Buscar

Apostila Civil - XXVIII Exame

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 234 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
1 
 
Prezados alunos, sejam muito bem-vindos ao Curso Proordem. Estamos iniciando mais um curso 
preparatório para o Exame da Ordem. É um caminho de sacrifício, de disciplina e que requer algumas 
renúncias, mas que compensa muito, sobretudo porque o resultado é a sua aprovação. Há três dicas 
essenciais: 
 
1) Traga o Vademecum para a sala. Não use celular ou computador, porque você precisa se 
habituar ao Vademecum, afinal, na segunda fase, não é permitido o uso de eletrônicos, só do 
Vademecum mesmo; 
 
2) Promova a leitura do material complementar antes da aula. Você saberá qual matéria será 
ministrada pelo professor (geralmente, seguimos a ordem contida no material complementar). Se 
houver dúvida, pergunte a ele. Essa é a sua oportunidade de anotar suas dúvidas e tirá-las com o 
professor, em sala. Quando vejo que as dúvidas do aluno não são pertinentes com a aula, peço a 
ele que me espere após o término da aula para que eu possa efetivamente ajuda-lo. Só peço que 
evitem tirar dúvidas no intervalo. Ele é essencial tanto para o aluno quanto para o professor. 
 
3) Esta, sem sombra de dúvidas, é a dica mais importante: ABANDONE o seu celular durante a 
aula. Não é radicalismo! É bom senso e disciplina. Você terá menos de dois meses para revisar 
conteúdo visto em 5 anos de graduação. Isso mesmo... Meia década em dois meses. Por isso, 
concentre-se ao máximo. Evite, ao máximo, sair da sala enquanto o professor estiver falando. 
Cada frase pode ser uma questão e uma questão é o que diferencia um aprovado (com 40 pontos) 
e um reprovado (com 39 pontos). Cuidado! Ah, se você for cirurgião e tiver pacientes em 
situação de risco, por favor, deixe seu celular ligado, mas no vibracall. Aos não cirurgiões, 
aconselho a desligar o celular, até porque, se você tiver hábito de ficar com ele em mãos, uma 
hora ou outra você vai perder algo importante na aula para ver coisas absolutamente irrelevantes. 
 
Lembrem-se de que a prova será no dia 17 de março e que você só será aprovado neste Exame se estiver 
pronto nesta data. Como estamos diante de um lapso temporal reduzido, precisamos estabelecer algumas 
metas diárias. O essencial é que você venha à aula e responda, no mínimo, 40 questões diárias sobre a 
matéria ministrada na aula. Saliento que o simples fato de responder as 40 questões não é o essencial, uma 
vez que o que realmente faz a diferença é a correção, na qual você passa a identificar o erro das assertivas 
incorretas. Não faça o esquema “faço, corrijo, faço, corrijo”. Você deve responder todas as questões primeiro 
e, após isso, promover a correção, porque, deste modo, você não terá uma falsa impressão de conhecimento, 
decorrente do fato de você acertar um grande número de questões. Quando o aluno faz e corrige em seguida, 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
2 
ele certamente vai acertar as próximas. Não por que já tenha memorizado o assunto, mas por ter acabado de 
ler a resposta de uma questão sobre o mesmo tema. 
 
Ressalto que, para responder as questões, você deve ter um conhecimento mínimo sobre o tema. Do 
contrário, você partirá para o “chute”, o que não traz resultados. Se o assunto ministrado na aula é 
absolutamente novo para você, leia o material complementar, enviado por e-mail, sobre o tema da aula, antes 
de começar a resolver as questões. Eu te garanto que, após duas leituras (uma antes da aula e uma depois da 
aula), você conseguirá resolver as questões sem ter que recorrer ao acaso. 
 
Toda a nossa equipe envida todos os esforços necessários à sua aprovação. Ela depende, entretanto, de um 
esforço conjunto. Se você já fez a prova, sabe do que eu estou falando. Não há meio termo! Ou você sabe e 
consegue os 40 acertos, ou não. Isso depende de disciplina. Com esforço, tudo é possível. Prova disso é o 
fato de muitos alunos serem aprovados, mesmo nos Exames mais difíceis. Tudo depende de você. Se você 
realmente quiser a aprovação, implemente essas regras. Não é para amanhã, ou para semana que vem. É para 
hoje. Estamos a 53 dias da prova. Aproveite cada dia. Cada hora é valiosa nessa caminhada. Estamos juntos 
até a sua aprovação. Se ficou com alguma dúvida, me procure. Sempre fico disponível após o término da 
aula. Grande abraço. 
 
Professor André Dafico 
@andredafico 
andredafico@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
3 
PARTE GERAL 
 
-PERSONALIDADE JURÍDICA: É a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações na 
ordem jurídica, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direito. 
 
Pessoa física ou natural – momento de aquisição da personalidade jurídica – art. 2º 
Nascituro – é um embrião com vida intra-uterina 
 
Que direitos efetivamente tem o nascituro? 
 
• Direito à vida (inclusive proteção contra o aborto); 
• Direito à proteção pré-natal; 
• Direito de receber doação e herança; 
 
E quanto ao direito a alimentos? A jurisprudência brasileira em geral sempre foi resistente à tese. A matéria, 
contudo, foi pacificada com a aprovação da Lei dos Alimentos Gravídicos (Lei 11.804/08), que reconheceu e 
regulou expressamente o direito aos alimentos do nascituro. 
 
CAPACIDADE – consiste na medida de personalidade. 
 
Capacidade de DIREITO + Capacidade de FATO = CAPACIDADE PLENA 
 
Não se confunde com a LEGITIMIDADE (impedimento para a prática de determinado ato. Falta de 
pertinência subjetiva para a prática de determinado ato) 
 
Capacidade de direito – qualquer pessoa tem; no momento em que se adquire personalidade passa o sujeito a 
ter capacidade de direito. 
 
Capacidade de fato – é a aptidão para pessoalmente praticar atos na vida civil. 
 
Incapacidade absoluta – art. 3º 
 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos 
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
4 
Não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz maior de idade. Todas as 
pessoas com deficiência passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a 
garantir sua inclusão social, em prol de sua dignidade. 
 
Para comprovar tal afirmação, vale citar o disposto no art. 6º da lei 13.146/2015, segundo o qual a 
deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: a) casar-se e constituir união estável; 
b) exercer direitos sexuais e reprodutivos; c) exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter 
acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; d) conservar sua fertilidade, 
sendo vedada a esterilização compulsória; e) exercer o direito à família e à convivência familiar e 
comunitária; e f) exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Em resumo, há, no plano familiar, uma expressa 
inclusão plena das pessoas com deficiência. 
 
Eventualmente, e em casos excepcionais, tais pessoas podem ser tidas como relativamente incapazes em 
algum enquadramento donovo art. 4º do Código Civil. Como exemplo, podemos citar a situação de um 
deficiente que seja viciado em tóxicos, o qual poderá ser tido como incapaz como qualquer outro sujeito. 
 
Incapacidade Relativa – art. 4º 
 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de 
os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade; 
 
IV - os pródigos. 
 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por 
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
O artigo 4º também foi modificado de forma considerável pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 
13.146/2015). 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
5 
Como podemos ver pela redação do dispositivo, o inciso II não faz mais referência às pessoas com 
discernimento reduzido, que não são mais consideradas relativamente incapazes, como antes estava 
regulamentado. Apenas foram mantidas no diploma as menções aos ébrios habituais (entendidos como os 
alcoólatras) e aos viciados em tóxicos, que continuam dependendo de um processo de interdição relativa, 
com sentença judicial, para que sua incapacidade seja reconhecida. 
 
Também foi alterado o inciso III do art. 4º do CC/2002, sem mencionar mais os excepcionais sem 
desenvolvimento completo, como, por exemplo, os portadores de síndrome de Down, que não são mais 
considerados incapazes. A nova redação passa a enunciar as pessoas que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir vontade, o que antes estava previsto no inciso III do art. 3º como causa 
de incapacidade absoluta. 
 
O sistema de incapacidades deixou de ter um modelo rígido, passando a ser mais maleável, pensado a partir 
das circunstâncias do caso concreto e em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando a sua 
dignidade e a sua interação social. 
 
