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UFR Disciplina: Ciência dos Materiais 1°Semestre de 2019 Professora: Dra. Vanessa Motta Chad E-mail: vanessamotta@ufmt.br MATERIAIS CERÂMICOS MATERIAIS CERÂMICOS ➢ As cerâmicas surgiram há mais de 9.000 anos. ➢ A palavra “cerâmica” se origina da palavra grega “keramikos”, que significa material queimado. ➢ Até a metade do século XX, os materiais cerâmicos envolviam apenas produtos tradicionais, como tijolos, azulejos, louça, vidros e refratários. ➢ A compreensão da natureza interna desses materiais, aliada a novos processos de fabricação e caracterização permitiu aplicações em várias áreas, como na aeroespacial, nas telecomunicações e na médica. ➢ Os materiais cerâmicos são materiais inorgânicos e não-metálicos. ➢ Geralmente possuem alto ponto de fusão, dureza elevada e são frágeis. ➢ A esse grupo pertencem o cimento e os vidros (os vidros são misturas de óxidos e devem ser classificados como materiais cerâmicos). ➢ As cerâmicas são subdivididas em dois grupos: → Cerâmicas tradicionais → Cerâmicas avançadas MATERIAIS CERÂMICOS ➢ Cerâmicas tradicionais: são obtidas a partir de matérias-primas naturais tais como argilas e areia. São empregadas em tijolos, louças de cozinha, louças sanitárias, etc. ➢ Cerâmicas avançadas: são feitas a partir de óxidos de alta pureza, têm composição definida e o tamanho, a forma e a distribuição das partículas são controlados. São empregadas em capacitores, velas de ignição, etc. MATERIAIS CERÂMICOS ➢ No campo das cerâmicas avançadas, pode-se citar também o ônibus espacial que emprega materiais cerâmicos que protegem a estrutura contra o calor gerado durante a reentrada na atmosfera terrestre, sendo as temperaturas da ordem de 1650°C. ➢ Entre os materiais cerâmicos utilizados estão: → Pastilhas de sílica revestidas com um vidro borossilicato: são leves, porosas e reutilizáveis. São empregadas no revestimento da parte inferior do ônibus espacial, que pode atingir temperaturas de até 1260°C durante a reentrada na atmosfera. → Placas de sílica branca: são menos espessas que as pastilhas de sílica revestidas e protegem diversas áreas contra temperaturas de até 649°C. MATERIAIS CERÂMICOS OUTRAS APLICAÇÕES DOS MATERIAIS CERÂMICOS ➢ Alumina (Al2O3): é utilizada como revestimento refratário de fornos de fusão de metais e em outras aplicações sujeitas a altas temperaturas, como em velas de ignição de motores de automóveis. ➢ Diamante (C): é o material natural mais duro que existe e também é uma cerâmica. Diamantes industriais são utilizados como abrasivos para desbaste e polimento. Além disso, recobrimentos do tipo diamante são resistentes à abrasão e empregados em muitas aplicações, como em ferramentas de corte. Outro uso é em jóias. ➢ Sílica (SiO2): constitui a base de muitos vidros. Os materiais com base em sílica são usados em isolamento térmico; em fibras de reforço de materiais compósitos; em vidraria de laboratórios, etc. ➢ Carbeto de silício (SiC): apresenta boa resistência à oxidação mesmo em temperaturas superiores à temperatura de fusão do aço, sendo, por isso, utilizado em equipamentos de siderurgia. É usado em resistências elétricas de fornos. PROPRIEDADES MECÂNICAS ➢ Propriedades mecânicas → As características mais comuns dos materiais cerâmicos são: ▪ Dureza elevada; ▪ Resistência ao desgaste; ▪ Resistência à corrosão; ▪ Fragilidade (não se deformam plasticamente). ➢ Vantagem: podem ser utilizados em alta temperatura. ➢ Desvantagem: disposição à fratura catastrófica de forma frágil. → À temperatura ambiente, quando submetidas a tensões, as cerâmicas quase sempre fraturam antes que qualquer deformação plástica possa ocorrer. PROPRIEDADES MECÂNICAS ➢ A deformação plástica dos materiais cerâmicos cristalinos é um