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DIREITO CIVIL

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1 
 
 
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DIREITO 
CIVIL 
 
Professora Fernanda Barretto 
 
 
 
 
 
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2 
 
 
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PERSONALIDADE 
▪ Pessoa Natural – Ente de existência visível. 
 
 
 
 
 
 
MOMENTO AQUISITIVO DA PERSONALIDADE NATURAL – TEORIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A personalidade jurídica é a 
aptidão genérica para 
titularizar direitos e 
obrigações na esfera civil. 
 
 
Teoria Natalista 
Determina que a 
personalidade se adquire 
com o nascimento com 
vida (Art. 2°, 1° parte do 
Código Civil) 
 
Art. 2. A personalidade 
civil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas 
a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do 
nascituro. 
 
 
Teoria Concepcionista 
A personalidade se 
adquire desde a 
concepção (fixação no 
útero materno) 
Teoria da Personalidade 
Condicional 
Se inicia desde a 
concepção para fins 
existências mas só se 
aperfeiçoa e gera direitos 
patrimoniais após o 
nascimento com vida (Não 
cai na prova) 
3 
 
 
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• Para a prova, a Teoria Natalista é adotada pelo direito brasileiro quanto 
o momento aquisitivo da personalidade, mas o nascituro é protegido pelo 
direito civil. 
Exemplos de direitos reconhecidos: 
 
1. Vida – proíbe-se o aborto com exceção do estupro, risco de vida a 
gestante, e para o STF a anencefalia. 
2. Alimentos (Lei 11804/08) – Alimentos Gravídicos (englobam todos os 
cuidados que a gestante precisa, pré-natal, alimentação adequada e o 
direito não é da gestante e sim do feto). Depois do nascimento os 
alimentos gravídicos são convertidos em pensão alimentícia. 
3. Direito a receber doação (Art. 542 do Código Civil) – Só é válida se for 
aceita pelo representante e não se confunde com doação feita ao incapaz 
que pelo artigo 543 dispensa aceitação no caso do absolutamente incapaz 
se for doação pura (sem encargo ou modo). 
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu 
representante legal. 
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensasse a 
aceitação, desde que se trate de doação pura. 
4. Herança – Independe de testamento. 
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já 
concebidas no momento da abertura da sucessão. 
O Artigo 1.799 estabelece que é possível herdar ainda que você não 
esteja concebido se for contemplado em testamento (prole 
eventual), prazo para concepção (§ 4 do artigo 1800) é de dois anos 
após a abertura da sucessão. 
5. Curador ao ventre (Art. 1.779) - Geralmente não cai na prova. 
6. NCPC Não se pode fazer separação / divórcio em cartório se a mulher 
estiver gestante. 
7. Direitos reconhecidos pela jurisprudência e que não constam na lei – 
Tem Personalidade e pode sofrer dano moral. 
8. STJ reconhece o DPVAT como direito. 
 
4 
 
 
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DIREITOS RECONHECIDOS AO NATIMORTO - (NASCEU SEM VIDA, NÃO 
RESPIROU) 
Segundo o enunciado da primeira jornada do direito civil do CJF tem direito a: 
1. Nome 
2. Imagem 
3. Sepultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
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CAPACIDADE 
 
A capacidade civil é dividida em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DAS INCAPACIDADES – QUEM É INCAPAZ? 
▪ Absolutamente incapazes (menores de 16 anos) – Art. 3 do CC. 
▪ Relativamente incapaz (pessoas com 16 ou 17 anos, ébrios habituais, 
viciados em drogas, pessoas que por causa transitória ou permanente 
não consegue exprimir vontade e os pródigos – Art. 4 do CC. 
 
 
IMPORTANTE! 
Macete do RIA: 
RIA = O Relativamente Incapaz é Assistido 
AIR = Absolutamente Incapaz é Representado 
 
 
 
 
Capacidade de Direito 
Mesmo conceito da 
personalidade jurídica. 
Todos os nascidos com vida a 
possuem, não sofrendo redução 
sob qualquer aspecto. 
 
 
Capacidade de Fato 
Aptidão para exercer 
pessoalmente os atos da vida 
civil, podendo sofrer redução. 
 
6 
 
 
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Se o absolutamente incapaz pratica ato sem representação, em regra geral, os 
atos se tornam nulos, já se o relativamente incapaz pratica atos sem 
assistência, a regra geral é que os atos sejam anuláveis. 
Exceções: 
1. Ser testemunha em processo aos 16 anos 
2. Celebrar testamento aos 16 anos 
3. Votação aos 16 anos 
 
EMANCIPAÇÃO – ART. 5 DO CC. 
Art. 5. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I. Emancipação judicial cabe para menor tutelado e o tutor tem que ser 
ouvido, mas sua opinião não vincula o juiz, ou quando os pais divergirem 
sobre a emancipação do menor, não precisa de homologação). 
II. Emancipação legal – Não depende de escritura pública nem de 
sentença judicial basta estar enquadrado em uma das hipóteses legais. 
• Pelo casamento (para maior de 16) 
• Pelo exercício de emprego público efetivo 
• Pela colação de grau em curso de ensino superior 
• Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de 
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria 
 
Atenção!!! 
A emancipação não retroage, só produz efeitos civis. 
 
 
 
 
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EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – 
MORTE 
 
A personalidade jurídica se extingue no brasil em decorrência da morte, que 
se divide em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado XXIX - Primeira Fase 
Gumercindo, 77 anos de idade, vinha sofrendo os efeitos do Mal de Alzheimer, 
que, embora não atingissem sua saúde física, perturbavam sua memória. 
Morte Natural 
Em regra, é pronunciada por atestado de 
óbito (precisa de cadáver). 
 
Morte Encefálica 
Art. 6 do CC - A existência da pessoa natural 
termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
Morte Presumida 
Quando não há cadáver, não possui atestado de obtido. 
É subdividida em: 
1. Sem decretação de ausência (Art. 7 do CC). 
2. Com Decretação de ausência – O procedimento de decretação de ausência é cabível 
quando alguém desaparece sem deixar notícias e tendo ou não deixado procurador, este 
procedimento é trifásico: 
I. Curadoria dos Bens do Ausente – Art. 22, 23 e 24 do CC; 
II. Da Sucessão Provisória – Art. 26, 28, 30, 31 e 32 do CC; 
III. Sucessão Definitiva – Art. 37 e 38 do CC. 
 
 
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Durante uma distração de seu enfermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que 
residia. A despeito dos esforços de seus familiares, ele nunca foi encontrado, e 
já se passaram nove anos do seu desaparecimento. Agora, seus parentes lidam 
com as dificuldades relativas à administração e disposição do seu patrimônio. 
Assinale a opção que indica o que os parentes devem fazer para receberem a 
propriedade dos bens de Gumercindo. 
a) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a 
decretação de sua morte e a transferência da propriedade dos bens para 
os herdeiros. 
b) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de 
curador dos bens, e, após um ano, a sucessão provisória; a sucessão 
definitiva, com transferência da propriedade dos bens, só poderá ocorrer 
depois de dez anos de passada em julgado a sentença que concede a 
abertura da sucessão provisória. 
c) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria 
mais de oitenta anos de idade, e as últimas notícias dele datam de mais 
de cinco anos. 
d) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida,sem 
decretação de ausência, por ele se encontrar desaparecido há mais de 
dois anos, abrindo-se, assim, a sucessão. 
 
2) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXI - Primeira Fase 
André possui um transtorno psiquiátrico grave, que demanda uso contínuo de 
medicamentos, graças aos quais ele leva vida normal. No entanto, em razão do 
consumo de remédios que se revelaram ineficazes, por causa de um defeito de 
fabricação naquele lote, André foi acometido de um surto que, ao privá-lo de 
discernimento, o levou a comprar diversos produtos caros de que não 
precisava. Para desfazer os efeitos desses negócios, André deve pleitear 
a) a nulidade dos negócios, por incapacidade absoluta decorrente de 
enfermidade ou deficiência mental. 
b) a nulidade dos negócios, por causa transitória impeditiva de expressão 
da vontade. 
c) a anulação do negócio, por causa transitória impeditiva de expressão 
da vontade. 
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d) a anulação do negócio, por incapacidade relativa decorrente de 
enfermidade ou deficiência mental. 
 
3) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino médio. Em agosto 
de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma companhia 
local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Em julho 
de 2013, ainda com 17 anos, após ter sido aprovado e nomeado em um concurso 
público, Pedro entrou em exercício no respectivo emprego público. Tendo por 
base o disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que 
cessou a incapacidade de Pedro. 
a) Dezembro de 2011. 
b) Agosto de 2012. 
c) Janeiro de 2013. 
d) Julho de 2013. 
 
4) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XX - Primeira Fase 
Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, 
ele não consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas 
a bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes do tempo 
previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 
passageiros foram resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como 
Cristiano não estava no rol de sobreviventes e seu corpo não fora encontrado, 
Rebeca decide procurar um advogado para saber como deverá proceder a partir 
de agora. Com base no relato apresentado, assinale a afirmativa correta 
a) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a 
decretação de ausência de Cristiano, a fim de que o juiz, em um momento 
posterior do processo, possa declarar a sua morte presumida. 
b) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de 
Cristiano, uma vez que apenas o Ministério Público detém legitimidade 
para tal pedido. 
c) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida 
independentemente de prévia decretação de ausência, uma vez que 
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esgotadas as buscas e averiguações por parte das autoridades 
competentes. 
d) A sentença que declarar a morte presumida de Cristiano não deverá 
fixar a data provável de seu falecimento, contando-se, como data da 
morte, a data da publicação da sentença no meio oficial. 
 
5) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XVI - Primeira Fase 
Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e 
discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem 
conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, que 
lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: 
a) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do 
tutor sobre as condições do tutelado. 
b) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo 
desnecessária a homologação judicial. 
c) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, 
sendo 
necessário procedimento judicial. 
d) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação 
no 
registro de pessoas naturais. 
 
GABARITO: 
1) C 
2) C 
3) D 
4) C 
5) A 
 
 
 
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DAS OBRIGAÇÕES 
 
Credor x Devedor 
Prestação = Obrigação 
Adimplemento = Cumprir 
Inadimplemento = Não cumprir 
 
Direito das obrigações = Um devedor que assumiu a responsabilidade de 
cumprir uma prestação, e o credor que tem o direito de receber por essa 
prestação. 
 
OBRIGAÇÕES: 
• Pagar quantia 
• Fazer 
• Não fazer 
• Entrega de coisa 
 
Obrigação de dar x obrigação de restituir 
OBRIGAÇÃO DE DAR – 
I. Coisa certa – 
▪ Devedor assume a responsabilidade de entregar com as especificações 
corretas. 
▪ Toda vez que a coisa se perder ou se desgastar sem culpa do devedor 
não tem direito a indenização. A obrigação foi resolvida. 
▪ Toda vez que a coisa se perder ou se desgastar com culpa do devedor 
tem direito a indenização. A obrigação continua, cobra-se o Valor da coisa 
+ Indenização. 
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▪ No caso de desgaste o credor pode requerer a coisa abatido o valor do 
prejuízo (Sem Culpa do devedor) 
▪ No caso de desgaste o credor pode requerer a coisa + indenização (com 
culpa do devedor) 
 
II. Coisa Incerta – 
▪ No momento em que se fixa a obrigação. 
▪ Salvo em disposição em contrário, compete ao devedor no momento de 
cumprimento obrigação a especificação. Concentração da obrigação só 
ocorre na modalidade de coisa incerta. 
 
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR – 
▪ Restituir – Se o objeto/bem já pertencer ao credor antes da obrigação. 
▪ Na obrigação de restituir coisa certa se a coisa se perde sem culpa do 
devedor ele não tem o dever de indenizar, mas deve pagar os eventuais 
créditos pretéritos ao credor. 
▪ Nos outros casos a forma é igual a obrigação de dar! 
 
Atenção!! 
Perecimento = Perda da coisa 
Deterioração da coisa = Desgaste da coisa 
 
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA 
▪ Solidariedade Passiva – Na condição de devedores solidários poder exigir a 
dívida de cada um ou cobrar apenas de um. O que for escolhido para pagar 
unicamente pode cobrar dos outros devedores solidários (direito de 
regresso). 
 
I. Solidariedade Ativa – todos os credores solidários podem exigir a dívida toda 
ou apenas um credor pode exigir a dívida. 
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O devedor pode pagar a dívida toda apenas a um e esse repassa. 
 
Atenção!! 
▪ Solidariedade não se presume. Ou está previsto na lei ou no contrato. Em caso de 
pagamento parcial feito por um devedor solidário o saldo pode ser cobrado dos 
demais 
▪ No que tange a responsabilidade se a obrigação tornou impossível em virtude de 
um devedor solidário a indenização é paga por este devedor O credor pode 
renunciar a solidariedade em relação a um devedor solidário. 
▪ Em caso de um dos devedores solidários for insolvente, o valor recai sobre os 
demais, inclusive ao que foi renunciado a solidariedade. 
▪ No caso de falecimento de um dos devedores solidários os herdeiros respondem 
até as forças da herança do devedor. 
 
OBRIGAÇÃO DE MEIO – 
▪ Deve empreender todos os esforços, mas não existe garantia de resultado, 
não tem obrigação de indenização. 
▪ É diferente da Obrigação de Resultado, onde o não cumprimento da 
obrigação gera indenização). 
 
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO – 
▪ Sem culpa não existe indenização, com culpa existe indenização. 
 
OBRIGAÇÃO PROPTER REM – 
▪ Obrigação real, que decorre da relação entre o devedor e a coisa. Difere das 
obrigações comuns especialmente pelos modos de transmissão. Propter 
rem significa “por causa da coisa”. Assim, se o direito de que se origina é 
transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o título translativo. A 
transmissão é automática, independente da intenção específica do 
transmitente, e o adquirente dodireito real não pode recusar-se a assumi-
la. 
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OBRIGAÇÃO DE FAZER X OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – 
1. Obrigação de Fazer – 
 
 
 
 
 
 
 
2. Obrigação de não fazer – O devedor se abstenha da pratica de determinado 
ato. 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado XXVII - Primeira Fase 
Renata financiou a aquisição de seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando 
pontualmente todas as prestações. Entretanto, a recente perda de seu emprego 
fez com que não conseguisse manter em dia a dívida, tendo deixado de pagar, 
justamente, as duas Últimas prestações (35ª e 36ª). O banco que financiou a 
aquisição, diante do inadimplemento, optou pela resolução do contrato. Tendo 
em vista o pagamento das 34 parcelas anteriores, pode-se afirmar que a 
condutada instituição financeira viola o princípio da boa-fé, em razão do(a) 
A) dever de mitigar os próprios danos 
B) proibição de comportamento contraditório (venire contra factum 
proprium) 
Fungível 
Em caso de urgência 
independente de autorização 
judicial o credor pode mandar 
executar ou pode mandar 
executar por terceiros – sendo 
ressarcido. 
Infungível 
Em caso de urgência só 
pode ser praticado por 
ele mesmo. 
Com Culpa 
Indenizável 
Sem Culpa 
Sem indenização 
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C) adimplemento substancial. 
D) dever de informar. 
 
