Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem- FFOE Departamento de Farmácia Disciplina: Química Farmacêutica Profª. Mirian Parente Monteiro Psicofármaco: Reinhardo Lorichio (1548) Psychopharmakon hoc est: medicina animae Emil Kraeplin (1892) - Precursor da moderna psicofarmacologia. “ A influência de vários medicamentos sobre processos psiquícos simples” Sigmund Freud (1885) – “Ueber Coca” Reconhecimento dos efeitos da cocaína sobre os estados depressivos e sobre a ansiedade. Século XX (início): Barbitúricos e outros depressores do SNC - utilizados para induzir sono, tratar a síndrome de abstinência à morfina, sedar pacientes com agitação psicomotora ou epilepsia. HISTÓRICO 1936: Anfetaminas para tratar depressões. 1946: Aparecimento de ansiolíticos mais seletivos – mefenesina. 1949: 1º uso dos sais de lítio para a excitação psicótica. 1952: Uso da clorpromazina em pacientes psiquiátricos Década de 50: Surgem os modernos antidepressivos. Iproniazida e derivados Imipramina e derivados 1957: Surge o 1º benzodiazepínico ansiolítico (clordiazepóxido) 1960 : demais fármacos existentes no mercado terapêutico. HISTÓRICO Classificação dos psicofármacos • Hipnóticos • Ansiolíticos • Antipsicóticos ou Neurolépticos Psicolépticos • Antidepressivos • Psicoestimulantes Psicoanalépticos • Euforizantes Psicotogênicos Psicodislépticos De acordo com Delay e Deniker • Sedativos ansiolíticos i • Antipsicóticos(Neurolépticos) ii • Antidepressivos iii • Liberadores indiretos de catecolaminas iv • Psicodislépticos(Alucinógenos) v • Metabólitos do SNC vi • Antagonistas da Serotonina vii Classificação farmacológica • Sedativos ansiolíticos i • Antipsicóticos ii • Antidepressivos iii • Psicotogênicos iv • Fármacos para sintomatologia neurovegetativa v Classificação terapêutica • Medicamentos usados nas alterações psicóticas. i • Medicamentos usados nas altrações de humor. • a) Distúrbios depressivos • b) Distúrbios bipolares ii • Medicamentos para ansiedade generalizada. iii • Medicamentos para distúrbio obsessivo compulsivo e ataques de pânico. iv Classificação da OMS Antipsicóticos Fármacos que melhoram as aberrações mentais, características das psicoses. Neuroses • Formas mais brandas das desordens de comportamento. Psicoses •Caracterizam-se por pensamento ilógico, bizarro e desorganizado. { PSICOSES 1 psiq. qualquer doença mental; psicopatia 1.1 psiq. transtorno mental caracterizado por desintegração da personalidade e conflito com a realidade 2. p.ext. estado de espírito, individual ou coletivo, marcado por ideias obsessivas. Psicose Exemplos das funções da psique ou alma: raciocinar, refletir, pensar, definir, alegrar-se, zangar- se, chorar, desejar, executar, etc. • Seguem-se ao estresse intenso agudo Agudas • Esquizofrenia (shizo: dividir, separar; phren: mente.) Crônicas Psicoses idiopáticas Esquizofrenia Presença de dois ou mais sintomas característicos, presentes por um tempo mínimo de 1 mês: delírios, alucinações, discurso desorganizado ou grosseiramente desorganizado, comportamento catatônico. CATATONIA https://www.google.com.br/search?client=firefox b&biw=1440&bih=799&tbm=isch&sa=1&q=esquizofrenia&oq=esquizofrenia&gs_l=img.1.0.0l10.114973.119705.0.124339.28.17.0.2.2.0.139.1627.0j13.13.0....0... 1c.1.64.img..14.14.1504.mbe0rSII6ig&bav=on.2,or.