Obs.: O estatuto do índio, Lei 6.001/73, em seu art. 8º, considera como regra geral a incapacidade absoluta 
do indígena que não revele consciência do ato praticado. 
 
EMANCIPAÇÃO 
 
Regra geral, a menoridade cessa aos 18 anos completos, nos termos do artigo 5º do Código Civil. 
Emancipação traduz uma forma de antecipação da capacidade plena, podendo ser: voluntária, judicial e legal. 
 
1.1 Emancipação voluntária: a emancipação voluntária, prevista no art. 5º, par. único, I, primeira parte, é 
aquela concedida pelos pais, ou por um deles na falta do outro (é ato isonômico e extingue o poder familiar), 
em caráter irrevogável, mediante instrumento público, independentemente de homologação do juiz, desde 
que o menor tenha 16 anos completos (o menor não tem poderes para autorizar ou não seus pais quanto à 
emancipação). 
 
1.2 Emancipação judicial: prevista no art. 5º, par. único, 2ª parte. O menor é emancipado pelo juiz, ouvido o 
tutor, desde que tenha 16 anos completos. Quem emancipa o menor tutelado é o juiz, ouvido o tutor. 
 
1.3 Emancipação legal: art. 5º, par. único, II a V. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
6 
A primeira hipótese decorre do casamento (não se inclui a união estável. Não se deve dar interpretação 
extensiva, já que é causa de extinção do poder familiar, sendo norma restritiva). Em 02 situações é possível o 
casamento daqueles com menos de 16 anos (idade núbil) (gravidez e para evitar a imposição de pena 
criminal – art. 1.520). 
 
Exercício de emprego público efetivo. Legislador civil não usou a técnica do direito administrativo. Destarte, 
entende-se que o exercício de qualquer função, cargo ou emprego público efetivo (não pode ser cargo em 
comissão) irá causar a emancipação. 
 
Estabelecimento civil (exercício de atividade não empresarial, ex.: serviço artístico ou científico), 
estabelecimento comercial (exercício de atividade empresarial, ex.: compra e venda de verduras) ou pelo 
exercício da relação de emprego, desde que o menor com 16 anos completos tenha economia própria. 
 
(X EXAME) Gustavo completou 17 anos de idade em janeiro de 2010. Em março de 2010 colou grau em 
curso de ensino médio. Em julho de 2010 contraiu matrimônio com Beatriz. Em setembro de 2010, foi 
aprovado em concurso público e iniciou o exercício de emprego público efetivo. Por fim, em novembro de 
2010, estabeleceu-se no comércio, abrindo um restaurante. Assinale a alternativa que indica o momento em 
que se deu a cessação da incapacidade civil de Gustavo. 
 
A) No momento em que iniciou o exercício de emprego público efetivo. 
B) No momento em que colou grau em curso de ensino médio. 
C) No momento em que contraiu matrimônio. 
D) No momento em que se estabeleceu no comércio, abrindo um restaurante. 
 
GAB : C 
 
(XII EXAME) Tiago, com 17 anos de idade e relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e 
Fabiana, recebeu, por doação de seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois 
pavimentos, contendo três lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago 
trabalha como cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais). Face aos 
fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta. 
 
A) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencional, inerente à 
relação de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de Tiago. 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
7 
B) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia autorização do 
Ministério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole. 
C) Mário e Fabiana não poderão administrar os valores auferidos por Tiago no exercício de atividade de 
cantor, bem como os bens com tais recursos adquiridos. 
D) Mario e Fabiana, entrando em colisão de interesses com Tiago sobre a administração dos bens, facultam 
ao juiz, de ofício, nomear curador especial. 
 
GAB: C 
 
(XVI EXAME) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento 
necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. 
Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: 
 
A) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do 
tutelado. 
B) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial. 
C) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento 
judicial. 
D) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais. 
 
GAB: A 
 
EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA OU NATURAL (MORTE) 
 
O critério que a comunidade científica mundial tem adotado é a morte encefálica, como referencial mais 
seguro do momento da morte, inclusive para efeito de transplante. A morte deve ser atestada por um 
profissional da medicina, podendo também ser declarada por 02 testemunhas, na falta do especialista. 
 
O CC, além de apontar a morte real, prevê 02 hipóteses de morte presumida, quais sejam:a) ausência (art. 6º, 
2ª parte, CC); b) art. 7º, CC. 
 
A ausência se caracteriza quando uma pessoa desaparece do seu domicílio sem deixar notícia ou 
representante que administre seus bens. A matéria (procedimento) é disciplinada a partir do art. 22, CC. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
8 
(VI EXAME) Francis, brasileira, empresária, ao se deslocar do Rio de Janeiro para São Paulo em seu 
helicóptero particular, sofreu terrível acidente que culminou com a queda do aparelho em alto-mar. Após 
sucessivas e exaustivas buscas, feitas pelas autoridades e por empresas privadas contratadas pela família da 
vítima, infelizmente não foram encontrados os corpos de Francis e de Adilson, piloto da aeronave. Tendo 
sido esgotados os procedimentos de buscas e averiguações, de acordo com os artigos do Código Civil que 
regulam a situação supramencionada, é correto afirmar que o assento de óbito em registro público 
 
A) Independe de qualquer medida administrativa ou judicial, desde que seja constatada a notória 
probabilidade de morte de pessoa que estava em perigo de vida. 
B) Depende exclusivamente de procedimento administrativo quanto à morte presumida junto ao Registro 
Civil das Pessoas Naturais. 
C) Depende de prévia ação declaratória judicial quanto à morte presumida, sem necessidade de decretação 
judicial de ausência. 
D) Depende de prévia declaração judicial de ausência, por se tratar de desaparecimento de uma pessoa sem 
dela haver notícia. 
 
GAB: C 
 
(XX – EXAME) Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, ele não 
consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a bordo, desaparece dos radares da 
torre de controle pouco antes do tempo previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, 
apenas 10 passageiros foram resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não 
estava no rol de sobreviventes e seu corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um advogado para 
saber como deverá proceder a partir de agora. Com base no relato apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de ausência de Cristiano, a 
fim de que o juiz, em um momento posterior do processo, possa declarar a sua morte presumida. 
B) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma vez que apenas o 
Ministério Público detém legitimidade para tal pedido. 
C) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida independentemente de prévia 
decretação de ausência, uma vez que esgotadas as buscas e averiguações por parte das autoridades 
competentes. 
D) A sentença que declarar a morte presumida de Cristiano não deverá fixar a data provável de seu 
falecimento, contando-se, como data da morte, a data da publicação da sentença no meio oficial. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
9 
GAB: C 
 
O que é comoriência? Traduz a situação jurídica de morte simultânea. A regra da comoriência prevista no 
art. 8º do CC e somente deve ser aplicada quando não for possível indicar a ordem cronológica dos óbitos. 
Não podendo se indicar a ordem das mortes, presume-se que a situação é de falecimento simultâneo, 
abrindo-se cadeias sucessórias autônomas e distintas (um comoriente não herda do outro). É possível a 
comoriência, mesmo em se tratando de locais distintos. 
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
São irrenunciáveis e imprescritíveis, gerando dano moral a violação a um deles. Os direitos da personalidade 
estão regulamentados nos artigos 11 a 21 do Código Civil. 
 
(VII EXAME) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito privado, o que leva alguns 
autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral de tutela da personalidade. Nesse 
sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo Código Civil foi a introdução de um capítulo próprio 
sobre os chamados direitos da personalidade. Em relação à disciplina legal dos direitos da personalidade no 
Código Civil, é correto afirmar que 
 
A) Havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais possível que se reclamem 
perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa natural, e os direitos personalíssimos são 
intransmissíveis. 
B) Como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício 
poderá sofrer irrestrita limitação voluntária. 
C) É permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo altruístico ou 
científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser revogado a qualquer tempo. 
D) Em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade das celebridades e das 
chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o seu nome para finalidade comercial, 
ainda que sem prévia autorização. 
 