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXVI - Primeira Fase 
Paula é credora de uma dívida de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por 
Marcos, Vera, Teresa, Mirna, Júlio, Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de 
mútuo que a todos aproveita. Antes do vencimento da dívida, Paula exonera Vera 
e Mirna da solidariedade, por serem amigas de longa data. Dois meses antes da 
data de vencimento, Júlio, em razão da perda de seu emprego, de onde provinha 
todo o sustento de sua família, cai em insolvência. Ultrapassada a data de 
vencimento, Paula decide cobrar a dívida. Sobre a hipótese apresentada, 
assinale a afirmativa correta. 
A) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o 
nosso ordenamento jurídico não permite renunciar a solidariedade de 
somente alguns dos devedores. 
B) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral 
da dívida e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-
partes. A parte de Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, 
inclusive Vera e Mirna. 
C) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral 
da dívida e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-
partes, inclusive Júlio. 
D) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral 
da dívida e, posteriormente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. 
A parte de Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, com 
exceção de Vera. 
 
3) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXIV - Primeira Fase 
André, Mariana e Renata pegaram um automóvel emprestado com Flávio, 
comprometendo-se solidariamente a devolvê-lo em quinze dias. Ocorre que 
Renata, dirigindo acima do limite de velocidade, causou um acidente que levou 
à destruição total do veículo. Assinale a opção que apresenta os direitos que 
Flávio tem diante dos três. 
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A) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, 
mais perdas e danos. 
B) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, 
mas só pode exigir perdas e danos de Renata. 
C) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário 
do carro e das perdas e danos. 
D) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário 
do carro, mas só pode exigir perdas e danos de Renata. 
 
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXII - Primeira Fase 
Antônio, vendedor, celebrou contrato de compra e venda com Joaquim, 
comprador, no dia 1º de setembro de 2016, cujo objeto era um carro da marca X 
no valor de R$ 20.000,00, sendo o pagamento efetuado à vista na data de 
assinatura do contrato. Ficou estabelecido ainda que a entrega do bem seria 
feita 30 dias depois, em 1º de outubro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, 
domicílio do vendedor. Contudo, no dia 25 de setembro, uma chuva torrencial 
inundou diversos bairros da cidade e o carro foi destruído pela enchente, com 
perda total. Considerando a descrição dos fatos, Joaquim 
A) não faz jus à devolução do pagamento de R$ 20.000,00. 
B) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, 
vendedor, não teve culpa. 
C) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, 
vendedor, teve culpa. 
D) terá direito à devolução de 100% do valor, pois ainda não havia ocorrido 
a tradição no momento do perecimento do bem. 
 
5) Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2016 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XX - Primeira Fase 
Paulo, João e Pedro, mutuários, contraíram empréstimo com Fernando, 
mutuante, tornando-se, assim, devedores solidários do valor total de R$ 
6.000,00 (seis mil reais). Fernando, muito amigo de Paulo, exonerou-o da 
solidariedade. João, por sua vez, tornou-se insolvente. No dia do vencimento da 
dívida, Pedro pagou integralmente o empréstimo. Considerando a hipótese 
narrada, assinale a afirmativa correta. 
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A) Pedro não poderá regredir contra Paulo para que participe do rateio 
do 
quinhão de João, pois Fernando o exonerou da solidariedade. 
B) Apesar da exoneração da solidariedade, Pedro pode cobrar de Paulo o 
valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
C) Ao pagar integralmente a dívida, Pedro se sub-roga nos direitos de 
Fernando, permitindo-se que cobre a integralidade da dívida dos demais 
devedores. 
D) Pedro deveria ter pago a Fernando apenas R$ 2.000,00 (dois mil reais), 
pois a exoneração da solidariedade em relação a Paulo importa, 
necessariamente, a exoneração da solidariedade em relação a todos os 
codevedores. 
 
GABARITO 
1) C 
2) B 
3) B 
4) D 
5) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
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DIREITO DA PERSONALIDADE 
 
DA INTEGRIDADE FÍSICA (ART. 13 AO 15 DO CC) 
• Art. 13. Direito ao Corpo Vivo – Tutela o corpo da pessoa impedindo que ela 
disponha dele se isso implicar permanentemente sua integridade física ou 
contrariar os bons costumes. Há exceção quando for exigência médica. 
As pessoas transgêneros poderão fazer cirurgias mutilatórias para 
redesignação de gênero e podem mudar o nome e gênero no registro civil 
diretamente em cartório e sem precisar de tratamentos médicos. 
 
• Art. 14. Corpo Morto – Autoriza a disposição gratuita do próprio corpo pelo 
titular depois da sua morte desde que com objetivo cientifico ou altruístico, 
o titular pode se arrepender e revogar essa disposição a qualquer tempo até 
a sua morte. 
• Art. 15. Consentimento informado, dispondo que ninguém pode ser obrigado 
a se submeter, com risco de vida, sobretudo a tratamento médico ou 
intervenção cirúrgica. 
 
DIREITO AO NOME (ART. 16 AO 19 DO CC) 
O nome é composto de prenome e sobrenome até um ano após a maioridade 
civil pode mudar o prenome sem motivação, a partir daí, só através de processo 
judicial e para hipóteses previstas em lei ou quando o juiz entende como 
importante. 
Exemplo: 
A lei autoriza mudar o nome em caso de adoção, proteção a testemunha, 
divorcio, mudança de nome ridículo, perda do nome do viúvo, perda do 
sobrenome por abandono afetivo, acréscimo do sobrenome do padrasto 
e madrasta – (Art. 16 do CC). 
• Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
• Art. 17. Protege o nome da pessoa contra publicaçõesou 
representações que a exponha ao desprezo público mesmo quando 
não a intenção de difamar. 
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• Art. 18. Impede a utilização de nome alheio sem autorização. 
• Art. 20. Substitui o nome registral, direito a imagem (retrato, voz e 
atributo). 
• Art. 12, parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação 
para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, 
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
• Sumula 403 STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela 
publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos 
ou comerciais. 
 
DIREITO A VIDA PRIVADA OU PRIVACIDADE. 
Direito de estar só, sigilo de dados genéticos, voto, etc. 
• Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a 
requerimento do interessado, adotará as providências necessárias 
para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
 
O STF no julgamento da ADIN 4815 considerou que os artigos 20 e 21 devem ser 
interpretados conforme a constituição no sentido de não se exigível autorização 
prévio de biografados para que se retrate suas vidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PESSOA JURÍDICA (ART. 44 DO CC) 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações; 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos; 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com 
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no 
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (ART. 50 DO CC) – 
Teoria do Desregard – possibilidade ignorar no caso concreto a personalidade 
da PJ para atingir o patrimônio com o fito de adimplir obrigações assumidas 
pela PJ. 
• Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
 
Para o direito civil – Não pode ser reconhecido de oficio, a desconsideração não 
extingue a empresa. 
• Insolvência da PJ 
• Abuso da personalidade 
 
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ASSOCIAÇÕES – ART. 53 AO 58 DO CC 
• Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se 
organizem para fins não econômicos. 
o Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações 
recíprocos. 
• Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens especiais. 
• At. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser 
o contrário. 
• Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, 
nos termos previstos no estatuto. 
• Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função 
que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma 
previstos na lei ou no estatuto. 
 