&bvm=bv.122129774,d.Y2I&dpr=1&ech=1&psi=Y6M8V6nTI4GmwgS8vK7wBg.1463591749218.3&ei=4aM 8V5roBIKxwATp65GADw&emsg=NCSR&noj=1#imgrc=k9sdjUuUn39bvM%3A DÉFICITS NEUROPSICOLÓGICOS NA ESQUIZOFRENIA Memória/ Aprendizagem verbal Aprendizagem social Memória de trabalho Resolução de problemas Fluência verbal Memória/ aprendizagem visual Atenção e vigilância ESQUIZOFRENIA https://www.google.com.br/search?client=firefox Influências genéticas (hereditariedade) Influências neurobiológicas (ação de neurotransmissores; danos anatômicos do cérebro) Influências psicológicas e sociais (estresse; papel da família; recaídas) Causas da esquizofrenia • A característica não é o episódio esquizofrênico em si, mas a vulnerabilidade ao desenvolvimento dos episódios da doença. i • Episódios da doença são limitados no tempo, mas a vulnerabilidade permanece aguardando o desencadear de fatores de estresse. ii • A vulnerabilidade pode depender de uma personalidade pré-mórbida, do meio social ou do desenvolvimento do indivíduo. iii Modelo da vulnerabilidade • Esse modelo propõe que a esquizofrenia tem sua origem em algum distúrbio in-útero desconhecido, possivelmente ocorrendo durante o segundo trimestre da gravidez. i • A “lesão esquizofrênica” pode resultar em anormalidades na forma celular, posição, simetria, conectividade e funcionalidade para o desenvolvimento de circuitos cerebrais anormais. ii Modelo do neurodesenvolvimento • Existe indubitavelmente um componente genético na esquizofrenia com uma incidência maior nos esquizofrênicos. iii Modelo Genético • Sugere que a esquizofrenia é causada primariamente por uma anormalidade dos receptores da dopamina, em particular, receptores D2. iv Modelo de transmissão anormal Fatores de risco pré-natal e perinatal Complicações obstétricas ou hipóxia neonatal; Epidemia de influenza; Escassez de alimentos (baixo peso ao nascer) Incompatibilidade Rh Fatores causais para a esquizofrenia Sintomas da esquizofrenia Positivos • Agitação, delírio paranóide (quando o doente acredita que conspiram contra ele) e alucinações (ouvir vozes). Sintomas da esquizofrenia Positivos • Agitação, delírio paranóide (quando o doente acredita que conspiram contra ele) e alucinações (ouvir vozes). Cognitivos e Negativos • Autismo • Ambivalência • Embotamento afetivo • Perda de associação Outros sintomas • Falta de espontaneidade, discurso empobrecido, dificuldade de estabelecer uma relação e lentidão de movimentos. • Habilidade de formar novas memórias, temporárias ou permanentes, ou a resolução de problemas complexos, podem estar comprometidas. “A esquizofrenia conspira no sentido de roubar das pessoas as qualidades mais intrínsecas que elas devem ter para obter sucesso social: personalidade, habilidades.” Estatísticas 0,92% Homens 0,9% Mulheres Recente revisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto mundial da doença, Murray & Lopez relataram uma taxa de prevalência de: A prevalência da esquizofrenia varia entre 0,6% a 1,9%, com uma média de aproximadamente 1%. Jones P, Buckley P. Schizophrenia. London: Mosby, 2006. Ação dos antipsicóticos • Produzem calma. i • Evitam a cronificação. ii • Permitem a ressocialização e contribuem para menor gravidade das crises psicóticas. iii Típicos Fenotiazínicos Tioxantênicos Butirofenonas Difenilbutilpiperidinas Atípicos Ortopramidas Dibenzazepinas Indolonas Diversos Classes químicas dos Agentes Antipsicóticos Típicos Fenotiazínicos Tioxantênicos Butirofenonas Difenilbutilpiperidinas Classes químicas dos Agentes Antipsicóticos N – CH2-CH2-CH2- Y Grupo benzila ou benzoíla Sistema tricíclico fenotiazínico Sistema tricíclico tioxantênico Cadeia lateral fenoxipropílica Cadeia lateral 2-fenil-pent-2- ênica C N O Anel heterocíclico de 6 membros Piperazínico; Piperidínico; Ou outro anel, Substituído comgrupos fenila, anilino, metila, hidroxietila. Características estruturais gerais para uma boa ação antipsicótica Antipsicóticos que obedecem o padrão de relação estrutura/atividade apresentam: Cadeia