GAB: C 
 
(XII EXAME) João Marcos, renomado escritor, adota, em suas publicações literárias, o pseudônimo Hilton 
Carrillo, pelo qual é nacionalmente conhecido. Vítor, editor da Revista “Z”, empregou o pseudônimo Hilton 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
10 
Carrillo em vários artigos publicados nesse periódico, de sorte a expô-lo ao ridículo e ao desprezo público. 
Em face dessas considerações, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A legislação civil, com o intuito de evitar o anonimato, não protege o pseudônimo e, em razão disso, não 
há de se cogitar em ofensa a direito da personalidade, no caso em exame. 
B) A Revista “Z”pode utilizar o referido pseudônimo em uma propaganda comercial, associado a um 
pequeno trecho da obra do referido escritor sem expô-lo ao ridículo ou ao desprezo público, independente da 
sua autorização. 
C) O uso indevido do pseudônimo sujeita quem comete o abuso às sanções legais pertinentes, como 
interrupção de sua utilização e perdas e danos. 
D) O pseudônimo da pessoa pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, quando não há intenção difamatória. 
 
GAB: C 
 
(XXVII Exame) Ao visitar a página de Internet de uma rede social, Samuel deparou-se com uma publicação, 
feita por Rafael, que dirigia uma série de ofensas graves contra ele. Imediatamente, Samuel entrou em 
contato com o provedor de aplicações responsável pela rede social, solicitando que o conteúdo fosse retirado, 
mas o provedor quedou-se inerte por três meses, sequer respondendo ao pedido. Decorrido esse tempo, o 
próprio Rafael optou por retirar, espontaneamente, a publicação. Samuel decidiu, então, ajuizar ação 
indenizatória por danos morais em face de Rafael e do provedor. Sobre a hipótese narrada, de acordo com a 
legislação civil brasileira, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Rafael e o provedor podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados a Samuel enquanto 
o conteúdo não foi retirado. 
B) O provedor não poderá ser obrigado a indenizar Samuel quanto ao fato de não ter retirado o conteúdo, 
tendo em vista não ter havido determinação judicial para que realizasse a retirada. 
C) Rafael não responderá pelo dever de indenizar, pois a difusão do conteúdolesivo se deu por fato 
exclusivo de terceiro, isto é, do provedor. 
D) Rafael não responderá pelo dever de indenizar, pois o fato de Samuel não ter solicitado diretamente a ele 
a retirada da publicação configura fato exclusivo da vítima. 
 
Gabarito “B” 
 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
11 
AUSÊNCIA 
 
A ideia fundamental de ausência vem descrita no art. 22 do Código Civil, que tem a seguinte redação: 
 
“Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela 
haver notícia, se não houver deixado representante ou 
procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a 
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.” 
 
Notem que a ausência reclama declaração judicial, em procedimento especial de jurisdição voluntária, ou 
seja, não basta o desaparecimento de uma pessoa para que se configure a ausência nos termos do Código 
Civil. É imprescindível que seja reconhecida judicialmente. 
 
Em regra, a ausência pressupõe o desaparecimento de uma pessoa que não deixou notícias ou procurador. 
Todavia, também se declara ausente aquele que, mesmo deixando mandatário, este não queira ou não possa 
exercer o mandato, ou, ainda, na hipótese do instrumento conferir poderes insuficientes. 
 
A sistemática do Código divide o procedimento de declaração de ausência em três fases: 1) curatela dos bens 
do ausente; b) sucessão provisória; c) sucessão definitiva. 
 
1) Curatela dos bens do ausente (arts. 22 a 25) 
 
É a primeira fase do procedimento, voltada à proteção do patrimônio do ausente. Nessa etapa, mitiga-se a 
proteção de terceiros (um exemplo disso é a proibição de atos de disposição pelo curador nomeado pelo Juiz 
para cuidar dos bens do ausente). 
 
Tem início com a provocação de qualquer interessado ou do Ministério Público. 
 
Comprovado o desaparecimento, o Juiz declara a ausência – após oitiva do MP – e determina a arrecadação 
dos bens do ausente e a publicação de editais durante um ano seguido (de 2 em 2 meses), convocando o 
ausente para retomar a posse de seus bens (art. 745, CPC). Na mesma decisão, o Juiz nomeia um curador 
para os bens do ausente. 
 
Cuidado com um detalhe. A lei não exige um prazo mínimo de desaparecimento de uma pessoa para a 
abertura do procedimento de ausência. Basta que o interessado ou o Ministério Público demonstre o 
desaparecimento da pessoa de seu domicílio em caráter excepcional. 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
12 
Em regra, o curador será o cônjuge - ou o companheiro - do ausente, salvo na hipótese de separação judicial 
– que não mais existe no ordenamento pátrio em virtude das alterações promovidas pela EC 66/2010 – ou 
separação de fato há mais de 02 anos. 
 
Na falta do cônjuge ou companheiro, a curadoria caberá às seguintes figuras: a) aos ascendentes; b) na falta 
desses, aos descendentes (os mais próximos precedem os mais remotos); e c) na falta de qualquer desses 
últimos, a escolha do curador cabe ao juiz. 
 
Essa primeira fase, da curadoria dos bens, tem fundamental importância para se fixar a lei aplicável ao 
procedimento. Isso porque - assim como na sucessão por morte real – incide, quanto à declaração de 
ausência, o princípio da saisine, de modo que o procedimento de ausência será submetido à lei vigente no 
momento da declaração de ausência (o que ocorre nessa primeira fase). 
 
Após o prazo de um ano da arrecadação dos bens, segue-se à segunda fase do procedimento de declaração de 
ausência. 
 
2) Sucessão provisória: 
 
Com o passar do tempo, diminui a probabilidade de retorno do ausente, razão pela qual permite a lei que se 
promova uma transmissão provisória e precária de seus bens. 
 
Essa segunda fase inicia-se com o pedido de abertura da sucessão provisória, que pode ser apresentado em 
duas hipóteses: a) após o decurso de um ano da arrecadação dos bens, se o ausente não deixou procurador; 
ou b) após transcorridos três anos da arrecadação dos bens, no caso do ausente ter deixado procurador (art. 
26, CC) 
 
São legitimados para requerer a abertura da sucessão provisória: a) cônjuge não separado, judicialmente ou 
em cartório; b) herdeiros (presumidos, legítimos ou testamentários); c) os que tiverem sobre os bens do 
ausente direito dependente de sua morte; d) os credores de obrigações vencidas e não pagas (art. 27, CC). 
 
Se, decorrido o prazo do art. 26 (um ou três anos, a depender se deixou procurador ou não), não for requerida 
a abertura da sucessão provisória pelos interessados, cabe ao Ministério Público requerê-la (art. 28, § 1º, 
CC). A sucessão provisória será declarada por sentença. Essa sentença só produz efeitos após 180 dias de sua 
publicação na imprensa. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
13 
Além disso, somente após o trânsito em julgado da sentença que declarar a sucessão provisória é que haverá 
a abertura do inventário e da partilha, bem como do testamento, se houver. Aqui, procede-se como se o 
ausente tivesse, de fato, falecido. 
 
Todavia, importa atentar para o seguinte: os interessados têm 30 dias, após o transito em julgado da sentença, 
para requerer a abertura do inventário; não o fazendo, procede-se à arrecadação dos bens do ausente na forma 
de declaração de herança jacente e vacante. (art. 28, § 2º, CC). 
 
O Código Civil, considerando o caráter precário da transmissão operada na fase de sucessão provisória, 
exigiu a prestação de garantia pelos herdeiros, a fim de se imitirem na posse provisória dos bens do ausente, 
sob pena de exclusão (art. 30, CC). Mas essa regra foi temperada pelo § 2º do dispositivo, que dispensa de 
caução os herdeiros necessários (ascendentes, descendentes, cônjuge e companheiro), assim provada sua 
condição; também o artigo 34 abranda o rigor da exigência, ao permitir que o excluído que não prestou as 
garantias, desde que justifique a falta de recursos econômicos, possa requerer que lhe seja entregue a metade 
dos rendimentos que seriam devidos quanto ao seu respectivo quinhão. 
 
Cumpre salientar, ainda, que, quanto aos credores do ausente que tiverem requerido o pagamento dos 
respectivos créditos nessa segunda etapa do procedimento, ocorrerá a transmissão definitiva, nada havendo a 
restituir ao ausente na hipótese de retorno. 
 