FUNDAÇÕES – ART. 59 AO 69 DO CC 
Pessoa jurídica criada pela dotação de bens livre (afetação) para cumprir 
finalidade previstas em lei, pode ser criada por escritura pública, ou testamento. 
• Finalidades – Art. 62 do CC: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
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VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; 
IX – atividades religiosas; 
 
• Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
• Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o 
instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, 
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, 
por mandado judicial. 
• Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, 
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas 
bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em 
seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo 
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência 
caberá ao Ministério Público. 
(quem aprova o estatuto é o MP mas quando ele mesmo precisar elaborar a 
aprovação será judicial) 
• Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
§ 2. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em 
cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
• Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a 
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério 
Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, 
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato 
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que 
se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
 
 
 
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DOMICÍLIO 
Domicílio da Pessoa Natural – 
Lugar onde ela fixa residência com animo definitivo (Art. 70 do CC) 
 
I. Domicilio Plural ou Alternado (Art. 71 do CC) – 
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
 
II. Domicilio profissional (Art. 72 e o parágrafo único do CC) – 
É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes 
à profissão, o lugar onde é exercida. Se a pessoa exercitar profissão em 
lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações 
que lhe corresponderem. 
 
III. Domicilio eventual (Art. 73 do CC) – 
Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência 
habitual, o lugar onde for encontrada. 
 
MUDANÇA DE DOMICILIO (ART. 74 DO CC) – 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção 
manifesta de se mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa 
às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais 
declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a 
acompanharem. 
 
DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS (ART. 75 AO 78 DO CC) – 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
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III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as 
respectivas diretoria se administrações, ou onde elegerem domicílio 
especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
§ 1. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares 
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos 
nele praticados. 
§ 2. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, 
haver-se-ápor domicílio da pessoa jurídica, no tocante às 
obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do 
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o 
marítimo e o preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou 
assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer 
permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da 
Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar 
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver 
matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
 
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar 
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá 
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro 
onde o teve. 
 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio 
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2016 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XIX - Primeira Fase 
Júlia, casada com José sob o regime da comunhão universal de bens e mãe de 
dois filhos, Ana e João, fez testamento no qual destinava metade da parte 
disponível de seus bens à constituição de uma fundação de amparo a mulheres 
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vítimas de violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os bens 
destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a 
finalidade pretendida por Júlia, que, por sua vez, nada estipulou em seu 
testamento caso se apresentasse a hipótese de insuficiência de bens. Diante da 
situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos 
integralmente entre Ana e João. 
B) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre 
José, Ana e João. 
C) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha 
propósito igual ou semelhante ao amparo de mulheres vítimas de 
violência obstétrica. 
D) Os bens destinados serão incorporados à outra fundação determinada 
pelos herdeiros necessários de Júlia, após a aprovação do Ministério 
Público 
 
2) Ano: 2014 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2014 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado XV - Tipo1 - Branca 
Paulo foi casado, por muitos anos, no regime da comunhão parcial com Luana, 
até que um desentendimento deu início a um divórcio litigioso. Temendo que 
Luana exigisse judicialmente metade do seu vasto patrimônio, Paulo começou 
a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da qual é sócio e 
passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, 
apenas a casa em que morava com ela. Acerca do assunto, marque a opção 
correta: 
A) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a 
todo cidadão defender sua propriedade, em especial de terceiros de má-
fé 
B) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade 
nos casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, mas não o 
contrário, de modo que não há nada que Luana possa fazer para retomar 
os bens comunicáveis. 
C) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica” 
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encontra aplicação em outros ramos do direito e da legislação, é correto 
afirmar que os parâmetros adotados pelo Código Civil constituem a 
Teoria Menor, que exige menos requisitos 
D) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com 
patrimônio particular em nome da sociedade, é possível atingir o 
patrimônio da sociedade, ao que se dá o nome de “desconsideração 
inversa ou invertida'', de modo como matrimoniais e comunicáveis. 
 
GABARITO 
1) C 
2) D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
 
 
 
 
 
TAC, CONVENÇÕES COLETIVAS, CONTRATOS SOCIAIS DE SOCIEDADES 
ANÔNIMAS – são considerados plurilaterais. 
 
PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO – (TEORIA DA ESCADA PONTEANA) 
1) Existência - pressupostos AGENTE, OBJETO, FORMA E VONTADE. 
2) Plano de validade - requisitos 
São como pressupostos de vontade. 
” Qualificados” 
Agente capaz, objeto licito, possível, determinado ou determinável. 
Não depende de forma especial, a não ser que a lei exija. 
Já o art. 108 estabelece que a escritura pública é essencial para a validade de 
negócios que recaiam sobre bens imóveis, constituindo, modificando, 
transferindo ou renunciando a direitos reais, se os imóveis tiverem valor 
superior a 30 salários mínimos. 
 
INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO – 
com relação manifestação de vontade e suas consequências o código traz 
regras especificas para a manifestação de vontade (art. 111) O silencio 
caracterizara a concordância da outra parte (anuência) quando as 
circunstancias ou os usos o autorizarem e se a lei não exige declaração 
expressa de vontade. 
Fato jurídico que nasce da manifestação de vontade exteriorizada e consciente 
dirigida a criar e obter efeitos jurídicos. Pode ser uni, bi ou plurilateral a 
depender do número de vontades necessárias para formá-lo. 
Exemplo: testamento e promessa de recompensação negócios jurídicos 
unilaterais. 
 
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Exemplo: Aceitar uma herança - o silencio é admitido. 
Se na celebração de um negócio houver uma dúvida entre a intenção do 
declarante e o que ele expressamente declarou prevalecera a intenção em 
detrimento do sentido literal da linguagem. 
 
BOA FÉ – 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os 
usos do lugar de sua celebração. 
 
3) Plano de eficácia – 
ELEMENTOS ACIDENTAIS: É o plano do controle dos efeitos dos negócios. 
CONDIÇÃO: Todo evento futuro e incerto. 
TERMO: é um evento futuro e certo. Pode ser termo inicial ou final. 
ENCARGO OU MODO: é o ônus que se opõe a uma liberalidade 
determinando uma forma de cumprir certos atos. 
Exemplo: Aras fez uma doação de um terreno para Ivan e exigiu que Ivan 
construa uma escola (Art. 121 ao 137) 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se 
estritamente. 
 
REPRESENTAÇÃO – 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico 
que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo 
mesmo. 
 
INVALIDADE DO NEGOCIO JURÍDICO – 
1. HIPÓTESES DE NULIDADE: (Art. 166, CC) 
• Absolutamente incapaz sem representante; 
• Objeto seja ilícito, impossível ou determinado; 
• Motivo determinante comum a ambas as partes for ilícito; 
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• É nulo o negócio que a lei previu que descumpra alguma solenidade que 
a lei considere essencial para sua validade; 
• É nulo o negócio que o objetivo seja fraudar lei; 
 
2. HIPÓTESES DE SIMULAÇÃO: (Art. 167, CC) 
Art. 167, § 1, CC. Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas 
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não 
verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2. Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos 
contraentes do negócio jurídico simulado. 
 
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por 
qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando 
conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar 
provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento 
das partes. 
 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem 
convalescepelo decurso do tempo. 
 
ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO (Art. 171, CC) 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores. 
 