reta de 03 átomos de carbono unindo o « N » anelar a um átomo que pode ser de C, N ou O, estando essse átomo inserido nas seguintes frações: Sistema anelar tricíclico fenotiazínico Sist. Anelar tricíclico tioxantênico. Cadeia lateral 2-fenil-pent-2-ênica, anel ciclohexano ou cadeia lateral fenoxipropílica. O « N » pode estar inserido em anel de seis membros tais como piperazínico, piperidínico ou outro, substituído nas posições 1 e 4, sendo os melhores substituintes: fenila, anilino, metila e hidroxietila. • Sistema anelar tricíclico fenotiazínico com 6 ou 7 membros no anel central. i • Cadeia de 03 átomos de C entre o anel central e o grupo amino terminal. ii • Um átomo ou grupo que atrai elétrons, como o –Cl, - CF3 ou –OCH3, em posição meta relativa ao átomo do anel central ligado à cadeia lateral. iii Fenotiazínicos Características químicas: a.São usados na forma de sais cloridratos. b.Como bases livres são insolúveis em água. c.São fotossensíveis formando radicais livres coloridos e um íon fenazatiônio (C6H5 –N=N-) Reações adversas: i. Reações extrapiramidais devido ao grupo piperazínico. ii. Retinopatia pigmentaria devido a presença do grupo metiltio (-S-CH3 ). iii. Icterícia, dermatite, agranulocitose, alterações cutâneas e oculares. METABOLISMO 1. In vivo os fenotiazínicos sofrem extenso metabolismo. O anel fenotiazínico é sulfoxidado e hidroxilado nas posições 3 e 7. 2.A cadeia lateral é mono ou bidesmetilada e N-oxidada. 3. Metabólitos são excretados como glicuronídeos. Derivados fenotiazínicos Clorpromazina (Amplictil®) Flufenazina (Anatensol®) Anel piperazínico • Compostos com anel piperazínico são potentes, porém apresentam maior risco de induzir sintomas extrapiramidais. Tioridazina(Melleril®) Anel piperidínico • Compostos com anel piperidínico apresentam menos efeitos adversos extrapiramidais, porém apresentam mais efeitos hipotensores. Periciazina (Neuleptil®) Anel piperidínico • Sistema anela tricíclico tioxantênico com 6 ou 7 membros no anel central. i • Seus derivados possuem um átomo de carbono no lugar do « N » da posição 10. ii Tioxantênicos Derivados tioxatênicos Clorprotixeno ( Taractan®) Tiotixeno (Navane®) • É essencial haver cadeia lateral trimetilênica ligando o « N » básico ao grupo benzila ou benzoíla. i • O átomo de flúor (F) na posição para do anel benzênico, assim como outros (-Cl, - CF3 ou -CH3), no outro anel aromático, aumenta a potência. ii • O derivado anisoperidona é o único no qual o átomo de (F) foi substituído por – OCH3. iii Butirofenonas Derivados butirofenonas Haloperidol (Haldol®) Droperidol (Inoval®) Trifluperidol ( Triperidol® ) Difenilbutilpiperidinas Pimozida (Orap® ) Penfluridol (Semap®) • Tratamento de estados neuróticos depressivos, algumas síndromes vertiginosas e esquizofrenia. • Efeitos adversos: sedação, discinesia precoce, síndrome extrapiramidal, crises hipertensivas, hipotensão ortotostática, aumento de peso e ginecomastia. Sulpirida (Dogmatil®; Equilid®) Ortopramidas (Benzamidas) Sultoprida N-[(1-etilpirrolidina-2-il)metil]-5-etilsulfonil-2-metoxibenzamida • Indicado nos estados de agressividade e de agitação(alcoolismo crônico). • Algias intensas e rebeldes, sensíveis aos antipsicóticos. Tiaprida (Tiapridal®) N-[2-(dietilamino)etil]-2-metoxi-5-metilsulfonilbenzamida Metoclopramida 4-amino-5-cloro-N-[2-(dietilamino)etil]-2- metoxibenzamida • Derivado indol com propriedades gerais similares àquelas da clorpromazina. • Empregado na forma de cloridrato de molindona para tratar psicoses, incluindo a esquizofrenia. Molindona (Moban®) Indolonas Menos potente que o haloperidol em bloquear receptores D2; entretanto pode produzir