resultado do movimento de discordâncias, como nos metais. ➢ A fragilidade das cerâmicas cristalinas, em parte, é explicada pelo número limitado de sistemas de escorregamento operantes. → Sistema de escorregamento: A combinação do plano de escorregamento juntamente com a direção de escorregamento. ▪ Plano de escorregamento: é o plano que possui maior densidade planar, ou de maior densidade atômica. ▪ Direção de escorregamento: corresponde à direção que possui a maior densidade linear. É a direção em que os átomos estão mais próximos, ou seja, é direção de maior densidade atômica. PROPRIEDADES MECÂNICAS ➢ A deformação plástica de materiais cerâmicos não-cristalinos (ou que não possuem uma ordenação atômica de longo alcance) não ocorre por movimento de discordâncias, porque não existe uma estrutura cristalina regular, ocorre por escoamento viscoso. → A propriedade característica para escoamento viscoso, é a viscosidade que é uma medida da resistência de um material não- cristalino a uma deformação permanente. OUTRAS PROPRIEDADES ➢ Propriedades Térmicas → Entre as propriedades térmicas dos materiais cerâmicos tem-se: ▪ Alto ponto de fusão; ▪ Baixo coeficiente de expansão térmica; ▪ Baixa condutividade térmica . ➢ Propriedades ópticas → Descrevem a maneira com que um material se comporta quando exposto a luz. Um material pode ser: ➢ Propriedades elétricas → Isolantes: Alumina, vidro de sílica (SiO2); → Semicondutores: SiC, B4C; → Supercondutores: (La, Sr)2CuO4, TiBa2Ca3Cu4O11 ▪ Transparente (Janelas, lentes, artigos de laboratório etc); ▪ Translúcido (Que possui a propriedade de transmitir a luz somente de forma difusa; os objetos vistos através de um meio translúcido não são claramente distinguíveis); ▪ Opaco. Vidro translúcido PROCESSAMENTO ➢ Devido às altas temperaturas de fusão dos materiais cerâmicos, as técnicas de lingotamento ou de fundição são normalmente impraticáveis. ➢ A fragilidade impede sua deformação plástica. Porém, algumas peças cerâmicas são conformadas a partir de pós (ou aglomerados particulados) que passam por etapas de secagem e queima. CLASSIFICAÇÃO ➢ A maioria dos materiais cerâmicos se enquadra na classificação mostrada a seguir: ▪ Vitrocerâmicos: vidro que foi transformado de um estado não-cristalino para um estado cristalino mediante um tratamento térmico apropriado a alta temperatura. ▪ Cimento: uma substância que liga agregados particulados através de uma reação química para formar uma estrutura coesa. VIDROS ➢ Principais características: → Reciclabilidade; → Transparência; → Impermeabilidade à fluidos; → Matéria-prima abundante na natureza; → Durabilidade. ➢ Vantagens → Reciclável; → Higiênico; → Inerte; → Versátil; → Impermeável; → Transparente. ➢ Desvantagens → Fragilidade; → Preço mais elevado quando comparado a outros materiais (por exemplo, uma porta de vidro é mais cara do que uma porta de madeira compensada); → Dificuldade no fechamento hermético; → Dificuldade de manipulação. VIDROS ➢ Composições características de alguns vidros comerciais: ➢ A coloração do vidro é feita pela adição de substâncias como: → Cobalto para o vidro azul; → Óxido de cobre para o vidro verde; → Óxido de ferro para o vidro bronze; → Sulfato de zinco para o vidro fumê., VIDROS - PROCESSAMENTO ➢ As matérias-primas são aquecidas até acima das suas temperaturas de fusão. ➢ Os principais elementos constituintes do vidro são os seguintes: → Sílica (SiO2 ): 70 a 72 % → Óxido de Sódio (Na2O): 12 a 14 % → Óxido de Cálcio (CaO): 9 a 11 % → Óxido de Magnésio (MgO): 0 a 3 % → Alumina (Al2O3): 1 a 2 % → Óxido de Potássio (K2O): 0 a 1 % ➢ O vidro comercial comum contém aproximadamente 75% de SiO2, 15% de Na2O e 10% de CaO e é conhecido como vidro cal-soda. ➢ Os vidros de borossilicato contêm cerca de 15% de