 
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HIPÓTESES DE ANULABILIDADE: 
A) Incapacidade relativa do agente (sem assistente) 
B) Defeitos do negócio 
B1) Vícios do consentimento: erro, dolo, coação, estado e perigo e lesão 
B2) Vício social e fraude 
 
ERRO: 
• Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por 
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
• Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou 
a alguma das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se 
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo 
relevante; 
III- sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o 
motivo único ou principal do negócio jurídico. 
• Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expressa 
como razão determinante. 
• Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável 
nos mesmos casos em que o é a declaração direta. 
• Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a 
declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e 
pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
• Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de 
vontade. 
• Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, 
a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na 
conformidade da vontade real do manifestante. 
 
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DOLO: 
• Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua 
causa. 
• Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é 
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por 
outro modo. 
• Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das 
partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, 
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria 
celebrado. 
• Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, 
se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em 
caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá 
por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 
• Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o 
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; 
se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado 
responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
• Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo 
para anular o negócio, ou reclamar indenização. 
 
DA COAÇÃO: 
• Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que 
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua 
pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do 
paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
• Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a 
condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais 
circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
• Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um 
direito, nem o simples temor reverencial. 
• Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta 
responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
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ESTADO DE PERIGO: 
O estado de perigo ocorre sempre que alguém movido pela necessidade de 
salvar a si ou a pessoa da sua família de um agrave dano conhecido da outra 
parte assume uma obrigação excessivamente onerosa. 
A doutrina pontua que ele é composto por dois elementos: 
1- Objetivo: a existência de uma obrigação excessivamente onerosa 
(obrigação em há desequilíbrio, desproporção acentuada entre prestação 
e contraprestação). 
2- Subjetivo: dolo de ap, que é a ciência que a outra parte tem do perigo, 
do risco de grave dano. Se a pessoa que está em risco não pertence à 
família do declarante, caberá ao Juiz decidir de acordo com cada caso. 
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que 
a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor 
da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao 
coacto. 
 
LESÃO: 
Art.157- Lesão Configura-se quando uma pessoa movida por premente ou aguda 
necessidade ou por inexperiência, celebra negócio jurídico, excessivamente 
oneroso. 
Ao contrário do estado de perigo, a lesão não exige para se configurar o dolo de 
aproveitamento, ou seja, a outra parte não precisa saber da necessidade ou da 
inexperiência. 
Para calcular se houve ou não onerosidade excessiva, os valores das 
prestações serão os vigentes no momento que foi celebrado o negócio. 
Não será decretado a anulação do negócio, ou seja, ele convalidará se for 
oferecido suplementos suficientes quando a parte favorecida pagou muito 
menos do que deveria, ou se a parte favorecida por ter ganho demais concordar 
com a redução do seu proveito. 
 
Onerosidade Excessiva: 
1) Quando surge no momento da formação do contrato CC por estado de 
perigo ou lesão. Prazo decadencial de 4 anos. 
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2) Contrato. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES – 
• Se configura sempre que um devedor já insolvente o que se torna insolvente 
através do negócio, celebra negócio jurídico lesivo aos direitos de seus 
credores. 
• Também haverá presunção da fraude (Art. 163), quando o devedor já 
insolvente der a um ou a alguns credores garantias as suas dívidas. 
• A ação adequada para discutir a fraude, segundo o STJ é a chamada ação 
Pauliana, não cabe embargos de terceiro. O art. 161 do CC indica que essa 
ação é uma ação anulatória e pode ser proposta contra o devedor insolvente, 
a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta e pode 
até ser proposta contra terceiros adquirentes que haja procedido de má fé. 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2018 - Banca: FGV – Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXVII - Primeira Fase 
Arnaldo foi procurado por sua irmã Zulmira, que lhe ofereceu R$ 1 milhão para 
adquirir o apartamento que ele possui na orla da praia. Receoso, no entanto, que 
João, o locatário que atualmente ocupa o imóvel e por quem Arnaldo nutre 
profunda antipatia, viesse a cobrir a oferta, exercendo seu direito de 
preferência, propôs a Zulmira que constasse da escritura o valor de R$ 2 
milhões, ainda que a totalidade do preço não fosse totalmente paga. Realizado 
nesses termos, o negócio 
A) pode ser anulado no prazo decadencial de dois anos, em virtude de 
dolo. 
B) é viciado por erro, que somente pode ser alegado por João. 
C) é nulo em virtude de simulação, o que pode ser suscitado por qualquer 
interessado. 
D) é ineficaz, em razão de fraude contra credores, inoponíveis seus 
efeitos perante João. 
 
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXVI - Primeira Fase 
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A cidade de Asa Branca foi atingida por uma tempestade de grandes proporções. 
As ruas ficaram alagadas e a população sofreu com a inundaçãode suas casas 
e seus locais de trabalho. Antônio, que tinha uma pequena barcaça, aproveitou 
a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo triplo do preço que 
normalmente seria cobrado, tendo em vista a premente necessidade dos 
moradores de recorre a esse tipo de transporte. Nesse caso, em relação ao 
citado negócio jurídico, ocorreu 
A) estado de perigo. 
B) dolo. 
C) lesão. 
D) erro. 
 
3) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXIV - Primeira Fase 
Eduardo comprometeu-se a transferir para Daniela um imóvel que possui no 
litoral, mas uma cláusula especial no contrato previa que a transferência 
somente ocorreria caso a cidade em que o imóvel se localiza viesse a sediar, 
nos próximos dez anos, um campeonato mundial de surfe. Depois de realizado 
o negócio, todavia, o advento de nova legislação ambiental impôs regras 
impeditivas para a realização do campeonato naquele local. Sobre a incidência 
de tais regras, assinale a afirmativa correta. 
A) Daniela tem direito adquirido à aquisição do imóvel, pois a cláusula 
especial configura um termo. 
B) Prevista uma condição na cláusula especial, Daniela tem direito 
adquirido à aquisição do imóvel. 
C) Há mera expectativa de direito à aquisição do imóvel por parte de 
Daniela, pois a cláusula especial tem natureza jurídica de termo. 
D) Daniela tem somente expectativa de direito à aquisição do imóvel, uma 
vez que há uma condição na cláusula especial. 
 
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXIII - Primeira Fase 
Em um bazar beneficente, promovido por Júlia, Marta adquiriu um antigo 
faqueiro, praticamente sem uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, 
Marta ofereceu um preço elevado sem nada perguntar sobre o produto. Júlia, 
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acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente aceitou o preço 
oferecido. Após dois anos de uso constante, Marta percebeu que os talheres 
começaram a ficar manchados e a se dobrarem com facilidade. Consultando um 
especialista, ela descobre que o faqueiro era feito de uma liga metálica barata, 
de vida Útil curta, e que, com o uso reiterado, ele se deterioraria. De acordo com 
o caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) A compra e venda firmada entre Marta e Júlia é nula, por conter vício 
em seu objeto, um dos elementos essenciais do negócio jurídico. 
B) O negócio foi plenamente válido, considerando ter restado comprovado 
que Júlia não tinha qualquer motivo para suspeitar do engano de Marta. 
C) O prazo decadencial a ser observado para que Marta pretenda 
judicialmente o desfazimento do negócio deve ser contado da data de 
descoberta do vício. 
D) De acordo com a disciplina do Código Civil, Júlia poderá evitar que o 
negócio seja desfeito se oferecer um abatimento no preço de venda 
proporcional à baixa qualidade do faqueiro. 
 