Nessa fase, os bens imóveis do ausente só poderão ser alienados (ou gravados de ônus real) com autorização 
judicial que vise evitar a ruína. A única exceção cabível, quanto a isso, é a hipótese de desapropriação. 
 
Quanto aos frutos e rendimentos produzidos pelos bens do ausente, ocorrerá o seguinte: a) caberão 
integralmente aos herdeiros necessários quanto aos bens que estiverem em sua posse (descendente, 
ascendente e cônjuge/companheiro); b) os demais sucessores deverão capitalizar a metade dos rendimentos - 
para o caso de retorno do ausente; além disso, precisam de anuência do MP e prestam contas ao juiz. 
 
Todavia, não se pode olvidar que, caso o ausente retorne e fique provada que a sua ausência foi voluntária e 
injustificada, ele perderá a sua parte nos frutos e rendimentos em favor do sucessor. O transcurso do tempo 
acentua a presunção de óbito do ausente, justificando a transmissão do patrimônio em caráter definitivo. 
Passa-se,então, à fase seguinte do procedimento de declaração de ausência. 
 
3) Sucessão definitiva: 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
14 
Nessa etapa, a preocupação central do ordenamento jurídico é tutelar os interesses dos herdeiros do ausente. 
 
A sucessão definitiva pode ser requerida pelos interessados nas seguintes hipóteses: a) Após 10 anos do 
trânsito em julgado da sentença de reconheceu a abertura da sucessão provisória; ou b) Se o ausente estiver 
desaparecido há 05 anos e já conte com, pelo menos, 80 anos de idade. 
 
Nessa etapa, os interessados requerem a transmissão definitiva dos bens, com o levantamento das cauções 
prestadas. 
 
Embora a transmissão desses bens já se opere em caráter definitivo, permitindo-se a livre disposição pelos 
herdeiros, o domínio está sujeito a condição resolutiva, ou seja, reaparecendo o ausente nos 10 anos 
seguintes à abertura da sucessão definitiva, receberá os bens no estado em que se encontrarem (ou os sub-
rogados em seu lugar; ou, ainda, o preço obtido pelos herdeiros com a alienação de tais bens). (art. 39, CC). 
Com o trânsito em julgado da sentença que reconheceu a abertura da sucessão definitiva, haverá uma 
presunção de morte do ausente, conforme previsão do artigo 6º, 2ª parte do Código Civil. 
 
E se o ausente retornar, o que acontece? 
 
Dependerá do momento do seu regresso: 
 
1º) Se o ausente regressa ainda na primeira fase (curadoria dos bens) – nada acontecerá, pois não decorreu 
qualquer efeito da sua ausência; 
 
2º) Se regressa na segunda fase (durante a sucessão provisória) – receberá os bens no estado que deixou, 
podendo levantar a caução prestada pelos sucessores. Se houve depreciação ou perecimento dos bens, ou, se 
houve melhorias, irá indenizar os possuidores de boa-fé; 
 
3º) Se regressa na terceira fase (já aberta a sucessão definitiva) – receberá os bens no estado em que se 
encontrarem ou os sub-rogados em seu lugar. 
 
4º) Se regressa após o prazo de 10 anos que declarou aberta a sucessão definitiva – não há mais qualquer 
direito a recebimento de bens. 
 
Assim, sob o manto do movimento de constitucionalização das relações privadas, o Código Civil vigente se 
apartou do excessivo caráter patrimonialista, para tutelar outros aspectos que envolvem a pessoa 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
15 
desaparecida, permitindo, como um grande exemplo dessa tendência, a dissolução do casamento pela 
presunção de morte. 
 
Eis o teor do dispositivo inovador: 
 
“Art. 1.571. 
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges 
ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código 
quanto ao ausente.” 
 
Assim, uma vez reconhecida por decisão judicial a morte presumida, restará dissolvido, automaticamente, o 
casamento do ausente, como efeito anexo natural da sentença declaratória. 
 
E qual seria o momento da efetiva dissolução do casamento em razão da declaração de ausência? A maioria 
da doutrina sustenta ocorrer na terceira e última etapa, com a abertura da sucessão definitiva. 
 
(IV EXAME) Rodolfo, brasileiro, engenheiro, solteiro, sem ascendentes ou descendentes, desapareceu de 
seu domicílio há 11 (onze) meses e até então não houve qualquer notícia sobre seu paradeiro. Embora tenha 
desaparecido, deixou Lisa, uma amiga, como mandatária para a finalidade de administrar-lhe os bens. 
Todavia, por motivos de ordem pessoal, Lisa não quis exercer os poderes outorgados por Rodolfo em seu 
favor, renunciando expressamente ao mandato. De acordo com os dispositivos que regem o instituto da 
ausência, assinale a alternativa correta. 
 
A) O juiz não poderá declarar a ausência e nomear curador para Rodolfo, pois Lisa não poderia ter 
renunciado o mandato outorgado em seu favor, já que só estaria autorizada a fazê-lo em caso de justificada 
impossibilidade ou de constatada insuficiência de poderes. 
B) A renúncia ao mandato, por parte de Lisa, era possível e, neste caso, o juiz determinará ao Ministério 
Público que nomeie um curador encarregado de gerir os bens do ausente, observando, no que for aplicável, o 
disposto a respeito dos tutores e curadores. 
C) Os credores de obrigações vencidas e não pagas de Rodolfo, decorrido 1 (um) ano da arrecadação dos 
bens do ausente, poderão requerer que se determine a abertura de sua sucessão provisória. 
D) Poderá ser declarada a sucessão definitiva de Rodolfo 10 (dez) anos depois de passada em julgado a 
sentença que concedeu a sucessão provisória, mas, se nenhum interessado promover a sucessão definitiva, 
nesse prazo, os bens porventura arrecadados deverão ser doados a entidades filantrópicas localizadas no 
município do último domicílio de Rodolfo. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
16 
GAB: C 
 
(XII EXAME) José, brasileiro, casado no regime da separação absoluta de bens, professor universitário e 
plenamente capaz para os atos da vida civil, desapareceu de seu domicílio, estando em local incerto e não 
sabido, não havendo indícios ou notícias das razões de seu desaparecimento, não existindo, também, outorga 
de poderes a nenhum mandatário, nem feitura de testamento. Vera (esposa) e Cássia (filha de José e Vera, 
maior e capaz) pretendem a declaração de sua morte presumida, ajuizando ação pertinente, diante do juízo 
competente. De acordo com as regras concernentes ao instituto jurídico da morte presumida com declaração 
de ausência, assinale a opção correta. 
 
A) Na fase de curadoria dos bens do ausente, diante da ausência de representante ou mandatário, o juiz 
nomeará como sua curadora legítima Cássia, pois apenas na falta de descendentes, tal curadoria caberá ao 
cônjuge supérstite, casado no regime da separação absoluta de bens. 
B) Na fase de sucessão provisória, mesmo que comprovada a qualidade de herdeiras de Vera e Cássia, estas, 
para se imitirem na posse dos bens do ausente, terão que dar garantias da restituição deles, mediante 
penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
C) Na fase de sucessão definitiva, regressando José dentro dos dez anos seguintes à abertura da sucessão 
definitiva, terá ele direito aos bens ainda existentes, no estado em que se encontrarem, mas não aos bens que 
foram comprados com a venda dos bens que lhe pertenciam. 
D) Quanto ao casamento de José e Vera, o Código Civil atual reconhece efeitos pessoais e não apenas 
patrimoniais ao instituto da ausência, possibilitando que a sociedade conjugal seja dissolvida como 
decorrência da morte presumida do ausente. 
 
GAB: D 
 
(XIV EXAME OAB) Raul, cidadão brasileiro, no meio de uma semana comum, desaparece sem deixar 
qualquer notícia para sua ex-esposa e filhos, sem deixar cartas ou qualquer indicação sobre seu paradeiro. 
Raul, que sempre fora um trabalhador exemplar, acumulara em seus anos de labor um patrimônio relevante. 
Como Raul morava sozinho, já que seus filhos tinham suas próprias famílias e ele havia se separado de sua 
esposa 4 (quatro) anos antes, somente após uma semana seus parentes e amigos deram por sua falta e 
passaram a se preocupar com o seu desaparecimento. Sobre a situação apresentada, assinale a opção correta. 
 