B2O3 e têm excelente estabilidade dimensional e química. Seus usos incluem materiais de vidro para laboratórios (Pyrex). ➢ Para aplicações onde a transparência é importante, é essencial que o vidro seja homogêneo (deve existir fusão completa e mistura das matérias- primas) e livre de poros (sem bolhas de gás que podem ser absorvidas no banho líquido). VIDROS - PROCESSAMENTO➢ Prensagem → O vidro em alta temperatura (viscoso) é conformado por aplicação de pressão num molde de ferro fundido revestido com grafita. → O molde com forma desejada é aquecido para assegurar uma superfície uniforme. → O tarugo de vidro é colocado no molde e em seguida um êmbolo pressiona o tarugo contra as paredes do molde. → Após a prensagem o êmbolo é retirado. → A prensagem é usada na fabricação de peças de parede espessa (pratos e tigelas). VIDROS - PROCESSAMENTO Exemplos Vidros prensados ➢ Insuflação → O vidro em alta temperatura (viscoso) é conformado por aplicação de pressão num molde aquecido de ferro fundido revestido com grafita. → Em seguida o vidro é conformado pela injeção de ar comprimido que faz com que ele adquira o formato do molde. → Embora o sopro ou injeção de ar seja manual, especialmente para objetos de arte, o processo é completamente automatizado para a produção de jarras de vidro, garrafas e bulbos de lâmpadas. VIDROS - PROCESSAMENTO Exemplos Insuflação ➢ Estiramento → Processo pelo qual são fabricadas chapas de vidro e fibras contínuas. → Acabamento superficial pode ser melhorado por flutuação da chapa em banho de estanho líquido. → A peça é resfriada lentamente e depois tratada termicamente por recozimento. VIDROS - PROCESSAMENTO Exemplos Estiramento ➢ Conformação de fibras → Além do processo de estiramento, fibras podem ser fabricadas pelo processo de conformação de fibras. → Nesse processo o vidro fundido é colocado em câmaras de aquecimento. → As fibras são conformadas por estiramento do vidro derretido através de orifícios de pequenos diâmetros na base da câmara. → A viscosidade do vidro é controlada pelas temperaturas da câmara e dos orifícios. VIDROS - PROCESSAMENTO ➢ Vidro temperado → O processo de fabricação do vidro temperado consiste no aquecimento da matéria-prima (vidro comum) à temperaturas entre 650 e 700ºC, recebendo logo após, choque térmico provocado por jatos de ar. → Esta mudança brusca de temperatura faz com que quando a região central da placa resfrie, sua contração é restringida pela superfície solidificada onde surge uma tensão residual de compressão, adquirindo neste processo características de resistência muito maior do que as do vidro comum. → A finalidade da têmpera é estabelecer tensões elevadas de compressão nas zonas superficiais do vidro, e correspondentes altas tensões de tração no centro do mesmo. → O vidro temperado é utilizado em janelas de carros e de casas, prateleiras de refrigeradores, fornos, mobiliários e muitas outras aplicações onde a segurança é importante. VIDROS - PROCESSAMENTO Exemplos Vidro temperado ➢ Vidro laminado → É composto por duas ou mais placas de vidro, que são unidas por uma ou mais camadas intermediárias de um polímero como o polivinil butiral (PVB). Quando quebrado, os estilhaços ficam presos nesta camada intermediária. → Polivinil butiral é uma película aplicada entre as chapas de vidro. É nessa película que os fragmentos de vidro ficam presos em caso de quebra. → Graças a camada de PVB, o vidro laminado tem um melhor isolamento acústico, devido ao efeito de amortecimento entre as placas de vidro, e também bloqueia 99% dos raios ultravioleta transmitidos. → É normalmente utilizado quando existe uma possibilidade de impacto, como em para-brisas de automóveis, onde se deseja ter maior segurança. VIDROS - PROCESSAMENTO Exemplos Vidros laminados ✓ Vidro multilaminado, que protege contra disparos de armas de fogo. É fabricado através de um processo de calor e pressão, que utiliza – intercaladamente – duas ou mais lâminas de vidro; ✓ Geralmente, o vidro blindado é constituído por uma combinação de dois ou mais tipos de vidro, um duro e outro macio. A camada macia torna o vidro mais elástico, fazendo com que ele se flexione, ao invés de se estilhaçar. Os índices de refração dos vidros usados nas blindagens devem ser devem ser os mais parecidos possíveis, para manter o vidro transparente, permitindo uma visão limpa, e não distorcida, através do vidro. As blindagens podem variar de espessura, de 19mm a 76mm. ➢ Vidro blindado ARGILAS ➢ As argilas são matérias-primas cerâmicas largamente empregadas. São baratas e encontradas em grande abundância na natureza. ➢ Sua popularidade está na facilidade com que produtos de argila podem ser conformados. ➢ Mistura de argila e água, forma uma massa plástica muito susceptível à conformação (hidroplasticidade). A peça conformada passa por secagem para remover umidade e queima para melhorar sua resistência mecânica. ➢ Classificadas em: → Produtos estruturais de argila (exemplo: tijolos de construção e telhas). → Louças brancas (as cerâmicas se tornam brancas após cozimento em alta temperatura; exemplo: porcelana e louças sanitárias). ARGILAS ➢ Argilas se fundem ao longo de uma faixa de temperaturas, que dependerá da composição da argila. Assim, peças cerâmicas densas e fortes podem ser produzidas durante a queima da argila. ➢ As argilas apresentam uma estrutura em camadas, que quando misturada com água, as moléculas da água se ajustam no meio das camadas e formam um filme fino ao redor das partículas da argila. ➢ As partículas ficam assim livres para se mover entre si, o que responde pela plasticidade ou a hidroplasticidade da mistura água-argila. ➢ Argilas são alumino-silicatos, constituídas de Al2O3, SiO2 e água. A argila mais comum é a caolinita [Al2(Si2O5)(OH)4]. → Uma porcelana típica pode conter ~50% de argila, ~25% de quartzo e ~25% de feldspato. MATERIAIS COMPÓSITOS ✓ Compósitos reforçados com partículas ▪ Partículas grandes ▪ Partículas pequenas (reforçados por dispersão) ✓ Compósitos reforçados com fibras ▪ Quanto à matriz: Matriz de polímero (fibra de vidro; fibra de carbono; fibra aramida); Matriz metálica; Matriz cerâmica; Carbono-carbono ▪ Quanto à fibra: Contínuo (alinhado); Descontínuo (alinhado; orientado aleatoriamente) ✓ Compósitos estruturais ▪ Laminados ▪ Painéis em sanduíche MATERIAIS COMPÓSITOS MATERIAIS UTILIZADOS EM UM BOEING 787 ➢ Na antiguidade, tijolos para a construção civil eram fabricados de barro e capim seco, formando um compósito. O capim fornecia a resistência mecânica do material enquanto o barro o preenchia fornecendo solidez. ➢No final da década de 1950 começaram a ser produzidas as "fibras avançadas”, fibras de boro e carbono (final da década de 1960). O fim da Guerra Fria, no final da década de 1980, causou uma redução na pesquisa e no desenvolvimento de materiais compósitos para a área militar. COMPÓSITOS – BREVE HISTÓRICO ➢ Muitos materiais compósitos desenvolvidos durante a II Guerra Mundial passaram a ser utilizados em outras áreas, como em artigos esportivos, óculos, coletes a prova de balas, entre outros. → As guerras sempre são um atraso quando se considera o lado humano, mas proporcionam avanços tecnológicos em várias áreas. “Uma guerra sempre avança a tecnologia. Mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria. Pra que exportar comida se as armas dão mais lucro na exportação?” (A canção do senhor da guerra, Renato Russo) DEFINIÇÃO ➢ Material compósito: Qualquer material multifásico que exibe uma proporção significativa das propriedades de ambas as