GABARITO 
1) C 
2) C 
3) D 
4) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO 
 
 
O dever jurídico secundário, de indenizar, que surge pela violação de um dever 
jurídico primário situado na lei ou no contrato. Esse conceito relaciona a 
responsabilidade civil a noção a ilicitude mas há hipóteses que haverá dever 
de indenizar mesmo diante da pratica de um ato licito praticado sobre estado 
de necessidade (diferente de estado de perigo, Art.156, CC). O estado de 
necessidade é uma excludente de ilicitude. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE – 
1) A partir do lugar onde se situa o dever jurídico violado: 
• Responsabilidade contratual – Gera presunção de culpa de quem 
descumpre o contrato (responsabilidade subjetiva com culpa presumida); 
• Responsabilidade extracontratual – Também chamada de Aquiliana - é a 
que decorre de violação de norma legal. 
 
2) A partir dos elementos que a compõe: 
• Elementos: Conduta, dano, nexo de causalidade, culpa. 
• A culpa deve ser entendida no sentido “LATO Dolo (intenção) ou culpa em 
sentido estrito (imprudência, negligencia, imperícia). 
• Desenvolvimento da responsabilidade subjetiva e ancora-se sobretudo na 
Teoria do Risco. 
• Elementos: conduta, dano, nexo causal 
• Não depende de culpa para reconhecer o dever de indenizar mas, pode haver 
o debate sobre a culpa para fins de quanto indenizatório. 
• O art.927 afirma que também ficar obrigado a indenizar aquele que comete 
ilícito objetivo. 
 
 
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HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA: 
a) Hipóteses legais Exemplos: 
• Responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços. 
Exceção: profissional liberal; (CDC) 
• Responsabilidade dos pais por atos dos filhos menores que estiverem 
sob sua autoridade e em sua companhia; 
• O tutor e o curador respondem por atos dos pupilos e curatelados que 
estiverem sob sua autoridade e companhia. 
 
INDENIZAÇÃO – 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
Dano - É o fruto da lesão ao bem juridicamente tutelado e pode ser Patrimonial 
e Expatrimonial (moral). 
Patrimonial: 
• Danos emergentes: atuais, diminuição que já ocorreu. - 
Lucros cessantes: aquilo que razoavelmente deixou de 
ganhar. 
• Dano moral - Súmulas: 37 STJ, 227 STJ, 387 STJ, 370 STJ, 
385 STJ 
 
 
 
 
 
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CONTRATOS 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS: 
• Autonomia de vontade privada 
• Liberdade contratual 
• Força obrigatória = “Pacta sunt Servanda” 
• Relatividade dos efeitos 
 
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO: 
• Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da 
obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, 
também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e 
normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos 
termos do art. 438. 
• Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o 
direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o 
devedor. 
• Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro 
designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro 
contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por 
disposição de última vontade. 
 
 
Negócio jurídico bi ou plurilateral que constitui um acordo 
numa composição de vontades que faz nascer direitos e 
obrigações normalmente de índole patrimonial. 
 
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SOCIAIS /CONTEMPORÂNEOS – 
• Boa-fé Objetiva (Art. 113 ao 422 do CC) – Consagra a diretriz da eticidade 
nas relações negociais, significa que as partes devem manter um trato 
leal e ético desde a fase pré-contratual até depois do seu término, ai 
nascem os conceitos de responsabilidade civil pré e pós contratual. 
• Funções da boa –fé: 
a) Interpretativo (Art. 113 CC) 
b) Integrativa – Cria deveres anexos (Restritiva) 
 
• Figuras 
parcelares Venire contra 
factum próprio Duty To 
Mitigate The Loss 
 
• Funções: 
a) F. Social (art. 421, CC) 
b) Equilíbrio econômico e financeiro / Equivalência material 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado XXIX - Primeira Fase 
Márcia transitava pela via Pública, tarde da noite, utilizando uma bicicleta que 
lhe fora emprestada por sua amiga LÚCia. Em certo momento, Márcia ouviu 
gritos oriundos de uma rua transversal e, ao se aproximar, verificou que um 
casal discutia violentamente.Ricardo, em estado de FÚria e munido de uma faca, 
desferia uma série de ofensas à sua esposa Janaína e a ameaçava de agressão 
física. De modo a impedir a violência iminente, Márcia colidiu com a bicicleta 
contra Ricardo, o que foi suficiente para derrubá-lo e impedir a agressão, sem 
que ninguém saísse gravemente ferido. A bicicleta, porém, sofreu uma avaria 
significativa, de tal modo que o reparo seria mais caro do que adquirir uma nova, 
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de modelo semelhante. De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Lúcia não poderá ser indenizada pelo dano material causado à 
bicicleta. 
B) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material 
causado à bicicleta, mas não terá qualquer direito de regresso. 
C) Apenas Ricardo poderá ser obrigado a indenizar Lúcia pelo dano 
material causado à bicicleta. 
D) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material 
causado à bicicleta e terá direito de regresso em face de Janaína. 
 
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXV - Primeira Fase 
Marcos caminhava na rua em frente ao Edifício Roma quando, da janela de um 
dos apartamentos da frente do edifício, caiu uma torradeira elétrica, que o 
atingiu quando passava. Marcos sofreu fratura do braço direito, que foi 
diretamente atingido pelo objeto, e permaneceu seis semanas com o membro 
imobilizado, impossibilitado de trabalhar, até se recuperar plenamente do 
acidente. À luz do caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) O condomínio do Edifício Roma poderá vir a ser responsabilizado pelos 
danos causados a Marcos, com base na teoria da causalidade alternativa. 
B) Marcos apenas poderá cobrar indenização por danos materiais e 
morais do morador do apartamento do qual caiu o objeto, tendo que 
comprovar tal fato. 
C) Marcos não poderá cobrar nenhuma indenização a título de danos 
materiais pelo acidente sofrido, pois não permaneceu com nenhuma 
incapacidade permanente. 
D) Caso Marcos consiga identificar de qual janela caiu o objeto, o 
respectivo morador poderá alegar ausência de culpa ou dolo para se 
eximir de pagar qualquer indenização a ele. 
 
3) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXV - Primeira Fase 
João, empresário individual, é titular de um estabelecimento comercial que 
funciona em loja alugada em um shopping-center movimentado. No 
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estabelecimento, trabalham o próprio João, como gerente, sua esposa, como 
caixa, e Márcia, uma funcionária contratada para atuar como vendedora. Certo 
dia, Miguel, um fornecedor de produtos da loja, quando da entrega de uma 
encomenda feita por João, foi recebido por Márcia e sentiu-se ofendido por 
comentários preconceituosos e discriminatórios realizados pela vendedora. 
Assim, Miguel ingressou com ação indenizatória por danos morais em face de 
João. 
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) João não deve responder pelo dano moral, uma vez que não foi 
causado direta e imediatamente por conduta sua. 
B) João pode responder apenas pelo dano moral, caso reste comprovada 
sua culpa in vigilando em relação à conduta de Márcia. 
C) João pode responder apenas por parte da compensação por danos 
morais diante da verificação de culpa concorrente de terceiro. 
D) João deve responder pelos danos causados, não lhe assistindo alegar 
culpa exclusiva de terceiro. 
 