efeitos extrapiramidais. Existem 36 metabólitos identificados da molindona. Os efeitos antipsicóticos podem durar mais de 24 horas, sugerindo a participação de um ou mais metabólitos para a atividade do fármaco. Dibenzodiazepina • Parece ser efetiva em aliviar os sintomas negativos de esquizofrenia. • Tem provado ser benéfica em tratar pacientes que não respondem adequadamente aos antipsicóticos como as butirofenonas ou fenotiazínicos. Clozapina (Leponex®) • Perfil neuroléptico bioquímico mais típico com atividade anti-dopaminérgica nos receptores D2. • Sofre metabolismo de fase I (hidroxilação aromática) originando metabólitos fenólicos que possuem mais atividade por receptores D2 que o fármaco de origem. Loxapina (Loxitane®) DIBENZOXAZEPINA • Liga-se a receptores D2 e inibe o neurotransportador de norepinefrina para bloquear a recaptação neuronal de norepinefrina, uma ação correlata da atividade antidepressiva. Amoxapina Dibenzoxazepina • Possui efeitos antiserotoninérgicos similar aos antipsicóticos derivados benzazepina. • A atividade antagonista 5-HT2A desinibe a neurotransmissão dopaminérgica no córtex e estriado, reduzindo a gravidade dos efeitos extrapiramidais causados pelo antagonismo D2 aliviando os sintomas negativos da esquizofrenia enquanto mantém o bloqueio dos receptores D2 no sistema límbico. Risperidona (Risperidal®) 3-[2-[4-(6-fluoro-1,2-benzoxazol-3-il)piperidin-1-il]etil]-2-metil- 6,7,8,9-tetrahidropirido[1,2-a]pirimidin-4-ona • Tem alta afinidade antagonista de 5- HT2A/C e de receptores D2, bem como antagonista de receptores adrenérgicos 1/2 e de receptores H1 da histamina. • Pode ativar receptores 5-HT1A que regulam a neurotransmissão dopaminérgica nas regiões do cérebro envolvidas nas funções cognitivas críticas. ZIPRAZIDONA ( Geodon) 5-[2-[4-(1,2-benzotiazol-3-il)piperazin-1-il]etil]- 6-cloro-1,3-dihidroindol-2-one • Derivado arilpiperazina quinolinona. • Atua em vários receptores incluindo receptor D2 da dopamina, 5-HT1A e 5- HT2A/C . • A afinidade para receptores D2 é relativamente alta; entretanto tem uma baixa propensão para causar sintomas extrapiramidais e hiperprolactinemia. • Possui moderada atividade para receptores 1-adrenérgicos e receptores H1 da histamina. ARIPIPRAZOL (Abilify; Aripiprex) 7-[4-[4-(2,3-diclorofenil)piperazin-1-il]butoxi]-3,4-dihidro-1H-quinolin-2-ona. • Estruturalmente relacionado à clozapina porém com perfil neurofarmacológico diferenciado. • Antagonista mais potente do receptor dopaminérgico D2 e especialmente dos receptores serotoninérgicos 5- HT2A . OLANZAPINA (Zyprexa) 2-metil-4-(4-metilpiperazin-1-il)-5H-tieno[3,2- c][1,5]benzodiazepina • Contém um núcleo Indol. • Comporta-se com alta afinidade pelo receptor 5-HT2 atuando como antagonista, com fraca atividade pelos receptores adrenérgicos 1 e quase nenhuma afinidade pelos receptores dopaminérgicos D2. • É tão efetivo quanto o haloperidol no tratamento da esquizofrenia aguda e crônica, porém com menor perfil de efeitos adversos. SERTINDOL 1-[2-[4-[5-cloro-1-(4-fluorofenil)indol-3- il]piperidin-1-il]etil]imidazolidin-2-ona Asenapina é antipsicótico atípico, administrado por via sub-lingual para tratamento da esquizofrenia e mania aguda associada com distúrbio bipolar. A asenapina é fármaco neuroléptica multireceptor antipsicótico atípico que mostra forte 5HT2A (serotonina) e antagonismo dos receptores D2 (dopamina), que tem sido demonstrado aumentar a dopamina (DA) e acetilcolina (Ach) efluxo em cérebros de rato. Asenapina pode melhorar a função cognitiva e sintomas negativos em pacientescom esquizofrenia. Asenapina pertence a classe dibenzo-oxepino pirrol. Asenapina (Saphris©) A