A) Para ser decretada a ausência, é necessário que a pessoa tenha desaparecido há mais de 10(dez) dias. 
Como faz apenas uma semana que Raul desapareceu, não pode ser declarada sua ausência, com a 
consequente nomeação de curador. 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
17 
B) Em sendo declarada a ausência, o curador a ser nomeado será a ex-esposa de Raul. 
C) A abertura da sucessão provisória somente se dará ultrapassados três anos da arrecadação dos bens de 
Raul. 
D) Se Raul contasse com 85 (oitenta e cinco) anos e os parentes e amigos já não soubessem dele há 8 (oito) 
anos, poderia ser feita de forma direta a abertura da sucessão definitiva. 
 
GAB: D 
 
PESSOA JURÍDICA 
 
A pessoa jurídica nasce como decorrência do fato associativo (exceto a fundação). Pessoa jurídica é o grupo 
humano, criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns. 
 
Personificação da pessoa jurídica – art. 45, CC. O registro da pessoa jurídica é de natureza constitutiva. O 
CC firma a natureza constitutiva do registro da pessoa jurídica, com eficácia ex nunc. O registro da pessoa 
jurídica cria sua personalidade. 
 
Sociedades desprovidas de registro são denominadas despersonificadas (986, CC), também chamadas de 
sociedades de fato ou irregulares. 
 
O que se entende por ente despersonalizado? Tecnicamente não são pessoas jurídicas. Contudo, detém 
capacidade processual. Ex.: art. 75, CPC (espólio, condomínio, massa falida, etc.) 
 
Espécies de pessoa jurídica de direito privado – art. 44 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações; 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos; 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Pessoa jurídica pode sofrer dano moral? 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
18 
Ainda vigora no Brasil a corrente que sustenta a tese segundo a qual a pessoa jurídica sofre dano moral 
(Súmula 227 do STJ e art. 52, CC). 
 
Fundações - a fundação de direito privado decorre da afetação de um patrimônio que se personifica visando 
a atingir finalidade ideal (art. 62). Não decorre do fato associativo. Decorre justamente de um destacamento 
patrimonial. Fundação não tem finalidade econômica, mas sim finalidade IDEAL 
 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins 
de: 
 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; 
IX – atividades religiosas; 
 
Somente se constitui mediante escritura pública ou testamento. 
 
Obs.: as ONGs, por também perseguirem finalidade ideal, devem se constituir sob a forma de fundação ou 
associação. 
 
Requisitos para se constituir uma fundação: 
 
I – afetação de bens livres; 
II – constituição por escritura pública ou testamento; 
III – elaboração do estatuto da fundação (o ato normativo que disciplina a organização e funcionamento da 
fundação é o seu estatuto. Fundação não tem contrato social. O estatuto da fundação pode ser elaborado 
diretamente pelo seu instituidor ou, mediante delegação, por um terceiro. Subsidiariamente, nos termos do 
art. 65, CC, a elaboração do estatuto poderá ser feita pelo MP). 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
19 
Veja a inovação do § 1º do artigo 66: 
 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
 
IV – aprovação do estatuto. Quem aprova o estatuto é, via de regra, o MP. 
 
Obs.: elaborado o estatuto pelo próprio MP, nos termos do art. 764 do CPC, será ele submetido à aprovação 
do juiz. 
 
V – registro da fundação no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas. 
 
Alteração do estatuto da fundação (formalismo de alteração) – arts. 67 e 68, CC. Quorum de 2/3 + não 
desvirtuamento da finalidade + aprovação pelo MP no prazo máximo de 45 dias. 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister 
que a reforma: 
 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e 
representar a fundação; 
 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo 
de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o 
Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento 
do interessado. 
 
A minoria vencida, nos termos do artigo 68, tem o direito potestativo de impugnar a alteração do estatuto no 
prazo decadencial de 10 dias. Salvo disposição em contrário, o patrimônio da fundação é incorporado a outra 
fundação designada pelo juiz, de fim igual ou semelhante. 
 
(VI EXAME) Roberto, por meio de testamento, realiza dotação especial de bens livres para a finalidade de 
constituir uma fundação com a finalidade de promover assistência a idosos no Município do Rio de Janeiro. 
Todavia, os bens destinados foram insuficientes para constituir a fundação pretendida pelo instituidor. Em 
razão de Roberto nada ter disposto sobre o que fazer nessa hipótese, é correto afirmar que 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
20 
A) Os bens dotados deverão ser convertidos em títulos da dívida pública até que, aumentados com os 
rendimentos, consigam perfazer a finalidade pretendida. 
B) Os bens destinados à fundação serão, nesse caso, incorporados em outra fundação que se proponha a fim 
igual ou semelhante. 
C) A Defensoria Pública do estado respectivo, responsável por velar pelas fundações, destinará os bens 
dotados para o fundo assistencial mantido pelo Estado para defesa dos hipossuficientes. 
D) Os bens serão arrecadados e passarão ao domínio do Município, se localizados na respectiva 
circunscrição. 
 
GAB: B 
 
Sociedade – é uma espécie de corporação, dotada de personalidade jurídica própria e instituída por meio de 
contrato social, visando a proveito econômico e partilha de lucro. No que tange ao elemento finalístico, 
persegue proveito econômico (finalidade lucrativa, partilha de proveito econômico). A segunda característica 
da sociedade é sua constituição por contrato social, art. 981, CC). 
 
Obs.: marido e mulher podem constituir sociedade? O Código Civil, no art. 977, restringe esta autonomia 
privada, sob o fundamento de evitar fraude ao regime de bens. Não podem, destarte, serem sócios, quando 
tenham casado no regime da comunhão universal ou da separação obrigatória. 
 
Associações – são entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos, nos termos do art. 53, 
CC, visando finalidade não econômica (finalidade ideal). A associação tem estrutura corporativa, é um grupo 
de pessoas. Contudo,busca finalidade não econômica. Não há entre os associados, direitos e obrigações 
recíprocos. Não há repartição de lucro. Ex.: clube recreativo, associação de moradores. 
 
Associação – art. 54 – o ato constitutivo de uma associação é o seu estatuto, registrado no Cartório de 
Registro das Pessoas Jurídicas. 
 
Seu órgão mais importante é a Assembleia Geral, cujas atribuições estão elencadas no art. 59, CC. É possível 
a existência de categoria diferenciada de associados. Contudo, dentro de cada categoria não pode haver 
discriminação entre os associados. 
 
Art. 57 – estabelece que a exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e a recurso, nos termos do estatuto (eficácia horizontal de 
direitos fundamentais). Este artigo 57 pode ser aplicado ao condomínio? 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
21 
NEGATIVO. Condomínio não se confunde com associação. Expulsando-se o condômino estar-se-ia 
realizando uma espécie de desapropriação privada. No caso de condômino com comportamento antissocial 
tem-se a alternativa de aplicação de multa progressiva. 
 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
 
Em linhas gerais são três formas: a) convencional, especialmente aplicada para sociedades, se dá quando os 
sócios estipulam desfazer a pessoa jurídica mediante distrato; b) administrativa, quando resulta da cassação 
da autorização de constituição e funcionamento de determinadas pessoas jurídicas (necessidade de 
autorização especial para criação da sociedade); c) judicial, que se opera por meio de processo. Ex.: 
procedimento falimentar. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA (disregard doctrine) 
 
A doutrina da desconsideração da pessoa jurídica pretende o afastamento temporário da sua personalidade, 
para permitir que os credores possam satisfazer os seus direitos no patrimônio pessoal do sócio ou 
administrador que cometeu o ato abusivo. Trata-se da suspensão episódica da personalidade. É possível 
aplicar a doutrina também em associações, fundações e entidades filantrópicas. 
 
O Princípio da Função Social da Empresa, que traz a ideia de que a empresa deve ter continuidade, embasa 
esse instituto da Desconsideração da Pessoa Jurídica, uma vez que caso se fosse utilizar do instituto da 
despersonificação, que é mais severo, estar-se-ia aniquilando a pessoa jurídica mediante o cancelamento do 
seu registro, e não é esse o interesse contemporâneo segundo o Princípio da Função Social da Empresa, 
trazido pela Lei 11.101/05 – Lei de Falência e Recuperação Judicial. Satisfeito o direito do credor, pretende-
se que a empresa volte à atividade. 
 