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de 
Ordem Unificado – XXIII - Primeira Fase 
Juliana, por meio de contrato de compra e venda, adquiriu de Ricardo, 
profissional liberal, um carro seminovo (30.000km) da marca Y pelo preço de 
R$ 24.000,00. Ficou acertado que Ricardo faria a revisão de 30.000km no veículo 
antes de entregá-lo para Juliana no dia 23 de janeiro de 2017. Ricardo, porém, 
não realizou a revisão e omitiu tal fato de Juliana, pois acreditava que não 
haveria qualquer problema, já que, aparentemente, o carro funcionava bem. No 
dia 23 de fevereiro de 2017, Juliana sofreu acidente em razão de defeito no freio 
do carro, com a perda total do veículo. A perícia demostrou que a causa do 
acidente foi falha na conservação do bem, tendo em vista que as pastilhas do 
freio não tinham sido trocadas na revisão de 30.000km, o que era essencial para 
a manutenção do carro. 
Considerando os fatos, assinale a afirmativa correta. 
A) Ricardo não tem nenhuma responsabilidade pelo dano sofrido por 
Juliana (perda total do carro), tendo em vista que o carro estava 
aparentemente funcionando bem no momento da tradição. 
B) Ricardo deverá ressarcir o valor das pastilhas de freio, nada tendo a 
ver como acidente sofrido por Juliana. 
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C) Ricardo é responsável por todo o dano sofrido por Juliana, com a perda 
total do carro, tendo em vista que o perecimento do bem foi devido a vício 
oculto já existente ao tempo da tradição. 
D) Ricardo deverá ressarcir o valor da revisão de 30.000km do carro, 
tendo em vista que ela não foi realizada conforme previsto no contrato. 
 
GABARITO 
1) D 
2) A 
3) D 
4) C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTRATOS - DIREITOS REAIS 
▪ Garantias Legais - Não dependem de pactuação expressa, decorrem de 
previsão legal. 
 
• Vicio redibitório – Defeito oculto na coisa que lhe desnatura a utilidade ou 
lhe diminui o valor. Só se pode arguir vicio redibitório em contratos onerosos 
e comutativos, mas o parágrafo do Art. 441 estabelece que também se aplica 
as doações onerosas (é contrato gratuito, mas com encargo). 
 
• Ações edilícias (Art. 442 e Art. 500 do CC) 
a) Redibitória para devolver a coisa e receber de volta o que pagou; 
b) Estimatória “quanti minoris” para ficar com coisa e obter abatimento 
no preço; 
c) “Ex Empto”para reclamar complementação de área quando houver 
diferença entre o tamanho do bem adquirido e o que foi entregue ao 
adquirente. Só cabe para diferença superior a 1/20 da área total. Só é 
cabível para compra e venda “Ad Mensuram”, ou seja, por medida de 
extensão, não cabe para compra e venda “Ad Corpus”. 
Observação: cabe reclamação de perdas e danos pela diferença de tamanho mesmo 
que não caiba a complementação de área. 
 
PRAZOS – ART. 445 E 446 DO CC: 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no 
preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, 
contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, 
reduzido à metade. 
§ 1. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, 
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo 
máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um 
ano, para os imóveis. 
 
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Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante 
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
 
EVICÇÃO – 
• Para ter direito a garantia ao prazo legal o adquirente tem o dever de 
denunciar ao alienante o aparecimento do defeito dos 30 dias após o seu 
descobrimento. 
• Enquanto o vício redibitório é uma garantia legal por um defeito do 
próprio bem alienado a evicção é uma garantia legal por defeito na 
transmissão do bem, só incide em contratos onerosos mas o Art. 447 
ressalta que a garantia subsistira mesmo que a aquisição tenha se dado 
em hasta publica. 
 
Conceito: Perda de um bem por decisão judicial ou administrativo que atribui 
esse bem a terceiro. 
 
CONTRATO ESTIMATÓRIO OU CONSIGNATÓRIO (ART. 534 A 537 DO CC) – 
• É aquele pelo qual o consignante entrega ao consignatário bens móveis 
para que esse possa vende-lospagando ao consignante o preço 
combinado entre eles ou restituindo no prazo estabelecido a coisa 
consignada (Art. 534). 
• O consignatário torna-se possuidor direto enquanto o consignante é o 
possuidor indireto tem o consignatário responsabilidade de pagar o 
preço da coisa mesmo que não consiga vende-la ou restitui-la em sua 
integridade se isso se tornar impossível mesmo que sem culpa dele (Art. 
535). 
• Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro 
pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o 
preço. 
 
 
 
 
 
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POSSE 
 
A) Teoria Subjetiva – Savigny 
Posse = Corpus + Animus (Apreensão fática + desejo de dono) 
 
B) Teoria objetiva – Jhering 
Posse = Corpus 
 
O Código Civil adota a TEORIA OBJETIVA DA POSSE!!! – Art. 1196 do CC. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno 
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
A teoria subjetiva foi lembrada nas hipóteses de Usucapião, nenhuma Usucapião 
existe sem a presença de “Aninums domini”. 
Observação: Posse x Detenção 
 
a) Exemplo: Famulo / Gestor / Administrador da posse – Empregados 
domésticos, motorista, gerente da fazenda. (Art. 1198, CC) 
b) Mero detentor por ato de permissão ou tolerância. Exemplo: Vizinho que 
estaciona na vaga do outro. 
c) Mera detenção por atos violentos ou clandestinos – Durante uma tentativa de 
esbulho com violência ou clandestinidade enquanto dura o ato violento ou ato 
de clandestinidade não há posse e sim detenção. 
d) Mera Detenção da coisa pública 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
I. Compossuidores (Art. 1.199 do CC) – 
Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma 
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos 
outros compossuidores. 
Exemplo: Casal locatário de um apartamento, composse dos herdeiros (cada um 
dos compossuidores pode defender o todo da coisa contra atos de terceiros) 
 
II. Posse Direta x Posse Indireta (desdobramento da posse) 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, 
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
• Locatário x Locador / comodatário x Comodante / Usufrutuário x Nú-
Proprietário / Mutuário x Mutuante 
• Só ocorre desdobramento através de negócio jurídico 
 
III. Possuidores precários (Art. 1.200 do CC) – 
É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
 
VICIOS SUBJETIVOS DA POSSE – 
a) Posse de Boa-fé – é de boa-fé aquele que ignora a existência de 
obstáculo entre ele e a coisa possuída. 
b) Posse de má-fé - é de má fé aquele que não ignora a existência de 
obstáculo entre ele e a coisa possuída. 
 
ATENÇÃO! 
O justo título faz presumir a boa-fé, presunção essa relativa. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que 
impede a aquisição da coisa. 
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Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo 
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
 
EFEITOS – 
I. Frutos (art. 1.214 do CC) – 
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. 
ATENÇÃO: A boa fé se converte em má fé com a citação em ação para retomada da 
coisa desde que ela seja julgada procedente. Nesse momento, a má fé retroage à data 
da citação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e 
percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia 
por dia. 
 
II. Benfeitorias (art. 1.219 do CC) – 
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias 
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem 
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá 
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e 
úteis. 
 
III. Responsabilidade Civil – 
Boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der 
causa (responsabilidade subjetiva). 
 
ATENÇÃO!!! 
É possível compensar o valor das benfeitorias com indenização por responsabilidade 
civil devida pelo possuidor (art. 1221 do CC). 
O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o 
direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará 
pelo valor atual (art. 1222 do CC). 
 
 
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PROTEÇÃO DA POSSE – 
 
1) Proteção Penal / Legitima Defesa da Posse / Desforço Incontinente – Art. 1210, 
§ 1 
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo 
receio de ser molestado. 
§ 1. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se 
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de 
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse. 
 