paliperidona é um antagonista de ação central de receptores D2 da dopamina, com atividade antagonista serotonérgica 5- HT2A predominante. A paliperidona também é ativa como um antagonista em receptores adrenérgicos α1 e α2 e histaminérgicos H1. Paliperidona (Invega®) 3-[2-[4-(6-fluoro-1,2-benzoxazol-3 il)piperidin-1-il]etil]-2-metil-4-oxo-6,7,8,9- tetrahidropirido[1,2-a]pirimidin-9-il] hexadecanoato O mecanismo de ação da paliperidona, como outros fármacos eficazes em esquizofrenia, é desconhecido. No entanto, foi proposto que a atividade terapêutica do fármaco em esquizofrenia é mediada através da combinação de antagonismo em receptores tipo 2 (5HT2A) de serotonina e tipo 2 (D2) de dopamina. O antagonismo em outros receptores além do D2 e 5HT2A pode explicar alguns dos outros efeitos da paliperidona. Paliperidona (Invega®) O efeito antipsicótico da zotepina é fundamentalmente mediado pela redução do efeito da dopamina do SNC por antagonismo dos recetores dopaminérgicos D1 e D2. Zotepina liga-se também a quatro subtipos de receptores da 5- hidroxitriptamina (5-HT): recetores 5- HT2A, 5-HT2C, e aos mais recentemente descobertos 5-HT6 e 5-HT7. Zotepina liga-se aos recetores alfa-1 adrenérgicos e H1 histamínicos, e inibe também a recaptação da noradrenalina, o que pode compensar em parte os efeitos antagonistas alfa1-adrenérgicos de Zoleptil. Zotepina (Zoleptil ®) 2-(3clorobenzo[b][1]benzotiepin-5- il)oxi-N,N-dimetiletanamine Mecanismo de Ação dos Antipsicóticos Auto receptores D2 modulam negativamente o disparo neuronal, síntese e liberação de dopamina. D1 – controle motor; controle cognitivo; funções cardiovasculares D2- Sintomas positivos das psicoses Receptores D2 ativam canais de K+ operados por receptor , suprimem as correntes de Ca+2 operadas por voltagem e estimulam a fosfolipase C, talvez via subunidades liberadas a partir de Gi ativada, ativando a via IP3-Ca+2 dessa forma modulando uma variedade de atividades dependentes de Ca+2 incluindo as proteínas cinases. FAMÍLIA TIPO D1 (D1-LIKE) Receptores que aumentam o AMPc por ativação da adenililciclase acoplada à proteína Gs. D1 localizado no núcleo accumbens e tubérculo olfatório. D5 localizado no hipocampo e hipotálamo. RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS FAMÍLIA TIPO D2 (D2-LIKE) Receptores que decrescem o AMPc por inibição da adenililciclase acoplada à proteína Gi; inibem canais de cálcio e abrem canais de potássio. D2 localizado nos neurônios caudato-putâmen, núcleo accumbens e tubérculo olfatório (pré- e pós- sinapticos) D3 localizado no córtex frontal,medula e mesencéfalo. D4 localização não definida. RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS D2 Gânglios basais D5/ D3 Receptor acoplado a Proteína G Ativação da Proteína G emoçõess Sensações prazerosas; Euforia;delírios ; alucinações Sintomas cognitivos Sintomas afetivos Via mesolímbica Via mesocortical para córtex dorso - lateral Via mesocortical para córtex ventro - medial Via túberoinfundibular Via nigroestriatal Via nigroestriatal Bloqueio dopaminérgico sobre o sistema endócrino amenorréia; perda da libido galactorréia; mulheres infertilidade homens Infertilidade impotência osteoporose; Via tubero infundibular Via tubero infundibular i • Envolve modulação da neurotransmissão dopaminérgica nas vias mesolímbica e mesocortical. ii • As ações podem ser: a) Via receptores D2 (interação direta) b)Antagonismo funcional ou agonismoparcial. iii • Outros sistemas de receptores envolvidos: acetilcolina (M1 e M4), histamina(H1), norepinefrina(α2) e serotonina(5-HT2a). iv • Bloqueio dos receptores dopaminérgicos acontece nos gânglios basais ou nas