Arts. 28, CDC e 50, CC. 
 
A desconsideração é matéria judicial ou administrativa? Está sob reserva de jurisdição? 
 
Os requisitos da desconsideração, na forma do art. 50, CC, são 02: I – implicitamente consagrado, é 
necessário que haja descumprimento de obrigação; II – demonstração do abuso por parte do sócio ou 
administrador, abuso este caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão de patrimônio. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
22 
Obs.: exemplo grave de abuso em que há confusão patrimonial opera-se quando uma pessoa jurídica atua por 
meio de outra visando a se eximir de responsabilidade. Neste caso, poderá o juiz desconsiderar a primeira 
empresa e atingir indiretamente a que está por trás. 
 
Qual a diferença entre teoria maior e teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica? A teoria 
maior é a adotada pelo CC, exigindo além do descumprimento da obrigação ou insolvência, requisitos 
específicos caracterizadores do abuso (desvio de finalidade ou confusão patrimonial); já na teoria menor, 
mais fácil de ser aplicada, como no direito do consumidor e ambiental, não se exigem os requisitos 
caracterizadores do ato abusivo, bastando o credor demonstrar que a obrigação foi descumprida (neste caso, 
a única saída pode ser atingir o sócio ou administrador que está por trás) 
 
(XV EXAME OAB) Paulo foi casado, por muitos anos, no regime da comunhão parcial com Luana, até que 
um desentendimento deu início a um divórcio litigioso. Temendo que Luana exigisse judicialmente metade 
do seu vasto patrimônio, Paulo começou a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da qual 
é sócio e passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, apenas a casa em que 
morava com ela. Acerca do assunto, marque a opção correta. 
 
A) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a todo cidadão defender sua 
propriedade, em especial de terceiros de má-fé. 
B) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade nos casos de desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial, mas não o contrário, de modo que não há nada que Luana possa fazer para retomar os 
bens comunicáveis. 
C) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade jurídica” encontra aplicação em outros 
ramos do direito e da legislação, é correto afirmar que os parâmetros adotados pelo Código Civil constituem 
a Teoria Menor, que exige menos requisitos. 
D) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com patrimônio particular em nome da 
sociedade, é possível atingir o patrimônio da sociedade, ao que se dá o nome de "desconsideração inversa ou 
invertida", de modo a se desconsiderar o negócio jurídico, havendo esses bens como matrimoniais e 
comunicáveis. 
 
GAB: D 
 
DOMICÍLIO 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
23 
Conforme art. 70, CC, é o lugar em que fixa a residência com ânimo definitivo (animus manendi), 
transformando-o em centro de sua vida jurídica e social. 
 
É possível a existência de diversas residências e domicílios (art. 71, CC). O art. 72 do CC consagrou o 
“domicílio profissional”: trata-se de uma forma especial de domicílio restrita a aspectos da relação 
profissional. Não se trata de um domicílio geral, mas limitado. Somente interessa quando se estiver 
discutindo aspectos pertinentes à atividade profissional. 
 
Mudança de domicílio – artigos 73 e 74. 
 
Classificação do domicílio 
 
I – Voluntário: é o comum, geral, fixado por simples manifestação de vontade. Natureza jurídica do ato de 
fixação do domicílio voluntário: trata-se de ato jurídico em sentido estrito; 
 
II – De eleição: é aquele estipulado pelas próprias partes no contrato (art. 78, CC). A autonomia privada não 
pode traduzir expressão de autoridade econômica. Com isso, o exercício da autonomia negocial e da livre 
iniciativa suporta parâmetros constitucionais de contenção, especialmente em decorrência da função social e 
da boa-fé objetiva. 
 
III – Legal ou necessário: arts. 77 e 76 = incapaz (representante ou assistente), servidor público (onde exerce 
PERMANENTEMENTE suas funções – comissionado está fora), militar (exército, marinha e aeronáutica – 
sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado), marítimo (marinha mercante – onde o 
barco está matriculado), preso (local onde cumpre a sentença, não mencionando o preso provisório); 
 
BENS JURÍDICOS 
 
Classificação dos bens jurídicos: 
 
1 – Bem imóvel por força de lei: (art.80 do CC) 
 
Obs.: o direito à herança, nos termos do inciso II do artigo80, tem natureza imobiliária, o que explica a 
exigência legal da escritura pública para a cessão de direitos hereditários (art. 1.793), bem como o fato de 
respeitável parte da doutrina sustentar a exigência de outorga uxória na cessão, nos termos do art. 1.647. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
24 
O artigo 81 prevê situações em que os bens não perdem a natureza de imóveis. 
 
2 – Bem móvel por força de lei: (art. 83 do CC) 
 
Obs.: os navios e as aeronaves são bens móveis especiais, uma vez que, por exceção, admitem hipoteca e 
têm registro peculiar. 
 
Art. 84 – CC. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua 
qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes de demolição de algum prédio. Porém, se o 
material for retirado para reforma para ser, após, recolocado, não perde sua característica de imóvel. 
 
Obs.: O CDC, adotando peculiar classificação, subdivide os bens, quanto ao direito potestativo de reclamar 
por vício de qualidade (art. 26), em duráveis e não duráveis. (90 dias para os bens duráveis e 30 dias para os 
bens não duráveis). 
 
3 - Bem principal: é o que existe por si mesmo. 
 
4- Bem acessório: é aquele cuja existência pressupõe a do principal, acompanhando-o, segundo o princípio 
da gravitação jurídica. Ex: frutos, produtos, pertenças e benfeitorias. 
 
Fruto é uma utilidade renovável, cuja percepção não esgota a substância da coisa principal. (laranja, cacau). 
É um acessório que, ao ser retirado do principal, não lhe diminui. 
 
Produto é uma utilidade que não se renova e cuja percepção esgota a coisa principal. (petróleo, carvão 
mineral). É um acessório que, retirado do bem principal, lhe diminui. 
 
Pertença trata-se da coisa que, sem integrar a coisa principal, acopla-se ou justapõe-se a ela, conservando a 
sua autonomia (art. 93 do CC). (ar condicionado). É um acessório que, ao ser colocado no principal, não se 
incorpora de forma definitiva. 
 
Benfeitoria é toda obra realizada pelo homem, na estrutura de uma coisa com propósito de conservá-la, 
melhorá-la ou embelezá-la (art. 96 e 97 do CC). Não existe benfeitoria natural, sendo todas com propósito 
humano. Trata-se do acessório que, ao ser colocado no principal, a ele se incorpora de forma definitiva. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
25 
(X EXAME) Os vitrais do Mercado Municipal de São de Paulo, durante a reforma feita em 2004, foram 
retirados para limpeza e restauração da pintura. Considerando a hipótese e as regras sobre bens jurídicos, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) Os vitrais, enquanto separados do prédio do Mercado Municipal durante as obras, são classificados como 
bens móveis. 
B) Os vitrais retirados na qualidade de material de demolição, considerando que o Mercado Municipal 
resolva descartar se deles, serão considerados bens móveis. 
C) Os vitrais do Mercado Municipal, considerando que foram feitos por grandes artistas europeus, são 
classificados como bens fungíveis. 
D) Os vitrais retirados para restauração, por sua natureza, são classificados como bens móveis. 
 
GAB: B 
 
(XIX EXAME) Júlia, casada com José sob o regime da comunhão universal de bens e mãe de dois filhos, 
Ana e João, fez testamento no qual destinava metade da parte disponível de seus bens à constituição de uma 
fundação de amparo a mulheres vítimas de violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os bens 
destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a finalidade pretendida por Júlia, que, 
por sua vez, nada estipulou em seu testamento caso se apresentasse a hipótese de insuficiência de bens. 
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos integralmente entre Ana e João. 
B) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre José, Ana e João. 
C) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha propósito igual ou semelhante ao amparo 
de mulheres vítimas de violência obstétrica. 
D) Os bens destinados serão incorporados à outra fundação determinada pelos herdeiros necessários de Júlia, 
após a aprovação do Ministério Público. 
 