2) Proteção Civil / Ações Possessórias – 
a) Interdito Proibitório (combate a ameaça) 
b) Manutenção de Posse (combate a turbação) 
c) Reintegração de Posse (combate o esbulho que pode ser violento, 
clandestino ou precário. 
• Possessório de força nova: Ajuizada com menos de 1 ano e um dia 
da agressão. 
• Dá direito a liminar que flexibiliza o “ PERICULUM IN MORA”. 
• Possessória de força velha: Ajuizada com mais de 1 ano e um dia 
da agressão. Não dá direito a liminar especifica das possessórias. 
 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: 
Art. 554, CPC: A propositura de uma ação possessória em vez de outra não 
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal 
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
 
Art. 555, CPC: É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
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Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de 
medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou 
esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou fina. 
 
Art. 556, CPC: É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua 
posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos 
resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado XXIX - Primeira Fase 
Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa de 500 m2 registrada em nome de 
Bruno, que lhe vendeu o imóvel a preço de mercado. A escritura e o registro 
foram realizados de maneira usual. Em 05/09/2005, o imóvel foi alugado, e 
Aloísio passou a receber mensalmente o valor de R$ 3.000,00 pela locação, por 
um período de 6 anos. Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação 
reivindicatória movida por Elisabeth, que pleiteia a retomada do imóvel e a 
devolução de todos os valores recebidos por Aloísio a título de locação, desde 
o momento da sua celebração. Uma vez que Elisabeth é judicialmente 
reconhecida como a verdadeira proprietária do imóvel em 10/10/2011, pergunta-
se: é correta a pretensão da autora ao recebimento de todos os aluguéis 
recebidos por Aloísio? 
A) Sim. Independentemente da sentença de mérito, a própria contestação 
automaticamente transforma a posse de Aloísio em posse de má-fé 
desde o seu nascedouro, razão pela qual todos os valores recebidos pelo 
possuidor devem ser ressarcidos. 
B) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, somente após uma 
sentença favorável ao pedido de Elisabeth, na reivindicatória, é que seus 
argumentos poderiam ser considerados verdadeiros, o que 
caracterizaria a transformação da posse de boa-fé em posse de má-fé. 
Como o possuidor de má-fétem direito aos frutos, Aloísio não é obrigado 
a devolver os valores que recebeu pela locação. 
C) Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e uma vez que Elisabeth 
foi vitoriosa em seu pleito, a posse de Aloísio passa a ser qualificada 
como de má-fé desde a sua citação no processo – momento em que 
Aloísio tomou conhecimento dos fatos ao final reputados como 
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verdadeiros –, exigindo, em tais condições, a devolução dos frutos 
recebidos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do contrato de 
locação. 
D) Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento judicial que 
pretendia, Aloísio não lhe deve qualquer valor, pois, sendo possuidor com 
justo título, tem, em seu favor, a presunção absoluta de veracidade 
quanto a sua boa-fé. 
 
2) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXIII - Primeira Fase 
À vista de todos e sem o emprego de qualquer tipo de violência, o pequeno 
agricultor Joventino adentra terreno vazio, constrói ali sua moradia e uma 
pequena horta para seu sustento, mesmo sabendo que o terreno é de 
propriedade de terceiros. Sem ser incomodado, exerce posse mansa e pacífica 
por 2 (dois) anos, quando é expulso por um grupo armado comandado por 
Clodoaldo, proprietário do terreno, que só tomou conhecimento da presença de 
Joventino no imóvel no dia anterior à retomada. Diante do exposto, assinale a 
afirmativa correta. 
A) Como não houve emprego de violência, Joventino não pode ser 
considerado esbulhador. 
B) Clodoaldo tem o direito de retomar a posse do bem mediante o uso da 
força com base no desforço imediato, eis que agiu imediatamente após a 
ciência do ocorrido. 
C) Tendo em vista a ocorrência do esbulho, Joventino deve ajuizar uma 
ação possessória contra Clodoaldo, no intuito de recuperar a posse que 
exercia. 
D) Na condição de possuidor de boa-fé, Joventino tem direito aos frutos 
e ao ressarcimento das benfeitorias realizadas durante o período de 
exercício da posse. 
 
3) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XVI - Primeira Fase 
Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. 
A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face 
de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida liminar 
em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o 
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telhado da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos 
desde a referida obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, 
na ocasião, o telhado colocado por Mélvio já se encontrava severamente 
danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito de 
retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. 
A respeito do pleito de Mélvio, assinale a afirmativa correta. 
A) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua 
posse é de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem 
ser indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração 
de posse transitou em julgado. 
B) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por 
benfeitorias e devendo ser indenizado por Cassandra com base no valor 
delas. 
C) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção 
por benfeitorias, mas deve ser indenizado por Cassandra com base Np 
valor delas. 
D) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por 
benfeitorias e devendo ser indenizado pelo valor atual delas. 
 
GABARITO 
1) C 
2) C 
3) A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CASAMENTO 
 
 
É civil, mas admite-se a celebração religiosa (qualquer religião). Para o 
registro civil do casamento é necessário a habilitação prévia com validade de 
90 dias. 
Autoridades que podem celebrar: Juiz de paz, juiz de direito e autoridade 
religiosa. 
Artigos referentes: 1.512, 1515 e 1516 do CC. 
 
 
CAPACIDADE PARA CASAR – 
• Idade Mínima (Idade Núbil/Nubia) – Art. 1.517. 
O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização 
de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a 
maioridade civil. 
• Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no (parágrafo 
único do art. 1.631). 
• Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores 
revogar a autorização. 
• Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser 
suprida pelo juiz. 
• Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem 
não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. 
 
PLANO DE VALIDADE – 
a) Nulo – Invalido Absolutamente – Art. 1548 e Art. 1521 do CC 
Atenção: Casamento putativo é um casamento nulo ou anulável contraído 
de boa-fé por uma ou por ambos os cônjuges. 
 
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b) Anulável – Invalido relativamente – Art. 1550 a 1558 do CC 
 
EFICACIA DO CASAMENTO – ART. 1565 AO 1570 DO CC: 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não 
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter 
sido anulado, 
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da 
sociedade conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a 
partilha dos bens do casal; 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto 
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas 
contas. 
 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a 
convivência conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade 
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do 
casamento; 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o 
marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia 
autorização do marido. 
 
 
 
 
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QUESTÕES PARA TREINO: 
1) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XXIV - Primeira Fase 
João e Carla foram casados por cinco anos, mas, com o passar dos anos, o 
casamento se desgastou e eles se divorciaram. As três filhas do casal, menores 
impúberes, ficaram sob a guarda exclusiva da mãe, que trabalha em uma escola 
como professora, mas que está com os salários atrasados há quatro meses, 
sem previsão de recebimento. João vinha contribuindo para o sustento das 
crianças, mas, estranhamente, deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao 
procurá-lo, foi informada pelos pais de João que ele sofreu um atropelamento 
e está em estado grave na UTI do Hospital Boa Sorte. Como João é autônomo, 
não pode contribuir, justificadamente, com o sustento das filhas. Sobre a 
possibilidade de os avós participarem do sustento das crianças, assinale a 
afirmativa correta. 
A) Em razão do divórcio, os sogros de Carla são ex-sogros, não são mais 
parentes, não podendo ser compelidos judicialmente a contribuir com o 
pagamento de alimentos para o sustento das netas. 
B) As filhas podem requerer alimentos avoengos, se comprovada a 
impossibilidade de Carla e de João garantirem o sustento das filhas. 
C) Os alimentos avoengos não podem ser requeridos, porque os avós só 
podem ser réus em ação de alimentos no caso de falecimento dos 
responsáveis pelo sustento das filhas. 
D) Carla não pode representar as filhas em ação de alimentos

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