regiões límbicas. Ações dos antipsicóticos Agonismo parcial sobre receptores D2. { { Antipsicóticos típicos Bloqueia receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas. Bloqueiam receptores colinérgicos M1. Antipsicóticos atípicos Perfil clínico igual para sintomas positivos . Baixa ocorrência de sintomas extrapiramidais. Antagonistas dadopamina/serotonina, com antagonismo simultâneo de receptor 5-HT2A. Agonista parcial de receptor 5-HT1A O agonismo parcial de 5- HT1A favorece uma liberação moderada de serotonina. Gânglios basais Sintomas extrapiramidais Observação... Região límbica Efeitos antipsicóticos Outras Ações dos antipsicóticos Fenotiazínicos deprimem a liberação de hormônios hipotalâmicos, pituitários e hipofisários. Promovem efeito anti-emético que decorre da inibição da zona quimiorreceptora do gatilho. Causam efeito sedativo. Efeitos colaterais dos antipsicóticos Muitos estão associados às atividades antagonistas, em uma variedade de receptores do CNS. • H1 da histamina, adrenérgicos α1 e α2, colinérgicos M1, serotoninérgico 5-HT2 e dopaminérgicos D2. Ganho de peso; (ações combinadas do bloqueio em H1 e 5-HT2) Hiperglicemia Hiperlipidemia; Efeitos metabólicos Bloqueio de receptor colinérgico muscarínico Perda de acomodação da visão; boca seca; dificuldade de urinar; constipação Bloqueio de receptor alfa-adrenérgico • impotência • Hipotensão ortostática • Disfunção sexual EFEITOS COLATERAIS ANTICOLINÉRGICOS Efeitos colaterais de antipsicóticos atípicos Bloqueio central de α-1 Bloqueio periférico de α-1 Neurotransmissores do estímulo cortical Mecanismo de ação de antipsicóticos atípicos Tem afinidade relativamente baixa pelos receptores D1 e D2 em comparação com sua afinidade pelos receptores adrenérgicos 1 e 2, histaminérgico H1, muscarínico M1 e serotoninérgico 5-HT2A. Ações anti-histamínicas Ações anti-colinérgicas Antagonismo adrenérgico α-1 Clozapina *** Clozapina *** Todos os antipsicóticos Olanzapina *** Olanzapina *** atípicos exibem moderada Quetiapina *** Quetiapina *** Ligação com os receptores adrenérgico α-1 Demais antipsicóticos atípicos Efeitos comportamentais dos antipsicóticos Redução da iniciativa e do interesse, no meio que o cerca. Lentidão aos estímulos externos. Diminuição da agitação Diminuição do comportamento agressivo. Hipótese da dopamina Hipótese da serotonina Hipótese do glutamato Principais vias de ação Várias linhas de evidência sugerem que uma atividade dopaminérgica excessiva no sistema límbico desempenha papel importante nas psicoses. Agonistas dopaminérgicos exacerbam a esquizofrenia. Exemplos : anfetamina, levodopa. Vários fármacos antipsicóticos bloqueiam receptores da dopamina especialmente receptores D2. Hipótese da dopamina i • Muitos antipsicóticos bloqueiam intensamente os receptores D2 pós-sinápticos no SNC, especialmente no sistema meso- límbico e estriatal-frontal. ii • Fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica agravam a esquizofrenia ou promovem a repetição de quadros psicóticos em muitos pacientes. iii • Densidade postmortem no receptor dopamina em cérebros de esquizofrênicos não tratados com antipsicóticos está aumentada. iv • Estudos de imagem têm mostrado liberação de dopamina estriatal induzida por anfetamina e ocupação aumentada de receptores estriatal D2 . Características... i• Alguns sítios de ligação ao receptor de certos antipsicóticos foram demonstrados serem receptores 5-HT, particularmente o sub-tipo 5-HT2A. ii • O bloqueio de receptor 5-HT2A é um fator chave no mecanismo de ação de fármacos antipsicóticos atípicos como clozapina e quetiapina. iii • Fármacos antipsicóticos que atuam em 5-HT2A