fases que o constituem, de tal modo que é obtida uma melhor combinação de propriedades. → As fases constituintes devem ser quimicamente diferentes. ▪ Lembrando que: ▪ Material multifásico: material que apresenta duas ou mais fases. ▪ Fase: porção homogênea de um sistema que possui características físicas e químicas uniformes. COMPÓSITOS NATURAIS MADEIRA: consiste de fibras de celulose resistentes e flexíveis, que são envolvidas e mantidas unidas por meio de um material mais rígido chamado de lignina. OSSO: o osso é um compósito constituído pela proteína mole, conhecida por colágeno, juntamente com o duro e frágil mineral apatita. ➢ Compósito natural: material multifásico que existe naturalmente, nãoé criado pelo homem. COMPÓSITOS ARTIFICIAIS ➢ Compósito artificial: material multifásico feito artificialmente. ➢ A maioria dos compósitos foi criada para melhorar combinações de características mecânicas, tais como a tenacidade e resistência mecânica na temperatura ambiente ou em altas temperaturas. ➢ Muitos materiais compósitos são formados por apenas duas fases, uma é chamada de matriz, que é contínua e envolve a outra fase, chamada frequentemente de fase dispersa. ➢ As propriedades dos compósitos são uma função das propriedades das fases constituintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa. → Por geometria da fase dispersa entende-se a forma das partículas, seu tamanho e sua distribuição. ➢ Características geométricas e espaciais das partículas da fase dispersa que podem influenciar as propriedades dos compósitos Fase dispersa Fase matriz Concentração Tamanho Forma Distribuição Orientação COMPÓSITOS ARTIFICIAIS Compósitos Reforçados com partículas Reforçados com fibras Estruturais DIVISÃO DOS COMPÓSITOS ARTIFICIAIS Compósitos Reforçados com partículas DIVISÃO DOS COMPÓSITOS ARTIFICIAIS Partículas grandes Reforçados por dispersão ➢ Compósitos reforçados com partículas: compósitos que possuem partículas que atuam como reforço, a fim de melhorar propriedades do material, tais como resistência à compressão, resistência mecânica em temperaturas elevadas, entre outras. Concreto Cermetos Superligas ➢ Concreto: é composto por cimento (a matriz), areia e brita (os particulados). Em sentido amplo, o termo concreto subentende um material compósito que consiste em um agregado de partículas ligadas umas às outras em um corpo sólido através de algum tipo de meio de ligação, isto é, um cimento. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM PARTÍCULAS GRANDES Exemplos ➢ Cermetos: consiste de uma combinação de materiais cerâmicos e metálicos. O cermeto mais comum é o carbeto cimentado, composto por partículas extremamente duras de uma cerâmica refratária à base de carbeto, tal como o carbeto de tungstênio (WC) ou o carbeto de titânio (TiC), envolvidas em uma matriz de um metal, tal como o cobalto ou o níquel. Esses compostos são utilizados como ferramentas de corte para aços endurecidos. Matriz de Cobalto (Área clara) Partículas de carbeto de tungstênio (Área escura) COMPÓSITOS REFORÇADOS COM PARTÍCULAS GRANDES COMPÓSITOS REFORÇADOS POR DISPERSÃO ➢ Superligas: Grupo de ligas desenvolvidas para aplicações que requerem alto desempenho em temperaturas elevadas. As mais utilizadas são à base de ferro, níquel e cobalto. As superligas em questão são as endurecidas por dispersão de óxidos (ODS – Oxide Dispersion Strengthening). Superliga PM 1000 Características das partículas ✓ Termodinamicamente estáveis ✓ Possuem forma esférica ✓ Tamanho das partículas variando de 20 a 80 nm DIVISÃO DOS COMPÓSITOS ARTIFICIAIS Compósitos Reforçados com fibras ➢ Compósitos reforçados com fibras: Compósitos em que a fase dispersa encontra-se na forma de uma fibra, isto é, um filamento que possui uma grande razão entre o seu