operar com ausência de erros, de desvios, de tutelas 
outras que não as miradas pelo interesse público, consubstanciando, como ensina Celso 
Antônio Bandeira de Mello, “uma faceta de um princípio mais amplo já superiormente 
tratado, de há muito, no direito italiano: o princípio da ‘boa administração’”
3
. 
 
 
1
 Doutorando em Direito e Políticas Públicas, pelo Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Doutorando 
e Mestre em Direitos e Garantias Constitucionais Fundamentais, pela Faculdade de Direito de Vitória – 
FDV. Doutorando em Ciências Jurídicas Públicas, pela Escola de Direito da Universidade do Minho – 
UMINHO (Braga, Portugal). Professor de Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual 
Penal, Direitos Humanos e Direitos Fundamentais, em Faculdades e Cursos Preparatórios para Concursos 
Públicos. Professor Visitante (Investigador Não Permanente) do Mestrado em Ciência Polícias do 
Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna – ISCPSI, Lisboa, Portugal. 
2
 Para estudo mais completo sobre o princípio da eficiência no direito Administrativo Disciplinar, conferir 
nosso livro “Fundamentos de Direito Administrativo Disciplinar”. 
3
 
 
MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 92. 
Por abordarmos a questão procedimental a ensejar a eficiência do aparato 
administrativo, convém trazer à análise – e isso novamente repetido quando do trato do 
princípio da proporcionalidade – a intrínseca – porém não conflitantes ou amalgamas - relação 
entre eficiência e proporcionalidade (e ou razoabilidade também). 
 
O princípio da proporcionalidade desempenha – grosso modo - uma função 
instrumental ao princípio da eficiência, na medida em que este último, de caráter material, ou 
seja, de “aferição” precisa somente quando da avaliação do resultado almejado pela 
Administração, depende, na essência, do desenvolvimento de um procedimento proporcional. 
Nisso, interligam-se, porem sem se caldearem, o “formal” e o “material”, na indisponível 
aplicação do “ótimo administrar”. 
 
Há, por se constatar, distinções essenciais entre tais princípios, que poderíamos tachar 
de disparidades ontológicas, para propósito único, qual seja, a concreção do interesse 
coletivo ou da finalidade pública. 
 
A proporcionalidade (e aqui também, por sua natureza instrumental, incluímos a 
razoabilidade) está para o procedimento assim como a eficiência está para o resultado. Apenas 
para ilustrar, por meio de imagem de “inferência imediata”, baseada em um “quadrado de 
oposição clássico ou tradicional”, seguido de algumas simples proposições lógicas, teríamos 
as seguintes ilações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pp → Ef ↔ Pp ≠ Ef 
DISTINÇÃO ONTOLÓGICA 
PROPORCIONALIDADE EFICIÊNCIA 
PROCEDIMENTO 
(Critério Formal) 
RESULTADO (critério 
Material) 
[Proposição formal em que se assenta que a Proporcionalidade (Pro) implica ou 
pressupõe a Eficiência, mas se, e somente se, apresentarem conteúdos ontológicos 
distintos]. 
 
Pp ╞ Formal 
 
[Proposição em se infere que o Princípio da Proporcionalidade apresenta conteúdo 
semântico formal]. 
 
Ef ╞ Material 
[Proposição em se infere que o Princípio da Eficiência apresenta conteúdo semântico 
material]. 
 
Assim, teremos que: 
 
∀ Ato Ef ├ Pp 
 
[ou seja, todo e qualquer ato eficiente decorre da proporcionalidade do procedimento 
para a obtenção desse ato final]. E, por derradeiro: 
 
∀ Ato Material ├ For 
 
[todo e qualquer ato material decorre da forma procedimental, para a obtenção desse 
ato final]. 
 
 
Os símbolos acima representam: 
 
Ef - princípio da eficiência 
 
Pp - princípio da proporcionalidade (ou da razoabilidade, ou ainda qualquer outro 
postulado aplicativo) 
 
→ “símbolo condicional” que implicação, fazendo compreender que a sentença 
anterior é consequência da sentença ou proposição posterior. 
 
↔ “símbolo bicondicional” que se relacionam entre si a proposição antecedente e a 
proposição cosequente, em que, ausente qualquer delas não há consequente lógico 
deles derivados. 
 
≠ símbolo bem conhecido n matemática, propondo que o elemento antecedente é 
diferente, em essência, do elemento proposicional consequente. 
 
╞ símbolo conhecido como “martelo semântico”, denotando, ou inferindo, a essência 
da proposição precedente. 
 
∀símbolo afeto a lógica de predicados e conhecido como “quantificador universal”, 
com o sentido de “para todo”, ou “qualquer que seja”. 
 
├ símbolo conhecido como “martelo sintático”, denotando, ou inferindo, uma função 
de dependência da proposição consequente. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 
1999. 
DEZAN, Sandro Lucio. Fundamentos de direito administrativo disciplinar. 2. ed. 
Curitiba: Editora Juruá, 2011.

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