são agonistas inversos; bloqueiam a atividade constitutiva desses receptores. Hipótese da serotonina iv • Os fármacos que atuam em 5-HT2A são usados no tratamento dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, em adultos jovens e idosos. v • Os antagonistas de 5-HT2A aumentam a cognição e têm poucos efeitos adversos comparados aos antipsicóticos tradicionais. vi • A risperidona (Risperdal), um antipsicótico atípico, é um antagonista muito potente de 5- HT2A e fraco antagonista de D2 . Via mesocortical • Pesquisas recentes deixaram de enfatizar a dopamina em favor de um neurotransmissor, o glutamato. A • O receptor NMDA participa na regulação da liberação da dopamina e o bloqueio desses receptores produz os mesmos distúrbios da função dopaminérgica observados na esquizofrenia. B Decifrando a esquizofrenia... i • Os níveis de glutamato no fluído cerebroespinhal de pacientes esquizofrênicos é aproximadamente ½ dos valores normais. ii • Uma disfunção na neurotransmissão glutamatérgica pode ser relevante em formas de psicoses caracterizadas pelo sintomas negativos, déficits cognitivos e deterioração. iii • Um dos receptores do glutamato (NMDA), é o sítio de ação de psicomiméticos, tais como Fenciclidina, Quetamina e anestésicos relacionados. Hipótese do glutamato iv • O receptor NMDA, requer glicina para sua completa ativação. Foi sugerido que em pacientes com esquizofrenia, o sítio glicina do receptor NMDA não está totalmente saturado. v • Ampaquinas são substâncias que potenciam correntes mediadas pelos receptores AMPA do glutamato. • São efetivas em corrigir comportamentos em vários modelos de esquizofrenia e depressão. Agonistas (excitatórios) dos receptores glutamatérgicos do tipo NMDA. Agonistas dos receptores glutamatérgicos do tipo AMPA (CX-516). Antagonistas (inibitórios) do transporte de glicina (GIYT-1) Agonistas dos receptores dopaminérgicos (DXMD-a). Agonista dos receptores nicotínicos alfa-7. Novos fármacos em desenvolvimento Exercício de fixação 1. Identifique a qual estrutura corresponde as seguintes informações: pertence a classe dos tioxantênicos e apresenta anel piperazínico. 2. Fale sobre as características estruturais essenciais para uma boa atividade desse fármaco . 3. Identifique a classe química do outro fármaco que obedece padrão de relação estrutura-atividade e também apresenta anel piperazínico. 4. Identifique a classe química dos outros fármacos que obedecem padrão de relação estrutura-atividade apontando nas respectivas estruturas o grupo químico que caracteriza cada uma das classes. 5. Identifique a estrutura que corresponde ao antipsicótico que não obedece a REA e informe a classe química. “Os homens precisam saber que de nada mais além do cérebro vêm alegrias, prazeres, divertimentos e esportes; e tristezas, desapontamentos, desesperanças e lamentações. E por isso, de uma maneira especial, nós adquirimos visão e conhecimento, e nós vemos e ouvimos. E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assaltam, alguns de noite e outros de dia... Todas essas coisas nós suportamos do cérebro, quando ele não é sadio.” Hipócrates, 460-355 AC. Foye, W. º - Principles of Medicinal Chemistry. 6ª edição - Lea & Febiger – USA – 2008 Wilson & Gisvold – Texbook of Organic Medicinal and Pharmaceutical Chemistry 9 th ed. Editado by Jaime N. Delgado e Williams A Remers , 1991. Brunton, Laurence L. / Hilal-Dandan,Randa. Manual de Farmacologia e Terapêutica de Goodman & Gilman - 1ª Ed. 2010. Staphen M. Stahl Psicofarmacologia. Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas, 4ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. il. Referências
Compartilhar