comprimento e o seu diâmetro (grande comprimento em relação ao diâmetro). ➢ O objetivo dos compósitos reforçados com fibras incluem com frequência resistência mecânica elevada em relação ao seu peso. ➢ Exemplo de tipos de materiais de reforço: → Palha: por séculos foi utilizada para reforçar tijolos de argila → Barras de aço: são introduzidas em estruturas de concreto como reforço → Fibras de vidro: inseridas em uma matriz polimérica (compósito popularmente chamado de “fibra de vidro”) Airbus A380 O gigantesco Airbus A380 usa fibra de vidro em sua fuselagem e asas, o que o torna mais leve e resistente e praticamente à prova de impactos com aves e até ataques terroristas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Airbus_A380 COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero ➢ Os compósitos com matriz de polímero (PMC – Polymer Matrix Composites) consistem em uma resina polimérica como a fase matriz e fibras como meio de reforço. → O termo resina é usado nesse contexto para identificar um plástico de reforço com alto peso molecular. (Plástico: material polimérico que contém outros aditivos) ➢ Esses materiais são usados em várias aplicações devido às suas propriedades à temperatura ambiente, sua facilidade de fabricação e seu custo. ➢ Os compósitos com matriz de polímero podem ser classificados de acordo com o tipo de reforço em: → Compósitos poliméricos reforçados com fibra de vidro → Compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono → Compósitos poliméricos reforçados com fibras aramidas ▪ Polímero: Grupo de materiais normalmente obtidos pela união de moléculas em grandes cadeias ou redes moleculares (molécula: um grupo de átomos ligados entre si através de ligações interatômicas primárias). Os polímeros podem ser divididos em termoplásticos, termofixos (estáveis a variações de temperatura) e elastômeros (borrachas). COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero ➢ A “fibra de vidro” é um compósito que consiste em fibras de vidro, contínuas ou descontínuas, contidas no interior de uma matriz polimérica. O diâmetro das fibras varia normalmente entre 3 e 20 m Compósitos poliméricos reforçados com fibra de vidro ➢ Exemplos de aplicação: COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero Compósitos poliméricos reforçados com fibra de vidro ➢ O vidro é popular como um material de reforço com fibras por diversas razões: 1 – É facilmente estirado na forma de fibras de alta resistência a partir do seu estado fundido. 2 – É um material amplamente disponível e pode ser fabricado economicamente. 3 – Como uma fibra, ele é relativamente forte, e quando se encontra no interior de uma matriz de polímero produz um compósito que possui resistência elevada. 4 – Quando associado com diferentes polímeros, possui um baixa reatividade química que torna o compósito útil para aplicação em meio a uma variedade de ambientes corrosivos. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero ➢ Compósitos que possuem fibras de carbono embutidas no interior de uma matriz polimérica. ➢ O carbono é um material de fibra de alto desempenho e o reforço mais comumente utilizado em compósitos avançados com matriz polimérica. Compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono ➢ Os compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono apresentam uma combinação de baixo peso e resistência mecânica elevada. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero Compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono ➢ Exemplos de aplicação: Vara de pescar COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero ➢ Apresenta excelente relação resistência-peso, é resistente ao calor, leve, possui resistência ao impacto e à fadiga. ➢ Quimicamente, eles são suscetíveis à degradação por ácidos e bases fortes, mas são relativamente inertes frente a outros solventes e produtos químicos. Compósitos poliméricos reforçados com fibras aramidas ➢ Os nomes comerciais para dois dos mais comuns desses materiais compósitos são Kevlar e Nomex (marcas registradas da DuPont). ➢ A poliamida foi sintetizada pela primeira vez pela química Stephanie Kwolek, em 1965, funcionária da DuPont. ➢ O Kevlar é um compósito polimérico, que pode ser constituído por umas fibras aramidas curtas, ou longas. Kevlar COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Compósitos com matriz de polímero Compósitos poliméricos reforçados com fibras aramidas ➢ Exemplos de aplicação: Suporta temperaturas de contato superiores a 400ºC. Compósitos Estruturais Laminados Painéis em sanduíche DIVISÃO DOS COMPÓSITOS ARTIFICIAIS ➢ Compósitos estruturais: Um compósito estrutural é composto normalmente tanto por materiais homogêneos como por materiais compósitos, cujas propriedades dependem não somentedas propriedades dos materiais constituintes, mas também do projeto geométrico dos vários elementos estruturais. → Os compósitos laminares e os painéis em sanduíche são dois dos tipos de compósitos estruturais mais comuns. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS Compósitos laminares ➢ Um compósito laminar é composto por folhas ou painéis que possuem uma direção preferencial de alta resistência, tal como encontrado na madeira e em plásticos reforçados com fibras contínuas e alinhadas. → Figura: Empilhamento de camadas sucessivas reforçadas com fibras orientadas para um compósito laminar: ➢ As camadas são empilhadas e subsequentemente unidas umas às outras, de modo tal que a orientação da direção de alta resistência varia de acordo com cada camada sucessiva. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS Compósitos laminares ➢ Exemplo de aplicação: → Madeira compensada: são utilizadas lâminas de madeira de mesma espessura, unidas em camadas, com a direção das fibras alternando-se entre as diferentes camadas. Entre as camadas usa-se cola, as lâminas coladas são aquecidas e submetidas à pressão para formar um painel rígido. → Os laminados também podem ser construídos empregando-se materiais na forma de tecidos, tais como o algodão, o papel, ou fibras de vidro trançadas, os quais são inseridos no interior de uma matriz de polímero. → Um exemplo de estrutura laminada relativamente complexa é o esqui moderno. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS Painéis em sanduíche ➢ Consistem em duas folhas externas mais resistentes, ou faces, que se encontram separadas por uma camada de material menos denso, ou recheio, que por sua vez possui menor resistência. ➢ Entre os materiais que são utilizados nas faces, estão incluídos as ligas de alumínio, os polímeros reforçados com fibras, o aço e a madeira compensada. ➢ Estruturalmente, o recheio separa as faces e resiste a deformações perpendiculares ao plano da face, enquanto as faces suportam a maior parte da carga. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS Painéis em sanduíche ➢ Um tipo de recheio é a estrutura em “colméia”, que consiste em finas folhas moldadas com o formato de células hexagonais que são interligadas tendo seus eixos orientados perpendicularmente ao plano das faces. O material com o qual as colméias são fabricadas pode ser semelhante ao material das faces. COMPÓSITOS ESTRUTURAIS Painéis em sanduíche Colmeia de alumínio ➢ Exemplos de aplicação: telhados, pisos de prédios, divisórias; em aeronaves: nas asas, na fuselagem e nos revestimentos do leme horizontal. Painel em saduíche com estrutura em colméia, esse painéis possuem baixo peso com alta resistência a compressão.
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