GAB: C 
 
(XXII EXAME) Ricardo realizou diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um 
vazamento existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo cômodo, 
destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas disponíveis; e trocou o portão manual da 
garagem por um eletrônico. Quando Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
26 
todas as benfeitorias realizadas, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as obras. Somente 
pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito ao ressarcimento, 
 
A) O reparo do vazamento na cozinha. 
B) A formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento de divisória na área de 
serviço. 
C) A ampliação do número de tomadas. 
D) A troca do portão manual da garagem por um eletrônico. 
 
GAB: A 
 
FATO JURÍDICO - em sentido amplo, é todo acontecimento, natural ou humano, apto a criar, modificar ou 
extinguir relações jurídicas. Ele se subdivide em: fato jurídico em sentido estrito e ato jurídico em sentido 
amplo. 
 
Classificação: 
 
1) Fato jurídico em sentido estrito: é todo acontecimento natural relevante para o direito. Ele pode ser: 
 
a) Ordinário: comum (nascimento, morte natural, decurso do tempo) 
b) Extraordinário: têm carga de imprevisibilidade ou inevitabilidade. (furacão, terremoto) 
 
2) Ato jurídico em sentido amplo: ato jurídico, espécie de fato jurídico em sentido amplo, é toda ação 
humana lícita que deflagra efeitos na órbita jurídica. Ele se subdivide em: 
 
2.1) Ato jurídico em sentido estrito: também denominado de ato não negocial, traduz um simples 
comportamento humano voluntário e consciente cujos efeitos estão previamente determinados em lei (não se 
escolhe os efeitos). Este tipo de ato pode ser exemplificado nos meros atos materiais e nos de comunicação. 
Ex.: atos materiais – percepção de um fruto; especificação (adquire propriedade da obra resultante da 
transformação da matéria prima); fixação de domicílio. 
 
2.2) Ato-fato: embora o comportamento derive do homem e deflagre efeitos jurídicos, é desprovido de 
voluntariedade e consciência em direção ao resultado jurídico existente. Ex: compra de um doce por criança 
de 5 anos. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
27 
2.3) Negócio jurídico: é, na sua essência, de estrutura mais complexa do que o ato em sentido estrito. Isso 
porque, no negócio temos uma declaração de vontade emitida, segundo o princípio da autonomia privada, 
pela qual o agente disciplina os efeitos jurídicos possíveis escolhidos segundo a sua própria liberdade 
negocial. Ex.: contrato, testamento (autonomia limitada por valores constitucionais). 
 
* A diferença, portanto, entreato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico é a liberdade negocial, 
liberdade de se escolher os efeitos jurídicos. No ato jurídico em sentindo estrito, os efeitos são 
predeterminados em lei, não se tendo liberdade de escolher efeitos. Ex: adoção. 
 
(XXIII EXAME) Em ação judicial na qual Paulo é réu, levantou-se controvérsia acerca de seu domicílio, 
relevante para a determinação do juízo competente. Paulo alega que seu domicílio é a capital do Estado do 
Rio de Janeiro, mas o autor sustenta que não há provas de manifestação de vontade de Paulo no sentido de 
fixar seu domicílio naquela cidade. Sobre o papel da vontade nesse caso, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Por se tratar de um fato jurídico em sentido estrito, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é 
irrelevante, uma vez que não é necessário levar em consideração a conduta humana para a determinação dos 
efeitos jurídicos desse fato. 
B) Por se tratar de um ato-fato jurídico, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é irrelevante, uma vez 
que, embora se leve em consideração a conduta humana para a determinação dos efeitos jurídicos, não é 
exigível manifestação de vontade. 
C) Por se tratar de um ato jurídico em sentido estrito, embora os seus efeitos sejam predeterminados pela lei, 
a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, no sentido de verificar a existência de um ânimo de 
permanecer naquele local. 
D) Por se tratar de um negócio jurídico, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, já que é a 
manifestação de vontade que determina quais efeitos jurídicos o negócio irá produzir. 
 
GAB: C 
 
*O que é reserva mental (alguns autores utilizam como reticência)? Ela se configura quando o agente emite 
declaração de vontade, resguardando o íntimo propósito de não cumprir o avençado. (art. 110). 
 
(VII EXAME) Mauro, entristecido com a fuga das cadelinhas Lila e Gopi de sua residência, às quais 
dedicava grande carinho e afeição, promete uma vultosa recompensa para quem eventualmente viesse a 
encontrá‐las. Ocorre que, no mesmo dia em que coloca os avisos públicos da recompensa, ao conversar 
privadamente com seu vizinho João, afirma que não irá, na realidade, dar a recompensa anunciada, embora 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
28 
assim o tenha prometido. Por coincidência, no dia seguinte, João encontra as cadelinhas passeando 
tranquilamente em seu quintal e as devolve imediatamente a Mauro. Neste caso, é correto afirmar que 
 
A) A manifestação de vontade no sentido da recompensa subsiste em relação a João ainda que Mauro tenha 
feito a reserva mental de não querer o que manifestou originariamente. 
B) A manifestação de vontade no sentido da recompensa não subsiste em relação a João, pois este tomou 
conhecimento da alteração da vontade original de Mauro. 
C) A manifestação de vontade no sentido da recompensa não mais terá validade em relação a qualquer 
pessoa, pois ela foi alterada a partir do momento em que foi feita a reserva mental por parte de Mauro. 
D) A manifestação de vontade no sentido da recompensa subsiste em relação a toda e qualquer pessoa, pois a 
reserva mental não tem o condão de modificar a vontade originalmente tornada pública. 
 
GAB: B 
 
ESCADA PONTEANA 
 
 
 
1. Plano de existência do negócio jurídico: é o plano substantivo, analisa-se sua substância, os 
pressupostos existenciais ou elementos constitutivos do negócio jurídico sem o quais ele é um nada. O 
legislador não o codificou, apenas codificou o plano de validade e de eficácia. Para que saibamos os 
elementos de existência, basta pegar a primeira palavra de cada inciso do artigo 104 do Código Civil, que 
traz os requisitos de existência. Lembre-se! É só a primeira palavra de cada inciso. Logo, temos como 
requisitos de existência: 
 
1.1. agente 
1.2. objeto 
1.3. forma 
1.4. vontade (este não está escrito, mas é o elemento mais importante de qualquer negócio jurídico. 
 
Na falta de um desses requisitos, o negócio é inexistente. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
29 
2. Plano da Validade (Art. 104) – os pressupostos de validade traduzem requisitos de qualificação do 
negócio (são os adjetivos do art. 104 – capaz (I), lícito, possível, determinado ou determinável (II) e prescrita 
ou não defesa em lei (III). 
 
2.1 Manifestação de vontade livre e de boa-fé; 
2.2 Agente capaz e legitimado; 
2.3 Objeto lícito, possível, determinado ou determinável e 
2.4 Forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Na falta de um deles, o negócio é nulo (art. 166) ou anulável (art. 171 – ARI6). 
 
No que tange à forma, o art. 107 do CC consagra o princípio da liberdade como regra geral, por exceção, 
todavia, a forma pode ser exigida. (arts. 227 e 108). 
 
3. Plano de eficácia - No terceiro plano (eficácia), podem ser encontrados os elementos acidentais que 
interferem na produção de efeitos. São eles: condição, termo e modo, também chamado de encargo, previstos 
nos artigos 121 a 137 do CC. 
 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Os defeitos do negócio jurídico ferem os pressupostos de validade do negócio jurídico. Todos eles implicam 
a anulabilidade do negócio jurídico (art. 171, II), a qual pode ser requerida, mediante ação anulatória, no 
prazo decadencial de quatro anos (art. 178). 
 
1) ERRO - teoricamente, o erro traduz uma falsa percepção positiva da realidade, uma atuação comissiva 
equivocada, em prejuízo do declarante; a ignorância, por sua vez, é um estado de espírito negativo de 
desconhecimento. (arts. 138 e 139) 
 
- nos termos do Art. 144 CC, o erro não invalidará o negócio se houver recomposição da situação de perda. 
 
(IV EXAME) O negócio jurídico depende da regular manifestação de vontade do agente envolvido. Nesse 
sentido, o art. 138 do Código Civil dispõe que “são anuláveis os negócios jurídicos quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face 
das circunstâncias do negócio”. Relativamente aos defeitos dos negócios jurídicos, assinale a alternativa 
correta. 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
30 
A) O falso motivo, por sua gravidade, viciará a declaração de vontade em todas as situações e, por 
consequência, gerará a anulação do negócio jurídico. 
B) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade 
se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. 
C) O erro é substancial quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade, ainda que tenha influído nesta de modo superficial. 
D) O erro de cálculo gera a anulação do negócio jurídico, uma vez que restou viciada a declaração de 
vontade nele baseada. 
 
GAB: B 
 
(XXIII EXAME) Em um bazar beneficente, promovido por Júlia, Marta adquiriu um antigo faqueiro, 
praticamente sem uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem 
nada perguntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente 
aceitou o preço oferecido. Após dois anos de uso constante, Marta percebeu que os talheres começaram a 
ficar manchados e a se dobrarem com facilidade.Consultando um especialista, ela descobre que o faqueiro 
era feito de uma liga metálica barata, de vida útil curta, e que, com o uso reiterado, ele se deterioraria. De 
acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A compra e venda firmada entre Marta e Júlia é nula, por conter vício em seu objeto, um dos elementos 
essenciais do negócio jurídico. 
B) O negócio foi plenamente válido, considerando ter restado comprovado que Júlia não tinha qualquer 
motivo para suspeitar do engano de Marta. 
C) O prazo decadencial a ser observado para que Marta pretenda judicialmente o desfazimento do negócio 
deve ser contado da data de descoberta do vício. 
D) De acordo com a disciplina do Código Civil, Júlia poderá evitar que o negócio seja desfeito se oferecer 
um abatimento no preço de venda proporcional à baixa qualidade do faqueiro. 
 
GAB: B 
 
2) DOLO: o dolo nada mais é que o erro provocado. A teor do art. 145 CC, para anular o negócio, o dolo 
precisa ser principal (substancial, que ataca a causa do negócio jurídico). 
 
Obs.: Diferentemente, o dolo meramente acidental não prejudica a validade do negócio, impondo apenas a 
obrigação de pagar perdas e danos (Art. 146 CC). 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
31 
- dolo acidental é secundário, é o dolo em que havendo, não prejudica a realização do negócio. 
 
Obs.: O que se entende por dolo negativo? 
 
Consiste na quebra do principio da boa-fé, por descumprimento do dever anexo de informação, como se dá 
na omissão de informação essencial à celebração do negócio (Art. 147 CC). 
 
O que é dolo bilateral? 
 
O Art. 150 CC estabelece que, em havendo dolo recíproco (bilateral), o negocio jurídico fica como está. Não 
é que tenha havido compensação de dolo, mas o direito deixa que as partes 
 
Dolo de terceiro. Art. 148 CC, o dolo de terceiro somente invalidará o negócio jurídico se o beneficiário 
soubesse ou tivesse como saber. Em caso contrário, se não soubesse e nem tivesse como saber, o negócio é 
mantido, respondendo apenas o terceiro por perdas e danos. 
 
3) COAÇÃO: a coação traduz violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico 
que a sua vontade interna não deseja efetuar. Art. 158 CC. A coação deve ser sempre analisada em concreto 
nos termos do Art. 152. Lembre-se do termo inicial do prazo para propositura de ação anulatória (art. 178, I). 
 
Não se pode confundir coação com a ameaça do exercício regular de um direito, nem com o simples temor 
referencial (Art. 153 CC), que é o respeito à autoridade instituída, seja familiar, profissional, militar, ou até 
mesmo eclesiástica. 
 
- Coação de terceiro Art. 154 e 155. 
 
Diferença entre coação de terceiro e dolo de terceiro: Na coação de terceiro, nos termos do art. 154, se o 
beneficiário soubesse ou tivesse como saber, o negócio seria anulado, respondendo este beneficiário, 
SOLIDARIAMENTE com o coator pelas perdas e danos. Essa previsão de solidariedade não existe no dolo 
de terceiro. Finalmente, se o beneficiário não souber nem tiver como saber, responderá apenas o coator pelas 
perdas e danos, mantendo-se o negócio jurídico. 
 
(XIII EXAME) Lúcia, pessoa doente, idosa, com baixo grau de escolaridade, foi obrigada a celebrar contrato 
particular de assunção de dívida com o Banco FDC S.A., reconhecendo e confessando dívidas firmadas pelo 
seu marido, esse já falecido, e que não deixará bens ou patrimônio a inventariar. O gerente do banco 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
32 
ameaçou Lúcia de não efetuar o pagamento da pensão deixada pelo seu falecido marido, caso não fosse 
assinado o contrato de assunção de dívida. Considerando a hipótese acima e as regras de Direito Civil, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) O contrato particular de assunção de dívida assinado por Lúcia é anulável por erro substancial, pois Lúcia 
manifestou sua vontade de forma distorcida da realidade, por entendimento equivocado do negócio 
praticado. 
B) O ato negocial celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável por vício de consentimento, em 
razão de conduta dolosa praticada pelo banco, que ardilosamente falseou a realidade e forjou uma situação 
inexistente, induzindo Lúcia à prática do ato. 
C) O instrumento particular firmado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. pode ser anulado sob fundamento de 
lesão, uma vez que Lúcia assumiu obrigação excessiva sobre premente necessidade. 
D) O negócio jurídico celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável pelo vício da coação, uma vez 
que a ameaça praticada pelo banco foi iminente e atual, grave, séria e determinante para a celebração da 
avença. 
 
GAB: D 
 
4) LESÃO: art. 157. Intimamente conectado ao abuso de poder econômico, o defeito da lesão, causa de 
invalidade do negócio jurídico, verifica-se na desproporção existente entre as prestações do negócio, em 
virtude do abuso, da necessidade ou inexperiência de uma das partes. 
 
A lesão caracteriza-se por manifesta desproporção entre as prestações do negócio, em virtude da necessidade 
ou inexperiência de uma das partes. 
 
(XIV EXAME) Maria Clara, então com dezoito anos, animada com a conquista da carteira de habilitação, 
decide retirar suas economias da poupança para adquirir um automóvel. Por saber que estava no início da sua 
carreira de motorista, resolveu comprar um carro usado e pesquisou nos jornais até encontrar um modelo 
adequado. Durante a visita de Maria Clara para verificar o estado de conservação do carro, o proprietário, ao 
perceber que Maria Clara não era conhecedora de automóveis, informou que o preço que constava no jornal 
não era o que ele estava pedindo, pois o carro havia sofrido manutenção recentemente, além de melhorias 
que faziam com que o preço fosse aumentado em setenta por cento. Com esse aumento, o valor do carro 
passou a ser maior do que um modelo novo, zero quilômetro. Contudo, após as explicações do proprietário, 
Maria Clara fechou o negócio. Sobre a situação apresentada no enunciado, assinale a opção correta. 
 
http://goiania.proordem.com.br/
http://www.proordem.com.br/
 
Curso preparatório para a 1ª fase do XXVIII Exame de Ordem 
DIREITO CIVIL 
 
 
Professor André de Almeida Dafico Ramos 
Curso Proordem – Unidade Goiânia 
www.proordem.com.br / (62) 3932 0765 - 3087 2536 
 
33 
A) Maria Clara sofreu coação para fechar o negócio, diante da insistência do antigo proprietário e, por isso, 
pode ser proposta a anulação do negócio jurídico no prazo máximo de três anos. 
B) O negócio efetuado por Maria Clara não poderá ser anulado porque decorreu de manifestação de vontade 
por parte da adquirente. Dessa forma, como não se trata de relação de consumo, Maria Clara não possui essa 
garantia. 
C) O pai de Maria Clara, inconformado com a situação, pretende anular o negócio efetuado pela filha, 
porém, como já se passaram três anos, isso não será mais possível, pois já decaiu seu direito. 
D) O negócio jurídico efetuado por Maria Clara pode ser anulado; porém, se o antigo proprietário concordar 
com a diminuição no preço, o vício no contrato estará sanado. 
 
GAB: D 
 
(VI EXAME) Considerando o instituto da lesão, é correto afirmar que 
 
A) A desproporção entre as prestações deve se configurar somente no curso de contrato. 
B) Os efeitos da lesão podem se manifestar no curso do contrato, desde que sejam provenientes de 
desproporção entre as prestações existente no momento da celebração do contrato. 
C) A desproporção entre as prestações

Outros materiais